Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Arquivo Trilhageografica
Arquivo Trilhageografica
RESUMO: O uso de jogos como pratica de ensino é uma ferramenta valiosa, porém não se quer
aqui transformar os jogos no principal recurso em sala de aula, mas demonstrar como estes
possam servir como instrumentos na intermediação do conhecimento entre os livros didáticos e
a prática. O objetivo foi confeccionar juntamente com os alunos jogos que abordasse os
conteúdos trabalhados ao longo do ano letivo. Esta atividade foi desenvolvida durante as aulas
de Geografia, com turmas do sexto ano do Ensino Fundamental II no Colégio Estadual Gilberto
Arruda Falcão - Catalão (GO). Através desse jogo, foi possível perceber o desenvolvimento, nos
alunos, as habilidades como pesquisar, investigar, interagir, construir, socializar, imaginar e
desenvolver o pensamento lógico que são requisitos importantes para a aprendizagem mediada
pelo jogo.
1. INTRODUÇÃO
1
Mestranda em Geografia, Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Goiás
Regional - Catalão.
2
Professor Doutor no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de
Goiás Regional - Catalão.
atividade intitulada “Trilha Geográfica’ em sala. O objetivo foi confeccionar juntamente
com os alunos jogos que abordasse os conteúdos trabalhados ao longo do ano letivo.
Esta atividade foi desenvolvida durante as aulas de Geografia, mais
especificamente fim do segundo semestre de 2014, como requisito de avaliação final,
com as turmas do sexto ano do Ensino Fundamental II no Colégio Estadual Gilberto
Arruda Falcão, distrito de Santo Antônio do Rio Verde pertencente ao município de
Catalão (GO).
O interesse deste trabalho não é colocar o jogo como único mediador da
aprendizagem, mas destacar a possibilidade da inclusão de jogos como parte integrante
do processo de aprendizado para o ensino de Geografia, tornando mais dinâmicas as
atividades que abarquem o ensino dos conceitos geográficos, contribuindo para a
motivação dos alunos.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Os jogos são mecanismos eficazes para se ensinar diferenciados assuntos dentro ou
fora da sala de aula, pois as atividades com caráter lúdico tendem a atrair mais a atenção do
aluno se tornando importantes instrumentos para o ensino. Quando se trabalha na formação de
pessoas é comum o questionamento a respeito de quais estratégias de ensino utilizar, e a
busca acaba se voltando para aquelas que permitam desenvolver aulas dinâmicas que
facilitem a compreensão dos alunos. O professor busca constantemente definir métodos
de ensino para melhor conduzir o processo de aprendizagem conforme a realidade na
qual, o aluno, esteja inserido.
A busca por técnicas de ensino que contribuam para a melhor compreensão
do conteúdo por parte dos alunos deve se basear em pesquisas e investigações
constantes. Nota-se, nesse sentido que a utilização de jogos aplicados ao ensino
possibilita ao aluno compreender os conteúdos, fixar conhecimentos, construir seu saber
de modo prático, dinâmico e eficiente.
Segundo Tupy (2013) o interesse pelos jogos dentro da sala de aula se
justifica pela necessidade de materiais atrativos, instigantes que despertem a curiosidade
e a vontade de aprender de forma prazerosa. Sendo assim, o jogo pode ter grande
contribuição no ensino, que como afirma Silva (2006):
[...]o jogo confere ao aluno um papel ativo na construção dos novos
conhecimentos, pois permite a interação com o objeto a ser conhecido
incentivando a troca de coordenação de idéias e hipóteses diferentes, além de
propiciar conflitos, desequilíbrios e a construção de novos conhecimentos
fazendo com que o aluno aprenda o fazer, o relacionar, o constatar, o
comparar, o construir e o questionar (SILVA, 2006, p. 143).
O jogo também é uma que foi discutida por Piaget (1964), que aborda sobre
a eficácia do jogo na formação da inteligência e, para o pesquisador, o uso do material
permite o processo de assimilação. De acordo com Piaget (1964):
Almeja-se que o jogo se torne mais uma alternativa de material (elemento
gerador) heurístico para o professor, pois permite ao aluno por meio de regras
e métodos construir por si mesmo a descoberta, o conhecimento e dinamizar
a aula, já que o jogo é uma atividade pelo prazer, ao passo que a atividade
séria tende a um resultado útil e independe de seu caráter agradável.
(PIAGET, 1964, p. 19).
O uso de jogos como pratica de ensino é uma ferramenta valiosa, porém não se
quer aqui transformar os jogos no principal recurso em sala de aula, mas demonstrar como estes
possam servir como instrumentos na intermediação do conhecimento entre os livros didáticos e
a prática. A utilização do jogo permitirá ao aluno uma forma de contato com a realidade
criando uma possibilidade a mais para construir o conhecimento. Através do jogo, é
possível trabalhar o conhecimento de uma forma mais prazerosa, garantindo, com isso, um
outro tipo de motivação para o aprendizado.
2.1 Uso de jogos no ensino de Geografia.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Posterior ao sorteio dos temas foi dados aos alunos a tarefa de elaborarem
20 perguntas correspondentes aos temas que receberam. Estas perguntas deveriam ser
transcritas individualmente para um cartão de cartolina com as medidas de 10 cm por 6
cm. No cartão teria que conter a pergunta e resposta e as alternativas do que aconteceria
com o jogador caso acertasse ou errasse a questão (Figuras 1 e 2).
RESULTADO E DISCUSSÃO
Como pôde ser evidenciado, para a confecção dos jogos não foram
dispostos elevados recursos, nem materiais de difícil acesso. A forma como tornar o
jogo visivelmente atraente e metodologicamente viável, está diretamente atrelada a
criatividade do aluno e professor. Vale ressaltar que o ensino não sobrevive de
brincadeiras, sendo relevante buscar uma prática que trabalhe na perspectiva de articular
o brincar ao saber.
Através desse jogo, foi possível perceber o desenvolvimento, nos alunos, as
habilidades como pesquisar, investigar, interagir, construir, socializar, imaginar e
desenvolver o pensamento lógico que são requisitos importantes para a aprendizagem
mediada pelo jogo. Habilidades estas percebidas desde a elaboração das perguntas à
confecção do tabuleiro.
Ao longo do processo de confecção foi possível constatar a importância da
utilização dos jogos no processo educativo, como instrumento facilitador da integração
do lúdico, da brincadeira e do aprendizado, levando em consideração a necessidade de
alguns cuidados que precisam ser tomados ao utilizar um jogo em sala e destacando a
importância da colocação de regras e pontuações.
Notamos que os jogos devem ser utilizados como ferramentas para o ensino
e que este tipo de prática auxilia o aluno à explorar sua criatividade, criando condições
de uma melhora no processo da aprendizagem, além de uma melhoria de sua
autoconfiança. Dessa forma, podemos concluir que o indivíduo criativo constitui um
elemento importante para a construção de uma sociedade melhor, pois se torna capaz de
descobrir, inventar e gerar mudanças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, David et al. Psicologia educativa: un punto de vista cognoscitivo. Cidade do México:
Trillas, 1988.
BOIKO, A. M.; ZAMBERLAN, J. G. (2001) Brincar em unidades de atendimento pediátrico:
Aplicações e perspectivas. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 1, p. 109-117, jan.
CALLAI, Helena Copetti. A formação do profissional da Geografia. 2. ed. Ijuí (RS): Unijuí, 2006. 80
p.
CAVALCANTI, Katia Brandão. Para abraçar a humanescência na pedagogia vivencial. Trabalho
apresentado no XIII Endipe. Recife, 2006.
OLIVEIRA, Wilton Silva. Fundamentos e Didática da Geografia I. Cidade da editora: Nupre, 2009.
(Coleção Formando Educadores).
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Neuchâteo, Suíça: Editions de Lachaux et Niestlé,
1964.
SILVA, C. N. A representação espacial e a linguagem cartográfica. Belém: GAPTA/UFPA, 2013.
SILVA, L. G. Jogos e situações-problema na construção das noções de lateridade, referências e
localização espacial. In: CASTELLAR, S. Educação geográfica: teorias e práticas docentes. São Paulo:
Editora Contexto, 2006.
TUPY, F. Videogames e geografia: um marco de intersecção nas paisagens reais, virtuais, lúdicas e
de aprendizagem. In:
SILVA, C. N.; CAETANO, V. N. S; OLIVEIRA NETO, A. Ensino de geografia e representação do
espaço geográfico. Belém: GAPTA/UFPA, 2013, p. 33-46.