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ASSIS, Machado de. A semana. In: _____________ Obra completa.

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<http://machado.mec.gov.br/obra-completa-lista/item/download/45_ea040963b104e779
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Notícias, Rio de Janeiro, de 24/04/1892 a 11/11/1900.

________________. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Penguin


Classics Companhia das Letras, 2014.

________________. No alto. In: REIS, Rutzkaya Queiroz dos. (Org.). Machado de


Assis: A poesia completa. São Paulo: Nankin, 2009. p. 272.

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.

João Cezar de Castro Rocha (2013) esclarece em Machado de Assis: por uma
poética da emulação a noção de centro, ou de cultura hegemônica e a condição
periférica. O autor aponta que:

essa não é uma questão de latitude fixa, porém de oscilação das relações de
poder – eis o ponto decisivo. Em toda cultura hegemônica há bolsões
periféricos, assim como toda circunstância não hegemônica há ilhas de
prosperidade que nada devem ao mais central dos centros – a redundância se
impõe. Não atribuo um sentido absoluto a posições determinadas, mas
assinalo o caráter dinâmico das relações assimétricas . (ROCHA, 2013, p.107)

“Relações triangulares que ajudaram a plasmar as culturas latino-americanas no século


XIX, sempre às voltas com o eixo Paris e Londres, embora mediado pelas metrópoles
Lisboa e Madri” (ROCHA, 2013, p.98).

LINK COM A SHAKESPEARE NO QUE TANGE À MIMÉSIS


DEFINIÇÃO DA TÉCNICA DA IMITAÇÃO

Porque nos seus locais de origem essas ideias transformadoras tinham poder
revolucionário.

Isso posto, destaca-se que, para Nelson Werneck Sodré, a civilização brasileira
só pôde se constituir a partir da passagem do isolamento para a transplantação. E a
literatura brasileira surge a partir da consciência problematizada de tal transição. Isto é,
o “desenvolvimento”, utilizando o próprio termo de Nelson Werneck Sodré, da
literatura implica em consciência. Trata-se da consciência dos agentes da própria
literatura. Diante disso, infere-se que, segundo a História da Literatura Brasileira de
Nelson Werneck Sodré, o desenvolvimento da literatura brasileira pode ser
compreendido como o processo que parte da ausência de público, “não havia, pois,
aquilo que hoje conhecemos como público, isto é, a componente que consagra, que
valoriza, que vivifica a tarefa da criação” (SODRÉ, 1969, p.58) para a conquista do
público para sua obra. Afinal, o desenvolvimento literário de um povo implica que este
povo tenha consciência de seu próprio desenvolvimento literário.
Em A cidade das letras, o crítico uruguaio Angel Rama (ANO) aponta um dos
problemas básicos do desenvolvimento da literatura da experiência latino-americana.
Angel Rama destaca a problemática da necessidade de haver o desenvolvimento da
experiência literária num espaço específico no qual o que precisamente falta são
leitores, ou seja, o público. A reflexão de Angel Rama e a proposta da História da
Literatura de Nelson Werneck Sodré se aproximam. Ambas discutem, em certa medida,
um mesmo aspecto fundamental da experiência literária latino-americana: a ausência de
público. Nelson Werneck Sodré ao discorrer especificamente sobre o desenvolvimento
da literatura brasileira aponta que tal processo pode ser compreendido como a passagem
de um Brasil de caráter quase que exclusivamente heterocentrado para o fomento de um
Brasil autocentrado, um Brasil com ausência de público para um Brasil que conquista
um público para sua obra.
Pois, na experiência da colonização, bem como na experiência imperial e
republicana brasileira até a contemporaneidade, engendra-se uma sociedade
heterocentrada. Na colonização do Brasil, cria-se o princípio da sociedade
heterocentrada sob o aspecto de não haver mercado interno na colônia. Pois, se não há
mercado interno, no ponto de vista simbólico, não há público. Por conseguinte,
guardadas as devidas modificações fundamentais de cada contexto histórico brasileiro,
em alguma medida, o caráter heterocentrado continua sendo uma marca complexa e
ainda não totalmente superada em distintos campos no Brasil contemporâneo. No
campo econômico, por exemplo, EXEMPLO (CONSUMO DE CARNE NO BRASIL E
EXPORTAÇÃO DE CARNE). No campo intelectual, a supremacia do capital
simbólico de teorias e produções de origem hegemônica ocupa posição de prestígio no
panorama científico mundial, bem como no mercado interno acadêmico brasileiro, em
detrimento das concepções e pesquisas originadas em países de culturas latino-
americanas.

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