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Sentença 295
Sentença 295
23757
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
SENTENÇA
TERMO DE CONCLUSÃO
Presidente Venceslau, 31 de outubro de 2017.
Juiz de Direito: Dr. Gabriel Medeiros
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Observação preliminar: conforme certidão de fls. 1/9, o processo
foi desmembrado, tramitando nestes autos em relação às rés JÉSSICA PAIXÃO
FERREIRA, GISELE APARECIDA BALDIOTTI, ARIANE FACTUR DOS SANTOS,
PRISCILA AMBIEL JULIAN, VANILA GONÇALES e JULIANA CLAUDINA DOS
SANTOS COTTINI.
Vistos.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 1
fls. 23758
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FERREIRA LUSTOSA, RG 32.258.951-SP. CPF 280.970.638-75; (10) DANIEL
VINICIUS CANONICO, RG 22.634.821-SP. CPF 143.925.738-85; (11) ERIC
OLIVEIRA FARIAS, RG 25.814.910-SP. CPF 298.272.668-88; (12) MARCIO
DOMINGOS RAMOS, RG 21.838.387-SP. CPF 291.141.678-32; (13) CLEBER
MARCELINO DIAS DOS SANTOS, RG 41625260, CPF 320.453.008-6; (14)
VALDECI FRANCISCO COSTA, RG 20.892.452-SP, CPF 137.659.878-7; (15)
MARCELA ANTUNES FORTUNA, RG 33.454.151-SP; CPF 294.088.328-92; (16)
ANNA FERNANDES MARQUES, RG 33.252.681-SP; CPF 303.634.538-81; (17)
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LUIZ CARLOS DOS SANTOS. R.G.: 22.083.875-SP e CPF 124.016.748-29; (18)
JOSÉ DE RIBAMAR BAIMA DO LAGO JUNIOR. RG 1.663.792-MA; CPF
852.892.483-15; (19) PRISCILA AMBIEL JULIAN. RG 29.303.815-SP; CPF
277.038.918-19; (20) ARTUR LUIZ TEIXEIRA. RG 42.640.567-SP; CPF
313.953.128-18; (21) JULIANA QUEIROZ BARRETO DE AMORIM. RG
34.686.995-SP; CPF 271.583.648-10; (22) RITA DE CÁSSIA BERNARDO DA
CONCEIÇÃO. RG 29.832.754-SP; CPF 259.794.038-17; (23) JOSE LUIS
CORREA MENEZES. RG: 16.133.644-SP; CPF 045.815.258-70; (24) RICARDO
ENNIO BECCARI JUNIOR. RG: 22.282.351-SP; CPF: 267.329.998-00; OAB:
250.856-SP. DATA DE NASC. 31/01/1976. NATURAL de São Paulo-SP. PAI:
Ricardo Ennio Beccari; MÃE: Vania Maria de Oliveira Beccari; (25) MARIA LÚCIA
GALINDO BARBEZANE. RG: 7.824.675-SP; CPF: 001.636.068-03; (26)
MARCELLO FERNANDES MARQUES (Irmão de ANNA FERNANDES
MARQUES). RG: 33.252.680-SP; CPF 287.326.868-97; (27) ANA CRISTINA
ROMAM PASSARELLI. RG 28.012.790; CPF 122.139.468-17; (28) GISELE
APARECIDA BALDIOTTI. RG 16.569.348-SP; CPF 252.312.698-24; (29)
CARLUSIA SOUSA BRITO. RG 26.220.378-SP; CPF: 286.710.878-08; (30)
LUCIANA MARIA RODRIGUES. RG 16.984.006-SP; CPF 089.407.818-64; (31)
MARCOS ANTONIO ANTUNES BARBOSA. RG: 31.242.139-SP / 21.973.706-
SP; CPF: 119.003.478-65; (32) EDUARDO LUIZ. RG: 28.360.682-SP; CPF
166.160.858-21; (33) JESSICA PAIXÃO FERREIRA. RG: 33.743.016-SP; CPF:
312.156.738-17; (34) FABIO DA SILVA DOMINGOS. RG: 28.086.301-SP; CPF:
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 2
fls. 23759
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264.574.688-88; (35) ANTONIO DAVI DE LARA. RG: 13.929.390-SP; CPF:
039.227.948-74; (36) JULIANA DE ARAUJO ALONSO MIRANDOLA. RG:
32.984.395-SP; CPF: 289.552.148-47; (37) ELTON RODRIGO MARTINS BETIM.
RG: 26.657.611-SP; CPF: 304.795.438-01; (38) SIMONE DE ARAUJO ALONSO.
RG: 22.180.826-SP; CPF: 164.513.748-14; (39) PAULO ROBERTO PENHA. RG
21.512.153-SP; CPF 080.368.758-37; (40) VANILA GONÇALES. RG 29431118-
SP; CPF 165.544.288-01; (41) DAVI GONÇALES. RG: 41811915-SP; CPF:
334.127.398-04; (42) RICARDO VILLARES SOUZA DE PAULA. RG: 47.076.629-
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SP; CPF: 351.396.038-70; (43) ARIANE FACTUR DOS SANTOS, RG
32.725.415-SP; CPF 327.833.758-18; (44) SIMONE LAGE GUIMARÃES, RG:
38.063.301-SP; CPF 262.675.428-58; (45) FABIO MORENO DE PAULA, RG
26.881.896-SP; CPF 281.527.328-42; (46) LUANA DE ALMEIDA DOMINGOS,
RG: 29.127.742-SP; CPF: 337.866.768-01; (47) TABITA PEREIRA ROCHA, RG:
47.490.091-SP; CPF: 399.532.698-66; (48) PAULO SERGIO RAMALHO DE
OLIVEIRA, RG: 24.312.143-SP; CPF: 121.042.008-22; (49) OSVALDO
ANTÔNIO DE OLIVEIRA, RG: 17.792.573-SP; CPF: 120.173.798-24; (50)
JULIANA CLAUDINA DOS SANTOS COTTINI, RG 29.646.349-SP, CPF
279.043.198-10; (51) ANDREA ANTUNES FERRARI. RG 24.649.751-SP. CPF
151.697.918-44; (52) MARIA FERNANDA MARTINHÃO. RG 26.712.226-SP.
CPF. 266.146.128-08; (53) ROGERIO AZEVEDO. RG 18.254.415-SP. CPF
107.256.778-48 e (54) VINÍCIUS GUIMARÃES PINHEIRO LEMOS. RG.
34.290.544-SP. CPF 294.777.408-61.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 3
fls. 23760
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se do emprego de armas de fogo, em especial tráfico de entorpecentes, crimes
contra o patrimônio, aquisição, posse, porte e guarda, transporte, fornecimento e
empréstimos de armas de fogo, crimes contra a vida de agentes públicos,
corrupção ativa, dentre outros, cujo comando, liderança e as principais ordens
emanam do interior da penitenciária acima referida.
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vantagem indevida ao funcionário público por equiparação LUIZ CARLOS DOS
SANTOS, “Amigo da Portuguesa”, também réu, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 4
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VANILA, cumprindo determinações da liderança do PCC, após insucesso na
tentativa de integram o CONDEP, promoveram a aproximação do seu integrante
o réu LUIZ CARLOS, pagando a ele a quantia acima e, com sua influência,
passaram a interferir em órgãos públicos e autoridades do Estado, como
Delegados de Polícia, Juízes, Promotores, etc, efetuando vistorias em unidades
prisionais indicadas pelo PCC, elaborando relatórios distantes da realidade, de
forma a permitir futuras denúncias a organismos nacionais e internacionais de
defesas dos direitos humanos.
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As investigações demonstraram mais do que um projeto de
intervenção do PCC em um organismo atrelado ao Estado, mas sim um grande
esquema de pagamentos de propinas a agentes públicos ou integrantes do
CONDEP, a partir da cédula jurídica do PCC, composta por mais de 40
advogados, também com o objetivo de prestação de assessoria e lavagem de
capitais.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 5
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VALDECI FRANCISCO COSTA é o responsável pela
coordenação da célula jurídica “Sintonia das Gravatas” ou “R”. Sua função seria
de coordenar os núcleos de assessoria administrativa, jurídica, auditoria da
organização, elaboração de relatórios, com ascensão sobre o setor financeiro da
facção.
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imprevistos. Os advogados também são os responsáveis por estruturar e custear
os serviços médicos prestados aos detentos integrantes da cúpula ou outros por
eles indicados. Todo o pagamento desses serviços é feito com dinheiro de origem
ilícita da organização, provenientes do lucro do narcotráfico e demais crimes.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 6
fls. 23763
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entre si e com líderes da organização por meio de e-mails, valendo-se de
codinomes e endereços eletrônicos falsos para o recebimento de valores, sendo
os escritórios de advocacia apenas de fachada, servindo como ponto de apoio da
organização para a obtenção e retransmissão de informações entre presídios.
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Na sequência, o Ministério Público (fls. 27/29) apresenta um
histórico da origem do Primeiro Comando da Capital, dizendo que desde seu
início, por volta do ano de 1993, o principal objetivo seria o controle da massa
carcerária e o monopólio do crime no Estado.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 7
fls. 23764
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Autos da Apelação n°0012137-65.2008.8.26.0576 (em verdade
0015137-65.2008.8.26.0576), com reconhecimento da existência da facção como
organização criminosa armada que atua dentro e fora dos presídios, o que
também estaria comprovada pelo próprio estatuto do Primeiro Comando da
Capital, que estabelece em seu artigo 4° o seguinte:
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necessita do empenho e união de todos os seus integrantes,
deixando claro que não somos sócios de um clube e sim
integrantes de uma organização criminosa, que luta contra as
opressões e injustiças que surgem no dia a dia e tentam nos
afetar, sendo assim, o comando não admite acomodações e
fraqueza diante de nossa causa”.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 8
fls. 23765
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outras subdivisões, como diretoria administrativa, diretoria jurídica, diretoria do
Estado, diretoria de relações institucionais e diretoria econômica, com outras
divisões, tudo conforme as fls. 35/36.
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Após a prisão do réu VALDECI, em 28 de junho de 2016 (por
outro processo), a função de diretor-presidente da cédula jurídica passou a ser da
ré e advogada JULIANA QUEIROZ BARRETO DE AMORIM R6.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 9
fls. 23766
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Dessa forma, não há qualquer vínculo entre advogado e cliente,
mas sim uma relação entre advogado e organização criminosa, para atender
pessoas vinculadas ou colaboradoras do PCC, com remuneração proveniente de
dinheiro de origem ilícita.
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Para manter a proteção da cédula jurídica, foi instituído um
“protocolo fantasma” de forma a permitir que assim que um advogado fosse
preso, todos os outros deveriam se desfazer de todos os meios de comunicação.
Isso foi descoberto por e-mails interceptados da ré ANNA FERNANDES
MARQUES, gestora da cédula “R”, e outros réus (fls. 43/48 da denúncia), assim
redigido:
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 10
fls. 23767
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PROTOCOLO. ESSA TROCA DE PROTOCOLO DE
SEGURANÇA MAO É A PRIMEIRA VEZ QUE OCORRE, CLARO
QUE DESTA VEZ FOI DE UMA FORMA MAIS TURBULENTA,
POIS NÃO TINHAMOS IDEIA DO QUE ESTAVA
ACONTECENDO E SE HAVIA OUTROS INDICIOS QUE
CHEGASSEM ATÉ NOS. SEI ONDE ESTOU TRABALHANDO E
NÃO FUGI EM NENHUM MOMENTO DE MINHNA
ESPONSABILIDADE, APENAS FOI PRECISO TROCAR TUDO E
ISSO LEVA UM TEMPO, POIS DEPENDEMOS DE DINHEIRO E
TEMPO PARA QUE TUDO SEJA RESTABELECI DO. DE
QUALQUER FORMA NÃO FICAMOS TOTALMENTE PARADOS,
APENAS Nik0 TNHAMOS 0 COMPUTADOR PARA ENVIAR E
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RECEBER EMAILS, BEM COMO
PARA ELABORAR 0 PROCESSO NA CORREGEDORIA. ATE 0
MOMENTO NÃO FOI DETECTADO PREJUIZO NESSA TROCA
DE PROTOCOLO EPRECISAMOS TER MUITA CAUTELA, POIS
FORAM APREENDIDOS COMPUTADORES DOS QUAIS
PODEM SER VASCULHADOS E QUEM SABE DETECTADO
OUTROS PROFISSIONAIS DE ALGUMA FORMA. É DE
CONHECIMENTO DE TODOS QUE O GAECO NÃO SAI SEM
UM OBJETIVO
MAIOR E SE ESTAMOS NO MEIO DISSO, TEMOS QUE NOS
PRECAVER E NÃO COLOCAR TODO UM TRABALHO A
PERDER. ENTENDO QUE NÃO GOSTARAM E QUE DEVE SER
FEITO UM PLANO B. TUDO JA FOI RESTABELECIDO.
QUALQUER DÚVIDA ESTOU A DISPOSIÇÃO.RETORNOS -
GOSTARIA DE PEDIR UM POUCO DE PACIÊNCIA COM
RELAÇÃO AOS RETORNOS, POIS ESTAMOS COLOCANDO
TODO 0 SERVIÇO EM ORDEM E OS PROFISSIONAIS ESTÃO
SE DESDOBRANDO PARA QUE NÃO HAJA PREJUÍZO A
NENHUM CLIENTE. PORTANTO REGISTREI TODOS OS
PEDIDOS ENVIADOS POR VOCÊS PARA SABEREM QUE FOI
DADO ATENÇÃO, MAS EM ALGUNS CASOS 0 RETORNO
FICARA PARA SEMANA QUE VEM DEVIDO A FALTA DE
TEMPO DO RETORNO POR PARTE DOS PROFISSIONAIS
QUE ESTÃO EM DILIGENCIAS
DIVERSAS, TANTO DO PROCESSO NA CORREGEDORIA
QUANTO DAS SOLICITAÇOES CORRIQUEIRAS DO SISTEMA.
SOLICITACÕES 3, SEMANA DE JUNHO.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 11
fls. 23768
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manuscrito encontrado, datado de 15 de abril de 2015, no computador do
denunciado ARTHUR LUIZ TEIXEIRA, “R5”, contendo um “CMD Conjunto de
Medidas Disciplinares”, com vigência a partir do recebimento, contendo sanções,
faltas disciplinares, gratificações, bônus, advertências, direito de defesa,
reabilitação do advogado.
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Os advogados réus são responsáveis por cooptarem agentes do
Estado, mediante pagamento de vantagens indevidas, para prestarem serviços e
exercerem influência em favor da organização e também levantar dados de
outros agentes públicos para eventuais atentados contra eles, o que ficou
elucidado por meio de documento apreendido em poder da ré ANNA
FERNANDES MARQUES, com verificação de um plano em andamento para
levantar dados de agentes penitenciários de Cornélio Procópio (fls. 51, parte final
e 52).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 12
fls. 23769
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benefício da organização criminosa.
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desembargadores.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 13
fls. 23770
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interrogado diz que sim, que já se alimentou nos presídios de São
José dos Campos, Potim, Tupi Paulista e em vários CDP´s de
São Paulo, indagado qual é a qualidade da comida servida na
Penitenciária I de Presidente Venceslau/SP ressalta que foi
comida de boa qualidade, se alimentou de carne moída com
cenoura, arroz, feijão: reafirma que a noticia que servem comida
com caco de vidro foi orquestrada por Davi com aquele objeto de
tornar um conjunto de provas para levar o Brasil perante uma
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Corte Internacional: indagado se recebia alguma quantia além
dos R$ 5.000,00 mensais o interrogado diz que recebia valores
adicionais de até quarto R$ 8.000,00 com a finalidade de
promover audiências públicas no interior do Estado, relacionaram
as condições dos presídios paulistas (fls. 3036 a 3.048).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 14
fls. 23771
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RODRIGO MARTINS BETIM, fls. 291/300, ré SIMONE DE ARAÚJO ALONSO,
fls. 301/316, réu PAULO ROBERTO PENHA, fls. 316/325, ré VANILA
GONÇALES, fls. 326/334, réu DAVI GONÇALES, fls. 334/373, réu RICARDO
VILLARES SOUZA DE PAULA, fls. 374/389, ré ARIANE FACTUR DOS SANTOS,
fls. 390/396, ré SIMONE LAGE GUIMARÃES, fls. 397/412, réu FABIO MORENO
DE PAULA, fls. 413/423, ré LUANA DE ALMEIDA DOMINGOS, fls. 423/438, ré
TABITA PEREIRA ROCHA, fls. 439/447, réu PAULO SERGIO RAMALHO DE
OLIVEIRA, fls. 447/456, réu OSVALDO ANTONIO DE OLIVEIRA, fls. 457/459, ré
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JULIANA CLAUDINA DOS SANTOS COTTINI, fls. 460/481, ré ANDREA
ANTUNES FERRARI, fls. 482/493, ré MARIA FERNANDA MARTINHÃO, fls.
494/498, réu ROGÉRIO AZEVEDO, fls. 499/508, réu VINÍCIUS GUIMARÃES
PINHEIRO LEMOS, fls. 508/513, réu LUIZ CARLOS DOS SANTOS, fls. 514/536,
réu MARCOS WILLIANS HERBAS CAMACHO, fls. 536/540, réu ABEL
PACHECO DE ANDRADE, fls. 541/554, réu DANIEL VINÍCIUS CANÔNICO, fls.
554/576, réu ERIC DE OLIVEIRA FARIAS, fls. 576/599, réu ANTÔNIO JOSÉ
MULLER JUNIOR, fls. 599/601, réu PAULO CESAR SOUZA NASCIMENTO
JUNIOR, fls. 601/614, réu PAULO PEDRO DA SILVA, fls. 615/629, réu PAULO
FELIPE ESTEBAN GONZALES, fls. 630/634, réu AIRTON FERREIRA SILVA, fls.
634/642, réu WILBER DE JESUS MERCÊS, fls. 642/666, réu MARCOS PAULO
LUSTOSA, fls. 666/678, réu MARCIO DOMINGOS RAMOS, fls. 679/710 e réu
CLEBER MARCELINO DIAS DOS SANTOS, fls. 711/725.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 15
fls. 23772
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Defesas preliminares às fls. 7615/7644 (Jéssica Paixão Ferreira),
fls. 7806/7835 (Gisele Aparecida Baldiotti), fls. 7836/7924 (Ariane Factur dos
Santos), fls. 8075/7097 e 8403/8433 (Priscila Ambiel Julian), fls. 8198/8231
(Vanila Gonçales) e fls. 8264/8287 (Juliana Claudina dos Santos Cottini).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
SANTOS COTTINI (fls. 8377/8379).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 16
fls. 23773
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
pelo Ministério Público às fls. 22759/23291.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
e fls. 23699/23720 (Juliana Claudina dos Santos Cottini).
É O RELATÓRIO.
FUNDAMENTO E DECIDO.
Pois bem.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 17
fls. 23774
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
SE VALE DE ARMA DE FOGO PARA COMENTIMENTO DE CRIMES, E SEU
DEPARTAMENTO JURÍDICO, NOMINADO DE “CÉLULA R”, OU “SINTONIA
DOS GRAVATAS”, 3 INTEGRAÇÃO DESSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
PELOS RÉUS, ALGUNS DELES COMENTENDO, AINDA, CRIMES DE
CORRUPÇÃO PASSIVA E ATIVA, 4 DOSIMETRIA, 5 DO DISPOSITIVO,
COM ANÁLISE DO REGIME e SEGREGAÇÃO CAUTELAR DOS RÉUS.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
redação original.
1. TEMAS PRELIMINARES.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 18
fls. 23775
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
Nada de errado há, portanto, na competência atribuída a esta
comarca, pois aqui se encontra o seio da organização
criminosa descrita na denúncia, gerando as decisões
cautelares que instrumentalizaram as investigações.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
objetivo a reunião dos processos para que se garanta a sua
razoável duração, sua economia e, principalmente, evitar
contradições em sentenças diversas que tratem dos mesmos
fatos ou pessoas que, de alguma forma, estejam ligadas
entre si” (...) “Não se trata, portanto, no presente caso, de
modificação de competência, pois a competência foi
corretamente fixada desde o início, no caso, pelo Juízo
Prevento de Presidente Venceslau. Cumpre ressaltar que
todas as ordens emanadas pelos lideres desta organização
criminosa saíram da Penitenciária II de Presidente Venceslau,
onde eles estavam presos na época dos fatos, sendo,
portanto, competente o Juízo de Presidente Venceslau para
apreciação das medidas cautelares que foram deferidas no
curso do processo'.
Acerca da continência e conexão, leciona Guilherme de
Souza Nucci o seguinte:
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 19
fls. 23776
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
O Professor Fernando da Costa Tourinho Filho, citando
Frederico Marques, leciona o seguinte:
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
etc., mas motivos que determinam sua alteração'. (Processo
Penal. Pág. 175. 21ª Edição 1999. Editora Saraiva).
Anote-se que inexiste processo tramitando na comarca de
São Paulo sobre a corrupção ativa indicada pelo excipiente
de sorte a autorizar a reunião dos processos naquela
comarca.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 20
fls. 23777
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
Ora, como cediço, denunciar, genericamente, significa levar a
conhecimento público ou de alguma autoridade competente um determinado fato
ilegal, aguardando possível punição de alguém, o que não é o caso do
manuscrito encontrado, muito distante de reunir essas características.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
A propósito, o Supremo Tribunal Federal, por decisão do Ministro
Celso de Mello, prolatada nos autos da Medida Cautelar no Habeas Corpus nº.
100042, assentou que escritos apócrifos, quando constituírem o corpo de delito,
autorizam persecução penal.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 21
fls. 23778
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determinantes que levaram o agente a delinquir e que
constituem a alma do delito.
Certos e determinados delitos deixam vestígios materiais:
são facta permanentes; outros não os deixam, são facta
transeuntes.
O corpo de delito constitui, portanto, no conjunto, a soma de
todos os vestígios e sinais deixados por um delito facta
permanentes”.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
O professor Fernando da Costa Tourinho Filho (“Processo Penal”,
Saraiva, 22ª ed. 3º Vol., pág. 248), com apoio em doutrina clássica, define corpo
de delito como “conjunto de vestígios materiais deixados pelo crime, diz
Tornaghi, citando Farinácio”.
E, como se verá mais adiante, uma das rés, Vanilla orientou outro
réu a não se submeter a perícia (grafotécnica), suplicando (“pelo amor de deus”)
nesse sentido (fls. 2692/2693 autos dependentes 01).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 22
fls. 23779
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observância de protocolos e caminhos almejando impedir persecução estatal seja
em qual nível for. Evidente que isso desaguou, de algum modo, na dificuldade de
se organizar a prova encontrada em razão de sua extensão e, repita-se, do
modus operandi pernicioso empregado pela organização criminosa investigada.
Não pode agora os réus valer-se dessa torpeza; seria sufragar esse ardiloso
expediente, protagonizado por conhecedores das leis que, como tal, empregaram
a técnica em prol do império do crime, contando com a escuridão.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
denúncia que, em suma, imputou a todos os réus o crime de integrar
organização criminosa, que se vale de arma de fogo, e de concorrerem para que
alguns dos réus, destacados na exordial, praticassem crime de corrupção ativa,
além da prática de corrução passiva por Luiz Carlos.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 23
fls. 23780
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na medida em que o suposto equívoco na acusação não teria
prejudicado a articulação da defesa, já que todos estariam
habilitados a compreender a imputação e, assim, a se
defender dela. Nessa hipótese, o que poderão correr é a
absolvição de alguns réus e a eventual condenação de
outros, se comprovado que não realizaram eles os mesmos
atos. Assim, em um crime de homicídio, por exemplo, se a
peça de acusação não diferenciar o comportamento do
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
partícipe, em quaisquer de suas modalidades (que pode ser
por determinação, por instigação e por quais quer das
demais classificações doutrinárias), deverá ele ser absolvido,
precisamente por não ter realizado os atos de execução do
crime” (in Comentários ao Código de Processo Penal e sua
jurisprudência. 5ª ed., rev. e atual. até fevereiro de 2013. São
Paulo: Atlas, 2013, pp. 102-102)
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 24
fls. 23781
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o oferecimento de denúncia geral quando uma mesma
conduta é imputada a todos os acusados e, apesar da
aparente unidade de desígnios, não há como pormenorizar a
atuação de cada um dos agentes na prática delitiva.
Precedentes. 3. Nos crimes de autoria coletiva, é prescindível
a descrição minuciosa e individualizada de cada acusado,
bastando a narrativa das condutas delituosas e da suposta
autoria, com elementos suficientes para garantir o direito à
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ampla defesa e ao contraditório, como verificado na hipótese.
Precedentes (...) 5. Ordem de habeas corpus denegada” (STJ
HC 229648/RS Quinta Turma Rel. Min. LAURITA VAZ j.
10.12.2013DJe 03.02.2014).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 25
fls. 23782
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Repito que o Superior Tribunal de Justiça já sedimentou
entendimento de que vícios no inquérito não contaminam a ação penal dele
decorrente. É o que se infere do seguinte precedente:
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Não confere com a verdade a assertiva de que em razão de
procedimentos administrativos inaugurados pelos réus Davi Gonçales e Luiz
Carlos, o delegado que presidiu o inquérito estaria suspeito, pois isso não
encontrar amparo nas provas.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 26
fls. 23783
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desenvolvimento intelectual e lógico do trabalho que culminou com a decisão
proferida.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
0000295-53.2017.8.26.0483/01), apresentando a autoridade policial, naquele
momento, fundamentos concretos demonstrando a necessidade dessa forma de
coleta de prova, (fls. 02/09 dos autos dependentes
0000295-53.2017.8.26.0483/01).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 27
fls. 23784
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É ônus da defesa, quando alega violação ao disposto no
artigo 2º, inciso II, da Lei 9.296/1996, demonstrar que
existiam, de fato, meios investigativos alternativos às
autoridades para a elucidação dos fatos à época na qual a
medida invasiva foi requerida, sob pena de a utilização da
interceptação telefônica se tornar absolutamente inviável.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
deslinde da questão, o órgão responsável pelas apurações
apresentou justificativas plausíveis para a excepcional
utilização da interceptação telefônica, argumento que foi
acolhido pela autoridade judiciária que o reputou idôneo,
inexistindo, assim, qualquer ilegalidade no deferimento da
quebra do sigilo telefônico, até mesmo porque olvidou-se a
defesa em trazer aos autos elementos de informação que
indiquem o açodamento da medida”.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 28
fls. 23785
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outros existiam. Parece-nos que, nesse caso, a
interceptação não poderá ser considerada ilícita (rectius,
ilegítima), por configurar a exigência do inc. II do art. 2º
requisito necessário à autorização, mas não condição de
validade da prova. Se, naquele momento, à cognição
sumária do juiz, a quebra do sigilo pareceu ser o único meio
disponível para a obtenção da prova, a autorização terá sido
legal e não perderá essa característica se se constatar,
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
depois, a possibilidade de utilização de provas colhidas por
outros meios" (As nulidades no processo penal. 11ª ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. p. 174.).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 29
fls. 23786
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“Este Tribunal Superior firmou entendimento no sentido de
ser legal, ex vi do art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 9.296/96,
a interceptação do fluxo de comunicações em sistema de
informática e telemática, se for realizada em feito criminal e
mediante autorização judicial, não havendo qualquer afronta
ao art. 5º, XII, da CF“ (STJ, Recurso em Habeas Corpus, nº.
25.268-DF).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
STJ, HC 101.165/PR.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 30
fls. 23787
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
e por mais tempo, com vistas à apuração da verdade que
interessa ao processo penal. Precedentes.
(...) .
Ordem denegada”. (STJ, HC 153.994/MT).
Não há, ainda, qualquer indício de invasão dos e-mails dos réus,
que lhes retirasse valor probante.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
juntada, pelo Ministério Público (ou encaminhamento proveniente da autoridade
policial), de documentos durante o processo.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 31
fls. 23788
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extrai dos memoriais de fls. 958/971 -, o que basta à
intelecção do contraditório” (Apelação nº
0005634-70.2014.8.26.0071).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
importa dizer que a desobediência às formalidades
estabelecidas na legislação processual somente poderá
implicar o reconhecimento da invalidade do ato quando a
sua finalidade estiver comprometida em virtude do vício
verificado (...) O princípio pas de nulitté sans grief exige,
sempre que possível, a demonstração de prejuízo concreto
pela parte que suscita o vício” (STF Primeira Turma HC
121350/DF Rel. Min. LUIZ FUX j. 13.05.2014 DJe-189 DIVULG
26.09.2014 PUBLIC 29.09.2014).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 32
fls. 23789
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“(...) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e desta
Corte Superior é uníssona no sentido de que, tanto nos
casos de nulidade relativa quanto nos casos de nulidade
absoluta, o reconhecimento de vício que enseje a anulação
de ato processual exige a efetiva demonstração de prejuízo
ao acusado, o que não ocorreu na espécie” (STJ Quinta
Turma HC 287139/RS Rel. Min. LAURITA VAZ j. 21.08.2014
DJe 02.09.2014).
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“(...) Atualmente, até em casos de nulidade absoluta,
doutrina e jurisprudência têm exigido a comprovação de
prejuízo para que a mácula possa ser reconhecida” (STJ
Quinta Turma HC 213182/MG Rel. Min. JORGE MUSSI j.
03.09.2013 DJe 17.09.2013).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 33
fls. 23790
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com concordância expressa dos réus (fls. 8636).
E mais.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
advogados constituídos, os presentes não externaram nenhuma insurgência em
relação à necessidade da presença dos réus. É o que se extrai do termo da
audiência (fls. 10487/10493).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 34
fls. 23791
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
“Segundo os arts. 571 e 572 do Código de Processo Penal, as
arguições de nulidade devem ser feitas em momento
oportuno, restando sanada ou na hipótese de inércia da parte
ou caso atingida a sua finalidade. 4. No caso em comento, 'a
defesa foi regularmente intimada da expedição da carta
precatória', entretanto, não manifestou intenção de
participação pessoal do réu da audiência, de modo que
resulta preclusa a iniciativa da parte e sanado o ato, não
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
havendo falar em nulidade” (STJ, HC 284.187-SP, j.
15.09.2016, Min. Ribeiro Dantas).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 35
fls. 23792
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Para finalizar esse ponto, observo que na audiência realizada
neste juízo, as réu pleitearam que fossem interrogadas mesmo na
pendência do cumprimento da carta precatória para oitiva de Orlando Motta
(fls. 8636).
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processual, a adoção de comportamentos contraditórios pelas partes ('É
que no sistema das invalidades processuais deve-se observar a necessária
vedação ao comportamento contraditório, cuja rejeição jurídica está bem
equacionada na teoria do venire contra factum proprium, em abono aos
princípios da boa-fé e lealdade processuais': STF, HC nº 104.185/RS, Relator
Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, v.u., j. 02.08.2011, Ementário
2580-1/063. No mesmo sentido: STF, ACO nº 652/PI, Relator Ministro Luiz
Fux, Tribunal Pleno, v.u., j. 08.10.2014, DJe 213; STF, HC nº 126254/SP,
Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, v.u., j. 03.03.2015, DJe 65), não
sendo outra a razão do legislador impedir a declaração de nulidade de
determinado ato a que deu causa o próprio peticionário, nos termos do
artigo 565 do Código de Processo Penal'” (TJSP, Revisão Criminal
0003449-44.2015.8.26.0000).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 36
fls. 23793
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corpo dessa defesa apresentou vasta prova documental, inclusive várias tentando
demonstrar que não passava de advogada correspondente.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
às fls. 23/24 (ainda do apenso) a ré Ariane Factur informou a não devolução de
seu notebook, CPU, sendo que novamente não fundamentou seu pleito no
argumento de que precisaria desses objetos para sua defesa.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 37
fls. 23794
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
NOMINADO DE “CÉLULA R”, OU “SINTONIA DOS GRAVATAS”.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Art. 1º - Esta Lei define organização criminosa e dispõe
sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da
prova, infrações penais correlatas e o procedimento
criminal a ser aplicado.
§ 1º - Considera-se organização criminosa a associação de
4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
informalmente, com objetivo de obter, direta ou
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a
prática de infrações penais cujas penas máximas sejam
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
transnacional”.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 38
fls. 23795
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
A organização Primeiro Comando da Capital - PCC é composta
por centenas de pessoas, espalhadas por todo país, com divisão de tarefas,
voltada para o narcotráfico, com cometimento de vários crimes (tráfico de drogas,
porte de arma, homicídios, corrupção ativa, roubos).
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Lei Federal 12.850/2015, que se vale de armas de fogo, tendo a ementa a
seguinte redação:
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 39
fls. 23796
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
No mesmo sentido, bem demonstrado que os criminosos
integrantes do aludido grupo se dedicam à prática de
infrações criminais com penas máximas superiores a quatro
anos. É o que diz o organograma do pcc, colacionado na
peça de incoação, também não impugnado pelas defesas. Lá
está claramente descrito, dentro do setor financeiro, o
progresso (tráfico de drogas), cuja pena máxima atinge,
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
abstratamente, 15 anos de reclusão”.
(...)
(...)
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 40
fls. 23797
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
“PCC” pode-se considerar, nos dias que correm, como algo
inconteste, seja pelos inúmeros processos envolvendo a
facção, seja pelo farto noticiário veiculado pela imprensa a
esse respeito. Um fato notório, na dicção legal (artigo 334,
inciso I, do Código de Processo Civil), que independe de
prova”. (Apelação n° 0015137-65.2008.8.26.0576).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
uma das maiores organizações criminosas do país,
comandando grande parte do crime organizado no Estado de
São Paulo, em especial o tráfico de drogas na Capital e
Baixada Santista. Tem sua direção de dentro dos presídios e
possui estatuto próprio, e o seu nascimento se deu nos
presídios de São Vicente, Baixada Santista, onde o
movimento é muito forte.
Conforme veiculado na imprensa escrita (Revista Época
online), verifica-se que:
'Além de promover diversas rebeliões e extermínio de
detentos, o PCC é responsável pelos maiores casos de
crimes orquestrados em São Paulo desde 2001. Em fevereiro
de 2001, o PCC coordenou, por telefone celular, rebeliões
simultâneas em 29 presídios paulistas. Em janeiro e maio de
2002, o grupo foi responsável por 14 ataques, a maioria com
bombas, contra prédio públicos. Em março de 2003, ordenou
o assassinato do juiz corregedor Antônio José Machado
Dias, em Presidente Prudente. Em novembro e dezembro de
2003, houve 44 ataques contra delegacias e postos policiais.
Em janeiro de 2006, o PCC comandou dois dias de ataques
contra a policia'” (Apelação nº 0007828-18.2010.8.26.0157).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 41
fls. 23798
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Prosseguindo, em pesquisa no site “globo.com.br”, demonstrando
a notoriedade da existência dessa organização criminosa (ver “Da prova no
Processo Penal”, Adalberto José Q. T. Camargo Aranha, Saraiva, 7ª ed., pág.
29), por meio da expressão de busca “PCC”, na data de 24/05/2017, às 10h, são
listadas as seguintes informações/reportagens: “A cruzada para torar o PCC da
Cracolândia”, “PCC tem fortes aliados no Rio”, “PCC treinou facção para explodir
caixas no Rio de Janeiro”, “Chefe do PCC e falso assessor da presidência são
suspeitos de roubo milionário no Paraguai”, “Um dos principais chefes do tráfico
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
de Cachoeiro e membro do PCC é preso na Bahia”, “PCC está recrutando
guerrilheiros das Farca, diz 'Wall Street Journal'”, “Estatuto do PCC tem 18 artigos
e código de ética”.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 42
fls. 23799
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
A acusação define o PCC como verdadeiro grupo de
extermínio. 'A facção em comento é altamente estruturada,
sendo que seus integrantes frequentemente mencionam um
código de 'conduta' e 'ética' do crime, que deveriam seguir,
tanto que o descumprimento das normas do estatuto é
punido até mesmo com a pena de morte, denominada por
eles de 'xeque-mate', afirma a Promotoria.
Durante a investigação, o Ministério Público de Roraima
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
identificou grampos que tratavam de julgamento e punição
dos membros do PCC por descumprimento do estatuto. O
artigo I é claro. 'Todos os integrantes devem lealdade e
respeito ao PCC.' A regra seguinte aponta para a luta por paz,
justiça, liberdade, igualdade e união, visando crescimento da
nossa organização, respeitando sempre a ética do crime.
Em seu artigo VI, o estatuto do PCC apreendido na Monte
Cristo afirma não admitir como integrantes estrupadores
(sic), homosexualismo (sic), pedofilia, caguetagem, mentiras,
covardia, opressão, chantagens, estorções (sic), inveja,
calúnia e outros atos que ferem a ética do crime.
Desde que foi deflagrada a cisão entre o Primeiro Comando
da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) as mortes de
presos em Roraima aumentaram assustadoramente.
Pelos cálculos oficiais, o PCC já matou mais de 44 presos na
Penitenciária Agrícola de Roraima nos últimos três meses.
As primeiras mortes aconteceram no dia 16 de outubro de
2016, quando 10 presos pertencentes à facção CV, foram
decapitados e carbonizados“.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 43
fls. 23800
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autos), que tem juízo de culpabilidade aferido nos autos do processo
desmembrado nº 0000304-15.2017.8.26.0483 (sentença às fls. 10184/10341),
citado pelo Ministério Público na denúncia, estabelece em seu artigo 4° o
seguinte:
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
organização necessita do empenho e união de todos os seus
integrantes, deixando claro que não somos sócios de um
clube e sim integrantes de uma organização criminosa, que
luta contra as opressões e injustiças que surgem no dia a dia
e tentam nos afetar, sendo assim, o comando não admite
acomodações e fraqueza diante de nossa causa”.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 44
fls. 23801
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culpabilidade está sendo analisado no processo n° 0000253-04.2017.8.26.0483)
o gestor desta célula, tendo como subordinadas diretas as corrés Marcela
Antunes (cujo juízo de culpabilidade está sendo analisado no processo n°
0000253-04.2017.8.26.0483) e Anna Fernandes (cujo juízo de culpabilidade está
sendo analisado no processo desmembrado que tomou o n°
0000762-32.2017.8.26.0483).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
há apresentação de um organograma estruturado em um conselho
deliberativo no qual há uma série de cargos em subordinação, contando
inclusive com uma Diretoria Econômica. Junto com o organograma há um
documento intitulado de “Estrutura Organizacional e Hierárquica” no qual
consta a atribuição de cada uma das diretorias, valendo destacar a Diretoria
Econômica que é “responsável pelos controles financeiros e pagamentos
gerais relacionados ao trabalho jurídico”.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 45
fls. 23802
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Veja que em e-mail interceptado o usuário da conta
dr.0222@outlook.com, identificado como sendo da denunciada Anna Fernandes,
enviado aos usuários das contas dr.0666@outlook.com, dr.011@outlook.com,
dr.0333@outlook.com, identificados como sendo respectivamente Marcelo
Roberto de Camargo e os corréus Marcela Antunes e Cleber Marcelino (cujo juízo
de culpabilidade está sendo analisado no processo desmembrado que tomou o n°
0000750-18.2017.8.26.0483), foi transmitido um protocolo de segurança a ser
observado pelos integrantes do quadro jurídico da facção (fls. 2132/2132
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
autos complementares 01 data do e-mail: 19/06/2015).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 46
fls. 23803
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TRANSPARECEU QUE ELES NÃO SABIAM O QUE DEVERIAM
FAZER, MAS ESTÃO ACOSTUMADOS COM ESSA TROCA DE
PROTOCOLO. ESSA TROCA DE PROTOCOLO DE
SEGURANÇA NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE OCORRE, CLARO
QUE DESTA VEZ FOI DE UMA FORMA MAIS TURBULENTA,
POIS NÃO TINHAMOS IDEIA DO QUE ESTAVA
ACONTECENDO E SE HAVIA OUTROS INDICIOS QUE
CHEGASSEM ATÉ NÓS. SEI ONDE ESTOU TRABALHANDO E
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
NÃO FUGI EM NENHUM MOMENTO DE MINHA
ESPONSABILIDADE, APENAS FOI PRECISO TROCAR TUDO E
ISSO LEVA UM TEMPO, POIS DEPENDEMOS DE DINHEIRO E
TEMPO PARA QUE TUDO SEJA RESTABELECIDO. DE
QUALQUER FORMA NÃO FICAMOS TOTALMENTE PARADOS,
APENAS NÃO TINHAMOS O COMPUTADOR PARA ENVIAR E
RECEBER EMAILS, BEM COMO PARA ELABORAR O
PROCESSO NA CORREGEDORIA. ATÉ O MOMENTO NÃO FOI
DETECTADO PREJUIZO NESSA TROCA DE PROTOCOLO E
PRECISAMOS TER MUITA CAUTELA, POIS FORAM
APREENDIDOS COMPUTADORES DOS QUAIS PODEM SER
VASCULHADOS E QUEM SABE DETECTADO OUTROS
PROFISSIONAIS DE ALGUMA FORMA. É DE
CONHECIMENTO DE TODOS QUE O GAECO NÃO SAI SEM
UM OBJETIVO MAIOR E SE ESTAMOS NO MEIO DISSO,
TEMOS QUE NOS PRECAVER E NÃO COLOCAR TODO UM
TRABALHO A PERDER. ENTENDO QUE NÃO GOSTARAM E
QUE DEVE SER FEITO UM PLANO B. TUDO JA FOI
RESTABELECIDO. QUALQUER DÚVIDA ESTOU A
DISPOSISÃO.
RETORNOS - GOSTARIA DE PEDIR UM POUCO DE
PACIÊNCIA COM RELAÇÃO AOS RETORNOS, POIS
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 47
fls. 23804
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ESTAMOS COLOCANDO TODO O SERVIÇO EM ORDEM E OS
PROFISSIONAIS ESTÃO SE DESDOBRANDO PARA QUE NÃO
HAJA PREJUÍZO A NENHUM CLIENTE. PORTANTO
REGISTREI TODOS OS PEDIDOS ENVIADOS POR VOCÊS
PARA SABEREM QUE FOI DADO ATENÇÃO, MAS EM
ALGUNS CASOS O RETORNO FICARA PARA SEMANA QUE
VEM DEVIDO A FALTA DE TEMPO DO RETORNO POR PARTE
DOS PROFISSIONAIS QUE ESTÃO EM DILIGÊNCIAS
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
DIVERSAS, TANTO DO PROCESSO NA CORREGEDORIA
QUANTO DAS SOLICITAÇOES CORRIQUEIRAS DO SISTEMA.
SOLICITACÕES 3ª, SEMANA DE JUNHO ESTA SEMANA.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 48
fls. 23805
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(...)
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
esse tipo de clientes deve ser da região delas, assim caso
ocorra algum problema teram como comprovar a ocupação
licita (...).” (fls. 2139 - autos dependentes 01).
(...)
(...)
“Obs: Esta carta esta toda em vermelho, pois o ajuste de
protocolo 2 é urgente. (...)”.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 49
fls. 23806
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
afastamento. Há a informação do valor da remuneração pelos serviços prestados
pelos réus, com salário inicial de R$ 3.000,00 e, após o período de experiência
(90 dias), chega-se ao valor de R$ 5.000,00, com possibilidade de bônus. Consta
do documento que “esta circular, seguirá por meio seguro, da forma que
melhor convier pelas gestoras associadas ao escritório central, chegará ao
conhecimento de todos os advogados”. Além disso, consta do CMD (datado
de 15 de abril de 2015) que as medidas nele mencionadas entram em vigor no
ato do recebimento.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Segue na íntegra o documento acima mencionado:
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 50
fls. 23807
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
justiça para com os demais que estão se dedicando e agindo
com responsabilidade.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
I- O defensor não cumprir de forma adequada a
determinação, quando lhe for passada.
Da gratificação/bônus
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 51
fls. 23808
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
a) neste primeiro momento visaremos juris, impronuncia e
êxitos em RDD.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
aumento sera sempre comunicado pelas gestoras, jamais em
parlatórios por questão de segurança e de ordem.
Das advertências:
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 52
fls. 23809
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compulsória.
Direito de Defesa.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Da reabilitação
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 53
fls. 23810
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(n5.jurídico), aquela encaminha diversas planilhas a este nas quais há referências
a diversos códigos, fazendo menção inclusive a alteração por códigos novos,
nome de carros relacionados a códigos/nome de advogados, especialidades
médicas, tudo com códigos relacionados, demonstrando a obscuridade e o nítido
intuito de dificultar investigações (fls. 1187/1192 autos dependentes 01).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 54
fls. 23811
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
Ainda na mesma linha da tabela acima, em e-mail encaminhado
pela acusada Anna Fernandes Marques (usuária da conta
dr.0222@outlook.com), para os corréus Cleber Marcelino (usuário da conta
dr.0333@outlook.com) e Marcela Antunes (usuária da conta dr.00@outlook.com),
há a complementação da tabela acima, com o número da conta bancária para
pagamento dos advogados identificados nos códigos R's (fls. 2265 autos
dependentes 01).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Segue a tabela (arquivo: R-CONTAS.xlsx data do e-mail:
15/12/2015):
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 55
fls. 23812
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Em e-mail encaminhado pela acusada Marcela Antunes, uma das
gestoras da célula jurídica, ao corréu Cleber Marcelino, identificado no relatório
policial como sendo o responsável pelo setor financeiro, há um relatório de gastos
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
com o encaminhamento de planilha a ser preenchida com os dados repassados.
Entre os gastos e valores mencionados há a menção a “600 cebola SD.3 Mês 5”,
“1.600 not novo HR.25”, “3.750 3 Galaxy S5 mini entregue M1 Jk.8”, “1.800
Reembolso telefone particular HR.25”, “3.150 Depositei HR.9 troca protocolo
segurança”, “2.400 2 Galaxy S5 Mini Aut. JK.8 e Gaspar”, “100 Correio com
seguro 2 nots”, “420 reembolso consulta filha”, “(...)sobrou 18 mil da cirurgia do
1013 que não precisou de eu pagar porque o Mane pagou e estes 18 mil vai ser
usado 200 reais para exames e 15 mil da cirurgia da dona Dede aut.JK8 (...).” (fls.
2156/2158 autos dependentes 01).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 56
fls. 23813
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arquivo, na planilha intitulada “ESTADOS” o somatório de gastos até setembro de
2015 indica o valor de R$ 1.149.639,00. Já a planilha localizada a fls. 1574 (autos
dependentes 01) indica que a soma com todas as células (sintonias) da facção
em um único mês (setembro de 2015) atingiu a monta de R$ 760.473,03.
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de gestora de um escritório jurídico “de fachada”, que como visto alhures foi
montado apenas para dar ares de legalidade a possíveis investigações das
autoridades públicas, confirmam a existência do escritório do Primeiro Comando
da Capital e revela organização empresarial no controle de despesas e gastos,
no âmbito de sua célula jurídica, a “sintonia dos gravatas”.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 57
fls. 23814
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“PROTOCOLO DE SEGURANÇA 2 CONFORME LHES
ESCREVI FALTOU CERCA DE 27 APARELHOS E 2 NOTEBOOKS PARA
COMPLETAR O PROTOCOLO, CHEGAMOS AO FIM ESTÁ TUDO COMPLETO
E EM PLENO FUNCIONAMENTO...APENAS 3 QUE ESTÁ NO CORREIO MAS
SEGUNDA JÁ ESTARÃO ATIVOS....ENTÃO TODOS ESTÃO COM APARELHO
ANDROID, 2 CADA R, GESTORA 2 NOTE, GESTORA PRINCIPAL KRIP E
SURFSOLO E ETC..”
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segurança utilizados pela célula jurídica está o uso de celulares previamente
enviados pelos líderes da célula.
“BOM DIA!
ATT,”
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 58
fls. 23815
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evidente a utilização de aparelhos celulares “fechados” pelos integrantes da
célula jurídica (enviados por Sedex) e a obrigatoriedade de comunicação
estritamente por meios de tais aparelhos, a fim de resguardar o sigilo das
comunicações e a identidade dos integrantes da facção, além da necessidade
constante de ser efetuada a troca dos aparelhos celulares “fechados”. Tais
constatações podem ser observadas por meio das trocas de mensagens de fls.
461, 1837, 1839, 1962/1963 (relatório de honorários “aparelho fechado”), 2098
dos autos dependentes 01 e 3764/3765, 10399/10403, 11203/11205 e
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23280/23281 - destes autos.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 59
fls. 23816
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“Salve Geral”
Rua 4
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Luis Carlos do CONDEPE, ele esta trabalhando com “nóis”,
já foi autorizado a inclusão do nome dele na folha de
pagamento no quadro dos gravatas, ficou acertado da
seguinte forma, vai ganhar R$ 5.000,00 por mês e alguns
trabalhos diferenciados vai ser acertado a bônus extra.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 60
fls. 23817
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mostrar que é pouco, deixar lixo no pavilhão para mostrar
que o local não tem condições para permanecer presos, tem
que ser bem orquestrado, esse Luis Carlos do CONDEPE vai
nos auxiliar como foi feito aqui em Presidente Venceslau em
dezembro, reuniões, estamos organizando nos próximas
audiências que vão ser no dia 29/05/2015 na Praia Grande e
24/06/2015 em São Paulo, a locação de um telão bem grande
para passar as filmagens, é importante deixar todas as
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equipes de reportagem avisadas, eles que vão filmar os
telões e divulgar as imagens para toda rede nacional, não
será economizado moedas para essa situação, tudo que for
necessário de dinheiro pode ser usado, sem miséria, o
quadro de gravatas também já foi avisado da prioridade
deste projeto.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 61
fls. 23818
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
advogados (gravatas) pela organização, ratificando todo o raciocínio até aqui
firmado, formando-se, então, uma célula jurídica. A contratação destes
advogados (Davi e Vanila) se deu nos mesmos moldes dos demais, ou seja, com
pagamento de honorários de aproximadamente R$ 5.000,00, com possibilidade
de bonificações. Demais disso, pelo teor deste documento não resta dúvidas que
os advogados (quadro de gravatas) eram financiados pela organização criminosa.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
“Subject: enviar raio 1 pelo amor de deus
BOA TARDE DRA. PRESTEI NOVO DEPOIMENTO SEXTA-
FEIRA (DRA. YURI) PORQUE NÃO TINHA O SEU E-MAIL
ENVIOU PARA DRA. FLAVIA HOJE PARA ENCAMINHAR
PARA SENHORA.
PRECISAMOS QUE AS SENHORAS ENVIEI PARA O RAIO 1 A
CARTA, O MEU SEGUNDO DEPOIMENTO, E O QUE ESTA
ESCRITO ABAIXO, POR FAVOR, PELO AMOR DE DEUS.
O DELEGADO ESTA ACHANDO QUE NOSSO ESCRITÓRIO É
DE FAIXADA, QUE FAZEMOS CONTABILIDADE PARA
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, E NEGOCIAÇÕES COM
DESEMBARGADORES, JUÍZES, PROMOTORES E O TAL
AMIGO.
E PARA EU PROVAR QUE NÃO É DE FAIXADA, LEVEI
TODAS AS INTIMAÇÕES PARA E O DELEGADO, GRAÇAS A
DEUS TENHO CADASTRO NA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
QUE É OUTRA COLEGA QUE ATUA, FIZ ISSO PARA AJUDÁ-
LA E AGORA ISSO QUE VAI ME AJUDAR, POIS TEM
MISTURADO NAS PUBLICAÇÕES CRIMINAIS, DIVÓRCIO,
APOSENTADORIAS, OUTRAS ÁREAS ALÉM DA CRIMINAL,
QUE NÃO ATUAMOS, AINDA BEM, JUNTAMOS ATÉ
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fls. 23819
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COMPROVANTE DA ASSISTÊNCIA JUDICIARIA.
ELE PERGUNTOU SE VOU BATER PAPO COM OS CLIENTES
OU TIRAR DÚVIDAS DE PROCESSO E DEFESA, FALEI QUE
FAÇO DEFESAS, CITOU ALGUNS NOMES DE VOCÊS E OS
PRIMEIROS NOMES GRAÇAS A DEUS TAMBÉM, QUE UM DIA
JÁ FIZ ALGUMA DEFESA E ATÉ PROVEI COM NÚMEROS
DOS RECURSOS.
JUNTEI TANTO MEU, QUANTO DO CR6 RECURSOS DE
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AGRAVOS QUE FORAM INDEFERIDOS E, SE NÓS
ESTIVÉSSEMOS ESQUEMA IGUAL ESTÃO NÓS ACUSANDO,
VÁRIOS RECURSOS TERIAM SIDOS PROFERIDOS E NÃO
NEGADO COM V.U.
ELE PERGUNTOU SE EU FORNECERIA MINHAS CONTAS
BANCÁRIAS, PORQUE SE NÃO ELE IRIA PEDIR QUEBRA DE
SIGILO BANCÁRIO, FALEI QUE SIM ATÉ ELE SE
SURPREENDEU ACHANDO QUE EU IRIA COLOCAR
OBSTÁCULOS, ELE QUER CONFERIR SE EXISTE ALGUMA
TRANSFERÊNCIA DE DINHEIRO, DA MINHA CONTA PARA
AS CONTAS DE DESEMBARGADORES, JUÍZES,
PROMOTORES E O TAL AMIGO PRECISAMOS FAZER
CONTRATO DE HONORÁRIOS COM PESSOAS DE SÃO
PAULO, POIS ELE PODE PERGUNTAR SOBRE O DEPÓSITO,
TENHO ALGUNS EM MIRA 1 QUE SE EU PEDIR TENHO
CERTEZA QUE IRÃO NOS AJUDAR, SÃO PESSOAS
COMPREENSIVAS, E QUE PRESTAMOS REALMENTE
SERVIÇOS, ALGUNS ESTÃO AINDA NA LISTA DA RELAÇÃO
DE PROCESSO.
ELE QUERIA SABER COMO ADVOGADOS CONSEGUIAM
TRABALHAR COM COMPUTADOR QUEIMADOS, POIS
FORAM APREENDIDOS, 01 COMPUTADOR QUEIMADO NO
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fls. 23820
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ESCRITÓRIO E 01 COMPUTADOR QUEIMADO E 01
NOTEBOOK FUNCIONANDO (ESTES NA RESIDÊNCIA DE
NOSSOS PAIS), MESMO SE RECUPERAR ALGO, NÃO
EXISTE NADA EM NENHUM DOS 02 COMPUTADORES E
MUITO MENOS NO NOTEBOOK.
ALEGUEI QUE TINHA QUEIMADO E EU TERIA ACABADO DE
COMPRAR OUTRO, POIS ELE QUERIA SABER SE NÃO É DE
FAIXADA COMO NÃO EXISTE UM COMPUTADOS
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FUNCIONANDO COM A SENHORA.
INFORMEI QUE O QUE ACABEI DE COMPRAR VEIO COM
DEFEITO E EU TINHA ACABADO DE ENVIAR PARA A
MANUTENÇÃO, ELE QUIS O COMPROVANTE QUE FOI PARA
MANUTENÇÃO E FORNECI E JÁ AVISOU QUE TAMBÉM
ESTA APREENDIDO, MAS ACHAMOS BOM TAMBÉM ESTA
APREENSÃO PORQUE LÁ TAMBÉM NÃO TEM NADA, MAIS
UM BEM APREENDIDO SEM NADA DE ILÍCITO
ENCONTRADO.
O DELEGADO ME QUESTIONOU SE CONHEÇO A LETRA E
FALEI QUE NÃO, LÓGICO, ELE FALOU QUE SE É DO PAULO
(NEBLINA), FALEI QUE NÃO, O DELEGADO ACHA QUE É
SUA LETRA.
MAS PELA CARTA QUE VEIO DO RAIO 1, SINCERAMENTE
MEU AMIGO, A LETRA F, ALGUMAS LETRAS PARECE SER
DE VOCÊ MEU AMIGO, PELO AMOR DE DEUS MEU
PAULINHO, NÃO FAÇA EXAME GRAFOTÉCNICO, PORQUE
ACHO QUE É SUA LETRA SIM, SE VOCÊ FIZER AI SIM
VAMOS SER CONDENADOS, E PEGAREMOS MUITO TEMPO,
POIS ESTÃO NOS ENQUADRANDO EM TRÁFICO DE
INFLUÊNCIA, EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO, FALSIFICAÇÃO
DAS CARTEIRINHAS E ENVOLVIMENTO COMO CRIME
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fls. 23821
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ORGANIZADO.
ELE DEU ENTENDER QUE VAI DAR BUSCA E APREENSÃO
NA MINHA CASA, QUE FALTOU ESSE LUGAR.
CHOREI SEM ESCÂNDALOS, OLHO NO OLHO DO
DELEGADO NO MEU SEGUNDO DEPOIMENTO E FALEI QUE
ESSA CARTA É FORJADA, ELE ABRIU OS OLHOS ENORMES
E REPETIU “FORJADA”, PORQUE?
RESPONDI QUE DEVIDO VISITA DO DH, E TAMBÉM DE
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DENUNCIAS REALIZADAS PELO CR6, QUE ACREDITAMOS
SER VINGANÇA.
O DELEGADO QUER QUE NÓS ENTREGAMOS AS
CARTEIRAS DO DH ORIGINAL, PORQUE ELE TEM SOMENTE
A CÓPIA DE QUE O CR6 USOU, ELE ALEGOU QUE COM
ESSA APREENSÃO, EVITARÁ CONVERSAS, PARA
PROVARMOS QUE NÃO FORAM NÓS QUE FALSIFICAMOS.
PELO AMOR DE DEUS, TUDO QUE ESTA NA CARTA, NÃO
PODEMOS CONTINUAR ATÉ O TÉRMINO DAS
INVESTIGAÇÕES, CONCLUSÕES.
NÃO PODEMOS DIVULGAR DE JEITO NENHUM ESTAS
FILMAGENS.
VAMOS ENVIAR PARA OUTRO LUGAR PARA FICAR MAIS
SEGURO, POIS, PRECISAMOS DE UM LUGAR MAIS
SEGURO, QUERO POR FAVOR QUE VOCÊ TOMEM CIÊNCIA
DE TODO O CONTEÚDO DA CARTA.
DESCOBRIMOS QUE O AMIGO FOI PRESO POR
ESTELIONATO E EXTORSÃO EM 2011.
SOBRE AS CARTEIRAS FALSAS, AINDA BEM QUE PEGUEI
DO TAL AMIGO, UMA DECLARAÇÃO COM DATA DESTE
ANO, MÊS MARÇO, ELE DECLARANDO QUE FAZEMOS
PARTE, PORQUE ELE ESTAVA DEMORANDO A NOS
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ENTREGAR O REGISTRO EM CARTÓRIO, QUE AGORA
DEPOIS DO ACONTECIMENTO TENHO CERTEZA QUE ELE
MENTIU, APESAR DELE TER TRABALHADO E TER
CONSEGUIDO DEFERIR ALGUMAS COISAS, ELE É UM
ESTELIONATÁRIO PROFISSIONAL, NO ENTANTO
RESPONDE PROCESSO POR ESTELIONATO E EXTORSÃO.
MESMO ASSIM, PRECISO QUE VOCÊS PAGUEM O ADV
DELE PORQUE ELE PRECISA FALAR A MESMA COISA QUE
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NÓS, PORQUE SE NÃO TENHO MEDO DELE NÃO
AGUENTAR A PRESSÃO E ABRIR A BOCA E FALAM ALÉM
DO QUE DEVE.
DESCULPA SE ERREI ALGUM MOMENTO NA ESCRITA,
PORQUE NÃO ESTOU CONSEGUINDO NEM PENSAR
DIREITO.
DESTRUA ESSA CONVERSA QUE ACABOU DE LER POR
FAVOR E MUITO OBRIGADO POR SEREM NOSSOS AMIGOS
E FICAREM DO NOSSO LADO, A NOSSA ADV ESTA
TRABALHANDO BEM, MAS HOJE ELA FALOU QUE TALVEZ
PRECISARÁ CONTRATAR MAIS UM ADV PARA AJUDÁ-LAS
QUE É O MESMO QUE FEZ A DEFESA DELA, ELE É DE SÃO
PAULO.
ATT”.
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Neblina, cujo juízo de culpabilidade é objeto do processo desmembrado
0001572.07.2017.8.26.0483) não faça exame grafotécnico. Mais uma vez resta
evidente a ligação entre os advogados citados na carta com o núcleo jurídico do
Primeiro Comando da Capital, gerido pelas corrés Marcela Antunes e Anna
Fernandes, bem como os meios utilizados pelos integrantes desta célula para
justificar suas atividades.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
autos acusado cujo juízo de culpabilidade está sendo analisado nos autos do
processo desmembrado nº 0000304-15.2017.8.26.0483, com cópia da sentença
às fls. 10184/10341) que se trata de uma missiva digitalizada, a qual informa a
necessidade da criação de um novo estatuto (atualização) do PCC. Esta carta,
datada de 10/07/2011, se inicia com a expressão salve geral e é assinada por
“Sintonia Geral”. Consta da carta “a Sintonia geral através deste comunica a
todos os irmãos algumas mudanças necessárias em nosso estatuto. O PCC
foi fundado em 1993 comemorando este em 31 de agosto de todos os anos,
mais de 17 anos se passaram e emfrentamos (sic) várias guerras. Falsos
criminosos foram desmascarados, sofremos duros golpes, fomos traídos
inumeras vezes, perdemos vários irmãos amados, mas graças a nossa
união conseguimos superar todos obstáculos e continuamos a crescer. (...)
Os tempos mudaram se faz necessário uma adequação de nosso estatuto
devendo o mesmo de acordo com a nossa realidade que vivemos hoje mas
não mudando de forma alguma os nossos princípios básicos (...)”. Na
sequência, passa-se a elencar 18 artigos. De se ver que o art. 10º deixa clara a
existência de várias “sintonias” e informa que nos graus de hierarquia a “sintonia
final” é a mais elevada.
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fls. 23824
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O artigo 4º deste documento é idêntico aquele que constou da
denúncia como referência ao PCC (citado acima). Como dito, a existência da
organização criminosa denominada Primeiro Comando da Capital, além de
reconhecida judicialmente, é de amplo conhecimento da sociedade e
cotidianamente divulgada pela imprensa, valendo destacar que o estatuto da
facção também é extensivamente divulgado, bastando uma simples pesquisa na
internet para aparecerem centenas de resultado. Como exemplo, destaco as
seguintes pesquisas que apresentaram artigos do estatuto análogo ao do
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documento retro referido: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-
estado/2017/01/08/estatuto-do-pcc-tem-18-artigos-e-codigo-de-etica.htm, http://
www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2017/08/internas_polbraeco,563
986/estatuto-do-pcc-tem-18-artigos-e-codigo-de-etica.shtml.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 68
fls. 23825
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reconheceu a existência do Primeiro Comando da Capital, aceitando o seguinte
histórico em torno de sua logística, crescimento e difusão, inclusive a existência
da sintonia “018” e “sintonia dos gravatas”, constando do corpo do acórdão o
seguinte:
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
eventuais injustiças intramuros. Todavia, com o decorrer dos
anos, a organização revestiu-se de incontestável caráter
criminoso, objetivando o cometimento de ilícitos mormente
os crimes de tráfico de drogas e sua associação , adquirindo
relevante aparato bélico e logístico para este mister.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 69
fls. 23826
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Cannabis Sativa L; ML para cocaína em pó e PT para cocaína
solidificada; era da incumbência desta divisão, ainda, ações
de fortalecimento da organização (v.g. fugas, grandes
assaltos etc.); (d) Sintonia Geral da Rifa organização de rifas
periódicas, objetivando o fortalecimento do caixa da facção;
(e) Sintonia Geral da Rua ou Disciplina responsável pelas
ações dos membros da facção em liberdade, sendo dividida
em (i) Sintonia da Capital, (ii) Sintonia da Baixada e (iii)
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Sintonia do Interior, sendo esta última fracionada por
regiões, de acordo com o número de DDD: 012 (Vale do
Paraíba), 014 (Bauru), 015 (Sorocaba), 016 (Ribeirão Preto),
017 (São José do Rio Preto), 018 (Presidente Prudente) e 019
(Campinas); (f) Sintonia Geral do Sistema responsável pela
coordenação, controle, resolução de conflitos, bem como
pelo tráfico de drogas no interior de estabelecimentos
carcerários, subdividindo-se em (i) Sintonia dos CDP's, (ii)
Sintonia das Comarcas; (iii) Sintonia da Feminina e (iv)
Sintonia da Colônia. Abrange, ainda, a Sintonia do Salve,
com o escopo de divulgar diretrizes da cúpula da facção; (g)
Sintonia Geral do Livro ou do Cadastro responsável pelo
registro de ingresso na quadrilha rito conhecido como
batismo, bem como exclusão de membros e seu retorno após
reabilitação; (h) Sintonia dos Gravatas responsável pela
coordenação de advogados atuantes em nome da facção e
seus membros; (i) Sintonia Geral dos Estados a qual
coordena a expansão da facção ao demais Estados da
Federação”.
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fls. 23827
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"As investigações revelaram que o Primeiro Comando da
Capital PCC possui a seguinte hierarquia interna entre seus
integrantes: a) sintonias finais: responsáveis pelo comando
do grupo criminoso, com a disseminação de ordens
chamadas 'salves' com a utilização de aparelhos celulares
dentro dos presídios paulistas; b) sintonias regionais ou
gerais: controlam as atividades criminosas da facção em
regiões, cidades e bairros; c) disciplinas: são os gerentes da
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
facção, responsáveis pelas atividades de execução, como o
tráfico direto de drogas e a arrecadação do dinheiro que
fomenta a organização criminosa”.
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pública, porque assim está catalogado o crime afim. Outros
bens jurídicos também são afetados: a administração da
justiça, porque o crime organizado essencialmente a desafia,
o Estado Democrático de Direito porque a organização
criminosa institui uma estrutura normativa paralela (há
organizações com Estatuto que vem ser a verdadeira
Constituição) e, também, o crime de organização participa da
natureza dos crimes por ela visados porque constituem
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mecanismo para sua implementação e incrementação”
(Vicente Greco Filho, “Comentários à Lei de Organização
Criminosa, Saraiva, 1ª ed.,p. 26).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 72
fls. 23829
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mediante a prática de crimes, e não uma indemonstrável 'paz
pública', sob o aspecto objetivo, pois, geralmente, a
coletividade somente toma conhecimento de ditos crimes
após serem debelados pelo aparato repressivo estatal, com a
escandalosa divulgação que se tem feito pela grande mídia,
sem ignorar que a possível ofensa é pura presunção legal”
(“Comentários à Lei de organização Criminosa”, Cezar Roberto
Bitencourt e Paulo César Busato, Saraiva, 2014, p. 49/50).
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2.3. Da prova oral produzida em juízo.
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pelos gestores. Todos os “R´s” estavam disponíveis para atuar para o PCC,
sempre que fosse preciso, o que não impedia que fizessem trabalhos externos. O
trabalho dos advogados era regido por um estatuto (projeto estrutural) que
regulava as ações, continha valores de honorários, penalidades, etc. Os líderes
da facção eram atendidos por outros advogados, que não faziam parte da célula
“R”. Os integrantes não necessariamente se conheciam, visto que haviam
integrantes no Estado inteiro. Logo após o cumprimento do mandado de busca, a
ré VANILA foi ouvida e esteve algumas vezes na delegacia de forma espontânea.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Primeiramente ela negou que tivesse uma carteirinha de membro de um conselho
de direitos humanos, depois ela confirmou que tinha e que havia perdido e, por
fim, apresentou a carteirinha. A ré JULIANA CONTINI foi identificada como
“R.41”, se utilizava de duas contas, uma sem seu nome e outra em nome de
terceiro.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 74
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célula desde sua criação, ajudou na criação do quadro de advogados, e inclusive
chegou a intermediar a aliança do PCC com uma organização criminosa em um
presídio no Rio Grande do Sul. Naquela época havia outros advogados que
mantinham contato com a facção, mas que não eram ainda integrantes do
quadro. No começo, os advogados faziam apenas o serviço jurídico lícito, mas,
ao passar do tempo, acabam se envolvendo mais com a organização criminosa e
fazendo outros serviços, como, por exemplo, levar informações de um preso para
outro, transmitir ordens, chamados de “correio da selva”. Essa pratica ocorre há
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
bastante tempo, mas com o PCC passou a ser mais frequente a partir dos
eventos de 2006. Atualmente o depoente não tem mais nenhum envolvimento
com a facção, tendo se desligado dela em 2010, mas continua sabendo de muita
coisa que está acontecendo por informações que chegam até o depoente por
outros presos (recebem cartas de integrantes do PCC e transmitem informações),
tendo conhecimento que existem vários advogados trabalhando para a facção.
Conhece pessoalmente a acusada VANILA GONÇALES, advogada que fazia
parte do quadro dos “gravatas” e desempenhava as funções de levar informações
e ordens para outros integrantes. Afirma que quando estava no CRP de
Presidente Bernardes, era ela quem levava as suas ordens para os presídios
normais. Tem conhecimento de que a corré ANDREA ANTUNES FERRARI
também fazia parte do quadro dos advogados, assim como a corré JULIANA
QUEIROZ BARRETO DE AMORIM, advogada que chegou a conhecer. Também
conhece pessoalmente o acusado ROGÉRIO AZEVEDO, advogado que tinha
pretensão de se candidatar como vereador e pediu um apoio para sua eleição,
mas não foi possível devido aos eventos de 2005/2006. O acusado JOSÉ LUIZ
CORREA MENEZES não chegou a conhecer pessoalmente, mas sabe que ele
fazia parte do quadro de advogados, realizava serviços relacionados à saúde
para a facção. Conhece o réu MARCOS WILLIANS HERBAS CAMACHO. A
organização só se sustenta por causa de MARCOS WILLIANS e ABEL
PACHECO. Narra que fez parte da sintonia final, que era composta por doze
pessoas e possuía mais treze suplentes. Desde 2008, MARCOS entregou a
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 75
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questão da célula dos advogados para a sintonia final, que eram pessoas de sua
confiança, e raramente chegava alguma coisa para que ele resolvesse. A sintonia
final era composta por Gege do Manguê, Tiriça, Abel, Birosca, Vietina,
Carambola, Daniel Cego, Colorido, além do próprio depoente. No total eram doze
pessoas. MARCOS WLLIANS não participava diretamente da célula dos
advogados, mas aprovou o setor. Havia muita autonomia da sintonia final. O
acusado MARCOS PAULO FERREIRA LUSTOSA, conhecido como “Mandruvá”,
naquela época fazia parte do setor de disciplina. Já o corréu DANIEL VINICIUS
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
CANÔNICO fazia parte da sintonia final. O acusado PAULO CESAR SOUZA
NASCIMENTO JUNIOR, “Paulo Neblina”, fazia parte da sintonia geral, que era
composta pelos suplentes da sintonia final. PAULO FELIPE ESTABAN
GONZALES, “Paulinho Teco Teco”, também é membro da organização. PAULO
PEDRO DA SILVA entrou na facção por influencia do depoente e exercia controle
de disciplina na região 012. Conhece o corréu VALDECI FRANCISCO DA
COSTA, afirma que na época em que o depoente fazia parte da facção ele era
responsável pela área de Campinas, mas naquela época não tinha envolvimento
com o quadro dos advogados, e possuía confiança da liderança. Também
conhece os acusados ERIK OLIVEIRA FARIAS e ANTONIO JOSÉ MULLER
JUNIOR, os quais faziam parte dos suplementes da sintonia final. Já WILBER DE
JESUS MERCEDES trabalhava como piloto de unidade e com o setor de
disciplina. Não conhece os réus JULIANA DE ARAUJO ALONSO MIRANDOLA,
SIMONE DE ARAUJO ALONSO, EDUARDO LUIZ, ANNA FERNANDES
MARQUES, FÁBIO DA SILVA DOMINGOS, PAULO SÉRGIO RAMALHO DE
OLIVEIRA, JÉSSICA PAIXÃO FERREIRA, GISELE APARECIDA BALDIOTE,
ARIANE FACTUR DOS SANTOS, PRISCILA AMBIEL JULIAN, JULIANA
CLAUDINA DOS SANTOS COTINI, ANDREA ANTUNES FERRARI, LUANA DE
ALMEIDA DOMINGOS, MARIA LUCIA GALINDO BARBEZANE, RICARDO
ENNIO BECCARI JUNIOR, RITA DE CASSIO BERNARDO DA CONCEIÇÃO,
LUCIANA MARIA RODRIGUES, TÁBITA PEREIRA, FABIO MORENO DE
PAULA, ANA CRISTINA ROMAN PASSARELI, CARLUSIA SOUZA BRITO,
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 76
fls. 23833
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ELTON RODRIGO MARTINS BETIM, MARCIO DOMINGOS RAMOS, CLEBER
MARCELINO DIAS DOS SANTOS e PAULO ROBERTO PENHA. Esclareceu que
quando houve a ordem dos ataques e atentados pelo PCC, ocorreram vários
problemas dentro das unidades, havendo até mesmo mudanças físicas nos
presídios para dificultar o contato entre os presos. Os setores de castigo ficaram
superlotados, as visitas foram dificultadas, as varas de execução ficaram mais
rígidas, o que resultou em descontentamento da massa carcerária e dos
membros da facção. Uma das medidas para diminuir a insatisfação da massa
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
carcerária, que sustenta a facção, foi a fundação do setor dos advogados para
cuidar da situação dos presos. Antes de 2006 os advogados eram contratados
para suprir uma carência do Estado. Após os atentados, os interesses foram
outros. Os advogados eram contratados, até mesmo por intermédio do depoente,
de outros membros e também poderiam ser indicados por outros advogados
integrantes do quadro. Procurava-se fazer uma sabatina para ver a pessoa se
identificasse com a causa. Buscavam-se advogados novos, que acabavam de se
formar, eram evitados advogados de renome, e tudo isso dependia de entrevista.
O interesse maior das contratações era a defesa do crime organizado. Eles
faziam visitas constantes aos presídios, pois faziam um trabalho de “correio da
selva”, principalmente quando no presídio não tem telefone celular ou quando há
uma dificuldade com as visitas. Os atendimentos não eram exclusivos para
membros da facção, mas para qualquer preso, os quais saiam comprometidos
com a facção.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 77
fls. 23834
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antecedentes.
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oportunidade em que exerceu direito constitucional ao silêncio, porém, antes,
disse que tudo o que falou na delegacia de polícia corresponde à verdade)
contou que há 23 anos atuava na defesa de direitos humanos e atualmente era
vice-presidente do CONDEPE. Em 2014 recebeu denúncias, sobre supostas
irregularidades na alimentação e na saúde. Imediatamente abriu-se apuração
perante o Conselho e a investigação foi encaminhada para o próprio
interrogando. Iniciadas as investigações, pediu que os funcionários do CONDEPE
fizessem contato com o autor da denúncia, Davi Gonçales, visto que a petição
era muito genérica. “Diante da insistência do denunciante o interrogado se
deslocou até Presidente Venceslau, na companhia da Conselheira Sheila Olala,
responsável pelo sistema prisional; dirigiram-se até Presidente Venceslau e no
caminho encontraram Davi e Vanila; essa visita fiscalizatória ocorreu, salvo
engano, em julho de 2014; ocorre que ao chegar ao Presídio a direção obstou
que o grupo fiscalizatório ingressasse no Presídio ou que mantivesse contato
com qualquer preso; indagado porque Davi e Vanila acompanhavam a comitiva
fiscalizatória o interrogado diz que isso ocorreu dada a insistência de Davi e
Vanila em acompanhar; ressalta porém que essa não foi uma boa ideia isso
porque quando foram recebidos na sala do diretor, ao que pode perceber, ele já
conhecia Davi e Vanila como advogados da facção; o certo é que acabou
ocorrendo até uma discussão já que Davi e Vanila insistiam no ingresso e não
conseguiram ingressar no Presídio para realizar a visita de fiscalização”. O
interrogado telefonou para o desembargador Luiz Edmundo Marrey Uinti,
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 78
fls. 23835
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representante do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo perante o
CONDEPE; ouviu do desembargador que como não conseguiram entrar que
retornassem a São Paulo que isso seria tratado em reunião do Conselho. No mês
posterior, após aviso prévio ao diretor da unidade prisional, e sem a presença de
DAVI e VANILA, o interrogando e a conselheira Sheila tiveram acesso ao
estabelecimento e constataram que não havia qualquer irregularidade, o que
gerou o arquivamento do processo apuratório instaurado perante o CONDEPE.
Ocorre que DAVI e VANILA eram insistentes e telefonavam com constancia
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indicando outros presídios do interior paulista para que fosse submetido a
fiscalização. “Percebeu que DAVI e VANILA tinham o interesse de repassar essa
informação para outras pessoas do sistema prisional que o interrogado não sabe
dizer exatamente quem são; em janeiro de 2015 foi procurado por VANILA no
CONDEPE para que ajudasse os amigos e clientes dela; indagado em que
consiste exatamente essa ajuda o interrogado diz que VANILA narrou que havia
ingressado com revisões criminais perante o Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo em nome de seus clientes e solicitava que o interrogado utilizasse sua
inflencia de conselheiro para convencer os desembargadores; a pretensão era
que o interrogado conversasse com o desmbargador Marrey, representante do
Tribunal de Justiça perante o CONDEPE para que ele interferisse nos demais
desembagadores nos respectivos processos de interesse de VANILA; naquele
dia o interrogado diz que não aceitaria conversar sobre esses assuntos com o
desembargador, mas acabou recebendo esses R$ 2.000,00 em dinheiro das
mãos de VANILA, ficando convencionado que todo dia 20 de cada mês seria
realizado o pagamento de R$ 2.000,00; como o interrogado foi enfático em não
interferir nos desembargadores VANILA então disse que manteria o pagamento
mensal para que o interrogado continuasse a auxiliá-los nos processos
envolvendo reclamações contra o Sistema Prisional Paulista”. VANILA tinha
interesse que o interrogando influenciasse desembargadores, mas o
pagamento mensal se restringiu mesmo a um melhor acompanhamento das
denúncias formuladas perante o CONDEPE. “No mês de fevereiro, já próximo
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fls. 23836
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do dia 20, o interrogado disse que não mais receberia a quantia e que eles não
precisariam mais realizar o depósito quando então VANILA disse expressamente
que não tinha mais volta; inicialmente não entendeu isso como ameaça, contudo,
passados dois dias recebeu a visita de um motoqueiro desconhecido que parou
defronte a sua casa e apresentou-lhe uma foto dos dois filhos do interrogado que
residem em Itapevi/SP”. O dinheiro foi depositado dia 20/02/2015, na conta de
sua esposa no Banco Santander, visto que VANILA disse que não poderia ser na
conta do interrogando. Sua esposa não sabia da origem do dinheiro que caia
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mensalmente em sua conta. Continuou tendo contato constante com os réus
DAVI e VANILA. Passados alguns dias recebeu telefonema do acusado JOSÉ
RIBAMAR, conhecido como Baima, dizendo que gostaria de conversar com o
interrogando sobre presídios do interior, solicitando que o encontrasse no
shopping Tietê, de São Paulo, encontro que aconteceu em março de 2015.
“JOSÉ DE RIBAMAR propôs que o interrogado esquecesse aquela proposta de
VANILA acerca da interferência do interrogado junto aos desembargadores e que
cuidasse especificamente da fiscalização dos presídios do interior; foi uma
conversa mais voltada a tentativa de acalmar o interrogado por conta da ameaça
que acabaram de receber; durante o diálogo JOSÉ DE RIBAMAR disse que os
pagamentos continuariam regularmente mais que doravante os valores seriam de
R$ 3.000,00 mensais”. DAVI e VANILA insistiam em entrar para o Conselho
Ouvidor de Direitos Humanos, porém o interrogando resolveu não incluí-los no
Conselho. Diante da insistencia de DAVI e VANILA para que constassem das
atas das reuniões o interrogando acabou fornecendo a eles uma carteira
como se eles fosses conselheiros do CODH, tendo ciência de que eles não
faziam parte do conselho. No mesmo dia em que repassou a carteira para os
irmãos percebeu que eles imediatamente providenciavam fotos e enviaram para
uma mulher, que tratavam por “chefe”. Posteriormente descobriu que “os irmãos”
estavam “dando carteirada” em presídios, quando então entrou em contato com
eles e solicitou que devolvessem a carteira, o que não ocorreu até a presente
data. Dias depois conheceu o corréu VALDECI FRANCISCO, na cidade de
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Sumaré, através de JOSÉ DE RIBAMAR, em um lançamento de livro de
VALDECI. A ré ANNA FERNANES e outras advogadas estavam no local. Não
conhecia VALDECI, e no dia seguinte foi investigar quem ele era, até descobrir
que se tratava de pessoa ligada ao PCC e ao Comando Vermelho, e que havia
acabado de sair do sistema prisional. Mesmo assim, “continuou a receber a
quantia mensal e a tocar os processos que VANILA e DAVI tinham indicado;
contudo, percebeu que não somente as denúncias de DAVI e VANILA estavam
apontando ao CONDEPE, isso porque várias cartas de familiares das regiões de
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Valparaíso, Mirandópolis, Tupi Paulista e Presidente Venceslau começaram a
ingressar ao Conselho; quando chegavam essas cartas, o interrogado já
sabia que se tratava de pessoas influenciadas por VANILA e DAVI, indagado
disse que não dispendia nenhuma atenção especial a essas denúncias; indagado
porque porque recebia o dinheiro se não dispendia qualquer atenção especial as
denuncias o interrogado diz que isso continuou a ocorrer por conta das ameaças
que mencionou; ademais, VANILA voltou a lhe ameaçar expressamente
mencionando que dizia detalhes sobre sua família”. JOSÉ RIBAMAR o orientou a
criar uma conta no“Telegram”, visto que seria mais seguro e por meio do
Telegram passou a receber mensagens de VALDECI solicitando informações
sobre os processos que corriam no CONDEPE relacionadas ao presídio.
“VALDECI era enfático em afirmar que pretendia todas as informações em
relatório; pelo menos uma vez por semana era acionado por VALDECI para
que realizasse relatórios; quando isso acontecia o interrogado tinha que
parar tudo o que estava fazendo e enviar imediatamente o relatório
solicitado”. Sabia que as solicitações e os contados de VALDECI estavam
relacionados a DAVI e VANILA. Os relatórios eram enviados pelo Telegram. Em
um encontro com VALDECI, ele pediu que o interrogando “apresentasse uma
proposta perante o CONDEPE de coleta de material da medula óssea dos presos
do Sistema Penitenciário Paulista; o interrogado disse que não poderia fazer isso
pois não teria como justificar perante os demais conselheiros como obteve uma
relação de presos e matrículas; durante o encontro foi tratrado sobre pagamento
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mensal para o interrogado, oportunidade em que, mesmo diante da recusa em
apresentar a proposta ao CONDEPE VALDECI se propos pagar doravante a
quantia de R$ 4.000,00 mensais”. Mesmo não tendo aceitado a proposta, no mês
seguinte ao verificar a sua conta constatou que havia sido depositado o valor de
R$ 4.000,00. Dias depois, recebeu e-mail de JOSÉ RIBAMAR com a relação de
nomes de presidiários e respectivas matrículas, que tinha cerca de 20 a 30
páginas. No final daquele mês, recebeu telefonema de TIAGO que disse que
precisaria se encontrar com o interrogando, para conversar a respeito do valor
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mensal. Encontraram-se no shopping Raposo (Rod. Raposo Tavares, km 15),
onde recebeu um envelope com R$ 3.000,00 e lhe foi dito que os outros mil
seriam pagos posteriormente, pois estavam passando por dificuladades.
Apresentada uma foto de CLEBER MARCELINO DIAS DOS SANTOS o
interrogado afirmou ser a pessoa identificada como TIAGO. Neste período, DAVI
e VANILA estavam afastados, por conta de uma carta localizada na Penitenciária
II de Presidente Venceslau. Foi realizada uma reunião em um escritório no bairro
Ibitinga, em São Paulo. Nessa reunião estavam VANILA, um advogado que não
sabe dizer o nome, e uma mulher que presidiu a reunião, a qual identificou por
fotos como sendo a corré ANA CRISTINA ROMAN PASSARELI. Ao ingressar na
reunião percebeu que todos já haviam conversado sem o interrogando, e foi
informado que seria defendido pelo Dr. Pedro. Naquela ocasião foi informado que
uma carta havia sido intereptada na Penitenciária II, dando conta de que o
interrogado estava recebendo as quantias que mencionou acima. Tentou
argumentar dizendo que tinha advogado, mas ANA foi contundente em afirmar
que o interrogando deveria ser atendido pelo Dr. Pedro. Após esta data passou
receber contatos semanais do advogado que sempre indagava se havia recebido
algum tipo de notificação sobre as investigações. Ressalta que sua defesa seria
feita pelo Dr. Pedro, pois ele era advogado da facção e seria uma forma de
controlar o que seria dito pelo interrogando durante as investigações. Esclarece
que tais contatos ocorreram após uma busca que ocorreu na casa e no escritório
de VANILA em Birigui, em maio de 2015. Passados mais alguns dias recebeu
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fls. 23839
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uma ligação de VANILA dizendo que a Dra. Ana Cristina Romam Passareli
havia determinado que a quantia mensal passasse para R$ 5.000,00, valor
que continuou recebendo até a data de sua prisão. Quando havia atraso nos
pagamentos conversava com Tiago (Cleber Marcelino), e mesmo com atraso
“eles continuavam a exigir os serviços”. Durante 2016 tomou conhecimento da
prisão de Valdeci. Não sabe muito dos detalhes da organização criminosa e
nunca manteve contato com pessoas da liderança. Percebeu que desde o
primeiro contato a intenção do acusado DAVI era enviar por meio do
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CONDEPE uma denúncia para a ONU. Perguntado se a intenção das
pequenas denúncias nos presídios do interior de São Paulo seriam subsídio
para a proposta de denúncia internacional contra o Brasil respondeu que
sim e que Davi chegou a propor que a denúncia deveria ser formulada
também perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Com relação
as denúncias iniciais relacionadas a qualidade da alimentação servida no sistema
penitenciário paulista percebeu que tudo não passava de um ardil montado por
Davi, pois em todas as visitas, mesmo as de surpresa, constatou que a comida
era de boa qualidade. A notícia de que servem a comida com caco de vidro foi
orquestrada por Davi, com os objetivos supra mencionados. Indagado se
recebia alguma quantia além dos R$ 5.000,00 mensais respondeu que
recebia valores adicionais de até R$ 8.000,00 com a finalidade de promover
audiências públicas no interior do Estado relacionada as condições dos
presídios paulistas. Indagado se o dinheiro era proveniente da organização
criminosa investigada se limitou a afirmar que recebia por meio de Valdeci, Vanila
e Davi. Também recebeu valores adicionais para realizar fiscalização na
Penitenciária Feminina de Tupi Paulista (denúncia de tortura), na
Penitenciária II de Pres. Venceslau, no presídio de Mirandópolis e
Valparaiso, e em nenhum destes locais constatou irregularidades. Sobre a
passeata que ocorreu na cidade de Presidente Venceslau após a audiência
pública esclarece que quem contratou o ônibus para deslocamento dos
manifestantes foi Davi e Vanila e naquela ocasião não sabia que se tratava de
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 83
fls. 23840
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pessoas previamente escolhidas pela organização criminosa para formular falsas
denúncias. Todas as denúncias eram desprovidas de fundamento e foram
arquivadas. Todos os atos que realizava mediante pagamentos o
interrogando providenciava registros fotográficos e enviava imediatamente
para Davi e Vanila, como uma forma de prestação de contas. Nunca fez um
pedido expresso, mas acabou recebendo quantias da organização para
campanha de eleição a presidência do CONDEPE. As vésperas da eleição optou
pela vice-presidência. Esclarece que José Ribamar tentou tirar vantagem em um
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caso em que houve a humilhação de um rapaz, cliente dele, por um policial militar
e chegou a ouvir a família da pessoa indicada como sendo este rapaz na sede do
CONDEPE, mas constatou que não se tratava da mesma pessoa. José Ribamar
também lhe pediu uma lista, por meio do CONDEPE, com nome de familiares das
vítimas de homicídio da chacina de Osasco, mas não o atendeu. Recebia
determinação da organização para promover publicidade dos casos
envolvendo violência policial, a exemplo da chacina de Mogi das Cruzes,
Carapicuiba e Osasco. Logo que foi preso na delegacia de Cotia, uma pessoa
se aproximou da cela e disse para prestar atenção no que iria dizer, não sabendo
de quem teria partido essa ameaça.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 84
fls. 23841
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defesa do declarante, e seria cobrado pela facção pois não acompanhou
nenhuma das declarações e interrogatórios do depoente, para garantir que não
dissesse nada à polícia. Recordou-se que deixou de citar no depoimento
anterior que a pedido de Davi assinou uma Ação Civil Pública por meio de
sua ONG CODH de Cotia, mas que tudo foi idéia de Davi e a ação já veio
montada por ele. Esclarece que o fundamento desta Ação era sobre o
questionamento do procedimento de revista das visitas dos presidiários, e o
pedido foi julgado improcedente (fls. 4632/4633 destes autos).
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A respeito da confissão extrajudicial (no caso, não retratada em
juízo e externada na presença de advogado, conforme cópia da sentença juntada
às fls. 10184/10341), anoto que a jurisprudência dominante em nossos E.
Tribunais tem reiteradamente decidido que a confissão vale, não pelo lugar onde
é prestada, mas por seu próprio teor, sempre que confirmada pelo restante do
conjunto probatório (RJTACrimSP, 29:436, 30:266 e 456, 31:79, 394 e 408,
32:280, 282 e 296, 33:218 e 249; RJD, 2:135, 18:126, 24:230 e 347, 25:288, 319
e 331, 26:172; JUTACrimSP 47:247, 50:286, 65:344, 86:235, 362 e 433, 88:48,
90:318, 91:407, 737:624, 739:627; TACrimSP, Aps. ns. 399.625, 435.507,
438.148, 453.256, 1.043.531, 1.044.101, 1.045.067, 1.488.341, 1.489.251,
1.490.055, 1.507.887, 1.509.747; TJSP, Apelações n. 371.064, 403.222, 405.439,
451.613, 481.710, 796.176, 1.187.825; TJSP, Embargos Infringentes nº 878.587;
TJSP (SAJ), Apelações ns. 990.08.022177-9, 993.08.013685-8,
993.08.015414-7, 993.08.016323-5, 993.08.036415-0).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 85
fls. 23842
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1.261, DJU de 02.04.76, p. 2.225).
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Carlos dos Santos.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 86
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julgamento, passo a analisar de forma individual a conduta de cada um.
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Às vezes os presos passavam outras matrículas para que pudesse prestar
serviços. Já trabalhou como advogada correspondente, mas para causas
trabalhistas. Confirmou o e-mail e a conta bancária citada na denúncia. Disse que
teve pouco contato com a corré MARCELA. Não se recorda de e-mail de
MARCELA solicitando que enviasse os relatórios de despesas para um e-mail
específico, mas enviou alguns relatórios quando prestava serviços. Geralmente
atuava em casos de execuções penais, e já lhe eram indicados os presos a quem
deveria prestar serviços. Afirmou que uma das planilhas colocou seu nome já que
“não enxergava [seu] trabalho como crime” e que as planilhas enviadas por ela
eram com base em um modelo. Também não se recorda do e-mail de Yuri
(MARCELA) comunicando que o cumprimento dos relatórios seriam cobrados
energicamente. Foi contratada por Flávia, pessoa com quem manteve contato
telefônico. No começo não teve interesse em saber quem era Flávia, mas
passado algum tempo começou a se questionar quanto a este fato, isso quando
percebeu que os clientes que lhe eram indicados eram todos integrantes do PCC,
porém não questionou Flávia por medo da resposta e porque precisava de
trabalho por questões financeiras. Afirmou que o trabalho era estritamente
jurídico. Recebia cerca de R$ 6.000,00 a R$ 7.000,00 por mês, e declarava o
valor no imposto de renda. Flávia pediu para que a depoente indicasse alguém de
sua confiança, assim indicou o corréu OSVALDO, seu namorado.
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criminosa não encontra respaldo no acervo probatório.
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que se vale do e-mail advexecucao@bol.com.br (confirmado o uso do e-mail pela
ré), informação que a partir de julho de 2015 todos os relatórios deverão ser
encaminhados para o e-mail relatorios2015@outlook.com, conforme fls.
2067/2068, parte final autos dependentes 0000295-53.2017.8.26.0483/01.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 88
fls. 23845
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Marcela Antunes Fortuna com diversos relatórios mensais dos “R´s”, dentre eles
JÉSSICA PAIXÃO, “R20” conforme fls. 1690 e 1711 - autos dependentes
0000295-53.2017.8.26.0483/01.
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Em planilha de prestação de constas localizada no e-mail
utilizado por Jéssica (fls. 23257/23262 destes autos) fica evidenciado o seu
comprometimento com a facção criminosa, tanto que tinha a liberdade de cobrar
parcela da pós-graduação para ser paga pela célula jurídica, assim como consta
o pagamento do aluguel de escritório por autorização de Airton (indicado pela
acusação como sendo o corréu Airton Ferreira Silva membro do conselho
deliberativo do quadro jurídico do PCC), autorização esta que se deu em
atendimento realizado em outubro de 2014, conforme indicado na própria
planilha. Ora, não resta dúvidas de que a ré havia anuído aos intentos da
organização criminosa e sabia que era por ela remunerada, tanto que recebia de
pessoas presas autorização para pagamento de despesas distintas dos
honorários advocatícios.
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fls. 23846
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telefone que será enviado (fls. 23251/23253 destes autos).
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A perícia indicou que no celular utilizado pela acusada Jéssica
havia intensa troca de mensagens com pessoas cadastradas nos contatos como
Aline e Flávia, nomes fictícios utilizados pelas corrés MARCELA e ANNA (fls.
10394/10398 destes autos). Há ainda recado de pessoa cadastrada como Davi
Pru, ao que se infere trata-se do acusado ANTÔNIO DAVI DE LARA (juízo de
culpabilidade aferido no processo desmembrado 0000762-32.2017.8.26.0483),
que é atuante na região de Presidente Prudente, encaminhando recado de Flávia
para solicitar que Luciana habilitar o telefone. Em outra mensagem há a
determinação de que seja devolvido o celular antigo e para não utilizar o novo
telefone para falar com os contatos antigos (fls. 10399/10403 destes autos
imagens que podem ser vistas com melhor nitidez na autuação física,
disponibilizada às partes em cartório).
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fls. 23847
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deixar ciente que a Erica vendeu a chácara sem ser dela e sem autorização...Dra
Jéssica dá uma atenção por favor nessa situação, pra ver se a gente juntos,
você, a Dra. Adriana e eu, conseguimos resolver antes de você ir em P.
Bernardes novamente, pra gente poder mandar o retorno pro Miller já com
alguma novidade...Jéssica o vulgo do Miller é Granada...quando você for em P.
Bernardes requisita o Miller”.
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criminosa denominada Primeiro Comando da Capital. Tanto é assim que a ré
utilizava os protocolos de segurança da célula jurídica, era identificada por um
código e tratava as gestoras por codinomes, utilizava celular encaminhado pela
facção, utilizava e-mails e fazia a troca destes sempre que solicitado pelas
gestoras, transmitia recados a presidiários, e inclusive chegou a trazer um
advogado, seu namorado, para o seio da organização, ficando encarregada de
lhe dar ciência das condições e protocolos para integrar a célula jurídica da
facção.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 91
fls. 23848
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processos por mês, e recebia até R$ 5.000,00 mensalmente. Não fazia contrato
com o preso, nem com a família e recebia pela Flávia, Yuri e pela JULIANA. A
partir do terceiro mês o número de processos aumentou e eles não aumentaram
seu pagamento. Confirmou a conta bancária que utilizava para receber
pagamentos, a qual estava no nome de seu marido, já que tinha restrições ao
crédito (o que fosse depositado em sua conta seria penhorado). Com o aumento
dos trabalhos começou a cobrar os valores. Posteriormente recebeu e-mail de Dr.
Pedro (ficando sabendo através da denúncia que na verdade se tratava de
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
VALDECI) informando que os serviços dela não seriam mais necessários.
Quando recebia a contraprestação pecuniária enviava uma prestação de contas,
como lhe havia sido orientado por e-mail, e se presentava nas planilhas de
prestação de contas com Cristiane da Silva. Atendia nas penitenciárias de
Americana, P-3, P-4 e P-5 de Campinas, Serra Azul, Riberão Preto, todas
indicadas por Yuri e Flávia. Não se recorda das codificações por “R”, nem se
lembra de ser identificada como “R.13”, apenas utilizava codinome de
CRISTIANE, que era o nome da pessoa que veio a substituir na célula jurídica,
única informação que lhe foi passada. Recebeu os dados do e-mail a ser
utilizado. Não se recorda de ter mandado e-mail para o corréu Antônio Davi de
Lara, apenas respondeu a um e-mail, e se mandou para ele como cópia o fez por
erro. Se sentiu intimidada pelo e-mail enviado aos advogados que dizia que os
relatórios de prestações de contas seriam cobrados de forma mais enérgica e
chegou a fazer questionamento deste fato, mas não obteve resposta. A conta
pela qual recebia não era conferida pela ré, e recebia também de outros
escritórios. Não conhece o corréu VALDECI e nunca atendeu em nenhuma
penitenciária da região de Presidente Prudente. Cobrava muito o escritório
quanto tinha valores atrasados para receber.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 92
fls. 23849
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informou que utilizava e-mail que não guarda relação com seu nome (como de
praxe), o qual lhe foi entregue os dados prontos, utilizava nome diverso do seu,
recebia por conta de terceiro, prestava serviços “de advocacia” mensalmente sem
contrato de honorários e era cobrada de forma incomum pelo suposto escritório.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
0000295-53.2017.8.26.0483/01.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 93
fls. 23850
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Em outra oportunidade, a ré ANNA FERNANDES encaminhou e-
mail para a ré MARCELA ANTUNES, conforme fls. 2263/2265 autos
dependentes nº 0000295-53.2017.8.26.0483/01, com os codinomes “R´s”
contendo dados bancários na linha correspondente a “R13” (código utilizado pela
facção para identificar a acusada) a conta bancária do esposo da ré, Willian C.
Baldiotti, tendo ela confirmado em se interrogatório o uso da conta para
recebimento de valores.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
encaminhado pela ré CARLUSIA SOUSA BRITO (e-mail
alice.estagiária2015@outlook.com, juízo de culpabilidade aferido no
desmembrado 0001570-37.2017.8.28.0483) para a ré MARCELA ANTUNES (e-
mail e.muniz2015@outlook.com), com relatório de despesas que seria da ré
GISELE APARECIDA.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 94
fls. 23851
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responsável é ele, converse com ele”.
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Portanto, a teor das provas produzidas, não resta dúvidas de que
a ré GISELE passou a integrar o braço jurídico da organização criminosa
denominada Primeiro Comando da Capital, não se cogitando de que se tratava
de simples advogado correspondente.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 95
fls. 23852
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progressão de peba (semiaberto), casos de execução e defesa de falta
disciplinar. Recebia do escritório em sua conta poupança, e confirmou a conta
que consta no processo. Recebia até R$ 5.000,00, mais o gasto com gasolina e
alimentação. Enviava planilhas contendo os gastos realizava, conforme um
modelo de relatório que recebeu. Quanto ao e-mail que dizia que teria uma
cobrança mais enérgica, enviado a vários réus, não questionou o conteúdo do e-
mail, até porque era comum o escritório informar que não pagaria se não
enviasse os relatórios no período certo. Não percebeu que alguns e-mails
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
enviados a ela vinham com a sigla R.30 e nem que alguns e-mails eram enviados
a várias outras pessoas. Dos réus do processo conhecia DAVI e VANILA, que
eram seus vizinhos de infância, sendo melhor amiga de uma irmã deles. Diz que
a “Fabiane” que conheceu na comarca de Araçatuba não é ré neste processo. Se
recorda de algum e-mail enviado por Flávia ou Yuri, mas de Marcela mão se
recorda. Solicitaram que a interroganda instalasse o aplicativo Telegram, mas não
o fez. Recebeu um e-mail que pedia para que atendesse um “B.O. do escritório”,
não soube dizer o que era, mas disse que provavelmente atendeu. Não declarava
no imposto de renda os valores que recebia. Das pessoas que atendeu em
presídio, não lhe foi dito que eram pessoas envolvidas/integrantes de facção
criminosa. Afirmou que os presos não diziam se participavam ou não de crime
organizado. Disse que já prestou serviços para mais de 150 escritórios. Para os
escritórios que trabalhava de forma fixa, a maioria enviava planilhas com gastos
com seu nome, sem qualquer codificação. Não possuía subordinação, diz até que
chegou a dizer ao escritório que não atenderia a um preso na Penitenciária de
Riolândia. Não se mantinha a disposição do escritório. Seus serviços foram
apenas jurídicos. Nunca enviava e trazia recados para presos. Dos escritórios
que trabalhava como correspondente apenas em dois foram feitos contrato
escritório. Desde 2008/2010 tem seu nome no site Migalhas para atuar como
correspondente.
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fls. 23853
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conjunto probatório.
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A fls. 2504/2505 (autos dependentes nº
0000295-53.2017.8.26.0483/01) a ré MARCELA ANTUNES FORTUNA
encaminha e-mail para diversas pessoas, entre elas ARIANE FACTOR, a “R30”,
que se vale do e-mail f-santos-pires@bol.com.br (confirmado o uso do e-mail em
interrogatório), informação que a partir de julho de 2015 todos os relatórios
deverão ser encaminhados para o e-mail relatorios2015@outlook.com. Segundo
a mensagem do e-mail “a partir de agora cobraremos de forma mais enérgica os
relatórios e teremos sanções para quem não cumprir com as determinações de
envio”, tudo conforme Conjunto de Medidas Disciplinares da facção. Além disso,
não posso deixar de observar que todos os destinatários do e-mail estão
cadastrados por códigos e com nomes de e-mails fictícios, o que poderia
facilmente ser notado pela acusada, caso quisesse.
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 97
fls. 23854
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nº 0000295-53.2017.8.26.0483/01). Já no relatório de fls. 1690 e 1720 (autos
dependentes 01) novamente consta relatório de despesas para pagamento com o
código R30 (utilizado pela facção para identificar a ré, conforme tabela com
dados bancários a ela pertencentes), referente ao mês de novembro/2015.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
com o trabalho de advogado. Aliás, Ariane responde: “Bom dia Doutora! Acuso
recebimento, providenciarei!” (fls. 12032).
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 98
fls. 23855
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evidente que a ré passou a integrar a célula jurídica da organização criminosa,
eis que era pessoa do relacionamento de outros acusados (Davi e Vanila), os
quais estavam profundamente ligados ao seio jurídico da facção, seguia
protocolos de segurança conforme orientações da célula jurídica, dentre eles não
citar nomes, utilizar e-mails que não os pessoais e sem qualquer dado que possa
identificá-la, além de estar a disposição da facção para serviços diversos
daqueles pertinentes a advocacia.
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Interrogada em juízo (fls. 8643 mídia audiovisual), a acusada
PRISCILA AMBIEL JULIAN disse que advoga desde 2005, e trabalha na área
criminal desde quando estagiava. Nega que tenha passado a integrar o PCC. Foi
contratada pela ré MARCELA ANTUNES, que conhecia da faculdade, para
realizar uma a defesa do marido dela, de uma falta disciplinar. Posteriormente,
MARCELA ligou para a interroganda falando sobre a vaga em um escritório para
trabalhar na área criminal. Recebeu um primeiro e-mail de Yuri ou Flávia, e elas
explicaram como funcionaria o escritório, forma de pagamento, etc. Yuri e Flávia
enviavam os nomes para quem deveria prestar serviços, assim não fazia contrato
com os presos e nem com família, o contrato era fechado direto com o escritório.
No início utilizava seu e-mail pessoal e posteriormente lhe foi solicitado o uso de
um outro e-mail, confirmando o e-mail dito pelo promotor
(adv.hr23@outlook.com), mas não se recorda se recebeu tal e-mail pronto ou
criou a pedido do escritório, tendo afirmado que chegou a questionar o uso do e-
mail. Prestava contas dos gastos que tinhas, gastos com as cartas enviadas aos
clientes, ligações com parentes dos clientes. Preenchia uma planilha que lhe foi
enviada com as diligências que realizava. Além de gastos com deslocamentos
até os Fóruns, também entrava em contato com os familiares de presos por
telefone e enviava cartas aos sentenciados. Confirmou a conta corrente por onde
recebia os valores. Questionada se recebeu se recebeu um e-mail com vários
destinatários identificados por códigos e por codinomes, respondeu que nunca
0000295-53.2017.8.26.0483 - lauda 99
fls. 23856
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prestou atenção. Trocou e-mails com Yuri, mas não suspeitava que ela fosse a
MARCELA. Não lembra do e-mail sobre a greve dos agentes penitenciários ou
comunicados gerais sobre punições, e nunca percebeu que era identificada como
“R4”. Tinha uma agenda que anotava os trabalhos passados pelo escritório, a
qual foi apreendida. Atendeu na penitenciária um homem bem negro de rosto
achatado, acreditando que não seja o corréu Valdeci, pois não o reconheceu pela
foto que consta na denúncia. Se sentia incomodada com o fato de o escritório
pedir para que entrasse com reclamações no STF, no STJ, pois não lhe davam
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amparo, e se desligou do escritório em março de 2016 porque não se sentia
amparada pelo escritório. Os R$ 1.200,00 apreendidos com a interroganda no dia
de sua prisão foi deixado por seu marido. Só tinha contato com escritório por Yuri
e Flávia. Apenas depois de ter contato com os processos é que podia saber que
alguns réus que atendeu eram integrantes do PCC, a indicação do escritório não
fazia nenhuma referência a isso. O valor máximo que recebeu foi de R$ 7.000,00,
entre honorários e despesas. Na época da faculdade era escrivã de polícia,
nunca teve nenhum problema no trabalho e pediu exoneração por não gostar do
que fazia (achava perigoso).
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e o prenome da acusada PRISCILA na frente do código “R4” (utilizado pela
facção para identificá-la).
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ANTUNES FORTUNA, transcrito as fls. 1690 e 1693 autos dependentes 01,
com o relatório de gastos da acusada Priscila, que é identificada no relatório
apenas como “R4”.
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tinha ciência e seguia os protocolos de segurança facção (subordinação),
inclusive nas mensagens que enviava não escrevia seu nome, nem o nome da
pessoa com quem conversava.
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“BOM DIA!
ATT, ADRIANA.”
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Mas não é só. Ressalto que a ré Priscila confirmou que antes de
advogar era escrivã da policia civil, o que evidencia que não era pessoa leiga no
que se refere às armadilhas do mundo do crime.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
interlocutores, e estava à disposição da organização criminosa.
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constante no inquérito, para não ter problema com a carteirinha, de que havia
sido entregue, mas nunca chegou a sair no Diário Oficial, como ele havia dito.
Nunca chegou a se valer dessa carteirinha. Conheceu LUIZ CARLOS através de
seu irmão. Se encontrou com ele no CONDEPE e na audiência pública e na P-II
de Venceslau, a qual participou apenas como convidada. Instada quanto a uma
mensagem sobre um pagamento realizado a LUIZ CARLOS, no valor de R$
1.500,00, para ele continuar apoiando a facção, respondeu que entregou o
dinheiro para que ele contratar um advogado. De maneira confusa afirmou que foi
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o pai de um preso que entregou o dinheiro a LUIZ CARLOS, para contratar um
advogado com esse dinheiro para atuar no caso do filho desse senhor. Afirma
que já fez uma denúncia em prol de um agente da penitenciária de Valparaíso.
Das denúncias enviadas ao CONDEPE, nenhuma teve êxito. Não sabe informar
quem pagava LUIZ CARLOS. Pediu para realizar exame grafotécnico na carta
apreendida, mas o delegado se negou. Confirma que pediu para o réu Paulo
Cezar Nascimento não realizar o exame grafotécnico, justificando que assim o fez
porque queria ter certeza de que a letra não era dele, então pegou uma outra
carta que Paulo Cezar lhe enviou e mandou fazer uma perícia particular com a
missiva apreendida (que deu início as investigações), a qual apresentou resultado
negativo, porém quando levou o exame ao delegado ele lhe disseque tal exame
não era válido, pois desprovido de autorização judicial. Questionada sobre o
motivo pelo qual prestava contas a PAULO CEZAR NEBLINA, não respondeu a
pergunta. Reconheceu a conta bancária descrita na denúncia como sendo a
conta utilizada para receber os depósitos. Informou que tal conta não lhe
pertencia, e como estava com problemas fiscais relacionadas com seu pai não
poderia usar a conta corrente de seu nome. Manteve contato telefônico com Yuri
que solicitou que realizasse diligencias. Em outra oportunidade a corré ANNA
FERNANDES também solicitou que realizasse diligencias. Eram ANNA e Yuri que
passavam as pessoas que ela deveria atender, e moravam em São Paulo.
Confirma o uso dos e-mails citados na denúncia (jurisguerra@outlook.com,
belavitoria78@bol.com.br). Não se recorda do e-mail que enviou a Yuri
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(MARCELA) sobre um pagamento de R$ 10.000,00 que havia recebido pela
esposa de um réu, e que deveria receber mais R$ 10.000,00. Questionada sobre
carta encaminhada a Yuri, dizendo sobre a troca de computadores e pedindo
para rasgar a carta, respondeu que não se lembra o porquê fez tal solicitação.
Questionada sobre a carta com mensagem destinada ao corréu Paulo Cezar
“Neblina”, solicitando que ele não fizesse o exame grafotécnico, confirmou o
envio da carta, afirmando que a enviou porque após a inspeção do CONDEPE
surgiu uma missiva, a qual foi forjada. Quem entregou a carta foi Flávia (ANNA
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
FERNANDES). Sobre mensagem em que afirma que o telefone celular usado
para ter contato com os presos está grampeado, e que “esta ferrada”, respondeu
que se expressou mal. Realizava atendimentos com habitualidade na
Penitenciária II de Venceslau, principalmente execução e ação de sindicância.
Seu irmão também advogava para Paulo Neblina, mas era a interroganda quem
mais o atendia, e quem também atendia outros presos. A iniciativa de procurar o
CONDEPE foi de DAVI. Conhece a corré ARIANE FACTOR, com quem fez
trabalhos conjuntos de matéria trabalhista e previdenciária. Nega que tenha
indicado ARIANE para integrar a célula jurídica.
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à ré MARCELA ANTUNES, outra tabela com os codinomes “R´s” contendo dados
bancários, dentre eles da ré VANILA, “R27” que recebe em conta bancária de
titularidade de Damião Ederonilton Moisés ME. Neste ponto, verifico que a
própria acusada confirmou que recebia pela conta de terceiros.
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nome, como de praxe, pela ré), conforme fl. 2527 (autos dependentes nº
0000295-53.2017.8.26.0483/01). Além disso, não posso deixar de observar que
todos os destinatários do e-mail estão cadastrados por códigos e com nomes de
e-mails fictícios, o que poderia facilmente ser notado pela acusada.
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(cópia da sentença às fls. 10184/10341).
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grafotécnico na missiva localizada no presídio, pois acredita que a carta tenha
sido escrita por ele (fls. 2682/2863 - autos dependentes nº
0000295-53.2017.8.26.0483/01). A própria missiva que desencadeou as
investigações é encaminhada como anexo da mensagem, não restando qualquer
dúvidas de que a acusada se referia a tal documento (fls. 2684/2691 autos
dependentes nº 0000295-53.2017.8.26.0483/01). Assim, cai por terra as
alegações da ré no sentido de que carta tenha sido “forjada”, já que ela própria
atribuiu a autoria do texto contido na missiva ao corréu PAULO CÉSAR SOUZA
NASCIMENTO (“Neblina”).
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mês seria realizado o pagamento de R$ 2.000,00”.
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teria se incomodado com a atuação do “dh”. Neste e-mail, Davi encaminha
“prints” de conversas de WhatsApp no qual é possível identificar que estava
conversando com o corréu LUIZ CARLOS (contato registrado no celular LUIS
CONDEPE DIREITOS HU...), e este se compromete a intervir junto com a direção
de determinado presídio (Diretor Geral Marconato) quanto a punição coletiva pela
localização de uma cachaça. De se ver que além de informar que Vanila estava
junto com Davi quando do envio da mensagem, o e-mail também foi
encaminhado para ela (jurisguerra@outlook.com confirmado o uso da conta de
e-mail pela ré).
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2015 no presídio de Mirandópolis 01, fato é que um interno foi apreendido com
garrafa de pinga (...) todos receberam suspensão de entrada de familiares com
refrigerante e alimentos por 45 dias. O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos
da Pessoa Humana CONDEPE através do Dr. Luiz Carlos dos Santos e Dr.
Rildo Marques de Oliveira oficiaram o presídio requerendo explicações (...)”. No
final deste artigo consta o ofício do CONDEPE encaminhado ao Sr. Ricardo José
Marconato, Diretor da Penitenciária de Mirandópolis.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
(autos dependentes nº 0000295-53.2017.8.26.0483/01), Vanila demonstra sua
preocupação com o depoimento prestado ao delegado, informa os meios que
utiliza para fingir que trabalha licitamente e pede ajuda simular a contratação de
honorários com clientes.
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intimidade com a acusada para solicitar que passe recados destinados a
presidiários recolhidos outros presídios.
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parceiros lá daquela quebrada. Por favor Doutora é maior a
Responsa.
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código, o presidiário fala sobre uma audiência pública realizada e solicita a
realização de uma audiência na Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos
Deputados e, ao final, informa que pediu para chegar um chip até os destinatários
referente a um levantamento de presos que estão sendo privados de terem
visitas íntimas. Neste ponto, fica evidenciado que a comunicação dos presidiários
com os advogados, depois de realizada certa triagem pelos gestores da célula
jurídica, também se dá por meio de chips ou cartões de memória de celulares que
entram e saem das penitenciárias por meio de não detentos. Assim, tem-se que
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embora algumas penitenciárias possuam bloqueadores de celulares, tal fato não
impede que presos utilizem esses aparelhos para realizarem uma comunicação
não simultânea.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
mensagens e no preenchimento de relatórios, bem como utilizar celulares (com
aplicativos de mensagem criptografados) previamente enviados pelos gestores
da célula jurídica, sequer recebia pagamentos da facção por conta de sua
titularidade.
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Juliana Claudina dos Santos Cottini falou que advogava desde 2004 e trabalha
na área penal há 10 anos. Negou integrar facção criminosa. Fazia atendimento
em vários presídios, e normalmente os familiares dos presidiários a contratavam,
havendo ainda a indicação por outros presos. Recebia em sua conta corrente,
agência 6609-5, conta nº 31931-7 do Banco do Brasil. Não foi contratada nem por
Flávia nem por Yuri. Teve contato com alguns clientes por WhatsApp ou SMS.
Questionada se trabalhava buscando benefícios de saúde para presos, afirmou
que trabalhava com várias causas, não só buscando benefício de saúde. Disse
não ter sucedido a corré SIMONE ALONSO (juízo de culpabilidade aferido no
processo nº. 0000762-32.2917.8.26.0483) em casos de atendimento de presos.
Quanto à mensagem que tinha no celular apreendido da ré que dizia: “Bom dia
Dra., a senhora vai lá ver o Emílio, nos temos um recado para ele, obrigado Juan
(...) fala pra ele que nos não fomos pro raio, nos ficamos trancados, mas ele
chamou dois do pavilhão e deu a palavra que não vai mais fazer isso, tá bravo
com ele pois vai ser rebaixado (...)”, não soube dizer se foi enviado de
penitenciária, mesmo sendo citada as palavras “raio” e “pavilhão”. Em outra
mensagem, onde o interlocutor Lincon pergunta se um dos clientes indicados por
ele já havia lhe pagado, afirmou que Lincon era um cliente que lhe indicava
outros clientes, e que ele cobrava algumas pessoas que estavam com o
pagamento atrasado. Questionada como Lincon fazia essas cobranças se estava
preso, disse apenas que só sabe que ele fazia as cobranças. Indagada sobre
uma outra mensagem, em que lhe pedem que envie os resultados de seus
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
serviços, que a “Sintonia” queria saber, respondeu que a mensagem não tem
conotação de que seria relacionado ao PCC. Costumeiramente realizava contrato
de honorários com seus clientes e emitia recibo de pagamento. Confirma que
peticionava pedindo atendimento médico particular para alguns presos, e recebia
seus honorários por isso. Não declarava imposto de renda. Conheceu as demais
rés do processo após ser presa. Lembra-se de Flávia de um dia que realizou
atendimentos na P-II de Venceslau, e disse que ela tinha a sua altura, cabelos
compridos e loiros.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
As declarações da acusada não se sustentam.
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Para não deixar duvidas de que a acusada fazia parte da célula
jurídica, no computador apreendido no escritório/residência da corré MARCELA
ANTUNES FORTUNA consta em uma planilha na pasta “ESCRITÓRIO AD6”,
denominada “CADASTRO ADV 2016”, as iniciais da acusada “J.C.” na frente de
um dos códigos atribuídos aos advogados, qual seja a FG.35 (fls. 3573 destes
autos), mesmo código informado por “Sofia” para Eduardo Luiz.
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fls. 2824/2830 destes autos (busca e apreensão), contendo bilhetes e
impressos de e-mail, manuscritos contendo recados que a ré deveria passar para
um integrante do PCC, conforme fls. 4333/4338.
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conforme fls. 4339/4340 destes autos. Verifico que após o preso informar o
número da matricula do outro presidiário e passar um recado, a ré responde a
mensagem afirmando que a matricula fornecida está errada.
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um presidiário, este se identifica para a ré como sendo um dos responsáveis dos
“Gravatas”.
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uma das diversas tabelas de advogados, recebia mensagens de presidiários por
meio de outros integrantes da célula jurídica, e se comunicava com presidiários
que transmitiam ordens da Sintonia (termo utilizado para identificar o PCC grau
de hierarquia), e do braço jurídico da facção (Gravatas). No mesmo contexto que
os demais advogados, a ré prestava serviço de mensageira do Primeiro Comando
da Capital, e era identificada pelos integrantes da facção por código. Assim, não
resta dúvidas de que tenha passado a integrar a célula jurídica da organização
criminosa.
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3.6. Do crime de Integrar Organização criminosa.
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prejuízo das penas correspondentes às demais infrações
penais praticadas”.
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modo restará caracterizado o delito em comento.
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(associando-se), ou a promover, constituir ou financiá-lo, por
si ou por terceira pessoa.
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se aplicam, segundo interpretamos, não somente a
integrantes da organização criminosa, mas também terceiros,
que não a integram, mas que 'promovem', 'constituem' ou
'financiam'. Nestas formas, o crime se caracteriza como
material, já que tais condutas exigem a obtenção de um
resultado para a sua configuração; resultado este que se
confunde com o próprio auxílio (material) à organização
criminosa.
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jurídicos.
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Assim, o simples fato de ser membro da organização
criminosa, ou seja, 'estar encarregado de uma das tarefas dentro da
organização' tipifica o delito, 'ainda que não venha a praticar nenhum ato
relativo aos crimes fins (Comentários à Lei de Organização Criminosa. Lei nº
12.850/13. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 27).
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encontrados na definição de organização criminosa (art. 1°,
§1°), não podem ser considerados para efeito de
estabelecimento do elemento subjetivo do tipo incriminador.
Diante disso, a expressão 'com o objetivo de obter, direita ou
indiretamente, vantagem de qualquer natureza', não pode ser
considerada para apontar a presença do dolo específico.
Trata-se de mera situação objetiva considerada para,
unicamente, definir o que seja organizado criminosa.”
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(DELAÇAO PREMIADA, Autor: Heráclito Antônio Mossin e Júlio
César O. G. Mossin, 2ª Edição, Editora Distribuidora, pag. 144 e
146).
A respeito do tema:
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aplica-se a lei vigente na época em que cessou a
permanência, ainda que mais grave. Súmula 711 do Supremo
Tribunal Federal. II. É característica do crime a existência de
vários níveis de hierarquia, em que os subordinados nem
sempre conhecem a identidade da chefia ou de outros
“soldados”. III. O fato de estar encarregado de uma das
tarefas dentro da cadeia delitiva, por mais simples que seja,
tipifica o crime. IV. As interceptações telefônicas e as demais
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provas são suficientes para se constatar a existência de uma
estrutura coordenada e inter-relacionada. V. Mesmo que o
delito visado pela organização não tenha sido praticado, a
convergência de vontades para a integração do grupo já
configura o ilícito. VI. A estabilidade não se traduz só no
tempo de duração, mas na tendência de durabilidade. VII. A
menor participação de parte do grupo, ainda que relevante
para as ações criminosas, autoriza pequena redução da pena-
base. VIII. Apelo de MARCOS AURÉLIO desprovido. Recursos
dos demais parcialmente providos” (TJ-DF Apelação Criminal
nº 20130111901256; Relatora Sandra de Santis; 1ª Turma
Criminal, julgamento 06/08/2015).
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componentes da outra;
b) Especialização de tarefas, de modo que cada uma exerce
uma atividade predominante. (...)
c) A existência de vários níveis de hierarquia, em que os
subordinados nem sempre, ou quase nunca, conhecem a
identidade da chefia de dois ou mais escalões superiores ou
ainda que conheçam a chefia mais elevada não têm contato
direto com ela e não podem fornecer provas a respeito.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
(...)
d) A tendência de durabilidade;
(...)
h) Mais de três pessoas. (Comentários à Lei de Organização
Criminosa. Lei nº 12.850/13. São Paulo: Saraiva, 2014. pp.
20/21)”.
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nomes em troca de mensagens, inclusive não se identificavam ao preencher a
tabela de reembolso de despesas e pagamento de honorários, e até mesmo os
presidiários, que possuem número de matrícula no sistema prisional, eram
identificados por códigos.
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acusadas.
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Nesse prisma, cabe fazer as seguintes indagações: Por qual
motivo advogado, ou um escritório de advocacia criminal, com atuação
lícita, precisaria trabalhar com tantos códigos, inclusive tratar os
sentenciados atendidos por códigos, quando já são identificados pelo
sistema penitenciário por matrícula? Por que advogados trocariam cartas
com um escritório de advocacia nos tempos atuais em que facilmente
poderiam encaminhar documentos pelo computador e/ou celular? Por que
tanto segredo no contato com clientes ou com gestores do escritório para o
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qual alega trabalhar como correspondente?
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que o fato praticado está juridicamente proibido e que é
contrário às normas mais elementares que regem a
convivência'”.
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Em suma, não se tratava de simples exercício da advocacia,
mesmo que na figura de “correspondente”.
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“A OAB repudia a violação do sigilo das comunicações entre
jornalistas e suas fontes, que é assegurado pela Constituição
Federal.
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sigilo entre advogados e clientes, fundamental para a
preservação das garantias das prerrogativas profissionais e
do Estado Democrático de Direito. Não se pode combater o
crime cometendo outro crime”.
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organização criminosa que emprega arma de fogo, e se valer a organização
de funcionário público.
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Conforme lecionam Cézar Roberto Bitencourt e Paulo César
Busato (“Comentários à Lei de Organização Criminosa”, 2014, Saraiva, p. 63)
“não é necessário que todos os integrantes da organização utilizem arma de
fogo. É suficiente que um deles empregue este tipo de arma, desde que os
demais tenham conhecimento desta circunstância e concordem com ela,
caso contrário, essa majorante não se comunica aos membros que ignorem
essa circunstância”.
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reconhecido, nos autos do processo desmembrado nº 000304-15.2017.8.26.0483
cópia da sentença ás fls. 10184/10341, que Luiz Carlos integrou a organização
criminosa), sendo suficiente o seu aproveitamento para a prática de algum ato,
valendo-se da condição de funcionário público, “ou, em outros termos, que a
organização tire proveito de sua condição funcional” (obra citada, p. 64).
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pelas rés, Primeiro Comando da Capital PCC, além de formar uma célula
jurídica (“Sintonia dos Gravatas”), logrou trazer para o seio da facção um
representante dos Direitos Humanos, no caso o réu Luiz Carlos.
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previsto no Direito Administrativo. No caso penal, por
exemplo, é considerada como tal a pessoa que exerce função
pública, ainda que sem remuneração” (Obra citada, p. 1131).
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Constituição do Estado de São Paulo.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
1991, que o Deputado Carlos Bezerra Júnior, indicado pelo
Presidente da ALESP, integra, como membro efetivo, o Condepe
(DOE-I 29/10/2015, p.1).
Ato do Governador de 23/05/2014
Dispensa, a pedido e a partir de 02/04/2014, o Dep. Fed. Renato
Simões das funções de membro do Condepe (DOE-I 24/05/2014,
p.4).
Ato do Governador de 03/04/2014
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Dispensando a pedido, o Deputado Adriano Diogo, da função de
membro do Condepe, que exerce na condição de representante
do Poder Legislativo (DOE-I 04/04/2014, p.24).
Ato do Governador de 02/04/2014
Declara, nos termos do § 1.º do artigo 5.º da Lei n. 7.576/1991, o
Deputado Adriano Diogo, representante do Poder Legislativo
(DOE-I 03/04/2014, p.3).
Ato do Governador de 03/01/2008
Declarando, nos termos do § 1.º do artigo 5.º da Lei n.
7.576/1991, que o Deputado Estadual José Cândido, indicado
pelo Presidente da ALESP, integra, na condição de representante
do Poder Legislativo, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos
da Pessoa Humana (DOE-I 04/01/2008, p.1).
Ato do Governador de 22/12/2006
Declarando, nos termos do § 1.º do artigo 5.º da Lei n.
7.576/1991, alterada pela Lei n. 8.032/1992, que o Deputado
Estadual Renato Simões, indicado pelo Presidente da Assembléia
Legislativa do Estado de São Paulo, integra, na condição de
representante do Poder Legislativo, o Conselho Estadual de
Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (DOE-I 23/12/2006,
p.13).
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No caso em questão, o acusado LUIZ CARLOS era funcionário
público por equiparação, posto que exercia função pública no Conselho Estadual
de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CONDEPE, o qual era gerido com
verba pública e realizava atividade típica da Administração Pública. A lei lhe
conferia poderes e prerrogativas, tudo para o desempenho de suas funções.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
presidente do CONDEPE, para determiná-lo a praticar ato de ofício (tudo de
acordo com as atribuições de Luiz Carlos), a condenação é medida de rigor.
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“Do mesmo modo, entendo que o precedente firmado por
esta Corte quando do julgamento da ação penal nº 307, em
nada invalida o que é apresentado na denúncia ora em
análise. Transcrevo a seguir importante trecho do voto
condutor do Ministro Ilmar Galvão, relator da Ação Penal nº
307, quando do julgamento final da ação penal: 'Assim, para
configuração do crime do art. 317, do Código Penal, a
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atividade visada pelo suborno há de encontrar-se abrangida
nas atribuições ou na competência do funcionário que a
realizou ou se comprometeu a realizá-la, ou que, ao menos,
se encontre numa relação funcional imediata com o
desempenho do respectivo cargo, assim acontecendo
sempre que a realização do ato subornado caiba no âmbito
dos poderes de fato inerentes ao exercício do cargo do
agente'”.
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3.9. Considerações finais em torno da prova amealhada.
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Brasileiro”, Vol. II. 1943. p.390) “que a prova indiciária é assaz importante para
formar convicção em tema de crime cometido sob o manto da
clandestinidade, porque, cada vez mais, a prudência, a inteligência e cautela
dos agentes dificulta a coleta de prova direta da infração”.
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penale secondo il Códice”, Vol. III. 1932. P. 367) para quem os indícios têm a
mesma força de convencimento de qualquer outro meio de prova.
Assim cai por terra toda alegação de que a prova, por estar
embasada em indícios, deve ser entendida como imperfeita e insuficiente,
máxime em face do brocardo in dubio pro reo.
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131), no sentido de que “há um preconceito na doutrina e, principalmente, na
prática, de que o indício é uma fonte imperfeita, e menos atendível, de
certeza do que a prova direta. Isso não é exato. A eficácia do indício não é
menor, que a da prova direta, tal como não é inferior a certeza racional à
história e física. O indício é somente subordinado à prova, porque não pode
subsistir sem uma premissa, que é a circunstância indiciante, ou seja, uma
circunstância provada; e o valor crítico do indício está em relação direta
com o valor intrínseco da circunstância indiciante. Quando esteja esta bem
estabelecida, pode o indício adquirir uma importância predominante e
decisiva no juízo”.
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constrói a prova indiciária; e para isso deve o magistrado basear-se no ex
eo quod plerunque fit, estando ainda obrigado a expor, de maneira
exaustiva e convincente, através da motivação, 'tutto l'itles del Processo
logico-formativo del suo razionale convencimento”.
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Supremo Tribunal Federal, prolatado em 16 de janeiro de 1909, com o seguinte
teor:
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51/342-3).
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LEGITIMIDADE. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL.
INADMISSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL PARA JULGAR HABEAS CORPUS: CF,
ART. 102, I, 'D' E 'I'. ROL TAXATIVO. (...) 3. A força instrutória
dos indícios é bastante para a elucidação de fatos, podendo,
inclusive, por si própria, o que não é apenas o caso dos
autos, conduzir à prolação de decreto de índole
condenatória, quando não contrariados por contraindícios ou
por prova direta. Doutrina: MALATESTA, Nicola Framarino
dei. A lógica das provas em matéria criminal. Trad. J. Alves
de Sá. Campinas: Servanda Editora, 2009, p. 236; LEONE,
Giovanni. Trattato di Diritto Processuale Penale. v. II. Napoli:
Casa Editrice Dott. Eugenio Jovene, 1961. p. 161-162;
PEDROSO, Fernando de Almeida. Prova penal: doutrina e
jurisprudência. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2005, p. 90-91. Precedentes: AP 481, Relator: Min. Dias
Toffoli, Tribunal Pleno, julgado em 08/09/2011; HC nº 111.666,
Relator: Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em
08/05/2012; HC 96062, Relator: Min. Marco Aurélio, Primeira
Turma, julgado em 06/10/2009” (STF HC 97781, j. 26.11.2013,
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publicado em 17.03.2014).
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criminosa que se apresenta nestes autos.
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todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação” - artigo 5º, caput “Todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”), com previsão de
sancionamento à não observância desses valores (art. 5º, XLI - “a lei punirá
qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”).
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Constituição do Estado de São Paulo, em seu artigo 110, determinou (“será
criado”) a criação de um conselho para tutelar os direitos humanos. Transcrevo
esse dispositivo legal.
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Se já não bastasse a forma pejorativa como o tema é tratado, o
comportamento dos réus, dentre eles JÉSSICA PAIXÃO FERREIRA,
concretamente, fez diminuir o apoio e confiança da sociedade.
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administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei”), tudo a revelar completo desrespeito
aos princípios constitucionais, demonstrando culpabilidade extremada.
E mais.
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Estatutos, tudo a demonstrar a extrema reprovabilidade de suas condutas e a
justificar a exasperação da reprimenda.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
do artigo 2º, da Lei Federal 12.850/2013, pelo que aumento a pena na metade,
passando a 07 (sete) anos e 06 (seis) meses de reclusão.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
4.2. Ré GISELE APARECIDA BALDIOTTI - Crime de Integrar
Organização Criminosa (Lei Federal 12.850/2013, cujo bem jurídico protegido é
a paz pública).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
mostra-se imperativo constitucional.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
Artigo 110 “O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da
Pessoa Humana será criado por lei com a finalidade de
investigar as violações de direitos humanos no território do
Estado, de encaminhar as denúncias a quem de direito e de
propor soluções gerais a esses problemas”.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
com previsão de competências (art. 2º) e poderes para seu exercício (art. 4º),
mantido com dinheiro público (art. 10).
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
E mais.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
justamente no momento em que a Carta da República mais protege o cidadão
(artigo 5º), não obstante, fez questão de afirmar que “constitui crime
inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático” (art. 5º, inciso XLIV,
da CF/88), demonstrando personalidade voltada para a prática delitiva de seus
integrantes, no caso os réus.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
amplamente comprovado que a organização criminosa, também integrada pelos
réus, conta com número de agentes muito maior do que os quatro mínimos
exigidos pelo art. 1º, § 1º, da Lei 12.850/13. Levei em consideração, ainda, “a
complexidade da organização, bem como o conhecido emprego de armas
de alto poder vulnerante, além de se destinar dita organização a crimes
extremamente graves, de rigor o acréscimo da metade” (TJSP, AP.
0001839-22.2015.8.26.0362, 4ª Câmara de Direito Criminal, j. 16 de maio de
2017).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Presente, ainda, a causa de aumento prevista no inciso II, do §
4º, do artigo 2º, da lei em comento, uma vez que a organização criminosa contou
com o concurso de funcionário público (Luiz Carlos), deixando mais exposta a
paz pública, bem jurídico protegido pela lei em debate.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
internacionais a República Federativa do Brasil rege-se pelo princípio da
“prevalência dos direitos humanos”, e tem como um de seus fundamentos a
cidadania e dignidade da pessoa humana (art. 1°, II, III, CF/88), com pleno apoio
dos direitos culturais (art. 215 e 216).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”), com previsão de
sancionamento à não observância desses valores (art. 5º, XLI - “a lei punirá
qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”).
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
Faço essas observações para assentar que o comportamento da
organização criminosa em debate, integrada pelos réus, dentre eles ARIANE
FACTUR DOS SANTOS, estendendo seus tentáculos para o seio desse
conselho, agrediu substancioso valor de índole constitucional com dito acima
(com status de cláusulas pétreas - art. 60, § 4º, inc. IV, CF/88), com
consequências nefastas, pois colocou em xeque todo sistema republicano de
proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
comportamento dos réus, dentre eles ARIANE FACTUR DOS SANTOS,
concretamente, fez diminuir o apoio e confiança da sociedade.
E mais.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático” (art. 5º, inciso XLIV,
da CF/88), demonstrando personalidade voltada para a prática delitiva de seus
integrantes, no caso os réus.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
justificar a exasperação da reprimenda.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
com o concurso de funcionário público (Luiz Carlos), deixando mais exposta a
paz pública, bem jurídico protegido pela lei em debate.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
4.4. Ré PRISCILA AMBIEL JULIAN - Crime de Integrar
Organização Criminosa (Lei Federal 12.850/2013, cujo bem jurídico protegido é
a paz pública).
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”), com previsão de
sancionamento à não observância desses valores (art. 5º, XLI - “a lei punirá
qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Artigo 110 “O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da
Pessoa Humana será criado por lei com a finalidade de
investigar as violações de direitos humanos no território do
Estado, de encaminhar as denúncias a quem de direito e de
propor soluções gerais a esses problemas”.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
Mas não é só.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
E mais.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
Na segunda fase, não verifico a presença de atenuantes ou
agravantes.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
réus, conta com número de agentes muito maior do que os quatro mínimos
exigidos pelo art. 1º, § 1º, da Lei 12.850/13. Levei em consideração, ainda, “a
complexidade da organização, bem como o conhecido emprego de armas
de alto poder vulnerante, além de se destinar dita organização a crimes
extremamente graves, de rigor o acréscimo da metade” (TJSP, AP.
0001839-22.2015.8.26.0362, 4ª Câmara de Direito Criminal, j. 16 de maio de
2017).
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
base em 06 anos de reclusão. Explico o aumento, inclusive superior das demais
rés acima.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
internacionais a República Federativa do Brasil rege-se pelo princípio da
“prevalência dos direitos humanos”, e tem como um de seus fundamentos a
cidadania e dignidade da pessoa humana (art. 1°, II, III, CF/88), com pleno apoio
dos direitos culturais (art. 215 e 216).
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
Estado, de encaminhar as denúncias a quem de direito e de
propor soluções gerais a esses problemas”.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Faço essas observações para assentar que o comportamento da
organização criminosa em debate, integrada pelos réus, dentre eles VANILA
GONÇALES, estendendo seus tentáculos para o seio desse conselho, agrediu
substancioso valor de índole constitucional com dito acima (com status de
cláusulas pétreas - art. 60, § 4º, inc. IV, CF/88), com consequências nefastas,
pois colocou em xeque todo sistema republicano de proteção dos direitos
fundamentais da pessoa humana.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
E mais.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Carta da República mais protege o cidadão (artigo 5º), não obstante, fez questão
de afirmar que “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático” (art. 5º, inciso XLIV, da CF/88), demonstrando personalidade
voltada para a prática delitiva de seus integrantes, no caso os réus.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
obrigado e construir essa unidade prisional diante do poderio devastador da
organização criminosa em debate. A par disso, também precisou adotar uma
série de medidas para impedir o contato dos presos lá internados com o meio
externo (e outras unidades), a fim de conter a criminalidade, em especial
homicídios, tráfico de drogas e de armas. O comportamento da ré Vanila, em
transmitir recados de presos daquela unidade, frustrou todas essa medidas, aliás,
muito caras ao estado, impedindo que o poder público endereçasse recursos em
outras áreas, como educação.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Fixo, portanto, e pena base em 06 (seis) anos de reclusão.
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Assim, aumento a pena em 1/6, passando-a para 10 (dez) anos
e 06 (nove) meses de reclusão.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Sopesadas as circunstâncias judiciais do artigo 59, fixo a pena-
base em 05 anos de reclusão e ao pagamento de 25 dias multa. Explico o
aumento.
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qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
investigar as violações de direitos humanos no território do
Estado, de encaminhar as denúncias a quem de direito e de
propor soluções gerais a esses problemas”.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
A agressão a esses valores foi protagonizada pela ré VANILA
GONÇALES, e por outros advogados, esse últimos pessoas conhecedoras das
leis da república, cujo mister tem proteção constitucional (artigo 133, da CF: “O
advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por
seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”),
tudo a revelar completo desrespeito aos princípios constitucionais, demonstrando
culpabilidade extremada.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
pagamento de 25 dias multa, cada qual fixado em um salário mínimo vigente à
época da publicação desta, devidamente atualizada pela tabela prática do TJSP.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
de Integrar Organização Criminosa (Lei Federal 12.850/2013, cujo bem jurídico
protegido é a paz pública).
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Na Constituição Federal de 1998, de forma mais direta, temos a
previsão contida em seu artigo 4º, inciso II, ao prever que em suas relações
internacionais a República Federativa do Brasil rege-se pelo princípio da
“prevalência dos direitos humanos”, e tem como um de seus fundamentos a
cidadania e dignidade da pessoa humana (art. 1°, II, III, CF/88), com pleno apoio
dos direitos culturais (art. 215 e 216).
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
Artigo 110 “O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da
Pessoa Humana será criado por lei com a finalidade de
investigar as violações de direitos humanos no território do
Estado, de encaminhar as denúncias a quem de direito e de
propor soluções gerais a esses problemas”.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
com previsão de competências (art. 2º) e poderes para seu exercício (art. 4º),
mantido com dinheiro público (art. 10).
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
E mais.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
justamente no momento em que a Carta da República mais protege o cidadão
(artigo 5º), não obstante, fez questão de afirmar que “constitui crime
inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático” (art. 5º, inciso XLIV,
da CF/88), demonstrando personalidade voltada para a prática delitiva de seus
integrantes, no caso os réus.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
estado, impedindo que o poder público endereçasse recursos em outras áreas,
como educação.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
do artigo 2º, da Lei Federal 12.850/2013, pelo que aumento a pena na metade,
passando a 09 (nove) anos de reclusão.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
5. DO DISPOSITIVO.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
5.2. CONDENAR a ré GISELE APARECIDA BALDIOTTI
qualificada nos autos, como incursa nas penas do art. 2º, § 2º e § 4º, II, c/c art. 1º,
§ 1º, todos da Lei Federal nº 12.850/2013, a pena privativa de liberdade de 08
(oito) anos e 09 (nove) meses de reclusão, no regime inicial fechado.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
fechado.
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Por força do acórdão prolatado nos autos do Habeas Corpus nº.
2009202-74.2017.8.26.0000 deverá a serventia providenciar as anotações
necessárias em relação aos réus beneficiados.
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da pessoa humana.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
observação do quotidiano. Nesse sentido há manifestações da doutrina e da
jurisprudência (cf. José Frederico Marques, Elementos de Direito Processual
Penal, 1ª ed., Bookseller, 1997, vol. II, § 95, item 525, pág. 346, nota 9;
Guilherme de Souza Nucci, Código de Processo Penal Comentado, 10ª ed.,
2011, art. 239, item 4, págs. 544-5; Guilherme Madeira Dezem, Da Prova Penal,
1ª ed., Millennium, 2008, cap. IV, item, 12.2, págs. 272; STF, 2ª T., HC
70.344/RJ, rel. Min. Paulo Brossard, RTJ, 149/521; STJ, 6ª T., HC 15.736/MG,
rel. Min. Fernando Gonçalves, DJU, 23/04/01, pág. 189; LexSTF, 182/356; RT,
673/357, 711/378, 728/543, 744/602, 748/599, 758/583, 769/602 e 854/654:
RJDTACrimSP, 5/167, 6/137, 7/105, 16/133, 25/324 e 28/209) (...)”.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
há anos causa pânico em nosso país, com início de suas atividades em algumas
penitenciárias do Estado, com posterior avanço para as demais, inclusive em
outros Estados da federação, estendendo sua devastadora ação criminosa para
além dos muros, com emprego de armamento extremamente pesado, ceifando
várias vidas.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Reporto-me, ainda, ao fundamento da decisão que inicialmente
decretou a prisão preventiva dos réus, de fls. 5851/5886, cujas razões ficam aqui
também encampadas, confirmadas pela instância superior após dezenas de
habeas corpus.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0000295-53.2017.8.26.0483 e código 1AA5CEF.
5.9. - Imediatamente,
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GABRIEL MEDEIROS, liberado nos autos em 31/10/2017 às 14:19 .
Constituição Federal, à Justiça Eleitoral.
P.R.I.C.
Gabriel Medeiros
Juiz de Direito