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Literatura / Marina – 2º ano

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO 3° TRIMESTRE 2022


ALUNO (A):____________________________________________________TURMA:______________

VALOR: 16,0 Nota:_________

INSTRUÇÕES: Todas as questões devem ser respondidas a CANETA.

QUESTÃO 01. Leia os textos a seguir para responder.

Depois da leitura atenta dos textos propostos, marque a alternativa FALSA.


( ) O texto 1 pertence a primeira fase do Romantismo e tem como elementos característicos o patriotismo, o
ufanismo, a presença da natureza e o saudosismo.
( ) Gonçalves Dias para obter ritmo e musicalidade organizou o texto em heptassílabos ou redondilhas
maiores, a rima oxítona é bem marcada: lá, cá, sabiá.
( ) O autor do texto 1, escreveu seu poema em Coimbra, no mês de julho de 1843. O poeta cursava então a
Faculdade de Direito de Coimbra, vivendo um exílio físico e geográfico.
( ) O poema de Murilo Mendes, produzido no modernismo, apresenta uma visão crítica do Brasil, por isso se
configura como nacionalismo ufânico.

QUESTÃO 02. Pode-se entender o naturalismo como uma particularização do Realismo que se volta para a
natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação.
A) Pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas.
B) Defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social.
C) Analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa.
D) Estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta dos
personagens.

QUESTÃO 03. Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar
o homem e a sociedade com sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como
fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor
adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem diante dos poderosos. Assinale a alternativa
que NÃO faz parte do grupo de características do Realismo.
( ) Em lugar do egocentrismo romântico, o que se verifica é um enorme interesse em descrever, em analisar e
até criticar a realidade.
( ) Em lugar da fuga à realidade, os realistas procuram apontar suas falhas com forma de estimular a
mudança das instituições e dos comportamentos humanos.

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( ) Em lugar de heróis, há pessoas comuns, cheias de problemas e limitações.


( ) Os realistas procuram na Literatura um refúgio para suas fantasias e imaginação criadora.

QUESTÃO 04. Assinale o texto que, pela linguagem e pelas ideias, pode ser considerado como representante da
corrente naturalista.
A) “…Nunca dançara com tanta grana e tamanha lubricidade! Também cantou. E cada verso que vinha de sua
boca […] era um arrulhar choroso da pomba no cio. E […], bêbado de volúpia, enroscava-se todo ao violão; e o
violão e ele gemiam com o mesmo gosto, grunhinho, ganindo, miando, com todas as vozes de bichos sensuais,
num desespero de luxúria que penetrava até o tutano com línguas finíssimas de cobra.”
B) “Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a
quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada,
monossilábica e gutural, que o companheiro entendia.”
C) “Do seu rosto irradiava singela expressão de encantamento ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar
sereno […]. Ao erguer a cabeça para tirar o braço de sob o lençol, descera um nada a camisinha de crivo que
vestia, deixando nu um colo de fascinadora alvura, em que ressaltava um ou outro sinal de renascença.”
D) “Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. A pé, quando parado, recosta-se
invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontrava; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas
palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela.”

QUESTÃO 05. Todas as definições podem ser aplicadas ao poeta do Parnasianismo, EXCETO.
A) A de escultor, por buscar a forma literária perfeita e bela.
B) A de sacerdote, por buscar a perfeição da Arte pela Arte.
C) A de filósofo, por buscar em seus versos a essência humana subjetiva.
D) A de ouvires, por trabalhar, limar burilar a frase poética.

QUESTÃO 06. Os autores do simbolismo:


A) propunham o exercício da subjetividade contra a objetividade, retomando, de modo diferente, o individualismo
romântico.
B) não acreditavam que a realidade era complexa demais para ser apreendida e descrita de maneira objetiva e
racional.
C) não cultivavam a forma fixa dos sonetos.
D) não apresentavam interesse pelo inconsciente e pelas zonas profundas e desconhecidas da mente humana.

QUESTÃO 07. Quanto ao Simbolismo e ao Parnasianismo, é INCORRETO o que se afirma em:


A) assemelham-se quanto à forma: ambos utilizam formas fixas, como sonetos, possuem versos isométricos e
muitas figuras de linguagem.
B) assemelham-se quanto à temática: ambos representam a arte do “Belle Époque”, buscando, de maneira
objetiva, a “arte pela arte”.
C) o Parnasianismo é a corrente poética do Realismo.
D) o Simbolismo é uma arte da sugestão, feita para ser sentida e não entendida.

QUESTÃO 08.

Brasil
"O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval”
Oswald de Andrade.

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(ENEM/MEC) Este texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção
de elementos diferentes. Considerando-se esse aspecto, é CORRETO afirmar que a visão apresentada pelo texto é
A) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que esse
processo, apesar de tudo, acaba bem.
B) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras — portugueses, negros e índios — pouco contribuíram
para a formação da identidade brasileira.
C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da
predominância de elementos primitivos e pagãos.
D) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento
europeu, vindo com as caravelas.

QUESTÃO 09. Quais as principais diferenças entre Impressionismo e Expressionismo?

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QUESTÃO 10. A imagem abaixo representa qual Vanguarda Europeia?

UERNICA – PABLO PICASSO

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QUESTÃO 11. Leia os trechos a seguir.

TEXTO I

Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai logo que teve aragem
dos quinze contos sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.
— Dessa vez, disse ele, vais para Europa, vais cursar uma Universidade, provavelmente Coimbra, quero-te
homem sério e não arruador e não gatuno.
E como eu fizesse um gesto de espanto:
— Gatuno, sim senhor, não é outra coisa um filho que me faz isso.
Machado de Assis – Memórias póstumas de Brás Cubas

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De acordo com essa passagem da obra, pode-se antecipar a visão que Machado de Assis tinha sobre as pessoas e
sobre a sociedade. Segundo grande amor de Brás Cubas, Marcela é uma prostituta de elite, cujo amor por Brás
duraria quinze meses e onze contos de réis. Mulher sensual, mentirosa, amiga de rapazes e de dinheiro. Ganha
muitas joias do adolescente Brás Cubas. Contrai varíola e fica feia, com a pela grassa como uma lixa.

TEXTO II

Artigo de Opinião:

SEP
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Análise da personagem Pombinha, de O Cortiço, de Aluísio Azevedo

Pombinha é filha de dona Isabel. Dona Isabel é uma respeitada moradora do cortiço pelos seus modos graves
que indicavam o fino tratamento que tivera em tempos idos. É, contudo, uma pobre mulher comida de desgostos:
fora casada com um vendedor de chapéus que se suicidou, sendo tal fato a causa de estar ela com a filha naquela
estalagem, a qual tanto odeia. Sacrificou-se para dar requintada educação à filha, até concedendo-lhe aulas de
francês.
Pombinha era noiva de João da Costa, que conheceu juntamente com dona Isabel numa casa de dança. O
rapaz trabalha no comércio com o tio. Reserva a grande esperança de dona Isabel de sair daquele cortiço.
Entretanto, um empecilho impede o imediato casamento entre os dois: àquela altura, Pombinha tem seus dezoito
anos de idade e nunca menstruou. Dona Isabel crê, então, que ela não pode casar-se, haja vista que ainda não
ingressou na idade de mulher. Ela levava-a até médicos, pedia conselhos a moradores do cortiço e fazia promessas
a fim de que a filha menstruasse.
Pelo maior nível cultural de Pombinha em relação aos demais moradores, ela costumava ler e escrever
cartas para eles; percebe-se uma menina muito prestativa e, por este motivo, muito querida pelos outros moradores.
Tinha bons modos, era muito solícita e até recebia presentes dos vizinhos, tais como roupas um tanto mais
refinadas, que a diferenciavam até nas vestimentas: ninguém diria, ao vê-la na igreja, que ela morava no tal cortiço.
Um fato que muda profundamente Pombinha é o relacionamento que teve com a prostituta Léonie. Léonie
era madrinha de Juju, filha de Augusta Carne-Mole e Alexandre. Como Juju vivia com ela, periodicamente ia
visitar Augusta e Alexandre, levando a pequena para vê-los. Numa dessas visitas, que é inicialmente narrada no
final do capítulo IX, Léonie pergunta por dona Isabel e Pombinha; elas não se encontram no momento; tinham ido
para a casa de dança. Léonie as espera até chegarem. No contato que ela vai tendo com Pombinha, no modo como a
elogia, como lhe toca, percebe-se uma relação distinta, uma tentativa, por parte de Léonie, de estabelecer uma
relação mais próxima. Na seguinte fala de Léonie vê-se claramente essa maior proximidade:
“ - Por um pouco que não me apanhas... continuou a cocote na sua conversa com a menina. [...] – E mudando de
tom, a acariciar-lhe os cabelos: - Por que não me apareces!... Não tens que recear: minha casa é muito sossegada...
Já lá têm ido famílias!...”

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Ela então convida dona Isabel e Pombinha a irem à sua residência para almoçarem e jantarem. Dona Isabel
aceita o pedido e resolve ir dali a duas semanas.
Léonie as recebe amistosamente, sendo uma boa anfitriã. A partir daí, as atitudes de Léonie vão indicando
gradativamente suas segundas intenções. Um trecho já indica que o que ela quer de Pombinha é algo maior:
“[...] assentou-se ao lado da menina, bem juntinho uma da outra, tomando-lhe as mãos, fazendo-lhe uma
infinidade de perguntas, e pedindo-lhe beijos, que saboreava gemendo, de olhos fechados.”
Um trecho posterior deixa ainda mais claro as segundas intenções da cocote:
“[...] sem se descuidar um instante da rapariga, tinha para ela extremas solicitudes de namorado; levava-lhe a
comida à boca, bebia do seu copo, apertava-lhe os dedos por baixo da mesa.” (Cap. XI)
Logo em seguida, após alguns goles de vinho, dona Isabel adormeceu. Estavam, pois, perfeitamente a sós.
As cenas que se seguem representam todas as intenções de Léonie em relação à Pombinha: mostrou que por ela
possuía sentimentos passionais e libidinosos:
“- Vem cá, minha flor!... disse-lhe, puxando-a contra si e deixando-se cair sobre um divã. Sabes? Eu te
quero cada vez mais!... Estou louca por ti!
E devorava-a de beijos violentos, repetidos, quentes, que sufocavam a menina, enchendo-a de espanto e de
um instintivo temor, cuja origem a pobrezinha, na sua simplicidade, não podia saber qual era.” (Cap. XI)
Nesse ínterim, Pombinha ficou extremamente constrangida, sem jeito, amedrontada. Léonie começou
a“afagar-lhe a cintura, as coxas e o colo. Depois, como que distraidamente, começou a desabotoar-lhe o corpinho
do vestido.
- Não! Para quê!... Não quero despir-me...
- Mas faz tanto calor... Põe-te a gosto...
- Estou bem assim. Não quero!
- Que tolice a tua...! Não vês que sou mulher, tolinha?... De que tens medo?... Olha! Vou dar exemplo!”
(Cap. XI)
Despiu-se. A menina ficou descomposta, cruzou os braços sobre os seios, extremamente envergonhada
(vermelhíssima). Mesmo com as súplicas da menina, Léonie começou a beijar-lhe o corpo, esfregar com os lábios o
bico do peito de Pombinha. E sua nudez virginal enlouquecia a prostituta. Dizia-lhe que estavam brincando;
Pombinha, porém, repelia-a; ainda assim, Léonie abraçou-a e começou a esfregar-lhe o corpo nu.
Pombinha depois começou a chorar, dizendo que lá não mais voltaria. Léonie diz que não quer que ela fique
zangada e pede-lhe um beijo; ela se recusa a dá-lo dizendo que gritaria; Léonie insiste, segurando-a; Pombinha, por
insistência e desconforto, dá-lhe o beijo.
O jantar ocorreu normalmente. Léonie deu um anel a Pombinha que só foi aceito pela insistência de dona
Isabel. Foram embora posteriormente.
Pombinha, na viagem, mostrou-se taciturna, cabisbaixa, triste. Durante a noite teve sonhos agitados. No
outro dia, não gostou do almoço, não tinha ânimo para fazer nada.
Às 11h da manhã o seu desassossego era tão grande que foi ficar à sombra dos bambus e das mangueiras na
região detrás do cortiço. Queria ficar só; estava arrependida pelo que ocorrera. Contudo, começou a melhorar ao
pensar nas delícias que lhe eram reservadas pelo casamento com o amado.
Naquela tranquilidade, adormeceu. E teve um sonho muito interessante que representou a metáfora para a
grande renovação que lhe aconteceria: ao cochilar, sonhe que uma borboleta lhe toca em meio a um ambiente
escarlate. Acorda ensanguentada, indicando que, finalmente, menstruara.
Essa metáfora representava o ingresso para a vida de mulher. Metamorfoseara-se como uma larva de
borboleta. Camadas sanguíneas, que se agitavam, desprendendo aromas de flor: representa claramente a saída do
sangue da vagina. O pouso da borboleta pode ser interpretado como o estopim para que ocorresse o derramamento
de sangue. A rosa que tinha no colo era a sua vagina, e a flor [que] arregaçava-se toda, dilatando as pétalas, nada
mais eram do que a dilatação que ocorre no útero para acontecer a expulsão do sangue.
Tornou-se, finalmente, uma mulher, e agora poderia casar-se. Acordou com o vestido respingado de sangue
e contou à sua mãe. Essa contou a outros e o fato foi motivo de festejo. Começaram a planejar o casório.
Depois de todo o ocorrido, o ferreiro Bruno veio pedir-lhe que escrevesse uma carta a sua esposa Leocádia,
a qual expulsara de casa quando descobriu seu adultério. Inicialmente, dizia-lhe na carta desaforos, expressava que
sempre teve razão, que ela é que não o soube aproveitar, que era uma ingrata, etc.; porém, logo em seguida,
começou a chorar incontrolavelmente, pedindo que Leocádia voltasse, que ele a perdoaria, que ele fora um
inconsequente ao expulsá-la. Pombinha ficou atônita ao ver que, mesmo com toda a traição, o homem mostrou-se
extremamente piegas em função do amor que sentia pela mulher que o traíra. Pombinha então passou a
compreender a fraqueza dos homens, e percebeu que, mesmo mostrando-se superiores, deixavam conduzir-se pela
soberania da delicadeza feminina. A mulher, portanto, tem um poder sobre o homem, que frequentemente os
tornava sentimentais, suplicantes, chorões.

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Agradou-lhe o pensamento. Pensou em todos os homens da estalagem e em como eram submissos, sem o
saberem, em relação às mulheres: o Firmo e o Bruno, que disputavam o amor da Rita Baiana; o Miranda,
subalterno da esposa infiel; o Domingos, que perdeu suas economias e seu emprego só para ter um momento de
luxúria com a Florinda.
A partir disso, pressentiu que nunca daria de si ao marido que ia ter uma companheira amiga e real, leal e
dedicada; pressentiu que nunca o respeitaria sinceramente como a um ser superior por quem damos a vida; que não
lhe voltaria entusiasmo e, conseguintemente, não lhe daria amor.
Tal pressentimento se concretiza no capítulo XXI. Nos primeiros anos de casada já não suportava o marido;
considerava-o ciumento, chorão, palerma, sem ideal. Quando ele descobriu que ela o estava traindo com um artista
dramático, mandou-a de volta para a mãe. A mãe tornou-se desgostosa com o fato, sabia das falcatruas da filha e
enviou uma carta a João da Costa, pedindo-lhe que a aceitasse de volta; ele, no entanto, não respondeu à epístola.
Pombinha desapareceu da casa da mãe. Foi apenas encontrada semanas depois morando num hotel com
Léonie. Pombinha tornou-se para a mãe o único sustento, conseguido a partir da prostituição com Léonie. Com
mais e mais desgosto, dona Isabel mudou-se para uma casa de saúde onde morreu.
Léonie e Pombinha tornaram-se as duas cocotes que frequentavam o novo cortiço. Pombinha passa a ter
simpatia por Senhorinha, filha de dona Piedade e do Jerônimo. Ao ter com a moçoila o início da relação que teve
com Léonie, tornara-se o seu reflexo: preparavam a pequena criança para a prostituição.
São Paulo, 17/10/2012

Segundo o que foi estudado acerca das correntes Realistas, explique como a prostituição é abordada nas obras
supracitadas, levando em consideração que Machado de Assis representa a vertente do Realismo Psicológico e
Aluísio Azevedo representa o Naturalismo.

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QUESTÃO 12. Leia os textos a seguir.

TEXTO I

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada


E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E alma de sonhos povoada eu tinha...

E paramos de súbito na estrada


Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje segues de novo... Na partida


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Nem o pranto os teus olhos humedece,


Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,


Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.
Olavo Bilac

TEXTO II

A CATEDRAL
Alphonsus Guimaraens

Entre brumas, ao longe, surge a aurora.


O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece, na paz do céu risonho,
Toda branca de sol.

E o sino canta em lúgubres responsos:


“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

O astro glorioso segue a eterna estrada.


Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a bênção de Jesus.

E o sino clama em lúgubres responsos:


“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

Por entre lírios e lilases desce


A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a lua a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece, na paz do céu tristonho,
Toda branca de luar.

E o sino chora em lúgubres responsos:


“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

O céu é todo trevas: o vento uiva.


Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.

E o sino geme em lúgubres responsos:


“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

Os dois textos possuem como tema a angústia do poeta contemplando a vida e os sonhos dissipados, no entanto
com abordagens distintas. Enquanto Olavo Bilac, poeta parnasiano, apresenta-nos a separação amorosa, Alphonsus
Guimaraens traz uma análise íntima, marcada pela característica simbolista da nebulosidade, que encaminha suas
angústias para a morte, ou transcendência. Tendo como base as características da arte produzida durante o período

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da Belle Epòque, aponte como essa temática é abordada em cada um desses textos, deixando claras as
características parnasianas e simbolistas nos respectivos poemas.

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QUESTÃO 13. Leia o poema a seguir.

Ismália - Alphonsus de Guimaraens


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar…
Estava perto do céu,
Estava longe do mar…
E como um anjo pendeu
As asas para voar…
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar…
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…

Sabendo que Ismália é um poema simbolista, explique em que consiste o eixo temático desse poema.

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QUESTÃO 14. O que são romances-tese para a vertente Naturalista?

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QUESTÃO 15. Quais são os principais autores do pré-modernismo?

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QUESTÃO 16. Quais são as características do “Manifesto Pau-brasil”?

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