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Estudante: Beatriz Cabral

Educador Clínico: Pedro Daniel Moreira

Licenciatura em Fisioterapia - 4ºano


Ano letivo 2022/2023
De 02 de janeiro a 03 de março de 2023
Índice
Lista de abreviaturas ................................................................................................3
Identificação.............................................................................................................4
Introdução ................................................................................................................5
Ficha Clínica I ............................................................................................................6
Ficha Clínica II .........................................................................................................22
Ficha Clínica III ........................................................................................................38
Ficha Clínica VI .......................................................................................................53
Bibliografia ............................................................................................................69

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Lista de abreviaturas

ADM - Amplitude de movimento


END - Escala Numérica para a Dor
FAOS - Foot and Ankle Outcome Score
MI - Membro Inferior
MID - Membro Inferior Direito
MIE - Membro Inferior Esquerdo
MS - Membro Superior
MSD - Membro Superior Direito
MSE - Membro Superior Esquerdo
TM - Teste Muscular
TT - Tibiotársica

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Identificação

Instituição: CESPU – Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Tâmega e Sousa

Curso: Licenciatura em Fisioterapia


Unidade Curricular: Ensino Clínico III – 3º módulo
Ano do curso: 4º ano

Estudante: Beatriz Jesus Santos Cabral


Local de Estágio: Clube Andebol de Baltar

Educador Clínico: Fisioterapeuta Pedro Daniel Moreira


Data à qual reporta o relatório: 02/01/2023 a 03/03/2023

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Introdução

O presente relatório concerne ao estágio realizado no Clube Andebol de Baltar, no


período de 02 de janeiro de 2023 a 03 de março de 2023, com um total de 315 horas,
com orientação do fisioterapeuta Pedro Daniel Moreira.

Esta unidade curricular de caráter prático tem como objetivo aplicar e consolidar os
conhecimentos, tanto teóricos como práticos, adquiridos até ao momento, num
contexto de trabalho.

Serão então documentadas fichas clínicas dos pacientes que me foram atribuídos e um
estudo de caso, contendo a respetiva identificação do paciente, o exame subjetivo, o
exame objetivo, os objetivos e o tratamento, bem como as suas reavaliações e os seus
progressos ao longo do tempo.

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Ficha Clínica I

Exame subjetivo (M0)


Nome: B.S Idade: 23 anos
Género: Masculino Data de nascimento: 14/03/1999
Estado civil: Solteiro Altura: 179cm
Hábitos tabágicos: Não apresenta. Peso: 90kg
Hábitos alcoólicos: Não apresenta. IMC: 28,1 kg/m2, de acordo com a OMS, o
IMC está acima do recomendado para a altura.
Ocupação/profissão: Operário. Lateralidade: Destro
Atividade física: 3x por semana.

Diagnóstico médico: Entorse da tibiotársica direita.

História Clínica: Refere que durante o jogo de andebol realizou uma rotação do pé
para inversão e sentiu uma dor aguda de imediato.
Acrescenta que realizou gelo após a lesão.

Antecedentes pessoais:
– Entorses na tibiotársica ipsilateral.

Antecedentes familiares:
– Não apresenta.

Caracterização dos sintomas

Localização dos sinais e sintomas: Dor no tornozelo direito (++ astrágalo


anteriormente e ligamentos perónio-astragalino posterior e tibio-astragalino
posterior);
Tipo de dor: Dor mecânica (agrava e alivia com movimento) e rigidez matinal.
Intensidade:
• Para quantificar a dor foi utilizada a Escala Numérica para a Dor (END), que
consiste em auxiliar na avaliação da intensidade da dor no paciente. É um
instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento ou mesmo durante algum exercício, de maneira mais fidedigna.
Foi explicado ao paciente que iria quantificar a sua dor com um valor de 0 a 10,
sendo que 0 correspondia à ausência da dor e 10 à dor máxima que era possível
sentir.
o Dor em repouso:

o Dor com atividade:

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Fatores que agravam: A dor aumenta quando o paciente desce escadas e faz o
movimento de ataque ao solo. A dor depois de aumentar, fica durante algum período
de tempo e depois desaparece.
Fatores que aliviam: Permanecer em repouso e fisioterapia.

Body chart

Legenda:

Edema

Equimose

Dor

Exame objetivo (M0) – 04/01/2023


Observação informal
Impressão geral: O paciente apresenta-se ao serviço de fisioterapia sozinho.
Nível de consciência: Paciente consciente e orientado no tempo e no espaço.
Expressão facial: Bem-disposto e sorridente. Visão: Sem alteração.
Colaboração: Colaborante. Audição: Sem alteração.
Atenção: Sem alteração. Linguagem e comunicação: Expressa-se com
clareza.
Observação formal
Estado da pele: Hidratada e com coloração normal.
Temperatura da pele: Aumentada no maléolo externo direito quando comparado com o membro
contra-lateral.
Edema: Em torno do maléolo externo direito.
Equimose: Situada inferiormente ao maléolo externo.
Cicatriz: Não apresenta.
Atrofias: Não apresenta.

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Avaliação postural estática

Carga Carga à esquerda e posterior


Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos − Cervical anteriorizada;
Posição (ósseos e − Anteriorização dos ombros;
musculares) − Cifose torácica;
ortostática − Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
− Alongamento do hemitronco esquerdo;
− Encurtamento do hemitronco direito;
− Carga no calcanhar e lateral no pé
bilateralmente.

Avaliação postural dinâmica

Alinhamentos − Cervical anteriorizada;


(ósseos e − Cifose torácica;
musculares) − Flexão do tronco superior sobre o tronco inferior;
− Ligeiro valgo do joelho direito;
− “Flexum” do joelho esquerdo;
− A cadência da marcha é lentifcada e com alguma
claudicação.

Fase de apoio − O tempo da fase de apoio no MID é menor, uma vez


que, o paciente apresenta dificuldade a transferir
Marcha carga para este membro;
− Não consegue distribuir carga por todo o pé, sendo
que apoia apenas o bordo lateral e o calcanhar;
− Não ocorre extensão do joelho direito quando
recebe carga;
Fase de balanço − A fase de balanço é maior no MID do que no MIE
pois como há um défice de força por parte dos
flexores da anca do lado direito, há um balanço do
membro, aumentando o tempo deste no ar;

Fase de ataque − Não realiza o movimento de flexão dorsal.


ao calcanhar

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Movimentos ativos
Os movimentos ativos avaliam a prontidão do paciente, arco de dor, a qualidade do
movimento, amplitude de movimento e controlo muscular.

Articulação Tibio-társica (TT) MI direito MI esquerdo


Flexão dorsal Limitação nos últimos Sem limitação de ADM
graus de ADM
Flexão plantar Sem limitação de ADM Sem limitação de ADM

Inversão Limitação em metade da Sem limitação de ADM


amplitude
Eversão Sem limitação de ADM Sem limitação de ADM

Tabela 1: Registo dos movimentos ativos da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: Comparando a tibiotársica esquerda com a direita,


vemos que a direita apresenta limitação da amplitude de movimento (ADM) de
inversão (movimento lesional da atual entorse) e ainda limitação dos últimos graus de
flexão dorsal.

Movimentos passivos
Os movimentos passivos avaliam o end-feel, dor, padrão capsular, amplitude de
movimento e crepitações/espasmos/resistência.

Articulação Tibio-társica MI direito End-feel MI esquerdo End-feel


Flexão dorsal Dor: 0/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Flexão plantar Dor: 0/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Inversão Dor: 5/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Eversão Dor: 2/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Tabela 2: Registo dos movimentos passivas da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: O movimento de inversão apresenta dor (5/10) e a


eversão (2/10), com end-feel elástico.

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Movimentos resistidos
Os movimentos resistidos avaliam as estruturas contráteis.

Articulação Tibio-társica MI direito MI esquerdo


Flexão dorsal Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Flexão plantar Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Inversão Sem força e com dor. Com força e sem dor.

Eversão Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Tabela 3: Registo dos movimentos resistidas da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: O paciente refere dor (5/10) no movimento de inversão


da tibiotársica direita tendo, consequentemente, uma diminuição de força. Todos os
outros movimentos são indolores e com força normal (teste muscular (TM)=5).

Avaliação da amplitude articular


Goniometria
• A goniometria é um método de avaliação que permite atingir um diagnóstico
funcional de forma a mensurar objetivamente as amplitudes de movimento
articular, por meio da utilização do goniómetro universal. A posição inicial da
avaliação goniométrica foi a posição de repouso.

Movimentos ativos
Articulação Tibio-társica MI direito MI esquerdo
Flexão dorsal (0º-20º) 15º 20º
Flexão plantar (0º-45º) 39º 42º
Inversão (0º-30º) 22º 27º
Eversão (0º-20º) 16º 16º
Tabela 4: Registo das amplitudes articulares ativas da tibio-társica.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 5º face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

Interpretação dos resultados: O paciente apresenta um défice considerável nas ADM


de flexão dorsal e inversão direita comparativamente ao esquerdo.

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Avaliação do volume muscular
Perimetria

• A perimetria é um método de avaliação que permite encontrar o perímetro


máximo de um segmento corporal, por meio da utilização da fita métrica.
Através desta avaliação podemos identificar a presença ou não de edemas,
atrofia muscular, inflamação, entre outros.
• A posição adotada para a avaliação da perimetria foi o decúbito dorsal.

Membro Direito Esquerdo Diferença


Nível metatarso 23,2 cm 23,2 cm 0,0 cm
falângicas
Nível cuboide-navicular 27,4 cm 27,1 cm 0,3 cm

Nível maleolar 29,4 cm 28,1 cm 1,3 cm


5 cm acima dos maléolos 25,1 cm 25,0 cm 0,1 cm
10 cm acima dos 27,7 cm 27,1 cm 0,6 cm
maléolos
15 cm acima dos 31,8 cm 30,6 cm 0,8 cm
maléolos

Tabela 5: Registo da medição da perimetria dos membros inferiores.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 1cm face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

Interpretação dos resultados: Através dos resultados, concluímos que o paciente


apresenta um aumento de volumetria ao nível maleolar.

Avaliação da força muscular


Teste muscular

Membro Direito Esquerdo


Tríceps sural 5 5
Tibial anterior 4+ 5
Tibial posterior 4+ 5
Peroniais 5 5

Tabela 6: Registo do teste muscular atribuído na musculatura da tibio-társica.

Legenda:
• 4+ = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
moderada e máxima.
• 5 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
máxima

Interpretação dos resultados: Através da análise dos dados obtidos, concluiu-se que os
grupos musculares tibial anterior e tibial posterior encontram-se com diminuição de
força muscular.

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FAOS - Foot and Ankle Outcome Score

• A FAOS foi desenvolvida para medir a opinião dos pacientes sobre uma
variedade de problemas ligados à funcionalidade do pé e tíbio-társica.
• A FAOS é de auto-preenchimento pelo paciente e consiste em 42 questões
distribuídas em cinco sub-escalas: Dor, Outros Sintomas, Funcionalidade na
vida diária, Funcionalidade no desporto e lazer, e Qualidade de Vida
relacionada com o pé e tíbio-társica

FAOS Pontuação
Sintomas e rigidez 61%
Dor 72%
AVD’s 87%
Atividades desportivas e de lazer 60%
Qualidade de vida 75%
Score FAOS 75%

Tabela 7: Registo do score atribuído na escala FAOS.

Interpretação dos resultados: O paciente apresenta um score alto, o que significa que
possui uma boa funcionalidade. (quanto maior o score, maior a funcionalidade)

No entanto, os subgrupos de sintomas e rigidez e atividades desportivas e de lazer são


os que condicionam mais o dia-a-dia do paciente. (Anexo A)

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Exame objetivo (M1) – 10/02/2023

Caracterização dos sintomas


Intensidade:
• Para quantificar a dor foi utilizada a Escala Numérica para a Dor (END), que
consiste em auxiliar na avaliação da intensidade da dor no paciente. É um
instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento ou mesmo durante algum exercício, de maneira mais fidedigna.
Foi explicado à paciente que iria quantificar a sua dor com um valor de 0 a 10,
sendo que 0 correspondia à ausência da dor e 10 à dor máxima que era possível
sentir.
o Dor em repouso:

o Dor com atividade:

Avaliação postural estática

Carga Carga à esquerda e posterior


Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos − Cervical anteriorizada;
Posição (ósseos e − Anteriorização dos ombros;
musculares) − Cifose torácica;
ortostática − Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
− Alongamento do hemitronco esquerdo;
− Encurtamento do hemitronco direito;
− Carga no calcanhar e lateral no pé
bilateralmente.

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Avaliação postural dinâmica

Alinhamentos − Cervical anteriorizada;


(ósseos e − Cifose torácica;
musculares) − Flexão do tronco superior sobre o tronco inferior;
− A cadência da marcha é normal.

Fase de apoio − O tempo da fase de apoio é igual nos dois membros;


− Já ocorre extensão do joelho direito quando recebe
Marcha carga.

Fase de balanço − A fase de balanço é igual nos dois membros.

Fase de ataque − Realiza o ataque ao calcanhar corretamente.


ao calcanhar

Movimentos ativos

Articulação Tibio-társica MI direito (M0) MI direito (M1)


Flexão dorsal Limitação nos últimos graus Sem limitação de ADM
de ADM
Flexão plantar Sem limitação de ADM Sem limitação de ADM

Inversão Limitação em metade da Sem limitação de ADM


amplitude
Eversão Sem limitação de ADM Sem limitação de ADM

Tabela 8: Registo dos movimentos ativos da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: Após reavaliação, podemos concluir que não existem
limitação da ADM de inversão.

Movimentos passivos
Articulação Tibio-társica MI direito (M0) End-feel MI direito (M1) End-feel
Flexão dorsal Dor: 0/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Flexão plantar Dor: 0/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Inversão Dor: 5/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Eversão Dor: 2/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico


Tabela 9: Registo dos movimentos passivos da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: Após reavaliação, podemos concluir que o paciente não
apresenta dor.

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Movimentos resistidos

Articulação Tibio-társica MI direito (M0) MI esquerdo (M1)


Flexão dorsal Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Flexão plantar Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Inversão Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Eversão Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Tabela 10: Registo dos movimentos resistidos da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: O paciente refere que já não sente dor no movimento
resistido de inversão e já possui uma força normal.

Avaliação da amplitude articular


Goniometria

Movimentos ativos
Articulação Tibio-társica MI direito (M0) MI direito (M1)
Flexão dorsal (0º-20º) 15 18
Flexão plantar (0º-45º) 39 40
Inversão (0º-30º) 22 25
Eversão (0º-20º) 16 16

Tabela 11: Registo das amplitudes articulares ativas da tibio-társica.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 5º face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

Interpretação dos resultados: O paciente obteve melhorias ao nível das ADM ativas
do tornozelo direito em todos os movimentos avaliados, diminuindo assim a limitação
que existia.

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Avaliação do volume muscular
Perimetria

Membro MI direito (M0) MI direito (M1) Diferença


Nível metatarso 23,2 cm 23,2 cm 0,0 cm
falângicas
Nível cuboide-navicular 27,4 cm 27,5 cm 0,1 cm

Nível maleolar 29,4 cm 28,3 cm 1,1 cm


5 cm acima dos maléolos 25,1 cm 25,2 cm 0,1 cm
10 cm acima dos 27,7 cm 27,7 cm 0,0 cm
maléolos
15 cm acima dos 31,8 cm 31,9 cm 0,1 cm
maléolos

Tabela 12: Registo da medição da perimetria dos membros inferiores.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 1cm face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

Interpretação dos resultados: Através dos resultados, concluímos que o paciente


apresenta um diminuição do edema presente ao nível maleolar.

Avaliação da força muscular


Teste muscular

Membro MI direito (M0) MI direito (M1)


Tríceps sural 5 5
Tibial anterior 4+ 5
Tibial posterior 4+ 5
Peroniais 5 5

Tabela 13: Registo do teste muscular atribuído na musculatura da tibio-társica.

Legenda:
• 4+ = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
moderada e máxima.
• 5 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
máxima

Interpretação dos resultados: Através da análise dos dados obtidos, concluiu-se que os
grupos musculares tibial anterior e tibial posterior já possui um teste muscular superior
(TM=5).

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FAOS - Foot and Ankle Outcome Score

• A FAOS foi desenvolvida para medir a opinião dos pacientes sobre uma
variedade de problemas ligados à funcionalidade do pé e tíbio-társica.
• A FAOS é de auto-preenchimento pelo paciente e consiste em 42 questões
distribuídas em cinco sub-escalas: Dor, Outros Sintomas, Funcionalidade na
vida diária, Funcionalidade no desporto e lazer, e Qualidade de Vida
relacionada com o pé e tíbio-társica.

FAOS Pontuação
Sintomas e rigidez 89%
Dor 94%
AVD’s 100%
Atividades desportivas e de lazer 90%
Qualidade de vida 94%
Score FAOS 95%

Tabela 14: Registo do score atribuído na escala FAOS.

Interpretação dos resultados: O score aumentou quando comparado com (M0) o que
significa que o paciente possui ainda mais uma funcionalidade. (Anexo B)

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Raciocínio Clínico

A entorse é um movimento violento, com estiramento ou rutura de ligamentos de uma


articulação. A entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas
frequentemente encontradas na população ativa, que geralmente envolve lesão dos
ligamentos laterais.

O quadro clínico encontrado é de dor, com edema localizado na face ântero-lateral do


tornozelo, equimose mais evidente após 48 horas e dificuldade para deambular. Daí
ter sido feita uma avaliação formal, onde se verifica a presença de edema no maléolo
externo com a temperatura aumentada, dor, equimose e ainda alterações no padrão
da marcha.

A presença deste quadro clínico (dor, edema e equimose) resulta na diminuição de


amplitude articular, avaliada através de goniometria e ainda na diminuição de força
muscular avaliada através do teste muscular.

A entorse do tornozelo pode evoluir com complicações, com vários graus de limitação
funcional. Desta forma, foi necessário avaliar a funcionalidade do pé e tibio-társica
através da escala FAOS, onde este obteve um score de 75%.

O mecanismo de lesão habitual é a inversão do pé tornozelo, numa intensidade além


do normal, que acontece geralmente ao pisar um piso irregular ou um degrau. Por isso,
na avaliação inicial avaliou-se os movimentos ativos, passivos e resistidos, onde o
paciente apresentou limitação das amplitude de inversão e flexão dorsal por dor.

Tendo em conta a situação clínica atual do paciente, o nosso objetivo passa por
conferir mobilidade, potenciar a força muscular e por fim conferir funcionalidade ao
paciente de forma que este consiga retomar a sua atividade desportiva sem dor ou
outra limitação.

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Diagnóstico em fisioterapia:
– Diminuição das amplitudes articulares de inversão e flexão dorsal;
– Diminuição da força do tibial anterior e do tibial posterior;
– Dor no tornozelo;
– Edema ao nível dos maléolos;
– Equimose inferiormente ao maléolo externo;
– Alterações da marcha na fase de apoio, fase de balanço e fase de ataque ao
calcanhar.

Problema principal:
• Dor no maléolo externo, que provoca diminuição de força.

Hipótese de trabalho:
• Ao diminuir a dor, esperamos aumentar as amplitudes articulares.

Objetivo geral:
• Conseguir voltar a jogar sem dor, no espaço de 1 mês.

Objetivos específicos:
• Diminuir a dor;
• Aumentar as amplitudes articulares;
• Aumentar a força muscular;
• Melhorar a propriocetividade;
• Melhorar o padrão de marcha;
• Diminuir o edema.

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Tratamento efetuado

Tratamento efetuado
Objetivo Procedimento Material Duração Observações
específicos
Diminuir a dor e Massagem Creme de 10 minutos Massagem no tornozelo,
aumentar a massagem pé, trajeto dos músculos
circulação tibiais e peroniais e
sanguínea tendão de aquiles.
Aumentar Mobilização Sem 3 séries de Em decúbito dorsal,
amplitude fisiológica material 12 realizar os movimentos de
articular ativa-assistida repetições FP, FD, inversão e eversão.
do complexo
articular da
tibio-társica Posição de cavaleiro, pé
lesado à frente, paciente
realiza movimento de
flexão dorsal/plantar.
Aumentar a força Fortalecimento Elástico de 3 séries de Com elástico de
muscular muscular resistência 12 resistência fazer
+ peso + repetições movimentos de flexão
degrau deixando dorsal / plantar, eversão /
duas de inversão
reserva.
Marcha lateral com
elástico de resistência ao
nível do tornozelo.

Paciente sentado, com um


peso nos joelhos, os pés
em dorsiflexão e o
movimento só termina
quando está em flexão
plantar.

O paciente sobe o degrau


com as duas pernas e
desce com a perna
esquerda.
Aumentar a Exercícios de Sem 3 séries de Paciente em apoio
estabilidade equilíbrio material 20 unipodal e tocar com o
articular (treino segundos MIE em cada marca
propriocetivo) presente no chão.

20
Manter o equilíbrio em
cima da bola de equilíbrio
enquanto o fisioterapeuta
destabiliza. Houve uma
progressão para apoio
unipodal.
Prevenir Crioterapia Gelo 15 minutos
dor/edema

Reflexão do caso

O plano de intervenção foi aplicado ao longo de cinco semanas, diariamente, visando


cumprir os objetivos propostos.

Mostra-se empenhado, motivado e disponível em cada sessão de fisioterapia para a


realização de qualquer exercício e tarefa que lhe foi proposta.

Desta forma, o paciente apresentou notórias melhorias, em todos os aspetos avaliados


o que fez com que tenhamos conseguido conquistar diversos objetivos propostos.

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Ficha Clínica II

Exame subjetivo (M0)


Nome: M.A Idade: 13 anos
Género: Feminino Data de nascimento: 28/11/2009
Estado civil: Solteira Altura: 165 cm
Hábitos tabágicos: Não apresenta. Peso: 59 kg
Hábitos alcoólicos: Não apresenta. IMC: 21,7 kg/m2, de acordo com a OMS, o
IMC está considerado normal para a altura.
Ocupação/profissão: Estudante Lateralidade: Destro
Atividade física: 3x por semana.

Diagnóstico médico: Pés valgum.

História Clínica:
Desde os 5 anos que possui este diagnóstico e ainda está em discussão uma possível
cirurgia.
Refere que durante os jogos e os treinos sentia uma dor na região lateral do pé.
A paciente em criança já usou quer palmilhas, quer botas ortopédicas.

Antecedentes pessoais:
– Não apresenta.

Antecedentes familiares:
– Não apresenta.

Caracterização dos sintomas

Localização dos sinais e sintomas: dor na região lateral do pé direito.


Tipo de dor: Dor mecânica (agrava e alivia com movimento).
Intensidade:
• Para quantificar a dor foi utilizada a Escala Numérica para a Dor (END), que
consiste em auxiliar na avaliação da intensidade da dor no paciente. É um
instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento ou mesmo durante algum exercício, de maneira mais fidedigna.
Foi explicado à paciente que iria quantificar a sua dor com um valor de 0 a 10,
sendo que 0 correspondia à ausência da dor e 10 à dor máxima que era
possível sentir.
o Dor em repouso:

o Dor com atividade:

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Fatores que agravam: A dor aumenta quando a paciente realiza movimentos de muito
impacto (corrida, saltos). A dor não quando aumenta não desaparece.
Fatores que aliviam: Permanecer em repouso e fisioterapia.

Body chart

Legenda:

Dor

Exame objetivo (M0) – 05/01/2023


Observação informal
Impressão geral: A paciente apresenta-se ao serviço de fisioterapia sozinha.
Nível de consciência: Paciente consciente e orientada no tempo e no espaço.
Expressão facial: Alegre e motivada. Visão: Sem alteração.
Colaboração: Colaborante. Audição: Sem alteração.
Atenção: Sem alteração. Linguagem e comunicação: Expressa-se com
clareza.
Observação formal
Estado da pele: Hidratada e com coloração normal.
Temperatura da pele: Não apresenta.
Edema: Não apresenta.
Cicatriz: Não apresenta.
Atrofias: Não apresenta.

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Avaliação postural estática

Carga Carga à esquerda e posterior


Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos − Cervical anteriorizada;
Posição (ósseos e − Anteriorização dos ombros;
musculares) − Cifose torácica;
ortostática − Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
− Alongamento do hemitronco esquerdo;
− Encurtamento do hemitronco direito;
− Varo dos joelhos;
− Carga no retro-pé bilateralemente.

Avaliação postural dinâmica

Alinhamentos − Cervical anteriorizada;


(ósseos e − Cifose torácica;
musculares) − Flexão do tronco superior sobre o tronco inferior;
− Ligeiro valgo do joelho direito;
− “Flexum” do joelho esquerdo;
− A cadência da marcha é normal.
Marcha Fase de apoio − O tempo da fase de apoio no MID é menor, uma vez
que, a paciente apresenta dor quando transfere
carga para este membro;
Fase de balanço − A fase de balanço é igual nos dois membros.

Fase de ataque − Não realiza dorsi-flexão no MID.


ao calcanhar

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Movimentos ativos
Os movimentos ativos avaliam a prontidão do paciente, arco de dor, a qualidade do
movimento, amplitude de movimento e controlo muscular.

Articulação Tibio-társica MI direito MI esquerdo


Flexão dorsal Sem limitação de ADM Sem limitação de ADM

Flexão plantar Sem limitação de ADM Sem limitação de ADM

Inversão Limitação em metade da Sem limitação de ADM


amplitude
Eversão Sem limitação de ADM Sem limitação de ADM

Tabela 15: Registo dos movimentos ativos da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: Comparando a tibiotársica direita com a esquerda,


vemos que a direita apresenta limitação da ADM de inversão.

Movimentos passivos
Os movimentos passivos avaliam o end-feel, dor, padrão capsular, amplitude de
movimento e crepitações/espasmos/resistência.
Articulação Tibio- MI direito End-feel MI esquerdo End-feel
társica
Flexão dorsal Dor: 0/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Flexão plantar Dor: 3/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Inversão Dor: 6/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Eversão Dor: 0/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Tabela 16: Registo dos movimentos passivos da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: O paciente apresenta dor 6/10 na inversão e ainda dor
na flexão plantar (3/10).

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Movimentos resistidos
Os movimentos resistidos avaliam as estruturas contráteis.

Articulação Tibio-társica MI direito MI esquerdo


Flexão dorsal Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Flexão plantar Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Inversão Sem força e com dor. Com força e sem dor.

Eversão Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Tabela 17: Registo dos movimentos resistidos da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: O paciente refere dor (6/10) no movimento de inversão


da tibiotársica direita tendo, consequentemente, uma diminuição de força. Todos os
outros movimentos são indolores e com força normal (TM=5).

Avaliação da amplitude articular


Goniometria
• A goniometria é um método de avaliação que permite atingir um diagnóstico
funcional de forma a mensurar objetivamente as amplitudes de movimento
articular, por meio da utilização do goniómetro universal. A posição inicial da
avaliação goniométrica foi a posição de repouso.

Movimentos ativos
Articulação Tibio-társica MI direito MI esquerdo
Flexão dorsal (0º-20º) 17 20
Flexão plantar (0º-45º) 40 44
Inversão (0º-30º) 23 28
Eversão (0º-20º) 16 16

Tabela 18: Registo das amplitudes articulares ativas da tibio-társica.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 5º face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.
Interpretação dos resultados: Após avaliação da amplitude articular, podemos
concluir que existe uma diminuição da inversão à direita, quando comparado com o
membro contralateral.

26
Avaliação do volume muscular
Perimetria

• A perimetria é um método de avaliação que permite encontrar o perímetro


máximo de um segmento corporal, por meio da utilização da fita métrica.
Através desta avaliação podemos identificar a presença ou não de edemas,
atrofia muscular, inflamação, entre outros.
• A posição adotada para a avaliação da perimetria foi o decúbito dorsal.

Membro MI Direito MI Esquerdo Diferença


Nível metatarso 22,2 cm 22,0 cm 0,2 cm
falângicas
Nível cuboide-navicular 25,8 cm 25,7 cm 0,1 cm
Nível maleolar 27,6 cm 27,4 cm 0,2 cm
5 cm acima dos maléolos 23,1 cm 23,1 cm 0,1 cm
10 cm acima dos 26,1 cm 25,8 cm 0,3 cm
maléolos
15 cm acima dos 30,2 cm 29.6 cm 0,6 cm
maléolos

Tabela 19: Registo da medição da perimetria dos membros inferiores.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 1cm face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

Interpretação dos resultados: Após medição da perimetria, não foram registadas


alterações significativas.

Avaliação da força muscular


Teste muscular

Membro MI Direito MI Esquerdo


Tríceps sural 5 5
Tibial anterior 5 5
Tibial posterior 4 5
Peroniais 5 5

Tabela 20: Registo do teste muscular atribuído na musculatura da tibio-társica.

Legenda:
• 4 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
moderada.
• 5 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
máxima

Interpretação dos resultados: Existe uma diminuição de força muscular ao nível do


tibial posterior direito.

27
FAOS- Foot and Ankle Outcome Score

• A FAOS foi desenvolvida para medir a opinião dos pacientes sobre uma
variedade de problemas ligados à funcionalidade do pé e tíbio-társica.
• A FAOS é de auto-preenchimento pelo paciente e consiste em 42 questões
distribuídas em cinco sub-escalas: Dor, Outros Sintomas, Funcionalidade na
vida diária, Funcionalidade no desporto e lazer, e Qualidade de Vida
relacionada com o pé e tíbio-társica

FAOS Pontuação
Sintomas e rigidez 75%
Dor 28%
AVD’s 21%
Atividades desportivas e de lazer 10%
Qualidade de vida 50%
Score FAOS 33%

Tabela 21: Registo do score atribuído na escala FAOS.

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta uma funcionalidade reduzida,


uma vez que, o score total é de 33% (quanto maior o score, maior a funcionalidade)
(Anexo C).

28
Exame objetivo (M1) – 27/02/2023

Caracterização dos sintomas


Intensidade:
• Para quantificar a dor foi utilizada a Escala Numérica para a Dor (END), que
consiste em auxiliar na avaliação da intensidade da dor no paciente. É um
instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento ou mesmo durante algum exercício, de maneira mais fidedigna.
Foi explicado à paciente que iria quantificar a sua dor com um valor de 0 a 10,
sendo que 0 correspondia à ausência da dor e 10 à dor máxima que era possível
sentir.
o Dor em repouso:

o Dor com atividade:

Avaliação postural estática

Carga Carga à esquerda e posterior


Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos − Cervical anteriorizada;
Posição (ósseos e − Anteriorização dos ombros;
musculares) − Cifose torácica;
ortostática − Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
− Alongamento do hemitronco esquerdo;
− Encurtamento do hemitronco direito;
− Varo dos joelhos;
− Carga no retro-pé bilateralemente.

29
Avaliação postural dinâmica

Alinhamentos − Cervical anteriorizada;


(ósseos e − Cifose torácica;
musculares) − Flexão do tronco superior sobre o tronco inferior;
− Leigeiro valgo do joelho direito;
− “Flexum” do joelho esquerdo;
− A cadência da marcha é normal.
Marcha Fase de apoio − O tempo da fase de apoio é igual nos dois membros.

Fase de balanço − A fase de balanço é igual nos dois membros.

Fase de ataque − Ocorre a fase de ataque ao calcanhar corretamente.


ao calcanhar

Movimentos ativos
Os movimentos ativos avaliam a prontidão do paciente, arco de dor, a qualidade do
movimento, amplitude de movimento e controlo muscular.

Articulação Tibio-társica MI direito (M0) MI direito (M1)


Flexão dorsal Sem limitação de ADM Sem limitação de ADM

Flexão plantar Sem limitação de ADM Sem limitação de ADM

Inversão Limitação em metade da Limitação nos últimos graus


amplitude de amplitude
Eversão Sem limitação de ADM Sem limitação de ADM

Tabela 22: Registo dos movimentos ativos da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: Comparando com M0, a paciente já apresenta maior


amplitude disponível sem dor.

30
Movimentos passivos
Os movimentos passivos avaliam o end-feel, dor, padrão capsular, amplitude de
movimento e crepitações/espasmos/resistência.
Articulação Tibio- MI direito (M0) End-feel MI direito (M1) End-feel
társica
Flexão dorsal Dor: 0/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Flexão plantar Dor: 3/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Inversão Dor: 6/10 Elástico Dor: 2/10 Elástico

Eversão Dor: 0/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Tabela 23: Registo dos movimentos passivos da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: O paciente apresenta apenas dor ligeira na inversão


(2/10).

Movimentos resistidos
Os movimentos resistidos avaliam as estruturas contráteis.

Articulação Tibio-társica MI direito (M0) MI direito (M1)


Flexão dorsal Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Flexão plantar Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Inversão Sem força e com dor. Com força e sem dor.

Eversão Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Tabela 24: Registo dos movimentos resistidos da tibio-társica.

Interpretação dos resultados: O paciente refere que já não sente dor no movimento
resistido de inversão e já possui uma força normal.

31
Avaliação da amplitude articular
Goniometria
• A goniometria é um método de avaliação que permite atingir um diagnóstico
funcional de forma a mensurar objetivamente as amplitudes de movimento
articular, por meio da utilização do goniómetro universal. A posição inicial da
avaliação goniométrica foi a posição de repouso.

Movimentos ativos
Articulação Tibio-társica MI direito (M0) MI direito (M1)
Flexão dorsal (0º-20º) 17 20
Flexão plantar (0º-45º) 40 42
Inversão (0º-30º) 23 28
Eversão (0º-20º) 16 17

Tabela 25: Registo das amplitudes articulares ativas da tibio-társica.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 5º face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

Interpretação dos resultados: O paciente obteve melhorias ao nível das ADM ativas
do tornozelo direito em todos os movimentos avaliados, mais evidente na inversão,
diminuindo assim a limitação que existia.

Avaliação do volume muscular


Perimetria
• A perimetria é um método de avaliação que permite encontrar o perímetro
máximo de um segmento corporal, por meio da utilização da fita métrica.
Através desta avaliação podemos identificar a presença ou não de edemas,
atrofia muscular, inflamação, entre outros.
• A posição adotada para a avaliação da perimetria foi o decúbito dorsal.

Membro MI direito (M0) MI direito (M1) Diferença


Nível metatarso 22,2 cm 22,3 cm 0,1 cm
falângicas
Nível cuboide-navicular 25,8 cm 25,8 cm 0,0 cm
Nível maleolar 27,6 cm 27,8 cm 0,2 cm
5 cm acima dos maléolos 23,1 cm 23,1 cm 0,0 cm
10 cm acima dos 26,1 cm 26,5 cm 0,4 cm
maléolos
15 cm acima dos 30,2 cm 30,5 cm 0,3 cm
maléolos

Tabela 26: Registo da medição da perimetria dos membros inferiores.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 1cm face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

32
Interpretação dos resultados: Após medição da perimetria, não foram registadas
alterações significativas, assim como em M0.

Avaliação da força muscular


Teste muscular

Membro MI direito (M0) MI direito (M0)


Tríceps sural 5 5
Tibial anterior 5 5
Tibial posterior 4 4+
Peroniais 5 5

Tabela 27: Registo do teste muscular atribuído na musculatura da tibio-társica.

Legenda:
• 4 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
moderada.
• 5 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
máxima

Interpretação dos resultados: Houve um aumento de força muscular no tibial posterior


quando comparado com M0.

FAOS- Foot and Ankle Outcome Score

• A FAOS foi desenvolvida para medir a opinião dos pacientes sobre uma
variedade de problemas ligados à funcionalidade do pé e tíbio-társica.
• A FAOS é de auto-preenchimento pelo paciente e consiste em 42 questões
distribuídas em cinco sub-escalas: Dor, Outros Sintomas, Funcionalidade na
vida diária, Funcionalidade no desporto e lazer, e Qualidade de Vida
relacionada com o pé e tíbio-társica

FAOS Pontuação
Sintomas e rigidez 89 %
Dor 86 %
AVD’s 94 %
Atividades desportivas e de lazer 80 %
Qualidade de vida 81 %
Score FAOS 89 %

Tabela 28: Registo do score atribuído na escala FAOS.

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta uma boa funcionalidade, uma vez
que, o score total é de 89% (quanto maior o score, maior a funcionalidade) (Anexo D).

33
Raciocínio Clínico

O pé valgo, também conhecido por pé plano valgo, consiste na diminuição ou ausência


do arco longitudinal medial do pé. Ou seja, a posição em valgo do retropé ocorre na
articulação subtalar, alterando o formato do pé́ e provocando redução do arco
longitudinal medial plantar.

O pé plano resulta da combinação de insuficiência do tibial posterior e falha de


estruturas capsulo-ligamentares do pé.

A causa mais comum é a predisposição genética ou então insuficiência do tibial


posterior. Este músculo é um estabilizador dinâmico do retropé, importante na
manutenção do arco longitudinal medial do pé. Desta forma, quando avaliamos a força
muscular, verificamos que a paciente apresenta fraqueza muscular do tibial posterior.

Por outro lado, foi também avaliado as amplitudes articulares através de goniometria
e existe uma diminuição da inversão e da flexão plantar.

Segundo a literatura, o doente pode desenvolver dor na região do tendão tibial


posterior e, com a progressão da deformidade, pode ocorrer dor na região lateral da
tibiotársica devido ao impingment do perónio contra o calcâneo. Através da avaliação,
verificámos que a paciente apresenta dor na região lateral da tibiotársica.

A força exercida pelo tendão de Aquiles será realizada lateralmente ao eixo da


articulação subastragalina, em consequência da perda do principal inversor do pé,
contribuindo para um retropé excessivamente valgo.

Foi aplicada a escala Foot and Ankle Outcome Score (FAOS) com o objetivo de
perceber de que maneira a condição clínica relativamente ao tornozelo afeta a
funcionalidade diária e a qualidade de vida, onde este obteve um score de 33%.

Tendo em conta a situação clínica atual da paciente, o nosso objetivo passa por
conferir mobilidade, potenciar a força muscular e por fim conferir funcionalidade à
paciente de forma que este consiga retomar a sua atividade desportiva sem dor ou
outra limitação.

34
Diagnóstico em fisioterapia:
– Diminuição da amplitude articular de inversão;
– Diminuição da força do tibial posterior;
– Dor na parte lateral do pé direito;
– Alterações da marcha na fase de apoio e fase de ataque ao calcanhar.

Problema principal:
• Presença de dor na região lateral do pé.

Hipótese de trabalho:
• Ao diminuir a dor, esperamos aumentar a força muscular do tibial posterior.

Objetivo geral:
• Conseguir correr e saltar sem dor, no espaço de 1 mês.

Objetivos específicos:
• Diminuir a dor;
• Aumentar as amplitudes articulares;
• Aumentar a força muscular;
• Melhorar a propriocetividade;
• Melhorar o padrão de marcha.

35
Tratamento efetuado

Tratamento efetuado
Objetivo Procedimento Material Duração Observações
específicos
Diminuir a dor e Massagem Creme de 10 minutos Na musculatura da
aumentar a massagem perna e no pé mais
circulação lateralmente.
sanguínea

Analgesia TENS Eletroestimulador 15 minutos


Aumentar Mobilização Toalha 3 séries de Em decúbito dorsal,
amplitude fisiológica 12 realizar os movimentos
articular ativa-assistida repetições de FP, FD, inversão e
do complexo deixando eversão.
articular da duas de
tibio-társica reserva. Movimentos
fisiológicos do pé
numa toalha
Aumentar a Fortalecimento Elástico de 3 séries de Posição de cavaleiro,
força muscular muscular resistência + peso 12 pé lesado à frente,
+ degrau repetições paciente realiza
deixando movimento de flexão
duas de dorsal/plantar.
reserva.
Com elástico de
resistência fazer
movimentos de flexão
dorsal / plantar,
eversão / inversão

Paciente sentado, com


um peso nos joelhos,
os pés em dorsiflexão
e o movimento só
termina quando está
em flexão plantar.

O paciente sobe o
degrau com as duas
pernas e desce com a
perna esquerda.
Melhorar o Exercícios de Sem material 3 séries de Paciente em apoio
equilíbrio equilíbrio 20 unipodal e tocar com o
segundos MIE em cada marca
presente no chão.

36
Manter o equilíbrio em
cima da bola de
equilíbrio enquanto o
fisioterapeuta
destabiliza. Houve uma
progressão para apoio
unipodal.

Reflexão do caso

O plano de intervenção foi aplicado ao longo de sete semanas, diariamente, visando


cumprir os objetivos propostos.

A paciente mostra-se empenhada, motivada e disponível em cada sessão de


fisioterapia para a realização de qualquer exercício e tarefa que lhe foi proposta.

Desta forma, a paciente apresentou notórias melhorias, em todos os aspetos avaliados


o que fez com que tenhamos conseguido conquistar diversos objetivos propostos.

Será importante continuar a realizar os exercícios propostos para tentar minimizar a


dor, uma vez que, o andebol é um desporto de alto impacto e este tipo de desporto é
um fator de risco para a patologia.

37
Ficha Clínica III

Exame subjetivo (M0)


Nome: M.B Idade: 12 anos
Género: Feminino Data de nascimento: 30/10/2010
Estado civil: Solteira Altura: 1,56 cm
Hábitos tabágicos: Não apresenta. Peso: 54 kg
Hábitos alcoólicos: Não apresenta. IMC: 22,2 kg/m2, de acordo com a OMS, o
IMC está acima do recomendado para a altura.
Ocupação/profissão: Estudante Lateralidade: Destro
Atividade física: 3x por semana.

Diagnóstico médico: Síndrome de Osgood-Schlatter no MIE.

História Clínica: A paciente recorreu ao serviço de fisioterapia, porque sentia dor no


tendão rotuliano quando corria ou saltava. Posteriormente, após avaliação, foi-lhe
recomendado realizar um rx que confirmou o diagnóstico.

Exames complementares:
− Rx: Ligeira irregularidade das tuberosidades
anteriores da tíbia, sobretudo à esquerda,
sugerindo sequelas de Osgood-Schlatter,
com ligeiro espessamento tendinoso visível
associado.
Sem derrame articular.
Sem alterações do tendão quadricipital.

Antecedentes pessoais:
– Não apresenta.

Antecedentes familiares:
– Não apresenta.

Caracterização dos sintomas

Localização dos sinais e sintomas: Apresenta dor ao toque na tuberosidade anterior


da tíbia, não é necessário palpar para provocar a dor, ou seja, há um aumento da
sensibilidade.

Tipo de dor: Dor mecânica (agrava e alivia com movimento).

38
Intensidade:
• Para quantificar a dor foi utilizada a Escala Numérica para a Dor (END), que
consiste em auxiliar na avaliação da intensidade da dor no paciente. É um
instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento ou mesmo durante algum exercício, de maneira mais fidedigna.
Foi explicado à paciente que iria quantificar a sua dor com um valor
de 0 a 10, sendo que 0 correspondia à ausência da dor e 10 à dor
máxima que era possível sentir.
o Dor em repouso:

o Dor com atividade:

Fatores que agravam: Dor quando corre e salta, tudo o que envolva impacto.
Fatores que aliviam: Permanecer em repouso e fisioterapia.

Body chart

Legenda:

Edema

Dor

39
Exame objetivo (M0) – 09/01/2023
Observação informal
Impressão geral: A paciente apresenta-se ao serviço de fisioterapia sozinha.
Nível de consciência: Paciente consciente e orientada no tempo e no espaço.
Expressão facial: Bem-disposta e motivada. Visão: Sem alteração.
Colaboração: Colaborante. Audição: Sem alteração.
Atenção: Sem alteração. Linguagem e comunicação: Expressa-se com
clareza.
Observação formal
Estado da pele: Hidratada e com coloração normal.
Temperatura da pele: Aumentada no tendão rotulino.
Edema: No tendão rotuliano.
Cicatriz: Não apresenta.
Atrofias: Não apresenta.
Avaliação postural estática

Carga Carga à direita e posterior;


Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos − Cervical anteriorizada;
Posição (ósseos e − Anteriorização dos ombros;
musculares) − Flexão do tronco superior sobre o tronco
ortostática inferior;
− Alongamento do hemitronco direito;
− Encurtamento do hemitronco esquerdo;
− Ligeiro “flexum” do joelho esquerdo, ou
seja, encurtamento dos isquiotibiais;
− Carga no retro-pé e lateral bilateralmente.
Avaliação postural dinâmica

Alinhamentos − Cervical anteriorizada;


(ósseos e − Cifose torácica;
musculares) − Flexão do tronco superior sobre o tronco inferior;
− A cadência da marcha é lentificada e com alguma
claudicação.

Marcha Fase de apoio − O tempo da fase de apoio no MIE é menor, uma vez
que, a paciente apresenta dor a transferir carga para
este membro;
− Não ocorre extensão do joelho esquerdo quando
recebe carga.
Fase de balanço − A fase de balanço é igual nos dois membros.
Fase de ataque − Na fase de ataque ao calcanhar, a dorsi-flexão é
ao calcanhar menor no MIE.

40
Movimentos ativos
Os movimentos ativos avaliam a prontidão do paciente, arco de dor, a qualidade do
movimento, amplitude de movimento e controlo muscular.

Articulação joelho MI direito MI esquerdo


Flexão Sem limitação de ADM Limitação dos últimos
graus de ADM
Extensão Sem limitação de ADM Limitação dos últimos
graus de ADM

Tabela 29: Registo dos movimentos ativos do joelho.

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta dor nos últimos graus de flexão e
extensão do joelho.

Movimentos passivos
Os movimentos passivos avaliam o end-feel, dor, padrão capsular, amplitude de
movimento e crepitações/espasmos/resistência.
Articulação joelho MI direito End-feel MI esquerdo End-feel
Flexão Dor: 0/10 Elástico Dor: 6/10 Elástico

Extensão Dor: 0/10 Elástico Dor: 5/10 Elástico

Tabela 30: Registo dos movimentos passivos do joelho.

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta dor 6/10 no movimento de flexão


do joelho e 5/10 no movimento de extensão.

Movimentos resistidos
Os movimentos resistidos avaliam as estruturas contráteis.

Articulação joelho MI direito MI esquerdo


Flexão Dor: 0/10 Dor: 5/10
Força normal Força normal
Extensão Dor: 0/10 Dor: 6/10
Força normal Força normal

Tabela 31: Registo dos movimentos resistidos do joelho.

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta dor 5/10 no movimento resistido


de flexão do joelho esquerdo e também no movimento de extensão 6/10.

41
Avaliação da amplitude articular
Goniometria
• A goniometria é um método de avaliação que permite atingir um diagnóstico
funcional de forma a mensurar objetivamente as amplitudes de movimento
articular, por meio da utilização do goniómetro universal. A posição inicial da
avaliação goniométrica foi a posição de repouso.

Movimentos ativos
Articulação Tibio-társica MI direito MI esquerdo
Flexão (0º-140º) 134 129
Extensão (140º-0º) 0 2

Tabela 32: Registo das amplitudes articulares ativas do joelho.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 5º face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.
Interpretação dos resultados: Após avaliação, verificou-se que existe uma diminuição
de amplitude no MIE quando comparado com o direito.

Avaliação do volume muscular


Perimetria

• A perimetria é um método de avaliação que permite encontrar o perímetro


máximo de um segmento corporal, por meio da utilização da fita métrica.
Através desta avaliação podemos identificar a presença ou não de edemas,
atrofia muscular, inflamação, entre outros.
• A posição adotada para a avaliação da perimetria foi o decúbito dorsal.

Membro MI direito MI esquerdo Diferença


15 cm acima do bordo 51,5 cm 51,2 cm 0,3 cm
superior da rótula
10 cm acima do bordo 47,1 cm 46,8 cm 0,3 cm
superior da rótula
5 cm acima do bordo 43,5 cm 43,1 cm 0,2 cm
superior da rótula
Bordo superior da 41,3 cm 41,3 cm 0,0 cm
rótula
Bordo inferior da 36,2 cm 37,2 cm 1,0 cm
rótula
5 cm abaixo do bordo 37,2 cm 38,5 cm 1,3 cm
inferior da rótula
10 cm abaixo do bordo 38,3 cm 38,2 cm 0,1 cm
inferior da rótula
15 cm abaixo do bordo 38,0 cm 37,9 cm 0,1 cm
inferior da rótula
Tabela 33: Registo da medição da perimetria dos membros inferiores.

42
– Comprimento dos membros inferiores: Os dois medem 87 cm.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 1cm face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

Interpretação dos resultados: Através dos resultados, concluímos que a paciente


apresenta um aumento de volume no bordo inferior da rótula, que se traduz na
presença de edema.
Em relação a 5cm abaixo do bordo inferior da rótula, o aumento de perímetro no MIE
deve-se à protuberância na tuberosidade anterior da tíbia provocada pela síndrome de
Osgood-Schlatter.

Avaliação da força muscular


Teste muscular

Membro MI direito MI esquerdo


Quadríceps 5 4
Isquiotibiais 5 4+
Tríceps sural 5 5
Tibial anterior 5 5

Tabela 34: Registo do teste muscular atribuído na musculatura do joelho.

Legenda:
• 4 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
moderada.
• 4+ = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
moderada e máxima.
• 5 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
máxima

Interpretação dos resultados: Através da análise dos dados obtidos, concluiu-se que o
MIE apresenta um maior défice muscular quando comparado com o membro direito,
mais ao nível do quadríceps, no entanto, o isquiotibial esquerdo está tem diminuição de
força quando comparado com o contra-lateral.

Comprimento muscular

Membro MI direito MI esquerdo


Psoas Ilíaco N N
Quadríceps N E
Isquiotibiais E E

Tabela 35: Registo do comprimento muscular atribuído na musculatura do joelho.

Interpretação dos resultados: O quadríceps encontra-se encurtado no MIE. E os


isquiotibiais encontram-se encurtados nos dois membros.

43
Exame objetivo (M1) – 23/02/2023

Caracterização dos sintomas


Intensidade:
• Para quantificar a dor foi utilizada a Escala Numérica para a Dor (END), que
consiste em auxiliar na avaliação da intensidade da dor no paciente. É um
instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento ou mesmo durante algum exercício, de maneira mais fidedigna.
Foi explicado à paciente que iria quantificar a sua dor com um valor de 0 a 10,
sendo que 0 correspondia à ausência da dor e 10 à dor máxima que era possível
sentir.
o Dor em repouso:

o Dor com atividade:

Avaliação postural estática

Carga Carga à direita e posterior;


Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos − Cervical anteriorizada;
Posição (ósseos e − Anteriorização dos ombros;
musculares) − Flexão do tronco superior sobre o tronco
ortostática inferior;
− Alongamento do hemitronco direito;
− Encurtamento do hemitronco esquerdo;
− Carga no retro-pé e lateral bilateralmente.

44
Avaliação postural dinâmica

Alinhamentos − Cervical anteriorizada;


(ósseos e − Cifose torácica;
musculares) − Flexão do tronco superior sobre o tronco inferior;
− A cadência da marcha é normal.

Marcha Fase de apoio − O tempo da fase de apoio é igual nos dois membros.

Fase de balanço − A fase de balanço é igual nos dois membros.


Fase de ataque − Na fase de ataque ao calcanhar ocorre
ao calcanhar corretamente.

Movimentos ativos
Os movimentos ativos avaliam a prontidão do paciente, arco de dor, a qualidade do
movimento, amplitude de movimento e controlo muscular.

Articulação joelho MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1)


Flexão Limitação dos últimos graus Sem limitação de ADM
de ADM
Extensão Limitação dos últimos graus Sem limitação de ADM
de ADM

Tabela 36: Registo dos movimentos ativos do joelho.

Interpretação dos resultados: A paciente não apresenta dor.

Movimentos passivos
Os movimentos passivos avaliam o end-feel, dor, padrão capsular, amplitude de
movimento e crepitações/espasmos/resistência.
Articulação joelho MI esquerdo (M0) End-feel MI esquerdo (M1) End-feel
Flexão Dor: 6/10 Elástico Dor: 0/10 Elástico

Extensão Dor: 5/10 Elástico Dor: 2/10 Elástico

Tabela 37: Registo dos movimentos passivos do joelho.

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta dor (2/10) na extensão do joelho.

45
Movimentos resistidos
Os movimentos resistidos avaliam as estruturas contráteis.

Articulação joelho MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1)


Flexão Dor: 5/10 Dor: 0/10
Força normal Força normal
Extensão Dor: 6/10 Dor: 2/10
Força normal Força normal

Tabela 38: Registo dos movimentos resistidos do joelho.

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta dor 2/10 no movimento de


extensão.

Avaliação da amplitude articular


Goniometria
• A goniometria é um método de avaliação que permite atingir um diagnóstico
funcional de forma a mensurar objetivamente as amplitudes de movimento
articular, por meio da utilização do goniómetro universal. A posição inicial da
avaliação goniométrica foi a posição de repouso.

Movimentos ativos
Articulação Tibio-társica MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1)
Flexão (0º-140º) 129 131
Extensão (140º-0º) 2 0

Tabela 39: Registo das amplitudes articulares ativas do joelho.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 5º face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.
Interpretação dos resultados: Após avaliação, verificou-se que não existem limitações
de amplitude.

46
Avaliação do volume muscular
Perimetria

• A perimetria é um método de avaliação que permite encontrar o perímetro


máximo de um segmento corporal, por meio da utilização da fita métrica.
Através desta avaliação podemos identificar a presença ou não de edemas,
atrofia muscular, inflamação, entre outros.
• A posição adotada para a avaliação da perimetria foi o decúbito dorsal.

Membro MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1) Diferença


15 cm acima do 51,2 cm 51,4 cm 0,2 cm
bordo superior da
rótula
10 cm acima do 46,8 cm 47,1 cm 0,3 cm
bordo superior da
rótula
5 cm acima do 43,1 cm 43,5 cm 0,4 cm
bordo superior da
rótula
Bordo superior da 41,3 cm 41,3 cm 0,0 cm
rótula
Bordo inferior da 37,2 cm 36,4 cm 0,8 cm
rótula
5 cm abaixo do 38,5 cm 38,3 cm 1,3 cm
bordo inferior da
rótula
10 cm abaixo do 38,2 cm 38,2 cm 0,1 cm
bordo inferior da
rótula
15 cm abaixo do 37,9 cm 37,9 cm 0,1 cm
bordo inferior da
rótula

Tabela 40: Registo da medição da perimetria dos membros inferiores.

– Comprimento dos membros inferiores: Os dois medem 87 cm.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior
a 1cm face ao membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

Interpretação dos resultados: Através dos resultados, concluímos que não existem
diferenças entre os dois membros. No entanto, ainda existe uma proeminência 5cm
abaixo do bordo inferior da rótula no MIE, provocada pela síndrome de Osgood-
Schlatter.

47
Avaliação da força muscular
Teste muscular

Membro MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1)


Quadríceps 4 4+
Isquiotibiais 4+ 5
Tríceps sural 5 5
Tibial anterior 5 5

Tabela 41: Registo do teste muscular atribuído na musculatura do joelho.

Legenda:
• 4 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
moderada.
• 4+ = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
moderada e máxima.
• 5 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência
máxima

Interpretação dos resultados: Através da análise dos dados obtidos, concluiu-se que a
força aumentou ao nível do quadríceps e dos isquitotibiais do MIE, quando comparado
com M0. No entanto, é necessário continuar o trabalho para atingir um melhor teste
muscular ao nível do quadríceps esquerdo.

Comprimento muscular

Membro MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1)


Psoas Ilíaco N N
Quadríceps E N
Isquiotibiais E N

Tabela 42: Registo do comprimento muscular atribuído na musculatura do joelho.

Interpretação dos resultados: O quadríceps e os isquiotibiais encontram-se normais.

48
Raciocínio Clínico

A Síndrome Osgood-Schlatter é uma irritação da cartilagem de crescimento pelo


tracionamento excessivo do tendão patelar sobre a tuberosidade anterior da tíbia (TAT).

Ocorre mais frequentemente em meninos, no entanto, as meninas são afetadas


geralmente entre 10 a 12 anos, neste caso, a nossa paciente apresenta 12 anos.

O stress repetitivo da contração do quadríceps é transmitido através do tendão patelar


para a tuberosidade da tíbia, isto pode causar micro-fraturas por arrancamento
associado a um processo inflamatório do tendão, levando ao crescimento ósseo em
excesso na tuberosidade e produzindo uma protuberância visível que pode ser muito
doloroso quando tocado e atividades, tais como ajoelhar.

Desta forma, verificou-se uma diminuição de força do quadríceps por dor e o processo
inflamatório confirmou-se através da perimetria.

A literatura refere que a grande maioria dos adolescentes possui encurtamento da


musculatura posterior da coxa e diminuição de força do músculo quadríceps, ou seja, na
avaliação também se verificou estes achados na nossa paciente, através do teste
muscular e da avaliação da flexibilidade.

Tendo em conta a situação clínica atual da paciente, o nosso objetivo passa minimizar
o impacto nas AVD’s, aumentar o comprimento muscular e força muscular, restaurar a
função, prevenir lesões futuras e promover o retorno à modalidade.

49
Diagnóstico em fisioterapia:
• Dor na TAT;
• Aumento da sensibilidade na TAT;
• Edema no tendão rotuliano;
• Protuberância na TAT;
• Encurtamento muscular do isquiotibial direito e esquerdo e quadríceps
esquerdo;
• Diminuição das amplitudes articulares extensão do joelho;
• Diminuição da força do quadríceps e isquitibiais;
• Alterações da marcha na fase de apoio e fase de ataque ao calcanhar.

Problema principal:
• Aumento da sensibilidade na TAT do joelho esquerdo que exacerba a dor.

Hipótese de trabalho:
• Ao aumentar a força muscular espero que haja uma relação quadríceps-
isquiotibial ótima, diminuindo a dor e a irritação na cartilagem de crescimento.

Objetivo geral:
• Conseguir voltar a jogar sem dor, dentro de 2 meses.

Objetivos específicos:
• Diminuir a dor;
• Diminuir o edema;
• Aumentar as amplitudes articulares;
• Aumentar a força muscular;
• Aumentar o comprimento muscular;
• Melhorar o padrão de marcha.

50
Tratamento efetuado

Tratamento efetuado
Objetivo Procedimento Material Duração Observações
específicos
Diminuir a dor e Massagem Creme de 10 minutos Massagem no joelho,
aumentar a massagem musculatura anterior e
circulação posterior da CF.
sanguínea

Analgesia Eletroterapia TENS 20 minutos


Aumentar Mobilização Sem 3 séries de 12 Grau II;
amplitude fisiológica material repetições Ritmo suave;
articular ativa-assistida deixando duas Movimento fisiológico
do complexo de reserva. (flexão)
articular do
joelho
Aumento da Bicicleta Bicicleta 10 minutos Promove o trabalho
resistência estática excêntrico dos
muscular isquiotibiais, ou seja, o
alongamento.
Aumentar a força Fortalecimento Rolo, 3 séries de 12 Fortalecimento dos
muscular muscular elástico de repetições adutores (apertar rolo
resistência, deixando duas entre as pernas);
peso de reserva.
Fortalecimento dos
abdutores com elástico;

Fortalecimento
isquiotibiais (Em DV,
como toalha acima da
rótula para evitar
fricção desta, realizar
flexão do joelho com
peso);

Fortalecimento do
quadríceps
(agachamento com
peso);

Hip-thrust com peso;

Lunges;

51
Deslocações laterais
com elástico de
resistência.
Aumentar o Alongamento Sem 3 séries de 20 Alongamento dos
comprimento da cadeia material segundos isquiotibiais.
muscular posterior
Aumentar o Alongamento Sem 3 séries de 20 Alongamento do
comprimento da cadeia material segundos quadriceps.
muscular anterior
Favorecer a Treino Sem 3 séries de 12 Paciente em DD com
funcionalidade do propriocetivo material repetições. flexão do joelho
MI (controlo esquerdo.
motor para Fisioterapeuta realiza
estabilidade) estabilizações rítmicas
na parte lateral e
medial do joelho, de
modo a paciente tenha
a perceção das
mudanças de direção,
havendo uma co
contração entre
abdutores e adutores.
Analgesia Crioterapia Gelo 10 minutos Nos dois joelhos para
alivio de dor.

Reflexão do caso

O plano de intervenção foi aplicado ao longo de sete semanas, três vezes por semana,
visando cumprir os objetivos propostos.

A paciente mostra-se empenhada, motivada e disponível em cada sessão de


fisioterapia para a realização de qualquer exercício e tarefa que lhe foi proposta.

Desta forma, a paciente apresentou notórias melhorias, em todos os aspetos avaliados


o que fez com que tenhamos conseguido conquistar diversos objetivos propostos.

52
Ficha Clínica VI

Exame subjetivo (M0)


Nome: VM Idade: 77 anos
Género: Masculino Data de nascimento: 31/12/1945
Estado civil: Viúvo Altura: 174cm
Hábitos tabágicos: Não apresenta Peso: 78kg
Hábitos alcoólicos: Não apresenta IMC: 25,8 kg/m2, de acordo com a OMS,
o IMC é considerado normal para a altura.
Ocupação/profissão: Reformado Lateralidade: Destro
Frequência de tratamento: 2x por semana. Atividade física: Não realiza, chegou a
fazer caminhadas mas a dor no joelho não
permite.

Diagnóstico médico: Lesão condral e meniscal do joelho esquerdo e quisto de baker.

História Clínica:
– Começou a sentir dores no joelho esquerdo e após consulta com o médico,
este indicou o para cirurgia a laser, que ocorreu no dia 29 de novembro de
2022.

Antecedentes pessoais:
– Problemas cardíacos.

Antecedentes familiares:
– Sem antecedentes a declarar.

Medicação:
– Concor 5mg (coadjuvante do Diovan para tratamento para tensão arterial
alta);
– Diovan (utilizado para tratamentos de tensão arterial alta);
– Voltaren em S.O.S para as dores no joelho, neste caso, como o voltarem
é um anti-inflamatório não esteroide pode prejudicar a função da
plaquetas e aumentar a tensão arterial, ou seja, podia ser recomendado
um analgésico, por exemplo, o ben-u-ron.

53
Caracterização dos sinais

Localização dos sinais e sintomas: dor generalizada no joelho esquerdo.


Dor à palpação: no cavado poplíteo esquerdo.
Tipo de dor: dor mecânica (agrava e alivia com movimento)
Intensidade:
• Para quantificar a dor foi utilizada a Escala Numérica para a Dor (END), que
consiste em auxiliar na avaliação da intensidade da dor no paciente. É um
instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento ou mesmo durante algum exercício, de maneira mais fidedigna.
• Foi explicado ao paciente que iria quantificar a sua dor com um valor de 0 a
10, sendo que 0 correspondia à ausência da dor e 10 à dor máxima que era
possível sentir.
o Dor em repouso:

o Dor com atividade:

Fatores que agravam: Andar, fazer esforços e exercer carga sobre o membro
esquerdo.
Fatores que aliviam: Repouso.

Body chart

Legenda:

Dor

Edema

Cicatriz

54
Exame subjetivo (M0) – 17/01/2023
Observação informal
Impressão geral: O paciente apresenta-se ao serviço de fisioterapia sozinho.
Nível de consciência: Paciente consciente e orientada no tempo e no espaço.
Expressão facial: Bem-disposto. Visão: Usa óculos.
Colaboração: Colaborante. Audição: Sem alteração.
Atenção: Sem alteração. Linguagem e comunicação: Expressa-se com
clareza.
Observação formal
Estado da pele: Hidratada e com coloração normal.
Temperatura da pele: Normal.
Edema: Supra-patelar e no cavado poplíteo.
Atrofias: Tríceps sural esquerdo.
Cicatriz: Apresenta duas cicatrizes no joelho esquerdo devido à cirurgia a lazer, com orientação
horizontal, de 3 cm e exibe boa mobilidade e sem aderências.
Avaliação postural estática

Carga Carga à direita.


Padrão Flexor;
Base de suporte Normal;
Alinhamentos – Flexão da cervical;
(ósseos e – Anteriorização dos ombros;
musculares) – Flexão do tronco superior sobre o tronco
Posição inferior;
ortostática – Alongamento do hemitronco direito;
– Encurtamento do hemitronco esquerdo;
– Flexum dos joelhos (++ esquerdo);
– Pés chatos.

Avaliação postural dinâmica

Alinhamentos – Flexão da cervical;


(ósseos e – Anteriorização dos ombros;
musculares) – Flexão do tronco superior sobre o tronco inferior;
– Flexum dos joelhos (++ esquerdo);
– Pés chatos.
– Marcha claudicante.
Fase de apoio − O tempo da fase de apoio no MIE é menor, uma vez
que, a paciente apresenta dor a transferir carga para
este membro.
Marcha − Não ocorre extensão do joelho esquerdo quando
recebe carga, porque sente receio de sentir dor.
Fase de − A fase de balanço é maior no MID do que no MIE.
balanço
Fase de − A fase de ataque ao calcanhar ocorre sem
ataque ao dorsiflexão na TT esquerda.
calcanhar

55
Movimentos ativos
Os movimentos ativos avaliam a prontidão do paciente, arco de dor, a qualidade do
movimento, amplitude de movimento e controlo muscular.

Articulação - Joelho MI direito MI esquerdo


Flexão Sem limitações de Completa 2/3 da
amplitude. amplitude.
Extensão Sem limitações de Limitação nos
amplitude. últimos graus.

Tabela 43: Registo dos movimentos ativos do joelho.

Interpretação dos resultados: Após a análise dos dados podemos concluir que o
paciente possui limitação de amplitude na flexão do joelho esquerdo.

Por outro lado, ao analisar o movimento de extensão do joelho esquerdo, verificou-se


que o paciente tem défice a realizar extensão com rotação externa e limitação da
amplitude de extensão nos últimos graus.

Em relação ao joelho direito, não existem limitações de amplitudes.

Movimentos passivos
Os movimentos passivos avaliam o end-feel, dor, padrão capsular, amplitude de
movimento e crepitações/espasmos/resistência.

Articulação - Joelho MI direito End-feel MI esquerdo End-feel


Flexão Dor 0/10 Mole Dor 9/10, nos últimos Mole
Completa a ADM graus de ADM.
disponível. Crepitações.
Crepitações.
Extensão Dor 0/10 Elástico Dor 0/10 Elástico
Completa a ADM Completa a ADM
disponível. disponível.

Tabela 44: Registo dos movimentos passivos do joelho.

Interpretação dos resultados: Nos últimos graus de flexão do joelho, o paciente


apresenta dor (9/10), com crepitações.
Também se observam crepitações na flexão do joelho direito.

56
Movimentos resistidos
Os movimentos resistidos avaliam as estruturas contráteis, permitem identificar os
grupos musculares com falta de força e se há ou não dor associada.

Articulação - Joelho MI direito MI esquerdo


Flexão Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Extensão Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Tabela 45: Registo dos movimentos resistidos do joelho.

Interpretação dos resultados: De acordo com os movimentos resistidos, não existe


nada a considerar.

Avaliação da amplitude articular


Goniometria
Movimentos ativos
Articulação do joelho MI direito MI esquerdo
Flexão (135º) 104º 94º
Extensão (0º) 0 4º

Tabela 46: Registo das amplitudes articulares ativas do joelho.

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior a 5º face ao
membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

Interpretação dos resultados: O paciente apresenta um défice de flexão do joelho


esquerdo quando comparado com o direito, no entanto, os dois membros encontram-
se com diminuição de amplitude.

57
Avaliação do volume muscular
Perimetria

• A perimetria é um método de avaliação que permite encontrar o perímetro


máximo de um segmento corporal, por meio da utilização da fita métrica.
Através desta avaliação podemos identificar a presença ou não de edemas,
atrofia muscular, inflamação, entre outros.
• A posição adotada para a avaliação da perimetria foi o decúbito dorsal.

Membro MI direito MI esquerdo Diferença


15 cm acima do bordo 46,2 cm 46,1 cm 0,1 cm
superior da rótula
10 cm acima do bordo 43,1 cm 43,1 cm 0,0 cm
superior da rótula
5 cm acima do bordo 38,5 cm 39,5 cm 1 cm
superior da rótula
Bordo superior da 36,5 cm 37,2 cm 0,7 cm
rótula
Bordo inferior da 38,8 cm 37,0 cm 1,8 cm
rótula
5 cm abaixo do bordo 36,1 cm 33,8 cm 2,3 cm
inferior da rótula
10 cm abaixo do bordo 35,9 cm 34,9 cm 1,0 cm
inferior da rótula
15 cm abaixo do bordo 35,5 cm 33,3 cm 2,2 cm
inferior da rótula

Tabela 47: Registo da medição da perimetria dos membros inferiores.

Interpretação dos resultados: Após análises dos dados, podemos verificar que na região
5cm acima do bordo superior da rótula existe a presença de edema.

Na região do bordo inferior da rótula, 5cm, 10cm e 15cm abaixo do bordo inferior da
rótula verifica-se uma atrofia muscular como consequência da imobilização após
cirurgia.

58
Avaliação da força muscular
Teste muscular

Membro Direito Esquerdo


Quadríceps 5 4+
Isquiotibiais 4 4-
Tríceps sural 4 3+

Tabela 48: Registo do teste muscular atribuído na musculatura do joelho.

Legenda:
• 3+ = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma resistência
mínima.
• 4- = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma resistência entre
mínima e moderada.
• 4 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência moderada.
• 4+ = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência moderada
e máxima.
• 5 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência máxima.

Interpretação dos resultados: O paciente apresenta uma diminuição de força ao nível


do quadríceps esquerdo quando comparado com o direito.
Em relação aos isquiotibiais, o direito também possui um grau de força muscular maior.

Por fim, uma vez que, o paciente não apresenta equilíbrio para realizar o teste forte do
tríceps sural, procedeu-se a uma posição alternativa, onde o paciente adquire o
decúbito ventral e nesta posição o maior grau que se pode obter é o 4 (Bom), neste caso,
o tríceps sural direito obtém o grau 4 e o esquerdo o grau 3+.

Ainda no exame físico foi avaliado:


− Movimentos acessórios da rótula (Longitudinal caudado/Cefálico; Transverso
lateral/medial; Rotação lateral/medial; Tilt anterior/posterior; Compressão e
distração).
• Os movimentos longitudinal caudado, transverso lateral, rotação lateral
encontram-se muito limitados.

59
Exame objetivo (M1) – 15/02/2023

Intensidade da dor:
Foi explicado ao paciente que iria quantificar a sua dor com um valor de 0 a 10, sendo
que 0 correspondia à ausência da dor e 10 à dor máxima que era possível sentir.

o Dor em repouso:

o Dor com atividade:

Avaliação postural estática

Carga Carga à direita.


Padrão Flexor;
Base de suporte Normal;
Alinhamentos – Flexão da cervical;
(ósseos e – Anteriorização dos ombros;
musculares) – Flexão do tronco superior sobre o tronco
Posição inferior;
ortostática – Alongamento do hemitronco direito;
– Encurtamento do hemitronco esquerdo;
– Pés chatos.

Avaliação postural dinâmica

Alinhamentos – Flexão da cervical;


(ósseos e – Anteriorização dos ombros;
musculares) – Flexão do tronco superior sobre o tronco inferior;
– Pés chatos.

Fase de apoio − O tempo da fase de apoio é igual nos dois membros.

Marcha
Fase de − A fase de balanço é igual nos dois membros.
balanço
Fase de − A fase de ataque ao calcanhar ocorre de acordo com
ataque ao o normal nos dois membros.
calcanhar

60
Movimentos ativos
Os movimentos ativos avaliam a prontidão do paciente, arco de dor, a qualidade do
movimento, amplitude de movimento e controlo muscular.

Articulação - Joelho MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1)


Flexão Completa 2/3 da Limitação nos
amplitude. últimos graus.
Extensão Limitação nos Completa a ADM
últimos graus. disponível.

Tabela 49: Registo dos movimentos ativos do joelho.

Interpretação dos resultados: Na reavaliação, podemos verificar que o paciente


aumentou as amplitudes articulares.

Movimentos passivos
Os movimentos passivos avaliam o end-feel, dor, padrão capsular, amplitude de
movimento e crepitações/espasmos/resistência.

Articulação - Joelho MI esquerdo (M0) End-feel MI esquerdo End-feel


(M1)
Flexão Dor 9/10, nos últimos Mole Dor 3/10, nos Mole
graus de ADM. últimos graus
Crepitações. de ADM.
Crepitações.
Extensão Dor 0/10 Elástico Dor 0/10 Elástico
Completa a ADM Completa a
disponível. ADM
disponível.

Tabela 50: Registo dos movimentos passivos do joelho.

Interpretação dos resultados: O paciente sente menos dor nos últimos graus de flexão
do joelho, quando comparado com M0.

61
Movimentos resistidos
Os movimentos resistidos avaliam as estruturas contráteis, permitem identificar os
grupos musculares com falta de força e se há ou não dor associada.

Articulação - Joelho MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1)


Flexão Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Extensão Com força e sem dor. Com força e sem dor.

Tabela 51: Registo dos movimentos resistidos do joelho.

Interpretação dos resultados: De acordo com os movimentos resistidos, não existe


nada a considerar.

Avaliação da amplitude articular


Goniometria
Movimentos ativos
Articulação do joelho MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1)
Flexão (135º) 94 99
Extensão (0º) 4 2

Tabela 52: Registo das amplitudes articulares ativas do joelho

Nota: o valor assinalado a vermelho indica uma diferença de amplitude igual ou superior a 5º face ao
membro contralateral, o que é informativo de uma alteração significativa.

Interpretação dos resultados: Podemos concluir que em M1, existiu um aumento de


5º quando comparado com M0, o que indica um aumento de amplitude de flexão do
joelho.

62
Avaliação do volume muscular
Perimetria

• A perimetria é um método de avaliação que permite encontrar o perímetro


máximo de um segmento corporal, por meio da utilização da fita métrica.
Através desta avaliação podemos identificar a presença ou não de edemas,
atrofia muscular, inflamação, entre outros.
• A posição adotada para a avaliação da perimetria foi o decúbito dorsal.

Membro MI esquerdo MI esquerdo Diferença


(M0) (M1)
15 cm acima do bordo 46,1 cm 46,3 cm 0,2 cm
superior da rótula
10 cm acima do bordo 43,1 cm 43,2 cm 0,0 cm
superior da rótula
5 cm acima do bordo 39,5 cm 38,5 cm 1 cm
superior da rótula
Bordo superior da 37,2 cm 36,6 cm 0,6 cm
rótula
Bordo inferior da 37,0 cm 38,9 cm 1,9 cm
rótula
5 cm abaixo do bordo 33,8 cm 34,8 cm 1,0 cm
inferior da rótula
10 cm abaixo do bordo 34,9 cm 35,9 cm 1,0 cm
inferior da rótula
15 cm abaixo do bordo 33,3 cm 34,6 cm 1,3 cm
inferior da rótula

Tabela 53: Registo da medição da perimetria dos membros inferiores.

Interpretação dos resultados: Após a reavaliação, podemos verificar que existiu uma
diminuição de edema ao nível dos 5cm abaixo do bordo superior da rótula.
Em relação ao bordo inferior da rótula, existiu um aumento do edema relativo ao quisto
de baker.
Por fim, 5 cm, 10 cm e 15 cm abaixo do bordo inferior da rótula podemos verificar que
houve um aumento de massa muscular.

63
Avaliação da força muscular
Teste muscular

Membro MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1)


Quadríceps 4+ 5
Isquiotibiais 4- 4+
Tríceps sural 3+ 4

Tabela 54: Registo do teste muscular atribuído na musculatura do joelho.

Legenda:
• 4- = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma resistência entre
mínima e moderada.
• 4 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência moderada.
• 4+ = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência moderada
e máxima.
• 5 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma resistência máxima.

Interpretação dos resultados: Todos os músculos avaliados aumentaram a força


muscular quando comparado com M0.

64
Raciocínio Clínico

Os meniscos do joelho apresentam uma função de absorção e distribuição de carga


muito importante. A lesão meniscal pode ocorrer como parte de um trauma rotacional
ou por flexão, como evolução do processo degenerativo da articulação ou como uma
lesão espontânea decorrente da falência estrutural progressiva, sem correlação com
trauma ou processo degenerativo.

O corno posterior do menisco medial é o local mais comum, sendo que as ruturas
longitudinais representam as lesões mais frequentes.

A bibliografia indica que os achados do exame físico caracterizam-se por dor, arco de
movimento limitado e derrame articular.

Desta forma, achou-se necessário avaliar o arco de movimento através da goniometria,


onde a flexão do joelho está limitada. E verificou-se derrame articular através da
perimetria, mais evidente na região 5cm acima do bordo superior da rótula.

Os sintomas agravam com a flexão, com carga sobre o joelho e atividades como o
agachamento e o ajoelhar são de difícil tolerância (Fan & Ryu, 2000). Neste sentido,
após avaliação da marcha verificou-se a dor exacerbada no joelho quando é necessário
realizar carga no MIE.

Após meniscectomia, é comum os utentes apresentarem o joelho quente ao toque,


diminuição da força muscular (em especial do quadricípite), aderências e tecido
cicatricial sobre as incisões artroscópicas. (Singh et al. 2004). Todas as situações
descritas anteriormente foram avaliadas, o joelho apresenta temperatura normal, uma
vez que, a cirurgia já tinha sido realizada há quase dois meses, não existem aderências,
no entanto, verifica-se diminuição da força muscular, avaliada através do teste
muscular.

De acordo com Plapler (1995), na reabilitação fisioterapêutica após meniscectomia, as


condutas devem ter foco na analgesia e ganho de amplitude de movimento e de força
da musculatura de quadríceps femoral. Adicionalmente, a otimização da cicatrização
tecidual é um fator importante, e, conforme Frare et al. (2008), o Laser provoca um
aumento na produção ATP no interior das células, promovendo uma maior cicatrização
tecidual, e portanto, é relevante no tratamento do paciente em questão, tendo em
vista a otimização do menisco reparado.

Tendo em conta a situação clínica atual do paciente, o nosso objetivo passa minimizar
o impacto da cirurgia, restaurar a função, prevenir lesões futuras e promover o retorno
às AVD’s.

65
Diagnóstico em fisioterapia:
• Dor no joelho esquerdo;
• Cicatriz infrapatelar à esquerda;
• Edema supra-patelar esquerda;
• Edema cavado-poplíteo esquerdo;
• Crepitações;
• Diminuição da força muscular ao nível do quadríceps, isquiotibial e tríceps sural
esquerdo;
• Défice da amplitude muscular da flexão do joelho;
• Alteração do padrão da marcha na fase de apoio, fase de balanço e fase de
ataque ao calcanhar.

Problema principal:
• Dor quando realiza carga sobre o membro inferior esquerdo.

Hipótese de trabalho:
• Ao diminuir a dor espero aumentar a força muscular, de modo a atingir o
objetivo geral.

Objetivo geral:
• Conseguir caminhar dentro de um padrão normal e sem dor, 200 metros, no
espaço de 1 mês.

Objetivos específicos:
• Diminuir a dor;
• Aumentar a força muscular;
• Aumentar a amplitude muscular;
• Diminuir o edema;
• Melhorar o padrão de marcha.

66
Tratamento efetuado

Tratamento efetuado
Objetivo Procedimento Material Duração Observações
específicos
Melhorar o Mobilização ativa- Sem material 3 séries de Uma vez que na
movimento assistida de 12 avaliação não se
fisiológico extensão do joelho repetições observa rotação
de extensão com rotação externa a acompanhar
do joelho externa o movimento de
extensão do joelho.
Tendo em conta que o
paciente já possui
uma idade avançada,
foi necessário realizar
esta mobilização
durante algum tempo
para o paciente
interiorizar o
movimento correto.
Aumentar as Mulligan Sem material 3 séries de Depois do paciente
amplitudes (Mobilização com 12 interiorizar o
articular movimento – repetições movimento correto de
sem dor MWM) extensão do joelho, o
MWM foi realizado
como progressão.

Melhorar o Semi-passo Sem material Necessário


padrão da anterior para
marcha cumprir o
objetivo
Aumentar a Electroestimulação Eletroestimulador 30 minutos O anexo E contém o
força + movimento; + peso + degraus plano de exercícios.
muscular plano de exercícios
Analgesia Crioterapia Gelo 15 minutos Depois de realizar os
exercício a
temperatura aumenta
e realizamos
crioterapia para a
baixar.

67
Reflexão do caso

O plano de intervenção foi aplicado ao longo de cinco semanas, duas vezes por
semana, visando cumprir os objetivos propostos.

O paciente mostra-se empenhado e disponível em cada sessão de fisioterapia para a


realização de qualquer exercício e tarefa que lhe foi proposta.

Desta forma, o paciente apresentou notórias melhorias, em todos os aspetos avaliados


o que fez com que tenhamos conseguido conquistar diversos objetivos propostos.

68
Bibliografia

• Ribas, A. P. G., & Lima, M. C. A. M. (2012). AVALIAÇÃO FUNCIONAL EM


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Jul 23. PMID: 22014912; PMCID: PMC3259913

70
ANEXOS

71
Anexo A- FAOS

72
73
74
75
Anexo B- FAOS

76
77
78
79
Anexo C- FAOS

80
81
82
83
Anexo D- FAOS

84
85
86
87
Anexo E- Plano de exercícios

Nome Duração Observações Exemplo


Agachamento 3 séries de É um exercício para
unipodal 12 repetições desenvolvimento de
força unipodal. O
agachamento unipodal
trabalho também a
estabilidade e o
equilíbrio, sendo então
também um exercício
propriocetivo.

Elevação de 3 séries de O pé começa em


gémeo num 12 repetições dorsiflexão e o
degrau movimento só termina
quando está em flexão
plantar.
Como progressão
realizou-se o exercício
em apoio unipodal.
Elevação de 3 séries de O pé começa em
gémeos 12 repetições dorsiflexão e o
sentado movimento só termina
quando está em flexão
plantar.
Como progressão foi-se
aumentando a carga.
SLR com 3 séries de O paciente está sentado
electroestimula 12 repetições com um peso ao nível
ção e peso do tornozelo e ainda
com o eletroestimular
ao nível do quadríceps,
o objetivo do exercício é
realizar o movimento de
extensão do joelho.

Flexão da CF 3 séries de O paciente está sentado


com 12 repetições com o estimulador ao
eletroestimulad nível do quadríceps e
or realiza o movimento de
flexão da CF.
Como progressão
adicionou-se um peso
ao nível do tornozelo.

88
Lunge 3 séries de O TRX ajuda a manter o
12 repetições equilíbrio, este exercício
é bom exercício para
fortalecer o vasto
medial e restaurar a
proporção vasto
medial/vasto lateral.
Como progressão
retirou-se o uso de
TRX.
Cadeira 3 séries de Na posição de sentado o
extensora 12 repetições

Subir degrau 3 séries de O paciente sobe com as


12 repetições duas pernas e desce com
a perna esquerda.
Como progressão utiliza
só com a esquerda para
subir e descer.

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