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NOÇÕES

DE BOMBAS

Autores: Achilles Silva Júnior


Geovannio Allan da Cruz Santos
Co-Autor: Marco Antônio Simões
NOÇÕES
DE BOMBAS
Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P.
É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora
do ambiente PETROBRAS.

Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o


tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE
INFORMAÇÕES RESERVADAS".

Órgão gestor: E&P-CORP/RH


NOÇÕES
DE BOMBAS

Autores: Achilles Silva Júnior


Geovannio Allan da Cruz Santos
Co-Autor: Marco Antônio Simões

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

• Reconhecer os princípios de funcionamento das bombas;


• Diferenciar bomba centrífuga e bomba volumétrica;
• Reconhecer os principais componentes e funções desses
equipamentos.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VoCÊ
elétricosSaBIa?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
Importante!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos atenÇÃo
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDo...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
Importante!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos atenÇÃo
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDo...

Recomendações gerais

? VoCÊ SaBIa?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
Importante!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos atenÇÃo
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
reSUmInDo...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Sumário
Introdução 19

Capítulo 1 - Conceitos básicos


Objetivo 21
1. Conceitos básicos 23
1.1. Propriedades dos Líquidos 23
1.1.1. Massa Específica 23
1.1.3. Densidade 24
1.1.4. Viscosidade 24
1.2. Pressão 26
1.2.1 Lei de Pascal 26
1.2.2. Teorema de Stevin 27
1.2.3. Pressão atmosférica (Patm) 28
1.2.4. Pressão manométrica (Pman) 31
1.2.5. Pressão absoluta (Pabs) 31
1.2.6. Pressão de vapor (Pv) 32
1.3. Escoamento 33
1.3.1. Regime laminar 33
1.3.2. Regime turbulento 33
1.3.3. Experiência de Reynolds 34
1.4. Vazão e velocidade 35
1.4.1. Velocidade 36
1.5. Equação da continuidade 36
1.6. Carga total ou altura manométrica total 37
1.6.1. Carga geométrica (Hg) 37
1.6.2. Carga de pressão (Hp) 38
1.6.3. Carga de velocidade (Hv) 39
1.7. Teorema de Bernoulli 39
1.7.1. Teorema de Bernoulli para líquidos reais 40
1.8. Perda de cargas em tubulações 41
1.8.1. Tipos de perda de carga 41
1.9. Exercícios 45
1.10. Glossário 46
1.11. Bibliografia 47
1.12. Gabarito 48
Capítulo 2 - Bombas centrífugas
Objetivos 49
2. Bombas centrífugas 51
2.1. A física Newtoniana e as bombas centrífugas 51
2.2. Conceito de força 51
2.3. Inércia, força centrífuga e força centrípeta 52
2.4. Aceleração e aceleração centrífuga 56
2.5. Aceleração centrífuga e bomba centrífuga 58
2.6. Etapas de funcionamento das bombas centrífugas 61
2.6.1. Exemplo prático da variação da velocidade e trajetória
de uma partícula do líquido no interior de uma bomba 62
2.7. Componentes da bomba centrífuga 64
2.8. Classificação das bombas centrifugas 73
2.9. Tipos construtivos, características e campos de aplicação 77
2.9.1. Bombas horizontais 77
2.9.2. Bombas verticais 79
2.10. Exercícios 83
2.11. Glossário 86
2.12. Bibliografia 87
2.13. Gabarito 88

Capítulo 3 - Bombas volumétricas


Objetivos 91
3. Bombas volumétricas 93
3.1. Princípio de funcionamento das bombas volumétricas 93
3.2. Classificação das bombas volumétricas 93
3.2.1. Bombas alternativas 94
3.2.2. Tipos e componentes das bombas alternativas 95
3.2.3. Classificação das bombas alternativas 101
3.2.4. Campo de aplicação das bombas alternativas 104
3.2.5. Características básicas das bombas alternativas 104
3.3. Bombas rotativas 105
3.3.1. Tipos, componentes e classificação das bombas rotativas 105
3.4. Principais diferenças entre bombas centrífugas
e bombas volumétricas 114
3.5. Exercícios 115
3.6. Glossário 117
3.7. Bibliografia 118
3.8. Gabarito 119
Capítulo 4 - Curvas de Performance ou Curvas Características
Objetivos 121
4. Curvas de Performance ou Curvas Características 123
4.1. Curvas características das bombas
(altura manométrica total, potência, rendimento e vazão). 123
4.1.1. Obtenção da curva característica de uma bomba 123
4.2. Tipos de curvas características das bombas 126
4.3. Curva de potência consumida pela bomba 128
4.3.1. Tipos de curvas de potência consumida 129
4.4. Cálculo da potência consumida pela bomba 130
4.4.1. Potência hidráulica 130
4.4.2. Potência consumida pela bomba 131
4.5. Rendimento 131
4.5.2. Curvas de isorendimento 133
4.6. Curva de NPSH (Net Positive Suction Head) 135
4.7. Ponto de trabalho 136
4.7.1. Fatores que modificam o ponto de trabalho 138
4.8. Cálculo do diâmetro do impelidor 143
4.9. Definição das faixas de vazão recomendadas pela
norma API 610 144
4.10. Problemas dinâmicos e hidráulicos relacionados à
operação fora dos limites recomendados 146
4.10.1. Cargas radiais em bombas com voluta 146
4.10.2. Operação com vazão reduzida 148
4.10.3. Vazão mínima de uma bomba centrifuga 149
4.10.4. Recirculação interna e turbulência no impelidor 149
4.11. Exercícios 151
4.12. Glossário 152
4.13. Bibliografia 153
4.14. Gabarito 154
Capítulo 5 - Cavitação e NPSH
Objetivos 155
5. Cavitação e NPSH 157
5.1. Pressão de vapor 157
5.2. O fenômeno da cavitação 158
5.3. Comportamento da pressão na sucção da bomba 159
5.4. Definição de NPSH - Net Positive Suction Head 162
5.5. Conseqüências da Cavitação 170
5.6. Fatores que alteram o NPSHD 172
5.7. Fatores que alteram o NPSHR 172
5.8. Cavitação em condições anormais de operação 173
5.8.1. Obstrução nas linhas de sucção/filtro entre o flange
de sucção e o “olho” do impelidor 174
5.8.2. Vazamento excessivo pelos anéis de desgaste 174
5.8.3. Operação em vazões abaixo ou acima dos limites recomendados 175
5.9. Exercícios 178
5.10. Glossário 180
5.11. Bibliografia 181
5.12. Gabarito 182

Capítulo 6 - Associação de bombas em série e em paralelo


Objetivos 185
6. Associação de bombas em série e em paralelo 187
6.1. Associação de bombas em série 187
6.2. Associação de bombas em paralelo 188
6.2.1. Associação em paralelo de bombas com curvas iguais 189
6.2.2. Associação em paralelo de bombas com curvas
diferentes e estáveis 192
6.2.3 Cuidados operacionais ao associar bombas em paralelo. 194
6.3. Exercícios 196
6.4. Glossário 198
6.5. Bibliografia 199
6.6. Gabarito 200
Capítulo 7 - Vedações
Objetivo 201
7. Vedações 203
7.1. Selo mecânico 204
7.1.1. Componentes do selo mecânico 205
7.1.2. Princípio de funcionamento 207
7.1.3. Tipos de selos mecânicos 208
7.2. Projetos básicos de selos mecânicos 211
7.2.1. Selos Mecânicos Internos 211
7.2.2. Selos mecânicos externos. 212
7.2.3. Selos mecânicos duplos 213
7.3. Normas e planos de injeção 214
7.4. Gaxetas 217
7.4.1. Classificação das gaxetas 218
7.5. Exercícios 221
7.6. Glossário 222
7.7. Bibliografia 223
7.8. Gabarito 224

Capítulo 8 - Lubrificação
Objetivos 225
8. Lubrificação 227
8.1. Lubrificantes 228
8.1.1. Óleos lubrificantes 229
8.1.2. Graxas 230
8.2. Aditivos 232
8.3. Tipos de lubrificação 233
8.3.1. Lubrificação por nível de óleo 233
8.3.2. Lubrificação forçada 235
8.3.3. Lubrificação por anel pescador 236
8.3.4. Lubrificação por salpico 237
8.3.5. Lubrificação com graxa 237
8.3.6. Lubrificação por névoa de óleo 238
8.4. Cuidados na lubrificação 239
8.5. Exercícios 241
8.6. Glossário 242
8.7. Bibliografia 243
8.8. Gabarito 244
Capítulo 9 - Proteções de bombas
Objetivo 247
9. Proteções de bombas 249
9.1. Vazão 249
9.2. Pressão 253
9.3. Temperatura 255
9.4. Elétrica 257
9.5. Vibração 259
9.6. Exercícios 265
9.7. Glossário 266
9.8. Bibliografia 267
9.9. Gabarito 268

Capítulo 10 - Problemas e possíveis causas


Objetivos 269
10. Problemas e possíveis causas 271
10.1. Escorva 271
10.2. Procedimentos de partida 271
10.3. Procedimentos de parada 273
10.4. Itens de inspeção 274
10.5. Correlações entre sintomas versus possíveis causas 275
10.5.1. Sistema de engaxetamento vazando excessivamente 276
10.5.2. Selo mecânico vazando 276
10.5.3. Problemas mecânicos nos mancais 277
10.5.4. Bomba perde escorva após a partida 277
10.5.5. Vazão insuficiente 278
10.6. Exercícios 279
10.7. Glossário 280
10.8. Bibliografia 281
10.9. Gabarito 282
Introdução

E
sta apostila tem a intenção de sistematizar o conhecimento sobre
bombas e sua adequada operação, tornando-o um conteúdo
acessível aos empregados responsáveis por essas tarefas.

As bombas são equipamentos fundamentais nos processos de


exploração e produção de petróleo. São elas que fornecem a energia
necessária para o deslocamento dos líquidos.

Diariamente, técnicos de operação trabalham com as bombas,


operando os sistemas nos quais estas estão inseridas, conforme
a necessidade de vazão e pressão dos processos.
19
O acionamento e a parada desses equipamentos podem ser
realizados tanto na própria área em que estão localizados, como
também, por acionamento remoto da sala de controle. Entretanto,
a presença do técnico de operação durante esses momentos, bem
como após o inicio de operação, é fundamental para garantir a
segurança e desempenho dos sistemas antes, durante e depois
dos processos de operação.

Portanto, é imprescindível a compreensão do funcionamento da


tecnologia envolvida nessas tarefas, de modo que os técnicos de
operação tenham clara a dimensão dos efeitos que suas decisões
poderão imprimir ao processo de exploração e produção de petróleo.

Espera-se, portanto, que, a partir desse estudo, os técnicos envolvidos


possam integrar a compreensão do funcionamento dos equipamentos,
a identificação de problemas, suas possíveis causas, contribuindo,
assim, para a tomada de decisão mais adequada em situações em que
isso se faça necessário.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 1
Conceitos
básicos

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Enumerar as propriedades e os conceitos fundamentais da


mecânica dos líquidos.

RESERVADO
Alta Competência

22

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

1. Conceitos básicos

T
oda vez que trabalhamos com uma determinadas bomba, se
faz necessário conhecer as propriedades do fluido de trabalho
para que possamos operá-la de forma segura. Desta forma
devemos ter uma base sólida de conhecimento sobre as propriedades
dos líquidos para que possamos atuar nos sistemas de bombeamento
com bastante segurança.

A mecânica dos fluidos é a ciência que estuda o comportamento


dos líquidos, subdividida em duas áreas básicas: a hidrostática que
estuda os líquidos em equilíbrio estático, ou seja, em repouso e a
hidrodinâmica que estuda os líquidos em movimento.

1.1. Propriedades dos Líquidos


23
Fluido é qualquer substância não sólida, capaz de escoar e assumir
a forma do recipiente que o contém. Os fluidos podem ser divididos
em líquidos e gases.

As bombas centrífugas e volumétricas, temas dessa apostila, são


usadas no bombeamento de líquidos. Portanto, abordaremos
brevemente a algumas das principais propriedades envolvidas
no estudo desse tipo de sistemas de bombeamento como:
peso específico, a massa específica, a densidade, a pressão e a
viscosidade.

1.1.1. Massa Específica

É dada pela relação entre a massa de uma determinada substância


e o volume ocupado pela mesma. É representada por ρ (Rô). A
massa específica deve ser sempre referenciada a uma determinada
temperatura em função da dilatação ocorrida nos materiais quando
aquecidos, alterando sua massa específica.

massa
ρ = _______
volume

RESERVADO
Alta Competência

A massa específica de uma substância é dimensional, ou seja, uma


grandeza que precisa ser expressa com a sua unidade (kg/m3, kg/
dm3 etc...) e não deve ser confundida com a densidade que é uma
grandeza adimensional, ou seja, que não pode ser expressa por uma
unidade de medida.

1.1.2. Peso Específico

Peso especifico é dado pela relação entre o peso de uma


determinada massa e o volume ocupada pela mesma. É
representada por γ (gama). As unidades mais usuais são N/m 3,
kgf/m 3 e kgf/dm3.

peso
=
volume

24 Esta propriedade também pode ser obtida através do produto


entre a massa especifica (ρ) de uma substância e a aceleração da
gravidade (g).

 = ρ.g

1.1.3. Densidade

A densidade de uma substância é a razão entre a massa específica


ou peso específico dessa substância e a massa específica ou peso
específico de uma substância de referência em condições padrão.

Normalmente a substância padrão utilizada para sólidos e líquidos


é a água sob determinada temperatura. A densidade é uma
propriedade adimensional.

Υ fluido ρ fluido
d = _________ ou d = _________
Υ fluido padrão ρ fluido padrão

1.1.4. Viscosidade

A viscosidade é a propriedade física de um líquido que exprime sua


resistência ao cisalhamento interno isto é, a qualquer força que tenda
a produzir o escoamento entre camadas do liquido.

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

A viscosidade tem uma importante influencia no fenômeno do


escoamento, notadamente nas perdas de pressão dos líquidos. A
magnitude do efeito depende principalmente da temperatura e da
natureza do líquido. Assim, qualquer valor indicado de viscosidade
deve sempre informar a temperatura, bem como a sua unidade.

O conceito de viscosidade foi definido por Isaac Newton a partir


das tensões de cisalhamanto provocadas pela movimentação
de uma camada de líquido sobre a outra, ou seja pelas forças
internas de atrito. Newton descobriu que em muitos líquidos,
a tensão de cisalhamento é proporcional ao gradiente de
velocidade, chegando a seguinte formulação:

 =  dv
dy

Onde:
25
t = tensão de cisalhamento (N/m );
2

µ = coeficiente de proporcionalidade(N.s/m2);

= gradiente de velocidade (m/s)/m.

Os líquidos que obedecem esta lei, são os chamados líquidos


Newtonianos e os que não obedecem são os Não-Newtonianos. A
maioria dos líquidos que são de nosso interesse, tais como água,
vários óleos, etc comportam-se de forma a obedecer esta lei.

a) Viscosidade absoluta ou dinâmica

A viscosidade absoluta ou dinâmica exprime a medida das forças


de atrito e é justamente o coeficiente de proporcionalidade entre a
tensão de cisalhamento (τ) e o gradiente de velocidade (dv/dy) da Lei
de Newton.

A viscosidade é representada pela letra µ (mu). A unidade do sistema


internacional para a viscosidade absoluta é o Pa.s (Pascal . segundo),
apesar disso, os fabricantes continuam adotando, usualmente, o P
(Poise), sendo o cP (centiPoise) seu submúltiplo mais usado.

RESERVADO
Alta Competência

b) Viscosidade cinemática

A viscosidade cinemática é a relação entre a viscosidade absoluta e a


sua massa específica. Ela é representada pela letra “ν” (nu).


= 

A unidade de viscosidade cinemática do sistema internacional é


o m2/s (metro quadrado por segundo), entretanto, no estudo de
bombas é usual a utilização do Stoke (1St = 1 cm2/s). Na prática, o
mais utilizado é o seu submúltiplo, o centiStoke (cSt = 1 mm2/s).

A viscosidade cinemática de uma substância ν, dada em cSt, pode


ser obtida através da sua viscosidade absoluta µ, em cP, e da sua
densidade d, na temperatura em questão, de acordo com a relação:

26

=
d

1.2. Pressão

A pressão é definida como a razão entre a força exercida sobre uma


superfície e a área dessa superfície.

força
Pressão =
área

A unidade do sistema internacional é o Pa(Pascal), enquanto


algumas das mais usuais são: kgf/cm 2; bar; atm; psi.

1.2.1 Lei de Pascal

A lei de Pascal estabelece que a pressão aplicada sobre um líquido


contido em um recipiente fechado age igualmente em todas as
direções do líquido e perpendicularmente às paredes do recipiente.

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

1.2.2. Teorema de Stevin

Intuitivamente, podemos observar que, quanto mais fundo


mergulharmos, em um líquido qualquer, maior será a massa de
líquido acima de nós e, portanto, maior o peso desse líquido sobre
a superfície do nosso corpo. Isso indica que maior será a pressão
exercida pelo líquido sobre nós.

A relação entre pressão do líquido e profundidade é determinada


pelo Princípio Fundamental da Hidrostática (Lei de Stevin), segundo a
qual, a pressão hidrostática em um ponto qualquer no interior de um
líquido, é proporcional à massa específica (ρ) do líquido, à aceleração
da gravidade local (g) e à altura (h) da coluna de líquido acima do
ponto considerado (vide ponto A na ilustração a seguir). Essa relação
é expressa através da equação:

Ph = ρ.g.h 27

É importante perceber que essa equação refere-se apenas à coluna


de líquido, mas não se pode esquecer que acima da superfície
do líquido poderá estar agindo a pressão atmosférica ou outra
pressão relativa qualquer.

Dessa forma, se estivermos trabalhando com pressões


manométricas, referenciadas à pressão atmosférica local, elas
já expressam diretamente a pressão manométrica naquela
profundidade. Mas, se a intenção for encontrar a pressão absoluta,
em uma determinada profundidade de líquido, será necessário
somar a pressão atmosférica local, alterando a expressão para:

Patm

P =P
A atm
+ ρ.g.h

RESERVADO
Alta Competência

Uma vez que as pressões dependem somente de altura da coluna


de líquido, pode-se concluir facilmente que as pressões em qualquer
ponto no interior do líquido não dependem do formato ou do volume
do reservatório, como pode ser observado no esquema a seguir:

Pressão
kgf/m2 mca
0 0
1m
1000 1
1m
2000 2
1m
3000 3
1m
4000 4
1m
5000 5
1m
6000 6

1.2.3. Pressão atmosférica (Patm)

Vivemos, sobre a superfície do planeta, imersos em um oceano


de ar. O peso do ar exerce pressão sobre a superfície terrestre,
28 que denominamos pressão atmosférica. O ar, por ter peso, exerce
uma pressão semelhante à exercida pela água. Entretanto, o ar,
diferentemente da água, se torna cada vez menos denso à medida
que se afasta da superfície da terra. Assim, a pressão por ele exercida
não pode ser medida simplesmente em termos da altura a "coluna de
ar" existente sobre um ponto. A pressão atmosférica foi determinada
pela primeira vez pelo físico italiano Torricelli (1608-1647). Torricelli
determinou então uma unidade de pressão, expressa em mmHg
(milímetros de mercúrio).

1atm = 760mmHg

O valor de uma atmosfera física no sistema internacional


corresponderá a 0,1 MPa (MegaPascal), contudo, também pode ser
considerada como 1,0332 kgf/cm² ou 10,332 mca (metro de coluna
de água). A pressão atmosférica normalmente é medida por um
instrumento chamado barômetro daí o nome pressão barométrica.

A pressão atmosférica é muito importante para o funcionamento de


uma bomba centrífuga, uma vez que ela está fortemente relacionada
ao processo de admissão da água a partir de um nível de liquido
abaixo do bocal de sucção da bomba.

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

Considere o exemplo do caso de um tubo “U” com um pouco de


água apresentado nas duas situações (A e B) a seguir.

P atm P atm
γ.h

x P atm

Situação A Situação B
29

Na situação A, o nível nos dois “braços” do tubo em “U” será o


mesmo porque a pressão do ar exercerá o mesmo “peso” sobre as
duas superfícies da água, considerando que o lado esquerdo do tubo
está aberto para a atmosfera. Assim, a pressão atmosférica (Patm) no
lado esquerdo será igual à pressão atmosférica no lado direito do
tubo, uma vez que a atmosfera é a mesma.

A situação B mostra o comportamento do fenômeno quando um


pouco de ar é aspirado no lado esquerdo do tubo, reduzindo a
pressão nele. A pressão atmosférica, maior no lado direito do tubo,
forçará a água para baixo, fazendo-a subir no lado esquerdo até as
pressões se igualarem novamente (ponto x). Neste ponto a pressão
hidrostática (Ph) se iguala com a pressão atmosférica, ou seja: Ph =
(y.h) + P = Patm.

O mesmo fenômeno pode ser observado quando alguém toma


um suco com um canudo. A sucção na ponta do canudo gera uma
área de baixa pressão (P) em relação a pressão atmosférica (Patm).
Portanto esta pressão, exercida sobre a superfície do suco, força a
subida do líquido pelo canudo.

RESERVADO
Alta Competência

Pa

Acontece exatamente a mesma coisa com a aspiração de uma


bomba centrífuga. O movimento de rotação da bomba em
funcionamento gera no bocal de sucção (P) uma zona de baixa
pressão. A diminuição da pressão no bocal em relação à pressão
atmosférica, obriga a água a subir pela tubulação de sucção. Para
tal, em bombas convencionais, a linha de sucção (da válvula de
retenção ate o bocal de sucção inclusive) deve estar totalmente
30 preenchida com o liquido.

Descarga

P
Pa

Bomba centrífuga

Válvula de retenção

Temos vácuo quando a pressão é inferior à atmosférica, ou seja,


pressões efetivas negativas. Nos exemplos do tubo “U”, do canudo e
da bomba centrífuga há formação de vácuo parcial onde há sucção.

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

1.2.4. Pressão manométrica (Pman)

A Pressão efetiva, manométrica ou relativa é simplesmente o valor


da pressão causada pela altura da coluna de líquido, sendo uma
indicação de quanto a pressão no ponto é maior do que a pressão
atmosférica. É também chamada manométrica, pois é a indicada
pelos manômetros. Existem três tipos básicos de manômetros:

Existem três tipos básicos de manômetros:

• Manômetro: registra valores de pressão manométrica positiva;

• Vacuômetro: registra valores de pressão manométrica negativa;

• Manovacuômetro: registra valores de pressão manométrica


positiva e negativa.
31

Esses instrumentos sempre registram zero quando abertos para


atmosfera. Assim, sempre têm como referência (zero da escala) a
pressão atmosférica local.

1.2.5. Pressão absoluta (Pabs)

A pressão absoluta é a pressão total em um ponto qualquer no interior


do líquido, sendo, portanto, igual à pressão da altura da coluna de
líquido somada à pressão atmosférica local.

Pabs = Patm + Pman

RESERVADO
Alta Competência

Pressão relativa Pressão relativa positiva


correspondente correspondente
ao ponto A ao ponto A

Pressão atm local


Pressão absoluta Erro desprezível
correspondente
Pressão relativa ao ponto A Pressão relativa negativa
correspondente
correspondente
ao ponto B
ao ponto B 10 mca
Hb = 10,33 mca

Pressão absoluta
B
correspondente
ao ponto B Linha
de pressão nula

0 % de atmosferas Pressão atm local

1.2.6. Pressão de vapor (Pv)


32
A pressão de vapor de um líquido, a uma determinada temperatura,
é aquela na qual coexistem as fases líquido-vapor. Nessa mesma
temperatura, quando tivermos uma pressão maior que a pressão
de vapor, haverá somente a fase liquida e quando tivermos uma
pressão menor que a pressão de vapor, iniciar-se-á a vaporização. Este
conceito será bastante importante quando o fenômeno da cavitação
for abordado.
Pressão

T = temperatura
Líq

T5
T4
uid

T3
o

Líquido + vapor Va
po 2 T
r T1
T0

Volume
T5 > T4 > T3 > T2 > T1 > T0

Gráfico tridimensional P x V x T

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

É possível notar, no gráfico anterior, que à medida que a temperatura


aumenta, indo de T0 para T5, a pressão de vapor aumenta.

1.3. Escoamento

Diz-se que um escoamento se dá em regime permanente, quando


as propriedades do líquido, tais como temperatura, peso específico,
velocidade, pressão, etc. são invariáveis em relação ao tempo.

1.3.1. Regime laminar

É aquele no qual os filetes líquidos são paralelos entre si e as velocidades


em cada ponto de um filete são constantes em módulo e direção.

33

Linhas de fluxo paralelas entre si

1.3.2. Regime turbulento

É aquele no qual as partículas apresentam movimentos variáveis, com


diferentes velocidades em módulo e direção de um ponto para outro
no mesmo filete o que acarreta filetes não mais paralelos.

Fluxo turbulento

RESERVADO
Alta Competência

1.3.3. Experiência de Reynolds

Osborne Reynolds realizou, em 1833, diversas experiências, onde


pode visualizar os diferentes tipos de escoamentos. Deixando a água
escorrer pelo tubo transparente juntamente com o líquido colorido,
formou-se um filete nesse líquido. O movimento da água está em
regime laminar. Aumentando a vazão da água, abrindo-se a válvula,
nota-se que o filete vai se alterando podendo chegar a difundir-se na
massa líquida, nesse caso, o movimento esta em regime turbulento.

Líquido colorido

Água

Válvula

34

Filete do líquido Tubo


colorido transparente

Esses regimes foram identificados por um número adimensional.

Onde:

Re = número de Reynolds;

V = velocidade média de escoamento do líquido;

D = diâmetro interno da tubulação;

µ = viscosidade cinemática do líquido.

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

Limites do número de Reynolds para tubos

Re < 2000 escoamento laminar

2000 < Re < 4000 escoamento transitório

Re > 4000 escoamento turbulento

Pode-se notar que o número de Reynolds é um número adimensional,


independendo, portanto do sistema de unidades adotado, desde
que ele seja coerente. De uma forma geral, na prática, o escoamento
se dá em regime turbulento. A exceção pode ser encontrada nos
escoamentos com velocidades muito reduzidas ou com líquidos em
alta viscosidade.

1.4. Vazão e velocidade

A vazão volumétrica (Q) de um líquido pode ser definida como o 35


volume de líquido que escoa, por uma unidade de tempo, ou seja:

volume
Q = _________
tempo

Essa mesma vazão pode ser determinada pela seguinte relação:

Q = A •V

Onde:

A = área da seção reta da tubulação;

V = velocidade na seção.

O sistema internacional adota o m3/s. Contudo, em geral, são usadas


as seguintes unidades: m3/h, l/mim, gpm (galões por minuto).

RESERVADO
Alta Competência

1.4.1. Velocidade

Embutido no conceito de vazão encontra-se a definição de


velocidade. Se um líquido está escoando, suas partículas estão em
movimento e possuem velocidade.

Considere que uma seção reta de área A de um duto qualquer (por


onde escoa um líquido). Pode-se considerar que a velocidade média
do líquido corresponde à razão entre a vazão e a área da seção
transversal atravessada pelo líquido.

O Sistema Internacional adota o m/s que é comumente utilizado no


cálculo de vazões, na determinação do número de Reynolds etc.

Q . 2
V= A= D
A 4
36

Diâmetro Área
Velocidade

1.5. Equação da continuidade

Consideremos o seguinte trecho da tubulação:

A2
V2

A1 Q2

Q1
V1
Trecho da tubulação

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

A1 = área da seção 1;

A2 = área da seção 2;

V1 = velocidade na seção 1;

V2 = velocidade na seção 2.

1 V1 A 1   2 V2 A 2

Se tivermos um líquido incompressível, a vazão volumétrica que entra


na seção 1 também será igual à vazão que sai na seção 2, ou seja:

V1 A 1  V2 A 2

Essa equação é valida para qualquer seção do escoamento, resultando 37


assim numa expressão geral que é a equação da continuidade para
líquidos incompressíveis:

Q  V1 A 1  V2 A 2  cte

Pela equação anterior, nota-se que para uma determinada vazão


escoando através de uma tubulação, uma redução de área acarretará
um aumento de velocidade e vice-versa.

1.6. Carga total ou altura manométrica total

A carga total é definida pelo somatório das cargas geométrica de


pressão e de velocidade.

1.6.1. Carga geométrica (Hg)

A carga geométrica é definida pelo quociente entre a energia


potencial de uma coluna de líquido e o seu peso. Considerando o
sistema internacional onde a energia potencial é dada pelo Joule e o
peso é definido por Newton, podemos concluir que:

RESERVADO
Alta Competência

Carga geométrica = Joule/ Newton

Joule N m .
Hg = = =m
Newton N

Na equação anterior o Newton, simbolizado pela letra N (unidade de


medida de força), do numerador será reduzido com o termo “N” no
denominador resultando na distância em metros, como uma medida
de carga geométrica.

Sendo o Joule medido em N.m, podemos deduzir que a carga


geométrica, por simplificação será obtida pela medida da cota (Z) de
um ponto em relação a um determinado plano de referência.

No sistema internacional adota o metro(m).

38
1.6.2. Carga de pressão (Hp)

A carga de pressão é definida pela relação entre a pressão estática (P)


de um líquido e o seu peso específico (γ):

P
Hp = 

Considerando o sistema internacional, cuja pressão é definida por


Pascal (N/m2) e o peso específico por N/m3, podemos concluir que:

N . m3
Hp= =m
m2 N

Da mesma forma que na carga geométrica, a carga de pressão é


expressa por uma medida linear em metro.

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

1.6.3. Carga de velocidade (Hv)

A carga de velocidade é definida pela relação entre a energia cinética


de um líquido (m.v2/2) e o seu peso.

HV= V
2

2g

Onde:

V = velocidade média do líquido no ponto em questão;

g = aceleração da gravidade.

Da mesma forma que nos casos anteriores, a carga de velocidade é


também expressa em metro.
39

1.7. Teorema de Bernoulli

O teorema de Bernoulli é um dos mais importantes da mecânica dos


líquidos e representa um caso particular da principio da conservação
da energia. Considerando-se como hipótese um escoamento
permanente (propriedades não variam com o tempo) de um líquido,
sem receber ou fornecer energia e sem troca de calor, a energia total
por unidade de peso, que é a soma da carga de pressão (Hp), carga
geométrica(Hg) e a carga de velocidade(Hv) em qualquer ponto do
líquido é constante, ou seja:

Hg + Hp+ Hv = constante

Essa relação pode ser expressa considerando que:

p + __
z + __ V2 = constante
 2g

RESERVADO
Alta Competência

Considerando a ilustração a seguir:

Plano de carga total

V12
V22
2g Linha piezom
étrica 2g
p1

V1 p2
Tubu

Carga total
la ção
A1 A2

Z1
V2 Z2
Plano de referência

A linha piezométrica é determinada pela soma dos termos


para cada seção:
40
P1 + ___
V21 P2 + ___
V21
( Z1 + ___
 2g )=( Z2 + ___
 2g )
1.7.1. Teorema de Bernoulli para líquidos reais

No item anterior, consideramos a hipótese de um líquido perfeito,


não levando em conta o efeito das perdas de energia por atrito do
líquido que variam com a tubulação, viscosidade, etc. Considerando-
se líquidos reais, faz-se necessária a adaptação do Teorema de
Bernoulli, introduzindo-se uma parcela representativa destas perdas,
como mostrado a seguir:

Plano de carga total

V12 Linha d
e carga
total Hp
2g Linha piezom V22
étrica
p1 2g

V1 p2
Tubu

Carga total

lação
A1 A1

Z1
V2 Z2
Plano de referência

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

P1V 2
V P2 2

(Z + ___ + ___
1
 2g ) = ( 2g ) + H
Z + ___ + ___
1
2

2
p

O termo Hp é a energia perdida pelo líquido, por unidade de peso, no


escoamento do ponto (1) ao ponto (2).

1.8. Perda de cargas em tubulações

A perda de carga no escoamento em uma tubulação ocorre devido


ao atrito entre as partículas fluidas com as paredes do tubo e mesmo
devido ao atrito entre as próprias partículas desse líquido. Em outras
palavras, é uma perda de energia ou de pressão entre dois pontos de
uma tubulação.

A ilustração a seguir apresenta uma tubulação onde um líquido


circula do ponto 1 para o ponto 2. Os dois manômetros permitem
41
perceber que há uma perda de carga. O manômetro P1 registra uma
pressão maior que o manômetro P2. Essa diferença corresponde a
perda de carga.

P1 P2
P1 > P2

1 2

1.8.1. Tipos de perda de carga

Basicamente as perdas de carga podem ser classificadas em:

a) Perdas distribuídas;

b) Perdas localizadas.

RESERVADO
Alta Competência

As perdas de carga distribuídas são aquelas que ocorrem em


trechos retos de tubulações.

As perdas de carga distribuídas no escoamento em tubulações


podem ser determinadas através das medidas de pressão. Por
outro lado, estas perdas podem ser calculadas através de fórmulas
experimentais ou empíricas, conhecendo-se as dimensões da
tubulação, características do líquido, conexões etc. Para a
determinação da perda de carga distribuída para um líquido
incompressível devem ser consideradas as seguintes variáveis:

• Perda de carga distribuída;

• Comprimento do trecho reto do tubo;

• Diâmetro interno da tubulação;


42
• Velocidade média do escoamento;

• Coeficiente de atrito;

• Aceleração da gravidade.

O coeficiente de atrito f é um coeficiente adimensional, que é função


do Número de Reynolds e da rugosidade relativa. A rugosidade
relativa é definida como a relação entre a rugosidade do material e
o diâmetro interno da tubulação.

As perdas localizadas são perdas de pressão ocasionadas pelos


acessorios e singularidades ao longo da tubulação, tais como curvas,
válvulas, derivações, reduções, expansões etc.

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

P1 P2
P1 > P2

1 2

Perda de carga em um acessório

De um modo geral, todas as perdas de carga localizadas podem ser


expressas sob a forma:

hp = k . V
2

2.g
43
O coeficiente de perda de carga K é obtido experimentalmente.
Existem tabelas que fornecem estes valores padronizados conforme
o tipo de acessório utilizado. A seguir apresentamos uma tabela com
alguns exemplos de valores de perda de carga (K) considerando o
tipo de peça ou singularidade na tubulação.

Tipo de curva ou peça K Tipo de curva ou peça K


Ampliação gradual 0,30 Junção 0,40
Bocais 2,75 Medidor Venturi 2,50
Comporta aberta 2,50 Redução gradual 0,15
Controlador de vazão 2,50 Registro de ângulo aberto 5,00
Cotovelo de 90º 0,90 Registro de Gaveta aberto 0,20
Cotovelo de 45º 0,75 Registro de Globo aberto 10,0
Crivo 0,40 Tê, passagem direta 0,60
Curva de 90º 0,40 Tê, passagem de lado 1,30
Curva de 45º 0,20 Tê, saída de lado 1,30
Curva de 22,5º 0,10 Tê, saída bilateral 1,80
Entrada normal em canalização 0,50 Válvula de pé 1,75
Entrada de borda 1,00 Válvula de retenção 2,50
Pequena derivação 0,03 Velocidade 1,00

RESERVADO
Alta Competência

V V

Reentrante ou de borda Normal


k = 1,0 k = 0,5

V V

Forma de sino Redução


k = 0,05 k = 0,10

Tipos de saída de tanque e seus respectivos valores para k

A soma das perdas de carga distribuídas em todos os trechos retos


da tubulação e as perdas de carga localizadas em todas as curvas,
válvulas, junções etc. são chamadas de perdas de carga Total. Esta
44 última é de fundamental importância para a determinação da curva
do sistema que retrata a quantidade de energia por unidade de peso
requerida pelo sistema para cada vazão.

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

1.9. Exercícios

1) Cite três propriedades envolvidas no estudo de sistemas de bom-


beamento.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

2) Descreva o princípio estabelecido pela equação da continuidade.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

3) Explique por que ocorre a perda de carga em uma tubulação e in-


dique os dois tipos fundamentais desse fenômeno.
45
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

4) Assinale a opção que contém o parâmetro correto para o número


de Reynolds (Re) em tubulações.

Escoamento
laminar transitório turbulento
( ) Re < 2000 2000 < Re < 4000 Re > 4000
( ) Re > 200 200 < Re < 400 Re < 400
( ) Re > 2000 2000 > Re > 4000 Re > 4000
( ) Re < 200 200 < Re < 400 Re > 400

RESERVADO
Alta Competência

1.10. Glossário
Adimensional - parâmetro que não necessita de uma unidade de medida para
poder oferecer uma avaliação.

Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito


de forças de natureza mecânica.

Cisalhamento - tipo de tensão gerada por forças aplicadas em sentidos opostos em


relação a um fluido ou sólido.

Linha piezométrica - lugar geométrico que representa a soma da carga de pressão


e da carga potencial.

Módulo - intensidade de uma grandeza acompanhada da unidade de medida


correspondente.

46

RESERVADO
Capítulo 1. Conceitos básicos

1.11. Bibliografia
LIMA, Epaminondas Pio Correia. A mecânica das bombas. Gráfica Universitária.

MACKAY, Ross. The Pratical Pumping Handbook. Elsevier Advanced Technology.

MATTOS, Edson Ezequiel de; FALCO, Reinaldo de. Bombas Industriais. 2ª edição.
Rio de Janeiro: Interciência, 1998.

SILVA, Marcos Antonio da. Manual de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas


S/A. 4ª ed.

SULZER PUMPS LTDA. Suzer centrifugal Pump Handbook. 2th ed. Elsevier.

47

RESERVADO
Alta Competência

1.12. Gabarito
1) Cite três propriedades envolvidas no estudo de sistemas de bombeamento.

• Massa específica;

• Peso específico;

• Densidade;

• Viscosidade;

• Pressão;

• Escoamento;

• Vazão e velocidade.

2) Descreva o princípio estabelecido pela equação da continuidade.

Um líquido incompressível escoando em uma tubulação tem a sua vazão volumétrica


constante em qualquer seção desta tubulação. Ou seja:

48
3) Explique por que ocorre a perda de carga em uma tubulação e indique os dois
tipos fundamentais desse fenômeno.

A perda de carga no escoamento de um líquido por uma tubulação ocorre devido


ao atrito entre as partículas fluidas com as paredes do tubo e mesmo devido ao
atrito entre as próprias partículas desse líquido. Em outras palavras, é uma perda
de energia ou de pressão entre dois pontos de uma tubulação.

Existem dois tipos básicos de perdas de carga:

• Perdas distribuídas;

• Perdas localizadas.

4) Assinale a opção que contém o parâmetro correto para o número de Reynolds


(Re) em tubulações.

Escoamento
laminar transitório turbulento
(X) Re < 2000 2000 < Re < 4000 Re > 4000
( ) Re > 200 200 < Re < 400 Re < 400
( ) Re > 2000 2000 > Re > 4000 Re > 4000
( ) Re < 200 200 < Re < 400 Re > 400

RESERVADO
Capítulo 2
Bombas
centrífugas

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar os conceitos de força centrífuga e força


centrípeta;
• Identificar o princípio de funcionamento das bombas
centrífugas, seus principais componentes, tipos construtivos
e respectivos campos de aplicação.

RESERVADO
Alta Competência

50

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

2. Bombas centrífugas

A
s bombas centrífugas são um dos tipos mais comuns de
equipamentos em instalações industriais, sendo amplamente
usadas em diversas aplicações. As bombas d’água, usadas
em residências e prédios para elevar a água até as caixas d’água,
são um exemplo cotidiano de bombas centrífugas. As bombas
centrífugas trabalham, em geral, combinadas com um motor
elétrico ou a diesel.

O estudo das bombas centrífugas exige alguns conceitos básicos


da mecânica que servirão como subsídios para o entendimento do
funcionamento desses equipamentos.

2.1. A física Newtoniana e as bombas centrífugas


51
Todas as máquinas e equipamentos mecânicos que envolvem
rotação, movimento e contato, estão relacionados também com
forças inerciais, gravitacionais, centrífugas, centrípetas, de atrito,
de compressão e etc. Essa parte da física, conhecida como mecânica,
começou a ser desvendada pelos estudos pioneiros de Galileu, mas
esses princípios foram definitivamente explicados, por volta do
século XVII, graças a Isaac Newton.

2.2. Conceito de força

Na física clássica uma força é uma entidade física capaz de alterar o


estado de repouso ou movimento de um corpo ou mesmo promover
a sua deformação. Uma força pode agir por contato ou através de
um campo, ou seja, à distância.

Newton percebeu que havia uma íntima relação entre força e


movimento e propôs três leis fundamentais do movimento, também
chamadas leis fundamentais da Dinâmica. Dentre essas leis está
o “princípio da inércia” que interfere diretamente no conceito de
forças centrífugas e centrípetas, necessários para a compreensão das
bombas centrífugas − objeto desse estudo.

RESERVADO
Alta Competência

2.3. Inércia, força centrífuga e força centrípeta

Em nosso cotidiano, a partir da observação empírica dos fenômenos,


acabamos formando a percepção de que as forças tendem a
“enfraquecer” até parar. Temos essa idéia observando uma bola
lançada em um campo que gradualmente vai “perdendo força” até
interromper o seu movimento.

Isaac Newton, contudo, descobriu que essa percepção estava


relacionada a ação do atrito exercido pelas superfícies de contato com
os objetos e corpos. A partir disso teorizou que se não houvesse atrito
e resistência do ar a energia transferida para o corpo em movimento
tende a ser constante, mantendo o corpo em movimento retilíneo
uniforme (constante). A partir dessa idéia ele formulou o seguinte
conceito para a inércia:

52
Importante!
Um corpo em movimento tende a se deslocar em
linha reta e com velocidade constante, sempre que
forças externas não atuem fazendo-o mudar de
direção. Entretanto, da mesma forma, os corpos
tenderão a manter o seu estado de repouso, caso
não haja interferência por forças acessórias.

Imagine, por exemplo, uma bola rolando pela calçada e se


aproximando da esquina. Quando ela chegar à esquina, tenderá
a seguir em linha reta e não fará a curva automaticamente. Para
alterar-lhe a trajetória, de tal forma que ela contorne a esquina,
será necessária a aplicação uma força como, por exemplo, um
chute. Entretanto, se nenhuma força é aplicada, a bola continuará
se deslocando em linha reta, sem alterações.

Esta força que tende a manter a bola em movimento retilíneo é


denominada inércia.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

A força centrífuga, na verdade, é apenas a manifestação da força


inercial quando observamos o fenômeno a partir da modificação
da trajetória pela força aplicada. Desse ponto de vista, a inércia
parece uma força que tenta “arremessar” o corpo em movimento
para fora. A manifestação da inércia pode ser observada na
ilustração a seguir no qual uma bola (representando um corpo
móvel) tem a sua trajetória desviada para a esquerda. Nesse
esquema a seqüência de círculos representa a trajetória retilínea
típica dos fenômenos inerciais.

A inércia de um corpo em movimento


Trajetória inércial do
corpo,caso
Trajetória nenhuma
inércial do
outra força seja
corpo,caso aplicada
nenhuma
outra força seja aplicada
Força aplicada
Força aplicada

Fo
rçFo
53

a rç
apa
licap
adlic
a ad
a
SeSe o mesmo
o mesmofenômeno
fenômeno for for
observado do
observado do novo
novo ponto
ponto de de
vista, a
vista,
SeSeo mesmo
o mesmo fenômeno
fenômeno for
for
Força inicial que gera inércia parecerá
aobservado
inércia parecerá “arremessar”
“arremessar” o
observado do novo
do novo ponto
pontode de
vista, a
o Força
estado de movimento corpo para fora resultando na vista,
inicial que gera o corpo
inérciapara
a percepção
inércia fora“arremessar”
parecerá
parecerá resultandoo
da força “arremessar”
centrífuga.
corpo parada
o estado de movimento na percepção
o corpo parafora resultando
força
fora na
centrífuga.
resultando
percepção da força centrífuga.
na percepção da força centrífuga.

O mesmo fenômeno observado do ponto


O fenômeno observado do ponto de
de vista posterior a mudança na trajetória
vista anterior a mudança na trajetória
indicando a manifestação da força
indicando a manifestação inercial
centrífuga

Agora, imagine que a bola está se deslocando em um círculo em


torno de um ponto fixo. A bola ainda se moverá em linha reta, a
menos que seja aplicada uma força que mude sua direção. Deslocar-
se em um círculo é como virar a esquina constantemente, portanto,
uma força tem que ser aplicada constantemente na bola para mantê-
la mudando de direção.

A força que aplicamos para manter a bola mudando constantemente


de direção é denominada força centrípeta. A força centrípeta
“empurra” a bola em direção ao centro de um percurso circular.

RESERVADO
Alta Competência

Força centrípeta agindo sobre um corpo em movimento

Trajetória inercial da
Nova trajetória
bola se nenhuma
resultante
força externa atuasse
da ação da
(força centrífuga) Força força centrípeta
centrípeta

Na ilustração anterior, as setas largas representam a trajetória


54 retilínea da bola que precisa ser constantemente atualizada através
da interferência da aplicação de forças (força centrípeta) que ajudam
o corpo móvel a descrever um movimento curvilíneo. Obviamente,
por uma questão de simplicidade de representação foram apontados
no esquema apenas seis (6) eventos pontuais de aplicação de força
centrípeta, contudo, em um objeto que gira em torno do próprio
eixo precisa sofrer constantemente a ação de forças centrípetas.

Quando a força externa (centrípeta) é retirada, a bola passa a se


deslocar novamente em movimento retilíneo, devido à inércia.
Observe a ilustração, a seguir, que representa o fenômeno em
questão.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Força centrípeta e força centrífuga (inércia)

A inércia tenderá a
Força aplicada manter o corpo em
movimento retilíneo
A

Força aplicada

Força aplicada
B

A partir desse ponto a


força centrípeda para de
ser exercida sobre a bola.
Força aplicada
C E

Força aplicada
D
Força aplicada

O esquema anterior demonstra a ação da força centrípeta (força


aplicada) sobre um corpo em movimento até o instante E. Nesse ponto
a força centrípeta, ao deixar de contrapor à inércia, permite que ela
se manifeste, fazendo que o corpo assuma o movimento retilíneo. 55

Um bom exemplo da relação entre as forças centrífuga e centrípeta


é o esporte olímpico denominado lançamento do martelo. Nessa
prova de atletismo, o atleta segura uma empunhadura presa por
um arame a uma bola de ferro. Durante o arremesso, gira a bola e
solta a alça, em determinado momento, permitindo que o martelo
seja lançado.

Relação entre as forças centrípeta e centrífuga no lançamento do martelo

B
A

Ponto fixo de rotação


Ponto fixo de rotação

RESERVADO
Alta Competência

No esquema anterior o cabo que está preso à bola representa a


força centrípeta (seta pontilhada) e mantém a bola constantemente
mudando de direção e se movendo em círculo. Quando o atleta (ponto
fixo de rotação) solta a alça, a força centrípeta (resistência do cabo)
deixa de atuar, permitindo que a força de arremesso (força centrífuga)
aja sobre a bola. A partir do ponto do lançamento, o martelo descreve
uma trajetória ascendente devido à ação da inércia.

A ilustração A representa uma situação de equilíbrio entre a


manifestação das forças centrípeta representada pelo cabo e a
força centrífuga representada pelo movimento de giro do atleta.
A ilustração B representa uma situação de desequilíbrio na qual
a força centrípeta é eliminada, pela liberação da alça, e a força
centrífuga se manifesta na forma de inércia lançando o martelo à
grande distância.

56 ATENÇÃO

Pela lei da inércia, um objeto sempre tende a se


deslocar em uma linha reta. Para que esta trajetória
mude, como uma bola em um círculo, é preciso uma
força que mude a direção agindo constantemente
sobre a bola. Se em algum momento a força que age
sobre a bola for removida, a bola passará a se deslocar
em uma linha reta para fora do centro de sua rotação.
A força que faz com que a bola se desloque em uma
linha reta para fora de um ponto fixo de rotação é
denominada força centrífuga (inércia).

2.4. Aceleração e aceleração centrífuga

O conceito de aceleração também é um pré-requisito importante


para a compreensão do funcionamento das bombas centrífugas.

O conceito físico de aceleração define que:

A aceleração pode ser compreendida como a variação positiva ou negativa


da velocidade de um corpo em movimento.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Quando traduzimos esse conceito para a linguagem cotidiana


dizemos que a aceleração existe sempre que um corpo ou objeto
em movimento aumenta ou diminui sua velocidade. Pode parecer
estranho ao senso comum, mas a redução da velocidade é um tipo de
aceleração − a aceleração negativa.

Da mesma forma podemos afirmar que a aceleração centrífuga é a


variação da velocidade de um objeto quando este, ao girar em torno
de um ponto fixo, se desloca para perto ou para longe dele.

O exemplo do lançamento do martelo pode ser usado também para


ilustrar o conceito de aceleração centrífuga.

Imagine que o atleta mantém a bola girando em torno de si


mesmo, com velocidade equivalente a 1(uma) rotação por segundo.
Lembre que a velocidade corresponde à distância percorrida em um
determinado período de tempo. Logo, a velocidade da bola será igual 57
à distância percorrida por ela e dividida pelo tempo de deslocamento.
Observe a ilustração a seguir e leia os comentários

Suponha que a bola do 1m


martelo descreva uma
circunferência de 1m ao
final do giro. Considere,
hipoteticamente, que a bola
A
complete cada volta em
um tempo de 1 segundo.
Portanto, poderemos concluir
que a velocidade de giro
do martelo é 1 metro por
segundo (1m/s). Circunferência = 1m

RESERVADO
Alta Competência

Considere que o atleta trocou


de martelo e que o cabo 3m
permita agora que a bola B
descreva uma circunferência
de 3m.

Imagine que, apesar do círculo


ser maior, que o atleta consiga
manter o tempo de 1 segundo.
Nessa situação podemos
concluir que a velocidade de
giro do martelo é 3 metros Circunferência = 3m
por segundo (3m/s).

A partir dos exemplos descritos, podemos perceber que a bola


58 mantém um ciclo constante de rotações por segundo. Contudo, na
ilustração B a bola se afastou do ponto fixo, aumentou a distância
percorrida, percorrendo uma distancia três vezes maior do que no
primeiro exemplo, entretanto, o faz no mesmo intervalo de tempo.
Portanto, sua velocidade é três vezes maior do que no exemplo A.
Assim, dizemos que houve uma aceleração positiva da velocidade, ou
seja, um aumento.

2.5. Aceleração centrífuga e bomba centrífuga

É necessário estabelecer, agora, algumas correlações desses


fenômenos físicos com o tema dessa apostila, tentando contextualizar
os conceitos desenvolvidos até aqui.

Uma bomba centrífuga é um equipamento mecânico que usa o


princípio da força centrífuga para transformar energia mecânica (do
eixo) em energia cinética e em energia de pressão, posteriormente, a
parcela cinética é transformada em pressão internamente na voluta.
Assim, em uma bomba centrífuga, da mesma forma que no exemplo
da bola, o líquido entra no centro (“olho”) de um conjunto de pás
giratórias (impelidor). Este impelidor está fixado a um eixo, que por
sua vez é acionado, normalmente, por motor.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Visão em corte de uma bomba centrífuga

saída

“olho” de sucção
do impelidor

Pás ou palhetas
do impelidor

Carcaça da Impelidor ou
bomba (voluta) impulsionador

59
O esquema anterior apresenta as partes internas básicas de uma
bomba centrífuga: a carcaça (estrutura), o impelidor com suas pás ou
palhetas e o “olho” de sucção do líquido.

Imagine agora que o motor é o atleta do nosso exemplo do


arremesso do martelo. O motor mantém o impelidor e suas pás
curvas girando a uma quantidade constante de rotações por
segundo. O impelidor, alimentado pelo motor, faz girar o líquido
da mesma forma que o cabo do martelo faz a bola girar movido
pela força do atleta. Esse movimento de rotação produz uma força
centrífuga sobre o liquido, acelerando-o continuamente desde o
olho (raio menor) ate às extremidades das pás (maior raio) onde
finalmente atingem a carcaça.

Os líquidos, de forma semelhante à bola do martelo, também


se deslocam em uma determinada direção, a menos que alguma
força atue sobre eles. Se um líquido estiver fluindo em torno de
um ponto fixo, ele tenderá a se deslocar para fora impulsionado
pela força centrífuga.

RESERVADO
Alta Competência

Esquema mostrando o interior de uma bomba centrífuga

Saída
A rotação das pás inicia o
processo de centrifugação
gerando uma região de baixa
pressão no olho do impelidor.

Na saída, o fluido
perde velocidade
e ganha pressão,
devido a forma da
saída da carcaça.
A água é
“lançada
para fora”
pela força
centrífuga

A estrutura da carcaça (voluta), Impelidor


em forma espiral, conduz o fluido
(setas) para a descarga.

60
O líquido entra no centro ou “olho” do impelidor a uma velocidade
baixa. As pás giratórias do impelidor fazem com que o líquido também
gire em torno do “olho” do impelidor. À medida que o líquido gira,
a força centrífuga faz com que o líquido se desloque para longe do
“olho” do impelidor. O impelidor mantém o líquido girando em torno
do “olho” do impelidor a uma quantidade constante de rotações por
segundo. Porém, à medida que o líquido se desloca para mais longe
do “olho” do impelidor, ele faz um percurso ou circunferência mais
longa a cada rotação. Em outras palavras, a velocidade do líquido
aumenta à medida que ele se desloca para longe do “olho” do
impelidor, aumentando a aceleração centrífuga. A velocidade do
líquido pode chegar a 70,0 m/s à medida que ele se desloca das partes
internas do “olho” do impelidor para a ponta da pá.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Conversão da energia cinética em pressão na descarga da bomba

Saída
Voluta em
caracol

Pá Rotor
do rotor

O formato cônico do bocal difusor da descarga provoca


uma desaceleração (perde velocidade) no líquido,
quando ele se movimenta da seção A para B. Assim,
grande parte da parcela de energia cinética é
convertida em energia de pressão.

61

Quando o líquido atinge a região do bocal difusor, devido a sua


forma cônica, gera uma desaceleração (aceleração negativa) posto
que as partículas do líquido que ocupavam a seção A (menor área)
deslocam-se para a seção B (maior área). Nesta região, geralmente,
ocorre a maior transformação da parcela de energia cinética (após a
saída do impelidor) em energia de pressão.

Esse fenômeno, conhecido como princípio de Bernoulli, relaciona


a velocidade com a pressão de um líquido em movimento. Assim,
podemos dizer que se a velocidade das partículas de um líquido
aumenta, enquanto ele escoa ao longo de uma linha de corrente, a
pressão do líquido tende a diminuir. Por outro lado se a velocidade
do líquido cai à pressão aumenta. Este princípio é importante para a
compreensão dos fenômenos envolvidos nas bombas centrífugas.

2.6. Etapas de funcionamento das bombas centrífugas

A partir do conhecimento dos princípios físicos envolvidos


nas bombas centrífugas, podemos identificar algumas etapas
fundamentais no seu funcionamento.

RESERVADO
Alta Competência

Ao ser ligada a bomba, a rotação cria, inicialmente, uma zona de baixa pressão
1º Etapa
devido à centrifugação do líquido na região central do impelidor (“olho”).

O líquido centrifugado deixa a sua posição “vazia”. Imediatamente outra


2º Etapa porção ocupa sua posição e é centrifugada. A sucessão desses eventos cria
um fluxo continuo pela bomba.
O líquido centrifugado caminha para as extremidades do impelidor, ganhando
3º Etapa
energia de pressão e energia cinética.
O líquido, após a saída do impelidor, entra na voluta onde há uma moderada
4º Etapa
transformação da parcela de energia cinética em energia de pressão.
Por fim, na região difusora, o restante da energia cinética é quase totalmente
5º Etapa transformada em energia de pressão. Na maioria das bombas a maior
transformação é obtida nesta etapa.

Esquema mostrando o interior de uma bomba centrífuga

62

3ª Etapa

1ª Etapa
5ª Etapa

4ª Etapa
2ª Etapa

2.6.1. Exemplo prático da variação da velocidade e trajetória de uma


partícula do líquido no interior de uma bomba

A ilustração a seguir representa a trajetória da partícula do líquido


do ponto 1 (“olho” do impelidor) ao ponto 4 (descarga). A linha
assinalada representa a trajetória da partícula ao longo do seu
deslocamento. Para efeito de simplificação adotamos uma partícula
para representar o comportamento do líquido como um todo.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

À medida que a partícula se desloca do início das pás (1) para a


extremidade das pás (2), a sua velocidade aumenta. Da extremidade
da pá (2) até garganta (3) ocorre uma redução parcial da velocidade
com uma conseqüente conversão em energia de pressão. Do ponto
(3) ao ponto (4) ocorre uma acentuada conversão de velocidade em
energia de pressão. É nesse último estágio que a pressão de descarga
atinge o valor necessário para o deslocamento do líquido na vazão
requerida pelo sistema.

O esquema a seguir traduz o comportamento da velocidade de uma


partícula de um líquido ao longo da sua trajetória no interior de uma
bomba. Os pontos 0, 1, 2, 3 e 4 representam, respectivamente:

0) Partícula no (flange de sucção);

1) Entrada no impelidor;
63
2) Entrada na voluta ;

3) Entrada do difusor (garganta da voluta);

4) Saída da partícula (flange de descarga).

1
Corte transversal típico de uma
bomba centrífuga Voluta
0

2
Impelidor

Corte da voluta mostrando a


trajetória da partícula do líquido

Os pontos identificados no esquema anterior aparecem no gráfico a


seguir demonstrando o comportamento da velocidade do líquido
durante sua trajetória na bomba.

RESERVADO
Alta Competência

Velocidade
absoluta (m/s) Saída do
impelidor) 2 Garganta
da voluta
20
Entrada no
15 impelidor
3
10

5 1
4

Flange de sucção
Flange de descarga

Perfil de velocidade ao longo do interior de uma bomba

O gráfico acima, ao utilizar os mesmos pontos indicados na ilustração


anterior, permite estabelecer correlações entre a velocidade do
líquido na bomba (representado pela partícula-ponto) em cada uma
64
das regiões (0, 1, 2, 3 e 4), com a conversão de energia cinética em
energia de pressão. O líquido ao entrar do flange de sucção apresenta
uma baixa velocidade. Com a rotação do impelidor a partícula vai
ganhando velocidade representada pela curva ascendente (1- 2). A
partir da saída do líquido do impelidor (ponto 2) a energia cinética
começa a ser convertida em energia de pressão. Essa conversão
é gradualmente maior até a saída do líquido da bomba no flange
de descarga. Nesse ponto (4) grande parte da energia cinética foi
convertida em energia de pressão.

2.7. Componentes da bomba centrífuga

Existe uma grande diversidade de bombas centrífugas. Entretanto,


alguns componentes são comuns à grande maioria de modelos de
tipo.

A seguir apresentaremos, a título de exemplificação, uma visão


em corte de uma bomba centrífuga de simples estágio (um único
impelidor) e seus principais componentes.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Principais componentes de uma bomba centrífuga (em corte)

Luva protetora de eixo Descarga


Tampa de pressão

Preme gaxeta

Anel de desgaste

Rolamento

Bucha de
garganta
Eixo

Sucção

Carcaça

Impelidor Mancal
Gaxeta

Anel defletor
Anel de lanterna

65

A) Carcaça

A carcaça é responsável pela contenção do volume crescente do


líquido oriundo do impelidor e pela transformação de parte da
energia cinética em energia de pressão durante a condução do
líquido até o canal divergente da descarga (difusor). A taxa de
crescimento da área de passagem do líquido na carcaça é proporcional
à quantidade de líquido recebido da periferia do impelidor. Favor
copiar a figura abaixo exatamente como está.

Componentes da carcaça Estrutura básica da carcaça

Voluta

• Flange de sucçao;
• Voluta;
• Flange de descarga. Flange de Flange de
descarga sucção

RESERVADO
Alta Competência

A voluta em destaque

A voluta aumenta a área de seção


transversal na direção da descarga

O diâmetro da voluta aumenta


gradativamente em direção ao Sentido de
bocal de descarga. O líquido entra rotação

na voluta em alta velocidade e


uma certa pressão. O líquido sai
da voluta e entra no oleoduto a
uma velocidade baixa e sob uma
pressão mais alta. Impelidor

Carcaça de voluta Descarga

Os principais tipos de carcaça existentes são:

66 Tipo de carcaça Estrutura básica

Carcaça em voluta simples

Carcaça em dupla voluta

10º

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Tipo de carcaça Estrutura básica

Carcaça com pás difusoras

B) Impelidor

Os impelidores, também chamados de rotores, são responsáveis por


ceder energia ao líquido, seguindo padrões que estão relacionados
com o perfil hidráulico construtivo.
67
Componentes do impelidor

Capa

Pás do Impelidor

Olho

Eixo

Os impelidores em uma bomba de múltiplos estágios poderão estar


dispostos nos arranjos das pás no tipo tandem ou back-to-back
ilustrados a seguir.

RESERVADO
Alta Competência

Sucção da bomba

1 2 3 6 5 4
Arranjo back-to-back

Descarga Descarga da
bomba
Sucção

Sucção da bomba

1 2 3 4 5 6

Arranjo em Tandem

Descarga

68 Sucção

C) Eixo

O eixo é o elemento estrutural que sustenta o(s) impelidores. Ele


é responsável pela transmissão de potência do acionador para o(s)
impelidor(es).

D) Mancais

Os mancais são os elementos que sustentam o eixo e o(s)


impelidor(es), permitindo que a transmissão de torque se
estabeleça em níveis mínimos de atrito. Podem ser de rolamentos
ou de deslizamento. Suas velocidades devem ser estabelecidas
dentro de critérios definidos nas normas técnicas (por exemplo,
API 610 - American Petroleum Institute).

A escolha e combinação é função basicamente da velocidade


tangencial do eixo, das cargas (vida do rolamento) e da densidade de
energia, dada pelo produto entre a potência e a rotação da bomba.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Esquema de um rolamento em corte Elementos de um rolamento

Largura
Largura Blindagem
Anel de trava Blindagem AnelAnel externo
externo
Anel de trava OuOu selagem
selagem
Gaiolaou
ou SeloSelo
Gaiola
Espaçador
Espaçador Anel interno
Anel interno
Rebite
Rebite
Esfera
Esfera Espaçador
Espaçador

Dia. Externo
Dia. Médio
Dia. Inteiro

Dia. Externo
AnelAnel
guiaguia

Dia. Médio
Dia. Inteiro
Anel
Anelinterno
interno

Pista
Pistainterna
interna Elementos rolantes
Elementos rolantes
Pista
Pistaexterna
externa
Anel externo
Anel externo Chanfro
Chanfro

Mancal

69

Movimento
do ramo do óleo

Mancal de deslizamento

E) Vedação

A vedação serve para manter vazamentos mínimos ou, em alguns


casos, estanqueidade entre o líquido de processo e a atmosfera. A
definição do tipo de vedação (gaxeta ou selo mecânico) e os materiais
empregados dependem de uma análise da bomba, do líquido e da
interação destes e do processo de bombeamento.

RESERVADO
Alta Competência

F) Preme-gaxeta

Também conhecida como “sobreposta”, a preme-gaxeta é responsável


pelo ajuste das gaxetas (elemento de vedação mais usual nestes tipos
de bombas) quando as mesmas começam a se desgastar. É através
dela que se regula o aperto das gaxetas. Este ajuste pode ser feito
com a bomba em funcionamento e não deverá ser em demasia a
ponto de vedar completamente o vazamento do líquido.

G) Anéis de desgaste

Os impelidores não podem tocar na carcaça, mas em contrapartida


há um compromisso em manter uma folga controlada entre o “olho”
do impelidor e a carcaça.

Os anéis de desgaste consistem de anéis bipartidos ou não, instalados


70 no impelidor e/ou na carcaça, e que atuam como peças de sacrifício
com o objetivo de reduzir a recirculação entre impelidores adjacentes
contribuindo para a manutenção da eficiência da bomba, bem como
evitando problemas na sucção. A partir do momento que essas folgas
aumentam, eles deverão ser substituídos.

Recirculação de líquido pela folga entre o impelidor e a carcaça.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Detalhe sem anel de desgaste Detalhe com anel de desgaste


Impelidor Impelidor
Impelidor Impelidor

Carcaça
Carcaça Carcaça
Carcaça

Anel de
Anel de
desgaste
desgaste

H) Bucha de garganta

A bucha de garganta, também denominada de “bucha de fundo”,


fica localizada no fundo da caixa de selagem. Sua função é
71
reduzir a pressão na caixa de selagem, vinda da parte traseira do
impelidor. Esse componente atua restringindo o fluxo nesta região e,
consequentemente, reduz a exposição da caixa aos efeitos abrasivos
de líquidos contendo sólidos em suspensão.

I) Anel de Lanterna

O anel de lanterna consiste de um anel bipartido instalado na caixa


de selagem com o objetivo de permitir a injeção de líquido para
selagem e refrigeração da região de vedação, e evitar a entrada de ar
para o interior da bomba para aquelas que operam pressão negativa
na sucção. Ele evita o desgaste prematuro do eixo/luva na região de
selagem quando o líquido bombeado contém sólidos em suspensão.

Anel de lanterna

RESERVADO
Alta Competência

J) Difusor

Grande parte das bombas de simples estágio utiliza carcaça em


voluta, principalmente devido a sua boa eficiência, baixo custo e
simplicidade.

Os difusores são responsáveis em receber o líquido na periferia do


impelidor e através de um canal divergente (seção crescente) formado
por pás difusoras fixadas na carcaça e converter parte da energia
cinética em energia de pressão.

Em bombas de múltiplos estágios, as pás difusoras exercem um


papel secundário, porém não menos importante, de separar os
estágios (impelidores) e reorientar o fluxo da descarga de um
impelidor para o “olho” do estágio seguinte.

72 K) Luvas

As luvas de eixo têm por função básica proteger o eixo de erosão,


corrosão e desgaste. O mais comum é proteger o eixo na região da
caixa de selagem. As luvas que possuem outras funções recebem
nomes especiais, como por exemplo, “luvas espaçadoras” ou “luvas
de estágio” que são usadas em bombas de múltiplos estágios com o
objetivo de espaçá-los e mantê-los na posição corretas.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Veja na ilustração a seguir, uma bomba de múltiplos estágios:

Principais componentes de uma bomba de múltiplos estágios


Flange de descarga
Luva de estágio

Difusor
Anel de desgaste Carcaça

Rolamento

Eixo

Luva protetora Suporte de mancal


do eixo

Impelidores

Corpos de estágio

73
2.8. Classificação das bombas centrifugas

As bombas podem ser classificadas quanto:

• A direção do fluxo em relação ao eixo;

• A posição de trabalho;

• Ao número de estágios;

• Ao tipo de sucção do primeiro estágio;

• A partição da carcaça.

A seguir apresentaremos de forma bastante objetiva alguns exemplos


de desenhos básicos de cada tipo:

RESERVADO
Alta Competência

a) A direção do fluxo em relação ao eixo: radial, misto e axial;

Quanto à direção do Fluxo

Fluxo misto

Fluxo radial
74

Fluxo axial

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

b) A posição de trabalho: horizontais ou verticais;

Quanto à posição de trabalho

Bomba centrifuga
horizontal

75

Bomba centrifuga
vertical

RESERVADO
Alta Competência

c) Ao número de estágios: único estágio (impelidor) ou múltiplos


estágios;

Quanto ao número de estágios ou impelidores

Único estágio

76

Múltiplos estágios
(quatro impelidores)

d) Ao tipo de sucção do primeiro estágio: sucção simples ou dupla


sucção;

Quanto ao tipo de sucção do primeiro estágio


Sucção simples Dupla sucção

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

e) A partição da carcaça: axialmente bipartida e radialmente bipartida;

Quanto à partição da carcaça

Carcaça axialmente
bipartida

Carcaça radialmente
bipartida
77

2.9. Tipos construtivos, características e campos de aplicação

Apresentaremos, a seguir, objetivamente, os principais tipos


construtivos de bombas centrífugas, bem como os seus respectivos
campos de aplicação e características dentro de dois grandes grupos
de bombas: as bombas horizontais e as verticais.

2.9.1. Bombas horizontais

As bombas de eixo horizontal, sucção horizontal e recalque vertical


são as unidades mais utilizadas nas execuções de bombeamentos.

RESERVADO
Alta Competência

Bombas horizontais, radialmente bipartidas, com impelidor em balanço

Campo de aplicação:
Normalmente encontradas nos sistemas transferência de óleo, sistema de injeção de água
(bomba booster), circulação de água quente, sistema de combate a incêndio etc.;

Bombas horizontais, radialmente bipartidas, com único impelidor entre


mancais com sucção dupla.

78

Campo de aplicação:
São encontradas em sistemas de
transferência de óleo.

Bombas horizontais, axialmente bipartidas, com único impelidor entre


mancais com sucção dupla

Campo de aplicação:
Encontradas no sistema de captação de
água, sistema de offloading, sistema de
combate a incêndio etc.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Bombas horizontais, radialmente bipartidas, com múltiplos impeli-


dores (estágios) entre mancais com sucção dupla ou simples no
primeiro estágio

Campo de aplicação:
Encontradas nos sistemas transferência de óleo e de injeção;

Bombas horizontais, axialmente bipartidas, de múltiplos impelidores 79


(estágios) entre mancais com sucção dupla ou simples no primeiro
estagio

Campo de aplicação:
Aplicadas em sistemas de transferência de óleo e injeção de água;

2.9.2. Bombas verticais

As bombas de eixo vertical, sucção horizontal e recalque vertical são


montadas em mancais de apoio e utilizadas na maioria dos casos de
captação de água.

RESERVADO
Alta Competência

Bombas verticais, radialmente bipartidas, com impelidor em balanço

Campo de aplicação:

São encontradas como bombas booster


do sistema de injeção, nos sistemas de
água quente e de captação;

80 Bombas verticais, axialmente bipartidas, com único impelidor entre


mancais com sucção dupla

Campo de aplicação:

• Aplicações em sistemas de captação


de água, sistema de offloading, sistema
de combate a incêndio etc. Geralmente
utilizada quando o espaço de montagem
para o conjunto é reduzido.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

Bombas verticais, com eixo prolongado, radialmente bipartidas, com


único impelidor de sucção simples ou dupla

Campo de aplicação:

• Aplicações em sistemas de captação de água, sistema de


offloading, sistema de combate a incêndio etc.

81
Bombas verticais, com eixos prolongados, radialmente bipartidas, com
múltiplos estágios (impelidores) com sucção simples

Campo de aplicação:

• Utilizada em Slop, sistema de combate a incêndio,


sistema de captação de água e sistema de transferência
de óleo;

RESERVADO
Alta Competência

Bombas verticais, com motores elétricos submersos, radialmente bi-


partidas, com único impelidor ou múltiplos estágios com sucção simples

Campo de aplicação: Impelidores da bomba

Captação de água do mar e elevação


artificial - BCS
Motor da bomba

82

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

2.10. Exercícios

1) Complemente as lacunas das frases, a seguir, identificando se di-


zem respeito ao conceito de força centrífuga ou centrípeta:

a) A força inercial que faz com que um objeto em movimento


giratório se desloque para fora do seu centro de rotação é deno-
minada força ___________.

b) A força que puxa ou empurra um objeto em direção ao centro


de um percurso circular é denominada força ______________.

c) Um líquido que flui em torno de um ponto fixo tende a se des-


locar para fora do ponto fixo devido à força ____________.

d) Para manter um objeto que circula em torno de um pon-


to fixo em constante mudança de direção aplica-se uma força
______________.
83
2) Marque com um X a afirmativa que descreve o princípio de funcio-
namento da bomba centrífuga:

( ) equipamento eletrônico que usa o principio da força centrí-


fuga para transformar energia cinética em energia de ener-
gia mecânica.
( ) equipamento mecânico que usa o principio da força cen-
trífuga para transformar energia mecânica em energia de
pressão e energia cinética.
( ) equipamento mecânico que usa o principio da força centrí-
fuga para transformar energia cinética em energia estática
e energia elétrica.

RESERVADO
Alta Competência

3) Complemente a representação esquemática de uma bomba centri-


fuga, a seguir, preenchendo os quadros deixados em branco:

84

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

4) Correlacione os principais tipos construtivos de bombas centrífu-


gas e respectivas aplicações, numerando, adequadamente, a coluna
da direita:

( 1 ) Bombas horizontais, radial- ( ) Usadas onde não é pos-


mente bipartidas, com único sível instalar bombas
impelidor entre mancais com convencionais.
sucção dupla.

( 2 ) Bombas horizontais, axial- ( ) Usadas principalmente


mente bipartidas, de múltiplos em sistemas transferên-
impelidores (estágios) entre cia de óleo.
mancais com sucção dupla ou
simples no primeiro estagio.

( 3 ) Bombas verticais, com eixos ( ) usadas na captação de


prolongados, radialmente bi- água do mar e elevação
partidas, com único impelidor artificial - BCS
de sucção simples ou dupla. 85

( 4 ) Bombas verticais, com eixos ( ) Usadas em sistemas de


prolongados, radialmente bi- captação de água, siste-
partidas com múltiplos está- ma de offloading, siste-
gios (impelidores) com sucção ma de combate a incên-
simples. dio etc.

( 5 ) Bombas verticais, com mo- ( ) Usadas em sistemas de


tores elétricos submersos, transferência de óleo e
radialmente bipartidas, com injeção de água.
único impelidor ou múltiplos
estágios com sucção simples.

RESERVADO
Alta Competência

2.11. Glossário
Anel bipartido - anel de desgaste usado na vedação entre partes do motor.

Axialmente bipartida - partida no sentido do eixo.

BCS - Bomba Centrífuga Submersível

Estanqueidade - capacidade de conter, de impedir que um líquido escoe, de


estancar, parar, interromper.

Gaxeta - elementos de vedação usualmente utilizados em bombas mais simples.

Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás


(palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor,
é capaz de impulsionar um líquido;

Inércia - princípio físico geral, descoberto por Isaac Newton, que diz que o estado
de repouso ou movimento de um corpo não pode ser alterado a menos que outras
forças ajam sobre o corpo.
86
Offloading - operações de escoamento do petróleo produzido e/ou armazenado
nas unidades de produção e terminais oceânicos (FPSOs e FSOs) na qual ele é
transferido para navios aliviadores. Atualmente, cerca de 82% da produção da
Bacia de Campos é escoada dessa forma.

Pás difusoras - elementos internos à carcaça em bombas que utilizam-na para


desaceleração do fluido e conversão de energia cinética em energia de pressao.

Peças de sacrifício - peças submetidas ao atrito destinadas ao desgaste mais rápido


do que outras.

Radialmente bipartida - partida no sentido do raio do impelidor.

Slop - resíduo.

Torque - força que tende a rodar ou virar objetos.

Voluta - tipo de carcaça de bomba em forma de um funil encurvado.

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

2.12. Bibliografia
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio
de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.

LIMA, Epaminondas Pio Correia. A mecânica das bombas. Gráfica Universitária.

SILVA, Marcos Antonio da. Manual de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas


S/A. 4ª ed.

MACKAY, Ross. The Pratical Pumping Handbook. Elsevier Advanced Technology.

Sulzer Pumps ltda. Suzer centrifugal Pump Handbook. 2th ed. Elsevier

87

RESERVADO
Alta Competência

2.13. Gabarito
1) Complemente as lacunas das frases, a seguir, identificando se dizem respeito ao
conceito de força centrífuga ou centrípeta:

a) A força inercial que faz com que um objeto em movimento giratório se desloque
para fora do seu centro de rotação é denominada força centrífuga.

b) A força que puxa ou empurra um objeto em direção ao centro de um percurso


circular é denominada força centrípeta.

c) Um líquido que flui em torno de um ponto fixo tende a se deslocar para fora do
ponto fixo devido à força centrífuga.

d) Para manter um objeto que circula em torno de um ponto fixo em constante


mudança de direção aplica-se uma força centrípeta.

2) Marque com um X a afirmativa que descreve o princípio de funcionamento da


bomba centrífuga:

( ) equipamento eletrônico que usa o principio da força centrífuga para


transformar energia cinética em energia de energia mecânica.
88 (X) equipamento mecânico que usa o principio da força centrífuga para
transformar energia mecânica em energia de pressão e energia cinética.
( ) equipamento mecânico que usa o principio da força centrífuga para
transformar energia cinética em energia estática e energia elétrica.

3.Complemente a representação esquemática de uma bomba centrifuga, a seguir,


preenchendo os quadros deixados em branco:

Preme gaxeta Rolamento

Bucha de
garganta
Eixo

Carcaça

Impelidor

Anel de lanterna Gaxeta


Anel defletor

RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas

4) Correlacione os principais tipos construtivos de bombas centrífugas e respectivas


aplicações, numerando, adequadamente, a coluna da direita:

( 1 ) Bombas horizontais, radialmente bipar- ( 4 ) Usadas onde não é possí-


tidas, com único impelidor entre man- vel instalar bombas con-
cais com sucção dupla. vencionais.

( 2 ) Bombas horizontais, axialmente biparti- ( 1 ) Usadas principalmente em


das, de múltiplos impelidores (estágios) sistemas transferência de
entre mancais com sucção dupla ou sim- óleo.
ples no primeiro estagio.

( 3 ) Bombas verticais, com eixos prolonga- ( 5 ) usadas na captação de


dos, radialmente bipartidas, com único água do mar e elevação
impelidor de sucção simples ou dupla. artificial - BCS

( 4 ) Bombas verticais, com eixos prolonga- ( 3 ) Usadas em sistemas de


dos, radialmente bipartidas com múlti- captação de água, sistema
plos estágios (impelidores) com sucção de offloading, sistema de
simples. combate a incêndio etc.
( 5 ) Bombas verticais, com motores elétricos ( 2 ) Usadas em sistemas de
submersos, radialmente bipartidas, com transferência de óleo e in-
único impelidor ou múltiplos estágios jeção de água.
com sucção simples.
89

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 3
Bombas
volumétricas

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar o princípio de funcionamento das bombas


volumétricas;
• Caracterizar bomba volumétrica, seus tipos construtivos e
seus respectivos campos de aplicação.

RESERVADO
Alta Competência

92

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

3. Bombas volumétricas

A
s bombas volumétricas, também conhecidas como bombas
de deslocamento positivo, são equipamentos mecânicos
utilizados para o transporte de um líquido, de um ponto de
menor energia para outro de maior energia. Isto acontece através de
um mecanismo da bomba que induz o deslocamento do líquido em
uma determinada direção. A quantidade necessária de pressão deve
ser suficiente para vencer os efeitos combinados de atrito, pressão e
gravidade.

3.1. Princípio de funcionamento das bombas volumétricas

As bombas volumétricas ou de deslocamento positivo são aquelas


onde a energia é fornecida ao líquido diretamente sob forma de
pressão, unicamente. Não há transformação de energia de velocidade 93
em pressão, como nas bombas centrífugas.

A movimentação do líquido é diretamente causada pela movimentação


do elemento bombeador (pistão, êmbolo ou diafragma) que tem a
função de “empurrar” o líquido. Certo volume de líquido preenche,
sucessivamente, o espaço criado pelo elemento bombeador, no
interior da bomba, sendo depois expulso. A denominação desse tipo
de bomba − volumétrica − se deve a esse aspecto.

Uma característica importante deste tipo de bomba decorre do fato


da vazão média permanecer praticamente constante, independente
da contrapressão, desde que a rotação seja mantida constante.

3.2. Classificação das bombas volumétricas

As bombas volumétricas podem ser divididas em dois grandes


grupos:

• Bombas alternativas;

• Bombas rotativas.

RESERVADO
Alta Competência

Bomba volumétrica alternativa Bomba volumétrica rotativa

3.2.1. Bombas alternativas

As bombas alternativas envolvem um movimento intermitente de


um pistão no interior de um cilindro. Isso resulta no escoamento de
um volume fixo a cada golpe do pistão.
94

1 Movimento do pistão no recalque

1 - Válvula de admissão
2 - Válvula de descarga

Principio de funcionamento da Bomba alternativa de pistão

O fluxo de aspiração, nas bombas alternativas, é produzido pelo


movimento do elemento bombeador. O movimento de admissão
produz uma depressão no interior do cilindro, em função de da
aceleração do fluido e das perdas de carga na válvula. Com isso
a válvula de admissão (1) se abre, permitindo o enchimento do
cilindro pelo líquido que se encontra a uma pressão maior. Durante
esse movimento, a válvula de descarga (2) permanece fechada pela
diferença de pressão.

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

No curso do movimento de descarga, o elemento bombeador (pistão


ou êmbolo) empurra o líquido para fora do cilindro através da
válvula de descarga (2), enquanto a válvula de admissão (1) mantém-
se fechada.

É importante ressaltar que as válvulas de admissão e descarga são


atuadas pela diferença de pressão entre a linha de processo e o
interior da bomba.

3.2.2. Tipos e componentes das bombas alternativas

Em função do elemento bombeador, existem três tipos básicos de


bombas alternativas:

• Bombas de pistão;

95
• Bombas de êmbolo;

• Bombas de diafragma.

A) Bombas alternativas de pistão

As bombas do tipo pistão usam um plug ou pistão para forçar o


líquido a se deslocar da entrada até a descarga da bomba. É o tipo de
construção mais usada.

Vejamos na ilustração a seguir os seus principais componentes.

RESERVADO
Alta Competência

Amortecedor de pulsação

Válv. sucção
Cruzeta
Válv. descarga
Gaxetas

Girabrequim

Biela
Pistão Camisa
Engrenagem

Principais componentes da bomba alternativa tipo pistão

96

Detalhe do girabrequim

B) Bombas alternativas de êmbolo

A diferença fundamental entre um pistão e um êmbolo está na relação


entre o comprimento e a área da seção transversal do elemento
bombeador. No êmbolo, esta relação é maior que a do pistão. Além
disso, os pistões são dotados de ranhuras para instalação de elementos
de vedação.

Normalmente estas bombas são utilizadas para pressões maiores que


a faixa (range) coberta pelas bombas de pistão.

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

Descarga Biela Manivela


Gaxeta
Acionador

Êmbolo

Válvula
retenção

Sucção
Flange

Componentes da bomba alternativa tipo êmbolo

97

Êmbolo

Cabeçote

RESERVADO
Alta Competência

Biela / Cruzeta / Haste

Com exceção do elemento bombeador, as bombas alternativas de


pistão e de êmbolo compartilham dos componentes virabrequim e
98 biela, peças fundamentais da bomba, responsáveis em transformar o
movimento rotativo do acionador em movimento alternativo para a
cruzeta.

Um virabrequim poderá ter tantas bielas quantos forem os números


de cilindros que compõem a bomba.

• Cruzeta

A cruzeta é o elemento de ligação entre a biela e a haste.

• Cilindros

Os cilindros constituem a parte mais volumosa das bombas alternativas,


onde o pistão/embola está alojado e executa o seu movimento
alternativo. São peças fundidas.

• Válvulas

As válvulas são responsáveis por permitir a entrada e a descarga de


líquido conforme o curso da haste e o diferencial de pressão entre a
linha de processo e o interior da bomba.

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

• Caixa de vedação

A função da caixa de vedação é manter vazamentos mínimos ou em


alguns casos, estanqueidade entre o líquido de processo e a atmosfera.
A gaxeta é o tipo de elemento de vedação mais usual nestes tipos de
bombas. Fazem parte deste o preme-gaxeta e o anel de lanterna.

O preme-gaxeta, também conhecido, como “sobreposta” é


responsável pelo ajuste das gaxetas, quando as mesmas começam a
se desgastarem. É através da sobreposta que se regula o aperto das
gaxetas. Este ajuste não deverá ser em demasia a ponto de vedar
completamente o vazamento do líquido.

O anel de lanterna consiste de um anel bipartido instalado na caixa


de selagem como o objetivo de permitir a injeção de líquido para
selagem e refrigeração da região de vedação, e evitar a entrada de ar
para o interior da bomba para aquelas que operam pressão negativa 99
na sucção.

C) Bombas alternativas de diafragma

Uma bomba do tipo diafragma pode ser comparada a uma bomba


do tipo pistão, exceto em relação ao elemento proporcionador
do deslocamento, que está em contato com o líquido que é um
diafragma.

Esta membrana pode ser fabricada em borracha sintética, teflon, aços


inox, titânio etc.

Pequenos modelos deste tipo de bomba são usados como bombas


dosadoras de produtos químicos onde há necessidade de bombear
uma quantidade constante de um determinado produto químico no
processo.

O diafragma evita que o líquido bombeado entre em contato com


as partes internas do cilindro em função da agressividade do mesmo.
Estas bombas não requerem nenhum tipo de selagem.

RESERVADO
Alta Competência

Alem do acionamento mecânico ou por pressão hidráulica, o tipo mais


comum deste tipo de bomba é aquele acionado por ar comprimido.
Essas bombas são basicamente constituídas por um sistema de duas
bombas que trabalham combinadas em uma. Enquanto uma delas
está no ciclo de sucção a outra está no ciclo de descarga. As válvulas
de ar atuam automaticamente pressurizando um dos lados da câmara
do diafragma enquanto a outra câmara do diafragma é ventada.

Diafragma acionado mecanicamente

100

Acionamento do diafragma

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

Acionamento por ar comprimido

Acionamento hidráulico

101

Acionamento hidráulico

3.2.3. Classificação das bombas alternativas

As bombas alternativas podem ser classificadas em relação:

A) A posição dos cilindros;

B) Ao número de cilindros;

C) À ação de bombeamento;

D) À possibilidade de variação do curso do bombeador.

RESERVADO
Alta Competência

A) Com relação à posição dos cilindros, as bombas alternativas são


classificadas em horizontais e verticais.

Bombas alternativas vertical

102

Bombas alternativas horizontal

B) Em relação ao número de cilindros, elas são classificadas em:

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

Simplex (um cilindro) Duplex (dois cilindros)

103

Triplex (três cilindros) Multiplex (Mais de três cilindros)

C) Em relação à ação de bombeamento, as bombas alternativas são


classificadas em:

Simples efeito A sucção e a descarga são feitas somente em um dos lados.

A sucção e a descarga são feitos em ambos os lados. Enquanto


Duplo efeito um lado succiona o outro lado descarrega o líquido e vice-versa.

D) Com relação à possibilidade de variação do curso do bombeador,


temos a seguinte classificação:

Curso constante Mais usuais.


Curso variável Proporciona variar a vazão, daí serem denominadas dosadoras.

RESERVADO
Alta Competência

Controle de vazão
(curso variável)

3.2.4. Campo de aplicação das bombas alternativas

As bombas alternativas podem ser utilizadas na indústria química


no processo de dosagem, no bombeamento de água para caldeiras,
pois utilizam o próprio vapor da caldeira para movimentá-las e no
acionamento de prensas na indústria metal-mecânica
104
3.2.5. Características básicas das bombas alternativas

Vejamos a seguir, um conjunto de informações, bem como algumas


de suas características:

Utilizadas para altas pressões (70 a 200 kgf/cm2) e extrema pressão, aproximadamente
10.000 PSI, podendo chegar até 100.000 PSI para aplicações de corte de materiais;
Vazões baixas – (Por exemplo: 3,6 m3/h - Sistema de Glicol);
Vazões precisas – bombas dosadoras;
Líquidos com alto teor de sólidos em suspensão;
Podem ser utilizadas com líquidos viscosos;
Onde a porcentagem de gás dissolvida no líquido seja elevada;
Pode ser utilizado variador de freqüência para controle da vazão de bombas alternativas
convencionais ou variação do curso do bombeador nas dosadoras;
Fácil aspiração, melhor eficiência (95%), conseguem altas pressões;
Sistemas onde uma vazão pulsátil seja tolerável (normalmente necessitam amortecedor de
pulsação);
Ocupam grande espaço;
Vibram muito;
Apresentam custos de aquisição e manutenção elevados;
Não há necessidade de escorva da bomba.

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

3.3. Bombas rotativas

Nas bombas rotativas, o transporte do líquido é comandado pelo


movimento de rotação de um elemento bombeador (parafuso,
engrenagens, palhetas, lóbulos).

105
Estrutura básica de uma bomba rotativa

3.3.1. Tipos, componentes e classificação das bombas rotativas

Os tipos de bombas rotativas mais usuais em unidades de produção


são:

A) Bombas rotativas tipo engrenagens;

B) Bombas rotativas tipo parafuso (Duplo Parafuso ou 3


parafusos);

C) Bombas rotativas tipo helicoidais ou cavidades progressivas


(BCP).

A seguir apresentaremos algumas informações básicas sobre cada um


dos principais tipos.

RESERVADO
Alta Competência

A) Bombas rotativas tipo engrenagens

As bombas rotativas de engrenagens externas são bombas que


funcionam pela ação de duas engrenagens trabalhando dentro da
carcaça da bomba com folgas bastante reduzidas. Com o movimento
rotativo, um vácuo parcial é formado durante o desengrenamento
do par de engrenagens, no lado da sucção, quando então o líquido
é aspirado para o interior da bomba. O líquido, aprisionado entre
os dentes das engrenagens e a carcaça, é conduzido para o bocal de
descarga da bomba onde o engrenamento dos dentes provoca a sua
saída através do bocal de descarga.

É importante lembrar que o sentido de rotação das bombas determina


quais serão os bocais de sucção de descarga.

Nos modelos de bombas onde uma engrenagem aciona a outra, a


106 engrenagem movida normalmente gira apoiada sobre mancais do
tipo bucha. Nestes casos, os mancais alojados na carcaça são banhados
com o líquido bombeado. Conseqüentemente, estes mancais e as
engrenagens são dependentes da qualidade lubrificante do líquido
bombeado.

Em outros modelos de bombas rotativas, as engrenagens não se


tocam e ambas são acionadas através de um par de engrenagens
sincronizadoras do lado externo da bomba. Ambos os eixos atravessam
a carcaça da bomba necessitando de um sistema de vedação nos
referidos pontos. Este tipo de bomba é muito utilizado em sistemas
de lubrificação, abrangendo uma faixa (range) de pressão de 1 até
200 bar.

aPrincipio de funcionamento
b c
das bombas rotativas de engrenagens
d

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

Selo

Sucção
Engrenagem
Junta motriz
da tampa Eixo de
acionamento

Flange

Descarga
Mancais
Engrenagem
movida

Componentes de uma bomba de engrenagem

Os principais tipos de engrenagens são classificados em:

• Engrenagem de dentes retos; 107

• Engrenagem de dentes helicoidais;

• Engrenagem de dentes em espinha de peixe.

Dentes retos: Apresentam muito ruído e


baixa eficiência.

Dentes helicoidais: Apresentam um


engrenamento mais suave. Não há
retenção de líquido entre os dentes,
conseqüentemente possui uma boa
eficiência.

Dentes em espinha de peixe:


Componentes axial e radial são anuladas.
Muito silenciosas. Maior Eficiência
Volumétrica.

RESERVADO
Alta Competência

B) Bombas rotativas tipo parafuso

As bombas rotativas tipo parafuso são normalmente dotadas de dois


parafusos, que têm movimentos sincronizados através de um par de
engrenagens sincronizadoras.

Os filetes dos parafusos não mantêm contato entre si, porém as folgas
são bastante reduzidas, pois o rendimento volumétrico da bomba
depende, dentre outros fatores, destas folgas.

Essas bombas são bastante utilizadas para o transporte de líquidos de


viscosidade elevada.

Para viscosidades na faixa de 100 a 500 cSt (centistokes), normalmente


é recomendável realizar uma análise comparativa entre a viabilidade
de usar bombas centrifugas ou de deslocamento positivo. Porém,
108 acima de 500 cSt a tendência é utilizar este tipo de bomba.

As bombas tipo parafuso podem apresentar 2 ou 3 parafusos.

Estas bombas apresentam como características principais:

• Vazão uniforme;

• Boa tolerância à presença de ar e gás;

• São bastante compactas;

• Baixa vibração.

Em contrapartida, são bastante sensíveis à presença de material


abrasivo e a variação da viscosidade, fazendo com que a sua
eficiência volumétrica caia com o aumento das folgas e/ou queda
da viscosidade. Elas também apresentam alto custo devido a folgas
e tolerâncias de usinagem e necessitam de maiores cuidados nos
ajustes de manutenção. A ilustração a seguir mostra os principais
componentes de uma bomba rotativa tipo parafuso:

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

Camisa interna (liner) Corpo da bomba


Engrenagens de
sincronização

Rolamentos
Selo mecânico
ou gaxetas
Fusos

Componentes de uma bomba tipo parafuso

Quando a bomba é projetada para serviços pesados, projeta-se um


conjunto de engrenagens instaladas na parte externa da carcaça
para a transmissão do torque do eixo motriz para o eixo acionado.
109
Este conjunto de engrenagens é chamado de engrenagens de
sincronização.

Bombas de parafusos com destaque para


engrenagens de sincronização

Engrenagens de sincronização

RESERVADO
Alta Competência

Par de Parafusos

110 As bombas rotativas do tipo Parafuso podem ser classificadas, conforme


o sentido de escoamento de líquido no interior da carcaça em:

• Fluxo unidirecional;

• Fluxo reverso;

• Fluxo em contracorrente.

Fluxo
unidirecional

Fluxo
reverso

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

Fluxo em
contracorrente

Quanto ao número de parafusos, estas bombas podem ter 2 ou 3


parafusos.

Sucção

Carcaça
Parafuso acionado

Parafuso
Bomba com acionador 111
3 parafusos

Parafuso acionado
Descarga B

Parafuso acionado
(movido)
Acionador (motriz é o
eixo que está para fora da
carcaça da bomba)

Bomba com
2 parafusos

RESERVADO
Alta Competência

C) Bombas rotativas tipo helicoidais ou de cavidades progressivas


(BCP)

As bombas helicoidais ou bombas de cavidades progressivas (BCP) são


também conhecidas por monofuso ou bombas nemo. Nesse tipo de
bomba, devido à geometria das roscas do estator e impelidor, forma-
se uma seqüência de cavidades entre a sucção e a descarga. Com
o movimento oscilatório do parafuso, as cavidades abrem e fecham
de maneira progressiva e ininterrupta, conduzindo o líquido até a
descarga, conseguindo, deste modo, um escoamento sem pulsação.

A pressão de descarga é uma função do comprimento e passo do


conjunto impelidor-estator.

Principio de funcionamento de uma BCP

112

(a)

O esquema ao lado
representa estágios do
ciclo de funcionamento
da bomba de cavidade
(a) progressiva. (b)

(a) (b)

(c)

(c) (d)
(c) (d)

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

Os principais componentes deste tipo de equipamento são:

• Carcaça - Estrutura em ferro fundido;

• Impelidor - Parafuso em aço tratado termicamente ou com aplicação


de cromo duro. É resistente à abrasão e corrosão, sendo usinado com
alta precisão;

• Estator - Elastômero com perfil de rosca interna helicoidal de dupla


entrada (Passo do estator é o dobro do passo do impelidor). Fabricado
em material Buna-N ou Viton, variando a dureza, e a folga entre
estator e impelidor. O estator é vulcanizado no interior da carcaça.

Vedação do eixo
Flange de sucção Eixo
acionamento
Estator
113

Impelidor
(parafuso) Articulação Mancais

Bomba de Cavidades Progressivas em corte

As Bombas de Cavidade Progressiva ainda apresentam as seguintes


características:

• Estator confeccionado em elastômero;

• Escoamento sem pulsação;

• Baixa pressão, baixa vazão;

• Não tolera trabalho a seco;

• Rendimento independe da Viscosidade (interferência);

RESERVADO
Alta Competência

• Grande range de viscosidades;

• Boa tolerância a abrasivos podendo chegar a 80% de material


abrasivo;

• Boa tolerância a gás.

Os campos de aplicação das Bombas de Cavidades Progressivas são:

• Fluxos multifásicos, como óleo, água com adição de areia;


Exemplos: slop tank, caisson de produção;

• Petróleo de alta viscosidade;

• Indústria alimentícia;
114
• Condensado de gás.

3.4. Principais diferenças entre bombas centrífugas e bombas


volumétricas

Vejamos no quadro a seguir, um resumo das principais diferenças


entre as bombas volumétricas e as bombas centrifugas:

Bombas centrífugas Bombas volumétricas


H = a - b.Q Q = k.rpm
Líquido com mesmo movimento do órgão
Há movimento relativo;
mecânico;
Energia transferida sob a forma cinética Transferência de energia diretamente na forma
e de pressão; de pressão;
Maior range de vazão com pressões
Alta pressão em baixas vazões;
limitadas em baixas vazões;
Restrições que devem ser analisadas
Opera bem com líquidos viscosos
para líquidos de alta viscosidade;
Vazão depende da contrapressão do
Vazão independe da contrapressão do sistema;
sistema
Melhor tolerância a abrasivos quando
Baixa tolerância a líquidos abrasivos.
previstos no projeto.

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

3.5. Exercícios

1) Identifique e utilize, a partir dos conceitos apresentados, uma das


opções apresentadas para completar adequadamente as frases refe-
rentes ao princípio de funcionamento das bombas volumétricas:

a) As bombas volumétricas ou de deslocamento positivo são aque-


las nas quais a energia é fornecida ao líquido diretamente e unica-
mente ____________________.

(sob a forma de movimento) / (sob a forma de expansão)


(sob forma de pressão)

b) Em oposição ao que acontece com as bombas centrífugas,


no caso das bombas volumétricas não há transformação de
_________________________.

(energia de velocidade em pressão) / (energia elétrica em movimento)


(energia mecânica em elétrica). 115
2) Marque com um X as opções que constituam características pró-
prias das bombas volumétricas:

Nas bombas volumétricas:

( ) a energia estática se transforma em energia de velocidade.


( ) o incremento da quantidade de pressão permite vencer os
efeitos combinados de atrito, pressão e gravidade.
( ) a movimentação do líquido é diretamente causada pela
movimentação do elemento bombeador.
( ) a vazão média permanece praticamente constante,
independente da contrapres são, desde que a rotação seja
mantida constante.

RESERVADO
Alta Competência

3) Relacione os principais tipos construtivos de bombas volumétricas


as respectivas aplicações, numerando, adequadamente, a coluna da
direita:

1. Bombas ( ) São bombas bastante utilizadas


alternativas de para o transporte de líquidos de
pistão viscosidade elevada.
2. Bombas ( ) Constituem o tipo de construção
alternativas de de bmba de maior aplicação.
êmbolo

3. Bombas ( ) São usadas em sistemas de


alternativas de lubrificação, abrangendo um range
diafragma de pressão de 1 até 200bar.

4. Bombas rotativas ( ) São usados como bombas dosadoras


tipo parafuso de produtos químicos quando
116 há necessidade de bombear uma
quantidade constante de produto
químico no processo

5. Bombas rotativas ( ) São usadas para pressões maiores


tipo helicoidais que o range coberto pelas bombas
ou cavidades de pistão.
progressivas (BCP)

6. Bombas rotativas ( ) São aplicáveis a fluxos multifásicos,


tipo engrenagens petróleo de alta viscosidade, em
condensado de gás e na Indústria
alimentícia.

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

3.6. Glossário
Anel bipartido - anel de desgaste usado na vedação entre partes do motor.

BCP - Bomba de Cavidade Progressiva.

Biela - componente de uma máquina capaz de transformar um movimento retilíneo


alternativo em um movimento circular contínuo.

Bomba rotativa - nome genérico que designa uma gama de variedades de


bombas.

Contrapressão - pressão exercida no sentido contrário ao do fluxo principal de um


fluido, provocada pela formação de recirculação ou de turbilhonamento.

Escorva - retirada de ar de um sistema de bombeamento.

Estanqueidade - capacidade de conter, de impedir que um líquido escoe, de


estancar, parar, interromper.

Estator - camisa de vedação da bomba de cavidade progressiva.


117

Fluxo multifásico - escoamento de uma mistura complexa contendo óleo, água e


gás.

Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás


(palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor,
é capaz de impulsionar um líquido;

Range - faixa, alcance.

Recalque - sinônimo de descarga. Local por onde sai o fluxo de líquido após ser
impulsionado pela bomba.

Torque - força que tende a rodar ou virar objetos

Virabrequim - eixo presentes em motores e bombas que tem a função de transformar


o movimento alternativo (de sobe e desce) dos pistões em movimento contínuo de
rotação.

RESERVADO
Alta Competência

3.7. Bibliografia
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio
de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.

LIMA, Epaminondas Pio Correia. A mecânica das bombas. Gráfica Universitária.

118

RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas

3.8. Gabarito
1) Identifique e utilize, a partir dos conceitos apresentados, uma das opções
apresentadas para completar adequadamente as frases referentes ao princípio de
funcionamento das bombas volumétricas:

a) As bombas volumétricas ou de deslocamento positivo são aquelas nas quais a


energia é fornecida ao líquido diretamente e unicamente sob forma de pressão.

(sob a forma de movimento)/ (sob a forma de expansão)/ (sob forma de pressão)

b) Em oposição ao que acontece com as bombas centrífugas, no caso das bombas


volumétricas não há transformação de energia de velocidade em pressão.

(energia de velocidade em pressão)/ (energia elétrica em movimento)/(energia


mecânica em elétrica).

2) Marque com um X as opções que constituam características próprias das bombas


volumétricas:

Nas bombas volumétricas:

( ) a energia estática se transforma em energia. de velocidade


119
(X) o incremento da quantidade de pressão permite vencer os efeitos combinados
de atrito, pressão e gravidade.

(X) a movimentação do líquido é diretamente causada pela movimentação do


elemento bombeador.

(X) a vazão média permanece praticamente constante, independente da


contrapressão, desde que a rotação seja mantida constante.

3) Relacione os principais tipos construtivos de bombas volumétricas as respectivas


aplicações, numerando, adequadamente, a coluna da direita:

1. Bombas alternativas ( 5 ) São bombas bastante utilizadas para o transporte


de pistão de líquidos de viscosidade elevada.
2. Bombas alternativas ( 1 ) Constituem o tipo de construção de bmba de
de êmbolo maior aplicação.
3. Bombas alternativas ( 6 ) São usadas em sistemas de lubrificação,
de diafragma abrangendo um range de pressão de 1 até
200bar.
4. Bombas rotativas tipo ( 3 ) São usados como bombas dosadoras de produtos
parafuso químicos quando há necessidade de bombear
uma quantidade constante de produto químico
no processo
5. Bombas rotativas tipo ( 2 ) São usadas para pressões maiores que o range
helicoidais ou cavidades coberto pelas bombas de pistão.
progressivas (BCP)

6. Bombas rotativas tipo ( 4 ) São aplicáveis a fluxos multifásicos, petróleo de


engrenagens alta viscosidade, em condensado de gás e na
Indústria alimentícia.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 4
Curvas de
Performance
ou Curvas
Características

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar as curvas características de uma bomba


centrífuga;
• Reconhecer os fenômenos hidráulicos que acontecem com
a bomba quando operada fora dos limites aceitáveis.

RESERVADO
Alta Competência

122

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

4. Curvas de Performance ou
Curvas Características

A s “curvas características” fornecem informações importantes


para a escolha e utilização das bombas.

4.1. Curvas características das bombas (altura manométrica


total, potência, rendimento e vazão).

Curvas características das bombas são representações gráficas


que traduzem o funcionamento da bomba, obtidas através de
experiências do fabricante, que fazem a bomba vencer diversas
alturas manométricas com diversas vazões, verificando também a
potência absorvida e a eficiência da bomba. 123

4.1.1. Obtenção da curva característica de uma bomba

O levantamento das curvas características das bombas é realizado


pelo fabricante do equipamento, em bancos de prova equipados
para tal serviço. A seguir está representado um esquema para ajudar
a compreender melhor esse quesito

Medidor de vazão
Reservatório de
água a temperatura
ambiente
Manômetros
Ps Pd
Válvula

Bomba

RESERVADO
Alta Competência

Considerando-se que:

• Ps seja a pressão de sucção no flange de sucção da bomba;

• Pd seja a pressão de descarga no flange de descarga da


bomba;

• A bomba em questão esteja com um diâmetro de impelidor


conhecido;

• Exista uma válvula situada logo após a flange de descarga


(bocal de recalque) da bomba, com a finalidade de controle de
vazão;

• Exista um medidor de vazão, seja ele qual for, para obtermos


os valores da vazão em cada instante.
124

De uma maneira simplificada, as curvas características são traçadas


da seguinte forma, conforme as etapas a seguir:

1º) Coloca-se a bomba em funcionamento, com a válvula de descarga


totalmente fechada (Q = 0). A pressão desenvolvida pela bomba será
igual a pressão de descarga (Pd) menos a pressão de sucção (Ps). Com a
pressão diferencial, obtém-se a altura manométrica (H) desenvolvida
pela bomba, através da fórmula:

Vd - velocidade do liquido na descarga da bomba. Corresponde à vazão


dividida pela área da seção transversal da tubulação correspondente
ao ponto de instalação do manômetro de descarga.

Vs - velocidade do liquido na sucção da bomba. Corresponde à vazão


dividida pela área da seção transversal da tubulação correspondente
ao ponto de instalação do manômetro de sucção,

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

Essa altura é normalmente conhecida como altura shut-off( H0), ou


seja, altura desenvolvida pela bomba correspondente a vazão zero, a
qual chamaremos de H0.

2º) Abre-se parcialmente a válvula, obtendo-se assim uma nova


vazão, determinada pelo medidor de vazão, a qual chamaremos de
Q1 e procede-se de maneira análoga a anterior, para determinarmos
a nova altura desenvolvida pela bomba nesta nova condição, a qual
chamaremos de H1.

3º) Abre-se um pouco mais a válvula, obtendo-se assim uma vazão Q2


e uma altura H2, da mesma forma que anteriormente descritas.

4º) Continuando o processo algumas vezes, obtemos outras relações


entre a vazão e altura. Esses valores podem ser plotados em um
gráfico, onde no eixo das abscissas (eixo horizontal) indica os valores
das vazões e no eixo das ordenadas (vertical) estão os valores das 125
alturas manométricas.

H0
Vazão (Q) Altura (H)
H1
Q0 H0
H2 Q1 H1
Q2 H2
H3
Q3
Vazão (Q) Altura (H) H3
Q0 H0
Q1 H1
Q0 Q1 Q2 Q3 Q
Q2 H2
Q3 H3
Gráfico: vazão x altura manométrica

Normalmente, os fabricantes alteram diâmetros de impelidores para


um mesmo equipamento, obtendo-se assim a curva da bomba com
uma família de diâmetros de impelidores, como mostrado a seguir.

RESERVADO
Alta Competência

D1

D2

D3
D4

D5

Q
D1 > D2 >D3 > D4 >D5

Gráfico: altura manométrica x vazão

Onde:
126
H - altura manométrica;

Q - vazão;

D - diâmetro do rotor.

4.2. Tipos de curvas características das bombas

As curvas características das bombas, também chamadas de curvas


características do impelidor podem apresentar gráficos típicos,
dependendo do tipo de bomba, da largura dos impelidores, da
quantidade de pás dos impelidores, do ângulo de inclinação destas
pás, A seguir estão relacionados algumas dessas curvas:

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

Curva tipo Estável ou tipo Rising

Neste tipo de curva, a altura aumenta


continuamente com a diminuição da
vazão. A altura correspondente da
vazão nula é cerca de 10% a 20%
maior que a altura para o ponto de
maior eficiência.

Curva tipo Instável ou tipo Drooping

H
Nesta curva, a altura produzida com a
vazão zero é menor do que as outras 127
correspondentes a algumas vazões.
Neste tipo de curva, verifica-se que
para alturas superiores ao shut-off,
dispomos de duas vazões diferentes,
para uma mesma altura.
Q

Curva tipo Inclinado ou tipo Steep


H

É uma curva do tipo estável, em que


existe uma grande diferença entre
a altura desenvolvida na vazão zero
shut-off e a desenvolvida na vazão
projeto, ou seja, cerca de 40% e 50%.

RESERVADO
Alta Competência

Curva tipo Plana ou tipo flat

Nesta curva, a altura varia muito


pouco com a vazão, desde o shut-off
até o ponto de projeto.

Curva tipo Instável


H

128 É a curva na qual para uma mesma


altura, corresponde duas ou
mais vazões num certo trecho de
instabilidade. É semelhante a curva
drooping.

Q1 Q2 Q3 Q

4.3. Curva de potência consumida pela bomba

Na bomba, que está sendo testada, estão instalados instrumentos de


medições elétricas, como por exemplo, watímetros, amperímetros,
voltímetros etc, que fornecem dados para podermos traçar as curvas
de potência consumida versus vazão (P x Q) a partir das características
elétricas do motor. Os dados necessários para o levantamento das
curvas PxQ são coletados durante o teste de bancada.

Essas curvas são plotadas em um gráfico, onde no eixo das


abscissas ou eixo horizontal, temos valores de vazão (Q) e no
eixo das ordenadas ou eixo vertical os valores de potência
consumida (P).

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

4.3.1. Tipos de curvas de potência consumida

As curvas de potência versus vazão também possuem características


específicas de acordo com a forma que apresentam.

As bombas centrífugas se subdividem em três tipos de fluxo:

• Fluxo radial;

• Fluxo axial;

• Fluxo misto.

Para cada tipo de fluxo, podemos identificar a existência de uma


curva típica de potência consumida diferente. A seguir apresentamos
os gráficos de referência. 129

Curva de potência de uma bomba de fluxo misto ou semi-axial


P
Neste tipo de curva, a potência
consumida aumenta até certo ponto,
mantendo-se quase constante com o
aumento da vazão. Esta curva tem a
vantagem de não apresentar grande
variação da potencia com o acréscimo
da vazão. Estas curvas são chamadas
de “no over loading”.
Q

RESERVADO
Alta Competência

Curva de potência de uma bomba de fluxo radial

Neste tipo de curva, a potência


aumenta continuamente com P
a vazão ate um limite que esta
relacionado com as condições
hidráulicas da bomba. O motor deve
ser dimensionado de modo que sua
potência cubra todos os pontos de
operação. Nos sistemas com alturas
variáveis, é necessário verificar as
alturas que poderão ocorrer, para se
evitar a sobrecarga do motor. Estas Q
curvas são chamadas “over loading”.

Curva de potência de uma bomba de fluxo axial


P
130
Neste tipo de curva, a potência
consumida decresce com o aumento
da vazão. Portanto a partida da bomba
com a válvula de descarga fechada, ao
contrario das outras bombas, inflige a
maior carga sobre o motor.

4.4. Cálculo da potência consumida pela bomba

O cálculo tem como finalidade a seleção da bomba que será usada no


trabalho. Todos os dados utilizados no cálculo devem ser reais.

4.4.1. Potência hidráulica

O trabalho útil realizado por uma bomba centrífuga é, naturalmente,


o produto do peso do líquido deslocado pela altura desenvolvida. Se
considerarmos este trabalho na unidade de tempo, temos potência
hidráulica, que é expressa pela fórmula:

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

Onde:

Ph = Potência hidráulica (cv);

γ = Peso específico do líquido (kgf/dm³);

Q = Vazão (m³/h);

H = Altura manométrica (m);

270 = Fator de conversão de unidade para cavalo-vapor (cv).

4.4.2. Potência consumida pela bomba

Para calcularmos a potência consumida pela bomba, basta utilizarmos


o valor do rendimento da bomba, pois a potência hidráulica não é igual 131
à potência consumida, pois existem perdas por atrito e recirculação
interna de liquido na bomba.

4.5. Rendimento

Chamamos de rendimento (η) a relação entre potência hidráulica (Ph)


e potência consumida (P) pela bomba.

Então:

RESERVADO
Alta Competência

Da mesma forma é possível calcular a potência consumida a partir da


seguinte fórmula:

Onde:

P = Potência consumida pela bomba(cv);

γ = Peso específico do líquido (kgf/dm³);

Q = Vazão (m³/h);

132 H = Altura manométrica (m);

η = Rendimento, lido na curva da bomba;

270 = Fator de conversão de unidade para cavalo-vapor(cv).

4.5.1. Curvas de rendimento

O rendimento pode ser representado graficamente através do


gráfico a seguir:

Q ótimo Q
Gráfico: rendimento x vazão

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

A vazão ótima, também definida pelo valor Q ótimo corresponde ao


ponto de melhor eficiência da bomba considerando um determinado
diâmetro do impelidor.

22
266
20
247
18

16
234
14
P (CV) 220
12

10

4
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Q (m3/h) 133
Exemplo de P (potencia consumida) x Q para diâmetros diferentes
pertencente ao modelo MEGANORM 80-250 do fabricante KSB.

4.5.2. Curvas de isorendimento

Toda bomba apresenta limitação de impelidores, ou seja, a família


de impelidores em uma curva característica vai desde um diâmetro
máximo até um diâmetro mínimo. O diâmetro máximo é conseqüência
do espaço físico existente no interior da bomba e o diâmetro mínimo
é limitado hidraulicamente, ou seja, se utilizarmos diâmetros menores
dos que indicados nas curvas das bombas, teríamos problemas de
funcionamento da bomba, baixos valores de vazão, baixas alturas
manométricas, baixos rendimentos etc.

As curvas de rendimento das bombas, encontradas em catálogos


técnicos dos fabricantes, se apresentam, em alguns casos, plotadas
isoladamente, ou seja, o redimento obtido para cada diâmetro de
impelidor em função da vazão. Em outros, que é o mais comum,
apresentam-se plotadas sobre as curvas dos diâmetros dos impelidores.
Esta nova representação baseia-se em plotar sobre a curva Q x H de
cada impelidor, o valor do rendimento comum para todos os demais.
Posteriormente unem-se os pontos de mesmo rendimento, formando
as curvas de rendimento das bombas.

RESERVADO
Alta Competência

Essas curvas são também chamadas de curvas de isorendimento. A


seguir apresentamos um exemplo de uma dessa representação:

H 70%
80%
85%
86%
85%
80%
70%
D1

η (%) D2

D3
86
85
80

70
D1
134 D3 D2

Gráfico: altura manométrica x vazão x rendimento


para cada diâmetro do rotor

KSB Meganorm 80 - 250 - IV pólos (1750 rpm)


40

41
35 51 56
61
66
68,5
71
71,5%
30 71
68,5
66
H (m) 25
266
20 247
234
63,5
15 220

10
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Q (m3/h)

Exemplo de curva HxQ com as curvas de isorendimento para diâmetros diferentes


pertencente ao modelo MEGANORM 80-250 do fabricante KSB.

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

4.6. Curva de NPSH (Net Positive Suction Head)

Atualmente, toda curva característica de uma bomba, inclui a curva do


NPSH requerido (NPSHr) em função da vazão. Esta curva representa
a energia mínima necessária que o líquido deve ter, em unidades
absolutas, no flange de sucção da bomba, para garantir seu perfeito
funcionamento.

Essas curvas características são normalmente apresentadas pelos


fabricantes de bombas centrifugas sendo levantadas em bancada de
teste utilizando-se a água como fluido de trabalho. Esses testes são
regulamentados por entidades normativas especificas que definem
detalhadamente equipamentos, limites, critérios, conversões etc.

NPSHr

135

Curva típica do NPSH requerido de uma bomba centrifuga

4,5 266

3,5

NPSH (m) 2,5

1,5

0,5
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Q (m /h)
3

Exemplo de curva NPSHr x Q para impelidor de Maximo diamentro do


modelo MEGANORM 80-250 do fabricante KSB.

RESERVADO
Alta Competência

4.7. Ponto de trabalho

Quando movimentamos liquido de um ponto ao outro numa


tubulação, as parcelas Hg, Hp e Hv se alteram. Para manter a soma
dessas parcelas constante entre dois pontos foi necessário introduzir
o conceito de perda de carga. Portanto quando necessitamos escoar
uma determinada vazão de liquido do ponto 1 ao 2, a diferença
entre as parcelas : (Hg+Hp+Hv)2 - (Hg+Hp+Hv)1 + (as perdas de carga
por fricção na tubulação do ponto 1 ate a sucção da bomba) + (as
perdas de carga da descarga ate o ponto 2), representam a energia
por unidade de peso que a bomba terá que fornecer ao liquido para
que o mesmo saia do ponto 1 e atinja o ponto 2.

Hp2

Hp1
Hv2
136
Hv1

Hg2
Hg1
s d

Logo para traçarmos a curva do sistema devemos calcular essas


parcelas variando-se a vazão de zero ate um determinada vazão
definida pelo projetista. Como podemos identificar na figura abaixo
a curva é composta de uma parcela estática que representa as cargas
que independem da vazão e uma parcela dinâmica que varia com a
vazão do sistema.

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

Dinâmica

Estática

Se plotarmos a curva do sistema no mesmo gráfico onde estão as


curvas características das bombas, obteremos o ponto normal de
trabalho na intersecção dessas curvas. 137

H
P
Curva do sistema
η
ηt
Ponto de trabalho
Ht
Curva de potência
consumida

Pt Curva de rendimento

Curva da bomba

Qt Q

A curva anterior mostra que esta bomba teria como ponto normal de
trabalho:

RESERVADO
Alta Competência

• Vazão ótima(Qt);

• Altura (Ht);

• Potência consumida (Pt);

• Rendimento no ponto de trabalho (ηt).

4.7.1. Fatores que modificam o ponto de trabalho

Existem diversas maneiras de modificar o ponto de trabalho e deslocar


o ponto de encontro das curvas da bomba e do sistema.

Estas maneiras consistem em modificar a curva do sistema ou a curva


da bomba ou ambas.
138
A) Alteração do ponto de trabalho atuando no sistema

Alterar a curva do sistema consiste basicamente em manipular as


variáveis de um sistema (para o qual foi levantada a curva). Isso pode
ser feito de inúmeras formas.

A alteração mais usual da curva do sistema é realizada através do


fechamento parcial da válvula de descarga, com isto, aumenta-se a
perda de carga, fazendo com que a curva do sistema seja deslocada
para a esquerda. Desta forma, obteremos para uma bomba com curva
estável, um decréscimo de vazão.

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

Novo ponto de trabalho

H
Válvula parcialmente
aberta
Válvula aberta

Ponto de trabalho
inicial

Curva da bomba

É importante ressaltar que o mesmo efeito seria obtido com


o fechamento parcial da válvula de sucção. Entretanto, este 139
procedimento não é usado pela influência indesejável nas condições
de sucção.

Outras formas existentes alteram substancialmente o sistema e não


seria propriamente uma variação no ponto de trabalho do sistema
anterior e sim do ponto de trabalho de um novo sistema. Estas
alterações seriam, por exemplo:

• Variação nas pressões dos reservatórios;

• Mudança no diâmetro das linhas;

• Inclusão ou exclusão de acessórios na linha;

• Modificação do desenho (lay-out) das linhas;

• Mudança das cotas dos líquidos.

RESERVADO
Alta Competência

B) Alteração do ponto de trabalho atuando na bomba

As maneiras mais usuais de modificar a curva característica de uma


bomba são de variar a rotação da bomba ou variar o diâmetro do
impelidor da bomba.

• Variação da rotação da bomba.

Ponto de trabalho 2
H Ponto de trabalho 1

Curva da bomba

Rotação 1 > rotação 2

Rotação 1
140
Rotação 2

Qt2 Qt1

• Variação do diâmetro do impelidor da bomba

Ponto de trabalho 2
H Ponto de trabalho 1

Curva da bomba

Rotação 1 > rotação 2

Diâmetro 1

Diâmetro 2

Qt2 Qt1

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

C) Efeito da mudança de rotação nas curvas características

Existe uma proporcionalidade entre os valores de vazão (Q), altura (H)


e potência (P) com a rotação. Assim sendo, sempre que alterarmos
a rotação de uma bomba haverá, em conseqüência, alteração nas
curvas características, sendo a correção para a nova rotação feita a
partir das seguintes proporções:

• A vazão é proporcional à rotação.

Q = Vazão na rotação conhecida


Q1= Vazão na nova rotação
N = Rotação conhecida
N1 = Nova rotação

141
• A altura manométrica varia com o quadrado da rotação.

H = Altura na rotação conhecida


H1= Altura na nova rotação
N = Rotação conhecida
N1 = Nova rotação

P = Potência na rotação conhecida


P1= Potência na nova rotação
N = Rotação conhecida
N1 = Nova rotação

Ou seja:

RESERVADO
Alta Competência

Assim sendo, sempre que alterarmos a rotação deve ser feita a


correção das curvas características através das relações anteriormente
apresentadas para a determinação do novo ponto de trabalho. As
relações vistas anteriormente também são chamadas de leis de
semelhança ou leis de similaridade.

D) Efeito da variação do diâmetro do impelidor nas curvas


características

Se reduzirmos o diâmetro de um impelidor radial de uma bomba,


mantendo a mesma rotação, a curva característica da bomba se altera
aproximadamente de acordo com as seguintes equações:

Q = vazão no diâmetro conhecido


Q1 = vazão no novo diâmetro

142 D = diâmetro conhecido


D1 = novo diâmetro

H = altura no diâmetro conhecido


H1 = altura no novo diâmetro
D = diâmetro conhecido
D1 = novo diâmetro

Q = potência no diâmetro conhecido


Q1 = potência no novo diâmetro
D = diâmetro conhecido
D1 = novo diâmetro

Ou seja:

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

O procedimento para levantamento das curvas características


para um novo diâmetro, em função das curvas características
fornecidas pelo fabricante para o diâmetro original, é análogo ao
levantamento das curvas feitas para variação da rotação, como
visto no item anterior.

De uma forma geral, a redução máxima permitida é de cerca de 20%


do diâmetro original. Esta redução é aproximada, visto que existem
impelidores que podem ser reduzidos em um percentual maior,
enquanto que outros não permitem redução além de pequenas
margens, sem sofrer efeitos adversos. Na realidade, essas reduções só
são permitidas em bombas centrífugas radiais; nas bombas centrífugas
de fluxo misto e, principalmente nas axiais, a diminuição do diâmetro
do impelidor pode alterar substancialmente o projeto inicial, devido
às variações nos ângulos e projetos das pás.

4.8. Cálculo do diâmetro do impelidor 143

Uma maneira de calcular o diâmetro do impelidor, quando o ponto de


operação está fora de um diâmetro conhecido na curva característica
da bomba, é o seguinte:

1º) Da origem do plano cartesiano, traça-se uma reta até o ponto


de operação desejado (H,Q). Caso o plano cartesiano não apresente
a origem, ou seja, altura manométrica zero (H=0), basta prolongá-
lo até encontrarmos sua origem, usando a mesma escala utilizada
no plano.

2º) A reta traçada deverá cortar a curva conhecida mais próxima ao


ponto de operação desejado, encontrando uma nova vazão Q1, e
uma nova altura H1, referente à curva com o impelidor D1.

3º) Através das fórmulas a seguir, encontra-se o valor do diâmetro (D)


desejado.

ou

RESERVADO
Alta Competência

4º) É interessante utilizar as duas fórmulas para cálculo. Caso os


diâmetros encontrados sejam diferentes, optar pelo maior valor.

Por exemplo, para uma vazão de 110 m3/h e uma altura manométrica
de 25 m, o ponto de trabalho não está em nenhuma curva padrão.

40

41
35 51 56
61
66
68,5 diâmetro D = ?
71
71,5%
30 71
68,5
66
H (m) 25
266
20 247
234 D1
63,5
15 220
Q1
144 10
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Q (m3/h)

4.9. Definição das faixas de vazão recomendadas pela norma


API 610

A vibração de uma bomba centrifuga varia em função da vazão.


Quando a vazão de uma bomba está próxima do ponto de melhor
eficiência (BEP – Best Efficiency Point) a sua vibração é mínima. À
medida que nos afastamos da mesma a vibração aumenta.

A taxa de variação da vibração com a vazão a partir do ponto de


melhor eficiência varia em função da densidade de energia da
bomba (relação potência x rotação), da sua velocidade específica e
da velocidade específica de sucção. Em geral, as variações da vibração
com a vazão são maiores à medida que aumentamos a densidade de
energia, para velocidades específicas alta e alta velocidade específica
de sucção.

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

Com estas características gerais, o range de vazão de operação de


uma bomba centrifuga pode ser dividido em duas regiões: uma
denominada “melhor região de operaçao”, e a outra, “região
recomendada” de operação. A “melhor região de operaçao”
corresponde a faixa de vazão entre 80% e 110% do ponto de
melhor eficiência (QBEP) e ao longo da qual a bomba exibe baixos
valores de vibração. Logo é fortemente recomendável que a bomba
selecionada no projeto atenda a esse requisito.

A outra, chamada “região recomendada” de operação, corresponde


à faixa de vazão entre 70% e 120% do ponto de melhor eficiência
(QBEP) na qual a vibração atinge valores ainda aceitáveis.

Fatores outros tais como taxa de elevação da temperatura e/ou o


aumento do NPSH requerido com a redução da vazão, podem ditar
uma região recomendada de operação mais estreita.
145
 Head

Região
Não recomendada

Região operacional

operacional
recomendada
permitida
Vibração

Limite de
vibração

0,7 QBEP 0,8 QBEP 1,1 QBEP 1,2 QBEP


QBEP Vazão (Q)

Regiões de operação recomendadas.

Região Operacional não recomendada (área listrada) corresponde


à faixa de vazão abaixo de 70% (0,7 QBEP) e acima de 120% (1,2
QBEP) da vazão associada ao ponto de melhor eficiência (QBEP). A
despeito da vazão mínima estável geralmente se encontrar abaixo
de 70% do BEP, a mesma ainda faz parte da região permitida de
operação da bomba. Entretanto, por razoes técnicas e econômicas,
não é recomendável a seleção de uma bomba que atenda o ponto
de projeto nesta região.

RESERVADO
Alta Competência

Região Operacional recomendada corresponde a faixa de vazão


entre 70% (0,7 QBEP) e 120% da vazão (1,2 QBEP) associada ao ponto
de melhor eficiência (QBEP)

Melhor região de operação corresponde a faixa de vazão entre 80%


(0,8 QBEP) e 110% (1,1 QBEP) da vazão associada ao ponto de melhor
eficiência.

4.10. Problemas dinâmicos e hidráulicos relacionados à operação


fora dos limites recomendados

É de fundamental importância que o técnico de operação saiba quais


os fenômenos hidráulicos que ocorrem no interior da bomba a partir
do momento que uma manobra operacional leve a bomba a operar
fora dos limites recomendados. O pleno conhecimento de “sintomas”
do equipamento decorrentes das suas ações determinará a “saúde”
146 do equipamento ao longo da sua vida.

4.10.1. Cargas radiais em bombas com voluta

Vejamos, agora, como se comportam as cargas hidráulicas radiais que


atuam sobre o eixo da bomba, com carcaça em voluta, à medida que
variamos a sua vazão em torno do ponto de melhor eficiência.

O gráfico a seguir mostra como a magnitude da carga radial varia


em função da vazão. Infelizmente, a carga radial sofrida pelo
impelidor é próximo de zero somente nas proximidades do ponto
de melhor eficiência.

ER

QBEP Q
Empuxo
Empuxo radial radial
x vazão x vazão
carcaça em voluta
carcaça em voluta

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

Durante as operações com vazões mais altas e mais baixas do que


ponto de melhor eficiência (BEP), a intensidade e sentido do empuxo
radial variam proporcionalmente a distância entre a vazão instantânea
e a vazão correspondente ao ponto de melhor eficiência.

Observando o gráfico anterior, verificamos também que a carga


radial é máxima quando a bomba está no shut-off, ou seja, vazão
nula, é praticamente nula nas proximidades da vazão de projeto e
torna a crescer à medida que nos afastamos dela.

Considerando que este empuxo será transmitido ao eixo e,


conseqüentemente, aos mancais e sistema de vedação, torna-se
extremamente importante que durante a operação das bombas
os técnicos de operação tenham plena consciência dos fenômenos
hidráulicos que por hora estão impondo ao equipamento.

A operação em demasia, seja em tempo e/ou freqüência, ao longo


147
da curva da bomba e distante do BEP podem levar o equipamento à
uma falha prematura.

Como forma de reduzir esta carga em altas vazões e heads, algumas


bombas são dotadas de carcaça em dupla voluta. Este efeito é
alcançado pelo auto-balanceamento das cargas produzidas pelas
volutas individualmente, ou seja, são cargas de mesma magnitude
e direção, porém em sentidos opostos. Entretanto, o custo dessa
redução dos esforços sobre o impelidor é uma ligeira diminuição na
eficiência da bomba, mas o balanço final é favorável à obtenção de
uma bomba com uma maior confiabilidade.

FR

BEP
0 Q

Carga radial x Vazão - Carcaça em dupla voluta

RESERVADO
Alta Competência

4.10.2. Operação com vazão reduzida

As bombas centrífugas são selecionadas para uma dada vazão e


altura manométrica total, na velocidade nominal, de forma que as
mesmas operem a maior parte do tempo nestas condições. Nestas
condições, a eficiência deverá ser máxima também.

Freqüentemente, entretanto, necessita-se que a bomba opere com


vazões e altura manométrica total que diferem consideravelmente
das condições de projeto. Este problema é grave para bombas
operando com vazões reduzidas, principalmente aquelas de alta
densidade de energia.

A diferença entre a potência consumida e a potência útil entregue ao


líquido representa a perda de potência dentro da bomba, exceto um
pequeno valor de energia associada às perdas nos mancais. Esta perda
de potência é convertida em calor e transferida para o líquido.
148
Se a bomba estiver operando em shut-off, a potência correspondente
é utilizada para aquecer a pequena quantidade de líquido no interior
da bomba. Enquanto este processo ocorre, a carcaça se aquece e parte
do calor é dissipado para a atmosfera circulante.

Assim, a taxa de elevação da temperatura no tempo poderia, de


forma simplificada, ser calculada através da seguinte expressão:

Onde:

∆T/t = aumento de temperatura em função do tempo;

Pot. (shut-off) = Potência consumida no shut-off;

ml = massa de líquido no interior da bomba;

cl = calor específico do líquido no interior da bomba.

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

Logo, conhecendo o valor da temperatura máxima admissível temos a


possibilidade de fazer uma estimativa do tempo máximo permissível
de operação com vazão nula.

4.10.3. Vazão mínima de uma bomba centrifuga

Em uma bomba centrífuga apenas uma parte da energia, entregue


ao eixo, é convertida em energia hidráulica. Parte dela é passada
ao líquido na forma de calor devido às fricções internas. Esta perda
de energia depende muito da vazão da bomba, como mostrado na
ilustração a seguir:

HP 

149
P

Perdas internas

Q
Perdas internas de energia

4.10.4. Recirculação interna e turbulência no impelidor

Como vimos no item anterior, o aumento da temperatura, ou seja,


fator térmico não é o único critério para a determinação da vazão
mínima. Quando a bomba está operando significativamente distante
do ponto de melhor eficiência, as linhas de fluxo no interior da bomba
mudam consideravelmente quando comparadas com as linhas no
ponto de melhor eficiência. Nesta condição é muito comum surgir um
turbilhonamento do fluxo na sucção ou na descarga do impelidor. Este
fenômeno é classicamente conhecido como “recirculação interna”.

RESERVADO
Alta Competência

Como conseqüência, temos a criação de zonas de baixa pressão que


para a respectiva temperatura operação promovem a vaporização do
líquido bombeado. As bolhas de vapor oriundas deste processo ao
atingirem zonas de alta pressão são colapsadas no interior da massa
líquida ou nas proximidades das paredes do impelidor. Este fenômeno
é denominado de “cavitação por recirculação”. Esse tipo de cavitação
induz erosão e vibração excessiva na bomba e na tubulação a qual
ela está ligada.

Descarga do
impelidor

Recirculação

150
Turbulência

Sucção do
impelidor

Recirculação no impelidor

Assim, estas bombas requerem vazões mínimas mais altas que as vazões
mínimas impostas por questões térmicas. Em média, a vazão mínima
hidráulica gira em torno de 25% a 35% da vazão correspondente ao
ponto de melhor eficiência.

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

4.11. Exercícios

1) Classifique as curvas características das bombas com os seus respec-


tivos tipos:

a) Tipo Estável ou tipo Rising b) Tipo Instável ou tipo Drooping


c) Tipo Inclinado ou tipo Steep d) Tipo Plana ou tipo flat

H H

( ) ( )

Q Q

H
H
151
( ) ( )

Q Q

RESERVADO
Alta Competência

4.12. Glossário
BEP - também simbolizado por QBEP. Corresponde ao ponto de trabalho no qual
uma bomba desempenha sua função com maior eficiência.

Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito


de forças de natureza mecânica.

Head - altura manométrica total do sistema.

Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás


(palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor,
é capaz de impulsionar um líquido.

QBEP - também simbolizado por BEP. Corresponde ao ponto de trabalho no qual


uma bomba desempenha sua função com maior eficiência.

Shut-off - altura desenvolvida correspondente à vazão "ø".

Vórtice - turbilhonamento ou redemoinho formado pela circulação de um fluido.


152

RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características

4.13. Bibliografia
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio
de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.

SILVA, Marcos Antonio da. Manual de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas


S/A. 4ª ed.

MACKAY, Ross. The Pratical Pumping Handbook. Elsevier Advanced Technology.

SULZER PUMPS LTDA. Suzer centrifugal Pump Handbook. 2th ed. Elsevier

153

RESERVADO
Alta Competência

4.14. Gabarito

1) Classifique as curvas características das bombas com os seus respectivos tipos:

a) Tipo Estável ou tipo Rising b) Tipo Instável ou tipo Drooping


c) Tipo Inclinado ou tipo Steep d) Tipo Plana ou tipo flat

H H

(c) (a)

Q Q

H
H

(d) (b)
154

Q Q

RESERVADO
Capítulo 5
Cavitação
e NPSH

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar o conceito de cavitação em uma bomba


centrifuga e suas conseqüências;
• Identificar os conceitos de NPSH, NPSH requerido e NPSH
disponível;
• Citar as principais conseqüências da cavitação.

RESERVADO
Alta Competência

156

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

5. Cavitação e NPSH

C
avitação e NPSH são tópicos muito importantes no estudo de
bombas. Esta importância se reflete não só na necessidade de
um entendimento adequado destes conceitos para execução
de projeto ou seleção do equipamento, como também para a solução
de diversos problemas operacionais dele decorrentes.

A cavitação, de forma bem simplificada, é um fenômeno associado


à formação de bolhas de vapor numa região da bomba onde a
pressão é menor que a pressão de vapor do líquido bombeado (na
temperatura de bombeio) e posterior colapso destas bolhas na região
de alta pressão.

O NPSH (Net Positive Suction Head) é a energia mínima em termos


absolutos, em metros de coluna de água, acima da pressão de vapor 157
do produto, a fim de evitar a formação destas bolhas de vapor.

Nesse estudo consideraremos a água como o líquido de trabalho, pois


representa uma substância pura, sendo o líquido mais comumente
utilizado em processos de bombeamento no mundo. Além disso,
suas propriedades são amplamente conhecidas, fato que leva os
fabricantes a usá-la como líquido para os testes de performance de
bombas, realizados para levantamento das curvas características do
equipamento.

5.1. Pressão de vapor

Um dos conceitos fundamentais para o entendimento da cavitação é


a pressão de vapor. A curva do gráfico a seguir ilustra este conceito:
para cada temperatura existe somente uma pressão na qual a presença
do líquido e vapor coexistem. Esta pressão é denominada “pressão de
vapor” do líquido. Ou seja, para uma determinada temperatura (T1),
à medida que a pressão é reduzida de P1 para P2, atinge-se um ponto
(bola preta) em que o líquido inicia um processo de vaporização.

RESERVADO
Alta Competência

P1
Pressão Linha de
vaporização

P2
Vapor

T1
Temperatura

Uma mistura de hidrocarbonetos, como o petróleo, apresenta, quando


comparado com uma substância pura, um comportamento diferente
em relação à temperatura. Cada componente desta mistura, para uma
dada temperatura, terá pressões de vapor em diferentes patamares.
Ou seja, para certa temperatura e pressão, os componentes mais
158 pesados estariam em solução na fase líquida, e os mais leves, na forma
gasosa, fora da solução.

5.2. O fenômeno da cavitação

A palavra cavitação vem do inglês “cavitation” e está associada à


palavra “cavity”, que significa “cavidade”, em português. Portanto, a
cavitação é um fenômeno associado a processos que envolvem algum
tipo de deterioração das superfícies do impelidor e da carcaça. Além
disso, ela exerce forte degradação da performance da bomba.

É fato aceito tradicionalmente, que se a pressão absoluta, em qualquer


ponto de um sistema de bombeamento, atingir valor igual ou inferior
à pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento,
parte deste líquido se vaporizará.

Nas regiões mais rarefeitas, formam-se pequenas bolsas, bolhas


ou cavidades, no interior dos quais o líquido se vaporiza. Nestas
condições, quando esta mistura atingir alguma região onde a pressão
absoluta for novamente superior à pressão de vapor do líquido na
temperatura de bombeamento, haverá o colapso das bolhas com
retorno à fase líquida.

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

Na realidade, a penetração de líquido na depressão originada pela


deformação da bolha produz microjatos na ocasião do colapso. Desta
forma, o efeito é mais severo quando o colapso ocorre em local junto
ou próximo à superfície metálica. Neste caso, os microjatos incidem
diretamente sobre a superfície, enquanto no caso de bolhas que
colapsam na corrente líquida, o impacto é transmitido através de
ondas de choque.

No caso particular das bombas centrífugas, a região crítica para efeito


de análise de cavitação é a entrada no “olho” do impelidor. Neste
ponto, a pressão é mínima. Então, considerando que as bombas
foram construídas para operação com líquidos, a queda de pressão
em níveis iguais ou inferiores à pressão de vapor na temperatura de
bombeamento, pode acarretar sérios danos.

Direção do fluxo

Forma original Depressão Jato atinge a


159
superfície metálica

Forma esférica Deformação no lado Depressão crescendo no Jato na direção da


original da alta pressão lado da alta pressão baixa pressão

Forma original Depressão no lafo Entrada de líquido na Formação do jato


de bolha oposto á parede metálica depressão

Colapso das bolhas

5.3. Comportamento da pressão na sucção da bomba

O esquema a seguir associa uma ilustração em corte mostrando


parte de uma bomba (onde são numeradas algumas regiões
internas) com um gráfico mostrando o comportamento da pressão
nos diversos trechos numerados.

RESERVADO
Alta Competência

Pá do impelidor
“olho” do impelidor
Flange de sucção (saída)

Tubulação
5
Fenômeno da
1 2 3 4 cavitação

Pá do impelidor
(entrada)

Pressão

160

Pressão mínima
na bomba

1 2 3 4 5 Regiões de transição

O gráfico relaciona a variação de pressão com a posição ao longo


da linha de sucção até a descarga do impelidor (identificadas pela
numeração 1, 2, 3, 4 e 5), como forma de explicar o fenômeno da
cavitação.

Região Fenômenos
1-2 Perda de entrada (mudança de secção = atrito + turbulência);
2-3 Perdas internas por fricção
3-4 Choques, turbulência e aceleração do líquido.
4 Pressão mínima menor ou igual a pressão de vapor (formação das bolhas).
4-5 Região de implosão das bolhas = microjatos danos no impelidor

Nos gráficos a seguir podemos detalhar um pouco mais o que


ocorre na região 3-5 (canais entre as palhetas do impelidor).
Para uma dada vazão, próxima ao ponto de melhor eficiência, a
distribuição da pressão ao longo do canal comporta-se conforme
as ilustrações a seguir:

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

5
5 Dorso da
Dorso da
palheta
xx palheta

33
3 3
5
5

Rotor Rotor

3 = “Olho” do impelidor;

5 = Descarga do impelidor;
161
P3 = Pressão a montante do “olho” do impelidor;

P5 = Pressão de descarga do impelidor;

Pmin = Pressão estática mínima atingida no impelidor;

Pvapor = Pressão de vapor do fluido na temperatura de


bombeamento.

Situação A Situação B
P Dorso da palheta P
P5
Dorso da palheta
Pmin > Pvapor P5
Pmin < Pvapor

P3
Pmin Pvapor P3 Pvapor
Pmin

3 3 Posição 3 5 Posição
Cavitação

RESERVADO
Alta Competência

É importante ressaltar que o perfil de distribuição de pressão ao


longo das palhetas também sofre influência da vazão de trabalho.
Operando-se no BEP, por exemplo, verificamos a menor diferença de
pressão entre P3 e Pmin.

Na situação A é demonstrado que a pressão P3, a montante do “olho”


do impelidor, é suficientemente alta para que Pmin, no “olho” do
impelidor, continue acima da pressão de vapor na temperatura de
bombeamento, então não ocorrerá o fenômeno da cavitação.

Na situação B, para a mesma vazão, demonstra-se que nas ocasiões em


que P3, pressão à montante do “olho” do impelidor, for suficientemente
baixa ao ponto da pressão mínima atingida no “olho” do impelidor
cair a valores menores que a pressão de vapor Pvapor do líquido na
temperatura de bombeamento, ocorrerá o fenômeno da cavitação.

162
ATENÇÃO

É interessante observar que, na vaporização


convencional, o aparecimento de bolhas é resultante
de aumento de temperatura com a pressão mantida
constante, enquanto na cavitação o mesmo fato
ocorre com redução de pressão, mantendo a
temperatura constante.

5.4. Definição de NPSH - Net Positive Suction Head

Um dos mais polêmicos termos associados às bombas é o NPSH. A


fim de caracterizar as condições para que ocorra boa "aspiração",
foi introduzido o conceito de NPSH. Esta grandeza quando associada
ao sistema (instalação) é chamada de NPSHD (disponível) e quando à
bomba de NPSHR (requerido).

De forma bastante simplificada, podemos considerar que o NPSHD


(disponível) do sistema em que a bomba está instalada corresponde
a energia existente no flange de sucção da bomba, em termos
absolutos, acima da pressão de vapor do líquido na temperatura de
bombeamento.

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

Vejamos o exemplo de uma instalação onde uma bomba esta


succionando um líquido de um tanque atmosférico, com altura
geométrica Z entre a superfície livre do líquido e a linha de referência.
Na sucção está instalado um indicador de pressão (Ps).

Indicador de pressão
z
PS

Linha de referência

Se a vazão da bomba for nula, a pressão na sucção da bomba Ps será


correspondente a pressão absoluta exercida pela coluna Z de líquido,
que chamaremos de Ps0, como indicado no gráfico a seguir.
163
A medida que a vazão Q aumenta, a pressão absoluta de sucção Ps vai
diminuindo em função da transformação da pressão em velocidade
e do aumento das perdas de carga ΔP entre a saída do tanque e a
sucção da bomba.

Q5 >Q4 >Q3 >Q2 >Q1 ΔP5 > ΔP4 >ΔP3 >ΔP2 >ΔP1

A conseqüência deste comportamento é a seguinte distribuição de


pressão na sucção da bomba:

Ps0 >Ps1 >Ps2 >Ps3 >Ps4 >Ps5

RESERVADO
Alta Competência

PS

Ps0 ΔP 1 ΔP 2 ΔP 3 ΔP 4 ΔP 5

Ps 1
Ps 2
Ps 3

Ps 4

Ps 5

Pv Vazão (Q)
Q0 Q1 Q2 Q3 Q4 Q5

Tomando como referência o bocal de sucção da bomba, somando a


energia de pressão, em termos absolutos, a energia de velocidade
e desta parcela subtrairmos a energia de pressão correspondente à
pressão de vapor na temperatura de bombeamento, teremos o NPSHD
164 disponível do sistema.

NPSH D

Q0 Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Vazão (Q)

2 2 2 2 2
V 1 ; V2 ; V3 ; V4 ; V5
Energia de velocidade -
2g 2g 2g 2g 2g
P P P P P
Energia de pressão - S1  S2  S3  S4  S5

Equacionando tudo que analisamos até aqui, o NPSHD disponível do


sistema pode ser expresso pela seguinte equação:

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

Onde:

PS = pressão absoluta na sucção da bomba;

PV = pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento;

V = velocidade do fluido no flange de sucção da bomba;

γ = peso específico do líquido na temperatura de bombeio.

A seguir, podemos ver uma curva típica do NPSH disponível do sistema


em função da vazão.

Gráfico NPSHD x vazão

NPSHD (m)
165

Vazão (Q)

Uma vez definido o parâmetro NPSHD que depende exclusivamente do


sistema (linhas, válvulas, acessórios etc.), agora podemos conceituar
o NPSH requerido da bomba.

O NPSH requerido representa a energia requerida pela bomba no


flange de sucção, em valores absolutos, acima da pressão de vapor para
que ela esteja na iminência de cavitar. Esta grandeza é representada
por NPSHR.

RESERVADO
Alta Competência

O NPSHR está relacionado com o projeto da bomba. Quanto maior


a vazão, maiores serão as perdas internas entre o flange de sucção
e o “olho” do impelidor e conseqüentemente, maiores serão as
pressões de sucção exigidas pela bomba a fim de evitar o fenômeno
da cavitação.

Na iminência da cavitação, temos:



Ps V2 Pv
NPSHR = NPSHD = 

+
  

2g 

Para compreendermos melhor o conceito de NPSH requerido pela


bomba, vamos observar o gráfico a seguir:

Pressão

Ps1
166 Ps2
P1

P2 P1
Q1

Q2
Pvapor
Posição
A Q2 > Q1 B

Onde:

A = flange de sucção;

B = “olho” do impelidor;

Q1 = vazão 1;

Q2 = vazão 2;

Ps = pressão no flange de sucção;

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

P1 = pressão no “olho” do impelidor para vazão Q1;

P2 = pressão no “olho” do impelidor para vazão Q2;

∆P1 = queda de pressão (Ps1 - P1) devido às perdas por atrito na vazão
Q1;

∆P2 = queda de pressão (Ps2 – P2) devido às perdas por atrito na vazão
Q2.

Se plotarmos no gráfico todas as perdas de cargas e as suas respectivas


vazões tomando como referência a pressão de vapor, teremos o
seguinte comportamento:

Ps
Ps 6 167

Ps 5 P6

Ps 4
P5
Ps 3
Ps 2 P4
P3
Ps 1 P2
P1
Pv
Vazão
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6

Para a vazão Q1, temos associada uma perda de carga ∆P1 e, para
que a pressão no “olho” do impelidor não atinja a pressão de vapor
correspondente à temperatura de bombeamento, é necessário que a
pressão no flange de sucção PS seja maior que Ps1. O mesmo raciocínio
é aplicado para as demais vazões.

Portanto, quanto maior a vazão maior será o valor da pressão de


sucção necessário para evitar o aparecimento de uma pressão mínima
de operação igual ou menor a pressão de vapor (Pv).

RESERVADO
Alta Competência

Na realidade outros fatores como choques e turbulências, bem como


características hidráulicas inerentes ao projeto hidráulico (diâmetro
do “olho” do impelidor, número de pás, formato das pás, rotação,
velocidades na entrada no rotor), influenciam na queda de pressão
entre o flange de sucção e o “olho” do impelidor e conseqüentemente
no NPSH requerido.

Quanto maior for a vazão, maiores serão as perdas internas e maior


será o NPSHR pela bomba.

É um parâmetro que está relacionado exclusivamente com o projeto


da bomba (características hidráulicas), portanto, não depende do
sistema. A ilustração a seguir representa algumas curvas típicas
da variação do NPSHR em função da vazão (Q) fornecida pelos
fabricantes.

168 NPSHR

Vazão (Q)

Importante!
Essas curvas são determinadas em bancada de tes-
te do fabricante que utilizam normas específicas.
Estas normas definem os critérios e procedimentos
para os testes.

Logo, podemos inferir que para cada vazão Q fornecida segundo a


curva H (head) x Q de uma bomba, temos um valor de pressão sucção
associada ao inicio do processo de cavitação, ou seja, à medida que
as condições na tubulação se alteram existirá uma condição que
para aquela vazão, as curvas de performance sofrerão uma queda
conforme apresentado no gráfico a seguir (queda do head e do
rendimento da bomba).

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

Head (H)

Rendimento (n)

Vazão (Q)
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5

Neste momento é interessante notar que na fase de projeto de um


sistema de bombeamento, o NPSHD deve ser maior que o NPSHR na
vazão de projeto (QP). Por outro lado, ao plotarmos a curva de NPSHD
contra o NPSHR no mesmo gráfico veremos que existe uma vazão Qmax
que acima desta a bomba cavitará.
169
NPSH

NPSHD
NPSHR

Vazão (Q)
Qp Q max

As condições exigidas pela bomba e as disponibilizadas pelo


sistema constituem uma verdadeira queda de braço. De um lado
temos o sistema fornecendo cada vez menos energia de pressão a
medida que aumentamos a vazão e do outro lado temos a bomba
exigindo cada vez mais energia de pressão do fluido a medida que
a vazão aumenta.

Em linhas gerais, para efeito de raciocínio, quanto maior a vazão,


menor será a pressão disponível no flange de sucção em função das
perdas na tubulação de sucção, portanto menor o NPSHD, além disso,
maior será a pressão necessária no flange de sucção da bomba, NPSHR
,para evitar-se o inicio do processo de cavitação.

RESERVADO
Alta Competência

NPSHR
NPSHD
sistema

Cavitação

5.5. Conseqüências da Cavitação

As principais conseqüências da cavitação são:

• Barulho e vibração;

170 • Alteração das curvas características;

• Danos ao material da bomba.

a) Barulho e vibração

Estes dois inconvenientes são provocados, fundamentalmente, pela


instabilidade gerada pelo colapso das bolhas. Esses fenômenos
degradam a vida útil do equipamento, provocam falhas prematuras
no sistema de selagem e mancais. Além do desconforto acústico para
os técnicos de operação.

b) Alteração das curvas características (rendimento e altura


manométrica)

A alteração no desempenho é causada pela diferença de volume


específico entre o líquido e o vapor, bem como a turbulência gerada
pelo colapso das bolhas. Esta alteração das curvas características
é mais drástica nas bombas centrífugas, visto que o canal de
passagem do líquido é mais restrito e a presença de bolhas influencia
consideravelmente o desempenho do equipamento.

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

Desta forma, supondo que uma determinada bomba centrífuga,


instalada em um sistema, esteja cavitando, as suas curvas características
fogem do comportamento normal, conforme ilustrado na ilustração
a seguir.

Queda nas curvas características de uma bomba centrífuga

Altura
manométrica H Rendimento ()
total Curva do
rendimento
Curva da
bomba 1

1
Cavitação

Curva do 2
sistema

2

Q2 Q1 171
Vazão (Q)

Em uma situação normal, o ponto de operação estaria operando com


vazão Q1 e rendimento η1 (correspondente ao ponto 1). Entretanto,
caso a bomba comece a cavitar, ponto real de operação corresponderá
à vazão Q2. No ponto 2, a bomba operará com uma vazão, altura
manométrica e eficiência reduzidas.

c) Danificação do material

É fato conhecido que, quando uma bomba opera por certo tempo
cavitando, haverá danos ao material adjacente à zona de colapso das
bolhas em decorrência dos microjatos ou ondas de pressão, sendo
a quantidade de material perdido dependente das características
do material e da severidade da cavitação e do tempo de exposição
ao fenômeno. O mecanismo envolvido nesse processo merece uma
análise adicional.

RESERVADO
Alta Competência

5.6. Fatores que alteram o NPSHD

Analogamente às preocupações do projetista, o operador deve


estar atento aos fatores que alteram o NPSH disponível do sistema e
principalmente aqueles que estão relacionados com o seu cotidiano.
Por exemplo:

• Filtro de sucção obstruído;

• Operação da bomba fora do ponto de projeto;

• Válvulas parcialmente abertas na sucção;

• Incrustações nas linhas de sucção;

172 • Sistema de controle de vazão, pressão e nível deficientes;

• Altura estática de sucção;

• Pressão atmosférica local;

• Variação da temperatura e pressão do fluido bombeado;

• Propriedades do líquido bombeado (ex.: viscosidade);

• Diâmetro, comprimento e acessórios (válvulas, curvas, reduções


etc.) da linha de sucção.

5.7. Fatores que alteram o NPSHR

Se por um lado, busca-se aumentar o valor do NPSH disponível numa


instalação, por outro, procura-se selecionar equipamentos com
NPSH requerido reduzido que garanta uma margem de segurança
satisfatória. Todavia existem fatores inerentes ao projeto hidráulico
dos equipamentos que limitam os valores mínimos desse parâmetro.
Da mesma forma algumas variáveis operacionais interferem no NPSH
da bomba.

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

• Algumas alterações no projeto de sucção da maquina afetam o


NPSH. Por exemplo: Aumento do diâmetro do olho do impelidor,
melhoramento configuração interna da carcaça, acabamento
superficial e otimização do perfil hidráulico das pás, acarretam uma
diminuição deste parâmetro. Entretanto, o aumento do olho do
impelidor deve ser cuidadosamente analisado, pois a alteração dessa
dimensão, acima de limites recomendados, interfere negativamente
na estabilidade hidráulica da bomba, estreitando a faixa recomendada
de vazões operacionais;

• Variação da rotação altera o NPSHR, ou seja, quanto maior a rotação


maior o NPSHR, sendo a recíproca verdadeira;

• A temperatura da água e o tipo de líquido (por exemplo:


hidrocarbonetos) alteram os valores do NPSH requerido levantados
em teste com água;
173
• Sabe-se também que a viscosidade dos hidrocarbonetos pode ser
um fator atenuante dos efeitos da cavitação relacionados às ondas de
choque. No entanto, acima de certos valores, a viscosidade aumenta
o NPSH em função do aumento das perdas por atrito. Da mesma
forma, a presença de gases não condensáveis no líquido pode atuar
de forma adversa;

• O aumento das folgas dos anéis de desgaste ao longo do tempo,


aumentam a recirculação da região de descarga do impelidor para
a sucção. Portanto a vazão real que passa pelo olho do impelidor é
a soma da vazão bombeada mais a vazão recirculada. Logo o NPSH
nessas condições aumenta.

5.8. Cavitação em condições anormais de operação

O técnico de operação deve compreender que existem situações em


que, mesmo quando o projeto atende às condições especificadas
de operação, a cavitação pode ocorrer, em função de desvios entre
as condições especificadas e aquelas realmente vividas no contexto
operacional. Tais desvios geralmente propiciam o aparecimento de
eventos que acarretam um aumento do NPSHR, a diminuição do
NPSHD ou instabilidades hidráulicas internas que, em última análise,
podem iniciar um processo de cavitação.

RESERVADO
Alta Competência

Entre os desvios possíveis de ocorrer destacam-se:

• Obstrução nas linhas de sucção e/ou filtro, e/ou entre o flange


de sucção e o “olho” do impelidor;

• Vazamento excessivo pelos anéis de desgaste;

• Operação em vazões abaixo ou acima dos limites recomendados.

5.8.1. Obstrução nas linhas de sucção/filtro entre o flange de sucção


e o “olho” do impelidor

Distúrbios ou bloqueios parciais na linha de sucção provocam perda de


carga localizada e diminuição do valor esperado do NPSH disponível,
possibilitando o aparecimento de cavitação. Como exemplo destas
condições anormais, poderíamos citar o depósito de matérias estranhas
174
na linha de sucção ou em filtro de sucção e o fechamento parcial
de válvula na linha de sucção. Por outro lado, se estes distúrbios ou
bloqueios parciais ocorrerem na entrada da bomba o efeito será o
“aumento aparente” do NPSH requerido acima dos valores normais
obtidos nas curvas NPSH requerido versus vazão, possibilitando, da
mesma forma, o aparecimento de cavitação.

5.8.2. Vazamento excessivo pelos anéis de desgaste

Com o objetivo de limitar o vazamento entre a descarga do impelidor


e a região de baixa pressão na sua entrada, a folga entre o impelidor
e a carcaça é mantida sob controle com valores previamente
especificados em função do diâmetro do impelidor.

Entretanto, se a bomba estiver operando com folgas maiores que


as recomendadas, seja por erro de fabricação, manutenção ou por
desgaste natural, a recirculação poderá gerar vórtices na entrada da
bomba e propiciar o aparecimento de cavitação.

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

Efeito do jato proveniente de recirculação na entrada da bomba


Pressão de
descarga

Pressão de
sucção

Fluxo
normal Área de distúrbios locais
devidos a vazamento
excessivo.

5.8.3. Operação em vazões abaixo ou acima dos limites


recomendados 175

A operação fora dos pontos de melhor eficiência da bomba


resulta em instabilidade que pode causar cavitação em algumas
partes internas do equipamento. Dentro desse contexto, podem
ser destacados alguns componentes da bomba passíveis de serem
impactados pela cavitação.

• Voluta

É realmente difícil imaginar cavitação originada em qualquer parte


da voluta, pois esta é uma região de alta pressão. Entretanto, na
lingüeta da voluta, que é uma pá guia localizada numa zona de alta
velocidade, quando operando fora da faixa de operação normal,
pode experimentar turbulências oriundas do ângulo de incidência
inadequado, propiciando o aparecimento de cavitação.

RESERVADO
Alta Competência

Lingueta da
voluta

Fluxo no interior da voluta

• Pás difusoras

176
Pás difusoras são pás guias na saída do impelidor. Desta forma, a
possibilidade de cavitação em uma dessas pás é ainda maior que
no caso anterior de cavitação na voluta. Isto acontece porque a
perfeita adequação entre a orientação do fluxo saindo do impelidor
e entrando nos canais formados pelas pás difusoras só acontece na
vazão de projeto. À medida que nos afastamos desta vazão, fluxos
provenientes de diferentes canais de passagem do impelidor incidem
nas pás guias em ângulos inadequados podendo provocar excessiva
turbulência e propiciar o aparecimento da cavitação.

Cavitação nas pás do difusor

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

Além dos componentes mencionados anteriormente, em alguns


casos as pás de entrada do impelidor sofrem danos devido ao fluxo
no sentido inverso na tubulação de sucção.

Devido à rotação do “olho” do impelidor, existe uma tendência nas


bombas para a criação de um fluxo partindo da entrada do impelidor
para a sucção se superpondo ao fluxo principal. Esta tendência
é marcante em vazões bem abaixo da de projeto, em que o fluxo
inverso torna o aspecto ilustrado como na ilustração a seguir.

Fluxo
normal
177

Fluxo em sentido inverso

Fluxo em sentido inverso na entrada de sucção para


vazões bem inferiores à de projeto

RESERVADO
Alta Competência

5.9. Exercícios

1) Complete as lacunas das afirmações a seguir referentes ao concei-


to de cavitação:

a) Cavitação, do inglês “cavitation”, associada a “cavity”, cavidade,


em português, é um fenômeno classicamente associado a pro-
cessos de ________________ sujeitas a condições que favoreçam o
aparecimento deste fenômeno.

b) O início da cavitação depende das condições de sucção do sis-


tema: quanto menor for a altura ________________maior a pro-
babilidade de aparecimento de pressão P igual ou menor que a
________________na temperatura de bombeamento no olho do
impelidor.

c) Considerando que a velocidade de entrada do líquido e a perda


de carga entre o ___________ e o olho do impelidor aumentam
178
com a vazão, podemos concluir que o início da ____________ e a
conseqüente queda nas curvas características ocorrerão em va-
zões menores à medida que _______ diminui.

2) Relacione as descrições da coluna da direita com o fenômeno que


descrevem, numerando-as de acordo com a coluna da esquerda:

I. NPSH ( ) Representa a energia requerida


pela bomba no flange de sucção,
em valores absolutos, acima da
pressão de vapor para que ela es-
teja na iminência de cavitar.
II. NPSHr (requerido) ( ) É a energia mínima em termos
absolutos, em metros de coluna
de água, acima da pressão de va-
por do produto, a fim de evitar a
formação destas bolhas de vapor.
III. NPSHd (disponível) ( ) Corresponde a energia existente
no flange de sucção da bomba,
em termos absolutos, acima da
pressão de vapor do líquido na
temperatura de bombeamento.

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

3) Quais as principais conseqüências da cavitação?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

4) Marque a opção que completa adequadamente as afirmações a


seguir:

a) Quando o NPSHd é maior do que o NPSHr, em geral, o fenô-


meno da cavitação__________________________________:

( ) provavelmente ocorre

( ) ocorre

( ) não ocorre

b) O NPSHr é interpretado fisicamente como sendo a quantidade


mínima de energia absoluta por unidade de peso acima da pres-
são de vapor que deve existir no flange de sucção para que_____ 179
____________________________:

( ) não haja vaporização

( ) não haja entupimento

( ) não haja cavitação

c) Na prática, para o entendimento do processo clássico de cavita-


ção em sistemas de bombeamento, torna-se necessário saber qual
o NPSHd para o ponto de operação da bomba e compará-lo com
o____________________:

( ) NPSHr

( ) NPSH

( ) NPSHs

RESERVADO
Alta Competência

5.10. Glossário
BEP - também simbolizado por QBEP. Corresponde ao ponto de trabalho no qual
uma bomba desempenha sua função com maior eficiência.

Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito


de forças de natureza mecânica.

Head - altura manométrica total do sistema.

Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás


(palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor,
é capaz de impulsionar um líquido;

QBEP - também simbolizado por BEP. Corresponde ao ponto de trabalho no qual


uma bomba desempenha sua função com maior eficiência.

Voluta - tipo de carcaça de bomba em forma de um funil encurvado.

180 Vórtice - turbilhonamento ou redemoinho formado pela circulação de um fluido.

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

5.11. Bibliografia
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio
de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.

SULZER PUMPS LTDA. Suzer centrifugal Pump Handbook. 2th ed. Elsevier

HERGT, Peter. Cavitation in Centrifugal Pumps – Definitions, criteria and their


importance. 4th edição. Germany: KSB Frankenthal, 2005.

181

RESERVADO
Alta Competência

5.12. Gabarito
1) Complete as lacunas das afirmações a seguir referentes ao conceito de
cavitação:

a) Cavitação, do inglês “cavitation”, associada a “cavity”, cavidade, em português, é


um fenômeno classicamente associado a processos de deterioração das superfícies
sujeitas a condições que favoreçam o aparecimento deste fenômeno.

b) O início da cavitação depende das condições de sucção do sistema: quanto menor


for a altura manométrica de sucção (hs), maior a probabilidade de aparecimento
de pressão P igual ou menor que a pressão de vapor (Pv) na temperatura de
bombeamento no olho do impelidor.

c) Considerando que a velocidade de entrada do líquido e a perda de carga entre o


flange de sucção e o olho do impelidor aumentam com a vazão, podemos concluir
que o inicio da cavitação e conseqüente queda nas curvas características ocorrerão
em vazões menores à medida que hs diminui.

2) Relacione as descrições da coluna da direita com o fenômeno que descrevem,


numerando-as de acordo com a coluna da esquerda:

182 I. NPSH ( II ) Representa a energia requerida pela bomba no


flange de sucção, em valores absolutos, acima da
pressão de vapor para que ela esteja na iminência
de cavitar.
II. NPSHr (requerido) (I) É a energia mínima em termos absolutos, em
metros de coluna de água, acima da pressão de
vapor do produto, a fim de evitar a formação
destas bolhas de vapor.
III. NPSHd (disponível) ( III ) Corresponde a energia existente no flange de
sucção da bomba, em termos absolutos, acima
da pressão de vapor do líquido na temperatura
de bombeamento.

3) Quais as principais conseqüências da cavitação?

• Barulho e vibração;

• Alteração das curvas características;

• Danos ao material da bomba.

4) Marque com X a opção que completa adequadamente as afirmações a seguir:

a) Quando o NPSHd é maior do que o NPSHr, em geral, o fenômeno da cavitação


______________________:

( ) provavelmente ocorre

( ) ocorre

( X ) não ocorre

RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH

b) O NPSHr é interpretado fisicamente como sendo a quantidade mínima de


energia absoluta por unidade de peso acima da pressão de vapor que deve existir
no flange de sucção para que _____________________:

( ) não haja vaporização

( ) não haja entupimento

( X ) não haja cavitação

c) Na prática, para o entendimento do processo clássico de cavitação em sistemas


de bombeamento, torna-se necessário saber qual o NPSHd para o ponto de
operação da bomba e compará-lo com o_______________________:

( X ) NPSHr

( ) NPSH

( ) NPSHs

183

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 6
Associação
de bombas
em série e
em paralelo

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar as formas de associação das bombas centrífugas


e a aplicabilidade de cada tipo;
• Reconhecer os campos de aplicação de cada tipo de
associação e seus benefícios, e os fenômenos hidráulicos
inerentes aos tipos de associação.

RESERVADO
Alta Competência

186

RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo

6. Associação de bombas em
série e em paralelo

N
as unidades operacionais é muito comum encontrarmos
bombas centrifugas associadas em série e/ou em paralelo.
A associação de bombas em série é uma opção quando uma
dada altura manométrica exigida pelo sistema é muito elevada,
ficando acima dos limites alcançados por uma única bomba.

A associação em paralelo é fundamentalmente utilizada quando a


vazão desejada excede os limites de capacidade das bombas quando
operadas sozinha.

6.1. Associação de bombas em série


187
Como vimos anteriormente, quando a altura manométrica for muito
elevada, deve-se examinar a possibilidade de utilizar a associação de
bombas em série. Normalmente esta solução é utilizada quando o
valor da altura manométrica ultrapassa os valores alcançados pelas
bombas de múltiplos estágios. Também há casos em que a pressão
de sucção de uma bomba precisa ser elevada devido à exigência de
um NPSHr mais alto. Nessas associações a descarga de cada bomba
é conectada à sucção da bomba seguinte de modo que a vazão será
a mesma em todas as bombas, enquanto que a pressão final será a
soma das parcelas fornecidas por cada bomba individualmente.

Vale à pena lembrar que uma bomba de múltiplos estágios nada mais
é que uma associação em série de impelidores.

Esquematicamente, a associação de bombas em série se apresenta da


seguinte forma:

Bombas associadas em série

RESERVADO
Alta Competência

Para se obter a curva característica resultante de duas ou mais bombas


em série, iguais ou diferentes, basta somar as alturas manométricas
totais de cada bomba, correspondentes aos mesmos valores de
vazão.

Associação em série de 2 bombas iguais

H
2H
2H1

O gráfico ao lado apresenta a associação 2H2

de duas bombas que possuem uma altura


manométrica com o valor H. 2H3
H
Quando ambas estão em série, a pressão H1
H2
final é igual a 2H. H3

Q Q1 Q2 Q3 Q

188
Associação em série de 2 bombas diferentes

H + H’
H1 + H’1

O gráfico apresenta a associação H2 + H`2


BO

de duas bombas que possuem uma


M
BA

altura manométrica de valor H e H’,


1/

H`
/B

respectivamente. H`1
OM

H`2
BA

Quando ambas estão em série, a pressão H


2

H1 BO
M
final é igual a H + H’ H2 BA
2
BO
M
BA
1

Q Q1 Q2
Q

6.2. Associação de bombas em paralelo

Este tipo de associação é utilizado quando a vazão exigida pelo


processo for muito elevada ou quando a vazão exigida pelo sistema
variar de forma definida.

RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo

No primeiro caso, vazão muito elevada, o uso de bombas em paralelo


fornece como vantagem adicional e segurança operacional, pois,
no caso de falha de uma bomba, teoricamente, haveria apenas
uma diminuição da vazão fornecida, mas não um colapso total no
fornecimento.

No segundo caso, vazão exigida variável, este tipo de associação dará


flexibilidade operacional, mediante a partida e parada das bombas
conseguiremos as vazões exigidas com as bombas operando com
eficiência desejada. Isto não aconteceria com uma única bomba que
para atender as diferentes vazões fatalmente teria que trabalhar em
pontos de baixa eficiência.

Esquematicamente, a associação de bombas em paralelo se apresenta


da seguinte forma:

189

Bombas associadas em paralelo

Duas ou mais bombas estão operando em paralelo quando


descarregam para uma única tubulação, de modo que cada uma
contribua com uma parcela para a vazão total.

Além disso, quando operando em paralelo todas as bombas terão a


mesma altura manométrica total, ou em outras palavras: para uma
mesma altura manométrica as vazões correspondentes se somam.

6.2.1. Associação em paralelo de bombas com curvas iguais

Para exemplificar, tomaremos como exemplo o esquema a seguir, onde


temos duas bombas iguais operando em paralelo, descarregando
para uma única linha, levando o líquido do reservatório de sucção
para o reservatório de descarga.

RESERVADO
Alta Competência

Gráfico da associação em paralelo de 2 bombas iguais


H
Curva do sistema

A C
H1 H1A = AC

B
H1’

2 Bombas
em paralelo
1 Bomba

Q1 Q1’ Q2 Q
Quando apenas uma só bomba opera, Quando as duas bombas estão operando, a
a altura manométrica total diminui, vazão do sistema é Q2 e cada bomba recalca
passando para H1´ (H1´< H1) e para uma uma vazão Q1, de tal forma que Q2 = 2xQ1.
vazão Q1´, de tal forma que Q1 < Q1´ <
190 Q2
Podemos notar ainda que as duas bombas operarão com a mesma altura manométrica total
H1.

Assim, do exemplo apresentado, podemos tirar algumas conclusões:

1) A vazão total do sistema é menor que a soma das vazões das


bombas operando isoladamente;

2) Quando as bombas estão operando em paralelo, há um


deslocamento do ponto de operação de cada bomba para
a esquerda da curva (ponto A). Isso se acentua à medida que
aumentamos o número de bombas associadas;

3) Se uma bomba sair de operação, a unidade que continuar em


funcionamento passará do ponto A para o ponto B.

Importante!

No ponto de operação B, teremos um NPSH requerido


e uma potência consumida maior que no ponto A.

RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo

Tomemos outro exemplo de construção da curva resultante da


associação de 3 bombas iguais em paralelo e com curvais estáveis.

Esquematicamente, a associação de 3 bombas em paralelo se apresenta


da seguinte forma:

Associação em paralelo de 3 bombas iguais e curvas estáveis


191

H Curva do sistema

H3 3
H2 A B C 2 D
1
H1
3 Bombas

1 Bomba 2 Bombas

Q’3 Q’2 Q’1 Q2 Q3 Q

Gráfico da associação em paralelo de 3 bombas iguais e curvas estáveis

A vazão total que as três bombas recalcam é:

Q3 = 3 x Q´3

Na relação anterior podemos inferir que cada bomba fornecerá 1/3


da vazão total e a altura manométrica total será a mesma para as três
bombas.

RESERVADO
Alta Competência

Podemos, então, tirar algumas conclusões dessa associação:

• AB = BC = CD = Q3/3;

• Q1 = vazão de uma só bomba operando no sistema;

• Q´2 = vazão de cada bomba com duas operando no sistema;

• Q´3 = vazão de cada bomba com três operando no sistema;

• Q1 > Q2´ > Q´3.

Importante!
A operação em um ponto muito a esquerda do
ponto de projeto traz sérios inconvenientes, como
192
por exemplo:

• Vibração;

• Recirculação hidráulica;

• Aquecimento;

• Esforços elevados nos mancais;

• Desperdício de energia (bomba operando com


baixa eficiência).

6.2.2. Associação em paralelo de bombas com curvas diferentes e


estáveis

Duas ou mais bombas com curvas diferentes podem trabalhar em


paralelo. Esta diferença pode ter sido prevista durante o projeto e
mais comumente em decorrência do desgaste diferenciado de bombas
com curvas iguais operando em paralelo.

RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo

Bomba 1

Bomba 2

Associação em paralelo de 2 bombas com curvas diferentes

Traçando a curva resultante do esquema anterior, teremos o seguinte


gráfico:

H
H2 193
H1

A B C Curva do sistema
D

Bomba 1
Bomba 1 + 2
Bomba 2

Q2 Q1 Q1+2
Q
Gráfico da associação em paralelo de 2 bombas com curvas diferentes

Devemos notar que:

AB+AC=AD, isto é, Q1 + Q2 = Q1 + 2

Para a vazão nula, a bomba 2 opera com altura manométrica total H2


maior que a bomba 1, isto é H2 > H1. Assim a bomba 1 irá descarregar
somente para alturas manométricas menores que H1. Em outras
palavras, para alturas manométricas do sistema superiores a H1, a
vazão da bomba 1 será nula (bomba em shutoff).

RESERVADO
Alta Competência

6.2.3 Cuidados operacionais ao associar bombas em paralelo.

Caso haja a retirada de uma bomba de operação, a bomba que


permanecer em operação irá operar a direita do ponto de projeto,
isto é, com vazão excessiva. Neste caso a bomba estará sujeita às
seguintes situações:

• O NPSH disponível pode ser insuficiente (NPSH disponível menor


NPSH requerido) podendo levar a bomba a uma cavitação;

• Queda da eficiência da bomba;

• Esforços radiais elevados sobre o eixo;

• Aumento da potência consumida e conseqüentemente da


corrente do motor elétrico.
194

A vazão excessiva poderá ser controlada pela válvula de descarga


(restringindo-a) ou quando possível reduzindo a rotação da bomba.

Por outro lado o número excessivo de bombas associadas em paralelo,


leva cada uma delas a operar à esquerda do seu ponto de projeto,
como vimos anteriormente, isto é, com vazão reduzida o que pode
acarretar problemas tais como:

• Queda da eficiência da bomba;

• Esforços radiais excessivos;

• Aquecimento do líquido bombeado. Se a operação for


continua, a bomba estará submetida a condições desfavoráveis
a vida útil dos selos e dos mancais;

• Aumento dos esforços axiais para bombas que possuem


dispositivos de balanceamento do empuxo hidráulico;

• Problemas de recirculação;

RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo

• Nas bombas axiais, a operação em vazões reduzidas demanda


uma potência consumida elevada;

• Ruído excessivo;

• Vibração excessiva.

Importante!
É importante observar que todas as bombas tem
uma vazão mínima continua que deve ser respeitada.
Nesses casos sistemas de recirculação devem ser
previstos e particularmente tornam-se mais críticos
quando as bombas operam em paralelo. Portanto a
atuação desses sistemas devem ser cuidadosamente
analisados durante a fase de projeto e mantidos
operacionais ao longo da vida útil da unidade de
195
bombeamento.

RESERVADO
Alta Competência

6.3. Exercícios

1) Complete, adequadamente, as afirmações a seguir:

a) Nas unidades operacionais é muito comum encontrarmos bombas


centrifugas associadas _________________ e/ou _________________.

b) Quando uma dada altura manométrica exigida pelo sistema


é muito elevada, ficando acima dos limites alcançados por uma
única bomba, a melhor opção é a associação de bombas em
_________________.

c) Quando a vazão desejada excede os limites de capacidade das


bombas operadas individualmente, em geral é utilizada a associa-
ção em _________________.

196

RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo

2) Organize as afirmações, a seguir, classificando o tipo de associação


de bombas a que elas se referem. Utilize para isso a seguinte codifi-
cação:

A) Associação de bombas em série

B) Associação de bombas em paralelo

( ) Quando a vazão é muito elevada, esse tipo de associação


de bombas fornece como vantagem adicional segurança
operacional, pois no caso de falha de uma bomba haveria
apenas diminuição da vazão fornecida, mas não um colap-
so total no fornecimento.

( ) Quando o valor da altura manométrica ultrapassa os va-


lores alcançados pelas bombas de múltiplos estágios, esse
tipo de associação costuma ser utilizado.

( ) Quando é exigida vazão variável, esse tipo de associação 197


oferece flexibilidade operacional, pois através da partida
e da parada das bombas conseguiremos as vazões exigidas
com as bombas operando com eficiência desejada, o que
não aconteceria com uma única bomba.

( ) Quando associadas dessa forma, todas as bombas terão a


mesma altura manométrica total, ou em outras palavras:
para uma mesma altura manométrica as vazões correspon-
dentes se somam.

( ) Como nesse tipo de associação a descarga de cada bomba


é conectada à sucção da bomba seguinte, a vazão será a
mesma em todas as bombas, enquanto que a pressão final
será a soma das parcelas fornecidas por cada bomba indivi-
dualmente.

RESERVADO
Alta Competência

6.4. Glossário
Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito
de forças de natureza mecânica.

Estanqueidade - capacidade de conter, de impedir que um líquido escoe, de


estancar, parar, interromper.

Impelidor - também chamado de rotor. Constitui um disco provido de pás (palhetas)


que através do movimento de rotação, promovido por ação de uma motor, é capaz
de impulsionar um líquido.

198

RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo

6.5. Bibliografia
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio
de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.

SILVA, Marcos Antonio da. Manual de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas


S/A. 4ª ed.

SULZER PUMPS LTDA. Suzer centrifugal Pump Handbook. 2th ed. Elsevier

199

RESERVADO
Alta Competência

6.6. Gabarito
1) Complete, adequadamente, as afirmações a seguir:

a) Nas unidades operacionais é muito comum encontrarmos bombas centrifugas


associadas em série e/ou em paralelo.

b) Quando uma dada altura manométrica exigida pelo sistema é muito elevada,
ficando acima dos limites alcançados por uma única bomba, a melhor opção é a
associação de bombas em série.

c) Quando a vazão desejada excede os limites de capacidade das bombas operadas


individualmente, em geral é utilizada a associação em paralelo.

2) Organize as afirmações, a seguir, classificando o tipo de associação de bombas a


que elas se referem. Utilize para isso a seguinte codificação:

a) Associação de bombas em série

b) Associação de bombas em paralelo

( b ) Quando a vazão é muito elevada, esse tipo de associação de bombas


fornece como vantagem adicional segurança operacional, pois no caso de
200 falha de uma bomba haveria apenas diminuição da vazão fornecida, mas
não um colapso total no fornecimento.
(a) Quando o valor da altura manométrica ultrapassa os valores alcançados
pelas bombas de múltiplos estágios, esse tipo de associação costuma ser
utilizado.
( b ) Quando é exigida vazão variável, esse tipo de associação oferece
flexibilidade operacional, pois através da partida e da parada das bombas
conseguiremos as vazões exigidas com as bombas operando com eficiência
desejada, o que não aconteceria com uma única bomba.

( b ) Quando associadas dessa forma, todas as bombas terão a mesma altura


manométrica total, ou em outras palavras: para uma mesma altura
manométrica as vazões correspondentes se somam.

(a) Como nesse tipo de associação a descarga de cada bomba é conectada à


sucção da bomba seguinte, a vazão será a mesma em todas as bombas,
enquanto que a pressão final será a soma das parcelas fornecidas por cada
bomba individualmente.

RESERVADO
Capítulo 7
Vedações

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar as características dos processos mais comuns


de vedação, sua aplicabilidade e os principais tipos de
dispositivos utilizados.

RESERVADO
Alta Competência

202

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

7. Vedações

O
s sistemas de vedação em bombas tem como objetivo
impedir, ou minimizar ao máximo, a passagem de fluidos
(líquidos ou gases), sólidos particulados (pó) e substancias de
alta viscosidade de uma região à outra conforme definido no projeto
do equipamento. As vedações podem ser estáticas ou dinâmicas.
A seguir alguns exemplos de elementos de vedação.

Selo mecânico Gaxetas


203

Retentores
Improseal

Juntas
Selos de mancal

RESERVADO
Alta Competência

O´rings
Juntas

Anéis
Colas e vedantes

204
• Vedações estáticas são utilizadas onde não há movimento relativo
na junção a ser vedada. As juntas e anéis "O" são vedações estáticas
típicas.

• As vedações dinâmicas são utilizadas quando uma superfície se


move em relação à outra. Utiliza-se uma vedação dinâmica, por
exemplo, quando uma haste com movimento alternativo ou um
eixo rotativo, transmite, respectivamente, força ou torque através
da parede de um reservatório. Por exemplo: Em bombas centrifugas
podemos utilizar selos mecânicos ou gaxetas entre o meio externo e
a caixa de vedação. Em bombas alternativas gaxetas.

7.1. Selo mecânico

São dispositivos dinâmicos que tem a finalidade de impedir a


passagem de um líquido do interior de um equipamento rotativo
para atmosfera, evitando com isto, contaminação do meio ambiente,
perda do produto bombeado e acidentes.

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

Selos mecânicos

A escolha de um método de selagem tem de ser cuidadosamente


analisada para cada aplicação. Deve-se levar em consideração: os
requisitos de instalação, a manutenção, o consumo de energia, a
perda de produto e os custos de tratamentos de efluentes.

O selo mecânico foi desenvolvido para eliminar as desvantagens das 205


gaxetas de compressão. O vazamento pode ser reduzido a um nível
que atenda às normas vigentes e ao custo de manutenção.

Comparação de vazamentos entre gaxetas e selos mecânicos


Gotas em média Por minuto Por hora Por dia Por ano
Gaxetas 90 gotas 5.400 gotas 8,6 litros 3,153 litros
Selos Mecânicos Desprezível 5 gotas 120 gotas 2.9 litros

Considerando que 5.400 gotas são perdidas nas gaxetas por hora e que apenas 5 gotas
vazam nos selos mecânicos no mesmo tempo temos uma razão de 1080. Isso significa que as
gaxetas são 1080 vezes menos eficientes que os selos mecânicos.

7.1.1. Componentes do selo mecânico

Os selos mecânicos podem ser classificados por projeto e por


disposição. Todos os selos mecânicos são constituídos de três
conjuntos básicos de peças. Como mostra a ilustração a seguir:

RESERVADO
Alta Competência

A) Um par de faces ou vedaçoes


primárias: uma rotativa(4) e 1
4
outra estacionária(5)
2

B) Vedações secundárias:
O’ring de vedação do eixo (3),
O’ring de vedação da sede
3
estacioaria (2), O’ring ou junta
pode ser tilizado como vedação
da sobreposta (1).
Pinos

C) Peças do selo mecânico incluindo sobreposta (cinza escuro), colar, anel de compressão
(em verde), pinos, molas e parafuso (cinza claro).

206 Todos os selos mecânicos partilham da mesma tecnologia básica.


Isto é, ter duas faces extremamente lisas e planas em contato. Uma
girando com o eixo enquanto a outra permanece estacionária com
a caixa. As faces dos selos são seladas aos seus suportes apropriados
através do uso de vedações secundárias (Ex.: O'Rings). As faces são
mecanicamente comprimidas pelas molas ou foles (metálicos ou
não) e flexíveis, afim de que possam ser postas em contato e mover-
se para compensar desalinhamentos estáticos e dinâmicos, como
também o desgaste.

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

7.1.2. Princípio de funcionamento

(1) representa as partes 2

de metal que posiciona e


faz o selo girar com o eixo 1
3
da bomba. Elas contêm
molas que comprimem
e empurram a face
rotativa (2) contra a face
estacionária (3).
(4) sobreposta 4

Estas partes são flexíveis para que possam compensar desalinhamentos estáticos
207
causados por tolerância de fabricação e montagem do equipamento, tensão da tubulação,
deformação térmica e mecânica do equipamento.

O número (2) representa a face rotativa do selo. As molas e a pressão hidráulica na caixa
de selagem comprimem a mesma contra a face estacionária.

O número (3) representa a face estacionária e é mantida normalmente na sobreposta e


permanece estacionária em operação. Algumas faces estacionárias não possuem pinos
anti-rotação. Todas têm alguma forma de vedação secundária para interromper o fluxo do
líquido entre ela e o seu suporte (sobreposta).

Com relação à lubrificação das faces de vedação, pode-se dizer que


as mesmas são lubrificadas por uma película de líquido entre elas.
Ao projetar selos mecânicos os níveis desejados de vazamento são
confrontados com a durabilidade esperada, consumo de energia
e estabilidade da película de lubrificação que está fortemente
correlacionada, dentre outros fatores, com a temperatura da
superfície de contato entre as faces. Portanto a forma pela qual as
faces serão refrigeradas torna-se um outro ponto crítico na fase de
seleção do sistema de selagem.

Para escolher o tipo ideal de selo mecânico, é necessário conhecer


precisamente as condições de operação e o líquido a ser selado. A
obtenção dessas informações conseqüentemente resultará numa
vida útil satisfatória.

RESERVADO
Alta Competência

Há quatro pontos principais de vedação num selo mecânico axial.


Veja a Ilustração a seguir.

1
2

3 4

208

A vedação primária é entre as faces de selagem (4) (designer, a seta 4 está apontada
para o espaço entre o amarelo e o laranja). O caminho de vazamento no ponto 3
é bloqueado por um anel "O", "V" ou em cunha. Os caminhos de vazamento nos
pontos 1 e 2 são bloqueados por juntas ou anéis O.

7.1.3. Tipos de selos mecânicos

Os tipos de selos mecânicos mais usuais nas nossas unidades de


produção são:

a) Selos mecânicos de mola única;

b) Selos mecânicos de molas múltiplas;

c) Selos mecânicos com fole metálico;

d) Selos mecânicos com fole de elastômero.

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

A seguir serão apresentadas algumas informações básicas de cada


desses selos:

A) Selos mecânicos de mola única

Os selos mecânicos de mola única têm uma grande variedade de


aplicações. Seu projeto não é complexo, tendo uma mola de grande
área de secção, que resiste a corrosão e incrustações . Suas principais
limitações são:

• Tendência á distorções com altas velocidades periféricas;

• Necessidade de espaço amplo, tanto na direção radial como


axial;

• Necessidade de se estocar um tamanho de mola para cada


tamanho de selo mecânico.
209
Mola única

Selo mecânico de fole com mola única

B) Selos mecânicos de molas múltiplas

Algumas aplicações que envolvem alta rotação acabam por impedir


o uso dos selos de mola única. A ilustração a seguir mostra um selo
mecânico que utiliza várias molas helicoidais, pequenas e espaçadas
em torno da unidade rotativa. Estas molas menores não são tão
sensíveis à distorção em altas rotações quanto as molas únicas
maiores e, conseqüentemente, exercem uma pressão de fechamento
constante sobre o anel de vedação. Além disso, o mesmo tamanho
de mola pode ser usado para selos mecânicos em diversos tamanhos
de eixos.

RESERVADO
Alta Competência

Molas múltiplas

Selo mecânico de molas múltiplas

C) Selos mecânicos com fole metálico


210
No selo mecânico de fole metálico soldado, o próprio fole proporciona
a força necessária para manter o contato entre as faces de vedação.
Uma vez que o fole é uma peça inteiriça, apoiada tanto em toda
circunferência como ao longo de seu cumprimento, ele aplica uma
pressão uniforme em todos os pontos do anel de vedação. É utilizado
em altas temperaturas e não necessita o o’ring da sede rotativa que
faz vedação entre esta e a luva do selo. Logo o numero de vedações
estáticas diminui.

Fole metálico

Selo mecânico com fole metálico

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

D) Selos mecânicos com fole de elastômero

O selo mecânico com fole de elastômeros é acionado por uma mola


helicoidal, montada sobre o eixo ou luva e o fole. Este modelo oferece
as mesmas vantagens do selo mecânico de fole metálico, mas têm as
mesmas limitações de velocidade do selo mecânico de mola simples,
bem como de temperatura devido as características do elastômero.

211

Fole de borracha

7.2. Projetos básicos de selos mecânicos

Todos os tipos básicos de selos mecânicos podem ser modificados para


atender requisitos específicos da aplicação. Há diversas variações de
projeto que cobrem os requisitos ditados pelas condições operacionais
e limitações ambientais específicas.

7.2.1. Selos Mecânicos Internos

A ilustração a seguir ilustra um selo mecânico interno simples, o tipo


mais comum de selo mecânico.

RESERVADO
Alta Competência

Selo mecânico interno

Os materiais construtivos para selos mecânicos internos são escolhidos


a fim suportar a presença de líquidos corrosivos na caixa de vedação.
212 Estes selos mecânicos são facilmente modificados para atender
diversas condições operacionais, mantendo padrões de emissões
aceitáveis num amplo espectro de aplicações, suportando pressões
elevadas na caixa vedação.

7.2.2. Selos mecânicos externos.

Se um líquido extremamente corrosivo tiver propriedades


lubrificantes satisfatórias, um selo mecânico externo poderá
oferecer uma solução mais econômica que a complexa metalurgia
de um selo mecânico interno resistente à corrosão. A ilustração a
seguir demonstra a disposição típica de um selo mecânico externo,
na qual somente a sede, o anel de vedação e as vedações secundárias
são expostos ao produto. Todos esses componentes podem ser não-
metálicos. As peças metálicas da unidade rotativa são expostas à
atmosfera.

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

Selo externo

Disposição típica de um selo mecânico externo


213
Os selos mecânicos externos também podem ser usados em
equipamentos cujas caixas de vedação não comportem selos mecânicos
internos e são de acesso mais fácil para ajuste e manutenção.

Entretanto, o selo mecânico externo tem suas desvantagens ficando


exposto e vulnerável a impactos. Mais importante, porém, é o limite
de pressão do selo mecânico externo. A pressão hidráulica agindo
sobre a sede rotativa na figura anterior tende a separar e não a
fechar as faces de selagem. Sendo assim, este selo mecânico depende
das molas para manter as faces em contato.

7.2.3. Selos mecânicos duplos

Alguns produtos não podem ser vedados com um único selo


mecânico. Por exemplo, se há líquidos tóxicos cuja liberação ao meio
ambiente seria nociva, líquidos cujas películas abrasivas em suspensão
desgastariam rapidamente as faces de selagem ou líquidos corrosivos
que exigiriam materiais de vedação muito dispendiosos, uma solução
mais econômica e segura é a aplicação de selos mecânicos duplos.

RESERVADO
Alta Competência

Selo mecânico duplo

7.3. Normas e planos de injeção

Os materiais e formas construtivas dos selos de bombas de processo


214 devem atender a API 682 (American Petroleun Institute 682). Esta norma
especifica sistemas de selagem para bombas centrífugas e bombas
volumétricas rotativas.

Para manter o ambiente adequado aos selos mecânicos, evitando com


isso presença de sólidos e mantendo a temperatura e a lubrificação
em valores recomendados é necessária a injeção de um líquido na
caixa de selagem com vazão suficiente.

Existem vários planos de injeção (lubrificação e refrigeração) das


faces de selagem que dependem principalmente das condições
operacionais, forma construtiva da bomba e periculosidade do
líquido de processo. Para cada condição operacional é recomendável
consultar a norma API 682 para selecionar o plano mais apropriado
à aplicação.

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

Vejamos alguns exemplos de planos de injeção:

Plano API 11

Definição • Plano de Flush padrão para selos.


Descrição • Flush do selo saindo da descarga da bomba passando por uma
placa de orifício, entrando na sobreposta. Normalmente o liquido
passa pela bucha de garganta da caixa de selagem seguindo para 215
o ollho do impelidor (região de baixa pressão em relação à caixa)
através dos furos de balanceamento do impelidor. Estes furos não
estão representados na figura.
Aplicação • Bombas horizontais e verticais.
Condições • Fluído limpo, não polimerizável e com temperatura moderada.
Características • Remoção de calor da caixa de selagem.
• Escorva da caixa de selagem em bombas horizontais.
• Permite aumentar a pressão na caixa através do projeto da
bucha de garganta e furos de balanceamentos a fim de garantir
uma pressão ligeiramente acima da pressão de vapor do liquido à
temperatura interna da caixa .

RESERVADO
Alta Competência

Plano API 14

Definição • Combinação dos Planos 11 e 13.


• Linha de Flush saindo da linha de descarga e circulação para a
Descrição
linha de sucção com placas de orifício.
Aplicação • Bombas horizontais e verticais.
Condições • Fluído limpo, não polimerizável e com temperatura moderada.
216 • Remoção de calor da caixa de selagem.
• Escorvamento contínuo da caixa de selagem em bombas
verticais.
Características • Permite aumentar a pressão na caixa através do projeto de
orifícios calibrados, a fim de garantir uma pressão ligeiramente
acima da pressão de vapor do liquido à temperatura interna da
caixa.

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

Plano API 31

• Flush do selo saindo da descarga da bomba e passando por


Definição
um separador de ciclone.
• Os sólidos centrifugados são enviados de volta para a sucção
Descrição
da bomba.
Aplicação • Bombas horizontais e verticais. 217
• Fluidos sujos ou contaminados, água com áreia ou escória na
Condições tubulação.
• Fluidos não polimerizantes.
• Remoção de calor da caixa de selagem.
Características
• Remoção de sólidos do flush e da caixa de selagem.

7.4. Gaxetas

O controle das perdas de líquidos é essencial para o bom funcionamento


de equipamentos mecânicos. O mais antigo dentre os dispositivos de
selagem, é a gaxeta. As gaxetas são comercializadas em rolos e são
elementos macios, flexíveis e elásticos que podem ser usados tanto
para aplicações estáticas quanto para situações em que as peças estão
em movimento.

As gaxetas podem trabalhar com diversos tipos de líquidos, incluindo-


se ar quente, água, vapor, ácidos, cáusticos, óleos, solventes, gases,
gasolina e outros produtos químicos em amplas faixas de temperaturas
e pressões.

RESERVADO
Alta Competência

7.4.1. Classificação das gaxetas


218
As gaxetas podem, em relação as características básicas de aplicação,
ser classificadas de acordo com:

Ao tipo de gaxeta:

• Gaxetas secas (sem compostos anti-fricção)

São aquelas destinadas somente para vedação de calor e isolamento


térmico.

• Gaxetas impregnadas (com compostos anti-fricção)

São aquelas destinadas à vedação de eixo de bombas e hastes de


válvulas.

Ao tipo de aplicação:

• Estática

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

Neste caso, a gaxeta funciona como elemento de selagem e vedação.


Não pode ocorrer vazamento visual.

Exemplo: válvulas.

Haste

Anéis de Sobreposta
gaxeta
Caixa de gaxetas

219

Entrada Saída

• Dinâmica

Neste caso, a gaxeta funciona como elemento controlador de


vazamento. Necessariamente deverá ocorrer gotejamento.

Exemplo: Bombas e eixos rotativos.

RESERVADO
Alta Competência

Saída

Sobreposta
Caixa de gaxetas

Entrada

Anéis de gaxetas

220

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

7.5. Exercícios

1) Complete o quadro a seguir, de modo a construir uma síntese dos


processos de vedação:

Processo de Caracterização e
Tipos Aplicação
vedação vantagens

221

RESERVADO
Alta Competência

7.6. Glossário
Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito
de forças de natureza mecânica.

Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás


(palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor,
é capaz de impulsionar um líquido.

Placas de orifício - são elementos primários usados em sistemas de medição de


vazão de fluidos que geram em uma tubulação um diferencial de pressão entre a
montante e a jusante. Uma vez medido este diferencial é possível medir, totalizar,
programar e controlar a vazão do fluido.

222

RESERVADO
Capítulo 7. Vedações

7.7. Bibliografia
NÓBREGA, Paulo Roberto Leite. Treinamento sobre Selagem em Equipamentos
Rotativos. Apostila. Petrobras. Rio de Janeiro: 2005.

223

RESERVADO
Alta Competência

7.8. Gabarito
1) Complete o quadro a seguir, de modo a construir uma síntese dos processos de
vedação:

Processo de Caracterização e
Tipos Aplicação
vedação vantagens
Dispositivo Selos Mecânicos: Em especial,
dinâmico que situações que
impede a • de mola única; envolvam risco
passagem de de acidentes ou
• de várias molas;
um líquido do contaminação do
interior de um • com fole meio ambiente .
equipamento metálico; e
rotativo para A escolha do
atmosfera. • com fole de método de
elastômero. selagem precisa ser
1- Selo Evita a analisada para cada
mecânico contaminação do aplicação, quanto
meio ambiente, aos requisitos
perda do produto de instalação,
224 bombeado e manutenção,
acidentes. consumo de
energia, perda de
Apresenta 1080 produto e custos
vezes menos de tratamentos de
vazamentos do efluentes.
que as gaxetas.

É o mais antigo Gaxeta: Líquidos como ar


dispositivo de quente, água, vapor,
selagem utilizado • seca, ácidos, cáusticos,
para o controle de óleos, solventes,
• impregnada,
perda de líquidos. gases, gasolina e
2- Gaxeta • estática e produtos químicos
É essencial em amplas faixas
para o bom • dinâmica de temperatura e
funcionamento pressão.
de equipamentos
mecânicos.

RESERVADO
Capítulo 8
Lubrificação

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar o conceito de lubrificação;


• Distinguir os tipos de lubrificação, aplicações e cuidados.

RESERVADO
Alta Competência

226

RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação

8. Lubrificação

L
ubrificação é uma operação que consiste em introduzir uma
substância apropriada entre superfícies sólidas que estejam em
contato entre si e que executam movimentos relativos.

Essa substância apropriada normalmente é um óleo ou uma graxa


que irá impedir o contato direto entre as superfícies sólidas.

Quando recobertos por um lubrificante, os pontos de atrito das


superfícies sólidas fazem com que o atrito sólido seja substituído
pelo atrito líquido, ou seja, por atrito entre uma superfície sólida
e um líquido. Nessas condições, o desgaste entre as superfícies será
bastante reduzido, como representado nas ilustrações abaixo.

Superfície 1 227

Superfície 2 Lubrificante

Atrito líquido entre as superfícies

Além dessa redução do atrito, outros objetivos são alcançados


com a lubrificação, se a substância lubrificante for selecionada
corretamente:

RESERVADO
Alta Competência

Funções dos lubrificantes

Resfriamento Selagem

Evitar o contato
metal-metal Controlar a
(Desgaste) formação de
depósitos

Diminuir o atrito Óleo


(economizar energia) Lubrificante Proteger contra
a corrosão

Transmitir forla

Resistir à própria
Retirar contaminantes degradação (oxidação)
de sistema

Quadro resumo das funções da lubrificação

228 8.1. Lubrificantes

Os lubrificantes mais práticos e de uso diário são os líquidos e os


semi-sólidos, isto é, os óleos e as graxas.

Quanto à origem, os óleos podem ser classificados em quatro


categorias:

• Óleos minerais;

• Óleos vegetais;

• Óleos animais;

• Óleos sintéticos.

RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação

São os mais utilizados nos


São substâncias obtidas a mecanismos industriais, sendo
Óleos minerais
partir do petróleo. obtidos em larga escala a partir
do petróleo.

São extraídos de sementes:


Raramente são usados
Óleos vegetais soja, girassol, milho, algodão,
isoladamente como
mamona etc.
lubrificantes, por causa da sua
baixa resistência à oxidação,
São extraídos de animais como a quando comparados a outros
Óleos animais
baleia, o bacalhau, a capivara etc. tipos de lubrificantes.

Possuem maior custo, mas são


São produzidos em indústrias
utilizados nos casos em que
químicas que utilizam
outros tipos de substâncias
substâncias orgânicas e
não têm atuação eficiente.
Óleos sintéticos inorgânicas para fabricá-los.
Apresentam melhor resistência
Estas substâncias podem ser
ao envelhecimento e maior 229
silicones, ésteres, resinas,
proteção ao equipamento e
glicerinas etc.
maior limpeza

Vejamos algumas aplicações dos lubrificantes:

8.1.1. Óleos lubrificantes

Os óleos lubrificantes, antes de serem colocados à venda pelo


fabricante, são submetidos a ensaios físicos padronizados que, além
de controlarem a qualidade do produto, servem como parâmetros
para os usuários.

Os principais ensaios físicos padronizados para os óleos lubrificantes


encontram-se resumidos na tabela a seguir.

Tipo de ensaio O que determina o ensaio

Resistência ao escoamento oferecida pelo óleo. A viscosidade é


inversamente proporcional à temperatura. O ensaio é efetuado
Viscosidade em aparelhos denominados viscosímetros. Os viscosímetros
mais utilizados são o Saybolt, o Engler, o Redwood e o
Ostwald.

RESERVADO
Alta Competência

Tipo de ensaio O que determina o ensaio

Índice de Mostra como varia a viscosidade de um óleo conforme as


viscosidade variações de temperatura.

Relação entre a densidade do óleo a 20°C e a densidade da


Densidade relativa água a 4°C ou a relação entre a densidade do óleo a 60°F e a
densidade da água a 60°F.

Temperatura mínima à qual pode inflamar se o vapor de óleo,


Ponto de fulgor no mínimo, durante 5 segundos. O ponto de fulgor é um dado
(flash point) importante quando se lida com óleos que trabalham em altas
temperaturas.

Ponto de
Temperatura mínima em que se sustenta a queima do óleo.
combustão
Temperatura mínima em que ocorre o escoamento do
Ponto de mínima óleo por gravidade. O ponto de mínima fluidez é um dado
fluidez importante quando se lida com óleos que trabalham em baixas
230 temperaturas.

Podemos citar como vantagens da lubrificação de rolamentos a


óleo:

• Maior penetração - o óleo pode fluir por gravidade ou ser


pulverizado numa nuvem, fazendo dos métodos de lubrificação
por névoa e do tipo ar-óleo os mais eficientes;

• Melhor refrigeração.

8.1.2. Graxas

As graxas são compostas de lubrificantes semi-sólidos. Estes


lubrificantes semi-sólidos são constituídos por uma mistura de óleo,
aditivos e agentes engrossantes chamados sabões metálicos, à base
de alumínio, cálcio, sódio, lítio e bário. As graxas são utilizadas onde
o uso de óleos não é recomendado e nos seguintes casos:

• Baixas velocidade e pressões elevadas;

• Folgas muito grande;

RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação

• Sistemas sujeitos a choques e trepidação;

• Selagem de sistemas sujeitos a contaminação;

• Locais onde se deseja uma película resistente e permanente.

ATENÇÃO

As graxas também passam por ensaios físicos


padronizados. A consistência ou penetração é a
característica da graxa em resistir à deformação
plástica. É a propriedade mais importante das graxas,
podendo ser comparada à viscosidade dos óleos.

Vantagens sobre o óleo:


231
• Instalação mais fácil;

• Instalação menos dispendiosa;

• Requer menos espaço na caixa de mancal;

• Melhor aderência;

• Melhor proteção contra umidade e contaminantes.

Formas de aplicação:

• Manual;

• Bomba de graxa;

• Para maioria das aplicações de rolamentos, utiliza-se graxa de


sabão de lítio.

RESERVADO
Alta Competência

8.2. Aditivos

Aditivos são substâncias que entram na formulação de óleos


e graxas para conferir-lhes certas propriedades. A presença de
aditivos em lubrificantes tem os objetivos de proteger o óleo contra
envelhecimento, acidez, espuma, congelamento e resistência à
temperatura. Além disso, os aditivos proporcionam proteção ao
equipamento contra o desgaste, corrosão, sujeira, contaminações e
aquecimento.

Vejamos alguns tipos de aditivos usados:

Aumentam a resistência dos óleos à oxidação, quando expostos


Antioxidantes ao ar. À altas temperaturas a oxidação ocorre rapidamente,
formando contaminantes ácidos.
Antiferrugem Protege peças metálicas da ação da umidade.
232
Formam uma película protetora sobre as superfícies metálicas,
Anticorrosivos
protegendo-as da ação dos contaminantes ácidos.

Reagem com o material formando compostos que agem como


Antidesgaste lubrificante sólido, reduzindo o desgaste. Muito importante para
reduzir desgaste na partida do equipamento.
Dispersantes/ Dispersam partículas de contaminantes no óleo, evitando
detergentes entupimentos e depósitos em peças.

Melhorador
do índice de Reduzem a variação da viscosidade com a temperatura.
viscosidade

Abaixadores de
Indicados para baixas temperaturas.
ponto de fluidez

Agentes de Aumentam a oleosidade sem elevar demasiadamente a


adesividade viscosidade.

Fornecem ao óleo a característica de evitar o contato entre as


Extrema pressão superfícies em movimento, sob condições de altas pressões,
mesmo após rompimento da película de lubrificante.

RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação

Óleo
lubrificante = Óleo básicos + Aditivos

Formulação do óleo lubrificante

A Viscosidade do óleo lubrificante é responsável pela espessura do


filme lubrificante e possuem as seguintes características:

• Inversamente proporcional à temperatura;

• Sempre deve ser reportada em relação a uma temperatura;


233
• Unidade usual SI: cSt (mm2/s) – viscosímetro cinemático.

8.3. Tipos de lubrificação

A lubrificação adequada em uma bomba é crítica para o


funcionamento e para a longevidade dos componentes. Pontos-
chave para a obtenção de uma lubrificação apropriada incluem
fundamentos de lubrificação, como a bomba foi desenvolvida para
fornecer lubrificante ao rolamento e o ambiente ao redor.

8.3.1. Lubrificação por nível de óleo

O óleo é colocado na caixa de mancal até o nível atingir a metade


ou 1/3 da esfera ou rolo inferior do rolamento, conforme mostra a
ilustração anterior.

RESERVADO
Alta Competência

Nível de óleo
d

1/2 1/3
d d

Nível de óleo na caixa de mancal Visor de nível instalado na caixa de mancal

O óleo é colocado na caixa de mancal até o nível atingir a metade


ou 1/3 da esfera ou rolo inferior do rolamento, conforme mostra a
ilustração anterior.

Nível de óleo
234 Copo nivelador
(reservatório de óleo)
Engrenagem

Detalhe do nível do óleo e copo nivelador

RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação

Importante!
É importante que se mantenha o nível de óleo na po-
sição correta, pois o nível elevado provocará aqueci-
mento e formação de espuma enquanto que o nível
baixo proporcionará uma lubrificação deficiente e
desgaste prematuro.

Por isso instala-se nas caixas de mancais um visor de


nível e um dispositivo chamado ”copo nivelador”.
Trata-se de um copo cheio de óleo em comunicação
com o reservatório de óleo com a finalidade de man-
ter o nível constante.

8.3.2. Lubrificação forçada


235
É usada geralmente com mancais de deslizamento. O sistema de
lubrificação forçada é constituído principalmente por:

• Um reservatório de óleo;

• Bombas de lubrificação: a bomba principal normalmente


está acoplada ao eixo da bomba e uma bomba reserva com
acionamento independente (normalmente acionada por motor
elétrico);

• Trocador de calor utilizado para remoção de calor do óleo


lubrificante. (em alguns sistemas existem trocador de calor
reserva.);

• Filtros de óleo;

• Válvulas reguladoras de pressão de fornecimento de óleo;

• Válvulas de alivio de pressão para segurança do


equipamento;

RESERVADO
Alta Competência

• Instrumentos (indicadores de pressão, temperatura, vazão,


pressão diferencial);

• Alarmes e/ou cortes para proteção.

Óleo p/mancais

Filtro

Bomba
Resfriador
Tanque de óleo
Retorno de óleo

Exemplo de um circuito de lubrificação forçada

A bomba principal de óleo aspira óleo do tanque (reservatório) e


236
envia-o com pressão aos pontos de lubrificação. Neste caminho o óleo
é resfriado até a temperatura adequada de lubrificação e filtrado. A
pressão de óleo para os mancais é controlada através de uma válvula
reguladora de pressão que a mantém em torno de 1 a 2 kgf/cm2.

8.3.3. Lubrificação por anel pescador

1 5
OIL LEVEL

Anel pescador Detalhe do anel pescador

Um anel de diâmetro maior que o eixo fica apoiado sobre o mesmo


e com a parte inferior mergulhado no óleo. Com o eixo em rotação,
o anel é arrastado de forma a girar com velocidade menor que a do
eixo. Este movimento produz o arraste do óleo do reservatório para
o mancal.

RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação

8.3.4. Lubrificação por salpico

Na lubrificação por salpico, no lugar do anel pescador é instalado um


anel que é fixado ao eixo e fica parcialmente imerso no óleo. Quando
o eixo gira, o anel gira com ele, na mesma velocidade, provocando o
salpico do óleo em toda caixa do mancal.

G
G

7
Bearing frame
top view
Section a - a

Section b - b
6
F

4
4
E

F
B

237
Oil collector

Detalhe do anel salpicador

8.3.5. Lubrificação com graxa

O método de aplicação mais usual é através da pistola graxeira.

Pistola graxeira

RESERVADO
Alta Competência

Nunca se deve encher completamente a caixa de mancal com graxa


além dos 2/3 do volume da caixa, pois o excesso de graxa produzirá
superaquecimento e deterioração do produto. O espaço deixado na
caixa de mancal serve para a graxa se expandir e se movimentar pelos
elementos rolantes do mancal.

Durante a lubrificação, abra o dreno da caixa de mancais e certifique-


se de que está ocorrendo a saída da graxa velha.

8.3.6. Lubrificação por névoa de óleo

Pode ser definida como um tipo de processo de lubrificação


centralizada que utiliza “nuvem” de óleo.

O vapor de óleo é formado quando o ar comprimido passa por um


orifício, reduzindo a pressão. Isso faz o óleo ser extraído de um
238 reservatório e ir para um fluxo de ar. O vapor resultante é distribuído
através de linhas de alimentação para vários pontos de aplicação.

Ar seco, filtrado
e preaquecido

Névoa de
Câmara
defletor
de vortex

Defletor

Nível de óleo

RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação

Injetores de óleo

Coletor de óleo

Caixa do mancal onde


o óleo é pulverizado

8.4. Cuidados na lubrificação 239

Para termos uma idéia da importância da lubrificação, segundo um


grande fabricante de rolamentos as grandes parte das falhas em
equipamentos são causados por deficiência de lubrificação. Cerca
de 50% dos rolamentos falham por deficiência de lubrificação e
aproximadamente 25% dos custos de manutenção estão associados
a falhas de lubrificação.

Além disso, as falhas causadas por falta de lubrificação, normalmente


são bastante aceleradas, gerando perdas de produção e manutenção
em caráter de emergência (alto custo), os custos dos lubrificantes
correspondem apenas a aproximadamente 2% do custo total da
manutenção e sempre existe uma maneira de se aumentar o tempo
médio entre falhas de um equipamento através de melhoramentos
na sua lubrificação.

As principais causas de falhas em rolamentos são a presença


de contaminantes no lubrificante como: sujeira, água e vapor
condensado.

RESERVADO
Alta Competência

Oxidação do rolamento por presença


de água no óleo

% de Água no Óleo Mineral Redução vida do rolamento


Básico por fadiga
0,002 % 48 %
6% 83 %
240
250%

200%
25ppm = 0.0025%
% Of rated bearing life

100ppm = 0.010%
150% 1000ppm = 0.10%
2500ppm = 0.25%
5000ppm = 0.50%
100%

50%

0%
0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000

Ppm water in oil


(based on 100% life at 100 ppm water in oil)

Redução da vida do rolamento devido teor de água no óleo

RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação

8.5. Exercícios

1) A necessidade de lubrificar peças e equipamentos faz parte do sen-


so comum. Agora, a partir do que você estudou, elabore um conceito
de lubrificação.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

2) A seguir você encontra um quadro-resumo sobre tipos de lubrifica-


ção, com algumas lacunas. Complete-as a partir do que você estudou:

Tipos de
Características Aplicabilidade Vantagens
lubrificação

241
Óleos lubrificantes

Graxas

Lubrificantes sólidos

RESERVADO
Alta Competência

8.6. Glossário
Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito
de forças de natureza mecânica.

Ensaio físico - teste para o controle da qualidade do produto e que serve como
parâmetro para os usuários.

242

RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação

8.7. Bibliografia
JUNIOR SILVA, Achilles. Material de Treinamento da UN-BC/ENGP/EMI treinamento
do curso de formação de engenheiros de equipamentos / Elétrica. 2007.

MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio
de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.

243

RESERVADO
Alta Competência

8.8. Gabarito
1) A necessidade de lubrificar peças e equipamentos faz parte do senso comum.
Agora, a partir do que você estudou, elabore um conceito de lubrificação.

Lubrificação é uma operação que consiste em introduzir uma substância apropriada,


em geral óleo ou graxa, entre superfícies sólidas que estejam em contato entre si e
que executam movimentos relativos.

2) A seguir você encontra um quadro-resumo sobre tipos de lubrificação, com


algumas lacunas. Complete-as a partir do que você estudou:

Tipos de
Características Aplicabilidade Vantagens
lubrificação
• Apresentam
maior penetração:
o óleo pode fluir
por gravidade ou
ser vaporizado
numa nuvem,
• Viscosidade é a fazendo dos
244 Óleos
propriedade mais métodos de
lubrificantes lubrificação por
importante.
névoa e do tipo
ar-óleo os mais
eficientes;
• Proporcionam
melhor
refrigeração.

Principalmente
nas seguintes
situações:
• São compostos
lubrificantes • Baixas • Instalação mais
semi-sólidos, velocidades e fácil que o óleo;
mistura de óleo, pressões elevadas; Instalação menos
aditivos e agentes • Folgas muito dispendiosa;
engrossantes grandes; • Requerem menos
chamados sabões • Sistemas sujeitos espaço na caixa de
Graxas metálicos, à base a choques e mancal;
de alumínio, cálcio, trepidação; • Melhor
sódio, lítio e bário; aderência;
Selagem de
• Consistência ou sistemas sujeitos a Melhor proteção
penetração é a contaminação; contra umidade e
propriedade mais contaminantes.
• Locais onde
importante.
se deseja uma
película resistente
e permanente.

RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação

Tipos de
Características Aplicabilidade Vantagens
lubrificação

• Baixa resistência
ao cisalhamento; Principalmente em
• Estabilidade partes submetidas a:
em temperaturas • Altas pressões
elevadas; temperaturas
• Elevado limite de elevadas;
elasticidade; • Cargas
Lubrificantes
sólidos • Alto índice de intermitentes
transmissão de • Meios agressivos,
calor; comuns em
• Alto índice de refinarias de
adesividade; petróleo e
Ausência de indústrias químicas
impurezas e petroquímicas.
abrasivas.

245

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 9
Proteções de
bombas

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar as principais variáveis a serem controladas e


suas funções na proteção de bombas.

RESERVADO
Alta Competência

248

RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas

9. Proteções de bombas

E
xistem sistemas de proteção que promovem a parada automática
da bomba que devem atuar somente quando as variáveis
monitoradas atingirem valores acima daqueles definidos, o que,
em ultima analise, exporia o equipamento, pessoas e a unidade de
produção a danos potenciais. Para as bombas centrífugas, de modo
geral, as principais proteções utilizadas na garantia da integridade
das instalações e das pessoas envolvidas nas atividades industriais
estão relacionadas a:

• Vazão;

• Pressão;

• Temperatura; 249

• Parâmetros elétricos;

• Vibração.

9.1. Vazão

O controle de vazão bomba é de fundamental importância para o


bom desempenho do equipamento face aos problemas hidráulicos
impostos ao mesmo em decorrência da sua operação fora dos limites
recomendados por norma.

Problemas relacionados à baixa vazão ocorrem quando as bombas


operam continuamente ou repetidamente em ciclos dentro da região
de vazão significativamente abaixo do ponto melhor eficiência (BEP),
por exemplo, 50% do BEP. Nesta região, os componentes da bomba e
do sistema têm seu desempenho adversamente afetado. Os problemas
relacionados à baixa vazão são os piores enfrentados pelas bombas
de alta densidade de energia (segundo American Petroleum Institute,
bombas com mais de 200 m de head e 225 kW por estágio), bombas
que trabalham com fluido quente, com partículas sólidas e gases
dissolvidos no liquido.

RESERVADO
Alta Competência

Assim, um dos principais problemas encontrados é a garantia de que


a bomba venha operar acima da vazão mínima. Entende-se como
vazão mínima de uma bomba centrífuga a mais baixa vazão entregue
pela bomba ao sistema, de forma contínua, sem que a mesma sofra
algum tipo de dano.

Um dos sistemas de proteção contra baixa vazão é o sistema continuo


de by-pass ou recirculação contínua. Este sistema fornece uma vazão
de recirculação continua ou by-pass independente da demanda
do processo. A ilustração a seguir ilustra um sistema simples de
recirculação contínua.

Processo

Orifícfio
calibrado
Reservatório
Válvula de
250 de
retenção
sucção
Tubulação de
descarga
Tubulação de sucção
Bomba

Sistema de recirculação contínua

A ilustração mostra uma linha de by-pass derivando da descarga da


bomba contendo um orifício de restrição (OR) ou orifício calibrado,
dimensionado para uma dada vazão (vazão mínima da bomba). A
linha de by-pass descarrega para o interior do vaso de sucção da
bomba, que está a uma pressão mais baixa que descarga da bomba. O
inconveniente desta solução é que obriga um superdimensionamento
da bomba e do motor, pois ocorre uma recirculação pelo by-pass,
mesmo em condições normais, quando a vazão demandada pelo
processo já seria suficiente para manter a bomba em uma condição
segura com relação à vazão mínima.

RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas

Outro sistema de proteção contra baixa vazão é o sistema de


recirculação automático que controla a vazão de recirculação
em função da vazão de demanda do processo. A soma da vazão
de processo e da recirculação sempre excederá a vazão mínima
especificada pelo fabricante da bomba. Neste sistema dois elementos
são fundamentais: controlador de vazão para o processo e a válvula
de controle de vazão de recirculação.

OR - Orifício de restrição

Válvula de controle

Processo

Controlador
de vazão
251
Sistema de recirculação automático

Uma derivação deste sistema utiliza uma única válvula, chamada de


ARC Valve – Válvula de Controle Automático de Recirculação que é
instalada na descarga e que reúne em uma só estrutura o medidor de
vazão, válvula de retenção, válvula controladora de vazão e orifício
de redução de pressão. Durante a operação com vazão reduzida, a
válvula de vazão mínima abre um by-pass, protegendo desta maneira
a bomba. Durante a operação normal, sempre que a vazão for maior
que a mínima, linha de by-pass permanece fechada.

RESERVADO
Alta Competência

Descarga

Sucção
3 3
4
3

2 1 - Válvula de recirculação
automática;
PI
2 - Válvula de retenção;
3/4 - Válvulas controladoras de vazão.

1
1

P/ vaso de sucção Bomba Motor

Fluxograma de uma instalação com válvulas de controle de vazão


252
A ilustração anterior apresenta um sistema de proteção contra
vazão baixa utilizando uma válvula de recirculação automática. Já a
ilustração a seguir mostra detalhes dos internos da válvula de controle
de recirculação automática.

Guia
Válvula redutora
de pressão
Disco

Válvula de controle
de vazão

Internos da válvula de recirculação automática

RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas

9.2. Pressão

O controle e a monitoração da pressão nas bombas são de


fundamental importância para o bom desempenho do equipamento
face aos danos impostos ao mesmo em decorrência da sua operação
fora dos limites recomendados.

Para bombas de deslocamento positivo, alem de um pressostato e/


ou um transmissor de pressão que desligará a bomba ao atingir o
limite máximo definido no projeto, é necessário por norma, uma PSV
(válvula de segurança) calibrada para abrir acima dos valores dos
pressostatos, entretanto abaixo da pressão definida pelo fabricante
do equiipamento como a máxima permissível. Como sabemos, ao
operararmos uma bomba de deslocamento positivo com a válvula de
descarga fechada poderiamos causar uma grande avaria à bomba ou
ao sistema ou às pessoas.
253
Tanto para bombas centrifugas como para bombas de deslocamento
positivo o monitoramento da pressão de sucção, bem como a
pressão diferencial no filtro de sucção, são vairaveis que devem ser
consideradas no sistema de proteção do equipamento. Desvios desses
parâmetros fora de limites estabelecidos pelo operador e fabricante
podem levar a bomba à cavitação, aquecimento e um provável
travamento entre as partes móveis e estacionárias. Outro parâmetro
que pode ser introduzido no sistema de proteção é o diferencial de
pressão entre a descarga e sucção. O aumento no diferencial indica
que a bomba centrífuga esta perto da sua pressão de shut off ou
operando abaixo da vazão mínima. Esta informação alerta o operador
a tomar providencias com relação a este desvio. Da mesma forma um
diferencial muito baixo pode indicar um aumento de vazão que pode
estar relacionado com um vazamento na linha , abertura indevida
de válvula etc. O transmissor de pressão da descarga também pode
indicar em uma situação estática, bomba parada, se a mesma esta
pressurizada ou não. Muitas vezes o vazamento de válvulas de
retenção na descarga das bombas submetem-nas à pressão descarga
das bombas que continuam operando em paralelo. Nesta situação a
bomba parada e com a sucção eventualmente fechada é pressurizada,
o que pode acarretar danos ao sistema de selagem, à integridade de
componentes do lado de sucção e numa possível operação do conjunto
girante no sentido inverso. Este último pode ocorrer no momento de
uma próxima partida da bomba, quando ao abrir a válvula de sucção,

RESERVADO
Alta Competência

ao depender no nível de vazamento da válvula de retenção, a pressão


de descarga do ramal de descarga das bombas levaria a bomba a
trabalhar como uma “turbina” impondo uma rotação contraria ao
sentido normal de operação. Na ocorrência deste fato a falha atingiria
grandes proporções nos mancais de bombas que possuem sistema
de lubrificação forçada, pois os mesmos, normalmente, não estariam
operando nesta situação.

Na ilustração a seguir é possível observar uma unidade de lubrificação


forçada (ULF), típica de bombas de grande porte. Neste sistema a
indicação, controle e monitoramento de algumas variáveis de pressão
são de fundamental importância.

b
Pressostato de Pressão de
Pressostato de PSLL PSL
pressão alimentação
pressão muito baixa PI
baixa dos mancais
Bomba

PSV a
254 TI
Indicador de
temperatura Indicador
Indicador PDI de pressão
FI de fluxo
diferencial
Filtros
de óleo
Carter Pressão descarga
das bombas TI
PI
Visor de Nível
Moto-bomba PSV Válvula de controle
de temperatura
Indicador de TI
temperatura Trocador de calor

a) Alta pressão diferencial dos filtros de óleo


b) Pressão baixa de óleo de alimentação dos mancais

Esquema simplificado de uma unidade de lubrificação forçada (ULF)

Normalmente os itens a, b são dotados de alarme a fim de fornecer


uma indicação sonora de que a variável está fora dos limites ótimos
de operação antes de parar a maquina ao atingirem os níveis de
desligamento.

RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas

9.3. Temperatura

Algumas bombas, como as de cavidades progressivas, são dotadas


de sistemas de proteção contra trabalho a seco através do controle
de temperatura do estator. Neste caso, o sensor de temperatura é
instalado de forma a medir a temperatura do estator. Nas situações
onde a temperatura medida atinge o valor pré-determinado como
valor limite de segurança de operação do estator, ocorre o desarme
do motor evitando assim o sobreaquecimento e conseqüentemente
danos ao estator.

Na ilustração a seguir podemos ver um elemento sensor de temperatura


instalado no estator de uma bomba de cavidades progressivas bem
como detalhes da degradação e extensão do dano provocado ao
estator pela exposição à temperatura elevada.

255

Sensor de temperatura do estator em uma BCP

Degradação do estator por excesso de temperatura

RESERVADO
Alta Competência

Em uma bomba centrífuga apenas uma parte da energia entregue


ao eixo é convertida em energia hidráulica. Parte dela é entregue ao
fluido na forma de calor devido às fricções internas. Esta perda de
energia depende muito da vazão da bomba.

Quanto menor a vazão, menor será a eficiência da bomba e


conseqüentemente maior será a parcela de energia convertida
em calor. Assim para evitar o superaquecimento e a possibilidade
de vaporização do líquido bombeado no interior da bomba, uma
quantidade mínima de vazão, chamada de “vazão mínima” deve ser
garantida. Neste caso, a vazão mínima esta relacionada aos efeitos
térmicos. Como vimos anteriormente existem sistemas de proteção
específicos que garantem a operação da bomba com vazões acima
da mínima.

Existem sistemas de proteção que promovem a parada automática


256 da bomba que são fornecidos como back-up dos sistemas de controle.
Eles devem atuar quando houver uma falha do sistema de controle
de recirculação ou mesmo devido ao fechamento acidental da válvula
de descarga ou sucção da bomba.

O sistema de proteção contra temperatura elevada basicamente


é compreendido por sensores de temperatura instalados na
carcaça ou próximo a descarga da bomba e que através de
circuitos eletrônicos de medição contínua de temperatura, mede a
temperatura nestes locais e comparando-as com uma temperatura
pré-determinada, ativa um circuito de alarmes e de interrupção
do funcionamento da bomba.

Bocal de Flange de
descarga sucção

Sensores de
Sensores de
temperatura
temperatura

RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas

Outra proteção de grande importância esta relacionada às


temperaturas dos mancais das bombas , motores eletricos e do
óleo lubrificante. Esses limites são definidos em normas ou pelo
fabricante. É importante que os operadores conheçam esses limites
e fiquem atentos aos desvios. A calibração periódica dos sensores e
transmissores de temperatura devem ser rigorosamente respeitada e
a correta instalação deve ser feita, pois uma falha de mancal por alta
temperatura pode ocasionar acidentes de grandes proporções.

257

Efeito da falta de atuação do transmissor de temperatura.

Falta de atuação do transmissor de temperatura e conseqüente falha


por superaquecimento no mancal do lado não acoplado do motor
elétrico de uma bomba de transferência de petróleo.

9.4. Elétrica

Em alguns casos, durante a partida de uma bomba centrífuga, o


head desenvolvido, bem como o torque requerido, atinge valores
mais altos do que aqueles observados na vazão nominal. Esta
situação não ocorre em bombas de fluxo radial e em algumas de
fluxo misto, pois o head de shut-off nesses casos variam de 110% a
140% do head nominal. Já algumas bombas de fluxo misto e todas
de fluxo axial possuem head e torque de shut-off bem mais alto que
o nominal. Neste caso atenção especial deve ser dada durante a
partida dos equipamentos. As curvas a seguir ilustram as situações
anteriormente mencionadas.

RESERVADO
Alta Competência

Curvas caracteristicas - head x vazão Curvas caracteristicas - potencia x vazão


300 300

250 250

% Potencia nominal
% Head nominal

200 200

150 150

100 100

50
50

0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
% Vazão nominal
% Vazão nominal
Bom bas de fluxo axial Bom bas de fluxo radial
Bom bas de fluxo axial Bom bas de fluxo radial

O gráfico a seguir ilustra a variação do torque de uma bomba


centrifuga radial, que representa a maioria das bombas nos processos
de refino e bombeamento de petróleo nas regiões de produção, em
função da sua rotação para a situação em que temos a válvula de
descarga fechada, ou seja, partida em shut-off. Observa-se que o
torque de partida não é zero em função do atrito estático existente
nos mancais, no sistema de selagem e em função do próprio fluido
de processo. Este atrito é maior do que o atrito dinâmico existente na
faixa dos 10% da rotação nominal. O gráfico também mostra a curva
258 de torque x rotação típica de um motor de indução usual na indústria
do petróleo.

220
200
rque
160 Motor to
140

120
% torque

100

80
60

40
Torque da bomba
20

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% rotação nominal

Primeiramente, notamos que a diferença entre a curva de torque


do motor e a curva de torque da bomba é o excesso de torque
disponibilizado pelo motor a fim de promover a aceleração da bomba
do repouso até a rotação nominal.

RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas

Percebemos que as bombas radiais requerem menos potência e


torque no shut-off do que na condição nominal e usualmente devem
ser colocadas em operação com a válvula de descarga bloqueada.
Diferentemente, as bombas axiais requerem mais potência e torque
no shut-off do que na condição nominal e normalmente não são
colocadas em operação com a válvula de descarga fechada, pois
exigirão acionadores de maior potência e mais caros. Além disso,
estas bombas produzirão elevada pressão na descarga da bomba.

Para o acionamento de bombas de deslocamento positivo (rotativas


e alternativas) é necessária uma melhor avaliação dos transientes
de partida pelo ponto de vista das cargas impostas pelo sistema ao
equipamento. Sabe-se que o torque na bomba depende diretamente
do diferencial de pressão entre descarga e sucção e praticamente
independe da rotação. Logo em função das condições estáticas do
sistema, o motor poderá ser submetido a condições criticas que
devem ser consideradas no seu dimensionamento. Paralelamente,
dispositivos de alívio (ex.: válvula de reciclo) podem ser previstos para 259
auxiliar nas situações de partida do sistema.

No contexto operacional as proteções elétricas para as bombas são


efetivadas por dispositivos elétricos / eletrônicos que monitoram
constantemente, por exemplo, os níveis de tensão, corrente,
temperatura dos enrolamentos do motor etc. Os limites operacionais
são definidos pelo fabricante do motor e ao atingi-los, ações de
alarme e / ou desligamento da máquina são tomadas.

9.5. Vibração

A monitoração e a análise da vibração apresentada pela bomba é


uma excelente ferramenta para avaliar o estado da bomba e também
para identificar qual o tipo de defeito existente, tais como:

• Desbalanceamento;

• Desalinhamento;

• Falha de mancal;

• Problemas hidráulicos.

RESERVADO
Alta Competência

De maneira elementar, vibração pode ser definida como sendo


um movimento periódico, ou seja, que se repete em todas as suas
particularidades, após certo intervalo de tempo denominado
período. Ela é causada por uma força perturbadora podendo, no
caso de máquinas, agir como fatores atenuantes o peso, a rigidez e
a capacidade de amortecimento. Quanto menor a vibração de uma
bomba, maior a probabilidade de termos campanhas prolongadas.

Normalmente se monitora os seguintes parâmetros de vibração:

• Deslocamento;

• Velocidade;

• Aceleração.

260
Os instrumentos utilizados para medição de vibração vão desde
sensores sísmicos portáteis, usualmente capazes de medir velocidade
e por integração, a amplitude de vibração, até equipamentos
sofisticados como analisador de tempo real. Naturalmente
equipamentos com maiores recursos são mais necessários para
máquinas de grande porte, complexidade e importância. Vejamos
os instrumentos mais encontrados:

• Sensor sísmico ou de velocidade

Muito usado como instrumento portátil. Seu princípio de


funcionamento baseia-se em gerar uma tensão proporcional à
velocidade de vibração do movimento relativo entre um imã
permanente e uma bobina fixa a superfície vibrante.

RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas

Conector

Faixa de uso
Carcaça 10 a 1500Hz

Mola Bobina

Imã
permanente
Fluido
amortecedor

Sensor de velocidade

• Acelerômetro

261
É o sensor mais usado atualmente. Os valores podem ser integrados
para fornecer a vibração sob a forma de velocidade. Neste caso a
tensão elétrica é proporcional à aceleração a que é submetida a pilha
de cristais piezoelétricos.

Carcaça
0 + -
Cristal Massa
piezoelétrico 0 - +
Cizalhamento
Conector

Acelerômetro de cizalhamento

Carcaça
Mola +
0 -
Massa
Cristal
piezoelétrico 0 - +
Compressão
Conector

Acelerômetro de compressão

RESERVADO
Alta Competência

• Sensor de não-contato (proximitors)

Tem seu funcionamento baseado nas perdas de corrente absorvidas


por um metal em função da distancia entre o sensor e o alvo de
medição. Usado somente em bombas muito importantes e de mancal
de deslizamento. Uma das principais aplicações é a medição da
posição relativa do eixo.

Superfície Campo
metálica magnético Oscilador/Demodulador
(proximitor)
Sensor Cabo de
extensão + 24 V DC
Common
Output

262

Sensores de não-contato do mancal de uma bomba de injeção de água

Os analisadores de tempo real são os mais sofisticados instrumentos


e conseqüentemente os mais onerosos. Neste caso, obtém-se uma
figura bidimensional que permite visualizar a amplitude de vibração
versus a freqüência predominante ao longo do tempo.

RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas

Amplitude

Domínio da frequência
Domínio do tempo

Espectro de vibração - amplitude versus freqüência

De uma forma geral procura-se instalar os sensores de vibração o mais


próximo possível dos mancais onde as respostas dinâmicas da maquina
permitem uma melhor avaliação das condições do equipamento. Por
exemplo, em maçais de rolamento as medições permitem inferir sobre
263
defeitos incipientes e a evolução dos mesmos ao longo do tempo.

Vejamos na ilustração a seguir, exemplos de locais de medição de


vibração em uma dada bomba horizontal.
V

H
V

V H Onde:
V A - Axial (direção paralela ao eixo da
A

V bomba);
H
H V - Vertical (perpendicular ao eixo da
bomba);

H A H - Horizontal (perpendicular ao eixo


da bomba)
Bombas horizontais - locais de medição de vibração

A medida com proximitors é bastante usada para máquinas de


grande porte. Normalmente a máquina é permanentemente
monitorada. A partir do tratamento dos sinais as condições dos
mancais podem ser avaliadas.

RESERVADO
Alta Competência

Os valores das variáveis indicativas de vibração são informações


valiosas para um diagnóstico da condição de uma bomba. A
experiência acumulada pelos fabricantes de bombas e mancais levou
a estabelecer correlações entre alguns tipos de falhas, suas possíveis
causas e as respectivas freqüências de vibração.

Para que seja efetivo o acompanhamento das condições da


máquina, as ações dele decorrentes devem ser pautadas na
coleta de vibrações e analise. Nesta ultima toda a experiência
acumulada dos técnicos, bem como os critérios de severidade e
correlações entre vibrações e possíveis causas só surtirão efeito
com a sistematização de coleta e gerenciamento dos dados. Em
algumas máquinas este acompanhamento, como já dissemos,
é permanente, mas em bombas isto não é usual; entretanto,
um acompanhamento periódico, por exemplo, mensal, deve
ser realizado para observarmos valores atuais, bem como a sua
evolução ao longo do tempo e após ações de reparo.
264

Em termos de proteção, os níveis de vibração de um equipamento


podem ser monitorados para alarmar oU desligar a maquina em
função de limites preestabelecidos. Em uma bomba centrifuga, por
exemplo, a vibração em níveis elevados pode ocasionar avarias de
grandes proporções. A seguir podemos listar alguns exemplos de
problemas que são detectados por sensores de vibração.

• Perda de material ou quebra de parte do impelidor;

• Entrada de corpo estranho pela sucção e alojamento do mesmo nas


partes internas do impelidor;

• Falha súbita de mancal com posterior desalinhamento entre motor


e bomba;

• Quebra de parte da ventoinha do motor elétrico;

• Cavitação em bombas de grande porte.

RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas

9.6. Exercícios

1) Correlacione os controles de variáveis da coluna da esquerda com


suas respectivas funções de proteção de bombas, na coluna da direita:

A - Controle de vazão

B - Controle de pressão

C - Controle de temperatura

D - Controle elétrico

E - Controle de vibração
( ) As pressões de sucção, de descarga e, em bombas de grande
porte dotadas de dispositivos de balanceamento hidráuli-
co, a pressão de balanceamento devem ser monitoradas a
para antever e evitar a falha prematura da bomba.
( ) Os motores para acionamento de bombas, deverão ser pro- 265
jetados para que seu torque de partida permaneça acima
da curva de torque da máquina acionada, no caso de liga-
ção direta ou estrela-triângulo, mesmo durante uma que-
da momentânea de tensão para 80% da tensão nominal.
( ) Para evitar o superaquecimento e a possibilidade de vapo-
rização do líquido bombeado no interior da bomba, uma
quantidade mínima de vazão, chamada de “vazão míni-
ma” deve ser garantida.
( ) Excelente ferramenta para manutenção preditiva, moni-
toração e análise de problemas como desbalanceamento,
desalinhamento, falha do rolamento e roçamento, entre
outros, em bombas.
( ) Visa garantir que a bomba venha operar acima da vazão
mínima.

RESERVADO
Alta Competência

9.7. Glossário
BEP - ponto de trabalho no qual uma bomba desempenha sua função com maior
eficiência.

Estator - camisa de vedação da bomba de cavidade progressiva.

Head - altura manométrica total do sistema.

Impelidor - também chamado de rotor. Constitui de um disco provido de pás


(palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um
motor, é capaz de impulsionar um líquido;

OR - orifício de restrição

Shut-off - altura desenvolvida correspondente à vazão "ø".

Torque - força que tende a rodar ou virar objetos.

266 ULF - Unidade de Lubrificação Forçada.

RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas

9.8. Bibliografia
JUNIOR SILVA, Achilles. Material de Treinamento da UN-BC/ENGP/EMI treinamento
do curso de formação de engenheiros de equipamentos / Elétrica. 2007.

KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio; BARONI, Tarcísio. Gestão Estratégica e Técnicas


Preditivas. ABRAMAN – Qualitymark Rio de Janeiro. 2002

MACKAY, Ross. The Pratical Pumping Handbook. Elsevier Advanced Technology.


2004

MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio
de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.

SILVA, Marcos Antonio da. Manual de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas


S/A. 4ª ed. 2001

MESSINA J.P. PUMP SYSTEMS. Pump Handbook. 3ª edição. Ed. MacGran Hill.2001

267

RESERVADO
Alta Competência

9.9. Gabarito
1) Correlacione os controles de variáveis da coluna da esquerda com suas respectivas
funções de proteção de bombas, na coluna da direita:

A - Controle de vazão

B - Controle de pressão

C - Controle de temperatura

D - Controle elétrico

E - Controle de vibração

(B) As pressões de sucção, de descarga e, em bombas de grande porte


dotadas de dispositivos de balanceamento hidráulico, a pressão de
balanceamento devem ser monitoradas a para antever e evitar a falha
prematura da bomba.
(D) Os motores para acionamento de bombas, deverão ser projetados
para que seu torque de partida permaneça acima da curva de torque
da máquina acionada, no caso de ligação direta ou estrela-triângulo,
268 mesmo durante uma queda momentânea de tensão para 80% da
tensão nominal.
(C) Para evitar o superaquecimento e a possibilidade de vaporização do
líquido bombeado no interior da bomba, uma quantidade mínima de
vazão, chamada de “vazão mínima” deve ser garantida.
(E) Excelente ferramenta para manutenção preditiva, monitoração e análise
de problemas como desbalanceamento, desalinhamento, falha do
rolamento e roçamento, entre outros, em bombas.
(A) Visa garantir que a bomba venha operar acima da vazão mínima.

RESERVADO
Capítulo 10
Problemas e
possíveis causas

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar os cuidados necessários ao procedimento de


escorva das bombas;
• Identificar os principais cuidados para efetuar a partida
em uma bomba;
• Identificar os cuidados necessários para efetuar a parada
de uma bomba.

RESERVADO
Alta Competência

270

RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas

10. Problemas e possíveis causas

O
s procedimentos aplicáveis a operação e manutenção de
determinada bomba são fornecidos pelos seus fabricantes.
Entretanto, objetivando fornecer aos operadores uma visão
geral sobre alguns aspectos relevantes à operação das bombas,
falaremos sobre procedimentos de escorva, partida e parada bem
como sugestões de itens a serem inspecionados durante as inspeções
diárias da operação.

Além disso, é importante ressaltar que um adequado trabalho de


diagnose depende, fundamentalmente, de informações que permitam
correlacionar o sintoma apresentado às suas causas. Dentro deste raciocínio
informações relacionadas a esta investigação serão disponibilizadas
através da correlação de sintomas versus possíveis causas.

271
10.1. Escorva

As bombas centrífugas, embora possam succionar o fluido de um


nível inferior ao seu bocal de sucção, necessitam serem inicialmente
escorvadas. Entende-se por escorva um processo de preparação da
bomba para o seu funcionamento, no qual o ar ou gases contidos no
seu interior e na tubulação de sucção são extraídos e seu espaço é
então ocupado pelo líquido a ser bombeado.

Portanto, antes de começar a operar, a bomba, bem como a tubulação


de sucção, devem estar cheias de líquido.

10.2. Procedimentos de partida

Os passos necessários para a partida de uma bomba dependem do


seu tipo. Assim sendo, os passos considerados como importantes em
determinado conjunto sistema/bomba podem ser desnecessários em
outro. Desta forma, a seqüência de procedimentos descritos a seguir
deve ser considerada apenas como orientação. Em cada caso deve
ser cuidadosamente observado o manual do fabricante da bomba.
Vejamos os procedimentos gerais:

RESERVADO
Alta Competência

a) Inspeção preliminar da bomba, acionador, tubulações e unidade


de lubrificação forçada observando principalmente:

• Limpeza;

• Condições de segurança;

• Sentido de rotação;

• Nível de óleo e da unidade de lubrificação forçada;

• Alinhamento dos instrumentos;

• Alinhamento das válvulas.

272 b) Fechar todos os drenos;

c) Restringir válvula de vent e abrir lentamente a válvula de sucção


a fim de promover a escorva da bomba. Quando constatar a saída
de líquido através da válvula de vent, a mesma deverá ser fechada
e em seguida a válvula de sucção deverá ser aberta. A válvula de
vent é utilizada para permitir que o ar ou gás contidos na bomba
possam ser exauridos. Normalmente são instaladas na parte superior
do equipamento visando a melhor eficiência na extração dos gases.

d) Por questões de saúde, segurança e meio ambiente, o líquido


ventado deverá ser direcionado para local apropriado (tambor, vaso
de drenagem etc) bem como atentar para o uso de máscaras de
segurança apropriadas ao produto manipulado;

e) Confirmar o alinhamento da válvula de fluxo mínimo;

f) Fechar válvula de descarga. Lembrar que bombas axiais e algumas


de fluxo misto partem com válvula de descarga aberta devido às
características das suas curvas de performance;

g) Alinhar os sistemas de refrigeração para os mancais, caixa de selagem


e sistema de lubrificação verificando a existência de vazamentos;

RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas

h) Colocar a unidade de lubrificação forçada para funcionar, verificando


o fluxo para os mancais bem como a existência de vazamentos.
Verificar o diferencial de pressão do filtro de óleo lubrificante;

i) Dar a partida no motor. Neste momento, por questões de segurança,


é recomendável se afastar do conjunto rotativo;

j) Tão logo a bomba alcance a rotação nominal, abrir lentamente a


válvula de descarga;

l) Observar a existência de possível vazamento através do sistema de


selagem. O vazamento através dos selos mecânicos é praticamente
imperceptível, para a nossa realidade, mas as gaxetas devem admitir
um vazamento da ordem de 30 a 60 gotas por minuto para auxiliar
a lubrificação.

m) Checar a temperatura dos mancais. De um modo geral não devem 273


exceder a 65 ºC.

n) Observar a operação do sistema/bomba quanto a ruído, vibração,


aquecimento, vazamentos nos sistemas periféricos ou qualquer outro
comportamento anormal.

10.3. Procedimentos de parada

Assim como na partida, na parada de uma bomba alguns passos


podem ser considerados importantes enquanto que em outro
conjunto sistema/bomba podem ser desnecessários. De qualquer
forma listaremos uma seqüência usual devendo sempre para os
casos particulares consultar os procedimentos específicos. Vejamos os
procedimentos gerais:

a) Certificar que a válvula de fluxo mínimo está alinhada;

b) Para as bombas com unidade de lubrificação forçada, confirmar se


a bomba de pós-lubrificação, quando utilizada, está em automático
a fim de garantir a lubrificação e refrigeração dos mancais da bomba
após a parada da bomba principal;

RESERVADO
Alta Competência

c) Fechar lentamente a válvula de descarga. Este procedimento visa


evitar fluxo no sentido contrário devido a uma possível passagem
pela válvula de retenção e atenuar os problemas de golpe hidráulico
sobre o sistema/bomba;

d) Parar o acionador;

e) Confirmar a entrada em operação da bomba de pós-lubrificação;

f) Observar a existência de possível vazamento através do sistema de


selagem e sistema periféricos;

g) Caso haja, abrir válvula de aquecimento;

h) Colocar a botoeira da bomba em automático caso a bomba venha


operar como reserva automática (stand-by);
274

Caso a bomba venha ser liberada para manutenção, os procedimentos


de bloquear (isolar),despressurizar, drenar e lavar a bomba deverão
ser aplicados.

Nesta fase, cuidados com aspectos de SMS (Segurança, Meio


Ambiente e Saúde) deverão ser tomados a fim de garantir a liberação
do equipamento com segurança para o homem quanto para o meio
ambiente.

10.4. Itens de inspeção

A rigor, o número de itens e a periodicidade com que a bomba é


inspecionada não são, e nem poderiam ser, parâmetros invariáveis,
uma vez que esse critério depende do porte, tipo e importância da
bomba. Os manuais dos fabricantes sugerem os itens bem como a
periodicidade das atividades relacionadas à operação e à manutenção.
Os itens a seguir devem ser observados pelos operadores durante as
suas inspeções de área bem como aquelas obtidas na sala de controle:

RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas

• Familiarizar com os níveis de alerta e desarme (trip) do conjunto


acionador/bomba;

• Pressões de descarga e sucção;

• Vazão, caso possua medidor individual;

• Corrente do motor;

• Alterações de ruídos e vibrações;

• Vazamentos no sistema de selagem;

• Acompanhamento das temperaturas dos mancais;

• Leituras das pressões e temperaturas da unidade de lubrificação 275


forçada;

• Acompanhamento dos níveis de vibração dos mancais;

• Verificação das condições e do nível de óleo dos mancais e da


unidade de lubrificação forçada.

10.5. Correlações entre sintomas versus possíveis causas

Os conhecimentos adquiridos pelos profissionais na área de bombas


bem como a literatura é, felizmente, bastante vasta e, salvo pequenas
exceções devido às particularidades de cada bomba e ou sistema,
podemos correlacionar alguns problemas típicos encontrados, no dia-
a-dia, das instalações de bombeamento e as suas possíveis causas.

Não é intenção desse conteúdo esgotar todas as falhas e suas


respectivas causas, mas fornecer aos operadores uma trilha para que
possam realizar uma análise preliminar das possíveis causas que estão
comprometendo a performance do equipamento.

RESERVADO
Alta Competência

10.5.1. Sistema de engaxetamento vazando excessivamente

• Tubulação de líquido de selagem obstruída;

• Líquido de selagem sujo ou com abrasivo, provocando erosão


do eixo ou luva;

• Preme gaxetas extremamente apertadas impedindo que as


mesmas sejam lubrificadas;

• Gaxetas instaladas inadequadamente;

• Eixo ou a luva do eixo gasta ou arranhada na região de


engaxetamento;

276 • Incorreta utilização de gaxetas para o serviço;

• Folga excessiva no fundo da caixa de selagem permitindo que


as gaxetas sejam extrudadas para o interior da bomba.

10.5.2. Selo mecânico vazando

• Selo mecânico trabalhou a seco;

• Abrasivos sólidos no líquido bombeado;

• Erro de montagem do selo;

• Eixo girando fora de centro devido a rolamentos gastos e


desalinhamento provocado pela tubulação;

• Vibração excessiva.

RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas

10.5.3. Problemas mecânicos nos mancais

• Acúmulo de impurezas nos rolamentos;

• Contaminação do lubrificante devido a umidade ou água.


Atenção redobrada durante a liberação de serviço de limpeza
da área utilizando jato de água;

• Utilização de graxa ou óleo fora das especificações;

• Rolamentos com excesso de graxa ou óleo na caixa de


mancal;

• Falta de lubrificação;

• Instalação inadequada dos mancais de rolamentos (montagem


com folga ou interferência excessiva);
277
• Esforço radial excessivo em volutas simples;

• Esforço axial excessivo devido ao aumento das folgas entre


os dispositivos de balanceamento do empuxo axial, como
conseqüência dos desgastes internos.

10.5.4. Bomba perde escorva após a partida

• Bomba não escorvada corretamente;

• Bomba operando com a válvula de sucção fechada ou


parcialmente fechada;

• Filtro de sucção entupido (verificar o diferencial de pressão do


filtro);

• Bolsão de ar na linha de sucção;

• Quantidade excessiva de gás ou ar no líquido;

• Insuficiência de NPSH disponível;

• Ar entrando pela linha de sucção;

• Ar entrando pelas gaxetas;

RESERVADO
Alta Competência

• Formação de vórtice no bocal de entrada da tubulação de


sucção;

• Obstrução na linha de sucção;

• Impelidor parcialmente/totalmente entupido.

10.5.5. Vazão insuficiente

• Bomba operando com rotação abaixo da nominal;

• Bomba operando com sentido contrário de rotação;

• Operação com válvulas de sucção ou descarga parcialmente


abertas;

278 • Operação com a válvula de fluxo mínimo ou by-pass dando


passagem;

• Viscosidade do fluido diferente daquela especificada em


projeto;

• Operação em paralelo com bombas inadequadas para este


serviço;

• Perda de carga na sucção fazendo com o NPSHd seja menor


que o NPSHr;

• Folga excessiva dos anéis de desgaste;

• Variação na pressão de vapor do líquido bombeado produzindo


cavitação;

• Problemas mecânicos no impelidor (obstruções, quebra de pás);

• Aumento das folgas internas pelo desgaste (presença de


material particulado).

RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas

10.6. Exercícios

1) Explique o que é o procedimento de “escorva” de uma bomba.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

2) Complete as lacunas em relação aos procedimentos gerais que de-


vem ser atendidos para que seja dada a partida em uma bomba.

a) Restringir válvula de vent e abrir lentamente a válvula de sucção


a fim de promover a __________________ da bomba.

b) Lembrar que bombas axiais e algumas de fluxo misto partem


com __________________ devido às características das suas curvas
de performance. 279

c) Alinhar os sistemas de refrigeração para os mancais, caixa de


selagem e sistema de lubrificação verificando a existência de
__________________.

d) Observar a existência de possível vazamento através do sistema


de selagem. O vazamento através dos(as) __________________
é praticamente imperceptível, para a nossa realidade, mas as
__________________ devem admitir um vazamento da ordem de 30
a 60 gotas por minuto para auxiliar a lubrificação.

e) Checar a temperatura dos mancais. De um modo geral não


devem exceder a temperatura de __________________ ºC.

3) Cite alguns dos procedimentos gerais que devem ser atendidos


para que uma bomba possa ser parada.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

RESERVADO
Alta Competência

10.7. Glossário
Escorva - retirada de ar de um sistema de bombeamento.

Gaxeta - elementos de vedação usualmente utilizados em bombas.

Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás


(palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor,
é capaz de impulsionar um líquido;

Válvula de vent -

Voluta - tipo de carcaça de bomba em forma de um funil encurvado.

Vórtice - turbilhonamento ou redemoinho formado pela circulação de um fluido.

280

RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas

10.8. Bibliografia
JUNIOR SILVA, Achilles. Material de Treinamento da UN-BC/ENGP/EMI treinamento
do curso de formação de engenheiros de equipamentos / Elétrica. 2007.

MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais. 2ª edição. Rio
de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.

281

RESERVADO
Alta Competência

10.9. Gabarito
1) Explique o que é o procedimento de “Escorva”.

Podemos entender o procedimento de escorva como o processo de preparação da


bomba para o seu funcionamento. Nesse momento o ar ou os gases contidos no
seu interior da bomba e da tubulação de sucção devem ser extraídos, sendo esse
espaço preenchido pelo líquido a ser bombeado.

2) Complete as lacunas em relação aos procedimentos gerais que devem ser


atendidos para que seja dada a partida em uma bomba.

a) Restringir válvula de vent e abrir lentamente a válvula de sucção a fim de


promover a escorva da bomba.

b) Lembrar que bombas axiais e algumas de fluxo misto partem com válvula de
descarga aberta devido às características das suas curvas de performance.

c) Alinhar os sistemas de refrigeração para os mancais, caixa de selagem e sistema


de lubrificação verificando a existência de vazamentos.

d) Observar a existência de possível vazamento através do sistema de selagem. O


vazamento através dos (as) selos mecânicos é praticamente imperceptível, para a
282 nossa realidade, mas as gaxetas devem admitir um vazamento da ordem de 30 a
60 gotas por minuto para auxiliar a lubrificação.

e) Checar a temperatura dos mancais. De um modo geral não devem exceder a


temperatura de 65 ºC.

3) Cite alguns dos procedimentos gerais que devem ser atendidos para que uma
bomba possa ser parada.

• Se certificar que a válvula de fluxo mínimo está alinhada;

• Para as bombas com unidade de lubrificação forçada, confirmar se a bomba de


pós-lubrificação está em automático a fim de garantir a lubrificação e refrigeração
os mancais da bomba após a parada da bomba principal;

• Fechar lentamente a válvula de descarga;

• Parar o acionador;

• Confirmar a entrada em operação da bomba de pós-lubrificação;

• Dentre outros...

RESERVADO
Anotações

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