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Profª Ms.

Priscilla Almeida Pedroneiro Correia


pripedroneiro@gmail.com
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APRENDIZAGEM
 O QUE É APRENDIZAGEM

 Termo aprendizagem a relação bilateral


tanto da pessoa que ensina, como
também da que aprende. Assim sendo,
pode-se definir mais claramente
aprendizagem como um processo
evolutivo e constante que implica uma
sequência de modificações observáveis e
reais no comportamento do indivíduo
(físico e biológico) e no meio que o
rodeia (atuante e atuado).

(Ciasca, 2003).
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Aprendizagem e cérebro
 O cérebro humano é um sistema complexo, que estabelece
relações com o mundo que o rodeia.
 São duas as suas especificidades: a primeira é referente às vias
que levam, da periferia ao córtex, informações provenientes do
mundo exterior; a segunda diz respeito aos neurônios. São
estas características que permitem determinar áreas motoras,
sensoriais, auditivas, ópticas, olfativas, entre outros,
estabelecendo noções exatas e ricas no aprendizado.

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Aprendizagem e cérebro
https://www.youtube.com/watch?v=J78c8cVDHHE

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PERÍODO PERÍODO
CRÍTICO SENSÍVEL

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PERÍODO CRÍTICO engloba o período de tempo em que um
certo processo é afetado irreversivelmente e está relacionado
com a aquisição de aspetos relacionados com a biologia, ou
seja, mudanças ao nível do crescimento,
maturação e desenvolvimento.
Estes períodos devem acontecer na vida intrauterina do ser
humano e atuar nos processos reguladores do crescimento. Por
exemplo, o desenvolvimento dos órgãos sexuais no feto deve
ocorrer entre a 6ª a 7ª semanas após a sua concepção.
PERÍODO SENSÍVEL engloba o período ótimo em que
a aprendizagem de habilidades ou
desenvolvimento de aptidões e competências se
faz de modo mais facilitado. Estes períodos sensíveis
devem ocorrer no desenvolvimento humano pós-natal. Por
exemplo, a estimulação da linguagem deve acontecer nos
primeiros doze anos de vida. 7
QUAIS FATORES INFLUENCIAM NA
APRENDIZAGEM

Fatores Fatores Fatores


psicoemocionais socioculturais neurobiológicos

(Ciasca, 2003; 8
Aprendizagem
Os fatores psicoemocionais são aqueles relacionados com
institucionalização, depressão materna pós-parto, má condução afetiva
pelo cuidador, abandono, maus tratos, etc.

Os fatores socioculturais são aqueles relacionados com baixa renda,


baixo nível sócio escolar da família, desinteresse familiar pelos
estudos, dificuldade com regras e rotinas, ambiente
desorganizado, valores culturais díspares da cultura intelectual,
etc. Tais fatores são externos ao indivíduo e o mesmo os encontra durante
seu desenvolvimento após o nascimento e em contato com as
instabilidades do ambiente.

Já os fatores neurobiológicos podem ser oriundos de fatores tanto


genéticos como ambientais e podem começar a enunciar o
desenvolvimento da criança desde sua concepção na fecundação.

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Aprendizagem
 Portanto o APRENDER, é um ato de plasticidade cerebral,
modulado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos
(experiência).

• A plasticidade cerebral é a capacidade que o cérebro


tem em se remodelar em função das experiências do
sujeito, reformulando as suas conexões em função das
necessidades e dos fatores do meio ambiente.

• A plasticidade cerebral explica o fato de certas regiões


do cérebro poderem substituir as funções afetadas por
lesões cerebrais. Como tal, uma função perdida devido a
uma lesão cerebral pode ser recuperada por uma área
vizinha da zona lesionada.

 A partir desse conceito de aprendizagem, pode-se dizer que


dificuldade para a aprendizagem são resultado de alguma
falha intrínseca ou extrínseca desse processo ou de ambas.
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Aprendizagem
 A influência de fatores genéticos e da herdabilidade
(história familiar) na formação cerebral é comprovada
atualmente e tem papel essencial e predominante na
formação das conexões neuronal, desencadeando o
aparecimento da maioria dos transtornos de
aprendizagem e de atenção e em considerável número
de transtornos neuropsiquiátricos.
 Da mesma forma que herdamos de nossos pais nossas
características físicas e comportamentais, também
herdamos, na mesma medida, o padrão de
funcionamento neuronal e suas redes em todo o
cérebro.

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Aprendizagem
 As pesquisas em torno da genética e das
variadas formas de herdabilidade de vários
transtornos já estão bem claras e com validação
científica em nosso meio, como : Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH), Dislexia, Transtornos do
Desenvolvimento da Coordenação,
Autismo, Deficiência Intelectual,
Esquizofrenia e Transtornos de Humor.

(Tannock, 2002)

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Amala e Kamala, também conhecidas como as meninas lobo, foram duas crianças
selvagens encontradas na Índia no ano de 1920. A primeira delas tinha um ano e meio e
faleceu um ano mais tarde. Kamala, no entanto, já tinha oito anos de idade, e viveu
até 1929.[1] Elas agiam como filhotes de lobo, de forma incomum. A história dessas crianças
intriga a muitas pessoas. Suas idades presumíveis eram por volta de 2 e 8 anos. Deram-lhes
os nomes de Amala e Kamala, respectivamente. Após encontrá-las, o Reverendo Singh
levou-as para o orfanato que mantinha na cidade de Midnapore. Foi lá que ele iniciou o
penoso processo de socialização das duas "meninas-lobo". Elas não falavam, não sorriam,
andavam de quatro, uivavam para a lua e sua visão era melhor à noite do que ao dia. Amala,
a mais jovem, morreu com dois anos e meio de idade devido à adaptação dolorosa ao
abrigo (como ela não tinha a alimentação que ela estava acostumada, de carne crua e
podre). Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se
lentamente. Ela necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só
tinha um vocabulário de 50 palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos.

Ela chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às
pessoas que cuidaram dela e às outras crianças com as quais viveu.
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14
O que é ?

 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
 Dificuldades para a aprendizagem é um termo
genérico que abrange um grupo heterogêneo de
problemas capazes de alterar as possibilidades de a
criança aprender, independentemente de suas
condições neurológicas para fazê-lo. (ROTTTA, 2016)

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FATORES ENVOLVIDO NAS
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Os fatores FATORES
FATORES FATORES
envolvidos ESCOLARES FAMILIARES
RELACIONADOS
são três: A CRIANÇA

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FATORES RELACIONADOS COM A
ESCOLA
 Para que a criança tenha um
bom aproveitamento escolar é
fundamental que a escola tenha:

 Condições físicas de sala de


aula (limite de alunos por sala,
ambiente seguro e limpo);

 Condições pedagógicas
(disponibilidade de materiais
pedagógicos, material didático
para cada faixa etária, interação
família escola);

 Condições do corpo docente


(referem-se á motivação,
dedicação, qualificação e
remuneração adequada).
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FATORES RELACIONADOS COM A
FAMÍLIA
 A família também deve oferecer boas condições para
que aconteça o ensino-aprendizagem do discente.
 Escolaridade dos pais (estimulação da criança para
um melhor envolvimento nos estudos);
 Hábito de leitura (na família torna-se um diferencial
para os estudos);
 Condições socioeconômicas (renda familiar
insuficiente gera implicações no fracasso escolar);
 Outros FATORES: História familiar de alcoolismo, uso
de drogas, pais desempregados, pais separados
(REFORÇA O INSUCESSO DA CRIANÇA NA
ESCOLA);
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FATORES RELACIONADOS COM A
CRIANÇA
Em relação ao Problemas
discente temos
que saber físicos em
DISTINGUIR: geral;

Transtornos Deficiência
psiquiátricos; intelectual;

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FATORES RELACIONADOS COM A
CRIANÇA
 Problemas físicos em geral:
 Destacam-se as DIFICULDADES SENSORIAIS
(Auditiva ou Visual).
 Ex: DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
ADQUIRIDA é o das INFECÇÕES DE VIAS ÁREAS:
OTITES, AMIGDALITES, SINUSITES.
 Que atrapalham na audição interferindo no processo
ensino aprendizagem (a criança que não escuta bem,
parece ser DESATENTA E INQUIETA).

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FATORES RELACIONADOS COM A
CRIANÇA
 Dificuldades visuais: estrabismo, miopia,
astigmatismo, hipermetropia.
 Portanto fica claro que tanto a percepção AUDITIVA E
VISUAL são fundamentais para o desenvolvimento
cognitivo.
 Doenças Crônicas: podem interferir no
desenvolvimento da criança na escola. Por estar
debilitada pela doença ou tratamento.
 Essas doenças são: Desnutrição, anemia, asma
entre outras.
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Problemas psicológicos
 Ao ingressar na escola torna-se um período crítico para a
criança, e para o discente com problemas PSICOLÓGICOS
essa situação tendem a se agravar.
 Situações como timidez, a insegurança, a ansiedade, a baixa
autoestima.
 Por sua vez, os TRANSTORNOS PSIQUIATRICOS,
tendem a se agravar com o ingresso do discente na escola.
 Destacam-se fobias, depressão, transtornos de humor,
TOD entre outros.
 IMPORTANTE: Muitas vezes esses transtornos são
confundidos com TDAH e tratados de forma
inadequada.
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DIFICULDADE

TRANSTORNO /
DISTÚRBIO 24
DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
 A dificuldade de aprendizagem é passageira, o que significa que
com a percepção e intervenção adequada o aluno ou paciente
consegue se recuperar e volta ao seu padrão de desempenho.

(SMITH, STRICK, 2001).


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DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM (Importante)
 Transitória;
 Secundária;
 A causa envolve os fatores emocionais,
familiares,
 ambientais, socioeconômicos e pedagógicos,
estando
 os fatores biológicos e cognitivos preservados
 Melhor prognóstico (resultado de um processo).

(CIASCA, 2003).

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TRANSTORNO (DISTÚRBIOS)
 Transtornos (ou distúrbios) de aprendizagem são
condições de origem genética (neurobiológica), específicas
a alguma habilidade de aprendizagem, como leitura, escrita
ou matemática. Sua manifestação ocorre desde a infância,
mas no geral fica mais evidenciada no período escolar.

 O indivíduo com este transtorno apresenta dificuldades


acentuadas e persistentes ao longo da vida, apesar da
adequada intervenção recebida, da normalidade do nível
intelectual e da ausência de déficits sensoriais.

 O termo distúrbio de aprendizagem é sinônimo de


transtorno de aprendizagem e a dislexia, é o mais
prevalente destes transtornos.
(Instituto ABCD)
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Transtorno de Aprendizagem
Importante
Inteligência normal;

Ausência de alterações motoras ou sensoriais;

Problema no neurodesenvolvimento – causa

Primária;

Bom ajuste emocional;

Nível socioeconômico e cultural aceitável;

Permanente, pior prognóstico (resultado de um processo).

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Transtorno de Aprendizagem
 Refere à criança de inteligência próxima à média, média ou superior à média,
com problemas de aprendizagem e/ou certos distúrbios do comportamento de
grau leve a severo, associados a discretos desvios de funcionamento do Sistema
Nervoso Central (SNC), que podem ser caracterizados por várias combinações
de déficit na percepção, conceituação, linguagem, memória, atenção e na
função motora”.

 Podemos entender que são crianças que apresentam dificuldades


de aquisição de matéria teórica, embora apresentem inteligência
normal, e não demonstrem desfavorecimento físico, emocional
ou social.

 Segundo essa definição, as crianças portadoras de distúrbio de


aprendizagem não são incapazes de aprender, pois os distúrbios
não são uma deficiência irreversível, mas uma forma de
imaturidade que requer atenção e métodos de ensino
apropriados.
 Fonte: www.neurosaber.com.br
29
Transtorno de Aprendizagem
 Os distúrbios de aprendizagem não devem ser
confundidos com deficiência mental. Considera-
se que uma criança tenha distúrbio de
aprendizagem quando:

Fonte: www.neurosaber.com.br

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Transtorno de Aprendizagem
 a) Não apresenta um desempenho compatível com sua idade quando
lhe são fornecidas experiências de aprendizagem apropriadas;

 b) Apresenta discrepância entre seu desempenho e sua habilidade


intelectual em uma ou mais das seguintes áreas; expressão oral e
escrita, compreensão de ordens orais, habilidades de leitura e
compreensão e cálculo e raciocínio matemático. Podemos entender
então que esses sujeitos são pessoas inteligentes com bom potencial
cognitivo, mas que na hora de desempenhar suas funções acadêmicas
(leitura, escrita e cálculo) falham, isso porque as áreas cerebrais que
deveriam funcionar para nestas habilidades apresentam problemas de
conectividade.

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Transtorno de Aprendizagem
 Assim quando uma pessoa com Distúrbio de
aprendizagem de leitura tenta ler, ela terá muito mais
dificuldade pois seu esforço vai muito além, tendo que
então recrutar outras áreas do cérebro (que não tem
especificidade para leitura) para auxiliar a realizar
esta tarefa, cansando-se assim muito mais.

 Fonte: www.neurosaber.com.br

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Livros base para Diagnosticar

33
TRANSTORNO
(DISTÚRBIOS)
×
DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM

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1. Discussão de casos
Joana é uma menina de 8 anos, cursando o 3o ano, que foi trazida por sua
mãe, encaminhada pela escola. A mãe relatou que ela está tendo dificuldades em
diversas matérias. Até este ano letivo, não havia queixa da escola ou dos pais.
A menina é a filha mais velha do casal que tem outros 2 filhos. Sua mãe negou
antecedentes de saúde ou atrasos no desenvolvimento motor e de linguagem.
Segundo a mãe, a professora afirmou que a criança distrai-se com facilidade e
parece não acompanhar toda a explicação. Suas dificuldades maiores estão ligadas
às interpretações de textos e realização de problemas matemáticos. A criança
necessita de ajuda na realização das tarefas em casa.

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2. Discussão de casos
Lucas é um menino de 9 anos e foi trazido pelos pais por iniciativa da própria
família. Eles informaram que o garoto apresenta dificuldades em muitas matérias e
corre o risco de ser reprovado este ano na escola.
Já passaram por diversos profissionais e a criança permanece com dificuldades,
embora tenha progredido em relação ao quadro inicial.
Lucas está cursando o 4o ano de uma escola particular do bairro onde mora.
Apresentou dificuldades na alfabetização e atualmente tem dificuldade na
compreensão de textos. Segundo os pais, ele ainda apresenta trocas de letras tais como
V x F (ex. cafalo), B x P (ex. capide), G x C (ex. cancuru), entre outros.
Precisa do auxílio de um adulto na hora de estudar e fazer as tarefas escolares.
Leva muito tempo na execução e parece ter dias melhores e outros piores, segundo os
pais. Às vezes chora e afirma ser “burro”. O garoto é muito hábil manualmente e sai-se
bem nas aulas de robótica. Tem bom relacionamento com os colegas da escola. Seus
pais negam atrasos no desenvolvimento motor ou de linguagem.

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Referências
 CIASCA, Sylvia Maria. Distúrbios de Aprendizagem: Proposta de Avaliação
Interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
 ROTTA, Newra Tellechea; OHLWEILER, Lygia; DOS SANTOS RIESGO,
Rudimar. Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e
multidisciplinar. Artmed Editora, 2015.
 AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. Diagnostic and statistical
manual of mental disorders (DSM-5®). American Psychiatric Pub, 2013.
 MORI, Maria Romilde Ribeiro et al. DIFERENÇAS ENTRE DISTÚRBIO E
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E O PAPEL DO PROFESSOR NO
DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO E EMOCIONAL DO ALUNO.REVISTA
FUNEC CIENTÍFICA - EDUCAÇÃO - ISSN 2447-1666, [S.l.], v. 1, n. 1, p. 53-61,
ago. 2015. ISSN 2447-1666. Disponível em:
<http://seer.funecsantafe.edu.br/index.php?journal=EDUC&page=article&op=
view&path%5B%5D=1597>. Acesso em: 11 set. 2018.
 DA SILVA, Charles Carlos; DE AQUINO AMORIM, Maria da Paz; DO CURSO
DE LETRAS, Graduanda. PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: PROCESSOS DE
ENSINO-APRENDIZAGEM.

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