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A LUA

Vanice Ricardo do Nascimento


Olhando para a lua
Tão longe da miséria humana
De todo o sofrimento emocional
A imaginação usada para viajar além da dor.

Ela lá, iluminando celestialmente


A lua não combina com paredões a lhe
esconder
Impedimos sua visão, impedimos a sua entrada
Assim, não falamos mais de amor com os
olhos.

Porque não olhamos para a lua


Não admiramos mais o mar
Evitamos enxergar os anjos no céu
E nos poluímos com paredes fechadas.

Podem não acreditar


Mas a lua já salvou muita gente:
Desiludida, abandonada, perdida
Quando a olharam-na lá em cima.
POETAS DENTRO DE SI
Vanice Ricardo do Nascimento
O que tem dentro de um poeta?
Têm livros, experiências, viagens, imaginação
Têm sentimentos confusos, revoltas
Mas tem sobretudo amores.

Amor da infância:
Que se sentia pleno com o toque da mãe
Que se sentia completo com a admiração pelo
pai
Que se sentia herói no seu mundo pueril.

O poeta foi crescendo


Seu mundo foi sendo desvendado
Questionado, refletido, rebuscado
O amor teve facetas enigmáticas.

E ainda assim a lua é sua inspiração


A mulher o seu devaneio
O mar sua calmaria
E o mundo a sua escrita.
AMOR NA PRÁTICA
Vanice Ricardo do Nascimento
Do que o homem é capaz pelo amor?
Tentei descobrir em Camões
Nos seus mais belos sonetos
E me tocou.

William Shakespeare foi forte


Não só em Romeu e Julieta
Seus sonetos também fizeram eu me apaixonar
A loucura que se faz por amor é fatal.

Poderia declamar mil poetas e suas poesias


Provando os mais ardentes amores
Dos beijos mais castos e dos olhares
românticos
E do que foram capazes por esse sentimento.
Mas lembrei dos meus pais, até hoje juntos
Discutindo, brigando
De uma forma amorosa
Que poeticamente não se escreve só se sente.
POÉTICA ESCRITA
Vanice Ricardo do Nascimento

Ela escrevia sobre sua vida todos os dias


Só para si
Achava que as palavras a machucavam
Tinha que parir todas elas.

E ia juntando as letras formando palavras


Do seu pensamento
Da sua imaginação
Achava mágico e por isso escrevia.

Escrevia quando estava triste


Quando sofria decepção
Mas também quando admirava a lua
Quando via a força do mar.
Escrevia porque acontecia
Como um sonho que não pede licença
Era a poeta de si
E não para os outros.
SOLIDÃO NA ESCURIDÃO
Vanice Ricardo do Nascimento
Não me venha falar:
Dos preços altos
Da inflação
Das guerras.

Chega de fofocas de artistas


Estampadas nas revistas impressas e online
Não quero saber do campeonato brasileiro
Nem europeu, nem de lugar nenhum.

Não me convide para os shows do momento


Para beber a cerveja dos corpos esculturais
E paquerar à noite toda em alegria extasiante
Assim postar nas redes sociais.
O poeta quer solidão e ouvir a escuridão
Sentir-se único
Amar o seu egoísmo
De penetrar na sua própria alma.

Minibiografia
Vanice Ricardo do Nascimento, Fortaleza, Ce
Professora. Escritora. Tem texto publicado na
revista7Fases e na Coletânea Mulheres
Maravilhosas da Campanha Por Mais
Mulheres Escritoras pelo Canal Sororidade. É
autora do livro: VIDAS, pela Coleção Mulher
Maravilhosa Volume 8 uma edição da ALB
Campos RJ GRUPO EDITORIAL E
LITERÁRIO).

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