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1-5
O AMOR DE DEUS
Não é o amor de Oséias por Gomer que retrata o amor de Deus; é o amor de
Deus por Israel que inspira o amor de Oséias por Gomer. Não é o amor do
homem que exemplifica o amor de Deus; é o amor de Deus que se torna padrão para o
amor do homem.
Concordo com Gary Cohen quando diz que o amor é, sem dúvida, a palavra-chave
deste capítulo. O amor de Oséias por sua esposa o estimula a redimi-la, a purificá-la
e a trazê-la de volta para a sua casa e o seu coração.
Embora Oséias tivesse justificativas para se divorciar de Gômer (Dt 24.1), a ordem do
Senhor a ele mostra que a graça é maior que a lei.
O capítulo 3 de Oséias é uma das pérolas mais ricas da literatura bíblica. É uma
espécie de síntese das grandes verdades evangélicas. O amor de Deus é o núcleo
dessa passagem.
Deus amou Israel, redimiu-o do Egito e fez uma aliança com ele, e essa aliança
deveria ser íntima, sagrada e indissolúvel (Jr 2.2).
Porém, Israel abandonou o seu Deus e se envolveu com muitos deuses. Tornou-se uma
nação infiel, adúltera e prostituta. Degradou-se, a ponto de tornar-se uma escrava.
Deus, porém, não desistiu de amar a Israel. Seu amor o impeliu a comprá-lo de volta
O amor de Deus é incompreensível e imerecido. Ele não nos ama por causa das
nossas virtudes, nos busca não por causa dos nossos méritos, mas apesar dos
nossos deméritos.
A causa do amor de Deus está nele mesmo. Deus ama Israel não porque este
corresponda a seu amor, mas apesar de Israel ter rejeitado todo esse amor e se
entregado a outros deuses.
Deus não está exigindo nada de Oseias que ele mesmo já não tenha feito. Não foi
o amor de Oséias que despertou o amor de Deus; foi o amor de
Deus despertou o amor de Oséias e lhe serviu de modelo.
Os olhos de Deus estão voltados para Israel, enquanto os filhos de Israel olham
para outros deuses. A infidelidade dos filhos de Israel não anula nem apaga o
amor fiel de Deus por eles.
Israel não apenas olhou para outros deuses, mas também amou os bolos de passas.
O que isso significa?
Gômer não é mais uma mulher atraente e bela, mas uma escrava arruinada,
que foi colocada no balcão para ser vendida como mercadoria barata.
O pecado, que lhe parecia tão atraente, a destruiu. O pecado prometeu a ela
liberdade e a escravizou. Prometeu a ela prazeres e agora a degrada. Porém, apesar
de sua condição desonrosa , Oséias a ama e a redime.
É assim o amor de Deus. Ele também nos amou e nos comprou. Estávamos
rendidos ao pecado como escravos do diabo e do mundo. No entanto. Deus nos
amou e nos redimiu.
Gômer foi descartada por seu amante. Ela foi usada e abusada e, agora, jogada fora
como mercadoria barata. Gômer é arrastada para o mercado de escravos e
vendida como peça de pouco valor.
Oseias, seu marido, entra nesse leilão e oferece por ela o maior lance.
Oseias a compra por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada.
A outra parte é paga com um ômer e meio de cevada, ou seja, cerca de 330
litros. Vale ressaltar que a cevada era usada para alimentar os
animais.
Oseias queria Gômer como sua amada, não como escrava. Ele deveria amá-la,
atraí-la, cortejá-la, restaurá-la e desfrutar com ela um íntimo relacionamento. Diz o
texto: “Comprei-a, pois, para mim...” indica que ele foi motivado pelo amor."
De igual forma, Deus nos amou, ele também nos redimiu. Não foi a cruz que
produziu o amor de Deus; foi o amor de Deus que providenciou a cruz. Não
é a redenção a causa do amor de Deus, mas a sua consequência. Deus nos
comprou por alto preço para sermos dele e para termos comunhão com ele.
Ele anseia por nós. Ele se deleita em nós. Somos sua noiva. Somos sua delícia.
Somos a menina dos seus olhos. Somos a sua herança.
Ela precisava manter-se fiel ao seu marido e não pertencer mais a outro
homem. A ordem de Deus não é arrependimento e novamente
arrependimento, mas arrependimento e frutos de arrependimento. A
prova do arrependimento e obediência.
Eles não têm coluna (imagem) nem ídolos do lar (terafins), pois a
idolatria foi removida da sua cultura durante o cativeiro babilónico.
Falta-lhes estola sacerdotal (éfode), pois não têm sumo sacerdote .
Israel seria levado para o cativeiro por causa de sua
idolatria, e no cativeiro eles abandonariam todas as práticas
idólatras.
Essa volta para Deus é obra do próprio Deus. É Deus quem opera
tanto o querer como o realizar. É ele quem dá o arrependimento para
a vida. É ele quem atrai o seu povo para si com cordas de amor.
Israel pecou e caiu, mas ainda é povo de Deus. Israel foi atrás de outros
deuses e se prostituiu com cultos pagãos, mas Deus não deixou de ser o
Deus de Israel.
A aliança de Deus com o seu povo não foi quebrada, pois ela é eterna.
Mesmo que seu povo seja infiel. Deus permanece fiel à sua aliança.