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oe - Faidertcenias ; steno Sérg betere. 26 fr i Ten Maun'ero Ovsely'ny F (9) 34212456 8114 VF46 BOMBAS & INSTALACOES “ HIDRAULICAS (1) Prof, Eng.° Sérgio Lopes dos Santos Prof. Titular da disciplina Maquinas Hidraulicas UMC - UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES - Mogi das Cruzes - SP Prof, Adjunto ¢ Coordenador das disciplinas : Sistemas Fluidomecanicos | ¢ II FEI - FACULDADE DE ENGENHARIA INDUSTRIAL - Sao Bemardo - SP Prof. Titular da disciplina Méquinas Hidrdulicas UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA - OBJETIVO - Sao Paulo - SP Fer (1) 4ooygtye— F353 2Feo rete rer PET Live™ @fers(N) 41093571 2 edigo - fevereiro/1996 PREFACIO_E_ AGRADECIMENTOS Desde 1980 trabalhamos com a disciplina Maquinas Hidraulicas em cursos de gra- duagdio de Engenharia Mecénica. Sempre relutamos em escrever algo, devido as iniimeras, obras de excelente nivel oferecidas. Diante de novos tempos, com a finalidade de oferecer algo que facilite o desen- volvimento das aulas, resolvemos trabalhar com as nossas anotagdes de aula, preparando esta apostila, que contém parte do curso ministrado. a A disciplina Maquinas Hidraulicas, ou Sistemas Fluidomecdnicos esta dividida em tré$ partes importantes : | - Bombas & Instalagées Hidraulicas ; II - Teoria das Bombas ; € IIT - Turbinas. Comegamos com a primeira parte, que representa a mais utilizada no dia-a- dia das Areas de utilidades, projetos, e outras. Queremos acrescentar que 0 leitor ndo deve ficar restrito a essas informagées, e para tanto, ha, nas paginas finais, uma bibliografia para ser consultada. Tabelas e graficos utilizados no curso poderao ser encontrados no Apéndice I Para concentrar a teoria, isolamos os exercicios propostos no Apéndice II, também nas paginas finais. Queremos agradecer aos nossos familiares, esposa e filhos, que souberam compre- ender o grande nimero de horas que foram investidas nos estudos do assunto abordado, com paciéncia e resignagio. . Queremos agradecer também, por todas as orientagées e discusses construtivas que tivemos, ao nosso mestre ¢ amigo Prof. Eng.° Franco Brunetti, cuja competéncia, humildade e didatica nas aulas de Mecdnica dos Fluidos, em vao tentamos imitar desde 1976, quando tivemos a honra de integrar 0 seu grupo de assistentes nessa disciplina. Nao podemos deixar de agradecer professora Elaine Baltasar de Araijo, pelo cuidado especial que teve com a revisao gramatical desta apostila. Esperamos contar com a colaboragéo de colegas, professores ¢ alunos, no sentido de apontar erros e oferecer sugest6es, para que esta apostila seja aperfeicoada ¢ se trans- forme num bom instrumento didatico para as aulas. o Autor (1 ediggo - margo/1995 ) ICE CAPITULO 1 - TUBULAGOES LI ~ Consideragdes Iniciais sobre Proje 1.2 - Montagem da Instalagao 1.2.1 - Escolha do material dos tubos.. 1.2.2 - Didmetro dos tubos. 1.2.3 - Normas dimensionais. 1.2.4 - Jungdo dos tubos. tos de Instalagses. y 12.5 Valvulas.. 1.2.5.a) -Valvulas de bloquei 1.2.5.b) -Valvulas de regulagem. 1.2'5.c) -Valvulas de controle unidirecional. 1.25.d) -Valvulas controladoras de pressai 13 ~ Consideragées Finais.. CAPITULO 2 - CLASSIFICAGAO DAS BOMBAS 2.1 ~ Classificagdo das Maquinas Hidraulica 2.1.1 - Maquinas motrizes. 2.1.2 - Maquinas mistas. 2.1.3 = Maquinas geratrizes 2.2 ~ Classificacao das Bombas ( Quanto ao Deslocamento 2.2.1 - Bombas de deslocamento-positivo ou volumétrica 2.2.1.a) -Caracteristicas das bombas rotativas. 2.2.2 - Bombas de deslocamento nio-positivo ou dinémica 2.2.2.) -Bomba centrifuga radial. b) -Bomba centrifuga helicoidal 2.2.2.c) -Bomba centrifuga diagonal. 2.2.2.d) -Bomba axial 23 - Consideragdes Finais. CAPITULO 3 - CURVAS CARACTERISTICAS-INSTALAGOES E BOMBAS = Curva Caracteristica de uma Instalagdo ( CCI ).. = Curva Caracteristica de uma Bomba ( CCB ).. ~ Ponto de Funcionamento.. ~ Exemplos de Curvas Caracteristicas.. = Cilculo das Perdas. 3.5.1 - Obtengao do comprimento total. 3.5.2 - Obtengdo do coeficiente “f” 3.6 - Fatores que Modificam as Curvas Caracteristicas. 3.6.1 - Alteragdes dos niveis dos tanques 3.6.2 - Fechamento de valvuta 3.6.3 - Tempo de servigo.. 3.7 - Exemplo de Calculo... 10 10 10 13 15 15 1S 15 15 16 16 17 17 18 19 19 20 7 21 21 23 26 27 29 29 31 31 35 38 38 39 41 42 43 46 46 46 47 48 CAPITULO 4 - SEMELHANCA 4.1 ~ Consideragées Iniciai fo ~ Grandezas Envolvidas no Funcionamento de uma Bomba. 43 ~ Relagdes Adimensionais.. 44 - Semelhanga Completa. 4.5 ~ Alteragdes das Curvas Caracteristicas. 4.5.1 -Mudanga de fluido 4.5.2 - Mudanga de rotagai 4.5.3 - Mudanga de tamanho. 4.6 ~ Alteragdes do Didmetro do Rotor. 4.6.1 - Curvas topograficas de mesmo rendimento.. 4.6.2 Sobre a cbtengao das curvas. 4.7 - Diagrama de Tijolos..... 4.7.1 - Sobre a numeragao das bomba: 4.8 ~ Influéncia da Viscosidade. 4.8.1 - Bomba para agua conhecida ( 1° caso ).. 4.8.2 - Bomba para agua desconhecida ( 2° caso CAPITULO 5 - ROTACAO ESPECIFICA 5.1 - Consideragées Iniciai 3.2 - Bomba Unidad 5.3 - Rotagdo Especifica - Definigao. 5.3.1 - Unidades de rotagdo especifica.. 5.3.1.a) -Rotagdo especifica americana. 5.3.1.b) -Rotagdo especifica com poténcia unitari 5.4 ~ Classificagao das Bombas - Segundo a Rotagdo Especifica 5.4.1 - Exemplo de obtengdo das faixas de “nq”. 5.4.2 - Faixas de rotagao especifica. 5.4.2.a) -Curvas caracteristica 5.5 = Variagao do Rendimento em fungao da Rotagdo Especifica 5.5.1 - Verificacdo do rendimento de uma bomba. 5.5.2 - Aplicacaio no projeto de bomba.. 5.6 - Aplicagdes de Rotacao Especifica. CAPITULO 6 - ASSOCIACAO DE BOMBAS 6.1 - Consideragées Iniciais. 6.2 - Bombas em Sére.. 6.2.1 - Curva catacteristica da bomba associaga 6.2. 1.a) -Bombas iguais em séri 6.2.1.b) -Bombas diferentes em st 6.3 - Bombas em Paralelo.. 6.3.1 - Curva caracteristica da bomba associacao. 63.1.) -Bombas iguais em paralelo.... 6.3.1.b) -Bombas diferentes em paralelo 6.4 - Levantamento da Curva de uma Instalagao com Bombas Associads 6.4.1 "CCI" para associagio em série. 64.2 -“CCI" para associagaio em paralelo.. 53 53 34 56 57 ane 58 60 60 62 63 65 67 68 69 7 73 B 75 16 76 7 7 77 B 79 ee] 81 82 82, 87 87 88 88 88. 89 90 90 91 92 ee) 94 CAPITULO 7 - CAVITACAO 7.1 ~ Apresentagao do Fenémeno. 7.2. - Cavitagao em Bombas. 7.2.1 - Pré-rotagdo na entrada da bomba. 7.2.2 - Conseqiiéncias da cavitagao... 7.23 - Resisténcia dos materiais quanto a cavitagao. 7.2.4 - Outros aspectos da cavitacao, 7.3. ~ Verificacao pela Presséo de Entrada. 7.4 ~ Verificagdo pelo NPSH.. 7.4.1 - Calculo do NPSH4d - “disponive 7.5 ~ Verificagao quanto a Cavitacao - Projeto. Recursos para Elevar 0 NPSH4. 7.6.1 - Alteragdes das presses. 7.6.2 - Alteragio da altura de sucgai 7.6.2.2) -Bomba acima do manancial.. 7.6.2.b) -Bomba “afogada”.. 7.6.3 - Alteragdo da perda de carga. 7.7 ~ Recursos para Diminuir o NPSHt. 78 - Alteragdes da Curvas Caracteristica 7.9 + Ensaios de Cavitagao. 7.9.1 - Ensaio com bomba de vacuo. 7.9.2 - Ensaio com pogo de cavitaga 7.10- Calculo do NPSHr -"Requerido”. e BIBLIOGRAFIA....... APENDICE I - Tabelas ¢ Graficos TG-1 - Velocidades recomendadas. TG-2 - Normas dimensionais - tubos de ago - 4" a 6 TG-3 - Normas dimensionais - tubos de ago - 8” a 30” TG-4 - Comprimentos Equivalentes - conexdes - Fundi¢do Tup’ TG-5. - Comprimentos Equivalentes - valvulas - DNVI - Abimaq/Sindimag, TG-6 - Comprimentos Equivalentes - abaco - Crane Co. TG-7 - Diagrama de Moody-Rouse. TG-& - Variacdo da viscosidade de liquidos com a temperatura. TG-9 - Caracteristicas de motores elétricos - WEG. TG-10 - Grafico de correcao para liquidos viscosos - altas vazbe: TG-I1 - Grafico de corregao para liquidos viscosos - baixas vaz6es. APENDICE II - Exercicios Exercicios propostos... . 97 98 99 100 101 101 101 102 102 105 106 106 107 107 107 108 108 110 Wi 11 112 113 U5 9 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 133 CAPITULO 1 TUBULACOES 1.1 - CONSIDERACOES INICIAIS SOBRE PROJETOS DE INSTALACOES : Normalmente quando ¢ feita a encomenda do projeto de uma instalacao hidraulica industrial , fomecido, no minimo, o local donde o fluido deve ser retirado, 0 local aonde 0 fluido deve chegar, ¢ o consumo de fluido. Tomemos como exemplo a fig. 1.1. fig. 1.1 manancial ” superior L_, CONSUMO O projetista deve verificar essas posigdes no local , ¢ através de uma planta, estu- dar o tragado da instalagdo, ou seja , por onde devem passar os tubos. Dessa forma, reser- ‘yando um espaco para 0 conjunto moto-bomba, temos de imediato, um esbogo da insta~ lagdo , que esta representado na fig, 1.2 fig. 1.2 2) ree Podemos dividir a instalagao em duas partes : da sego (1) (nivel do manancial) até a segdo (e) (entrada da bomba) , temos a “tubulagdo de succa0” ; da seqdo (s) (saida da bomba) até a secdo (2) (nivel desejado para o tanque superior), a “tubulacdo de re~ calque”. ‘A partir disso, 0 projetista deve selecionar componentes para a montagem da insta- lagio, tais como : tubos (materiais , didmetros ) ; meio de ligagdo dos tubos ; valvulas ; conexdes ,€ outros, para depois iniciar o célculo da instalagdo. Embora necessitemos de inameras informagées sobre tubulagées industriais, encontraremos, a seguir, somente 0 necessirio para a seqiéncia deste curso, jé que muitos detalhes vao além dos nossos Taites, (Pata maiores informagdes a respeito, recomendamos 0 livro “Tubulagdes Indus- tuais” do Eng,’ Pedro Carlos da Silva Telles, da LTCE-Livros Técnicos ¢ Cientificos Editora. em dois volumes , vol. 1: Materiais, Projeto ¢ Desenho ¢ vol. IT: Caleulo.) 1.2 - MONTAGEM DA INSTALAC ‘AO: 1.2.1 -ESCOLHA DO MATERIAL. DOS TUBOS : Em primeiro lugar, devemos escolher o material dos tubos. Para essa escolha, deve ser considerado : tipo de fluido, pressio , temperatura , agressividade , contaminagao , custos , etc. Existem diversos materiais que podem ser utilizados , tais como : ago carbono , liga, inox, ferro fundido, nao ferrosos como o cobre, latéo, aluminio, nao-metalicos como plasticos, cimento-amianto... O mais utilizado nas instalagdes hidraulicas industriais € 0 iubo de'aco carbono, pois é 0 que apresenta a menor relagao custo/resisténcia mecanica. Por esseynotivo, usi-lo-emos como exemplo (Os tubos de ago podem ser encontrados, com ou sem costura, Costura éonome dado a solda. Desse modo, na fabricagdo, 0s tubos com costura recebem solda, os sem costura, no, que por sua vez, so mais resistentes por ndo apresentarem ponto fraco dado pela solda. De acordo com a protegdo que possuem, os tubos de ago so comercializados como tubos pretos ou gaivanizados . O tubo galvanizado nao pode ser soldado, pois este processo queima a galvanizacao, E muito utilizado no transporte de éua, porque apres. eeenaior resistencia A corrosfo, uma vez que € revestido de zinco depositado a quente. 0 tubo preto nao tem prote¢ao. 1.2.2 -DIAMETRO DOS TUBOS :Escolhido o material, precisamos determinar 0 diametro dos tubos. O calculo do diametro das tubulagdes é um item muito importante no projeto de uma instalagao. Para explicarmos melhor suponhamos que uma instalagdo necessite de uma va- zao“Q”. Para essa vazio, existe certamente um diametro que chamamos de “timo”. Esse diametro deve ser entendido como um diametro economicamente conveniente, ou seja, que o custo total da instalagao seja o menor possivel. O custo total (Cr) pode ser de- terminado por : cr=cn+Ci eq. 11 onde :|Co= custo do conjunto moto-bomba -incluindo: custo de aquisi¢ao , de instalagao, de operagdo ede manutengio. —. Cu.= custo da linha - incluindo: custo de aquisigao dos tubos, das valvulas, das conex6es, da mao-de-obra de assentamento dos tubos, etc. fig. 13 1 t t t t ft Ore a ew H,> Hp> Ng> Cp tC =Cr v ‘ 4 u 4 ‘Acima ;na fig. 1.3 .temos uma relagio de dependéncia entre as grandezas cnvol- vidas, onde Hp = perda de carga total da instalag&o ; Hu =carga manométrica da bomba ¢ Nn=poténcia da bomba . Se aumentamos muito o didmetro da tubulagao em relagdo ao Detimo (desconhecido) , temos uma diminuiggo das perdas, pois a vazdo ¢ constante ¢ a veloci- 10 dade diminui, Como as perdas, o trabalho da bomba também diminui, gerando, assim, uma redugao da carga manométrica e da poténcia da bomba. Dessa forma, 0 custo do conjunto moto-bomba é baixo, no entanto , grandes diémetros provocam um aumento si- gnificativo no custo da linha, Se diminuimos muito 0 didmetro da tubulagdo, temos um aumento das perdas , provocando um aumento da carga manométrica, da poténcia exigida pela bomba e, por conseguinte, do custo da bomba; em compensagdo, com pequenos diametros, o custo da linha é baixo. P!Q = Dotimo =?* Ctmin Para determinarmos o diametro “étimo”, correspondente a um equilibrio nos cus- tos, que acabe gerando um custo total minimo, definimos algunas grandezas : « PI =custo médio por unidade de poténcia , para 0 conjunto elevatdrio ( custo do “CV” instalado). S-. P2=custo médio do assentamento dos tubos , por unidade de comprimento € por unidade de diémetro. B Cu 1. eq.1.2 e P2 ecor eq. 1.3 Cc onde : Pl= iB t Nr= poténcia absorvida da rede Note o leitor que os valores de P1 e P2 sdo de obtengao complicada, pois depen- dem de pesquisas junto a fabricantes de bombas, motores , valvulas, tubos, etc... se CT=Csi+Ct2 , substituindo pelas equagées 1.2 € 1.3 : Cr= PI.Nr + P2.L.D fig. 14, OO] (PHR) Dafig. 14,temosque: p> & Im “Ny r para obtermos o rendimento global do conjunto moto-bomba , multiplicamos o rendimen- to da bomba pelo rendimento do motor, assim : N_ Np _N _7QHp = = : x a KSB entio... Ng "Np Im “Ng oN, Ny Ny ents N, = BEB (emev) eq. 1.5 8 Na fig. 1.5, chamando “Hest” de altura estatica de elevacdo , temos : Hy) +Hp He “Her +Hpn2 od 16 utilizando 0 método do comprimento equivalente : Lt=Lreal + LeqT + substituindo na tq, 1.6. a perda de carga total pela formula da perda de carga distribuida : Lrv? Hp =Hes tf eq. 1.7 oe 4. -c2 Pe A xD gD 2 Hp =Hes oul tls eq. 1.8 x D Sy substituindo o Nr da.eq,1-4,, pela eq. 1.5, € tocando a carga manométrica HB (presenteyia eq. 1.5) pelaeq, 1.8 obtemos : “f-LqQ? cy oP fae he +P2‘Ly’D eq. 1.9 Sng D's Para levantarmos graficamente a fung3o Cr =f (D) , comegamos pelas funcdes Ca=f(D) e CL=£(D), observando o eomportamento dos custos em relagdo & varia- cao de didmetro , verificada na fig. 1.3. fig. 1.6 Na fig, 1.6, observamos que a fungao Ca= f(D )é decrescente ,e a funcao Cl. = £(D), erescente. Para obtemos C= f(D), basta somarmos as duas (fig. 1.7). c fig, 1.7 cr Cc Dotimo Dessa forma, o diametro economicamente conveniente ( Détimo ) corresponde ao minimo custo ( Cmin ). Para que o custo seja minimo dC/dD = 0 , ou seja, no extremante da fungdo ( Cmin ) , a derivada vale “zero”. Portanto, derivando a eq. 1.9 em relagao a0 didmetro, temos : 3pl-g-f- s1QPUS EET (_5).p-6 oD 75.) g-07B 3 sth: po p24 = 22 Pret : 75. 5.07 9.8 = Y- QP PLE 181,3.P 2.19 [PU yf P2 7g 181,3 =K D =K:-JQ eq. A eq. 1.11 € conhecida como formula de Bresse. Essa formula, aparentemente _ simples, traz na constante “K” uma incerteza muito grande, pois além de ser muito dificil conseguir os valores de P1_¢ P2 , sabemos que 0 “P'depende da vazio e do diémetro, po- Gendo variar de 0,02 a 0,04 aproximadamente, ¢ o rendimento global depende da bomba, do motor ¢ da poténcia do mesmo. Segundo os defensores dessa formula , no Brasil, K= 0,9 1,4. No entanto isso representa uma variagdo no diametro , que é tanto maior quanto maior é a vazao. Assim, 0 uso dessa formula € discutivel , podendo ser utilizada num célculo rapido para uma orientagao sobre a ordem de grandeza do didmetro. ‘as velocidades de acordo com o tipo de servico ‘Alguns autores preferem tabelar ou tipo de fluido a ser utilizado, recomendando faixas de velocidades consagradas, na pratica, como geradoras de diametros economicamente convenientes. No Apéndice | ~ Tabelas ¢ Graficos , o leitor encontrara uma tabela de velocidades recomendadas (TG-1), retitada do livro “Tabelas e Graficos para Projetos de Tubulagdes”-de P.C.da Silva Telles © Darcy G.P.Barros, Editora Interciéncia . Essa obra apresenta tabelas, gréficos e orienta- ges necessérias no dia-a-dia do projetista de instalagdes, e representa uma ferramenta Valiosa para quem for trabalhar nessa area. Portanto, utilizando a tabela , podemos determinar o didmetro da seguinte forma: 2 Q= we D 4 a Com a vazio necesséria ¢ a velocidade recomendada, calculamos um didmetro D” . Com esse diametro, entramos numa tabela de didmetros comerciais para normalizé-lo. Com o didmetro normalizado D, recalculamos a velocidade , verificando se esta dentro da faixa recomendada. 1.2.3 - NORMAS DIMENSIONAIS : De acordo com 0 material, temos uma nor- sma dimencional correspondente. Para alguns casos, temos varias normas dimensionais, no entanto, vamos manter o exemplo do “tubo de ago”. ‘Antes da norma atual, os tubos eram fabricados com trés espessuras diferentes: Cr =0 ou... ” eq.1.10 eq. 1.12 LA 13 «Peso Normal - Standard - Std « Extra-Pesado - Extra-Strong - XS © Duplo Extra-Pesado - Double Extra-Strong ~ XXS ‘A norma atual ANSIB 36.10 adotou a série “SCHEDULE NUMBER” para de- terminat a espessuta de parede.0 tubo é apresentado com um diémetro nominal(Pnom ) comercial , expresso em polegadas, que nao coincide com o didmetro interno. Para cada nom existe ama série de espessuras de parede. Como para cada nom » 0 diametro ciremno é fixo , quanto maior a espessura de parede , menor diémetro interno .( Vide fig. 1.8) A espessura de parede é identificada por 0 nimero que acompanha a sigla Bele Esse nimero, que varia de 10 a 160 , € obtido pela seguinte equagao y= 1000-8. eq. 1.13 onde : o a“ p = pressdo interna de trabalho (psi) Z = tenstio admissivel do material (psi) A equagio 1.13 nao deve ser utilizada para dimensionamento. As espessuras normaliza- das podem ser identificadas pela série = SCH : 10 = 20 = 30 - 40 - 60 - 80 = 100 - 120 - 140 - 160 Portanto quanto maior o nimero, maior a espessura de parede. Nem todas as es- pessuras normalizadas sio comerciais. A ‘nai utilizada é a representada pelo SCH 40, que corresponde ao antigo STD . O SCH 80 corresponde ao XS , enquanto que o XXS Ar tem correspondéncia, pois possui uma espessura de parede maior que a do SCH 160, (Vide exemplo na fig. 1.8) fig 18 ex: I Pnom _ De (fixo) = 1,315" =33 mm SCH 160 xxS = 0,815" =0,598” ieee 0,7 mm =15,2 mm ‘A espessura de parede pode ser calculada pela eq. 1.14, recomendada pela norma ANSI.B.31 + eq. 1.14 onde: p= pressao interna de projeto ; @ = tensio admissivel do material na temperatura de projeto ; D = diametro externo + E = eficiéncia de solda para tubos com costura (para tu- bos sem costura E=1) ; y = cocficiente, fungao do matcrial ¢ da temperatura ; C = espes- sura adicional para abertura de roscas ¢ chanfros, corrosao, eroséo ; M= tolerancia de fa~ bricagdo. Os valores de E, y,C eM sao tabelados ou recomendados pela norma. 14 Para casos mais simples, podemos empregar as seguintes formulas : (Barlow) para Dit > 6 (parede fina) eq. 1.16 (Lamé) para Dit entre 4e6 Normalmente a espessura do SCH 40 é suficiente para suportar as pressées utiliza- das na maior parte das instalagSes, ¢ as formulas para calculo de espessura que foram apresentadas , ndo chegam a ser utilizadas. | No Apéndice I - Tabelas e Graficos , 0 leitor encontrard as tabelas TG-2 ¢ TG-3 , referentes as normas ANSI B.36.10 ¢ ANSI B.36.19 , adotadas pela P-PB-225 da ABNT, qué fornecem as dimensdes normalizadas, e as principais caracteristicas fisicas para os didmetros mais usuais dos tubos de ago carbono e agos de baixa liga (B.36-10) , e para tubos de aco-inox (B.36.19). Essas tabelas também foram retiradas do livro “Tabelas Graficos para Projetos de Tubulagdes”-S. Telles ¢ D.Barros. Note 0 leitor que esses auto- res ndo se preocuparam em transcrever a norma, € sim mostrar apenas os comerciais den- tro da norma, que so mais facilmente encontrados. 1.2.4 - JUNCAO DOS TUBOS : Os tubos componentes podem ser ligados atra- vés de trés meios : rosca , solda e flange - 1.2.4.a)ROSCA : as ligagdes rosqueadas so indicadas para os pequenos diametros. O diametro nominal maximo recomendado pelas normas é de 2”, no entanto enci 105 aplicagbes de alé 4". As roscas devem ser cénicas para garantir a vedagao. Apesar de facilitar a montagem, as roscas enfraquecem as paredes dos tubos ¢ represen- tam pontos de instalagdo sujeitos a vazamentos . 1.2.4.b)SOLDA :as ligagdes soldadas so muito utilizadas nas instalagées industriais, pois apresentam boa resistencia mecdnica, estanqueidade perfeita, ¢ ndo ne~ cessitam de manutengdo. Porém, dificultam a desmontagem, e para garantir as vantagens citadas , devem ser executadas por mAo-de-obra especializada. 1.2.4.c)FLANGE : as ligagdes flangeadas sio indicadas para tubos com didmetros nominais maiores ou iguais a 2”. Facilitam a desmontagem , contudo, sao ca- ras , pesadas e volumosas, e podem possibilitar de vazamentos. Sao mais utilizadas nos bocais de bombas ¢ equipamentos, ¢ em determinados pontos onde seja necesséria a facvilidade de desmontagem , como por exemplo, na instalagao de um medidor de vazao. 1.2.5 - VALVULAS : Uma instalagao nao pode funcionar sem valvulas, mas de- vemos escolhé-las com critério, pois , dependendo do tipo, podem provocar muita perda de carga. Uma instalagao deve funcionar com 0 minimo numero de valvulas que permita o sew bom feneionamento. Existem muitos tipos ¢ aplicagdes. Nao pretendemos apresentar todas, apenas os principais tipos. O leitor devera consultar literatura especializada, ou mesmo catalogos dos fabricantes. As valvulas podem ser classificadas como: * de bloquei © de regulagem; de controle unidirecional; «de controle de pressio. 15 1.2.5.a) VALVULAS DE BLOQUEIO : servem para interromper 0 fluxo quando é necessario bloquear determinado ‘recho de uma instalacdo. Quando totalmente abertas, nado devem provocar muita perda de carga. Exemplos : gaveta (fig. 1.9 ), esfera (fig. 1.10) , macho ... As figuras que mostramos a seguir foram cedidas por cortesia pelos fabsicantes : MIPEL (Metalargica Ipé Ltda), CIVA (Civa Com. Ind. Valvulas S/A) € KLAVAL (Klaval do Brasil Ltda) , alguns dos melhores fabricantes de valvulas. fig. 1.9 - v. gaveta (MIPEL) fig, 1.10 - v. esfera (MIPEL) 1.2.5:)VALVULAS DE. REGULAGEM : servem para controlar 0 luxo ou regular a vazio, por isso podem trabalhar em qualquer posigso quanto Me fechamento. Devem ser colocadas com critério, pois normalmente provocam muita perda de carga, meamo que estejam totalmente abertas. Exemplos : agulha (fig, 1.1 1), borboleta (fig 1.12), globo (fig, 1.13), diafragma (fig. 1.14 ) .. As valvulas borboleta e diafragma, de- pendendo da construgdo, também podem operar como “bloqueio”. (KLAVAL) see FEO | fig, 1.11 -v. agulha (MIPEL) fig, 1.12 -v. borboleta 1.2.5.) VALVULAS DE CONTROLE UNIDIRECIONAL : servem para permitir o fluxo em um unico sentido. Sao utilizadas nas saidas de bombas, nas pontas de tubulagdes de sucgao, etc. Funcionam automaticamente , sem volante, fig.1.13 - v. globo (MIPEL) fig. 1.14 - v. diafragma (CIVA) normalmente som o auxilio da gravidade. Exemplos : retengao (fig. 1.15 -p/tubos hori- zontais e fig, 1.16 pitubos verticais ) , pé com ralo (fig. 1.17)... fig. 1.15 -v. retengao (MIPEL) fig. 1.16 - v. retengdo (MIPEL) 1.2.5.d)VALVULAS. CONTROLADORAS DE PRESSAO: servem para controlar a pressiio de montante, como as valvulas de seguranga ou de alivio (fig. 1.18) . ou para controlar a pressao de jusante, como as -valvulas redutoras ou reguladoras de pressdo. A valvula de al mola que pressiona o tampio, livio é uma espécie de valvula de retengao, no entanto, possui uma ¢ pode ser regulada, Ao atingir um certo valor de pressio, a ‘ies mola é empurrada ¢ 0 fluido é descarregado. A valvula redutora de pressao também € automatica, dependendo de um piloto que é acionado pela presstio de montante, © pode dar maior ou menor passagem para o fluido, em funcao da pressio desejada a jusante fig. 1.17-v. péc/ralo (MIPEL) fig. 1.18-v. alivio (MIPEL) 3 - CONSIDERACOES FINAIS : ‘Como vimos , apds esbogarmos a instalagdo, temos que montar a linha , selecio- nando e escolhendo com critério, para que a instalagao esteja preparada para o equacio- namento. O objetivo principal do nosso curso é selecionar uma bomba geometricamente adequada para as necessidades de uma instalagdo, e para tanto, precisamos estudar ou- tros capitulos. © Icitor nao deve ficar restrito aos itens resumidos nesse capitulo, ja que a nossa primeira intengao foi apenas organizar e estabelecer uma seqiéncia para 0 inicio do proje- fo de uma instalago hidréulica. Deve ampliar seus conhecimentos, consultando obras que tratem especificamente de “tubulagdes”. 18 CAPITULO 2 CLASSIFICACAO DAS BOMBAS 2.1 - CLASSIFICACAO DAS MAQUINAS HIDRAULICAS: Classificaremos primeiramente as maquinas hidrdulicas, pata termos uma idéia do conjunto dessas maquinas , e posteriormente darmos énfase as bombas. As maquinas hidrdulicas sao classificadas em trés grupos : © Maquinas Mottizes; © Maquinas Mistas; __® Maquinas Geratrizes 2.1.1 - MAQUINAS MOTRIZES: Sao maquinas que transformam energia hidrau- lica em trabalho mecanico. Rodas d’4gua e turbinas siio exemplos desse tipo. S Asrodas d’agua so as maquinas motrizes mais antigas. Segundo registros histori- cos, sdo utilizadas desde 100 AC , e as turbinas hidraulicas, desde 1827, ano em que B. Foumeyron projetou, construiu e instalou a primeira turbina de uso industrial no mundo. ‘Aproveitando o desnivel entre dois niveis de agua, as turbinas transformam a energia hidraulica em energia mecdnica, que através do cixo do rotor da turbina, aciona 0 rotor de um gerador. As principais turbinas sio : PELTON - turbina de ago ou de jato (fig. 2.1) ~a usina brasileira mais importante que opera com aturbina Peltonéa Usina HI. Borden em Cubatao-SP (externa e subterrinea); turbina hélico-diagonal de reagao (6 2 ma parte da: brasileiras, como por exemplo: Itaipu , Tucurui, Ilha Solteira , Estreito ... KAPLAN - turbina axial de reagao (fig. 2.3) - turbina de hélice com a possibilidade de movimentagiio das pas. Utilizada nas usinas Jupia, Nova Avanhandava, Porto Colémbia ... fig, 2.3 - rolor KAPLAN fig. 2.2 - rotor FRANCIS (Us. Mimoso - VOITH) (Us. Ilha Solteira - VOITH) 2.1.2 - MAQUINAS MISTAS : Sio maquinas que transformam energia hidraulica em energia hidraulica, ou seja , fornecem ‘energia hidraulica ao serem acionadas pelo inesmo tipo de energi Lim exemplo de maquina deste tipo é 0 “carmen hidraulico” ou “ariete hidrauli- eo", que recebe este nome por operar com BoIPE de ariete ( fig. 2.4) [ fazio desperdigada Qu = vazio itil (aproveitada) “p campainula 4 Ba 1 7 Pesos e s —H20 ) N Rg Qe ‘retengdo isto fig, 2.4 - esquema de um Cameiro Hidréulico © equipamento acima é usado em sitios, fazendas, chacaras, no utilizando energia elétrica, Para acioné-lo deve existir um desnivel de agua, represada de uma mina, por gxemple, ou mesmne a correnteza de um rio que fomegt energia hidréulica. Normalmente « enerwia da entrada néo é suficiente para empurrar 2 Nalvula de retengao, que da acesso & Campanula, ¢ 0 fluido segue adiante, sendo descarregado por uma abertura localizada Fama espécie de valvula, que serve para auxiliar no funcionamento do mesmo. Nessa aaronie. paiste umn pistao, cm alguns casos ranhurado, Tigado a uma haste, em cuja ex- tremidade podem ser colocados pesos que servem Para equilibrar o sistema, A medida que’ fluido vai saindo, o pistdo vai subindo por ‘arrastamento, até bloquear a passagem da agua, Nesse instante, a energia cinética é perada, sendo convertida em energia de pres- sio. Como isso acontece bruscamente (go! pe de ariete) , provoca uma sobrepressfo, que somada.a pressao do fluido, é suficiente para empurrar a valvula de retengao, fazendo fom que uma pequena quantidade de égua penctre ne campanula em diregao & segao de a de retengio volta a fechar. O pistio ciclo volta a ser repetido sucessiva- caida Isso acontece de maneira rapida ea valvu desce, liberando a saida de agua pela abertura, ¢ 0 mente. fig. 2.6-a_tabela Na fig, 2.5,temos um esquema de instalago mostrando as cotas de entrada e de recalque (he e hr). O rendimento pode ser calculado pela seguinte expresso : _Qu-hr * Qeshe, a 1 Qehe Qua eae Para calcularmos a vazao itil, eq. 2.1 , podemos utilizar como exemplo os rendi- mentos fornecidos por Mueller Irmdos Ltda.-Curitiba , fabricante dos cameiros hidréuli- cos“*Marumby", na tabela da fig. 2.6-a, que dependem da relagio he/hr. Os cameiros fa- bricados recebem os numeros; 2, 3,4, 5¢6 ; alguns dados sobre os mesmos podem ser verificados na tabela da fig, 2.6-b , que foi retirada do prospecto do mesmo fabricante, Camciro “MARUMBY” - Especificagées 8 N° [Qe(Limin)| De Ds__|peso(kef)| 2 7aul 3/4" 3/8” 15 3 Tals ” 1/2” 20 4 11a26 | 11/4" 2” 30 5 22.445 ea 3/4” 45 6 [70a 120 3” 11/4” 15 fig. 2.6-b 2.1.3 - MAQUINAS GERATRIZES : So maquinas que transformam energia me- cénica em energia hidtdulica. As bombas hidraulicas realizam esse tipo de servigo , acio- nadas por um motor elétrico, estacionario... Classificaremos, abaixo, os tipos de bombas, ja que & o nosso principal assunto. 2.2 - CLASSIFICACAO DAS BOMBAS-(QUANTO AO DESLOCAMENTO): 0 objetivo desta classificagdo nao é fazer um estudo completo sobre todos os tipos de bombas existentes. Pretendemos apenas dividi-las em dois grupos, estudando suas di- ferengas e principais caracteristicas. Quanto ao deslocamento,as bombas podem ser| de deslocamento positivo de deslocamento nao-positivo 2.2.1-BOMBAS DE DESLOCAMENTO POSITIVO_OU. VOLUMETRICAS : Sao bombas normalmente utilizadas em circuitos hidrdulicos, que acionam atuadores li- neares ou rotativos (cilindros ou motores hidraulicos) para movimentagao de carga. Nessas bombas, existe uma vedagao mecdnica separando a entrada da saida, e isso acaba impedindo ow dificultando 0 “vazamento intemio” , que ¢ a possibilidade de recir- culagéio interna do fluido. Para explicarmos me- thor, tomemos o exemplo de uma bomba de ém- ~ bolo alternativa (fig. 2.7), que apesar de muito It simples, caracteriza bem o funcionamento de Z 1 bombas desse tipo. Quando o pistao sobe, uma quantidade de dleo é admitida, pois a valvula de retengio da entrada abre e a da saida fecha. Na descida do tk Po pistio, a retengao da saida é aberta eda entrada | ~ '—}—a* aS 15 &fechada. Desprezando 0 volume morto dentro da bomba, amesma quantidade de fluido que entrou acaba sendo expulsa. fig, 2.7 - bomba de émbolo 21 Se ha uma valvula colocada na saida da bomba, € ess: Heraeao da vazio, pois o que regula a quantidade bombeade de fluido mente, nao temos all € 0 curso do pistao, que provoca um aumento da pres fluido nfo consegue recircular dentro da bomba, assim, aguarda a quando a valvula abre. Essa recirculagao se totalmente a valvula, a pressao aumenta bastante até provi mais fraco da instalagao. Por esse motivo, ranga ou alivio, colocadas normalmente na saida das mesmas. Esse € 0 objetivo principal diante de vazées relativamente de 6 kef/em? até 700 kgf/cm? casos extremos. Exgimplificaremos com um cNtcuito simples re- presentado.na fig. 2. 8. Para que a haste do pist@o possa avangar , atra- vés da alavanca, posiciona- mos a valvula de controle direcional de 2 posigdes € 4 vias (A, B, P, T), fazen- do com que a bomba fornecal fluido para a cémara do pis- toe libere 0 fluido da cd- mara da haste para o tanque (posigao da esquerda) Nao ha uma valvula sendo fechada no recalque da bomba, como no excmplo citado acima; porém, quando a haste encontra resisténcia, ou chega ao fim do curso , a pressao aumenta bastante. Para nao danificar o equipa- fig. 2.8 ciimara do pistlo a esta sendo fechada lenta- sso. Durante esse procedimento, 0 oportunidade de sair é denominada “vazamento interno”. Fechando- ocar 0 rompimento do ponto tais bombas necessitam de valvulas de segu- “dessas bombas, ou seja , : provocar pressbes elevadas Baixas, A pressfo fornecida por bombas deste tipo varia , uma presséo muito alta somente alcangada em alguns cilindro_ cdmara da haste avango —_ 7 v.comtrole direcional = = B valvula de seguranca bomba rotativa [eee vrento, existe a valvula de seguranga pilotada pela presslo de saida da bomba, Podemos verificar a maxima forga uma pega, por exemplo. Com essa derando-a como a maxima pressio Jamos a valvula de seguranga para que deve ser aplicada pela haste, prendendo forga c a arca do pistio, calculamos a pressio, consi- de wabalho. Com o auxilio de um manémetro, regu- abrir na pressio calculada. Ligando novamente o sis- tema, provocamos 0 avango do pistio , ¢ quando a haste encontra resisténcia, a pressio ae i até ating a pressdo limite, Nesse instante, temos a abertura da valvula de segu- anga, mantendo em toda a linha de recalque a pressio desejada, ¢ limitando o valor da forca aplicada. Portanto, a falta de vazamento interno € dos inconvenientes desse tipo de bomba, séo, o aumento da pressio ndo sao considera~ na verdade, caracteristicas importantes no funcionamento da mesma, que atende as necessidades do tipo de instalagéo onde € utili- zada. on ‘As bombas de deslocamento positivo sao divididas em dois tipos: alternativas rotativas, e podem ser de deslocamento fixo ( Q = cte ), ou de deslocamento variavel. A seguir, alguns exemplos ; (vide fig. 29) EMBOLO bombas ALTERNATIVAS - PISTAO [_- DIAFRAGMA , etc. - ENGRENAGENS bombas ROTATIVAS - PALHETAS - PISTOES RADIAIS - PISTOES AXIAIS Lo iS ROTORES LOBULARES, etc... . 2.2.1.a) - CARACTERISTICAS DAS BOMBAS ROTATIVAS : vejamos mais algumas caracteristicas das bombas volumétricas , enfatizando as bombas rotativas, ja Que so as mais utilizadas. Tomemos como exemplo uma bomba de engrenagens (fig. 2.9-a). Essa bomba, de construgdo robusta é constituida de duas engrenagens de mesmo médulo € mesmo nime- ro de dentes, uma motora e outra movida, Fojfo 3 fig. 2.9 (c) - lébulos (e) - pistdes axiais 23 ‘Ao entrar, o fluido consegue aleangar a secdo de saida da bomba, seguindo pelos vaos entre os dentes das engrenagens. O engrenamento deveria impedir 0 retorno do flui- do, no entanto, devido a pressao e & pequena folza existente, hao retorno de uma quanti- Gade minima de fluido que recircula pela bomba. Esse “vazamento interno” acaba sendo benéfico , pois lubrifica o engrenamento, evitando 0 desgaste prematuro das pegas. A medida que a pressio vai aumentando, vai aumentando também a quantidade de fluido que recircula, diminuindo a vazao efetiva fornecida pela bomba. Na fig. 2.10, temos uma curva caracteris- tica de uma bomba de deslocamento positivo , rotativa (genérica). A pressdo é usada no lugar carga manométrica ( His ) , uma vez que as va- riagdes de energia cinética ¢ energia potencial entre a erttrada e a saida da bomba sao comple- tamente despreziveis diante da variagdo de pressio. Sem vazamento interno, a pressio seria crescente com uma vazio constante,porém, com a recirculago, a curva cai um pouco para a esquerda, diminuindo a vazdo efetiva. Tal fato pode ser observado na fig. 2.11 , onde temos algumas caracteristicas retiradas do catalogo geral da “RED bricas de componentes para circuitos hidraulicos ( outras : MERCIAL HIDRAULICA, SUNDSTRAND...). REXROTH |_BOMBA DE ENGRENAGENS TIPO G2_Irg. 2.11 TN 3a 22 T “até 250 bar T até 22,4 cm? /rot (HroRoNORMA’ Caracteristicas (Fivregem «dS Fluide oe pressio Gieo harAoties mine Hi contorme DIN 81524 HLP contorrne OIN 51525 Embese oe tater fosfaro fig. 2.10 Q XROTH”, uma das grandes fa- PARKER , VICKERS , CO- Fava oe vaconidode Ea I0o cSt Taina de temperature |= 70a 70°C Tipo de sclonamento | Acoplamento dstco TH 74118 [2] [2 Peron tg spspsts peal sal 3 Fina da press cle 0,3 tae (ubraressio, regime (entrada | 115 bse sobre pressiol Capacidade de vezdo e potin me] So Gee] Vek a Gt olde dr ioarg reese Pe con > AEDT Basie = 50) gran] mento igeom. Viem@iron!|Prestover! [19 so [10 [0 |i | zo | 2s | zen.) 3 3s [oe wel. |e ae 5 rem poe [ose] ise [ss fee ee | 7 Te a 3 ef ss [st | ss eS 7 aw) [02s | 07 a2] 2 27 [at | 2? |S 5 ge etal es | a7 ae pes | es | 8 Fe uni [03] 0.8 tetas |e |e fe 4 : ce feet atiinvas [ae Pras | rant Te [oe [ee ww foe [38 tee ee _ Seg (AL vee [ 67] 67 [re os [47 srt ase Pes ee ea tote 732 3 [oes | ar es Fa 075_| Ce 7 ma [oe 2 3g | se | ou ! emt se) 87 | 10 Observe o leitor que para a bomba de engrenagens de tamanho nominal “3”, da fig. 2.11, a medida que pressio vai aumentando ( 10/50/100/150 bar/...), a vazdo efetiva vai diminuindo (5,1 /4,8/ 4,6 / 4,5 L/minv...). Entretanto, note também que a variagao de vazio é irriséria quando comparada a variagao de pressio. ‘A bomba de engrenagens é de deslocamento fixo, pois a vazdo recalcada depende das dimensées das engrenagens ¢ da rotagao. Quando os fabricantes fornecem as curvas , colocam a vazio no eixo das ordena- das e a pressio no eixo das abcissas. A vazdo é utilizada em “L/min” e a pressao em “bar” (bar =aN/em? =kef/em? ), fato que pode ser sbservade nas curvas caracte- risticas de uma outra bomba da “REXROTH”, uma bomba de palhetas compensada por pressio , referentes aos tipos C 25 , C 63 e C 100 (fig. 2.12). ‘A bomba de palhetas ( apresentada na fig. 2.9-b ) é constituida de uma carcaga que define o estator, e de um rotor excéntrico cm relagao ao estator. No rotor, existem ranhu- rds onde se alojam as palhetas. Quando a bomba é acionada, as palhetas so langadas a0 encontro do estator, por ago de pressio de fluido e por forga centrifuga, formando cama- ras crescentes na sucgao ¢ decrescenics no recalque. Nessa bomba, tcinos 0 aparecimento inconveniente de uma forga radial denominada desbalanceadora, pois do lado do recalque a pressao do sistema é alta, e na superficie oposta a pressio da sucgao é baixa. Essa bomba também é de deslocamento fixo, ¢ a vazio depende das dimenses, da excentrici- dade e da rotacao. Na fig. 2.12, temos uma bomba de palhetas compensada por press&o, com deslo- camento variavel, pois 0 estator ndo é solidario a carcaga. A excentricidade em relacdo ao hac kK LO TAK Bomba celular de palhetas tipo V3 TN 25 (Hrowonomma) | eta 100 bar T Ais 12 Curves Upieas (medidas com n = 1450 pM ey = 96 Sl) 5 e a ~ * 7 cach toe 2 20 Pd zg Pe E06 b. ge | ae 7 Stal FE aoe 3s ge + ester é 73 aL eae PP curso nuke 13 r guise, ait Fi SEE 10 20 30 40 50 60 70 Pregsdo de trabalho P (bar! se g = ral |? ie ke faa s ple | «3s o 5 | ge LJ ha 285 gn eo 2 Be -[ Veseer sory 2° 8 70 curse Sell, 5 |Be 7 TE yo 40 600100 Pressio de trabalho P (bar) | a 9 ¥ ss Lado da sucgio Cleo Lodo da presséo de dreno fig, 2.12 deslocamento maximo. 25 rotor € devido 4 ago de uma mola que empurra 0 estator contra o rotor. Para pressdes baixas, 0 funcionamento é idéntico ao da bomba da fig 2.9-b.Com.o aumento da pressio, a forga exerci- da pela mola € equilibrada e vencida, diminuindo a excentricidade e provocando uma redugdo no destoca- mento, pois aumenta a recirculagao de fluido dentro da bomba. O deslocamento maximo é ajustado pelo pa- fafuso diametralmente oposto & mola, que limita a excentricidade. Na bomba de palhctas balanceada ( fig. 2 13), néo existe a forga desbalanceadora pois 0 problema & resolvido, com duas suogdes e dois recalques. fig, 2.13 - palhetas balanceada 2 ho -BOMBAS DE DESLOCAMENTO NAO POSITIVO OU DINAMICAS : Sao borbas normalmente utilizadas nas instalagdes hidrdulicas, para o transporte de fluidos, Diante disso a importincia da vazdo aumenta e reduz a pressao , em relagao as bombas de deslocamento positivo. deslocamento positivo - volumétricas : Q 4; Pt deslocamento nio-positivo-dinamicas: Qf; Hp # E bom lembrarmos que essas indicagdes de vazo, pressfo ou carga , estdo servi do para a classificagio inicial das bombas. Ao longo do curso, veremos muitas variages em relagao a elas. Teremos , por exemplo, casos de bombas de deslocamento néo-positivo ou dinamicas que operam com altas pressdes. Portanto 0 leitor deve entender essas indi- cages como uma simples comparagao entre os dois tipos. ‘Nessa bomba nao existe vedagao mecénica separando a entrada da saida, por isso ocorre vazamento interno. Esse tipo de recirculagao € significativo, se 0 compararmos a0 que ocorre na bomba estudada anteriormente. Sao exemplos de bombas de deslocamento nao-positivo : * BOMBA CENTRIFUGA RADIAL * BOMBA CENTRIFUGA HELICOIDAL * BOMBA CENTRIFUGA DIAGONAL « BOMBA AXIAL Para explicarmos o seu funcionamento ¢ mostrarmos 0 vazamento interno, toma- remos a bomba centrifuga radial representada na fig, 2.14, em corte, vista de frente. O fluido que se aproxima pela tubulagdo de succdo, passa pela flange de entrada cruza o bocal de entrada e alcanga o rotor. No rotor, 0 fluido € obrigado a passar por ca- nais formados pelas pas ; recebe a energia da bomba, e é langado na periferia. O caracol retine o fluido que chega de todas as diregdes, conduzindo-o ao bocal de saida, por onde alcanga a saida da bomba. Entretanto, no fim do caracol, o fluido nao tem como Unica opgao o difusor. Ha uma folga entre o rotor e a carcaga, por onde o fluido pode recircular (vazamento inter- no). E dbvio que o melhor caminho € 0 bocal de saida, porém, se uma valvula na tubula- gio de recalque vai sendo fechada lentamente, o fluido é obrigado a passar pela folga. Retornando ao caracol pela folga, o fluido ocupa parte do espago do fluido que estava entrando. Obviamente como o fluido € praticamente incompressivel, temos uma quantidade menor entrando e, por conseqiiéncia , uma quantidade menor saindo da bom= ba. Se a valvula est totalmente fechada, ele tem que recircular, e se para de sair, para de 26 entrar (Q = 0). A “porta” de entrada esta aberta, a bomba esta funcionando, mas nao existe fluxo. Note 0 leitor que gra- Gas ao vazamento interno, podemos regular a vaziio que passa pela bomba através de uma valvula, mesmo estando distante da mesma. | fig. 2.14 rotor He vos fig. 2.15 She caracol ou volula “vaamento interno” A pressdo interna aumenta, mas nao indefinidamente; quando atinge um certo va- lor, fica constante, nao precisando de valvula de alivio ou seguranga. A fig, 2.15, mostra uina curva caracteristica de uma bomba desse tipo. Lembre 0 leitor que no tipo de bomba estudado anteriormente, sem vazamento interno temos uma reta vertical paralela ao eixo da pressao com vazio constante, com um pequeno vazamen- to interno a curva “cai” para a esquerda, diminuindo ligeiramente a vazao. No caso dessa bomba, com vazamento interno muito maior, a tendéncia é “cair” muito mais; a curva chega a encostar no éixo da carga manométrica. Nesse ponto, de carga maxima ¢ vazdo nula, temos 0 ponto denominado “shut-off” da bomba. A curva nao encosta ni vazio, pois nao existe bomba que fornega uma vazio 130 grande a ponto de zerar a carga manométtica, Os préprios fabricantes de bombas nao representam a curva inteira, ¢ eli- minam a parte das maiores vazdes, porque os rendimentos sao muito baixos. 2.2.2.a)BOMBA CENTRIFUGA RADIAL : £ denominada também de “centrifuga pura”. O fluido, nessa bomba, entra axialmente no rotor (fig. 2.16), passa pelos canais formados por pas de curvatura simples, que no provocam a rotagio da particula de fluido, O fluido € expulso do rotor na diregdo do raio, dai o nome “radial”. Em algumas bombas, bem projetadas, a entrada das pas pode ser de curvatura dupla ou can dois planos, para que a transigdo da diregdo axial para a radial acontega com suavida- de, ou seja, sem muitos choques ou turbuléncias. 27 ‘Toda a enersia reecbida pelo fluido é obtida através de forgas centrifugas aplicadas no liquido devido & rotagio. Na figura 2.17, temos una bomba centrifuga radial “CZ” da SULZER uma das grandes fabricas de bombas. Tais bombas so utilizadas para carges vv anométricas elevadas, com vazées relativamente baixas (Segundo o catilogo “BOMBAS E MOTO-BOMBAS" editado pelo Departamento Nacional de Bombas e Moto-Bombas da Associagdo Brasileira da Indistria de Maqui- nas ¢ Equipamentos - ABIMAQ-SINDIMAQ , temos os seguintes fabricantes. ABS ; AFLON ALBRIZZL-PETRY ; ALFA-LAVAL ; ANAUGER ; BOMAX ; BOMBAS A EREMIA : BOMBAS LEAO ; BOMBAS NEMO ; CANBERRA ; DI MARI ; EMEBE; CLASS: HAUPT ; HERO ; INDSTEEL ; KLOCKNER ; KSB ; MARK PEERLESS , OMEL : PROMINAS ; PWR ; RHEINHUTTE ; RWH ; SCHNEIDER , SUECOBRAS ; SULZER ¢ WORTHINGTON. Durante o curso procuraremos utilizar curvas caracteris- tioas reais fornecidas por esses fabricantes, na teoria e nos exercicios.) FECHADO O rotor de uma bomba pode ser : SEMI-ABERTO. ABERTO No rotor fechado, as pas sio protegidas, ou seja, existe uma tampa dianteira e uma tampa trascira, Observemos as figuras 2.16 e 2.17. O rotor fechado é normalmente usado para fluidos limpos, pois esta sujeito a entupimentos. Para fluidos sujos , ou com sélidos em suspen- silo, existem os rotores semi-abertos ou abertos. O semi-aberto sé tem a tampa traseira (fig. 2.18) a0 passo que 0 rotor aberto ndo possui tampas , ¢ as pas originam-se no cubo (fig. 2.19-b). Em alguns casos, existe uma tampa parcial utilizada como reforgo ( fig(s) 2.19-a/c/d). 28 O rotor fechado é o melhor, pois as tam- pas dificultam a recirculagZo, que indo do bor- do de saida das pas em diregdo a entrada do ro- tor, aumenta com o desgaste das pegas e preju- dica o rendimento volumétrico das bombas. Nos rotores_semi-abertos ¢ abertos, a recirculagao € livre, provocando uma diminui- ‘§0 do rendimento das bombas. Essa classifica- io determinada pelo desenho mecanico das bombas é valida também para outros tipos de bombas centrifugas. 2. b) BOMBA CENTRIFUGA HELICOIDAL Esse tipo de bomba também € de- nominado tipo “Francis”. O fluido entra axial- mente no rotor,cujas pas so de dupla curvatura ou em dois planos, segue uma trajetoria que é¢ uma curva reversa, atinge o bordo de saida das pas, que pode ser paralelo ao eixo ou ligei- ramente inclinado , ¢ € langado no cara- col na diregao do raio, ou numa direcao ligeira- mente inclinada (vide fig, 2.20). s | fig, 2.19 -rotores abertos (b)- sem tampas (a), (c),, (4) -com tampa parcial fig, 2.20 ‘A bomba centrifuga helicoidal é utilizada para cargas manomeétricas vaz6es com valores médios.A fig.2.21 apresenta a bomba “NPV"da SULZER com tais caracteristicas. 2.2.2.c) BOMBA CENTRIFUGA DIAGONAL : Reeebe também o nome de “semi-axial” , ou “de fluxo misto”. O fluido entra axialmente no rotor. Na passagem Pp Ios canais formados pelas pas , as quais possuem dupla curvatura, a trajetoria é uma hi ce cénica, © bordo de saida das pas ¢ bem inclinado em relagdo ao eixo (fig. 2.22). Nessa bomba, parte da energia fornecida ao fluido é devido & forga centrifuga ¢ parte, devido a forca de arrasto. ‘A bomba centrifuga diagonal tricas relativamente baixas, Nas figuras 2.23 ¢ | € utilizada para grandes vazdes com cargas manomé- 4, temos duas bombas do tipo : a bomba “SPP”-horizontal 29 da SULZER (fig. 2.23), e a bomba “BS"-vertical, parcialmente representada (fi também da SULZER. 30 ig. 2.24), fig. 2.21 “NPV”- SULZER ” fig. 2.22 “diagonal” fig. 2.23 - “SPP”- SULZER ” 2.2.2.4) BOMBA AXIAL : Nesse tipo de bomba| © fluido entra axialmente, ¢ ao passar pelo rotor, as trajetérias fig. 2.24 - — das particulas de fluido transformam-se em hélices cilindricas. Na saida do rotor, 0 esco- amento € paralelo ao eixo (fig, 2.25). ‘Nessa bomba, a energia transmitida ao fluido é devido puramente as forcas de ar- rasto, Embora muitos utilizem o nome de centrifuga axial, a forga centrifuga decorrente da rotagio das pis nfo ¢ responsével pelo aumento da carga de pressio. As pis do rotor da boma axial sao estudadas e projetadas segundo a teoria da sustentagio das asas ¢ da propulsdo das "Tal bomba é usada para vazBes muito grandes, com cargas minimas. Na fig. 2.26, bomba “PLK”, da SULZER. temos uma bomba axial : = \ 2,3 - CONSIDERACOES FINAIS : de bombas, é bom Jembrarmos que para cada "Apesar de termos visto muitos tipos tipo apresentado, hé uma aplicayao especifica. 31 fig, 2.26 “PLK”- SULZER i € melhor para um determinado servigo , serd foi apenas dar uma idéia dos tipos, discutindo anto, existem muitos outros tipos que serio estudados ao longo do curso. ‘A anilise sobre qual tipo de bomba feita posteriormente. A nossa preocupagao rapidamente 0 funcionamento dos mesmos. Entret sio encarados como variantes dos apresentados , © ‘A bomba centrifuga radial é a mais empregada nas instalagoes hidraulicas indus- triais. Esse nome é dado pelo principio de funcionamento, e nem sempre é utilizado para gua denominagao. Na pritica, recebe outros nomes diferentes, que so usados, muitas vezes, para identificar os tipos de servigos executados. A figura 2.27 contém um resumo sobre recomendagdes de cargas ¢ vaz0es: +He TIPQ_DE BOMBA ROTOR engrenagens, palhetas, etc.. J Deslocamento Positiv Centrifuga Radial ( Centr. Pura)......| Centrifuga Helicoidal (tipo Francis). Centrifuga Diagonal ( fluxo misto ).. eS Axial fig, 2.27 32 As indicagdes de carga e vazdo representam que , no sentido indicado pela seta » importancia da grandeza em destaque aumenta. Assim, da axial para as bombas de deslo- camento positive. importincia da carga em relacdo A vazio vai crescendo, enquanto que no sentido oposto, a importancia da vazao ‘vai aumentando em relagdo 4 carga manomé- trica, Note o leitor que existe légica no exposto acima, pois, para uma vazio elevada melhor passar “reto” pelo rotor (bomba axial), do que obrigar o fluido a percorrer uma vreva feehada de 90°, representada pelo rotor radial, onde a perda de carga seria signifi- cativa. Observe também, pelos “grifos” feitos no texto acima, que existe sempre uma pro- porcionalidade entre vazlo e carga manométrica ; ndo podemos pois, cuidar apenas de tima grandeza sem relacioné-la & outra. Ao longo do curso, sera definido um modelo ma- tematjco denominado “rotagao especifica”, que verificara a proporgdo de cada uma delas. S 33 3,1 - CURVA CARACTERISTICA DE UMA INSTALACAO-( CCL): Comecaremos, estudando as necessidades das instalagdes, pois as bombas s6 cexistem em fungi delas. Para tanto, modificaremos um pouco 0 conceito da carga ma- nométrica “HB”. Num exemplo de Mecénica dos Fluidos, ¢ apresentada uma instalagao pron’a, com bomba escolhida e vazio conhecida, onde normalmente é solicitada a potencia da bomba. Aplicamos a equac&o da energia para determinarmos a carga manométrica, € com essa a poténcia, Nao existe a preocupagao de justificar como tudo isso foi conseguido, pois nao faz parte dos objetivos desta disciplina. Lembre o leitor que é uma matéria considerada dg ciclo ba i. oo —S—Como um dos objetivos do curso € dar nogdes sobre o dimensionamento de insta- ‘icas, dividimos a carga manomeétrica em dois tipos: lagdes hidr carga manométrica necesséria para a instalagdo Hq =_carga_manométrica disponivel de uma bomba A primeira representa a necessidade de energia de uma instalagdo, pois se uma bomba fornece energia, é sinal de que a instalagdo precisa dela; a segunda representa disponibilidade de energia que pode ser oferecida. Essas duas grandezas podem ser estu- dadas separadamente ( carga = encrgia / peso ). nota os indices “n” e“d” so utilizados apenas no estudo inicial para facilitar a compreensao do assunto, posteriormente, ficaréo subentendidos. Para eatabelecermos as necessidades de uma instalagdo, ndo precisamos da presen ca da bomba, basta reservarmos um espago para a colocagao da mesma Tomemos como exemplo a instalagio “A”, representada na figura 3.1. Estamos utilizando uma instalagdo bei simples, que poderia scr a deixada no capitulo |, fig. 1.2, quando partimos para a montagem da instalagdo, escolhendo materiais, determinando diametros, selecionando * valvulas... Supondo que a instalagdo foi montada, temos : Q) INST. “A” Tonsumo D ver Dsuc = Dree fig, 3.1 ‘A curva caracteristica da instalagao “A” é a curva levantada a partir da funcao Hp, =£(Q) , ouseja, como varia a carga manométrica necesséria para a instalagdio em ode ser recalcada. Para obtermos a expressdo necessaria, aplicamos fungdio da vazdo que p a equagao da energia de (1) a (2): Hy +Hp, =H tHpi2 {PHR = (1) & tanques de grandes dimensées eq. 3.1 para continuarmos, precisamos definir uma nova grandeza (Hest) : Hest = carga ou altura estatica de elevagiio, ou a somatoria das parcelas que indo dependem da vazio. F 5 Ap para uma instalagdo qualquer... { Hest z Fi responde a uma cota a ser vencida, como pode ser verificado na fig, 3.2, onde estamos supondo que o manancial, segao (1), esteja aberto a pressdo atmosférica. pois a carga de presstio cor- = jf { P2} ce { LY : 7 Hest J. ar ou. Cc fig. 3.2 Como os reservatérios da instalagéo “A” estao abertos a pressao atmosférica. Hest = Az substituindo na equagao 3.2, temos a} J Hoy = Hest tpg 033 Para encerfarmos, precisamos calcular as perdas. A fim de efetuarmos esse calcu- lo, sero necessarios graficos, tabelas, além da discussao de varios detalhes. Para nao perdermos a sequéncia, simplificaremos bastante, passando o célculo das perdas para um novo item, apresentado posteriormente ( 3.5). Utilizando o método do comprimento equivalente ( Leq ), podemos calcular as perdas com a formula da perda de carga distribuida. 2 Lov 2 G Mp2 she hao fv?) le 36 se ve(Q) oo ou Hpi2 =8 Q2__, substituindo na eq. 3.3 , temos : Hp, =Hest +K Q? eq. 3.4 que é a equagio que rege a curva caracteristica da instalaggo “A. Atribuindo valores para a vazfo na eq. 3.4 , podemos calcular a CarB® manomeétrica necesséria : > Qt > He,t Para a vazio nula (Q=0), temos a minima carga necessaria representada pela altura estatica de elevagao ( Hest ). ‘A medida que a vazdo aumenta, obviamente aumenta a necessidade de carga. Graficamente (fig. 3.3), podemos levantar a curva caracteristica da instalagio “A” ( CCI ), que representa 2 necessidade de energia. — x cc) Ha, Inst, “A Hest Para obtermos a equagdo 3.4 , que possibilitou o levantamento da curva acima, substituimos a perda de carga ( Hp!.2) da eq. 3.3 , por K.Q2 , porém, nem sempre essa parcela representa somente a perda de carga. No caso da instalago “A” , como a tubula- entanto, se tivés- gdo interliga tanques de grandes dimensdes, (emos K.Q2 =Hpi2 - cemos a saida de fluido como indicada na figura 3.4 , a equagao ficaria : 2 = a3 Hp, THest +55 *Hp12 eS k.Q? eaparcela K.Q? representaria ndo so a perda de carga, mas também a somatéria das patcelas que dependem da vazio. “1. para um caso genérico Para levantarmos 2 CCl, substituir as erandezas, pois cada caso & diferente, Para resolvermos qualquer c250, basta aplicarmos a equagao da cnergia, respeitando as leis e regras da Mecanica dos Fluidos, ¢ Pp ‘i i a seqiiéncia estabelecida nesse item. 3.2- CURVA CARACTERISTICA DE UMA BOMBA - (CCB): No catélogo de um fabricante, para cada bomba, é fornecido um conjunto de cur- vas caracteristicas. Entretanto, a caracteristica principal ¢ a variagdo da carga em relagao Avazio ( He=F(Q) ) (fig-3.5). Nesta altura do curso, ainda nao podemos comprovar 0 tipo de curva representado na figura ao lado, pois isso s6 sera conseguido com 0 auxilio da “Teoria das Bombas”. Utilizando a logica, podemos entender os extremos da curva: uma bomba reage dian- te da solicitagao da instalagao, respeitando os limites da bomba; seo fluido encontra facilidady para passar por uma instalagao (0 camjnho esta “livre”, passa “muito” . (Q! ), endo é necessaria muita “forga de pressfio” para empurra-lo (HB ’. No Q=0 Qn Qmax entanto, 4 medida que dificultamos 6 caminho ee | do fluido, seja com 0 fechamento parcial de uma valvula, ou com uma tubulagao muito Tonga, ou ainda com varias singularidades, a quantidade de fluido que consegue passat pela instalagao diminui (Qy) ), sendo necessaria uma maior “forga de pressio” para em- purré-lo , a fim de veneer os obstdculos (HB 4 ). Como vimos, o ponto de carga maxima e de vazio nula é denominado ponto de “shut-off” da bomba. A curva da bomba represen- ta.a disponibilidade de energia . Se uma instalagdo necesita de uma vazio Qn, a bomba fornece uma carga Hed , se precisa de uma vazio maior, fornece uma carga menor. Para cada bomba, podem ser levantadas vatias curvas caracteristicas : + He = (Q) + =f (Q) + Ne = £(Q) onde : #7, = rendimento da bomba ¢ Na = poténcia da bomba (no eixo ) Na figura 3.6, temos um conjunto de curvas caracteristicas de uma bomba centri- fuga radial. No catalogo do fabricante, a apresentagao é um pouco diferente , mas sera discutida nos proximos capitulos 3.3 - PONTO DE FUNCIONAMENTO: ‘Apresentadas a curva caracteristica de uma instalagao (CCI) , e a curva caracteri tica de uma bomba (CCB ) , temos uma re- presentando a necessidade de energia, outra representando a disponibilidade de ener- gia. Juntando a “necessidade” com a “dispo- nibilidade”( fig. 3.7) surge 0 ponto“C” de cruzamento das duas . fig. 3.6 Q 38 1B 4 CCI - Inst.“ Hoe feces se —— ponto de funcionamento N, Hest ‘ \—CCB-bomba B fig. 3.7 Qc Q % Oponto (C) pode ser interpretado de duas formas diferentes : pela instalacéo ¢ pela bomba. Se na instalagdo “A”, queremos recalear uma vazio Qe , ela necessita de “B” uma vazio Qc, ela forne- ima carga Hc. Se alguma instalagao solicita da bomba ce uma carga HBc. Esse ponto representa o “ponto de funcionamento” da bomba “B” operando na tais como : ponto de tra- instalagao “A”. Tal ponto também pode receber diversos nomes, balho, ponto de operacao, ¢ outros. No projeto de uma instalacdo, com a vazao necessaria ( Qn ), podemos, aplicando a equagio da energia, calcular a carga manomeétrica necesséria (116n ). Com essas infor- mages, partimos para a escolha da bomba. ‘Ao observarmos a curva caracteristica de uma determinada bomba , notamos que © ponto “Qn ; Hon” (fig. 3.8) nem sempre faz parte dessa curva . Com o auxitio da con da instalagdo podemos determinar o ponto de funcionamento, analisando se cle é Conveniente: ou se devemos procurar uma outra bomba. Com o ponto de funcionamento Geterminado, podemos verificar os valores das outras grandezas (fig. 3.9). HB ccl 3.4 - EXEMPLOS DE CURVAS CARACTERISTICAS No item 3.1, apresentamos a curva caracteristica de uma instalagdo genérica , procurando utilizar uma instalag&o bem sim ples. No entanto, existem instalagdes onde o “Hest” (altura estatica de elevagaio) assume valores diferentes dos considerados até agora. a Vejamos as diferengas, citando alguns exemplos : EXEMPLO 1: Na figura 3.10, temos uma instalago onde os niveis dos tanques esto numa mesma cota. Nesse caso a bomba € colocada para estabelecer 0 fluxo, nao havendo altura estatica de elevagao a ser vencida, portanto Hest = 0. (fig. 3.11) | fig. 3.11 O— fig. 3.10 ~Q EXEMPLO 2: ‘A figura 3.12 mostra uma instalagdio sem bomba, que pode operar por Bra- vidade. O “Hest” visto até agora representa a miniina carga que deve ser fornecida a0 fluido pela bomba. No exemplo dado . o desnivel entre os tanques ( Az ) representa 0 “Hest”, que deve ser considerado uma “reserva de energia” da instalagdo, que pode cocupé-la para provocar o escoamento sem 0 auxilio de uma bomba . Esse “Hest” é ne- gativo (fig. 3.13), ea curva da instalagiio deve ser levantada até alcangar 0 eixo da va- 2io, onde Hp, = 0, ou Seja toda a “energia de reserva” foi utilizada para proporcionar a maxima vazio aduzida por gravidade (Qmax). =| (1) fig, 3.12 He Az | Y PHR p QtrF gravidade ~ Hest ou Hy +Hp, =H2 +Hp1,2 {PHR > (2) 4z tHe, =Hpi2 substituindo: Az =Hest = ¢ Hpi2 =K.Q? temos Hg, =-Hest +k Qe eq. 3.6 40 jaa varie na equacio 3.6, calculamos HB, até que seja al- ‘Atribuindo valores par cangado Hp, = 0, levantando a curva caracteristica para determinar Qmax. Todos os sues valores dé Hp, s#o negatives, Padsmos concluir que, enquantoo Hp, = ndo ha necessidade de bomba. EXEMPLO 3: wvidade, mas Na figura 3.14, femos uma instalagao due pode operar por gra que esté contando com 0 auxilio de wnt pas paNas instalagoes desse tipo, as bombas r°- fig. 3.15 ccl HB fig. 3.14 cebem o nome de “BOOSTERS” pois amplificam| f vazio por gravidade. Na fig. 3.15, as curvas presentadas mostram o aumento da ‘vazio propor- Eonado pela bomba “BOOSTER”. Normalmente essas instalagdes trabalham com a bomba em “by-pass”, ou Seja , SE a V8280 por wravidade é suficiente , a bomba nao chega pore utilizada , mas, quando ha necessidade de 2 ae vazo maior, ela entra em operagao. (Vide esquema na fig, 3.16). CALCULO DAS PERDAS: fig. 3.16 - “by-pass” Para obtermos a curva instalagdo no item 3.1 , substituimos a perda de carga da equagao 3.3 por um K.Q2? , obtendo a equa- qgo 3:4, empregada no levantamento da CCI. Precisamos agora discutir alguns detalhes que possibilitem o céleulo das perdas. Sabemos que a perda de carga de uma instalagdo ( Hp ) pode ser calculada por: hs za distribuida (trechos retos) hs = perda de carga singular (perturbagdes ‘bruscas) No item 3.1, citamos 0 método do comprimento equivalente ( Leq ); Lembrando que tal método pode ser utilizado para 0 caleulo da perda singular ou localizada, em vez da formula especifica que € dada por = eq. 3.7 hs =Ks a onde| Ks = coeficiente da perda de carga singular & = velocidade média do fluido 4l nsiste em substituir determinada singu- 0 método do comprimento equivalente co mesmo diametro, que provoque a mesma laridade por um comprimento ficticio de tubo de perda de carga, s6 que distribuida, Assim... 2 se nf ef Ee eq.3.8 D 28 onde; f= coeficiente da perda de carga distribuida igualando as equagdes 3.7 € 3.8, temos: 2 2 Leq Xx : Ks.D Led. XO aks: Pe 39 Dm&. 2 ca rmula, pois os valores de Leq serdo retirados No entanto, nao utilizaremos essa f61 to real dos tubos (Lr) das tabelas, sendo acrescentados ao comprimen 8 5 an Lr = Lr + Leqr eq. 3.10 onde : LT = comprimento total LeqT = comprimento equivalente ao total das singularidades ota : Na equagio 3.8, utilizamos “D” (didmetro geométrico) em vez de “DA” (diame hidraulico), no entanto, lembre o leitor que, se 0 tubo tem segdo circular ¢ é forga~ do, ou seja, totalmente preenchido pelo fluido, o didmetro hidréulico coincide com © didmetro geométrico (D = Dit) . Como dificilmente trabalhamos com um tubo que nao seja de segao circular, para simplificarmos, utilizamos o diémetro geomé- ttico (interno) dos tubos. es Pp 2 entdo eq. 3.11 2 _16.Q? sabendo que v =~ = v 4 A x?.p4 substituindo na eq. 3.11: 8.F.L enti eq. 3.12 x?.D?.g determinar didmetros, para calcularmos a perda Como no capitulo 1 ja vimos como (LT) e do coeficiente da perda de carga dis- de carga, precisamos do comprimento tota tribuida (f) - dois diametros envolvidos como sucgo € recal- nota : Fica subentendido que se temos. ‘entes ( Dsuc > Drec ), devemos calcular as perdas que, que normalmente séo difer separadamente. 3.5.1 - OBTENCAO DO COMPRIMENTO TOTAL (LT): Como vimos na equagio 3.10 ( Lt = Lr Leqr ) . para conseguirmos 0 valor do comprimento total, precisamos dos comprimentos equivalentes das singularidades envolvidas. Para obtermos : aeeos lores, devemos consullar tabelas ou graficos. Lxistem muitas tabelas que podem ser eneontradas em livros, manuais, catalogos ..., entretanto, ao compararmos oS valoresobti- 42 dos em varias dessas tabelas para uma determinada singularidade, encontramos diferen- gas, que dependendo do tipo de singularidade escolhida, podem ser grandes. E fica a pergunta : Qual dos valores esta correto ? A resposta é muito simples : todos estio corretos (acreditando-se que todas as ta- belas sejam honestas). Se a singularidade escolhida € uma yalvula globo, por exemplo, podemos encontrar valores diferentes, pois existem muitas igeometias intemas diferentes para essa valvula, E muito simples” imaginar que todas as fontes das tabelas utilizam a piama valvula com a mesma geometria. ‘Mas, qual delas devemos usar ? uma pergunta um pouco mais dificil de res ponder. O ideal ¢ utilizar a tabela do fabricante, de quem as valvulas e os demais acessd- ree foram adquitidos. Contudo, poucos S40 os Tabrivantes que realizaram ensaios, publi- Cando os valores. Dificuldades técnicas nao representam desculpas pois ndo ¢ dificil rea Tiaar esse tipo de ensaio. O grande problema ¢ 0 ‘custo, representado pelo local, equipa- mengos € pessoal habilitado. ‘Um exemplo de como o custo pode ser reduzido, ja que é a grande preocupagao das empresas, € encomendar 0 ensaio, como fez a“FUNDIGAO TUPY” (tradicional fa- bricante de conexdes), localizada em "Toinville-SC. Essa firma encomendou ensaio para o Depto. de Hidraulica e Saneamento, da Escola de Engenharia de Sao Carlos /SP, € 0 re- sultado foi colocado no catilogo de produtos. ‘A tabela pode ser encontrada no Apéndice I -1G-4. Alguns fabricantes de valvulas também realizaram ensaios, € muitos desses valores esto tabelados no catalogo “Valvulas Industriais Brasileiras”- do DNVI- “Depto. Nacio- nal de Valvulas Industriais” - ABIMAQ , que colocamos na tabela TG-5 do Apéndice I - Ha também uma outra fonte de informagao no Apéndice I, 0 4baco TG-6, para determinagdo de comprimentos equivalentes, Tevantado pela CRANE Co. , presente na maioria dos livros. O abaco € constituido de trés colunas, como mostra a fig. 3.17. Tdentificamos o tipo de singularidade na primeira coluna eo diametro intemo do tubo em poles das na terceira coluna, Unimos as duas informa- ges através de uma reta, retirando da segunda co- funa o valor do comprimento equivalente em me- tros, cortado pela mesma. ‘Como tais informagdes de comprimentos equivalentes servirdo de exemplo para 0 nosso curso, em exercicios, projetos ... , estabelecemos uma ordem de consulta : je - TG-4 (TUPY) ~paraconexdes fig, 3.17 - utilizago do abaco | 3° 2 TG-5 (DNVI)_ - para valvulas Le -~TG-6 (CRANE) - para feventuais casos nao encontrados nas anteriores Queremos lembrar que os valores retirados de todas as fontes, expostas nessa apostila ou nao, representam apenas uma orientagao para oS calculos efetuados nos proje- tos de instalages; os valores nao devem ser considerados absolutos. A confianga em uma tabela, seja qual for, s6 ¢ alcangada, quando utilizada pelo iniciante num caso real, € 0S resultados comparados com os valores esperados. 3.5.2 -OBTENC ‘AO DO COEFICIENTE“f: Sabemos que 0 “fF”, coeficiente da perda de carga distribuida, pode ser obtido através do ddiagrama de Moody-Rouse, encon- 43 trado no Apéndice I -TG-7. Para tanto, precisamos obter os valores do miimero de Reynolds “Re” e da rugosidade relativa equivalente ( D/K ) D Re aaoe ¢ 2 = Moody-Rouse = f onde: | v = velocidade média do fluido (m/s) y = viscosidade cinematica do fluido (m?/s ) D = diametro interno (hidraulico) (m ) K = rugosidade relativa ( tabela no M.Rouse ) (m ) ‘A viscosidade cinematica “v” pode ser encontrada na tabela TG-8 do Apéndice I, que fomece a variagao da viscosidade de_ diversos liquidos em fun¢ao da temperatura. ‘Num projeto de instalagio, sabendo a vazio, podemos calcular as perdas ¢ chegar carga manométrica necesséria, pois para uma vazAo, temos uma velocidade ¢ conse~ Gientemente um “f", Se com os valores de vazio ¢ de carga definimos a bomba que deve ser utilizadago problema esta resolvido. Entretanto, se precisamos levantar a curva carac~ feristica da instalaco, para auxiliar na escolha da bomba, temos que deixar a vazao como incdgnita, atribuindo valores diferentes para a mesma. Porém, 0 “f” modificando a e —— )-He, =Hest +k .£.Q? eq. 3.13 para cada VaAZEo aribulda , Caleulames a velocidade, o Reynolds. obtendo.o “f'n diagrama dé M Rouse; calculamos a perda de carga, que somada ao “Hest”, fornecc-n0s_— / acarga Hp, - Todavia, isso representa um trabalho muito grande, sem levar em conta f que pode ser duplicado no caso de dois diametros diferentes, sucyao ¢ recalque, por exemplo, o que normalmente acontece. Para reduzirmos a carga de trabalho, podemos aplicar solugées alternativas, que serdo discutidas como casos | ¢ 2 : CASO.1 : Escolha de uma bomba que forneca uma vazdo “Ox” (conhecida): ‘Com a vaziio Qx, obtemos o “f”, considerando-o constante para outras vazoes, ‘Ao levantarmos a CCI, s6 temos dois pontos corretos : 0 da vazio nula, ¢ 0 da vazdo Qx. Entretanto, se estamos procurando uma bomba para a instalagao, s6 decidimos pela esco- tha, se a vazao fomecida por uma determinada bomba é Qx, ou pelo menos, uma azo um pouco maior que a desejada. Assim, o erro_cometido por considerar o “f” constante "2, CCl-corrcia CCI- f= te Q fig. 3.18 GL “@ax ndo é significativo, pois se a vaziio nao muda muito, o “f” é praticamente o mesmo. Na fig, 3.18, femos a representagao disso. A curva “1” & levantada com F= cle, ea “2” € su postamente a correta, onde cada vazio gerou um valor de “f”. 44 CASO2 : Dada uma bomba ¢ uma instalas go, determinar 0 ponto de funcionamento : Nesse caso, existe uma ‘bomba que se pretende utilizar numa instalagdo, & precisamos determinar (qual a vazio recalcada. Em tal situagdo, onde a vazio ¢ desco- Prreeida, nao podemios determinar Wn sp” de referéncia, como no caso anterior. Para re- ‘blema, podemos adotar urn valor para 0 “f", ‘considerando-o constante solvermos 0 pro para qualquer vazio. E Sovio que depois que levantamos & CCI, juntamente com o ponto de funcionamento, chegamos a uma ‘vaziio, ¢ devemos efetuar uma verificagao do “f* adotado : (semelhante 20 inétodo das tentativas, abordado na Mecdnica dos Fluidos) > comparar c/ “f'adotado > Re ==> M.Rouse =? “fh Q obtid Se 0 resultado da comparagao & satisfat6rio, o problema esta resolvido, mas se 2 diferenca ndo é pequena, devemos ‘adotar um outro valor de“f", Tevantando nova CCI, obtegdo nova vazio, € assim sucessivamente, atéque f= f (adotado). ¥ para que o numero de tentativas seja o menor possivel, devernos utilizar as reco mendagdes da Mecanica dos Fluidos. ov adotar um ‘“f”conveniente para que @ igual- Jade acontega logo na primeira tentaliva. Tjemos empregar, para isso, 0 valor da rue" sidade relativa equivalente ( D/K ) como orientagdo para a escolha do “f'. A figura 3.19 mostra um trecho do diagrama de ‘Moody-Rouse. Lembrando que a linha trago-ponto representada nosse trecho separa uas rewides do diawrama, isto €, da linha para baixo, @ escoamento rugoso, da linha para cima, @ DIK” se tornam retas paralelas ao eixo do regiao de transigdo entre 0 escoamento liso © regio do escoamento ruZ0so, onde as curva: Reynolds. Isso significa que, dado um valor de D/K, a partir do cruzamento da curva D/K. eee porque para altos valores do nimero de 45 Reynolds, as forgas viscosas tornam-se despreziveis, e 0 “f”, que normalmente depende de “Re” e “D/K"( f= £( Re ; D/K ) ), passa a depender apenas de D/K ( f= f( D/K )). Tal fato pode ajudar na escolha do “fF” Observemos na fig. 3.19, que para D/K= 20, no cruzamento com a linha diviséria (trago-ponto), 0 Re =1,5 x104 =15,000, ¢ o “f” correspondente ¢ f= 0,072. Notemos que o valor de Reynolds é “baixo”, fugindo do normal em relagdo ao que ocorre nas insta ages, portanto, se o D/K de uma instalagdo € igual a “20”, embora também seja um valor muito baixo, dificilmente utilizado na pratica, ¢ adotamos f= 0,072 , temos sucesso logo na primeira tentativa, pois para Re 215000 > f =0,072(cte), e a probabilidade de ter um “Re” maior do que esse é muito grande. No entanto, em geral, os valores de D/K so maiores, ¢ 4 medida que o D/K aumenta, o patamar do hidraulicamente rugoso diminui. : Mesino assim, podemos usé-los como orientago, Tomemos como exemplo D/K= 1000. Pelo grafico, para Re 21,5 x10° =1.500.000 , um “Re” considerado “alto”, o valor de f= 0,0197 (cte), que representa o minimo valor de “f". Como a probabilida- de de dar certo na primeira tentativa diminui bastante, podemos diminuir 0 “Re” para um outro valor (de referéncia), verificando a alteragdo do coeficiente “f”. Para Re =1 10° =100.000 que ja é um valor razoavel, o “f" aumenta para 0,0225 ( =). Notemos que o “Re” diminui de 1.500.000 para 100.000 (93%), of" aumenta de 0,0197 para 0,025 (14%). Utilizando o bom senso, podemos adotar um “f" nessa faixa, de preferéncia referente a um “Re” mais préximo de 1 10°, partindo para o levantamen- to da CCI, e posterior verificagao. ‘Apesar da preocupayao demonstrada acima ,o valor do coeficiente da perda de carga distribuidatetirado desse diagrama nfo deve ser considerado como valor absoluto, e sim, uma referéncia que auxilia nos calculos , estando sujeito a desvios. Nao ha como evitar os valores duvidosos, somos obrigados a trabalhar com : com- primentos equivalentes , diémetros internos retirados das normas, coeficientes da perda de carga distribuida, incerteza nas curvas caracteristicas das bombas oferecidas pelos fa- bricantes, etc. Para evitarmos inconvenientes, temos que adotar coeficientes de seguranga, que em geral sao aplicados na vazio, escolhendo uma bomba que fornega um pouco mais do que necessitamos. 3.6 - FATORES QUE MODIFICAM AS CURVAS CARACTERISTICAS : ‘Sao varios os fatores que modificam as curvas caracteristicas das bombas e das instalagdes, porém, nem todos sero abordados agora. Alguns deles necessitam de mais informagoes teéricas para que sejam discutidos. 3.6.1 - ALTERACOES DOS NiVEIS DOS TANQUES : A figura 3.20, traz uma instalagdo que pode utilizar niveis diferentes, no manancial ¢ no tanque superior. Dessa forma, temos uma altura estatica de elevagao maxima e uma minima, que provoca uma faixa de vaz6es, to maior quanto maior for a diferenga de cota Ah , representada no grifico da figura 3.21. : Dependendo da instalagdo, a faixa de vaz6es pode ser inconveniente, no entanto, 0 problema pode ser resolvido com a alterag4o da rotagdo da bomba, que sera estudada no préximo capitulo. 3.6.2 (CHAMENTO DE VALVULA : O fechamento parcial de uma valvula pode altcrar o ponto de funcionamento, provocando a modificagio da curva da instalagao. 46 Hest max Hest] min | | Hest max Hest min Grin Grit fig, 3.20 'A vilvula pode estar localizada no recalque ou na sucedo, poréin no & recomen- giSel provocar na suegdo por problemas de “cavitagdo”, um fendmeno que sera estudado posteriormente. Quando levantamos uma CCI, utilizamos valores de comprimentos equivalentes retirados de tabelas, Nessas tabclas para as valvulas com volante, os valores sto forneci- ‘Toena condigdo de “totalmente abertas”, significando que os valores anotados sio mini- tos (Leqmin). Assim, quando levantamos a CCI. a vazio do pon'o de funcionamento & ingxima ( Qmax ) A medida que a valvula vai sendo fechada, o aumente da perturbagio mena Cando o comprimento equivalent, Lembrando as equagdes 3.10 ¢ 312: 2 any a oo: x?.D>.g aumenta o valor do “K”, fazendo paraa esquerda, A figura 3.22 re- Lr=Lr+Leqr Hp = Se o comprimento total (LT) aumenta, com que a curva da instalago_seja_deslocada presenta isso. A valvula to- talmente aberta proporciona “Qmax”. Alterando a vazdo para ccl Qi He, )- Na bomba, o ataque do fluido e o desgaste das pecas provocam a queda da curva caracteristica ( vide fig. 3.24). Para recalcar uma vazao “Q” , a bomba dispde de uma car- ga “Hed”. Com o tempo, para a mesma vazo, a carga que pode ser fornecida ¢ menor “ Hed?” ( Hed’ < Had ). yeu neva, > @ Q fig. 3.24 fig.3.23 E importante lembrarmos que examinamos apenas a tendéncia das curvas diante do envelhecimento. Relagdes matematicas no podem ser propostas, pois as alteragdes di _pendem de muitos fatores : fluido utilizado , temperatura , agressividade , nimero ¢ vando tudo isso em conta, nde d ‘Sar 25 Curvas correspondentes a uma bomba nova, fornecidas pelo fabricante, para uma bomba que esta scendo utilizada ha muito tem- po. Além do mais, a diminuigao da carga, acompanhada de uma queda do rendimento, provoca um aumento da poténcia solicitada, 3.7- EXEMPLO DE CALCULO: Exemplificamos, escolhendo uma instalagao simples ( Inst. “E” - fig, 3.25) fig, 3.25 «20m —__+| (6) = > (5) vaL = INST. “E” > 1S}m L p=0,5 kgf/cm? , @X\ VRE pee alles e Ps « ) 2[m ex + € | ip i (8) tubos : 2” dom SCH 40 (2) 3m ago galvanizado 107 fh 4| (Dsuc = Drec ) y =107 kgf /m? 48 Na instalagio “E”, o tanque inferior esté pressurizado. A bomba deve recalcar 0 tuido, descarregando-o no tanque superior, aberto a pressio atmosférica, pela segio (6). reac Tyula de retengdo (VRE) & do tipo “levantamento™, ¢ @ valvula globo (VGL) é “reta sem guia”, Colocando a bomba (B) (bomba real H.32-A da HERO, 3500 rpm , 139 mm de @rotor , bocas 50X32 ), cujas caracteristicas esto representadas na figura 3.26, determi- nar: a) a vazdo que sera recalcada (L/s) 5 }) a poténcia nominal do motor elétrico que deverd acionar 2 bomba (CV) HB (m)f 47730) = = —}-Jo0 30 59 s 5G 20 45 40 do 33 30 j + fig. 3.26 5 We 15 x 25 Q (m3 /h) SOLUC. a) Para determinarmos a vazo que deve ser recalcada, levantaremos a curva da instalagdo no grafico fornecido, verificando 9 ponto de funcionamento. ‘Aplicando a equagao da energia de (1) a (6) : H, +Hg =He tHpi6 {PHR = (1) 2 PL cane Pl sug =18 425 +Hp1,6 Y 2 SPM vere ft ele oo 2g x?.D4.g 7 {Dibrif Para determinarmos as trés incégnitas, utilizamos as tabelas e os graficos citados anteriormente : D=? tubo :2” dnom -SCH40 ==> da tabela TG-2==> Di Lr ‘Sabemos que LT=Lr+Leqr. consultando as tabelas de comprimentos equivalentes TG-4 ; TG-5 ¢ TG-G , temos : 2,5 mm. 7 ‘tipo da singularidade nom ‘Leq{m) | tabela de tubo 2” T_[comprimento real do tubo 2 38,0] - 2 |saida normal de tanque p/tubo | _tanque p/ 2” 1,0] TG-6 3° [saida da bomba (alargamento) | (#) 1 1/4"x 2" 0.4| TG-6 4a valv. de retengao(levantamento) 2 19,8 TG-5 5 |eotovelo 90° 2 1,9|TG-4 © [valvula globo-(reta sem guia) 2 17,7 TG-5 comprimento total : Lr=| 78,8 (*) OBS. a bomba empregada tem bocas 50x32 (DIN) , que equivalem aproximada- mente a2”x1 1/4” (ANSI). Portanto, De ==> 2” ¢ Ds => 1 1/4", como 0 tubo utilizado tem 2” , temos apenas um alargamento da saida da bomba para o tubo ( 1 1/4” para 2” ) No dbaco TG-6, utilizamos “expansio répida d/D = 3/4 = 0,75", por estar mais pro- ximo (35/52,5 = 0,67 ). Qualquer desvio ¢ desprezivel devido ao pequeno valor do com- primento equivalente ( 0,4 m ). dotaremos 0 do-o posterior=_ falente D/K, para estimarmos o valor do Como a vazio nfo ¢ conhecida, “mente, ¢ utilizando a rugosidade relativa equiv imiesrnos gama do diagrama de Moody-Rouse ==> Kror= 1,5x10 -3 D _ 525x107? _555 Kame 1 Ome no diagrama, para regime hidraulicamente rugoso : p/ Re 24x10° =400000 = = 0,026 = frrin como o valor de “Re” esté relativamente alto, como referéncia, de- terminamos 0“f" para Re = Ix10° : para Re=Ixl0®e D/K=350 = f= 0,027 diante disso podemos adotar o coeficiente : entdo, adotando_f = 0.027 e substituindo na equagao 8.Q? 8.0,027.78,8.Q7 x2 .(0,0525)4.9,8 27.(0,0525)°.9,8 Hg =8+ Hp =8 +10887Q7 +441222Q7 Hp =8 +452109.Q7| eq. daCCl_ onde Q> m/s ce Hy >m i 50

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