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3 Relatorio Final SIMREAP
3 Relatorio Final SIMREAP
GT SIMREAP
RELATÓRIO FINAL
LISBOA
30 de novembro 2012
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ÍNDICE
LISTA DE ANEXOS
LISTA DE ABREVIATURAS
1 – INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………..…………………….….... 4
6 – HARMONIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS…………………………………………………………..…….31
8 – CONCLUSÕES……………………………………………………………………………………………..….46
9 – ANEXOS……………………………………………………………………………….………………………..51
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LISTA DE ANEXOS
LISTA DE ABREVIATURAS
EP – Efluentes Pecuários
GT – Grupo de Trabalho
GTEP – Guias de Transporte de Efluentes Pecuários
GT REAP – Grupo de Trabalho do REAP
GT SIMREAP – Grupo de Trabalho de Simplificação do REAP
iB – Sistema de identificação de entidades do IFAP
IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas
IGT – Instrumentos de Gestão Territorial
INE – Instituto Nacional de Estatística
iSIP – Sistema de Identificação Parcelar
LA – Licença Ambiental
MAMAOT – Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território
ME – Marca de Exploração
NP - Núcleo(s) de Produção
NPB – Núcleo de Produção de Bovinos
NPOC - Núcleo de Produção de Ovinos e Caprinos
NRE – Número de Registo de Exploração
PCIP – Prevenção e Controlo Integrado da Produção
PDM – Plano Diretor Municipal
PGEP – Plano de Gestão dos Efluentes Pecuários
PMDFCI - Planos Municipais de Defesa da Floresta contra Incêndios
REAP – Regime do Exercício da Atividade Pecuária
RA – Recenseamento Agrícola
REN – Reserva Ecológica Nacional
QEC – Quadro Estratégico Comum
SEAOT – Secretaria de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território
SNIRA – Sistema Nacional de Informação e Registo Animal
SIR - Sistema para a Indústria Responsável
EU – União Europeia
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1 – INTRODUÇÃO
Algumas das observações e constrangimentos identificados nos dois primeiros relatórios não
foram acolhidas pelo GT SIMREAP , não sendo por isso objeto de referência neste relatório.
No entanto, no âmbito da revisão deste Diploma e legislação conexa, algumas destas
reflexões poderão vir a ser tomadas em consideração, bem como outras que se revelem,
entretanto, oportunas.
Dadas as suas características, o setor pecuário pode ter impacte no ambiente, no território
e nas populações, que interessa enquadrar e minorar.
Por fim, o “REAP” não se resume ao D.L. 214/2008 (que também regula as atividades
complementares de gestão de efluentes pecuários e já foi retificado por 5 vezes, sendo a
última o D.L. 107/2011 de 16 de novembro), constituindo um pacote vasto de legislação
conexa e interdependente, nomeadamente:
É de referir que o universo total das explorações pecuárias em Portugal não é, para já,
conhecido com rigor, dado o número de processos ainda não inseridos no sistema
informático e o número de explorações que ainda não se identificaram perante o processo de
licenciamento REAP.
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Segundo o INE (RA 2009) existem em Portugal 398.160 instalações (NP) com animais das
espécies pecuárias. No entanto, há que ter em consideração que 203.386 instalações
correspondem à detenção de pequena dimensão de várias espécies pecuárias
essencialmente para autoconsumo e considerados como Detenção Caseira e excluídos do
âmbito do REAP.
Com uma vocação de produção para os mercados ficam assim cerca de 194.779
instalações pecuárias por espécie animal, mas tendo em consideração que muitas destas
instalações estão agregadas na mesma exploração pecuária, é estimado que existam
atualmente cerca de 90 a 95.000 explorações no âmbito do REAP. Destas, estima-se que
65 a 70.000 sejam de classe 3 só estando sujeitas a um processo de registo prévio, sendo
que as restantes 25 a 30.000 explorações pecuárias, que são das classes 1 e 2, estão
sujeitas a um processo de regularização ou de reclassificação, caso seja demonstrada que
estavam em atividade à data da entrada em vigor do REAP.
De acordo com a legislação REAP as explorações explorações pecuárias da classe 1 são
as de maior dimensão (mais de 260 CN), exigindo por isso processos de licenciamento
mais exigentes (eventualmente AIA ou LA), sendo que as de classe 3, menos impactantes,
exigem apenas procedimentos simplificados.
Assim, é exigido um procedimento de Licenciamento para a Classe 1, de Declaração
prévia para a Classe 2 e de Registo para a Classe 3, sendo que a Detenção de Caseira
está isenta de registo no REAP.
De referir que dos processos submetidos, 38.136 (71%) são da classe 3; 14.779 (27,6%)
são da classe 2 e 714 (1,3%) são da classe 1.
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Assim, será no âmbito da classe 3 que ainda se verifica a maior diferença entre os
processos previstos e os já submetidos, sendo que simultaneamente é a classe menos
impactante e de licenciamento mais simplificado.
De referir ainda que no âmbito da base de dados do SNIRA, que foi implementada em
2007 com base no Decreto Lei 142/2006, estão registadas 83.969 explorações pecuárias
O setor continua expectante face aos sucessivos adiamentos da aplicação do REAP (para
registo dos processos das explorações pecuárias (4 vezes, sendo que a última
prorrogação se conclui em 31 de março de 2013), outra parte continuará à espera de mais
uma derrogação e, eventualmente, um outro universo esbarrou com a burocracia e os
elevados custos a suportar com a adaptação às normas impostas.
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Foi elaborado o primeiro relatório de progresso que incluía o ponto de situação de partida,
em 30 de julho; um segundo relatório com proposta de atuação, em 15 de outubro, após
a auscultação das principais organizações e organismos intervenientes, apresentando-se
agora o relatório final.
Sendo que na realidade o pacote legislativo associado ao regime do REAP (DL 214/2008 e
diplomas complementares, PCIP, PGEP, etc) não tenha sido testado na sua plenitude,
pelo sucessivo adiamento da sua aplicação e assim não ter mobilizado plenamente o
setor, a tarefa do GT SIMREAP tornou-se assim mais difícil, embora se pudesse quase
instintivamente identificar as principais áreas de constrangimento:
Sendo que o REAP nunca foi plenamente aplicado, não pôde ainda ser realmente testada
a sua bondade.
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AMBIENTE
SAÚDE E BEM
ESTAR ANIMAL
URBANISMO E
ORDENAMENTO
DO TERRITÓRIO
CONSTRANGIMENTOS
LEGISLAÇÃO
COMPLEXIDADE E CONEXA
SISTEMAS DE
DESARTICULAÇÃO
DE INFORMAÇÃO
PROCEDIMENTOS
Para além das dificuldades de licenciamento das explorações pecuárias existentes devidas
à sua localização, à área de implantação ou das características materiais das construções,
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Pode-se observar, em nosso entender, uma relação muito próxima entre o cumprimento do
REAP e a gestão do território, nomeadamente em sede de processos de licenciamento
urbanístico e em sede de localização, ambos assentes em normas vertidas no PDM.
A localização de algumas explorações em áreas consignadas à proteção da natureza ou
em sobreposição com restrições de utilidade pública (RAN, REN, DPH, RN2000, etc)
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Não de menosprezar em todo este panorama é o impacte óbvio que algumas explorações
pecuárias têm sobre o ambiente, os recursos naturais e a envolvente, sendo recorrentes
os problemas de poluição e degradação dos recursos água e solo e, os conflitos de
vizinhança com as comunidades locais, sobretudo em zonas residenciais.
LICENCIAMENTO
URBANISTICO PDM
INTERVENÇÃO DOS
MUNICÍPIOS
GESTÃO E FALTA DE
ORDENAMENTO DIMENSIONAMENTO E
DO TERRITÓRIO RECURSOS FINANCEIROS
DAS EXPLORAÇÕES
EXISTENTES
LOCALIZAÇÃO RESTRIÇÕES
QUESTÕES DAS DE
AMBIENTAIS EXPLORAÇÕES UTILIDADE
PÚBLICA
CONFLITOS
DE
VIZINHANÇA
OUTROS
URBANISMO E ÂMBITOS
ORDENAMENTO
DO TERRITÓRIO SAÚDE E
BEM ESTAR
AMBIENTE
ANIMAL
que se estima poder vir a beneficiar mais de 170.000 produtores pecuários (incluindo
detenção caseira, que não carece de registo REAP) que assim poderão ver aumentado o
seu efetivo sem alteração das normas e beneficiar de procedimento simplificado.
SISTEMAS DE
BD ARTICULADAS: REAP, SNIRA, iSIP, iB
INFORMAÇÃO
E GESTÃO
SNIRA REAP
NRE
Na área Ambiental:
A revisão do atual regime de AIA com uma nova proposta de diploma em apreciação, tem
por objetivo garantir consistência no que se refere ao âmbito de aplicação deste regime e
do regime de PCIP, compatibilizando os limiares dos mesmos, à semelhança de outros
Estados-Membros.
Propõe-se:
Artigo 76.º-A
Sem prejuízo do disposto nos artigos 8.º e 9.º, a entidade responsável pelo REAP é a
Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, competindo-lhe:
a) Coordenar a aplicação do Regime de Exercício da Atividade Pecuária;
b) Definir as regras para o licenciamento das explorações pecuárias e promover os
respetivos sistemas de informação;
c) Presidir à Comissão de Acompanhamento do Licenciamento das Atividades
Pecuárias.
janeiro, abril, julho e outubro e extraordinariamente, por decisão do seu presidente, sempre
que se justifique, e, nomeadamente, por solicitação de qualquer dos seus membros.
Surge assim, desde já, a necessidade de adequar a CALAP ao MAMAOT, alterando o Artigo
77.º do Decreto-Lei n.º 214/2008, de 10 de novembro, bem como, de designar os seus novos
representantes, atribuindo à DGADR a sua presidência. Para este último, deverá ser
revogado o Despacho n.º3007/2010, 16 de fevereiro e ratificado novo despacho a designar
os representantes da CALAP, tornando explicito que o seu funcionamento se desenvolve
junto à DGADR.
Proposta do GT SIMREAP:
Neste sentido é proposta a seguinte composição para a CALAP: DGADR, que coordena,
APA, DGAV, DGT, CNA, CONFAGRI e CAP.
1 - Ponto 1 do Art.º 77, de forma a contemplar a estrutura do MAMAOT, deve passar a ter
a seguinte redação:
Neste âmbito propõe-se refazer o Despacho 3007/2010. Mesmo com a redação atual do
art. 77º, a revisão do Despacho pode ser desde já assegurada, e assim manter as
organizações de produtores neste processo de revisão do REAP, pois as competências
dos dois ministérios estão agora no MAMAOT.
Posteriormente foi criado o grupo de trabalho do REAP (GT REAP), através do Despacho n.º
13174/2010, de 16 de agosto, com o objetivo de elaborar as normas técnicas de aplicação do
REAP, tendo em vista a efetiva aplicação da legislação em vigor em articulação com a
CALAP.
O GT REAP é constituído pela ex-DGV que preside, pelo GPP, pela DGADR, pela APA, pelo
ex-INAG, I. P., pelo IFAP, I. P., por um representante das cinco direções regionais de
agricultura e pescas (DRAP Centro), por um representante das cinco administrações das
regiões hidrográficas e por um representante das cinco comissões de coordenação e
desenvolvimento regional.
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Está definido nas competências do GT REAP que os guias e protocolos são sujeitos a
aprovação pela CALAP e deverão estar permanentemente disponíveis para consulta e
esclarecimento dos trabalhadores das entidades públicas intervenientes, bem como, que a
entidade coordenadora (DRAP) deve aplicar no exercício das suas funções e sem prejuízo
das competências próprias as normas técnicas emanadas pelo Gabinete de Planeamento e
Políticas (GPP) produzidas em articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e
o Instituto da Água, I. P. (INAG, I. P.), bem como a DGAV, no que respeita à atividade
pecuária, e a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) no que
respeita à gestão de efluentes pecuários.
Proposta do GT SIMREAP:
Os objetivos do GT REAP devem ser mantidos, e todos os seus documentos devem ser
remetidos à CALAP para conhecimento e/ou homologação.
Foi igualmente identificado que esta plataforma não permite uma partilha eficiente de
informação entre as diferentes entidades que participam no processo REAP.
Este sistema informativo não cumpre os pressupostos do articulado expresso nos artigos 11º
e 12º do DL 214/2008, de 10 de novembro, em que se encontra previsto que seja o IFAP a
alojar, manter e atualizar o sistema informático.
Proposta do GT SIMREAP:
Neste contexto, o GT SIMREAP propõe a existência de uma plataforma única, cuja gestão e
operacionalização seja da responsabilidade do IFAP, como previsto no diploma, onde sejam
obrigatoriamente registados, processados e emitidos os títulos de AP.
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Foi entendido que é essencial que seja desenvolvida uma interoperabilidade que permita a
articulação entre os sistemas SNIRA, iSIP e IB (Identificação de beneficiários) com a
plataforma REAP.
O NRE gerado pelo SNIRA como identificador das atividades pecuárias é o elo que
atualmente assegura a ligação com a Base de Dados REAP facto a ter em conta no
processo de interoperabilidade da nova plataforma REAP a desenvolver. De facto o NRE
mais não é do que a soma dos NP de uma exploração pecuária, pelo que é essencial poder
agregá-los num só indicador.
3- (Revogado)
TABELA N.º 1
Classificação das atividades pecuárias
Nota: No anexo III, apresenta-se uma segunda hipótese de alteração da classe “Detenção
Caseira”, que mereceu a apreciação do Grupo mas ainda carece algumas reservas,
nomeadamente apreciação do ponto de vista legislativo.
6- HARMONIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS
Uma das questões que se coloca à simplificação do REAP e à solução dos problemas
identificados é a ausência de dados concretos sobre as explorações existentes, algumas
das quais sem registo. Ou seja, não se sabe em concreto quantas explorações existem em
situação ilegal e, no caso do ordenamento do território, quantas não têm título de utilização
das edificações ou estão em desconformidade com os instrumentos de gestão territorial
e/ou outras normas legais em vigor.
Assim, e tendo em conta as audições realizadas com as várias entidades envolvidas
(constantes dos relatórios anteriores), os problemas que se colocam dizem
essencialmente respeito às possíveis desconformidades com os IGT e/ou com servidões
e/ou restrições de utilidade pública.
Entende-se ainda que uma solução padronizada com vista à regularização das edificações
existentes, sem uma avaliação prévia, não é a melhor solução, nomeadamente pelas
seguintes razões:
Não é feita qualquer ponderação entre a atividade em causa e os valores naturais
presentes ou riscos incidentes sobre o território;
Não é feita qualquer avaliação das condições de segurança e estabilidade dos
edifícios associados à instalação, o que poderá fazer recair sobre o município
responsabilidades em caso de ocorrência de danos;
Não é assegurada a verificação das condições mínimas para a prática da atividade.
Pelas razões acima expostas considera-se que as edificações existentes não tituladas
devem se avaliadas, mas que essa avaliação seja agilizada e simplificada, propondo-se
para o efeito a criação de um mecanismo específico, que permita avaliar e regularizar (na
medida do possível) as edificações existentes.
Este mecanismo poderá consubstanciar um procedimento de regularização específico, a
incluir no REAP que abranja, no mínimo, os seguintes aspetos:
Prazo para a apresentação do requerimento a solicitar a regularização da instalação
em causa, caso esta obrigação não conste noutro lugar do articulado;
Elementos necessários à instrução do processo (ainda que alguns elementos
possam ser dispensados, nomeadamente documentos relativos à execução da obra
e projetos de especialidades). Considera-se no entanto necessária a apresentação
de termo de responsabilidade assinado por técnico habilitado para subscrever os
projetos dispensados, que ateste a conformidade do edificado com as exigências
legais e regulamentares no que se refere às questões de segurança, ou outras que
os técnicos apreciadores do processo entendam ser absolutamente necessárias;
Identificação das consequências em caso de incumprimento relativamente à
instrução do processo;
Prazo para que a entidade licenciadora verifique e decida acerca da conformidade
ou não com os IGT e/ou servidões e restrições de utilidade pública e ponderação
sobre a viabilidade e interesse de eventual alteração de pormenor aos IGT;
Moldes e prazos em que a entidade licenciadora deverá promover a constituição de
um grupo de trabalho (e sua composição) ao qual compete emitir parecer acerca da
possibilidade da regularização da instalação em causa, no que se refere à
conformidade com os instrumentos de gestão territorial e à conformidade do
construído com as exigências legais e regulamentares.
No primeiro caso prevê-se uma fase de identificação por parte da administração regional e
local (câmara, DRAP), sem prejuízo dos proprietários poderem entregar os seus
requerimentos. Esta etapa permite por um lado ter um panorama real da situação, tal e
qual ela existe, e por outro ir ao encontro dos proprietários, sendo que todos, incluindo os
que não têm licença passam a estar identificados e localizados no território. Implica face à
situação atual um forte envolvimento dos municípios.
Caso se opte apenas pela segunda via o levantamento não é feito (ganha-se tempo, ao
eliminar uma etapa) mas não se resolve o problema relativamente às explorações que não
entram com pedido de licença (e que podem continuar a operar à margem do sistema,
salvo de forem impostas barreiras à entrada no mercado, ou outras medidas que impeçam
a continuação da atividade).
Com vista a fortalecer esta proposta considera-se, uma vez que o RJUE e o RJIGT se
encontram em revisão, a necessidade de articular estes dois diplomas com as questões
em causa, ou seja, regularização de instalações existentes (incluindo a questão da licença
provisória).
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Ainda no que respeita à questão das desconformidades com as normas em vigor importa
salientar a necessidade de articular o REAP com o regime da REN e RAN. Esta questão
prende-se essencialmente com as exigências em matéria de ambiente e saúde animal que
em determinadas situações entram em conflito com aquele regime. Por exemplo nas
situações em que para proceder à eliminação controlada dos efluentes pecuários é
necessário construir uma lagoa, sem a qual a atividade não é viável, mas o regime da REN
pode não permitir o aumento da área impermeabilizada.
As alterações em curso ao regime jurídico da REN e um enquadramento aos limiares
previstos pelo regime jurídico da RAN (limiares para a construção de apoio à atividade
agrícola atualmente limitada a 750 m2), poderão vir a permitir, sob determinadas
condições específicas a determinar, a construção de edificações ou expansão de
edificações existentes, desde que para cumprimento de normas ambientais, de bem estar
animal ao abrigo do REAP ou ainda, a legalização de algumas edificações em processos
de licenciamento que cumpram as normas exigidas.
No domínio do ambiente constatou-se que uma das causas da morosidade dos processos de
licenciamento ambiental está diretamente relacionada com uma deficiente instrução dos
mesmos, pelo que se propõe que a Entidade Coordenadora apenas remeta os processos às
entidades intervenientes, após garantia da boa instrução dos mesmos.
Sobre estas questões importa referir que está a ser revisto o atual regime de AIA e que a
nova proposta de diploma, tem por objetivo garantir consistência no que se refere ao
âmbito de aplicação deste regime e do regime de PCIP, compatibilizando os limiares dos
mesmos, à semelhança de outros Estados-Membros. Esta proposta foi submetida ao
Gabinete do Senhor Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território,
sendo nessa sede que se encontra agora a ser avaliada a melhor opção a adotar.
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Revisão do CBPA
O GTSIMREAP propõe que ao nível da CALAP seja desenvolvida uma nota interpretativa
que faça uma correlação entre cabeças normais e cabeças naturais atendendo aos limiares
de excreção por espécie/tipo de produção.
Aprovação do PGEP
As condições técnicas padronizadas, devem ser sempre opcionais e ser estabelecidas por
tipo de atividade ou operação, que constitua objeto de autorização/licença ou parecer.
Estas condições que devem ser previamente aprovadas por despacho, do ministro
responsável pela área da agricultura e da tutela da área técnica em causa, e
disponibilizadas na plataforma única.
Um operador que verifique que a sua instalação se encontra nas condições estabelecidas
no despacho, solicita à entidade coordenadora do licenciamento/autorização, através de
uma declaração de compromisso, a emissão de uma licença/autorização ao abrigo do
respetivo despacho.
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Tendo em consideração que estas explorações funcionam vulgarmente com uma espécie,
com objetivos de mercado e, em geral, ainda com outras espécies pecuárias
complementares, que têm um reduzido impacto ambiental na exploração, entendeu-se que
seria conveniente dar-lhes uma maior abrangência.
Assim, é proposto que as 10 CN atualmente previstas como limiar para a classe 3 sejam
alteradas para 12 CN, para a dimensão da espécie pecuária principal, acrescidas de 3 CN
complementares, correspondente a uma eventual Detenção Caseira.
O Texto da alínea 4 do Art.º 1º do Anexo II deve ser mantido e alterada a Tabela 1 para
O limiar da classe 3 será assim de 12 CN para a espécie animal ou área de atividade mais
representativa e até 15 CN de capacidade total.
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No processo de registo atual, e tendo em consideração que nesta classe não existe definição
do sistema de exploração (extensivo / intensivo), não existe a necessidade de estabelecer o
encabeçamento, pelo que não parece essencial que sejam descriminadas por NP/ Área
animal as respetivas parcelas, pois na sua grande maioria estas são partilhas por todas as
atividades / espécies animais.
Também não é lógico que existam nesta classe mais de um NP por espécie / área animal,
pelo que o registo pode ser feito pela totalidade das parcelas da UP (iSIP) que o titular detêm
e que são afetos à EP.
Regime de alterações
No âmbito das audiências efetuadas pelo GT SIMREAP, foi sugerido melhorar a redação do
nº 3 do artigo 39º, relativamente ao regime de alterações, pelo que se considera que devem
ser especificadas também as alterações de espécie, de modo de produção e de sistema de
exploração.
Foi feita uma avaliação da alteração sugerida, tendo-se constatado que a mudança de
espécie, de tipo de produção e de sistema de exploração não constituem por si só um
processo de alteração, porque podem ficar englobadas só no dever de notificação, que não
tem custos para o operador, nem necessita de apreciação pela entidade coordenadora.
No entanto, considera-se que para habilitar a entidade coordenadora para a avaliação dos
conceitos definidos na alínea b), nº 3, do artigo 39º, devem ser estabelecidas orientações da
avaliação destes conceitos.
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Condições equivalentes
Propõe-se que esta questão seja clarificada pela CALAP, através de produção de norma
interpretativa, a divulgar on line.
Eventos ocasionais
O artigo 63.º do REAP alterou o artigo 107 do Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de agosto,
(Regime Jurídico da Conservação, Fomento e Exploração dos Recursos Cinegéticos - com
as alterações do DL 201/2005) que passou a ter a seguinte redação:
Com este procedimento verifica-se que foi criada uma duplicação de procedimentos -
Titulo REAP e Alvará da AFN - situação que se considera não justificável.
Por outro lado a Portaria referida no ponto 4 não chegou a ser publicada, estando a AFN a
utilizar o disposto na Portaria 464/2001 que foi revogada pelo referido DL.
4 — Para alem das normas previstas no âmbito do DL 214.2008 do REAP e nas portarias
complementares a este regime, a detenção de espécies cinegéticas em cativeiro está
também sujeita às condições particulares que devem satisfazer estas explorações e que
serão regulamentadas pela portaria referida no n.º 2, tendo em consideração os fins a que
se destinam as espécies e subespécies cinegéticas em consideração.
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Taxas REAP
Sugere-se, ainda, que para as atividades complementares da atividade pecuária que estão
classificadas de acordo com a capacidade instalada, e não em cabeças normais, o fator de
serviço a aplicar para cálculo da taxa deva ser clarificado.
Nova redação: “FS por cada unidade complementar à exploração pecuária e por cada
fração de 75 CN, nas explorações intensivas das classes 1 e 2, pelos atos de pedido de
autorização de instalação ou de alteração e de declaração prévia, inicial ou de alteração”.
Foram apontadas por algumas entidades, que os pareceres que estavam a ser emitidos no
âmbito das medidas de Segurança, Saúde e Higiene do Trabalho, são desadequados. O GT
SIMREAP constatou que estes pareceres se fundamentam na legislação invocada (DL
243/86 – Regulamento Geral de Higiene e Segurança no Trabalho nos estabelecimentos
comerciais, de escritórios e serviços), dada a ausência de legislação específica para o setor
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agrícola, conforme previsto neste diploma, pois é “aplicável aos estabelecimentos que não se
aplique outra legislação ou outras disposições que regulamente a higiene e segurança…”.
Como para o setor agrícola não existe outra regulamentação, este Regulamento
desenvolvido essencialmente para os serviços e atividades de comercio ou de escritório é
aplicável na agricultura, situação que nos parece desadequada.
Neste sentido é recomendável que seja criado regulamento especifico para a agricultura,
onde se enquadrem as atividades pecuárias.
Em caso de acolhimento por parte da tutela do documento final que vier a resultar do
processo de parceria assim desenvolvido, será indispensável a interlocução com a
Associação Nacional de Municípios Portugueses (o papel das autarquias é determinante
na implementação desta abordagem) e com os representantes institucionais responsáveis
pelos outros fundos estruturais na prepararão do QEC, respetivo contrato de parceria, e os
correspondentes programas operacionais.
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8 – CONCLUSÕES
8 – CONCLUSÕES (cont.)
MAMAOT EM
SIMPLIFICAÇÃO DO LICENCIAMENTO DA ADOÇÃO DE CONDIÇÕES TÉCNICAS
CALAP FUNÇÃO DAS PUBLICAÇÃO DE NORMA -
ATIVIDADE PECUÁRIA PADRONIZADAS
COMPETÊNCIAS
EMISSÃO DE NOTA
CALAP -
INFORMATIVA
CONDIÇÕES EQUIVALENTES
Anexo 1
1ª Via (carece de enquadramento legal para 1 e 3)
1 - Identificação
Identificação das explorações pecuárias que se encontram
em situação ilegal
Fontes de Informação: Sistemas de Informação (DRAP e Entidades envolvidas
DGAV), Juntas de Freguesia, Sensos, requerimentos DRAP
entregues. CM
DGAV
Output – levantamento cartográfico das edificações e
contactos das explorações
Responsáveis pela Identificação – CM, DRAP
Prazo – a definir
Destinatário final da Informação - DRAP
3- Avaliação
3.1 Criação de Grupos de Trabalhos (GT1) por
município, para avaliação das explorações que apresentaram Entidades envolvidas
pedido de licença quanto à sua à sustentabilidade
/viabilidade territorial* (1), ambiental (2) e veterinária (3). GT 1
* Submissão das propostas aprovadas em (1) à assembleia CM
DRAP
municipal/ Emissão de licença provisória/ Outras entidades com
DGAV
Desencadeamento dos mecanismos com vista à legalização competências nas
RCCDR
matérias analisadas
APA
Prazos - a definir DRAP – Emissão de
licença
Relatórios de progresso – a definir
3.2 Comunicação às DRAP do resultado do processo de
avaliação
3.3 Comunicação ao Proprietários sobre o pedido de
licença/ emissão de licença
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Anexo 2
1- Pedido de Licença
Entidades envolvidas
Entrada nas DRAP de requerimento para pedido de licença
Proprietários das
Prazo – até 31 março explorações
2- Avaliação
3.1 Grupos de Trabalho (GT1) por município, para Entidades envolvidas
avaliação das explorações que apresentaram pedido de
licença quanto à sua à sustentabilidade /viabilidade
territorial* (1), ambiental (2) e veterinária (3).
Outras entidades com GT 1
* Submissão das propostas aprovadas em (a) à assembleia CM
competências nas
municipal/ Emissão de licença provisória/ matérias analisadas DRAP
Desencadeamento dos mecanismos com vista à legalização DRAP – Emissão de DGAV
licença CCDR
Prazos – 31 de março APA
Relatórios de progresso (a definir) - Relatórios periódicos
sobre a avaliação
3.2 Comunicação às DRAP do resultado do processo de
avaliação
3.3 Comunicação ao Proprietários sobre o pedido de
licença e emissão de licença
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Anexo 3
O conceito de Detenção Caseira (DC) como uma “não exploração” foi introduzido no REAP
no sentido de clarificar a situação prevista na Decisão 2006/80 da Comissão, que foi
solicitada por Portugal (e outros EM) com o fim de “excluir da lista de explorações de suínos,
as pessoas singulares que detinham um único porco destinado à sua própria utilização ou
consumo”.
De igual forma, o Regulamento nº 2.782/75 do Conselho também prevê que os efetivos até
100 aves (Galinhas poedeiras) e a detenção de aves que não são espécies pecuárias ou
cinegéticas, (por ex. Pavões, pombos correios, aves de companhia ou coleção, para uso
Próprio), não são considerados como explorações pecuárias e, assim, dispensados da
obrigação de se registarem como explorações no SNIRA.
Assim, a DC foi a forma de identificar as atividades ou a detenção de animais que não seriam
consideradas explorações pecuárias (com espécies pecuárias ou com outras espécies
animais não pecuárias) e que ficariam à margem do REAP.
A génese do conceito foi alterada quando o DL 214/2008 foi alterado pelo DL 78/2010 e se
passou a considerar também um bovino na DC, dado que exige identificação e todos estes
animais estão obrigados a registo obrigatório e a identificação da exploração no SNIRA.
É também entendido que a DC deve ser limitada para as espécies e tipos de animais que
podem ser abatidos para autoconsumo, conforme Edital de 9/6/2008 do DGV que
determina as condições em que pode ser realizada a matança de animais das espécies
suína, ovina, caprina de aves de capoeira e de coelhos de criação, fora dos
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De igual forma, é proposto que a denominação de DC seja revista e o conceito seja expresso
na Definição, e número 5 do segundo critério constante do Anexo II, sendo retirada da
Tabela 1 do Anexo II, para claramente a separar das explorações /atividades pecuárias.
Alínea j do Artigo 3
do presente decreto lei, do qual faz parte integrante. De igual forma, uma exploração
pecuária pode conter também uma Unidade de Autoconsumo de forma complementar.
A título de exemplo, se uma exploração possuir também algumas galinhas ou coelhos até
aos limites da UAC, e só para autoconsumo, estes não serão considerados como NP da
exploração, mas sim uma unidade de autoconsumo complementar à exploração pecuária.
TABELA
ABELA Nº 2
Classificação das atividades pecuárias