Pág.

13

Págs. 10 e 11

Instituição oferece uma gama de serviços no âmbito da reabilitação intelectual, física e auditiva,
de forma gratuita, a pacientes residentes em diversas outras cidades, para além de Nova Lima

Diversidade Cultura Bastidores Em Foco

Sanfoneiros 115 anos

Editorial

Glossário Zema vai de Para ser

LGBT+ de Nova Lima do Leão mal a pior quem é
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 Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023 A Banqueta 2

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quem não sofre esse preconceito na
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pessoa é travesti; se o alvo do bullying no site: novalima.mg.gov.br
na escola é porque o menino é
“afeminado”; se a lésbica é estuprada
para “corrigir sua lesbianidade”; se o
gay é espancado para “virar homem”;
então as violências acontecem pelo
fato das pessoas serem quem são. Se
“o homem pode ser gay, mas não
precisa ser espalhafatoso” ou se “a
menina pode ser lésbica, mas não
precisa ser caminhoneira”, significa
dizer que esses corpos podem ATÉ
existir se forem discretos, escondidos.
Quem tem a régua que mede quem
pode ser o quê? Quem é você para
dizer como o outro deve ser?

Se a ordem é constranger - e
assassinar - o outro pelo que se é,
então ainda é preciso gritar, lutar e
reivindicar - orgulhosamente - pelo
direito a existência. Os ataques a esses
corpos geram um pânico moral na
sociedade, que ainda é muito
desinformada sobre o debate de
gênero e sexualidade, mas não
debater a temática apenas mantém o
controle da sociedade na mão do

Imprudência
Direto da Comunidade
patriarcado e do gênero masculino.

Frente fria deverá causar aumento

da nebulosidade. "Com o fechamento da Rua Vitória, no bairro Alvorada, o
movimento de carros na Rua José Guedes Fernandes, no
Quinta
Sol entre nuvens Cristais, aumentou. Infelizmente, alguns motoristas
Mín: 14º Máx: 25º
descem o morro em alta velocidade, causando acidentes.
Sol entre nuvens Sexta Gostaria de solicitar placas ou faixas de sinalização de
Mín: 15º Máx: 26º redução de velocidade aos motoristas que passam pela
rua.”
Parcialmente Sábado
nublado Mín: 14º Máx: 23º
Maria Caroline de Freitas - Cristais
Parcialmente Domingo
nublado Mín: 14º Máx: 22º Resposta - A Prefeitura de Nova Lima informou que fiscalizada e será verificada a necessidade de reforço
trata-se de uma via de trânsito local, com velocidade de sinalização. A pintura do quebra-molas será
máxima permitida de 30km/h. A rua continuará sendo reforçada.

Contato: 31 3541-5701
Jornal A Banqueta de Notícias - 683ª Edição O jornal A Banqueta de Notícias se
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3 A Banqueta Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023
 Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023
Glossário LGBTQIAPN+
Entenda o que
representa cada letra
e também alguns
conceitos como
orientação sexual
e identidade de gênero
A sigla GLS - em referência a gays, lésbicas e
simpatizantes - foi criada em 1990 e caiu em desuso,
em 2008, por não ser considerada inclusiva. A partir
de debates dentro dos movimentos que discutem
orientação sexual, gênero e suas identidades, houve
a necessidade de transformação da sigla. Em busca
de maior visibilidade, a letra L foi trazida à frente e
também foram incluídas as pessoas bissexuais, trans
e travestis: LGBT. Entretanto, com o passar dos anos
e evolução do debate, tem se somado mais letras a
essa sopa de letrinhas. Atualmente, a mais utilizada
é a LGBTQIAPN+. Mas, antes de embarcar nas cores
do arco-íris é necessário compreender também os
conceitos de alguns termos, como gênero,
orientação sexual, identidade de gênero e
cisgeneridade.
Cisgênero
É chamado de cisgênero, ou de “cis”, a pessoa que
se identifica com o gênero que lhes foi atribuído ao
nascer. É denominado como pessoa não-cisgênero,
transgênero ou trans a pessoa que não se identifica
com o gênero que lhes foi determinado no
nascimento.
Identidade de gênero
É a forma que a pessoa se entende como um
indivíduo social, ou seja, a percepção de si.
Expressão de gênero
É como a pessoa manifesta sua identidade em
público, a forma como se veste, sua aparência (corte
Dia do Orgulho LGBT+
de cabelo, por exemplo) e comportamento,
independentemente do sexo biológico.
Orientação sexual
Tem a ver com a prática de se relacionar afetiva e/ou
sexualmente com outros gêneros. Em um ciclo
natural, essa descoberta acontece entre a infância e
o início da adolescência, mas, por preconceito e
discriminação, ela pode ser bloqueada e até mesmo
negada, estendendo-se para a fase adulta. A
orientação sexual independe do gênero, por
exemplo: uma mulher trans pode ser lésbica.
L de lésbicas
São mulheres, seja ela cis ou trans, que sentem
atração afetivassexual/romântica por pessoas do
mesmo gênero.
G de gays
São homens, sejam eles cis ou trans, que sentem
atração afetivassexual/romântica por pessoas do
mesmo gênero.
B de bissexuais
São pessoas que sentem atração
afetivossexual/romântica pelos dois gêneros
(homens e mulheres).
T de transexuais e travestis
A transgeneridade é um termo guarda-chuva, no
qual engloba diversas identidades trans. Transexuais
são pessoas que não se identificam com o gênero
atribuído em seu nascimento. Utilizado tanto para
identidades masculinas (transmasculino), quanto
femininas (transfeminina). Para se considerar
transexual não é necessário se submeter a uma
cirurgia de transgenitalização. Já o termo travesti é
utilizado apenas para pessoas trans com identidade
feminina. É uma expressão antiga, anterior ao
conceito de “transexual”. É uma identidade
predominantemente latino-americana. No Brasil,
A Banqueta 4
possui um forte cunho político, pois representa a
resistência contra a opressão e a marginalização.
Q de queer
São pessoas que não se identificam com os padrões
de heteronormatividade impostos pela sociedade e
transitam entre os “gêneros”, sem necessariamente
concordar com tais rótulos.
I de intersexuais
São pessoas nascidas com características biológicas
(genitais, hormônios, etc.) que não se enquadram
nas definições típicas de sexo masculino ou
feminino.
A de assexuais
São pessoas com ausência total, parcial, condicional
ou circunstancial de atração sexual. A assexualidade
é um termo guarda-chuva que engloba
arromânticos, românticos, homoromânticos,
heteroromânticos, biromânticos, panromânticos,
demissexuais, entre outros.
P de panssexuais
São pessoas que possuem atração sexual/romântica
por pessoas independentemente do sexo ou gênero
das mesmas.
N de não-binárie
São pessoas que não se identificam no padrão
binário de gênero. A não-binariedade é um termo
guarda-chuva, e engloba as identidades e
expressões de gênero que fogem ao binarismo,
como por exemplo agênero, gênero fluido, entre
outros.
+
É utilizado para incluir outros grupos e variações de
gêneros e sexualidades.
Crossdressers e transformistas
Além disso, existem os crossdressers, que se refere
a homens heterossexuais que não buscam
reconhecimento e tratamento de gênero (não são
transexuais), mas tem prazer ao se vestirem como
mulheres temporariamente. E também o termo Drag
Queen, Drag King ou transformista, que são artistas
que fazem uso estereotipado e exacerbado das
expressões de gênero em apresentações, para
diversão, entretenimento e espetáculo, não como
identidade.
Fontes: Revista AzMina e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
5 A Banqueta 3
Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023
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 Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023
A Banqueta 10

Instituição oferece uma Secretaria Municipal de Saúde, assim como o CER

gama de serviços no
III; já a escola e o CPP têm relação com a pasta da Therasuit: modalidade de treinamento neurointensivo, de estim
Custa um valor estimado de R$ 13 mil a R$ 18 mil por módulo,
Educação”, elucida o presidente da fundação,

âmbito da reabilitação Gliverson Marques.

intelectual, física e Escola Ana do Nascimento

auditiva, de forma Quando a Faenol foi criada, de fato, inicialmente, o
gratuita, a pacientes serviço da fundação era voltado apenas às crianças

residentes em diversas
da E. M. Ana do Nascimento Souza. “Era um serviço
único, multidisciplinar, com terapia ocupacional,

outras cidades, para fonoaudiologia, psicologia e fisioterapia. Atendíamos

além de Nova Lima

A Fundação de Atendimento Especializado de Nova
Lima (Faenol) foi criada em 28 de junho de 1983.
Ao longo desses 40 anos, a instituição ampliou e
modernizou seu atendimento, sempre com foco na
autonomia e na inclusão das pessoas com
deficiências múltiplas. Para celebrar o aniversário
dessa importante instituição - que atende não
apenas moradores de Nova Lima, mas também de
os alunos da escola e por isso existe essa confusão
em relacionar a escola à Faenol”, reitera o presidente
da instituição. Gliverson explica que, por volta de
2006, a unidade de ensino passou por uma
reconfiguração. “Foi construído um novo projeto de
inclusão, então as crianças da escola foram incluídas
na rede regular de ensino”, explica. Assim, houve
um esvaziamento da escola e a Faenol, aos poucos,
ampliou seus serviços e abrangência do perfil do
público atendido.
Impacto em muitas vidas

40 anos d
várias cidades, como Raposos, Rio Acima, Sabará,
Mariana, Ouro Preto, Caeté, entre outras - a
instituição preparou uma programação especial, que Capa
aconteceu ontem (28), com diversas atividades. Nas
próximas linhas, um pouquinho da história dessa
fundação e os serviços oferecidos, de forma gratuita,
à população.

Reconhecimento
“Não dá para falar de Nova
Lima sem citar a Faenol, pelo
menos no âmbito da Saúde”.
Essa é a avaliação da
fisioterapeuta Eula Adriana
Silva, que trabalha há 15
anos na fundação. “Vários
pacientes me emocionam e
emocionaram. Os que mais
marcam são aqueles que
chegam muito dependentes
e conseguem independência. Estou com um caso
recente, de um paciente com traumatismo medular,
chegou em cadeira de rodas, sem conseguir
controlar o tronco e nem permanecer sentado direito
sozinho e hoje ele anda, ainda que com andador.
Nova Lima inteira já passou por aqui, quem nunca
veio, tem algum conhecido que usou os serviços
daqui”, considera.
Christian de Almeida, de 21 anos, é uma dessas
pessoas que tiveram a vida impactada ao conquistar
um pouco de independência após o acolhimento e
serviços oferecidos pela Faenol. “Utilizo a instituição
há três anos, principalmente a fisioterapia. Quando
entrei eu não tinha tanto equilíbrio. Eu caía muito,
agora não caio tanto mais. Além disso, a minha fala
era muito prejudicada”. A mãe dele, Dacy de
Almeida, confirma: o impacto é em toda família.
“Por meio do acolhimento, dos serviços e do carinho
de todos daqui pude ver o desenvolvimento do
Christian e sua progressão. Senão fosse a Faenol, só
Deus sabe o que seria de mim”, revela a mãe.
Ampliação dos serviços
A fundação, que atua no âmbito da reabilitação
intelectual, física e auditiva, cresceu e hoje possui
uma gama de serviços, nos setores do Núcleo de
Prevenção e Intervenção Precoce (NUPI), para
crianças de 0 a 5 anos, e na clínica, que atende
pessoas a partir dos 6 anos de idade. Atualmente,
os serviços oferecidos são: fisioterapia ortopédica,
neurológica, reumatológica, uroginecológica e
cardiorrespiratória; terapia ocupacional;
fonoaudiologia; psicologia; assistência social;
musicoterapia; nutrição; medicina clínica,
psiquiatria, neurologia e otorrinolaringologista;

Complexo
Mas apesar de todo o reconhecimento, ainda paira
uma grande dúvida em relação à Faenol: sua criação
aliada à Escola Municipal Ana do Nascimento Souza
- construída para receber crianças com deficiências
- a qual funciona no mesmo espaço físico. “São dois
serviços distintos em um mesmo lugar. A Faenol está
localizada dentro de um espaço físico que engloba
também a escola Ana do Nascimento, o Centro
Psicopedagógico (CPP) e o Centro de Especialização Hidroterapia: fisioterapia aquática, preparada e adaptada para utilizar os benefícios e efeitos da flutuação
em Reabilitação (CER III). Estamos ligados à e pressão hidrostática no processo de reabilitação. Custa, em média, de R$ 80 a R$ 230, por sessão.
 11 A Banqueta
mulação motora.
, ou seja, por mês.
da Faenol
saúde auditiva, com triagem, diagnóstico e
reabilitação; terapias complementares, com
equoterapia, hidroterapia e therasuit; odontologia;
oficina ortopédica, com avaliação e dispensação de
meios de locomoção, órteses e próteses; ostomia,
com avaliação, acompanhamento e dispensação de
bolsas de ostomia; espaço para artes e ofício, com
oficinas de arte terapia, hortiterapia e psicologia.
Outros municípios
A Faenol acolhe, gratuitamente, pessoas
encaminhadas a partir do Sistema Único de Saúde
(SUS). “O caminho é, primeiro, a Unidade Básica de
Equoterapia: método terapêutico físico, ocupacional e educacional que utiliza cavalos, que servem
para estimular o desenvolvimento da mente e do corpo, melhorando as funções neurológicas.
Custa cerca de R$ 150 a R$ 400, por sessão.
Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023
Saúde (UBS), depois Secretaria Municipal de Saúde,
que então encaminha o caso para cá. A partir disso,
avaliamos para decidirmos as terapias necessárias
de reabilitação”, conta Gliverson. A partir de 2018,
a Faenol foi credenciada como Centro de
Especialização em Reabilitação (CER III), que é um
ponto de atenção ambulatorial especializado e de
referência, com uma proposta de intervenção
terapêutica, vinculado ao Governo Federal. “Por
causa disso, temos outros municípios sendo
atendidos, mas apenas em algumas modalidades
específicas”, revela.
CER III
Por meio exclusivo do convênio CER, os serviços de
Órteses, Próteses e Meios Auxiliares de Locomoção
(OPM) física e de ostomia são disponíveis para Nova
Lima, Rio Acima, Raposos, Belo Vale, Sabará, Caeté
e Moeda; a reabilitação auditiva abrange Nova Lima
e também os municípios de Belo Vale, Moeda,
Raposos, Rio Acima, Itabirito, Mariana e Ouro Preto;
já a reabilitação física geral é ofertada para Nova
Lima, Raposos, Rio Acima e Belo Vale; e as terapias
complementares são disponíveis apenas para quem
mora em Nova Lima.
Abrangência
A abrangência da Faenol é tão grande que, até
mesmo no segundo ano da pandemia da Covid-19,
em 2021, foram mais de 50 mil atendimentos; em
2022, com o avanço da vacinação contra o
coronavírus, o número aumentou: mais de 66 mil
procedimentos foram realizados na fundação. “Com
certeza absoluta que a Faenol, apesar de já ter
crescido muito, ainda precisa ampliar mais, porque
há uma demanda muito grande na região. Inclusive,
temos vários projetos vinculados a essa
necessidade, em aumentar as modalidades e
capacitar ainda mais nossos colaboradores”, conta o
presidente da instituição.
Fila externa
Gliverson explica que existem dois tipos de filas de
espera. “Uma externa, controlada pela junta
reguladora do município, visto que o fluxo da Faenol
vem da Secretaria Municipal de Saúde. Temos
alguns serviços que conseguimos atender sem
precisar dar entrada nesse fluxo, mas mais de 90%
das modalidades que são oferecidas na instituição
precisa passar, inicialmente, pela pasta da Saúde,
por causa da junta reguladora, que é composta por
um fisioterapeuta, um fonoaudiólogo, um assistente
social e agora também haverá um terapeuta
ocupacional. Ou seja, uma equipe capacitada,
multidisciplinar, que segue todo um protocolo, para
encaminhar os casos para a instituição. Quando o
paciente não é encaminhado para cá, dependendo
do diagnóstico dele, é encaminhado para um
ambulatório, que o município também oferece”,
explica Gliverson Marques.
Fila interna
A segunda fila é do tipo interno. “Essa é composta
por pessoas que já foram avaliadas por nós, já são
pacientes da Faenol. Por exemplo, acolhemos a
pessoa, avaliamos, definidos quais serão as
melhores terapias e pode ser que tenhamos vaga na
fisioterapia, mas não na psicologia, o que gera uma
fila interna. Em relação à fila externa, não posso
garantir, porque ela é controlada pela junta
reguladora, mas pelo o que sabemos, a maior fila é
a de fisioterapia uroginecológica, já a fila interna,
atualmente, é a de terapia ocupacional, por falta de
profissionais no mercado”.
Finanças
Para viver, ou como dizem os funcionários,
“sobreviver”, no âmbito financeiro, a Faenol recebe
subvenções municipal e federal. “A instituição cria
um Programa Orçamentário Anual (POA), que é
encaminhado à Prefeitura de Nova Lima, e a partir
daí é tramitado juntamente com a Lei Orçamentária
Anual (LOA). Em seguida, passa pelas aprovações
na Câmara dos Vereadores e, depois, pela sanção
do prefeito. Além da subvenção, recebemos uma
verba do Governo Federal devido ao credenciamento
que temos no Ministério da Saúde, por sermos
qualificados como CER”, encerra.
Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023 A Banqueta 12
13 A Banqueta Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023
 Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023 A Banqueta 14

Músicos de Nova Lima,

de diferentes gerações,
compartilham a paixão
pelo instrumento,
perpetuam a tradição e
impulsionam a criação
de novas sonoridades
A sanfona, instrumento característico das festas
juninas, desempenha um papel fundamental na
sonoridade e identidade dessas celebrações. Os
músicos que dominam esse instrumento têm a
habilidade de encantar o público com suas melodias
marcantes, ao criar uma atmosfera festiva e de
muita riqueza cultural, que transporta as pessoas
para um mundo de tradições e folclore. Para os

A sanfona
sanfoneiros, essas festividades representam não
Cultura
apenas um momento de celebração, mas também
uma oportunidade única para demonstrarem suas

maestrias musicais, o que também se atrela ao
emprego e renda. Em Nova Lima, um grupo de
músicos talentosos, de diferentes gerações, tem
desempenhado um papel fundamental em manter
viva a tradição da sanfona. As histórias desses
instrumentistas demonstram, inclusive, que também
há uma perspectiva contemporânea para esse
instrumento tão tradicional.
Autodidata
brilha
caminhos surpreendentes de aprendizado musical e,
ao tocar, transporta o público para um universo
nostálgico e encantado. “Eu absorvia cada detalhe
dos amigos e parentes que tocavam. Em 1993 fiz
parte de um trio sertanejo, cujo nome era Trio Az de
Ouros, onde o sanfoneiro era o Carlos Rezende, um
grande amigo e minha inspiração. Em 1998, ganhei
minha primeira sanfona e, de lá para cá, tive a
oportunidade de tocar em mais de oito bandas e em
diversas aberturas para artistas a nível nacional,
como Daniel, João Mineiro e Marciano, entre
outros", revela.
professor, Sr. Zizinho, que vinha a domicílio, de trem.
Antes de herdar a sanfona de minha prima, eu usava
um instrumento emprestado de uma vizinha. Em
2018 adquiri um modelo mais novo e, de lá para cá,
me considero uma aprendiz. Me dedico a esse
instrumento infinito, levando alegria a quem me
escuta tocar", conta.
Objeto educacional

Além das notas musicais

Para Sr. Chiquinho, a sanfona vai além das notas
musicais, carregando consigo uma riqueza cultural
incomparável. “É um instrumento único e marcante,
sua sonoridade é determinante para os estilos que
ela faz parte, como o forró, baião, xote, sertanejo,
entre outros. Meu sonho era ser sanfoneiro, mas
diante das dificuldades era algo quase impossível.
Hoje, realizo esse sonho a cada show que faço, além
de poder tocar ao lado do meu filho Frank, que
também é músico e compartilha os palcos comigo”.

Francisco dos Santos, de 53 anos,
carinhosamente conhecido como Sr. Chiquinho, é
uma figura lendária entre os músicos sanfoneiros de
Nova Lima. Autodidata, aprendeu a dominar os
acordes da sanfona sozinho e com maestria. Abriu
Paixão de infância
Há 53 anos, Maria de Lourdes Miranda tem a
sanfona como companheira. De origem em terras
baianas, em Itupeva, herdou seu primeiro acordeon
de sua prima, que abdicou dele para seguir a
carreira de Assistente Social. "Aos 11 anos, quando
eu morava em Baixo Guando, no Espírito Santo, com
minha tia Áurea, ela pagou as minhas aulas com o
 15 A Banqueta Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023

Com alegria e energia contagiante em cada show,
"Lourdinha da Sanfona", como gosta de ser
chamada, hoje, aos 64 anos, realiza apresentações
em missas, aniversários, festas juninas e utiliza o
instrumento como ferramenta pedagógica valiosa
nas escolas. "Uso a sanfona para transmitir
conhecimento musical, explorar a cultura regional,
também em épocas de festividades juninas. Acredito
que essas experiências nas escolas podem ser o
início de um caminho musical para muitas crianças
e jovens, que podem se tornar futuros músicos
sanfoneiros, levando adiante a tradição e a cultura
da sanfona", afirma.
Horizontes musicais
sertaneja. A sanfona cabe em diversos estilos e
gosto sempre de inovar em sonoridades, arranjos e
utilizá-la, sempre que possível, nos shows: seja solo,
com outros artistas, eventos juninos, casamentos ou
eventos sociais. Ela não nasceu no Brasil, mas faz
parte da nossa cultura", afirma.
Sanfoneiro prodígio
Voice Brasil 2014, Maiara e Maraisa e, atualmente,
toco com a dupla Zé Neto e Cristiano. É com a minha
sanfona que dou continuidade a obra e ao dom que
meu avô me deixou e, graças a Deus, tive
oportunidade de levar meu som para muitos
lugares", considera.
Leque musical
O músico Leonir Gonçalves, de 34 anos,
encontrou em meio à situação desafiadora da
pandemia da Covid-19, uma oportunidade ao poder
dedicar tempo para adaptar suas habilidades do
teclado para a sanfona, explorando a expressividade
e riqueza sonora que o novo instrumento oferece.
"Ao mergulhar na sanfona, abri meu leque e tive a
oportunidade de aprender a dominar as técnicas
específicas desse instrumento em algumas aulas
com os músicos Vitor Dieguez e Sérgio Saraiva. Foi
uma experiência enriquecedora. Ao lado deles
percebi a necessidade que o mercado tem de novos
intérpretes que toquem esse instrumento que
transcende fronteiras e encantam gerações", diz.

O músico nova-limense, Vitor Dieguez, de 32
anos, encontrou na sanfona a possibilidade de
aprimorar suas habilidades técnicas ao explorar
novos horizontes musicais. "Comecei na música pelo
teclado e, ao longo do tempo, aprendi outros
instrumentos, entre eles violão, saxofone e o último
deles, a sanfona. Comprei minha primeira sanfona
em 2015 e o interesse veio devido à alta demanda
para o instrumento, principalmente com a evolução
do mercado sertanejo, e a dificuldade de encontrar
sanfoneiros disponíveis. Fiz poucas aulas para
iniciação no instrumento, mas o fato de ser
tecladista me ajudou muito com a técnica
necessária", explica.
Instrumento versátil
O estilo único do músico se tornou referência na
cena sanfoneira de Nova Lima. Para Vitor, o
acordeon é um instrumento de estudo constante,
além de ter muitas facetas, capaz de se adaptar a
diversos gêneros musicais. "Acho interessante
apresentá-la para além do forró ou da música
Reconhecimento
Mesmo tendo pouco tempo como sanfoneiro, Leonir
coleciona trabalhos com diversas bandas de Nova
Lima e região, e acumula experiências marcantes.
"Não me esqueço de um show que fiz no Espírito
Santo, com a dupla Diow e Léo. O público era de
aproximadamente umas seis mil pessoas. Percebi
que ser sanfoneiro é ser músico e, ao mesmo
tempo, um personagem que não pode ficar de fora
das festas populares, forrós, modão sertanejo, festa
de migrantes e tantas outras. Nos meses juninos,
graças a Deus, tem bastante trabalho, agenda
Vindo de uma família musical, da banda Pop Minas lotada de junho a julho, e isso significa o
e W3, composta por músicos do bairro Chácara dos reconhecimento e importância cultural do nosso
Cristais, Cleverson Moreira, de 32 anos, trabalho", finaliza.
sanfoneiro prodígio, despontou como uma das
grandes revelações da cidade ainda jovem. "Meu
primeiro contato com a sanfona foi aos 10 anos, pois
já tinha o instrumento em minha casa. Desde então,
comecei a ter curiosidade por ela e logo explorei o
instrumento por conta própria. Minha maior
inspiração naquele momento era meu avô, Sr.
Elisiário, e meu pai Edson, também músico, que me
ensinou os primeiros acordes, me incentivou e me
levou para fazer aulas em Belo Horizonte, com um
professor nordestino conhecido como Joãozinho",
lembra.
Carreira internacional
Desde os primeiros toques, ficou claro que Cleverson
possuía um talento inato para o instrumento. Sua
habilidade e musicalidade impressionam a todos que
o ouvem tocar, o que contribuiu para ser conhecido
nacional e internacionalmente, dividindo o palco
com cantores renomados. "É mágico saber que em
minhas mãos tenho um instrumento com o poder de
alegrar e inspirar as pessoas. Tive a oportunidade
de ir para os EUA, Portugal, Itália, Londres e poder
tocar com Bruno e Breno, Alan e Alex, Clayton e
Romário, Danillo Reis e Rafael, campeões do The
 Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023
Villa Nova muitos, que protagonizou uma das maiores
alianças já presenciadas no futebol mineiro.
BASTIDORES
Ontem foi o Graças a essa intervenção no campo, o Leão
aniversário de conseguiu voltar à elite do futebol estadual.
115 anos do Agora, em 2023, o Leão assegurou sua
meu querido participação no Campeonato Brasileiro da
Villa Nova. 115 Série D, em 2024, após quatro anos afastado
anos de uma da cena nacional. A torcida precisa continuar
história que não abraçando o time, com o seu amor
pode ser incondicional. Esperamos que o clube
esquecida. O continue se reorganizando fora de campo,
clube mais voltando com as suas categorias de base,
tradicional e para que, em breve, figure novamente ao seu
vitorioso do lugar!
interior de Minas
Gerais. Espero Copa Retiro: no último final de semana,
ver o Leão do pela 1ª rodada do torneio de peladeiros,
João Vitor Xavier
Bonfim voltando organizado pelo Retiro S. C., o atual campeão
ao seu passado Kero Biss venceu o time dos Cristais, por 2 a
de grandes glórias. Participei ativamente dos 0. O Cochabamba venceu o Galáticos, por 2
esforços para colocar o Villa em campo, a 1. E a partida entre Aliança e XII Lobos não
quando ele tinha acabado de cair para a 2ª saiu do 0 a 0. Neste sábado (01/07), a bola
Divisão. Uma solução que surgiu através de volta a rolar às 10h30, para Aliança e
uma parceria notável, com esforços de Cochabamba, fazendo o clássico do bairro
Retiro Sport Club
Agachados: Elton (mecânico), Airton
Em pé: Zezé, Paulo, Nereu (Senai), Mário
“Pato-Galo”, Gentil, Geraldo “Sapatão” e Didi
“Tico-tico”, Orlando Militão, Pedro e Orácio
A Banqueta 16
Mingu. À tarde, às 14h, tem o jogo dos
desesperados, Galáticos x Cristais. No
domingo (02/07), às 10h45, o Kero Biss
encara o XII Lobos. Atlético: na última
terça-feira (27), o Galo conseguiu a sua
classificação na Copa Libertadores da
América, em confronto contra o Libertad, no
Paraguai, marcado por complicações táticas
e casos de racismo. O jogo terminou
empatado, em 1 a 1, e com esse resultado o
Atlético classificou na segunda colocação do
grupo G. O sorteio para os confrontos da
próxima fase da Libertadores será realizado
na próxima quarta-feira (05/07). O Galo volta
a campo pelo Brasileirão, neste domingo
(02/07), às 16h, no Mineirão, contra o
América. A equipe ocupa a 10ª colocação da
competição, com 19 pontos.
Cruzeiro: após voltar a ganhar no
Brasileirão, a Raposa retorna a campo neste
sábado (01/07), em Porto Alegre, para
enfrentar o Internacional, às 21h. A equipe
celeste ocupa a 12ª posição, com 17 pontos.
No Fundo do Baú
Em homenagem ao aniversário de 107 anos do Retiro Sport
Club - comemorado no próximo sábado, 1º de julho, de uma
história linda, na qual coloca o clube amador como um dos
mais longínquos de todo o Brasil - a coluna desta semana
relembrará a equipe júnior dos Miquilinos, da década de 60.
O treinador era Jair “Magrelo” e um dos dirigentes
“Cuzcuzeiro”. Os treinos deste time, na época, ocorriam duas
vezes na semana, toda terça e quinta-feira, e somente os
melhores iam para os jogos realizados aos domingos.
Enquete - Quais foram os melhores jogadores do júnior do Retiro
S. C. da década de 60? Envie sua resposta para o email:
enqueteabanqueta@gmail.com. Participe!
Resposta da enquete anterior - Os melhores jogadores do
Motobol, de 2016, foram: em 1º lugar, com 50% dos votos,
Muller Junio. Em 2º, com 30%, Jhonatan. E, em 3º lugar, com
20%, Gordin.
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 Nova Lima - Raposos - Rio Acima - 29 de Junho a 05 de Julho de 2023
João é homenageado
Nessa segunda-feira (27), o prefeito de Nova Lima,
João Marcelo (Cidadania), foi agraciado com o
Troféu Tancredo Neves, em sua 36ª edição, pelo
jornal Edição do Brasil. Segundo a organização do
evento, o troféu é entregue a personalidades e
autoridades que contribuíram com o ex-atletas do América Mineiro. Presenças
desenvolvimento de Minas Gerais. “Agradeço a
homenagem e reafirmo meu compromisso de seguir
trabalhando por Nova Lima, Minas Gerais e pelo
Brasil!”, afirmou o prefeito em seu discurso.
Zema de mal a pior
Impressionante como o atual governador de Minas
Gerais, Romeu Zema (Novo), tem pisado na bola.
Primeiro veio à Nova Lima inaugurar apartamentos
privados. Depois, só pensa em sua candidatura a
presidente da República, principalmente com a
quase certa inelegibilidade de Bolsonaro. Em
seguida, aumenta o seu próprio salário em 300% e
nega aumento aos servidores da Educação e da
Segurança Pública. E, por fim, ele manda embora o
seu Chefe de Governo, Igor Eto, para dar espaço
para a ala dos ‘politicões’ em seu governo,
totalmente diferente do que ele fez em seu primeiro
mandato. É o ditado mais certo que tem: quer
conhecer o político? Dê um cargo a ele.
Jogo dos ex-atletas do Leão
Neste sábado (01/07), em comemoração aos 115
anos do Villa Nova, um time formado por ex-atletas
do clube - liderados pelo ídolo eterno do Leão do
Bonfim, um dos jogadores que mais vestiram o
manto sagrado do maior patrimônio de Nova Lima,
nosso xerife Isaac - entra em campo, às 10h, no
Alçapão do Bonfim, para encarar o time de
confirmadas de Galau, Xororó, Celinho, Gilmar,
Sidney, Elísio, Pirulito, João Paulo de Pirulito, Ênio
Dorneles, Zé da Pomba, Jairo Gomes, Zé Maurício,
Catito, Caloi, Alemão, dentre outros, que fizeram a
história no clube nova-limense. Entrada gratuita!
A Banqueta 18
Ótimo programa gratuito
Em 1º de julho, o famoso Grupo de Teatro Armatrux
volta à cena com o espetáculo “Nhoque”, a partir
das 19h, no Jardim do C.A.S.A. - sede da companhia
no bairro Vale do Sol, em Nova Lima. Antes do início
do espetáculo, os espectadores têm acesso gratuito
aos jardins do C.A.S.A., a partir das 16h30. No local,
haverá DJ, recreação para crianças e o
funcionamento do Restaurante Final do Bonde
(originalmente localizado no Mercado Novo - BH).
Os chefs Paola Menezes e Jean vão servir opções
para crianças e adultos, como algodão doce, pipoca,
hambúrguer, vinho, espumante, chope, pão de
queijo, e claro, Nhoque! A entrada é gratuita.
C.A.S.A.
A escolha de fazer o espetáculo no C.A.S.A. não foi
à toa. “Na pandemia, fizemos um movimento e
conseguimos nos aproximar da comunidade do
entorno. O espaço tem sofrido diversas mudanças
em sua estrutura, desde então, para acolher as
pessoas com mais conforto. A gente sente que o
público entra e fica feliz aqui. É um espaço
alternativo, de dois grupos que estão sempre em
construção. Tem os desafios de produção. Mas
estamos preparando para receber todos com muito
carinho e segurança”, conta uma das organizadoras
do evento.
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