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GRUPO DE TRABALHO SIMREAP

GT SIMREAP

RELATÓRIO FINAL

LISBOA

30 de novembro 2012
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ÍNDICE

LISTA DE ANEXOS
LISTA DE ABREVIATURAS

1 – INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………..…………………….….... 4

2 – RESUMO E PROPOSTAS MAIS RELEVANTES …………………………………………………..……… 5

2.1. A SITUAÇÃO DE PARTIDA …………………………………………………………………………………..7

2.2. A ORIENTAÇÃO DO TRABALHO DO GT SIMREAP ………………………………………….…………10

2.3. A ESPECIFICIDADE DO LICENCIAMENTO, A AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL,

AS LICENÇAS URBANÍSTICAS E OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL………….…11

2.4. PRINCIPAIS ÁREAS DE CONFLITO…………………………………………………..……………….…..15

2.5. VETORES ESTRUTURANTES DE ATUAÇÃO……………………………………………………..….….15

3 – NOVO MODELO DE GOVERNAÇÃO………………………………………………………….….…….…..20

3.1. REFORMULAÇÃO DO MANDATO DA CALAP……………………………………………………………21

3.2. RESTRUTURAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO REAP…………………………………………...…..24

4 – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E GESTÃO…………………………………………………………….….26

5- REVISÃO E UNIFORMIZAÇÃO DE CONCEITOS…………………………………………………….……28

5.1. CLARIFICAÇÃO DO CONCEITO DE EXPLORAÇÃO PECUÁRIA…………………………………..…28

5.2. ALTERAÇÃO DO CONCEITO DE DETENÇÃO CASEIRA………………………………..….…...…….29

6 – HARMONIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS…………………………………………………………..…….31

6.1. ORDENAMENTO TERRITORIAL…………………………………………………………………..…….…31

6.2. QUESTÕES AMBIENTAIS………………………………………………………………………..…………34

6.3. SAÚDE E BEM ESTAR ANIMAL………………………………………………………………..…………..38

6.4. OUTROS ÂMBITOS………………………………………………………………………………………..…40

7 – PERSPETIVAS DE FINANCIAMENTO NO PRÓXIMO PERÍODO DE PROGRAMAÇÃO………….…44

8 – CONCLUSÕES……………………………………………………………………………………………..….46

9 – ANEXOS……………………………………………………………………………….………………………..51
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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 – Diagnóstico de situações existentes – via 1


ANEXO 2 – Diagnóstico de situações existentes – via 2
ANEXO 3 – Proposta alternativa para o conceito de Detenção Caseira

LISTA DE ABREVIATURAS

AFN- Autoridade Florestal Nacional (atual ICNF)


AIA – Avaliação de Impacte Ambiental
ANMP - Associação Nacional de Municípios Portugueses
APA – Agência Portuguesa do Ambiente
BD REAP – Base de dados do REAP
BD SNIRA - Base de dados do SNIRA
BEA - Bem-Estar Animal
CALAP – Comissão de Acompanhamento do Licenciamento da Atividade Pecuária
CAP - Confederação dos Agricultores de Portugal
CBPA – Código de Boas Práticas Agrícolas
CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional
CM – Câmara Municipal
CNA - Confederação Nacional da Agricultura
CONFAGRI - Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal
DC – Detenção Caseira
DIA – Declaração de Impacte Ambiental
DGADR – Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural
DGAV – Direção-Geral de Alimentação e Veterinária
DGOTDU – Ex Direção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano
DGT – Direção-Geral do Território
DL – Decreto Lei
DRAP – Direção Regional de Agricultura e Pescas
EC – Entidades Coordenadoras
EIA – Estudo de Impacte Ambiental
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EP – Efluentes Pecuários
GT – Grupo de Trabalho
GTEP – Guias de Transporte de Efluentes Pecuários
GT REAP – Grupo de Trabalho do REAP
GT SIMREAP – Grupo de Trabalho de Simplificação do REAP
iB – Sistema de identificação de entidades do IFAP
IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas
IGT – Instrumentos de Gestão Territorial
INE – Instituto Nacional de Estatística
iSIP – Sistema de Identificação Parcelar
LA – Licença Ambiental
MAMAOT – Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território
ME – Marca de Exploração
NP - Núcleo(s) de Produção
NPB – Núcleo de Produção de Bovinos
NPOC - Núcleo de Produção de Ovinos e Caprinos
NRE – Número de Registo de Exploração
PCIP – Prevenção e Controlo Integrado da Produção
PDM – Plano Diretor Municipal
PGEP – Plano de Gestão dos Efluentes Pecuários
PMDFCI - Planos Municipais de Defesa da Floresta contra Incêndios
REAP – Regime do Exercício da Atividade Pecuária
RA – Recenseamento Agrícola
REN – Reserva Ecológica Nacional
QEC – Quadro Estratégico Comum
SEAOT – Secretaria de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território
SNIRA – Sistema Nacional de Informação e Registo Animal
SIR - Sistema para a Indústria Responsável
EU – União Europeia
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1 – INTRODUÇÃO

O Regime de Exercício da Atividade Pecuária (REAP) nas explorações pecuárias,


entrepostos e centros de agrupamento foi estabelecido pelo Decreto-Lei nº 214/2008 de 10
de novembro, tendo entrado em vigor em 08 de fevereiro de 2009. Posteriormente a sua
redação foi alterada pelos Decreto-Lei nº 316/2009 de 29 de outubro, do Decreto-Lei n.º
78/2010, de 25 de junho, do Decreto -Lei n.º 45/2011, de 25 de março e do Decreto -Lei n.º
107/2011, de 16 de novembro. O presente diploma estabelece ainda o regime a aplicar às
atividades complementares de gestão de efluentes pecuários, por valorização ou eliminação,
anexas a explorações pecuárias ou autónomas.

Com o objetivo de efetuar a simplificação do processo de licenciamento e a harmonização


dos critérios de aplicação do Regime de Exercício da Atividade Pecuária foi criado o Grupo
de Trabalho designado por GT SIMREAP (Despacho 7276/2012 de 25 de maio retificado
pelo Despacho n.º 15213/2012 de 19 de novembro), que funciona junto de S. Exª o
Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, sendo constituído por
elementos representantes de quatro organismos do MAMAOT – DGADR, que coordena,
DGAV, DGT e APA.

De acordo com o presente diploma o Grupo de Trabalho terá como missão:

a) efetuar um diagnóstico dos constrangimentos à aplicação da legislação atual e ao


licenciamento das explorações pecuárias, nomeadamente no tocante ao bem-estar animal,
ordenamento do território, gestão de efluentes pecuários e proteção ambiental

b) definir novas regras tendentes à agilização e simplificação dos procedimentos de


licenciamento que proporcionem o efetivo cumprimento do REAP

c) propor as alterações legislativas necessárias.

O Grupo de Trabalho deverá apresentar três documentos, nomeadamente um Relatório


Intercalar de Diagnóstico, um Relatório de Progresso e um Relatório Final.

No Relatório Intercalar de Diagnóstico, apresentado em 30 de julho de 2012, foram


identificados os principais constrangimentos à aplicação da legislação atual e aos processos
previstos no REAP.
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No Relatório de Progresso foram validados os conteúdos associados aos


constrangimentos identificados na primeira fase e desenvolvidas propostas iniciais de
atuação ao nível das novas regras tendentes à agilização e simplificação dos
procedimentos REAP.
É no âmbito da sua missão que o GT SIMREAP elabora o presente documento,
correspondente ao Relatório Final, tendo em vista a determinação das necessárias
alterações legislativas e procedimentais associadas à implementação do REAP.

Algumas das observações e constrangimentos identificados nos dois primeiros relatórios não
foram acolhidas pelo GT SIMREAP , não sendo por isso objeto de referência neste relatório.
No entanto, no âmbito da revisão deste Diploma e legislação conexa, algumas destas
reflexões poderão vir a ser tomadas em consideração, bem como outras que se revelem,
entretanto, oportunas.

No âmbito do regime do REAP existem ainda a CALAP, cuja finalidade é o acompanhamento


da sua aplicação e será coordenada pela DGADR e o GT REAP a quem compete elaborar as
normas técnicas e garantir a aplicação da legislação em coordenação com a CALAP.

A DGADR, de acordo com o DL 7/2012 de 17 de janeiro que publica a missão do MAMAOT,


é a entidade responsável para definir as regras para o licenciamento das explorações
pecuárias e promover os respetivos sistemas de informação.

2 – RESUMO E PROPOSTAS MAIS RELEVANTES

Foram apuradas pelo GT as 3 principais áreas de interesse envolvidas na matéria - o


ambiente, o bem estar e sanidade animal e o ordenamento do território, às quais se
acrescentou uma quarta área, de âmbito genérico, que integra um conjunto de
constrangimentos à implementação do REAP que não se enquadra nos anteriores três
grupos referidos.

O mandato do GT SIMREAP é explícito: fazer um diagnóstico da situação, agilizar e


simplificar procedimentos de licenciamento que levem ao cumprimento da lei, produção de
alterações legislativas.
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Elencam-se no preâmbulo do Despacho de nomeação do grupo de trabalho, alguns factos


sintomáticos e caracterizadores da situação atual:

 As dificuldades de implementação do REAP desde 2009 (a entrada em vigor


ocorreu em fevereiro de 2009) e grande número de alterações legislativas,
nomeadamente derrogações à data de aplicação do regime;

 O “…momento particularmente delicado em diversos subsetores da pecuária


nacional em que a generalidade das explorações se confronta com problemas
financeiros, e tendo em conta que a atividade pecuária representa um segmento
fulcral da política de desenvolvimento do País, o qual importa promover…,” in
Despacho 7276/2012;

 A necessidade de revisão das normas vigentes, simplificando procedimentos e


adaptando-os à realidade e tendo em vista alcançar um regime que, de uma forma
simplificada e sem constrangimentos desproporcionados para os produtores,
assegure o cumprimento de todas as exigências decorrentes da legislação nacional
e comunitária.

Dadas as suas características, o setor pecuário pode ter impacte no ambiente, no território
e nas populações, que interessa enquadrar e minorar.

Por fim, o “REAP” não se resume ao D.L. 214/2008 (que também regula as atividades
complementares de gestão de efluentes pecuários e já foi retificado por 5 vezes, sendo a
última o D.L. 107/2011 de 16 de novembro), constituindo um pacote vasto de legislação
conexa e interdependente, nomeadamente:

 Portaria n.º 631/2009, de 9 de junho, alterada pela Portaria n.º 114-A/2011, de


23 de março (gestão dos efluentes das atividades pecuárias e as normas relativas
ao armazenamento, transporte e valorização de outros fertilizantes orgânicos);
 Portaria n.º 634/2009, de 9 de junho (Normas para equídeos);
 Portaria n.º 635/2009, de 9 de junho (Normas para Coelhos e lebres);
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 Portaria n.º 636/2009, de 9 de junho (Normas para Suínos);


 Portaria n.º 637/2009, de 9 de junho (Normas para Aves);
 Portaria n.º 638/2009, de 9 de junho (Normas para Bovinos, ovinos e caprinos);
 Despacho n.º 3007/2010, de 16 de fevereiro (Designação dos representantes da
comissão de acompanhamento do licenciamento das explorações pecuárias -
CALAP);
 Despacho n.º 14/2009, de 24 de julho do GPP (Formulários do REAP);
 Despacho n.º 29/2011, de 15 de dezembro do GPP (Guia de Transporte de
Efluentes no âmbito do REAP).

De grande impacte, destacamos ainda:

Legislação de AVALIAÇÃO DO IMPACTE AMBIENTAL (AIA)

 Decreto-Lei n.º 69/2000 de 3 de maio, alterado e republicado pelo DL 197/2005,


de 8 de novembro, no âmbito da transposição da diretiva 2003/35/CEE do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de maio que alterou a Diretiva
85/337/CEE sendo o seu âmbito de aplicação a avaliação de determinados projetos
suscetíveis de produzirem efeitos significativos no ambiente);

Legislação de LICENCIAMENTO AMBIENTAL (Prevenção e controlo integrado de


poluição - PCIP)

 Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de agosto - que transpôs para a ordem jurídica


interna a Diretiva n.º 2008/1/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de
janeiro, e revogou o Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de agosto).

2.1 A SITUAÇÃO DE PARTIDA

É de referir que o universo total das explorações pecuárias em Portugal não é, para já,
conhecido com rigor, dado o número de processos ainda não inseridos no sistema
informático e o número de explorações que ainda não se identificaram perante o processo de
licenciamento REAP.
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Segundo o INE (RA 2009) existem em Portugal 398.160 instalações (NP) com animais das
espécies pecuárias. No entanto, há que ter em consideração que 203.386 instalações
correspondem à detenção de pequena dimensão de várias espécies pecuárias
essencialmente para autoconsumo e considerados como Detenção Caseira e excluídos do
âmbito do REAP.

Com uma vocação de produção para os mercados ficam assim cerca de 194.779
instalações pecuárias por espécie animal, mas tendo em consideração que muitas destas
instalações estão agregadas na mesma exploração pecuária, é estimado que existam
atualmente cerca de 90 a 95.000 explorações no âmbito do REAP. Destas, estima-se que
65 a 70.000 sejam de classe 3 só estando sujeitas a um processo de registo prévio, sendo
que as restantes 25 a 30.000 explorações pecuárias, que são das classes 1 e 2, estão
sujeitas a um processo de regularização ou de reclassificação, caso seja demonstrada que
estavam em atividade à data da entrada em vigor do REAP.
De acordo com a legislação REAP as explorações explorações pecuárias da classe 1 são
as de maior dimensão (mais de 260 CN), exigindo por isso processos de licenciamento
mais exigentes (eventualmente AIA ou LA), sendo que as de classe 3, menos impactantes,
exigem apenas procedimentos simplificados.
Assim, é exigido um procedimento de Licenciamento para a Classe 1, de Declaração
prévia para a Classe 2 e de Registo para a Classe 3, sendo que a Detenção de Caseira
está isenta de registo no REAP.

Atualmente foram já submetidos no âmbito do processo REAP, 53.629 pedidos para os


diferentes processo previstos, tendo sido emitidos títulos (processos terminados) para
39.772 processos, que corresponde a 75% dos processos submetidos pelos diferentes
procedimentos previstos.

De referir que dos processos submetidos, 38.136 (71%) são da classe 3; 14.779 (27,6%)
são da classe 2 e 714 (1,3%) são da classe 1.
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Assim, será no âmbito da classe 3 que ainda se verifica a maior diferença entre os
processos previstos e os já submetidos, sendo que simultaneamente é a classe menos
impactante e de licenciamento mais simplificado.

De referir ainda que no âmbito da base de dados do SNIRA, que foi implementada em
2007 com base no Decreto Lei 142/2006, estão registadas 83.969 explorações pecuárias

(NRE) que integram 112.285 instalações de diferentes espécies pecuárias, denominados


Núcleos de produção (NP), aos quais é atribuída uma marca de exploração.

Encontramos assim no “universo REAP” um número considerável de explorações não


licenciadas, com localização não referenciada e um número igualmente elevado de
explorações com problemas no cumprimento da legislação, seja pela sua complexidade,
seja por falta de enquadramento, seja por falta de capacidade económica para se adaptar
ou deslocalizar as instalações.

A complexidade do sistema de registo e legalização prolonga-o por vários anos para os


produtores que encetaram os processos respetivos e, apesar do esforço das DRAP que
funcionam em Balcão Único, continuam a coexistir vários sistemas de informação e
procedimentos diferentes a cumprir que encravam sucessivamente a “máquina REAP” e
comprometem em parte o seu sucesso.

No entanto, um número considerável de explorações pecuárias (39.772) encontram-se


licenciadas e outras apresentam-se em processo de licenciamento.

O setor continua expectante face aos sucessivos adiamentos da aplicação do REAP (para
registo dos processos das explorações pecuárias (4 vezes, sendo que a última
prorrogação se conclui em 31 de março de 2013), outra parte continuará à espera de mais
uma derrogação e, eventualmente, um outro universo esbarrou com a burocracia e os
elevados custos a suportar com a adaptação às normas impostas.
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Apesar do momento conjuntural adverso, o setor apresenta dinâmica e o volume de


negócios e emprego direto são significativos, impondo-se, em nosso entender, uma
mudança de mentalidade e uma atitude proativa por parte da administração central e
dos municípios territorialmente competentes.

Foi elaborado o primeiro relatório de progresso que incluía o ponto de situação de partida,
em 30 de julho; um segundo relatório com proposta de atuação, em 15 de outubro, após
a auscultação das principais organizações e organismos intervenientes, apresentando-se
agora o relatório final.

2.2 A ORIENTAÇÃO DO TRABALHO DO GT SIMREAP

Sendo que na realidade o pacote legislativo associado ao regime do REAP (DL 214/2008 e
diplomas complementares, PCIP, PGEP, etc) não tenha sido testado na sua plenitude,
pelo sucessivo adiamento da sua aplicação e assim não ter mobilizado plenamente o
setor, a tarefa do GT SIMREAP tornou-se assim mais difícil, embora se pudesse quase
instintivamente identificar as principais áreas de constrangimento:

 A necessidade de adaptação das explorações pecuárias às normas de sanidade e


bem-estar animal;
 A necessidade de adaptação das explorações pecuárias às normas ambientais;
 A necessidade de regularização e de adaptação das edificações das explorações
pecuárias às normas urbanísticas e de ordenamento do território;
 A necessidade de simplificação dos procedimentos previstos no REAP e de
articulação com os regimes conexos;
 A necessidade de simplificação dos sistemas de informação;
 A necessidade de adaptação à realidade e de uniformização de alguma da variada
legislação relacionada, tornando-a mais amiga do setor.

Sendo que o REAP nunca foi plenamente aplicado, não pôde ainda ser realmente testada
a sua bondade.
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A vontade do setor em se adaptar às normas vigentes e obter a regularização do exercício


da atividade é óbvia, o que apela ainda mais à discriminação positiva nesse sentido.

SÍNTESE DE ALGUMAS ÁREAS DE CONSTRANGIMENTO

AMBIENTE
SAÚDE E BEM
ESTAR ANIMAL

URBANISMO E
ORDENAMENTO
DO TERRITÓRIO
CONSTRANGIMENTOS

LEGISLAÇÃO
COMPLEXIDADE E CONEXA
SISTEMAS DE
DESARTICULAÇÃO
DE INFORMAÇÃO
PROCEDIMENTOS

2.3 - A ESPECIFICIDADE DO LICENCIAMENTO, A AVALIAÇÃO DE IMPACTE


AMBIENTAL, AS LICENÇAS URBANÍSTICAS E OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO
TERRITORIAL

Se a adaptação da legislação ou a sua aferição às características do setor pareciam uma


tarefa ao alcance do legislador, indo simplesmente de encontro aos ensejos dos seus
representantes e operando as alterações que tornassem a lei mais ampla e abrangente e,
simultaneamente “convidasse” um maior universo de explorações a licenciar-se, as
questões em sede do território foram assumindo um protagonismo crescente face às
propostas de resolução adiantadas para áreas como o ambiente ou o bem estar animal.

Para além das dificuldades de licenciamento das explorações pecuárias existentes devidas
à sua localização, à área de implantação ou das características materiais das construções,
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por incompatibilidade com as normas veiculadas pelos PDM em vigor, o cumprimento de


outras normas exigidas pode ainda apontar para um agravamento desse conflito.

Não menos frequentes são as situações em que explorações pecuárias licenciadas e em


plena atividade económica funcionam em construções não tituladas para a utilização em
causa ou sem outros títulos de utilização exigidos (recurso hídricos, ambientais, etc). Tal
ficou a dever-se a processos de licenciamento desarticulados e obtidos
independentemente uns dos outros.

São exemplos paradigmáticos:

 Ainda coexistem explorações pecuárias detentoras de alvarás de utilização de


edificações e de autorização do exercício da atividade pecuário antigos e
desatualizados, já que as instalações e a atividade se expandiram ao longo dos anos
sem o devido enquadramento legal, cuja regularização tem agora de ser assegurada;
 Vários empresários confrontam-se com as exigências complexas e onerosas para a
instrução dos processos exigidos para se adaptarem, sem garantia posterior de
sucesso no licenciamento;
 A legalização da construção associada à exploração pecuária implica, muitas vezes um
processo de licenciamento muito exigente em termos instrutórios (projetos de
especialidade, alvarás,etc). A esta situação pode acrescer a necessidade de sujeição a
procedimento de AIA que eventualmente poderá conduzir a obras complementares
(tanques de receção de efluentes, por exemplo), que implicariam por sua vez o
aumento de área impermeabiliazda e nova alteração (nova visita à CM), situação que
pode não terminar aqui. Em alguns casos, em sede de adaptação às normas de bem
estar animal, pode ainda vir a ser exigido aumento de espaço por animal por exemplo,
o que obriga ainda a novo processo urbanístico…

Pode-se observar, em nosso entender, uma relação muito próxima entre o cumprimento do
REAP e a gestão do território, nomeadamente em sede de processos de licenciamento
urbanístico e em sede de localização, ambos assentes em normas vertidas no PDM.
A localização de algumas explorações em áreas consignadas à proteção da natureza ou
em sobreposição com restrições de utilidade pública (RAN, REN, DPH, RN2000, etc)
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acresce a este problema de ordenamento do território. As atividades pecuárias realizam-se


essencialmente em meio rural e é no meio rural que está a “natureza”.
Assim é essencial que as atividades pecuárias assegurem a “proteção da “natureza” e que
as medidas de “proteção da natureza” respeitem as atividades económicas que são
desenvolvidas. É um balanço frágil, sendo que há que ter em atenção que as atividades
pecuárias, principalmente os sistemas silvo-pastoris, são essências para a manutenção
dos espaços rurais e dos biótipos característicos de muitas regiões, a diversificação das
atividades, a promoção da qualidade (DOP, IGP, ETG), etc.

Não de menosprezar em todo este panorama é o impacte óbvio que algumas explorações
pecuárias têm sobre o ambiente, os recursos naturais e a envolvente, sendo recorrentes
os problemas de poluição e degradação dos recursos água e solo e, os conflitos de
vizinhança com as comunidades locais, sobretudo em zonas residenciais.

A falta de planeamento urbanístico que permitiu o crescimento das zonas urbanas e de


núcleos de habitação sobre áreas de periferia onde se localizavam algumas explorações
pecuárias e as atividades agrícolas, que hoje se veem envolvidas por núcleos
habitacionais, com consequentes e óbvios conflitos de vizinhança.

Assim, práticas de gestão ambiental, principalmente associadas aos efluentes pecuários,


que eram aceites aquando da sua instalação, tornaram-se desadequadas fruto da
expansão urbanística que ocorreu.

Pelo exposto, no contexto do ordenamento do território, em que a localização das


explorações é incompatível com o uso do solo previsto em PDM ou com as restrições
publicas de ocupação do solo aplicáveis, há ainda o agravamento da situação pela falta de
área de expansão para suprir as ampliações e/ou adaptações necessárias e a dificuldade
de deslocalização. Aos problemas em matéria de ordenamento do território acrescem e
interligam-se os relacionados com as questões ambientais, nomeadamente a gestão dos
efluentes pecuários (envolvendo o tratamento desses efluentes, o seu espalhamento no
solo, ou a solução de transporte, entre outros), que inviabilizam o licenciamento das
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explorações em termos ambientais, os quais assumem relevância primordial no


enquadramento e promoção do licenciamento pecuário.
Constituindo um problema de sustentabilidade do território e simultaneamente de
compatibilização com a racionalidade económica dos agentes (neste caso as explorações
pecuárias), exige-se, em nosso entender, um envolvimento proactivo dos municípios
para o devido enquadramento dos problemas e consequente contribuição na sua solução.
São os municípios as entidades que melhor conhecem o território e que sabem até que
ponto pode haver flexibilidade na gestão do uso do solo.

Trade – offs ou compromissos ambientais no território são assim desejáveis, em prole


do bem comum, da gestão de conflitos e da necessária preservação dos recursos
naturais.

SÍNTESE DAS QUESTÕES COLOCADAS ÀS


EXPLORAÇÕES JÁ EXISTENTES AO NÍVEL DOS IGT

ENQUADRAR A EXPLORAÇÃO PECUÁRIA NO ORDENAMENTO

LICENCIAMENTO
URBANISTICO PDM

INTERVENÇÃO DOS
MUNICÍPIOS
GESTÃO E FALTA DE
ORDENAMENTO DIMENSIONAMENTO E
DO TERRITÓRIO RECURSOS FINANCEIROS
DAS EXPLORAÇÕES
EXISTENTES

LOCALIZAÇÃO RESTRIÇÕES
QUESTÕES DAS DE
AMBIENTAIS EXPLORAÇÕES UTILIDADE
PÚBLICA
CONFLITOS
DE
VIZINHANÇA

NECESSIDADE DE DESLOCALIZAÇÃO DAS EXPLORAÇÕES?


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2.4 - PRINCIPAIS ÁREAS DE CONFLITO

Em síntese, foram quatro os constrangimentos primordiais identificados, relativamente à


correta aplicação do REAP pelas explorações pecuárias, a salientar:

 Os que se inserem no contexto do ordenamento do território, por não cumprimento


dos IGT em vigor;
 Os de âmbito ambiental, quer na gestão dos efluentes pecuários (PGEP) quer,
ainda, nos processos de licenciamento em sede de AIA ou PCIP que, per si, podem
determinar igualmente conflitos no território;
 Os relacionados com a saúde e bem estar animal que igualmente se podem traduzir
em alterações das instalações e, consequentemente, com implicações no
cumprimento dos IGT em vigor;
 Outras normas e procedimentos.

PRINCIPAIS ÁREAS DE CONFLITO

OUTROS
URBANISMO E ÂMBITOS
ORDENAMENTO
DO TERRITÓRIO SAÚDE E
BEM ESTAR
AMBIENTE
ANIMAL

2.5 – ESTRATÉGIAS ESTRUTURANTES DE ATUAÇÃO

Dado o curto espaço de tempo e a enorme tarefa do GT SIMREAP, afiguravam-se como


determinantes, um conjunto de transformações no edifício legislativo e de licenciamento
que, em nosso entender, serão de grande impacte e constituirão um claro sinal de abertura
ao setor, à sua modernização e de descriminação positiva no atual contexto económico.
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As principais propostas genéricas de alteração à Legislação REAP são as seguintes:

 A alteração das classes de atividade pecuária

Ao nível do DL nº 214/2008 – Flexibilizar, aumentar e simplificar o registo alterando os


limiares das classes “Detenção Caseira” e classe 3 (que aumenta para o limiar de 15 CN),
tendo em consideração o reduzido impacto desta atividade e a sua grande abrangência,

que se estima poder vir a beneficiar mais de 170.000 produtores pecuários (incluindo
detenção caseira, que não carece de registo REAP) que assim poderão ver aumentado o
seu efetivo sem alteração das normas e beneficiar de procedimento simplificado.

 Desmaterialização e simplificação do registo da Classe 3 da atividade


pecuária – Pequena Produção Local

Perspetivando a desmaterialização e simplificação do registo da Pequena Produção Local –


Classe 3, podendo este ser assegurado pelas Associações e Organizações, e sendo a
confirmação do registo da exploração, e a consequente emissão do título efetuada pelo
sistema (Plataforma REAP única), proporciona-se ao cidadão não só uma grande
simplificação e rapidez do processo de registo (cujo formulário é muito simplificado), como
um maior número de pontos de acesso e de proximidade. Simultaneamente libertam-se as
DRAP de um significativo volume de trabalho.

 A unificação dos sistemas informáticos e de registo

Ao nível dos procedimentos de registo informático propõe-se unificar os sistemas de


informação de forma a permitir ao cidadão fazer 1 só ato / registo, numa plataforma única
– Plataforma REAP - interoperável com as bases SNIRA, iSIP e iB, sediada no IFAP,
entidade que será responsável pela sua gestão e operacionalização.
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SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS DA NOVA PLATAFORMA REAP

PLATAFORMA REAP ÚNICA :


- gestão e operacionalização da
responsabilidade do IFAP;
- onde sejam obrigatoriamente
registados, processados e emitidos ALTERAÇÃO
os títulos de AP SNIRA

SISTEMAS DE
BD ARTICULADAS: REAP, SNIRA, iSIP, iB
INFORMAÇÃO
E GESTÃO

TIPO DE ARTICULAÇÃO ENTRE REAP E SNIRA:

SNIRA REAP
NRE

Na área Ambiental:

 A abertura da legislação de AIA e a aproximação à UE

A revisão do atual regime de AIA com uma nova proposta de diploma em apreciação, tem
por objetivo garantir consistência no que se refere ao âmbito de aplicação deste regime e
do regime de PCIP, compatibilizando os limiares dos mesmos, à semelhança de outros
Estados-Membros.

Esta alteração legislativa traduzir-se-á numa simplificação de procedimentos e


simultaneamente numa redução dos encargos associados às adaptações para o
licenciamento e uma melhoria concorrencial em relação aos restantes produtores
pecuários da UE.
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 A Simplificação do Planos de Gestão de Efluentes Pecuários (PGEP)

Pretende-se clarificar um “vício da lei”, já que aplicava generalizadamente uma norma só


exigível para os SPOAT (Sub produtos de origem animal transformados) e que diz respeito
à identificação prévia das parcelas de terreno para destino dos efluentes a valorizar. A
clarificação deste ponto determina a sua não aplicação nos restantes casos,
nomeadamente a valorização dos efluentes pecuários (desde que não abrangidas por
PCIP), o que constitui uma simplificação.

Pretende-se ainda a simplificação dos procedimentos associados ao cumprimento do


PGEP que implica igualmente a revisão do Código das Boas Práticas Agrícolas (CBPA),
nomeadamente no tocante às Tabelas de Extração das Culturas e tabelas de composição
de efluentes pecuários, do Caderno da Campo e adaptação de limiares diferentes de
classificação entre os efluentes brutos e os obtidos ao longo dos diferentes estágios de
tratamento.

Na área do Ordenamento do território:

 O Envolvimento dos Municípios e o Enquadramento Legal de uma


Procedimento específico ao Nível Territorial

A criação em sede dos Instrumentos de Gestão Territorial de um mecanismo específico,


que permita avaliar e regularizar (na medida do possível) as instalações existentes através
de uma norma enquadradora ou de procedimento específico para licenciamento das
explorações pecuárias pré-existentes, legitimando e envolvendo os municípios na
resolução destes problemas com forte cariz territorial, tendo ainda em conta que à época
da construção de algumas das edificações as exigências em termo de licenciamento em
solo rural eram muito elementares.

Propõe-se:

 A consagração de uma norma específica e simplificadora, tanto no regime do REAP


como nos Regimes Jurídicos dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) e
19 / 56

Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE), podem ser contributos


fundamentais para o licenciamento de explorações pecuárias em situação de
conflito no território.

 A alteração do regime jurídico da REN para acolher a expansão de edificações de


explorações pecuárias desde que para cumprimento de normas ambientais e de
bem-estar animal em sede do licenciamento REAP

 A alteração do regime jurídico da RAN (artº 22 do D.L.73/2009 de 31 de julho) para


acolher a expansão das edificações das explorações pecuárias desde que para
cumprimento de normas ambientais e de bem-estar animal em sede do
licenciamento REAP

 O envolvimento ativo dos municípios, na promoção do levantamento de todas as


explorações pecuárias da sua área territorial, será essencial para a integração em
sede dos PDM dos processos de legalização compatíveis com o ordenamento.

 A promoção pelos municípios em sede de operação urbanística, do licenciamento


das edificações que cumpram determinadas regras, proporcionando eventualmente
a sua relocalização, intervenções tipo PIER ou mesmo mecanismos perequativos.

Estamos perante uma óbvia situação de trade-off entre o território, o ambiente ou as


atividades económicas, sendo de considerar os claros benefícios sobre o ambiente e a
preservação dos recursos naturais que a abertura de certos regimes de exceção podem
proporcionar em prol do bem comum.

Em alguns casos delimitados territorialmente em zonas rurais de grande concentração de


explorações de pecuária intensiva, a solução poderá passar por uma estratégia de
abordagem coletiva da situação com recurso a instrumentos de financiamento comunitário
para as ações a desenvolver.
20 / 56

A resolução sustentada de muitos dos constrangimentos que se colocam à aplicação do


REAP, nomeadamente à execução dos planos de gestão de efluentes das explorações e
ao licenciamento da sua atividade, mormente na vertente ambiental, poderão beneficiar de
soluções como, cujo financiamento passaria por:

 Terreno a ceder, ou permutar parcialmente, pelas autarquias (atente-se ao elevado


valor dos terrenos de algumas destas explorações face à sua inclusão em zonas
urbanizáveis em PDM);
 Infraestruturação coletivas, com lay out adequado às normas técnicas e demais
condicionalismos inerentes à natureza dos riscos próprios das atividades a instalar,
em particular em matéria de biossegurança, a financiar pelo FEDER, via PO
regionais (autarquias, associações intermunicipais, ou formas mistas envolvendo
privados) ou Fundo de Coesão;
 Construção das novas instalações pecuárias, financiadas pelo FEADER via PO
Agricultura e desenvolvimento rural, designadamente o seu alargamento e
adaptação com introdução de melhorias no domínio do bem-estar animal;
 Tratamento e valorização dos efluentes pecuários a consignar a projetos privados
elegíveis aos sistemas de incentivos regionais (FEDER).

3 - NOVO MODELO DE GOVERNAÇÃO

Constatou-se a necessidade de adotar um novo modelo de governação do REAP que deverá


definir claramente a forma de articulação entre a DGADR, o GT REAP, as DRAPs, enquanto
entidades coordenadoras do licenciamento, e a CALAP.

Neste sentido propõe-se acrescentar ao Decreto-Lei n.º 214/2008 um novo artigo:


21 / 56

Artigo 76.º-A

Sem prejuízo do disposto nos artigos 8.º e 9.º, a entidade responsável pelo REAP é a
Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, competindo-lhe:
a) Coordenar a aplicação do Regime de Exercício da Atividade Pecuária;
b) Definir as regras para o licenciamento das explorações pecuárias e promover os
respetivos sistemas de informação;
c) Presidir à Comissão de Acompanhamento do Licenciamento das Atividades
Pecuárias.

3.1 - REFORMULAÇÃO DO MANDATO DA CALAP

O REAP prevê a existência duma Comissão de Acompanhamento do Licenciamento das


Atividades Pecuárias (CALAP) (Artigo 77.º do Decreto-Lei n.º 214/2008 de 10 de novembro),
cuja finalidade é o acompanhamento da sua aplicação, no que respeita ao estudo de
soluções otimizadas a aplicar nos diferentes setores de atividade abrangidos, sendo
composta por dois representantes da área da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, que
preside, dois representantes da área do Ambiente, do Ordenamento do Território e do
Desenvolvimento Regional e três representantes de entidades representativas dos
produtores pecuários.

Compete à CALAP, nomeadamente, acompanhar os desenvolvimentos do regime transitório


(atualmente decorre até 31 de março de 2013, através do Decreto-Lei n.º 107/2011, de 16 de
novembro, que procede à 4.ª alteração do Decreto-Lei n.º 214/2008 de 10 de novembro);
publicar documentos de suporte e de informação sobre boas práticas para o setor pecuário
nacional, numa perspetiva de desenvolvimento da sua competitividade; acompanhar a
evolução e a promoção da adoção de planos de gestão setorial, de medidas de
monitorização associadas e demais aspetos relacionados; deliberar sobre as alterações aos
modelos de pedido de licenciamento ou de autorização das atividades abrangidas pelo
REAP; e manifestar a sua posição sobre questões da sua competência sempre que
solicitada pelas restantes entidades intervenientes. A CALAP reúne ordinariamente em
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janeiro, abril, julho e outubro e extraordinariamente, por decisão do seu presidente, sempre
que se justifique, e, nomeadamente, por solicitação de qualquer dos seus membros.

Através do Despacho n.º3007/2010, 16 de fevereiro, foram designados os representantes da


comissão de acompanhamento do licenciamento das explorações pecuárias (CALAP) tendo
sido atribuída à ex-DGV a presidência, ao GPP o lugar de segundo representante da área da
agricultura e desenvolvimento rural, ao então ministério do Ambiente e Ordenamento do
Território mais duas representações e à CAP, CNA e CONFAGRI os lugares de
representação dos produtores pecuários. A DGADR não foi designada, o que não se adequa
às suas competências atuais.

A criação do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território


(MAMAOT), que correspondeu a uma mudança de paradigma com uma visão integrada do
território e dos recursos naturais de forma a promover um desenvolvimento sustentável
através do aumento do potencial produtivo agrícola e da dinamização do mundo rural,
integrou áreas provenientes dos anteriores Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento
Rural e das Pescas e Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do
Desenvolvimento Regional.

Surge assim, desde já, a necessidade de adequar a CALAP ao MAMAOT, alterando o Artigo
77.º do Decreto-Lei n.º 214/2008, de 10 de novembro, bem como, de designar os seus novos
representantes, atribuindo à DGADR a sua presidência. Para este último, deverá ser
revogado o Despacho n.º3007/2010, 16 de fevereiro e ratificado novo despacho a designar
os representantes da CALAP, tornando explicito que o seu funcionamento se desenvolve
junto à DGADR.

Proposta do GT SIMREAP:
Neste sentido é proposta a seguinte composição para a CALAP: DGADR, que coordena,
APA, DGAV, DGT, CNA, CONFAGRI e CAP.

Atenda-se ao atualmente legislado neste âmbito:

Artigo 77.º Comissão de Acompanhamento do Licenciamento das Atividades Pecuárias –


CALAP.
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1 — Para efeitos de acompanhamento da aplicação do disposto no presente decreto-lei no


que respeita ao estudo de soluções otimizadas a aplicar nos diferentes setores
deactividade abrangidos, é criada a Comissão de Acompanhamento do Licenciamento das
Atividades Pecuárias (CALAP), composta por dois representantes do Ministério da
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, que presidem, dois representantes
do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional
e três representantes de entidades representativas dos produtores pecuários. (A1)

2 — Compete à CALAP, nomeadamente: (A1)


a) Acompanhar os desenvolvimentos do regime transitório e produzir orientações
sectoriais, sempre que tal se justifique;
b) Publicar documentos de suporte e de informação sobre boas práticas para o setor
pecuário nacional, numa perspetiva de desenvolvimento da sua competitividade;
c) Acompanhar a evolução e a promoção da adoção de planos de gestão sectorial, de
medidas de monitorização associadas e demais aspetos relacionados;
d) Deliberar sobre as alterações aos modelos de pedido de licenciamento ou de
autorização das atividades abrangidas pelo presente decreto -lei que se mostrem
necessárias para assegurar a atualização das referências às disposições legislativas e
regulamentares deste constantes;
e) Manifestar a sua posição sobre questões da sua competência sempre que solicitada
pelas restantes entidades intervenientes.
3 — A Comissão reúne ordinariamente em janeiro, abril, julho e outubro e
extraordinariamente, por decisão do seu presidente, sempre que se justifique, e, nomeada-
mente, por solicitação de qualquer dos seus membros.

Proposta de alteração à legislação:

1 - Ponto 1 do Art.º 77, de forma a contemplar a estrutura do MAMAOT, deve passar a ter
a seguinte redação:

“1 — Para efeitos de acompanhamento da aplicação do disposto no presente decreto-lei


no que respeita ao estudo de soluções otimizadas a aplicar nos diferentes setores de

atividade abrangidos, é criada a Comissão de Acompanhamento do Licenciamento das


Atividades Pecuárias (CALAP) que é composta por 4 representantes do MAMAOT em
representação das entidades com competências pela coordenação da aplicação do
diploma, a DGADR que preside, a DGAV na área da defesa sanitária e bem-estar animal,
a DGT na área do ordenamento do território e a APA na área do ambiente e recursos
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hídricos, bem como 3 representantes de entidades representativas dos produtores


pecuários.”

2 – No ponto 2 do Art.º 77, sugere-se o acréscimo de competências no âmbito de


propostas de alterações legislativas, organizativas e procedimentais na implementação do
REAP no terreno e dos regimes conexos.

3 – No ponto 3 do Art.º 77 A - sugere-se a revisão da frequência das reuniões ordinárias


da CALAP, em função da sua nova esfera de competências.

Neste âmbito propõe-se refazer o Despacho 3007/2010. Mesmo com a redação atual do
art. 77º, a revisão do Despacho pode ser desde já assegurada, e assim manter as
organizações de produtores neste processo de revisão do REAP, pois as competências
dos dois ministérios estão agora no MAMAOT.

3.2 - REESTRUTURAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO REAP

Posteriormente foi criado o grupo de trabalho do REAP (GT REAP), através do Despacho n.º
13174/2010, de 16 de agosto, com o objetivo de elaborar as normas técnicas de aplicação do
REAP, tendo em vista a efetiva aplicação da legislação em vigor em articulação com a
CALAP.

O GT REAP tem reunido periodicamente estando-lhe incumbido o apoio técnico às entidades


coordenadoras do licenciamento (DRAP) para dar resposta às necessidades de
operacionalização do REAP. Atendendo à diversidade dos intervenientes no processo de
autorização das explorações pecuárias, visando a harmonização dos critérios aplicados, têm
vindo a ser produzidas as normas técnicas, em articulação com as diversas entidades, e
divulgadas através do GPP.

O GT REAP é constituído pela ex-DGV que preside, pelo GPP, pela DGADR, pela APA, pelo
ex-INAG, I. P., pelo IFAP, I. P., por um representante das cinco direções regionais de
agricultura e pescas (DRAP Centro), por um representante das cinco administrações das
regiões hidrográficas e por um representante das cinco comissões de coordenação e
desenvolvimento regional.
25 / 56

Tem assim o GT REAP coordenado a elaboração de guias técnicos e protocolos com a


sequência das tarefas necessárias ao cumprimento das formalidades e atos legalmente
estabelecidos, detalhando o circuito dos processos internos, os períodos de tempo
habitualmente consumidos em cada fase e os resultados esperados, bem como as
prescrições técnicas e demais condicionalismos, de acordo com a sua natureza e riscos
próprios; Identificado e elaborado os modelos dos formulários do pedido de autorização
prévia, da declaração prévia ou de registo das atividades pecuárias, e os demais previstos,
que deverão ser aprovados por despacho do diretor do GPP; disponibilizado e divulgado as
normas técnicas, os guias técnicos e protocolos elaborados e devidamente aprovados, no
site do GPP. A DGADR deverá prestar o apoio logístico e administrativo necessário ao
funcionamento do GT REAP.

Está definido nas competências do GT REAP que os guias e protocolos são sujeitos a
aprovação pela CALAP e deverão estar permanentemente disponíveis para consulta e
esclarecimento dos trabalhadores das entidades públicas intervenientes, bem como, que a
entidade coordenadora (DRAP) deve aplicar no exercício das suas funções e sem prejuízo
das competências próprias as normas técnicas emanadas pelo Gabinete de Planeamento e
Políticas (GPP) produzidas em articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e
o Instituto da Água, I. P. (INAG, I. P.), bem como a DGAV, no que respeita à atividade
pecuária, e a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) no que
respeita à gestão de efluentes pecuários.

Compete ainda ao GT REAP harmonizar os procedimentos a adotar pelas entidades


coordenadoras do licenciamento.

Tendo a DGADR nas suas novas atribuições as responsabilidades de definir as regras do


REAP e a promoção dos respetivos sistemas de informação urge adaptar o enquadramento
legal que subjaz ao referido regime, no sentido de tornar efetivas essas atribuições.

Proposta do GT SIMREAP:

Assim face ao acima exposto, propõe-se a adaptação do GT REAP (Despacho n.º


13174/2010, de 16 de agosto) direcionando a sua presidência para a DGADR e atribuindo as
funções, que o GPP provia, à DGADR, de acordo com a sua nova esfera de competências.
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Propõe-se que o Despacho nº 13.174/2010 de 16 de agosto, seja revisto no sentido de incluir


não só as entidades da administração central que interagem com o REAP (DGADR, DGAV,
APA, IFAP), mas também um representante das cinco CCDRs e representantes das 5
entidades coordenadoras (DRAP’s).

Os objetivos do GT REAP devem ser mantidos, e todos os seus documentos devem ser
remetidos à CALAP para conhecimento e/ou homologação.

4 - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E GESTÃO

Foram identificadas, durante as audições, duas bases de dados no âmbito do processo


REAP - uma desenvolvida pela DRAP Centro e outra pela DRAP Norte. A primeira, pretende
gerir o procedimento global de licenciamento e a segunda, apenas o registo temporário dos
processos rececionados, ao nível do seu território.

A plataforma da DRAP Centro foi disponibilizada a todas as entidades coordenadoras.


Contudo, verificou-se que não tem sido utilizada de forma consistente por todas as DRAPs,
para além de que existem ainda processos submetidos em formato papel, que não estão
registados no sistema, não sendo assim conhecidos.

Foi igualmente identificado que esta plataforma não permite uma partilha eficiente de
informação entre as diferentes entidades que participam no processo REAP.

Este sistema informativo não cumpre os pressupostos do articulado expresso nos artigos 11º
e 12º do DL 214/2008, de 10 de novembro, em que se encontra previsto que seja o IFAP a
alojar, manter e atualizar o sistema informático.

Proposta do GT SIMREAP:

Neste contexto, o GT SIMREAP propõe a existência de uma plataforma única, cuja gestão e
operacionalização seja da responsabilidade do IFAP, como previsto no diploma, onde sejam
obrigatoriamente registados, processados e emitidos os títulos de AP.
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Foi entendido que é essencial que seja desenvolvida uma interoperabilidade que permita a
articulação entre os sistemas SNIRA, iSIP e IB (Identificação de beneficiários) com a
plataforma REAP.

O NRE gerado pelo SNIRA como identificador das atividades pecuárias é o elo que
atualmente assegura a ligação com a Base de Dados REAP facto a ter em conta no
processo de interoperabilidade da nova plataforma REAP a desenvolver. De facto o NRE
mais não é do que a soma dos NP de uma exploração pecuária, pelo que é essencial poder
agregá-los num só indicador.

De igual forma deverá o DL 142/206 (SNIRA) ser alterado no sentido de normalizar um


quadro de registo das atividades pecuárias em Portugal.

Assim, é emitida a seguinte proposta de alteração do Art.º 3º do DL 142/2006:

A redação atual do Artigo 3.º - Registo das explorações:

1 - Sem prejuízo da demais legislação aplicável, os detentores das explorações são


obrigados a proceder, antes do início de atividade, ao seu registo no SNIRA.
2 - É obrigatória a comunicação à autoridade competente da área de jurisdição da
exploração da alteração de algum dos elementos constantes do registo a que se refere o
número anterior, no prazo de 15 dias após a sua ocorrência.
3 - Os detentores de explorações já em funcionamento e que ainda não tenham procedido
ao seu registo dispõem de um prazo de 30 dias a contar da entrada em vigor do presente
decreto-lei para proceder ao seu registo.

Proposta de redação para o Art.º 3 do DL 142/2006:

1- O registo das explorações e das atividades pecuárias no âmbito do SNIRA é


realizado por via dos procedimentos previsto no Regime de Exercício das Atividades
Pecuárias (REAP), constantes no Decreto-Lei 214/2008.
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2- A Direção Geral de Alimentação e Veterinária deverá determinar os procedimentos


de registo no SNIRA das entidades e das atividades pecuárias, que não estão obrigadas a
procedimento REAP.

3- (Revogado)

5 - REVISÃO E UNIFORMIZAÇÃO DE CONCEITOS

Constatou o GT SIMREAP a necessidade de clarificar o conceito de exploração pecuária e


redefinir o de detenção caseira (DC).

5.1. Clarificação do Conceito de Exploração Pecuária

Relativamente ao conceito de exploração pecuária, o REAP define:

- alínea r) do art.º3 do DL 214/2008 - «Exploração pecuária» a atividade ou conjunto de


atividades desenvolvidas numa partilha dos meios de produção, sobre um conjunto de
instalações pecuária ou parques de ar livre onde os animais são explorados, reproduzidos,
recriados ou mantidos, pelo(s) produtor(es), podendo -lhe estar afetos outros detentores,
desenvolvida sobre um conjunto de parcelas contíguas, ou separadas, no âmbito de um
concelho e ou seus limítrofes, ou outro desde que não ultrapassem 10 km de distância
entre si, podendo ainda conter diferentes núcleos de produção (NP) por espécie ou tipo de
produção; “

A definição do REAP foi deliberadamente mais elaborada para contextualizar a Exploração


Pecuária (EP), com uma abrangência maior.

Assim, nesta definição estão reunidos vários princípios / conceitos:


- A EP é um conjunto de atividades pecuárias, isto é, várias espécies animais e outras
atividades complementares (unidade de compostagem, etc.)
- A EP existe numa partilha dos meios de produção (alimentares / pessoal / gestão
efluentes/ etc.);
- Pode conter um conjunto de instalações (construções / parques/ etc.) onde animais são
mantidos, ou utilizadas na produção alimentar ou na gestão dos efluentes da exploração;
29 / 56

- A EP é da responsabilidade de um Titular, mas podem existir outros detentores /


produtores de animais na mesma EP. O Titular e os produtores são solidários na
responsabilidade pelo cumprimento das obrigações previstas (Art.º49 alínea 6 do D.L
214/2008);
- A EP é desenvolvida num conjunto de parcelas contíguas ou separadas;
- As parcelas não contíguas localizadas em concelhos não limítrofes a uma distância
superior a 10 km não podem ser agregadas à EP. Foi entendido que para além desta
distância não é lógico que os animais possam ser deslocados pelos seus meios (sem
meios de transporte);
- A EP pode conter diferentes Núcleos de Produção (NP) por espécie/ área animal, ou tipo
de produção. Assim podem existir diferentes NP em função das espécies mantidas (um
com bovinos e outro com suínos, por exemplo); ou em função do sistema de exploração
(Intensivo, em estabulação, etc), do tipo de produção e do seu isolamento como unidades
epidemiológicas diferentes, isto é, em instalações / pastagens diferentes (tal como previsto
na Diretiva n.º 64/432). Assim podem ser previsto, por exemplo, dois NP de Bovinos com
diferentes sistemas / objetivos de produção, desde que sejam desenvolvidos em parcelas
autónomas (o efetivo de reprodução - vacada - de carne que está em extensivo e um NP
da engorda de bovinos, intensiva, noutra instalação, na mesma exploração).

5.2. Alteração do conceito de Detenção Caseira

Relativamente ao conceito de detenção caseira, a legislação REAP, define:

j) “Detenção Caseira” – a detenção de um número reduzido de espécies pecuárias por


pessoa singular ou coletiva, não sendo consideradas, como explorações pecuárias e
consequentemente não sujeito a controlo prévio ou a registo da sua detenção,
considerando-se que a posse desses animais tem o objetivo de lazer ou de
autoabastecimento do seu detentor, com os limites estabelecidos no Anexo II do presente
decreto-lei, do qual faz parte integrante.

O GTSIMREAP apresenta a seguinte proposta de alteração para este conceito:

Aumento do limiar de animais permitidos para 3 CN na classe “Detenção Caseira /


Unidade de Autoconsumo e uso próprio”, em detrimento do anterior limiar de 1 CN,
mantendo o bovino e o equino nesta classe, com enorme expressão nas Explorações
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Pecuárias especialmente a Norte e na Bacia Leiteira. Tal como previsto no nº 1, do artº 3º


do D.L. 142/2006 de 27 de julho, são sujeitas a registo prévio no SNIRA.

Nova redação do da línea j) do nº 3, do D.L. 214/2008 de 10 de novembro:

Alínea j) “Detenção Caseira” – consiste na detenção, por pessoas singulares ou coletivas,


de um número reduzido de animais de espécies pecuárias, sendo, no âmbito do presente
diploma, isenta de licenciamento REAP, e sujeita a registo prévio no SNIRA, antes do
inicio de atividade, considerando-se que a posse desses animais tem o objetivo de lazer
ou abastecimento do seu detentor, com os limites estabelecidos no Anexo II do presente
decreto-lei, do qual faz parte integrante.

- Ponto 3 do Artigo 6º - eliminado

- Ponto 5 do Artigo 2º do Anexo II - A detenção caseira de animais só é considerada


quando na sua totalidade não seja excedida uma capacidade equivalente a 3 CN por
instalação, havendo, no entanto um limite de 2 CN por espécie pecuária.

TABELA N.º 1
Classificação das atividades pecuárias

Sistema Critério Bovinos Ovinos/Caprinos Equídeos Suínos Aves Coelhos


de
exploração
Detenção Até (nº 2 6 2 4 100 80
caseira de
animais)

Nota: No anexo III, apresenta-se uma segunda hipótese de alteração da classe “Detenção
Caseira”, que mereceu a apreciação do Grupo mas ainda carece algumas reservas,
nomeadamente apreciação do ponto de vista legislativo.

6- HARMONIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS

A necessidade de harmonização de procedimentos fez-se sentir a quatro grandes níveis:


ordenamento territorial, questões ambientais, saúde e bem estar animal e outro tipo de
âmbitos.
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6.1 - ORDENAMENTO TERRITORIAL

6.1.1. Introdução às questões territoriais

Uma das questões que se coloca à simplificação do REAP e à solução dos problemas
identificados é a ausência de dados concretos sobre as explorações existentes, algumas
das quais sem registo. Ou seja, não se sabe em concreto quantas explorações existem em
situação ilegal e, no caso do ordenamento do território, quantas não têm título de utilização
das edificações ou estão em desconformidade com os instrumentos de gestão territorial
e/ou outras normas legais em vigor.
Assim, e tendo em conta as audições realizadas com as várias entidades envolvidas
(constantes dos relatórios anteriores), os problemas que se colocam dizem
essencialmente respeito às possíveis desconformidades com os IGT e/ou com servidões
e/ou restrições de utilidade pública.

Entende-se ainda que uma solução padronizada com vista à regularização das edificações
existentes, sem uma avaliação prévia, não é a melhor solução, nomeadamente pelas
seguintes razões:
 Não é feita qualquer ponderação entre a atividade em causa e os valores naturais
presentes ou riscos incidentes sobre o território;
 Não é feita qualquer avaliação das condições de segurança e estabilidade dos
edifícios associados à instalação, o que poderá fazer recair sobre o município
responsabilidades em caso de ocorrência de danos;
 Não é assegurada a verificação das condições mínimas para a prática da atividade.

6.1.2 - Procedimento de regularização específico

Não obstante a ausência de um levantamento, o que dificulta a apresentação de uma


solução totalmente consentânea com a realidade, apresenta-se uma proposta que poderá
suprir alguns dos constrangimentos e simplificar o licenciamento das instalações.
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Pelas razões acima expostas considera-se que as edificações existentes não tituladas
devem se avaliadas, mas que essa avaliação seja agilizada e simplificada, propondo-se
para o efeito a criação de um mecanismo específico, que permita avaliar e regularizar (na
medida do possível) as edificações existentes.
Este mecanismo poderá consubstanciar um procedimento de regularização específico, a
incluir no REAP que abranja, no mínimo, os seguintes aspetos:
 Prazo para a apresentação do requerimento a solicitar a regularização da instalação
em causa, caso esta obrigação não conste noutro lugar do articulado;
 Elementos necessários à instrução do processo (ainda que alguns elementos
possam ser dispensados, nomeadamente documentos relativos à execução da obra
e projetos de especialidades). Considera-se no entanto necessária a apresentação
de termo de responsabilidade assinado por técnico habilitado para subscrever os
projetos dispensados, que ateste a conformidade do edificado com as exigências
legais e regulamentares no que se refere às questões de segurança, ou outras que
os técnicos apreciadores do processo entendam ser absolutamente necessárias;
 Identificação das consequências em caso de incumprimento relativamente à
instrução do processo;
 Prazo para que a entidade licenciadora verifique e decida acerca da conformidade
ou não com os IGT e/ou servidões e restrições de utilidade pública e ponderação
sobre a viabilidade e interesse de eventual alteração de pormenor aos IGT;
 Moldes e prazos em que a entidade licenciadora deverá promover a constituição de
um grupo de trabalho (e sua composição) ao qual compete emitir parecer acerca da
possibilidade da regularização da instalação em causa, no que se refere à
conformidade com os instrumentos de gestão territorial e à conformidade do
construído com as exigências legais e regulamentares.

Este mecanismo necessitará eventualmente de uma ferramenta - licença provisória -


que permita assegurar, nos casos aplicáveis, a continuidade da atividade da
exploração pecuária, dando resposta às seguintes situações:

- Período para apreciação do processo;


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- Período para a realização de alterações instalação (com vista a cumprir as


normas em vigor);

- Período para adaptações de âmbito legal (ex: alteração/revisão do PDM)


caso o parecer seja favorável, nos casos em que o grupo de trabalho o
entenda fazer.

6.1.3 – Levantamento e Diagnóstico das Situações Existentes com o


Envolvimento dos Municípios

Não obstante a solução proposta põe-se à consideração a possibilidade de fazer um


levantamento e diagnóstico das explorações existentes.
Este processo deverá fazer-se por duas vias (anexos 1 e 2):
 Por iniciativa da administração;
 Pela apresentação de requerimentos de particulares para obtenção de licença.

No primeiro caso prevê-se uma fase de identificação por parte da administração regional e
local (câmara, DRAP), sem prejuízo dos proprietários poderem entregar os seus
requerimentos. Esta etapa permite por um lado ter um panorama real da situação, tal e
qual ela existe, e por outro ir ao encontro dos proprietários, sendo que todos, incluindo os
que não têm licença passam a estar identificados e localizados no território. Implica face à
situação atual um forte envolvimento dos municípios.
Caso se opte apenas pela segunda via o levantamento não é feito (ganha-se tempo, ao
eliminar uma etapa) mas não se resolve o problema relativamente às explorações que não
entram com pedido de licença (e que podem continuar a operar à margem do sistema,
salvo de forem impostas barreiras à entrada no mercado, ou outras medidas que impeçam
a continuação da atividade).

6.1.4- Articulação com Outros Regimes

Com vista a fortalecer esta proposta considera-se, uma vez que o RJUE e o RJIGT se
encontram em revisão, a necessidade de articular estes dois diplomas com as questões
em causa, ou seja, regularização de instalações existentes (incluindo a questão da licença
provisória).
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Ainda no que respeita à questão das desconformidades com as normas em vigor importa
salientar a necessidade de articular o REAP com o regime da REN e RAN. Esta questão
prende-se essencialmente com as exigências em matéria de ambiente e saúde animal que
em determinadas situações entram em conflito com aquele regime. Por exemplo nas
situações em que para proceder à eliminação controlada dos efluentes pecuários é
necessário construir uma lagoa, sem a qual a atividade não é viável, mas o regime da REN
pode não permitir o aumento da área impermeabilizada.
As alterações em curso ao regime jurídico da REN e um enquadramento aos limiares
previstos pelo regime jurídico da RAN (limiares para a construção de apoio à atividade
agrícola atualmente limitada a 750 m2), poderão vir a permitir, sob determinadas
condições específicas a determinar, a construção de edificações ou expansão de
edificações existentes, desde que para cumprimento de normas ambientais, de bem estar
animal ao abrigo do REAP ou ainda, a legalização de algumas edificações em processos
de licenciamento que cumpram as normas exigidas.

Também os processos de revisão em curso, do RJIT e do RJUE deverão permitir agilizar


esses processos.

6.1.5 – Nova Programação 2014 – 2020 / Proposta de Regulamento do


Desenvolvimento Rural

Ainda no âmbito das questões territoriais identificou-se que no domínio da nova


programação 2014-2020 merece destaque uma medida, prevista no Regulamento
Comunitário do Desenvolvimento Rural, que abre a possibilidade, ao abrigo do artº 21,
alínea g) nº 1 a “Investimentos destinados à deslocalização de atividades e à reconversão
de edifícios e outras instalações situadas perto das povoações rurais, com vista à melhoria
da qualidade de vida ou ao esforço de desempenho ambiental dessas povoações”. Trata-
se de uma medida que pode enquadrar a resolução de algumas situações no âmbito do
ordenamento do território, nomeadamente as de vizinhança de explorações pecuárias em
meio urbano ou na sua proximidade e que carecem de deslocalização.
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6.2 - QUESTÕES AMBIENTAIS

 Instrução dos processos

No domínio do ambiente constatou-se que uma das causas da morosidade dos processos de
licenciamento ambiental está diretamente relacionada com uma deficiente instrução dos
mesmos, pelo que se propõe que a Entidade Coordenadora apenas remeta os processos às
entidades intervenientes, após garantia da boa instrução dos mesmos.

Relativamente aos processos de regularização, as entidades que compõem o grupo de


trabalho (Art.º 69º), devem numa face inicial do processo avaliar, com base nos elementos
constantes da Secção IV do anexo III, e com base na consulta a outras entidades (com base
no Artº 70º), devendo aprovar uma proposta de decisão sobre a viabilildade e a instrução
final do processo, conforme expresso no art.º 71º.

Será no âmbito de uma decisão favorável condicionada que o GT terá de identificar e


comunicar ao requerente, a necessidade da apresentação de novos elementos instrutórios.

 Limiares distintos nos regimes jurídicos de AIA / PCIP e da Diretiva comunitária /


legislação nacional de AIA

No âmbito dos trabalhos do GT SIMREAP foram identificadas, no que se refere ao regime


jurídico de AIA, questões relacionadas com a existência de limiares de abrangência
distintos entre os regimes jurídicos de AIA e PCIP e entre a Diretiva 85/337/CEE e o
diploma nacional de AIA (D.L. 69/2000).

Sobre estas questões importa referir que está a ser revisto o atual regime de AIA e que a
nova proposta de diploma, tem por objetivo garantir consistência no que se refere ao
âmbito de aplicação deste regime e do regime de PCIP, compatibilizando os limiares dos
mesmos, à semelhança de outros Estados-Membros. Esta proposta foi submetida ao
Gabinete do Senhor Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território,
sendo nessa sede que se encontra agora a ser avaliada a melhor opção a adotar.
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 Revisão do CBPA

Constatou-se a necessidade de revisão e republicação do CBPA atendendo à desatualização


de alguns dos seus conteúdos, nomeadamente as tabelas de extração das culturas, limiares
e forma de aplicação de adubos azotados orgânicos, em curso pelo INIAV.

 Correlação entre cabeças normais e cabeças naturais

O GTSIMREAP propõe que ao nível da CALAP seja desenvolvida uma nota interpretativa
que faça uma correlação entre cabeças normais e cabeças naturais atendendo aos limiares
de excreção por espécie/tipo de produção.

 Aprovação do PGEP

No que se refere à aprovação do PGEP e à identificação prévia das parcelas destinadas à


valorização agrícola, considera este grupo que esta obrigatoriedade, só se aplica ao efluente
pecuário ou fertilizante orgânico que contenha SPOAT, conforme estabelecido na alínea a)
do anexo IV da Portaria nº 631/2009.

De igual forma o PGEP, na sua perspetiva de utilização dos efluentes e/ou de


encaminhamento para outros destinos, deve ser considerado como um exercício de
planeamento, não sendo essencial a identificação de todas as potencias utilizações ou a
identificação dos destinos previstos para os efluentes que não são valorizados na
exploração, conforme já expresso no documento de “Perguntas mais frequentes” (Questão
12 sobre a Gestão de efluentes pecuários) do GPP.

Contudo para instalações abrangidas pelo PCIP/LA, mantém-se a obrigatoriedade de


identificação prévia do encaminhamento dos efluentes pecuários, bem como dos resíduos
que eventualmente sejam gerados na exploração.

Pretende-se ainda a simplificação dos procedimentos associados ao cumprimento do


PGEP implica igualmente a revisão do Código das Boas Práticas Agrícolas (CBPA),
nomeadamente no tocante às Tabelas de Extração das Culturas e das tabelas de
composição de efluentes pecuários, do Caderno da Campo e adaptação de limiares
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diferentes de classificação entre os efluentes brutos e os obtidos ao longo dos diferentes


estágios de tratamento.

 Regularização de instalações existentes, abrangidas pelo regime de AIA

Relativamente a esta questão considera-se que deverá ser estabelecido um procedimento


de avaliação de impacte ambiental simplificado, ajustando a avaliação à fase da vida da
instalação em apreço, isto é, fase de exploração. Neste sentido, será efetuada, pela APA,
uma proposta que oriente os proponentes relativamente à informação a submeter no
âmbito do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) assim como o foco da avaliação,
designadamente ao nível da identificação dos fatores ambientais relevantes.

 Adoção de condições técnicas padronizadas

Um dos objetivos do GT SIMREAP é a simplificação do regime de exercício das atividades


pecuárias, pelo que foi proposto no relatório de 15 de outubro de 2012, a possibilidade de
adoção de condições técnicas padronizadas, tal como preconizado no Decreto-Lei nº
169/2012, de 1 de agosto, relativo ao Sistema de Indústria Responsável (SIR).

As condições técnicas padronizadas, devem ser sempre opcionais e ser estabelecidas por
tipo de atividade ou operação, que constitua objeto de autorização/licença ou parecer.

Padronização, significa estabelecer, à priori, condições de construção e exploração de


uma dada instalação, nos diferentes domínios por ela abrangidos.

Estas condições que devem ser previamente aprovadas por despacho, do ministro
responsável pela área da agricultura e da tutela da área técnica em causa, e
disponibilizadas na plataforma única.

Um operador que verifique que a sua instalação se encontra nas condições estabelecidas
no despacho, solicita à entidade coordenadora do licenciamento/autorização, através de
uma declaração de compromisso, a emissão de uma licença/autorização ao abrigo do
respetivo despacho.
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6.3- VETERINÁRIA E SAÚDE ANIMAL

 Desmaterialização do registo da Pequena Produção Local

Deverá ser perspetivada a desmaterialização do registo da Pequena Produção Local –


Classe 3, podendo esta ser assegurada pelas organizações de criadores e a emissão do
título efetuada pelo sistema, como confirmação do registo da exploração.

 Limiar e designação da classe 3

Constatou-se a necessidade de clarificar o limiar da classe 3, de forma a que mantendo as


10 cabeças normais para a classe principal da atividade pecuária, esta possa ser acrescida
de uma capacidade complementar de cabeças normais em outras espécies.

Propõe-se atribuir uma nova designação à Classe 3, associada à pequena dimensão,


intitulada por Pequena Produção Local.

Tendo em consideração que estas explorações funcionam vulgarmente com uma espécie,
com objetivos de mercado e, em geral, ainda com outras espécies pecuárias
complementares, que têm um reduzido impacto ambiental na exploração, entendeu-se que
seria conveniente dar-lhes uma maior abrangência.

Assim, é proposto que as 10 CN atualmente previstas como limiar para a classe 3 sejam
alteradas para 12 CN, para a dimensão da espécie pecuária principal, acrescidas de 3 CN
complementares, correspondente a uma eventual Detenção Caseira.

Proposta de alteração legislativa sugerida pelo GT SIMREAP:

O Texto da alínea 4 do Art.º 1º do Anexo II deve ser mantido e alterada a Tabela 1 para

≤ 12 CN por espécie pecuária ou 15 CN no total da EP.

O limiar da classe 3 será assim de 12 CN para a espécie animal ou área de atividade mais
representativa e até 15 CN de capacidade total.
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 Proposta de simplificação do registo para as explorações de classe 3

No processo de registo atual, e tendo em consideração que nesta classe não existe definição
do sistema de exploração (extensivo / intensivo), não existe a necessidade de estabelecer o
encabeçamento, pelo que não parece essencial que sejam descriminadas por NP/ Área
animal as respetivas parcelas, pois na sua grande maioria estas são partilhas por todas as
atividades / espécies animais.

Também não é lógico que existam nesta classe mais de um NP por espécie / área animal,
pelo que o registo pode ser feito pela totalidade das parcelas da UP (iSIP) que o titular detêm
e que são afetos à EP.

De igual forma a identificação do titular é transferida a partir do iB, e a identificação da UP e


das parcelas é transferida do iSIP, pelo que a registo / recolha de dados no formulário de
registo pode ser reduzida / simplificada, nomeadamente passando a utilizar um único /
mesmo impresso para o registo SNIRA e REAP.

 Regime de alterações

No âmbito das audiências efetuadas pelo GT SIMREAP, foi sugerido melhorar a redação do
nº 3 do artigo 39º, relativamente ao regime de alterações, pelo que se considera que devem
ser especificadas também as alterações de espécie, de modo de produção e de sistema de
exploração.

Foi feita uma avaliação da alteração sugerida, tendo-se constatado que a mudança de
espécie, de tipo de produção e de sistema de exploração não constituem por si só um
processo de alteração, porque podem ficar englobadas só no dever de notificação, que não
tem custos para o operador, nem necessita de apreciação pela entidade coordenadora.

No entanto, considera-se que para habilitar a entidade coordenadora para a avaliação dos
conceitos definidos na alínea b), nº 3, do artigo 39º, devem ser estabelecidas orientações da
avaliação destes conceitos.
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 Condições equivalentes

Foram reportadas dificuldades de interpretação relativas às ”condições equivalentes”


referidas nas Portarias complementares ao diploma. Considerou-se que estas questões
devem ser clarificadas e divulgadas no âmbito da CALAP.

Atenda-se no ponto 2, artigo 11º da Portaria nº 638/2009, de 09/06, que se refere às


condições de instalação de uma exploração de produção intensiva da Classe 2 de
ruminantes: " ... NPB ou NPOC com capacidade inferior a 75 CN devem adaptar as suas
instalações de forma a obterem condições equivalentes às previstas nos artigos 5º e 6º."
Com este termo - " condições equivalentes", pretende-se indicar que o produtor pecuário
tem que satisfazer os objetivos pretendidos com a norma, independentemente da forma
como a operacionaliza.

Propõe-se que esta questão seja clarificada pela CALAP, através de produção de norma
interpretativa, a divulgar on line.

 Eventos ocasionais

Propõe-se uma alteração legislativa ao Ponto 3 do Artigo 2º:


- “ o presente decreto-lei não é aplicável aos eventos que sejam considerados ocasionais,
desenvolvidos sem recurso a instalações fixas e com duração inferior a 7 dias corridos,
devendo, nestes casos, aplicar-se apenas o Decreto-Lei nº 142/2006, de 27 de julho,
relativo às normas de movimentação animal, e devendo as condicionantes sanitárias
previstas para cada espécie serem asseguradas mediante procedimentos a serem
determinados por despacho do Diretor-geral de Alimentação e Veterinária”.

6.4 - OUTROS ÂMBITOS

 Regimes de autorização para a reprodução, criação e detenção de espécies


cinegéticas em cativeiro
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Identificou-se a existência de dois regimes de autorização para a reprodução, criação e


detenção de espécies cinegéticas em cativeiro que estão a ser aplicados
concomitantemente (DL 214/2008 REAP e a Portaria nº 464/2001, que se encontra
revogada pelo DL 202/2004), o que apresenta duplicação de procedimento. Neste âmbito
o GT SIMREAP propõe que a alínea 6) do artigo 107 DL 202/2004, com base na redação
que lhe foi dada pelo artº 63 do DL 214/2008, deva ser clarificada.

O artigo 63.º do REAP alterou o artigo 107 do Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de agosto,
(Regime Jurídico da Conservação, Fomento e Exploração dos Recursos Cinegéticos - com
as alterações do DL 201/2005) que passou a ter a seguinte redação:

“Artigo 107.º Espécies cinegéticas em cativeiro


1—A reprodução, criação e detenção de espécies cinegéticas em cativeiro pode ser
autorizada para fins de repovoamento, utilização em campos de treino, produção de
reprodutores, consumo alimentar, produção de peles ou fins científicos, didáticos,
recreativos e de coleção.
2—Só é permitida a reprodução, criação e detenção em cativeiro das espécies cinegéticas
e subespécies identificadas em portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento
Rural e das Pescas, ouvido o Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do
Desenvolvimento Regional, que estabelece os fins a que se destina cada espécie e, ainda,
as condições de autorização.

3 — A atividade de reprodução, criação e detenção de espécies cinegéticas em cativeiro


só pode ser desenvolvida sobre uma exploração pecuária autorizada ao abrigo do Decreto
-Lei n.º 214/2008, de 10 de novembro, que estabelece o regime do exercício da atividade
pecuária, mediante autorização favorável da Autoridade Florestal Nacional (AFN) e do
ICNB nas áreas classificadas, com exceção da reprodução do coelho bravo, de
populações locais em zonas de caça com fim exclusivo de proceder ao respetivo
repovoamento.
4 — As normas específicas tendo em consideração os fins a que se destinam as espécies
e subespécies cinegéticas mantidas em cativeiro, bem como as condições particulares que
devem satisfazer estas explorações, revestem a forma de alvará e serão regulamentadas
pela portaria referida no n.º 2.
5 — (Anterior n.º 4) - A DGRF pode ainda autorizar a detenção de espécies cinegéticas em
centros de recuperação de animais.
6 — (Anterior n.º 5. - Os alvarás para reprodução, criação e detenção de espécies
cinegéticas em cativeiro definem as obrigações decorrentes da autorização e são válidos
por cinco anos civis, renováveis por iguais períodos.
7 — (Anterior n.º 6 - A reprodução de pombo da rocha e de coelho bravo prevista no n.º 3
não carece de alvará, obedecendo a captura dos reprodutores, no caso dos coelhos, ao
disposto no n.º 2 do artigo 4.º.”
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Com este procedimento verifica-se que foi criada uma duplicação de procedimentos -
Titulo REAP e Alvará da AFN - situação que se considera não justificável.

O processo de autorização da “atividade – REAP” e da “detenção - AFN” deve ser um


título único da administração e deve ser atribuído pela entidade coordenadora do REAP –
a DRAP, com a colaboração das restantes entidades da administração. Assim o Alvará
referido deveria ser anulado.

Por outro lado a Portaria referida no ponto 4 não chegou a ser publicada, estando a AFN a
utilizar o disposto na Portaria 464/2001 que foi revogada pelo referido DL.

Realça o GT SIMREAP a necessidade de publicar a portaria referida no nº 2 deste artigo.

Propostas de alteração legislativa ao art.º 107 do Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de agosto :


Nova redação:
“1 - ……

2 - Só é permitida a reprodução, criação e detenção em cativeiro das espécies cinegéticas


e subespécies identificadas em portaria do MAMAOT, que estabelece os fins a que se
destina cada espécie e, ainda, as condições das explorações.

3 — A atividade de reprodução, criação e detenção de espécies cinegéticas em cativeiro


só pode ser desenvolvida sobre uma exploração pecuária autorizada ao abrigo do
Decreto-Lei n.º 214/2008, de 10 de novembro, que estabelece o regime do exercício da
atividade pecuária, mediante parecer vinculativo favorável da ICNF, com exceção da
reprodução do coelho bravo, de populações locais em zonas de caça com fim exclusivo de
proceder ao respetivo repovoamento.

4 — Para alem das normas previstas no âmbito do DL 214.2008 do REAP e nas portarias
complementares a este regime, a detenção de espécies cinegéticas em cativeiro está
também sujeita às condições particulares que devem satisfazer estas explorações e que
serão regulamentadas pela portaria referida no n.º 2, tendo em consideração os fins a que
se destinam as espécies e subespécies cinegéticas em consideração.
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5 – O ICNF pode ainda autorizar a detenção de espécies cinegéticas em centros de


recuperação de animais, ou parques zoológicos ou exposições, sem que estas assumam a
condição de explorações pecuárias.

6 – (anterior ponto 7) A reprodução de pombo da rocha e de coelho bravo prevista no n.º 3


não carece de autorização, obedecendo a captura dos reprodutores, no caso dos coelhos,
ao disposto no n.º 2 do artigo 4.º.”

 Taxas REAP

Constatou-se não haver uniformidade na aplicação e cálculo das taxas REAP. O GT


SIMREAP propõe que na plataforma única seja introduzida a fórmula, para que o seu
cálculo seja automático e homogéneo para as mesmas tipologias de projeto.

Sugere-se, ainda, que para as atividades complementares da atividade pecuária que estão
classificadas de acordo com a capacidade instalada, e não em cabeças normais, o fator de
serviço a aplicar para cálculo da taxa deva ser clarificado.

Neste sentido, propõe-se a seguinte alteração legislativa ao ponto 1 do Quadro II do Anexo


IV:

Nova redação: “FS por cada unidade complementar à exploração pecuária e por cada
fração de 75 CN, nas explorações intensivas das classes 1 e 2, pelos atos de pedido de
autorização de instalação ou de alteração e de declaração prévia, inicial ou de alteração”.

 Pareceres emitidos no âmbito das medidas de Segurança, Saúde e Higiene do


Trabalho

Foram apontadas por algumas entidades, que os pareceres que estavam a ser emitidos no
âmbito das medidas de Segurança, Saúde e Higiene do Trabalho, são desadequados. O GT
SIMREAP constatou que estes pareceres se fundamentam na legislação invocada (DL
243/86 – Regulamento Geral de Higiene e Segurança no Trabalho nos estabelecimentos
comerciais, de escritórios e serviços), dada a ausência de legislação específica para o setor
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agrícola, conforme previsto neste diploma, pois é “aplicável aos estabelecimentos que não se
aplique outra legislação ou outras disposições que regulamente a higiene e segurança…”.
Como para o setor agrícola não existe outra regulamentação, este Regulamento
desenvolvido essencialmente para os serviços e atividades de comercio ou de escritório é
aplicável na agricultura, situação que nos parece desadequada.

Neste sentido é recomendável que seja criado regulamento especifico para a agricultura,
onde se enquadrem as atividades pecuárias.

 Coimas por contraordenações ambientais graves

Foi identificado como constrangimento a aplicação de coimas pela prática de


contraordenações ambientais graves, associadas ao não cumprimento de algumas regras
previstas no PGEP. Sendo que a coima mínima é de 2.000 €, montante este que em muitas
situações é desproporcionado, sugere-se a revisão do aplicativo desta norma.

 Adoção de condições técnicas padronizadas

No sentido de tornar mais célere, transparente e eficaz o regime de exercício de autorização


das atividades pecuários, propõe-se a possibilidade de adoção de condições técnicas
padronizadas (caderno de encargos a contratualizar previamente com o produtor pecuário),
tal como estabelecido no diploma SIR).

7 – PERSPETIVAS DE FINANCIAMENTO NO PRÓXIMO PERÍODO DE PROGRAMAÇÃO:


A EXPRESSÃO DO REAP NA PROGRAMAÇÃO 2014-2020 E O ENQUADRAMENTO
DE INSTRUMENTOS DE FINANCIAMENTO AO ABRIGO DO QEC

A estratégia anteriormente enunciada e os investimentos a ela associados enquadram-se


globalmente, como condição indispensável à sua elegibilidade, nas disposições gerais
estabelecidas no Quadro Estratégico Comum (QEC), quer no Objetivo Temático do QEC
Promover o ambiente e a eficiência dos recursos, quer nas Prioridades Especificas do
FEADER que se interligam diretamente com este Objetivo, designadamente: Restaurar,
preservar e melhorar os ecossistemas que dependem da agricultura (…) e Promover
a utilização eficiente dos recursos (…).
45 / 56

Reportando-nos ao Documento de Orientação do GPP para o Programa de


Desenvolvimento Rural 2014/2020, a atuação preconizada tem pleno acolhimento no
objetivo operacional Sustentabilidade, designadamente “através do apoio a praticas
agrícolas que contribuem para a melhoria do ambiente e conservação dos recursos (agua
e solo) de forma articulada com uma produção agrícola sustentável e competitiva”.

Ao nível da proposta de Regulamento para o Desenvolvimento Rural, pode identificar-se,


à partida, a elegibilidade de alguns dos investimentos elencados ao nível dos artigos 18º –
Investimentos em ativos corpóreos e 36º – Cooperação, nomeadamente no domínio das
abordagens coletivas a projetos e práticas ambientais em curso e nas ações de melhoria
da gestão da agua e do solo. Por outro lado, e em complemento poderá igualmente
ponderar-se o recurso à elegibilidade prevista na alínea g) do nº1 do artigo 21 – Serviços
básicos e renovação de Aldeias:”investimentos destinados à deslocalização de atividades
e à reconversão de edifícios e de outras instalações situadas perto de povoações rurais,
com vista à melhoria da qualidade de vida ou do desempenho ambiental dessas
povoações”.
Será, ainda, previsível que as novas explorações instaladas possam vir a cumprir os
requisitos de acesso às ajudas previstas no artigo 34º – Bem-estar animal, garantido assim
pagamentos suplementares de apoio ao desenvolvimento da atividade.
O fato de estarmos ainda em fase de negociação das propostas regulamentares da
Comissão e de início dos trabalhos de preparação do novo ciclo de programação se, por
um lado, não permite aprofundar o detalhe do quadro programático e de financiamento das
propostas apresentadas, por outro lado, configura uma oportunidade temporal de se “ agir”
coordenadamente visando garantir os instrumentos de apoio necessários à estratégia
definida.

Em caso de acolhimento por parte da tutela do documento final que vier a resultar do
processo de parceria assim desenvolvido, será indispensável a interlocução com a
Associação Nacional de Municípios Portugueses (o papel das autarquias é determinante
na implementação desta abordagem) e com os representantes institucionais responsáveis
pelos outros fundos estruturais na prepararão do QEC, respetivo contrato de parceria, e os
correspondentes programas operacionais.
46 / 56

Surge neste GT a oportunidade de se equacionarem algumas medidas de politica que,


face ao previsível acolhimento favorável nos instrumentos de apoio financeiro no âmbito
do próximo período e programação dos fundos estruturais, possam também contribuir para
o desígnio da melhoria das condições em que as explorações pecuárias desenvolvem a
sua atividade. A importância em termos económicos e sociais deste subsetor de atividade
não pode ser subestimada quer em termos do seu contributo para o produto agrícola bruto
e para o emprego, quer para a sustentabilidade das economias de algumas zonas rurais.
– Tendo em conta as propostas regulamentares para a programação 2014/2020 cabe
salientar o enfoque que as várias instituições (Comissão, Parlamento europeu, Comité das
regiões) colocam na necessidade de uma maior coordenação e integração dos fundos
QEC em particular na aplicação das politicas publicas em territórios com particularidades
especificas, apelando a abordagens integradas designadamente para o desenvolvimento
das zonas rurais.

Neste contexto, nos constrangimentos identificados à correta aplicação do REAP pelas


explorações pecuárias há dois aspetos a salientar: os que se inserem no contexto do
ordenamento do território, por não cumprimento dos IGT em vigor, e os de âmbito
ambiental, quer na gestão dos efluentes pecuários (GEP) quer, ainda, nos processos de
licenciamento em sede de AIA ou PCIP.
Pode pois concluir-se que a questão em apreço extravasa o âmbito meramente agrícola,
para se afirmar igualmente como uma problemática de gestão territorial e ambiental, muito
mais abrangente e que assume contornos de valorização do espaço regional,
fundamentando assim a necessidade de integração de diferentes instrumentos de politicas
setoriais e / ou transversais, abordagem que, alias, se encontra hoje já patente em
numerosas iniciativas do Eixo referente à valorização do território dos PO Regionais

8 – CONCLUSÕES

No quadro seguinte sintetizam-se as medidas propostas pelo GT SIMREAP, a submeter à


apreciação do Sr. SEFDR, no âmbito da missão que lhe foi atribuída, desagregando-se ao
nível de cada uma, o respetivo âmbito, tipo e medida concreta de atuação, a
47 / 56

responsabilidade genérica e específica da sua aplicação, a fase de concretização em que


se encontra – proposta/em elaboração/em apreciação e a forma de concretização –
procedimental e/ou legislativa.
480 / 56

8 – CONCLUSÕES (cont.)

PROPOSTA RESPONSABILIDADE FORMA DE CONCRETIZAÇÃO


ÂMBITO TIPO MEDIDA GENÉRICA ESPECÍFICA PROCEDIMENTAL LEGISLATIVA

REFORMULAÇÃO DO MANDATO DA CALAP MAMAOT DGADR - ALTERAÇÃO DO DL 214/2008


NOVO MODELO DE GOVERNAÇÃO
REESTRUTURAÇÃO DO GT REAP MAMAOT DGADR EMISSÃO DE DESPACHO
ESTABELECIMENTO DE UMA PLATAFORMA
REAP ÚNICA:
- com gestão e operacionalização da
responsabilidade do IFAP; IFAP, DRAPs, DGAV
- onde sejam obrigatoriamente registados,
processados e emitidos os títulos de AP ADAPTAÇÃO DO SISTEMA
INFORMÁTICO AOS NOVOS
ALTERAÇÃO DO DL 214/2008
UNIFICAÇÃO E INTEROPERABILIDADE PRINCÍPIOS CONSAGRADOS
DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, INTEROPERABILIDADE DAS BASES DE CALAP NO DL 214 E APÓS
IFAP, DRAPs, DGAV
GESTÃO E REGISTO DADOS: REAP,SNIRA, iSIP, iB HOMOLOGAÇÃO DAS
ORIENTAÇÕES DO GT
GERAL SIMREAP
ARTICULAÇÃO ENTRE PLATAFORMA REAP E
IFAP, DRAPs, DGAV
SNIRA ATRAVÉS DO NRE

ALTERAÇÃO DA FORMA DE REGISTO DAS ALTERAÇÃO DOS DL 214 E


DGADR e DGAV
EXPLORAÇÕES E DA ATIVIDADE PECUÁRIA DL 142/2006

REDEFINIÇÃO DE CONCEITO E ALTERAÇÃO


-
DOS LIMIAREAS DA DETENÇÃO CASEIRA
REDEFINIÇÃO DE CONCEITO, NOVA
SIMPLIFICAÇÃO AO NÍVEL DAS CLASSES
DENOMINAÇÃO E ALTERAÇÃO DOS CALAP - ALTERAÇÃO DO DL 214/2008
DE ATIVIDADE PECUÁRIA
LIMIAREAS DA CLASSE 3
DESMATERIALIZAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO DO
-
REGISTO DA CLASSE 3
491 / 56

PROPOSTA RESPONSABILIDADE FORMA DE CONCRETIZAÇÃO


ÂMBITO TIPO MEDIDA GENÉRICA ESPECÍFICA PROCEDIMENTAL LEGISLATIVA
O ENVOLVIMENTO DOS MUNICÍPIOS E
O ENQUADRAMENTO LEGAL DE UMA DGT, MUNICÍPIOS,
CALAP - ALTERAÇÃO do RJIGT e RJUE
NORMA ESPECÍFICA E SIMPLIFICADORA CCDRs
DE EXCEÇÃO AO NÍVEL TERRITORIAL
AGILIZAÇÃO DO LICENCIAMENTO DE
ORDENAMENTO MAMAOT EM
EXPLORAÇÕES PECUÁRIAS EM ALTERAÇÃO do RJIGT e RJUE,
TERRITORIAL ARTICULAÇÃO DE REGIMES CONEXOS CALAP FUNÇÃO DAS -
SITUAÇÃO DE CONFLITO NO TERRITÓRIO RAN, REN
COMPETÊNCIAS

DIAGNÓSTICO DAS SITUAÇÕES


MUNICÍPIOS, DRAPs,
EXISTENTES COM O ENVOLVIMENTO DOS CALAP - ALTERAÇÃO DO DL 214/2008
CCDRs
MUNICÍPIOS
COMPATIBILIZAÇÃO DOS LIMIARES DOS ALTERAÇÃO DO DL 69/2000 EM
REVISÃO DO REGIME DE AIA APA APA -
REGIMES DE AIA E PCIP APRECIAÇÃO POR S. Exª SEAOT
ESTABELECIMENTO DE UM PROCEDIMENTO
DE AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL
SIMPLIFICADO AJUSTANDO A AVALIAÇÃO À
REGULARIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES FASE DA VIDA DA INSTALAÇÃO PECUÁRIA E ELABORAÇÃO E EMISSÃO DE
PRODUÇÃO DE NORMA LEGAL
EXISTENTES, ABRANGIDAS PELO REGIME QUE ORIENTE OS PROPONENTES CALAP APA PROCEDIMENTO
RELATIVAMENTE À INFORMAÇÃO A HABILITANTE
DE AIA SIMPLIFICADO
SUBMETER NO ÂMBITO DO EIA E À
IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES AMBIENTAIS
RELEVANTES
AMBIENTAL
.- CLARIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTOS
.- REVISÃO DO CADERNO DA CAMPO E
EMISSÃO DE NORMAS E
ADAPTAÇÃO DE LIMIARES DIFERENTES DE DGADR, INIAV,
SIMPLIFICAÇÃO DO PGEP CALAP DOCUMENTOS ALTERAÇÃO DA PORTARIA
CLASSIFICAÇÃO ENTRE OS EFLUENTES DRAPs, DGAV
INFORMATIVOS
BRUTOS E OS OBTIDOS AO LONGO DOS
DIFERENTES ESTÁGIOS DE TRATAMENTO.

DGADR, INIAV, PUBLICAÇÃO DE NORMA


REVISÃO DO CBPA REVISÃO DE CONTEÚDOS CALAP ATUALIZAÇÃO DO CÓDIGO
DRAPs HABILITANTE
502 / 56

PROPOSTA RESPONSABILIDADE FORMA DE CONCRETIZAÇÃO


ÂMBITO TIPO MEDIDA GENÉRICA ESPECÍFICA PROCEDIMENTAL LEGISLATIVA

MAMAOT EM
SIMPLIFICAÇÃO DO LICENCIAMENTO DA ADOÇÃO DE CONDIÇÕES TÉCNICAS
CALAP FUNÇÃO DAS PUBLICAÇÃO DE NORMA -
ATIVIDADE PECUÁRIA PADRONIZADAS
COMPETÊNCIAS

CLARIFICAÇÃO DA CORRELAÇÃO ENTRE


EMISSÃO DE NOTA
CABEÇAS NORMAIS E CABEÇAS CALAP DGAV -
INTERPRETATIVA
NATURAIS
EMISSÃO DE NOTA
CALAP -
INSTRUÇÃO DOS PROCESSOS INFORMATIVA

EMISSÃO DE NOTA
CALAP -
INFORMATIVA
CONDIÇÕES EQUIVALENTES

CALAP - ALTERAÇÃO DO DL214/2008


EVENTOS OCASIONAIS
EMISSÃO DE NOTA
CALAP -
ESCLARECIMENTOS, MELHORIAS E INFORMATIVA
REGIME DE ALTERAÇÕES
GERAL CORREÇÕES AO DIPLOMA BASE E
OUTROS CONEXOS CÁLCULO DE FÓRMULA NA
TAXAS REAP CALAP ALTERAÇÃO DO DL214/2008
PLATAFORMA ÚNICA REAP

COIMAS POR CONTRAORDENAÇÕES


CALAP APA - ALTERAÇÃO DO DL214/2008
AMBIENTAIS GRAVES
SEJA CRIADO REGULAMENTO
PARECERES EMITIDOS NO ÂMBITO DAS ESPECIFICO PARA A
ORGANISMOS
MEDIDAS DE SEGURANÇA, SAÚDE E HIGIENE CALAP - AGRICULTURA, ONDE SE
COMPETENTES
DO TRABALHO ENQUADREM AS ACTIVIDADES
PECUÁRIAS

REGIMES DE AUTORIZAÇÃO PARA A


REPRODUÇÃO, CRIAÇÃO E DETENÇÃO DE CALAP ICNF - ALTERAÇÃO DO DL 202/2004
ESPÉCIES CINEGÉTICAS EM CATIVEIRO
MAMAOT EM
FUNÇÃO DAS
A EXPRESSÃO DO REAP NA ENQUADRAMENTO DE INSTRUMENTOS DE COMPETÊNCIAS
DGADR - ENQUADRAMENTO NO QEC
PROGRAMAÇÃO 2014-2020 FINANCIAMENTO AO ABRIGO DO QEC SOB
COORDENAÇÃO DO
GPP
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Anexo 1
1ª Via (carece de enquadramento legal para 1 e 3)
1 - Identificação
Identificação das explorações pecuárias que se encontram
em situação ilegal
Fontes de Informação: Sistemas de Informação (DRAP e Entidades envolvidas
DGAV), Juntas de Freguesia, Sensos, requerimentos DRAP
entregues. CM
DGAV
Output – levantamento cartográfico das edificações e
contactos das explorações
Responsáveis pela Identificação – CM, DRAP
Prazo – a definir
Destinatário final da Informação - DRAP

2- Pedido de Licença Entidades envolvidas


DRAP
Ofício por parte das DRAP às explorações identificadas em Proprietários das
1 solicitando a apresentação dos requerimentos, por parte explorações
dos proprietários que não o fizeram, para obtenção de
licença
Prazo – a definir

3- Avaliação
3.1 Criação de Grupos de Trabalhos (GT1) por
município, para avaliação das explorações que apresentaram Entidades envolvidas
pedido de licença quanto à sua à sustentabilidade
/viabilidade territorial* (1), ambiental (2) e veterinária (3). GT 1
* Submissão das propostas aprovadas em (1) à assembleia CM
DRAP
municipal/ Emissão de licença provisória/ Outras entidades com
DGAV
Desencadeamento dos mecanismos com vista à legalização competências nas
RCCDR
matérias analisadas
APA
Prazos - a definir DRAP – Emissão de
licença
Relatórios de progresso – a definir
3.2 Comunicação às DRAP do resultado do processo de
avaliação
3.3 Comunicação ao Proprietários sobre o pedido de
licença/ emissão de licença
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Anexo 2

2ª Via (carece de enquadramento legal para 2)

1- Pedido de Licença
Entidades envolvidas
Entrada nas DRAP de requerimento para pedido de licença
Proprietários das
Prazo – até 31 março explorações

2- Avaliação
3.1 Grupos de Trabalho (GT1) por município, para Entidades envolvidas
avaliação das explorações que apresentaram pedido de
licença quanto à sua à sustentabilidade /viabilidade
territorial* (1), ambiental (2) e veterinária (3).
Outras entidades com GT 1
* Submissão das propostas aprovadas em (a) à assembleia CM
competências nas
municipal/ Emissão de licença provisória/ matérias analisadas DRAP
Desencadeamento dos mecanismos com vista à legalização DRAP – Emissão de DGAV
licença CCDR
Prazos – 31 de março APA
Relatórios de progresso (a definir) - Relatórios periódicos
sobre a avaliação
3.2 Comunicação às DRAP do resultado do processo de
avaliação
3.3 Comunicação ao Proprietários sobre o pedido de
licença e emissão de licença
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Anexo 3

 Proposta alternativa para redefinição do conceito de Detenção Caseira

O conceito de Detenção Caseira (DC) como uma “não exploração” foi introduzido no REAP
no sentido de clarificar a situação prevista na Decisão 2006/80 da Comissão, que foi
solicitada por Portugal (e outros EM) com o fim de “excluir da lista de explorações de suínos,
as pessoas singulares que detinham um único porco destinado à sua própria utilização ou
consumo”.

De igual forma, o Regulamento nº 2.782/75 do Conselho também prevê que os efetivos até
100 aves (Galinhas poedeiras) e a detenção de aves que não são espécies pecuárias ou
cinegéticas, (por ex. Pavões, pombos correios, aves de companhia ou coleção, para uso
Próprio), não são considerados como explorações pecuárias e, assim, dispensados da
obrigação de se registarem como explorações no SNIRA.

Assim, a DC foi a forma de identificar as atividades ou a detenção de animais que não seriam
consideradas explorações pecuárias (com espécies pecuárias ou com outras espécies
animais não pecuárias) e que ficariam à margem do REAP.

A génese do conceito foi alterada quando o DL 214/2008 foi alterado pelo DL 78/2010 e se
passou a considerar também um bovino na DC, dado que exige identificação e todos estes
animais estão obrigados a registo obrigatório e a identificação da exploração no SNIRA.

De igual forma, com base no Regulamento 504/2008, os equídeos passaram a ter


identificação e registo obrigatório e as explorações identificadas numa base de dados
nacional, pelo que também já não é viável a sua manutenção no conceito de DC.

É também entendido que a DC deve ser limitada para as espécies e tipos de animais que
podem ser abatidos para autoconsumo, conforme Edital de 9/6/2008 do DGV que

determina as condições em que pode ser realizada a matança de animais das espécies
suína, ovina, caprina de aves de capoeira e de coelhos de criação, fora dos
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estabelecimentos aprovados, para autoconsumo, com base na alínea 2 do art.º 6º do DL


142.2006 (SNIRA). Assim, bovinos, equídeos e ovinos / caprinos com mais de 12 meses
não podem ser abatidos para autoconsumo, pelo que não devem ser considerados na DC.

Neste sentido, é proposto que o conceito e os limiares da DC sejam revistos, nos


pressupostos de que esta atividade se limite ao uso e consumo próprio e para animais que,
por legislação várias, não tenham de estar identificados individualmente e registado nas BD
oficiais.

De igual forma, é proposto que a denominação de DC seja revista e o conceito seja expresso
na Definição, e número 5 do segundo critério constante do Anexo II, sendo retirada da
Tabela 1 do Anexo II, para claramente a separar das explorações /atividades pecuárias.

Proposta de alteração à legislação sugerida pelo GT SIMREAP:

 Alínea j do Artigo 3

- A Unidade de Autoconsumo consiste na detenção, por pessoas singulares (ou coletivas),


de um número reduzido de animais de espécies pecuárias e/ou de espécies não
consideradas pecuárias ou cinegéticas destinadas ao seu uso ou consumo próprio, não
sendo considerada uma exploração pecuária e consequentemente não sujeita a controlo
prévio ou registo da sua detenção, considerando-se que a posse desses animais tem o
objetivo de lazer ou abastecimento do seu detentor, com os limites estabelecidos no Anexo II

do presente decreto lei, do qual faz parte integrante. De igual forma, uma exploração
pecuária pode conter também uma Unidade de Autoconsumo de forma complementar.

A título de exemplo, se uma exploração possuir também algumas galinhas ou coelhos até
aos limites da UAC, e só para autoconsumo, estes não serão considerados como NP da
exploração, mas sim uma unidade de autoconsumo complementar à exploração pecuária.

 Alínea 5 do Art.º 2 do Anexo II:

5 – Na Unidade de Autoconsumo (UA) podem ser mantidos até 2 porcos, 3 ovinos ou


caprinos com menos de 12 meses de idade, 50 aves com mais de 30 dias de idade e
40 coelhos, por cada instalação.
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TABELA
ABELA Nº 2
Classificação das atividades pecuárias

Sistema Critério Bovinos Ovinos/Caprinos Equídeos Suínos Aves Coelhos


de (< 12 meses) (+ de
exploração 30
dias)
Detenção Até (nº 0 3 0 2 50 40
caseira de
animais)

Proposta de nova denominação: Unidade de autoconsumo (UA) ou Unidade de


Autoconsumo e Uso Próprio – UAUP.

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