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ENCON KO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA E POLITICA Desenvolvimento: Uma Idéia subdesenvolvida Jerardo de Melo Usboo Prresor gun rpanamet ge Gen ences USC "O que ene no mundo bat por stlacr + ecstodes de odes, portmndod cob de agus” ‘ont Resume Somos socedades que se mobilzaam a fando pelo desenvorimente, mas munca 0 consequos vib Porque? Sei a agenda da moderizacio Incompativelconosec! Na procura do respsla& tslas questfes, este texto rasireta 2 ila do ‘esenvliment,vocibulo até bem poco tempo sagrado (oma espéce de “relliio de Estado" compara ytd, iqustonve , por isto meso, ra aio das wes usadoincorslentement, em as devas precaugées. Todo concelo que reine grande consenso social necessita de uma hermenéuia da suspeita pois, como if afmou Nekon Rodiigues, "toca unaninidade ¢ bur” Armée Frézier, navegador trancts, fer 0 segunterelato da su estan na tna de Santa Catarina em 1712: "Ea gene, @ primeira wt, parece mire, mas les 20 eftinment rs Telzes que os europe, gnorando as czsidades © a8 comodidadessupérfluas que na Europa se ‘uiguirem com tanto "abath (..) tra ies formece 0s elementos necessri ® vide, af ‘modeies «as es, caged, pels de anincis {lindo aimejam essomagniénc de habit do ‘mobi e bem equips, que sé fzem excir ambido isoneardurnte gu tempo niade, {em tomar tome mas eso qe nda mais note é que eles Se apercebem desu feleldade ‘quando mos weer id clade diner cont (ega. (oo) Possuem também muitos remétios natura.) A pesca é muito abundant nas indmeros enseadas daha ¢ da tera fe. onde se de comodamente pesca () 4 capa no & mero abundonte que apes: ‘mas os bosques so de do diel acest que # ‘uns imposie (7 Osonho scabou. “Quando Alice no Pts das Moavithaspergunte 0 gato camo sar do tine, 0 gato respond ‘depen de onde ue (och). ‘Sedutido peo sonho do desenvolvimento nat siimas cinco dead o Bra e sande pare do {ereto mundo) se arsformou de uma sociedade ‘ariia em urbanoindustal,embora& um cust humane e ecoiicoinlerivel Nesta impanagae lad fem relagzo aos pastes de ode ea surgi 4a indostra, o Brasil procurou sata elapas imitando 0 padrdo tecrologico disponivel ne terior. A viablzagdo do nosso desenvlvimene através da industaliagéo - que ocoreu numa & uma soiedade cada ver mals absurd eine. Acie € uma oportunidad para. repensar os caminhos escolhidos®. As Inansformagées atvals estio 4 exigi novos once O future exge que no sigames nen dos modelos tradicional, Temos de pensar 0 impensive Mea V3 ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA € POLITICA Desenvolvimento: um projeto neocon, ilragem impossive para todos. “O.subdesenolimentondo¢.insufelnia ou ausenla de desenclsimento. O subdesenvobimento€ um produto ou um subpreduto do desenvlimento uma derivado ineatdel da explrago econdica colonial ou eocaloaal, que comtnuaseexercendo sobre 05 dersasregies do planeta" Josué de Csi, 1972 Enendo, come js dse o gaa, qu a chave do ema depende de para onde se quer i, ou sea, reside na idéia de desenvolvimento. Qual seu sentido? De onde surge? Por que desenvalvimenio? No dmago da imagem do desenvolvimento ests «a nogdo de progresto que lem caactrizdo 2 Sociedade cident nests 2000 anos, ou sea, uma petcepgéo da vida como expanséo material iessante, desmedida. Porém a genese dos procestos de “desenvoimento™ e "subdesen- ‘elvimenio® reside na revoluio Indust grande divisor de Sguas entte 08 povos. Reconhece Sagar (192: 8) que" desl ene o Nat 0 Sul, como se sabe, um fat histrieorelatioamente recente Em todas as sociedades cllzads do ‘mundo, 0 nivel bdo de vida fl 0 mesma, até 2 renascenga. A revlugde mercantisa vei ciar dterengas em fevr dos paises que se dediarart a0 comécio mundial e a0 colonialism. Com a Revolugdo Industrial, 0 Socedades industais passarom a ter, em relacdo as sociedades que Demeneceram dgréias, vantagens cada ve mols ‘eeerado ‘Masa ust do mito do deservoWimente, de que 08 povos “pobres" dever asia aleangar 0 Faddo de vida dos rcs, € bem mas recente. O Interesse dos economists pelos problemas da miséria © da desigualdade enre 0s poros das amaas“epesarasadae somente sige ap6s 2 segunda guerra mundial, em decorrncia do “furcio de desesionizagio qu varreu 0 mundo” (cont Myrdal, 174: 369 Apart do dscurso de poste do presidente Truman em jana de 199, ‘quando ele define a maior pate do mundo como Subdesenvolvdo e anuncie um plano de ajuda (programa Ponto Quatto) para que todos os povos sancem no mesmo carinho para a prospeiade, que dssemine-se 0 vcdbulo dsertiment (© Mea V sua contapatia,subdeservolvimento) com 0 seu sigieado ata leno eleera mas comumente llzado para etre ao clo bilgi da vida de um organismo, 3 evelugo das espécies cu 8s gatas de nadrez (Mich, 1988: 150). Agora passa a set apicado 3s socledaes humana, essficando € ticotomizando 0s povos, pase, defnindo as ‘sagas da maeha de todas a8 socledades para 4 tera prometida, 0 concelto desenvolvimento, ‘amo um cavalo de Tila, nasce com a marca da tse cilzadora do oidente capitalist instil aa enfrentr a noidade da emergéncla politica oterceto mundo (impusinada pela revolgéo finesse ascensio do bloco comurista) ‘A wansigo do clonilsmo eo para 2 ordem pliscolnial fet gerenciada pelos paises do Norte Sem que estes perdessem suas vanlagens. Ao conto, eles estenderam para outas eas seu contol phage sobre o recursos do Su aravés odes (do finarcamento) do desenvimento contlado pels institvigdes mollteras criadas no pésguerra (Catt, FMI, Banco Mundial). 0 “subdevenvaineio” fot uma earcaturagrtesca ctiada pelo. processo de modernizacéo! recdlonizagé, endo um temo imprpro porque teleost 6, design as sociedaes perfricas como “alrasadas",astemelhando-as 208 paises “desenvolvidos' em um esgio anterior de seu Aesenvolimento, como se houvesse apenas uma defasagem temporal entre elas), abstaindo o essenclal a ganese istéica do “subdesenvolimento, que deriva da isergéo estes palses na economia mundial de mercado (Sani Ain). ‘Aa de deseroive, segundo Furtado (974 15), tem sido itl “para mobilizar os povos da petri e levidos aaceitar enomessacifcs, aa legtimar a destuiéo de formas de cultura arcaieas, para expicare fazer compreender & necesdade de desl o mel seo para jstiicat rnovas formas de dependéncia que reforgam 0 Cader predaério do sistema produto”. AS pollleas desenvolvimentstasarrancaram, em poucas décadas, populacées intelras da sua fcoramia de subsistnca Wadcional, mas no as Integraram plenamente (ou sea, mio. as transfrmaram em cad). ‘Kurz, ao desnudaro clapso da modemizagéo ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA E POLITICA, o terceito mundo, aia que a maior pate da sociedade fol apenas moderizada em sentido negalv, isto 6 foram desirudas as estraturas tradicionais sem que alguma coisa nova. ocupasse seu Tugar™(Rurz, 1992: 194). A erenga cega 20 desenvolvimento levou & aberragdes: Nauru (@equena iha-nagio no Pacifico devorada pela cexploragio de fsfato que a transformou numa lmensa cratera)prenuncla assustadoramente nosso destino, Nossa chao vive sobo signo da india, a ual se constitu na grande esperana para os pos {que querem se deservaver eaumentar ses nivel de renda. A indsta & portadora da promess da abundincia, de que mais ¢ melhor. ste €0nleo to proeo desenvarimentsa, do grande mito que Justfieara tod o serio, Ral Prebisch aman em 1849 (num inlente artigo consierado como ‘uma espécie de manifesto Inicial da CEPAL) "0 signfeado fondamenial da industaizagdo para 15 pales novos. la no € um fim em si mesma, mas 0 tnieo meio que se dispse para cpt uma Parle do fruto do progres Ieenico televat rogressnamenteo vel de id das massa (glo oss). A perspectva ocidental do desenvolvimento esta fundada sobre a dssipagéo dos recursos nfo renordveis (combustiveis fsses). Hoje, com 0 revise esglamento do petcleo nas pebtimas as décades, bem como a imposible do uso Intenso e extensio dos carvdes minerals, exgla: Sum cio chlzaléioe vishmbram eas fas bases da socedadeindustial A produgo Indust capitalsa exge uma expanséo consiante, sem limites, acelerando o tempo proprio do processo rodutvo (tempo histrice) de forma incompatve ‘com 0 tempo (bnlsica/geolégeo) qu requer a natreza para sua reproducio (Alvater-O tempo 4a bose & um tempo ciel, de ecosrepuares de continua reciclagem. Do ponto de vista fentropico (isco/energstico), 0 processo ‘econdmico modemno rompe com a etabilidade Dioslérica, sendo uma transformagio de recuso$ naturals © energia er Exo epollgo (Georgescu: Roegen, A ceeracio do tempo com o capitalism a aceleragio da desradagioentpica. As forgas| brodutivas chocam-se com as condigées da ‘rodugSo, com os limites naturals e Wansformam se em forgas destrutivas, eran 0 extotamento do crescimeatoecemdmico (ou se ecrescimento) e a rise s6clo-ambien (O'Connor, 1980). A expansio Incessante da ‘economia (desenvolimeato)¢, no fundo, al ‘econmica, uma economia do absurd, pis dest suas prépias bases de reproducio. A cvlzagdo stfal exguese sobre pls de bara ‘hos poucos percebese que a mela dos pobres de aleancar os nveis de vida dos ricos paises industiizados era um poet posse, pois, em fungi dos lites ecliins, o estilo de ida dos alses desenvohidos no ¢generalzivel (rate de um “bem estar oligérqico"). J6 denunciava Gandhi que "sea Inglatera peg os recursos do Planeta para aleancar sua posperdade, quantos lanetas necessard a indi” 0 proprio pensamentc desenvolvimentista, ‘quando no seu auge no fal dos anos 60 eincio dos 70, comeca & recontecer a existéncia de condicionamentos ecolégico-deoldgicos 20 desenvolvimento, eolocande progressvamente em «xiao sentido do mesmo. A parr de eto disse 0 decinio dests teria, Nyda, em suas obras "Aslan dam (1968 e Against he stream* (1872), aponta citicamente que as policas de esenvolvimento funcienaram "como um ‘mecanismo neocolonial" que impeditam as necessitias reformas radicals nos paises subdesenvolvides ("no ebmpulo geral, sustentaram a racéopoltc,econdmca e socal As vtes da por espe - 177127), que as teas esenvolvimentistas foram marcadas por um “tendenciosidade oportuista’, “supetical”e “enganosa” (porque ial, conforme a tradigéo cident, send inadequada reabdade dos pales pobres). Esta evidente que 2 ida do “desenvohimento” beneficiou 2 poucos, pois fi ‘vena para a popuagso de modo 2 permit que as clases pindesadaspudestem dat continuidade a0 proceso de acumulgdo e manter sea femiqueimeno “sem que ivessem que abandonar seus piilégios" (yd, 197: 86). Como afrma Santos (1978: 68: em nome do progessoe& custa ‘de uma injsiga cada ver mio, uma Impostante parcels dos recursos naionais so dstibulds de ‘manele benefice aqaie que fs ot ‘Também Furtado em 1974 (ifluenciado por Mesa V5 ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICAE POLITICA Georgescu-Roegen) nos adveria que o dsenval vimento econdmico "€ um simples mito", que 2 promessa dos povs pobres esfutarem do padrso 4e consumo gerado pelo capitalism industil smplesmente realize, ois ele estilo de vida “sed sempre o pil de uma minora. O custo. ‘emtenmns de depredagéo do mundo ico (.) de {al forma elevado que oda teriatva de general 'olevaria inexoravelmente ao colopso de oda wna iollaeto. pondo em rico as posibiidedes de Sobreuivéncia da espécie humana”. Sunkel, ‘efetindo em 1875 sabre os “tees desirutvos do esenvolvimento™ em amplo panorama do “desenvolvimento da tora do desenvolvimento", langara ‘séras divides sobre se os assim chamados ales desenvobides so realmente wn modelo ideal de desenvolvimento” (1880: 25). Hirschman (198: 15), realizando um balango da “grandeza ecadéneia da economia do desenvolvimento", confessa que sua "breve foragio"deve-se “a que ela duida cada vez mats desi mesma” em 3880 as suns prdprias"desveturas, dos “desastes do desenvolvimento". Concluiafirmando que “0 deco da economia do desenoliento em pate inverse” (p73). ‘ra, crise a da de desenvohiment que se «cloca quando os pobres comegam a prguntar se {em algo ganar cam o“dsenvahimento") é uma rie de hegemonia, pos as camadasdrigntes da saciedade no conseguem mais apresetar seus interesses como “os do poro” Mais é melhor? Apobreza do desenolviento. “Aico do erescinenoecondmico continuo € alimentada pelos reo do mundo para maner os pobres em paz™ Morte: Ale Uma sociedade & rica quando minimiza a escassez A escassezndo depende dilamente do volume de bens acumulados ou da tecnologia, desenvolvimento (enquanto imitagio dos padrées industrials do ocidente) Dioqueou consiucéo de padiées de consumo Propo que trazssem nossos valores eu, impedi a gerayao de matizes tecnolégias {undadas em fonles enegéticasrenvirls «que aprovetassem nossa. biomassa tropical". A economia de mercado cresce destuindo 2 capacidade natural de autosuiciéneia das sociedades (ecanomleldlo) © os mercades complementares 3 mesma e subordlnados aos interesses eominal, ber como a possbiidade de produ valores de uso que satisacam drtamente Ss necesiades, Esta negocio Ja identidadevislumbra-se na brdpriaetimoiogi da paiva “es envovimento” ‘ormada pela opsicdo ao que envolve). als, 2 imologa evel tanbér:aambiguidade da mesma Nos principals iiomas oxides o seni teal 0 mesmo: deseasear, desembrulhar, tar do elope (cont, Shee; us, 1992) Seu sgnieado tano 0 de aber (¢ desevohimeno como um process de “superar fe enraves que impede 1 realizado de um poercial tent (Sach, 183 16), quanto oentendimento de que para ctescer€ neces near os cndcoramentosnatrals 09 construdos culluralmente que limpedem 0 rogresso. “Que hes veto quando seus deuses stio mris, seus mies xo able, sas procs 00 impotentese nde? & sociedad ndo elena 56 Teresa se descobi rama nudes inenat, tl como 0 Ocidente 0 deqetou: ela miserdoel* (Catouche, 1994: 68). 0 desenvolvimento ¢ iolagGo dos poves pele sedugio, € um olhat ‘olonizadr sobre 0 Outre, jlo miserivel antes 4 0 ser-£ uma constugio mental possuida por ‘um juzo de aor, por um “preconceto prof (liyrdal, 1977: 85) onde se despreza pases “chamados de ‘dese birbaros' no séulo XVI, depois de ‘etrasodos' mo XIX e, finalmente de ‘subdesenvlies' em nossos di (.) Mas, com 0 nero da tvia do cresimenio econ, este ‘mesmo desprezo encontard um navo modo de ‘express, 0 mesmo tengo mais dscetoe mais sofisicado(.) (Hirschman: 1986: 79). © contri de desenvolvimento nfo. & ecrescimento,¢a possldade da sociedad de se pensar aravés dela mesma, de conf em 3 mesma e de usutruir eriativamente da su9 rersidade, A cegueira do desenvolvimento tem ebitiado a capaciade de cada povo de deci ‘autoomamente por alg ute. Evidentemente ‘ue a defesa da auodeterninaco dos povor num nero deinterdependécia global go a deless a aularouia absolut, muito menos 3 perspectva 4 uma sociedad fechada,protegida conra 2 ‘mudanga, Avtonomia aio’ se confunde com auismo. € 8 busea por inserr-se na economia mundial de uma forma nip mimatca,peiérica subservient a perspetva de uma socedade praeate que reconhece os ints da ago humana (como na pardbola de Bua, somes como ‘egos lateando oeleante': pou sbernos sabre © que slams fazendo), que rele sobre sev fatto, Impondo-se& dingmica cega desmesurada da Mesa V7 ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA E POLITICA economia contemportnea, Enquanto povos do Sul” temos que aprender ‘com os ertos eometidos pelo Norte, rio repel los com ates. A queso €comprender a ago a América Latina (edo pros do Sul no segundo tis reaidades mas 3 pare depp da identiade (Ramos, 1965), bem como, 3 pat deste ‘marco, compreendela na relagio com outras experi. Adenia de uma socedaderunca perene, pols est sempre em tansformagso ~ ‘como afirma Brecht, Lemos de, “patindo da tradlgo, lela adane". Neste fal de século 2 realdade cada ver mals hibia, no existing culturas “ado contaminadas”.A‘armagio da ldentidade, portanto, nunca é absoluia pois enconta-se permanentementeresigificada por ‘um mundo cada vez mals inter dependent, am 4e soment se fazer possvel na elagdo com outas ldentidades. Neste sentido “nenhumo Mentdade de ser penada ou estoelecia Jeo um mero fensimesmamento™(Quijano, 1852). NEo se tata uma divagagio abstraa sobre o Ser latino Americano, de buscar uma Idenidade perdida, rica, mas de perceber que € 2 consrugso do nosso futuro que est em jogo. Areesrturagio produ ea possbidade de wma alternativa. As recentes transformagdes na mattis espago- tempo da organizagéo socal, se por um lado aprofundam processos de exclsso socal, por outro também abrem 2 possbiidade de um “esenrohimentoendégero”, de uma organiagio mals aténoma da economia local. Os sistemas datos oa que emerge vgoosament com aa reesiuturagioprodtva” fem sua ainda ‘undada na ientidade comuriti loa, em reds de coopera horizontal de pequenas e médias empresas stuadas em espagos de forte tadigfo atesanal, baseandose "em iicatvas ‘redominantemente locas e em interagses fetes ‘entre a economia ea socedade” (Cute, 125 12) Polticas locals reginais podem sustntr “uma estatgia de desenoiento regional” (ere, 1980)" possbiitando que a sciedade acl nso tena uma ata passa dante da extrac So do seu apareho produtvo e nem se dei invade elas monocultuascietias.Podemes,soredade Socal, formar nossa propria “Agenda XX. ‘Noda impede um municipio de tomar em suas méos a dinamizagdo das prépriasavidacespredutioas” (Govt, 1994: 9), ‘A perspectva do “poder loa” ("eapactade de auostesfomacio econdmica e soi” = Dowbor, [94 11 do mal uma practi, mas deve ast com oulas transformagges corrlatas™. Esta capacidade depende, fundamentalmente, dt ‘emergéncla de uma apio cidaa (Lisboa, 1985, 19943); do surgimento de um espago piblico ‘omunirio redo nfo por uma comprenséo de ‘iadana tutelads ou asssda, mas de cidadaia femancpada (Demo, 1885); da refoma 60 “Etado burertc,corpoatvo e monepolsic, em favor de um Estado permeado pelos iniciaivas do sociedad ci” (Gere, 194); exigindo também am amplolque de alangas, ua a0 concertada ene ‘erenes stores: uma sociedade organiza () fenvolve uma cooperasdoarticulada dos imecaniss de merado, de poneiamento centro, epoca de rend, de redesintrempresrias, de partcipaséo comuniéria ¢ de concertagéo Internacional (Dowicy, 184 8, gif nosso). Frente 3 globlzagio ji no mae hugo pra ‘ias" isoladas. Sabermos que noseas prépris forgas locals néo so suficientes para mudar os alusismacro-processos de” degradacto Simltaneamente& aimacio Identidaia, fase rnecessrio que também estabelagamosalangas ‘com paceitosgobais que regenevem a perversa telasao loca-gobal, em especial com outs loclidades que apresentam problemas comuns ov siuadas em ecossemas semelhantes 205 noo Portanto este final de milenio recoloca a possibildade de uma economla loca, 0 que pas 6s signifies revere realizar @ modo de vver tradicional Ess aia oporuriade de tansformar fem ‘vanlagem" 0 que por muito tempo foi ansiderad snl de“ataso. Nos pases do Su relagbes afetivas de pertencimento. a uma ‘comunidade sobrevivem, ndo se conseguindo fomper totalmente com 2 soidatiedade comunitia. Tatas de fralecer as Inka comunitsias,valonzando a forgas © os recursos lees nvtazandn 3 uniade communi perl © campo da “economia popular" (também enominado de stor de “economia soci ov de ‘economia. solidiria™) surge como uma Mesa V ENCONTRO NACIONAL OF ECONOMIA CLASSICA E POLITICA, possbiidade™, como um ‘outro. cireutot fcondicodifereniado do mercanil does, tke eamiahana para a desapaecimento 0 que ‘araceriza esta “economia popular” ndo € 2 ‘onto deiforalade (0 descumprimeno ds clnigagéesleais nde 6 exclisio dos produtores Informals, nem a eles pode ser atribuida 2 responsabidade malor pela evaso Miscal). Ndo €eslamosfalando da “economia informal”, mera *sombra da economia de mercado (presided para sua expansioecondnica pols do contablia Inimetoseutos,e sim da produgSoreprodugio raed soiedae fora das eagoes mecane com base no taba vernacular” (auinomo) € em uma cultura de sodaredade. ‘As ocupagbes urbano-ruais autdnomas cngarizads no captiscamene (sem separaréo nda entre capital e vabalho, nfo havendo, em ConseqGénci, o predominio do assaariamenta) aque acore em geral na pequena producto dos bres, podem, se apoadas tecnica, nanceira € poltcamente, vr 3 se constr em um economia" que, nao obstante se iniclalmente ‘marginal em rlagdo& conabidade econdmica mercantil ¢ de masta, Hoje no cabe mais se rocurar incu a odo na economia de mercado Piso excedente de mao de dr no rane ilo econbmico modemo & cada vex mais etutral (Geicando de serum ‘exéco de reser’), Mesto © pertencimento ao mesmo nfo ¢ garanta da Inclusdo social (6a cidadaia). Em vedade eta “economia popular” & mais ange pols s pres sempre trabalharam e sobreviveram. Somente agora € que se a "descobre” porque ela era Incompreensivel para os parimeleos da razio econbmiea estabelecida: como € possiel que agueles “io pobres”lgrassem constitu uma economia operando com balra produlvidade recursos i fimitados-incusveaqueles que 35 empresas tinham descatado como, obsoletos, inecietes -e sem aceso a0 créi?® (sitletais tem designado como “pabes*a maior parte da populagao~ em sera porque nfo Aispdem de dinkelro. Nomear uma atvidade econdmica como de *subsistnca"& depecar = mesma, pols este conceoindu 2 pensar qu se tata de uma ensténcin meno, Tate de ma forma preconceiuosa que destalorza um modo de vida e as formas produtoras de valor de uso telativamente auto-suiletes,considerando-as Ineilertes Sem querer elas conde sc do pequeo produto independence dono dos seus ineios de producdo, entendemos que 0 olhar Tuminsta ignora que a "economia de subténcia" produiu um razoivelexcedente comercial, {gerou modos de vida mals eqitativs, e mais Adequados ao ecosisema na medida em que Gesenvolveu a policulirae nfo a monocutua Imercani. Estes ‘pobres" no exam indigetes, estando desprovidos sim, mas do sentineto de insegranga com relaio ao stent da fail. Nosso problema bisieo no € de buscar novos recursos, mas rever 2 subullzagéo dos nossos Drincpas fares produto: a natureza © 0 pov Someneforalecendo a rote eo uso comuna os recursos lenresttes ¢ agudticos”™ asseguraremos sua explradoraionl™ 0 capt ‘aural aproveiado comunitaiamente pode var sera based producto da iquera de grande part (a popolagio A terawa tem demonstado que a manengio da deride bilge ( 6 beleca palsagistica) se relaciona dretamente com permanéncia ds populagéo tradicional © a Dreserago da desdade cultural (Diegus, 15) "Ah orma bisica de dewataczoantienta advém, pare van Hlich (1984, da usupacao do espago omunal, process que tansformau o entorna ratual de ber comum em “recursos produtvos" _propiads pvadament, impecndo a atone local das comunidades, Aa lich que aot pela elesa do qu rsa dos bens comuns consi tarfapiblica crucial para‘ ag8o oltea™ dos préximos anos. (Osrscosdoplanerismo da Economia Ecoles. Lentamente engendramse presses por ‘mudangas no comporamento empresa. Num ‘momento em que estamos nas vésperas da Aetnigio e impantagéo das normas de geste ambiental SO 14000 que eglarao os pardes da Produ mundial em lemoe do respeto 20 melo Embiente; num momento em que o governo ‘asi fngao"Potoclo Verde” que condciona 2 concesso de emprésimos Danses smente 8 Drojts que tena em consideragio a protgéo ambiental, 2reflexo da economia ecolgica € etemament relvane para aula na contro ENCONTRO NACIONAL DF ECONOMIA CLASSICAE POLITICA de respostas para uma maior harmoizagéo das relageseconomia-natreza no mundo e em nosso pals speciamenteparque agi no Bas lemos {ant raves problemas esta ea (nossa economia std esraturada sobee 3 gia da raping), quanto uma inérciagigantesca a ser vencida pare 0 enfrentamento. dos mesmos, além de uma ccompreenséo embrondla "das solugées, Praticamente tudo ests por ser eto na irea da economia ecolgia. Pom, comemos os sas dos Piones ' acliagdo universe o uso od nauseam do coneeito Desenvolvimento Susentao revela um estranho consenso. A nogdo.“sustentavel” ignficou um grands acréscimo ao debate feconémico em particular, sendo de grande Importineia na’ consrugso dos processos concrelos duma econcmia rio desradadora das ong Ses da vid. Mas muito sida rea azer para toma efetvae operaconaiivel O flo € que iesste ainda uma tera social que ssente 2 perspectiva do. deservovimento sustentivel (Gtumenschein; Theis, 1385) - eta pobreza tedrica rel oincipene estgo da constrgéo de uma nova racionaidade que emia 2 comyreensio da aticulgiosociedadenaturea. Quando se ala da ‘elnigh das opgbes de logo prazo do contnto a sociedade a expressio “desenvolvimento sustentivel" no permite a percep das efetnas alterativassocietéias (pols busca a sustentabiliade do desenvolvimento, 0 que & faracterza como mais na fom da ideloia do desenvolvimento): neste marco entendemos que tats ede penta eodedade sstentave con Lisboa, 188, Degues, 185, Stina, 1813). Sabemos que a problaticaecligia cadaver mais mee com nteressxpodeosos. Hi qu omar Cuiados: a apropragso humana dos produtos da Feositese dos pases do Sul € muito menoe que a ‘6 Europa, do Japso ou da América do Not. Sio as emisbes de gases (dlxido de carbon, metane) os paises industiaioads qu ubrapassaram sua proporional eapaidade de absrgio dos mesos, expriando restos par todo gobo (sem nada pagar em troca). Como reverier 0 “bem estar -lgiquico” dos pases mas reas As acusaées ‘de dumping ecoldgico camullam muitas vezes Intereses protecionisas,O peso do intercbio esgul ed brutal vid extema era aintensicat uma economia predadara por parte dos pases devedores. Nio podemos nos esquecer da Permanente diva eolges ds ples rcos para ‘com o tereero mundo. A globallzagso da cise sciosambienta ez ingressaros na ea da dspula peo capital natural. Denuncia ea biopataria, Hi ‘que suspeitar desta peacupagso dos paises do Norte em contabilzar 0 patiménio natural dos alses perifrios. Js faz tempo que a ecologis erdeu sua ineéncin Os economistas-eclogisas tem disco Intensamente “que desenvolvimento pode suportat 0 planeta”, O canceto de “capacidade de sapote™ efnido emo "o maximo de popula de wma cespécie dada, que pode ser mantido de modo lndefinio, sem se prune degrade odo base de recursos que poss signifcar uma redo da ‘epulagdo no futuro” (Marine Aer, 1985: 7) advindo da ecolgia natural, exerce foe atagho Sobre aqueles que, camo nés, esto 2 pensar os limites que a natureza cloca para a socedade. ‘que Si 0s limites? S20 “Pontos de nfo retoro", ou sea, limiares que, uma vet ulrapatsados, Provocam uma deterioragdo ireversivel no lio da vida nara em questo Porm arse necessrio algunas precauges, pois crremos 0 ‘isco de bilogla a desguldade socal” (Matnez ‘Ale tomando os ecélogos em neomakusiaos. Diferenierente dos cuts anime e plantas, 0 consumo eromalica de energaemaléiadaespécie humana no est suet a insu genes = ecologia&incapaz de explicar por ave algunos ‘pores do umanidadeetitzam, por exer, mos {ema tonelada de petro ao ano para aentar ada um de seus membros (em forma de combusiteis .),enquamo que outra parle da umnidode se alimenta sem usar nem tn $a!0 de peseo” (Matin Ar, 128: 1) ~ nema 503 ‘Gstibuigdo espacial depende apenas dos lites cecosimicos (as mBraybes de aves se realizar sem passapories nem uss", Marines Al, 131 11), No existe uma slug téniea(lecnocrala, Drvtant) para o problema da deteminagéo de qual | poplagdo ideal para um tela. Nao dé para chegar a benhum nimere magico ou, come arma Martinez Ae (1991: 1, tno ha forma de escopar juts cs” neste debate Mea V ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICA EPOLITICA O esfago da EzonomiaEcligica tem o mito 4e enferar a esquzarenia entre sociedade © rnatrea da nose cing Sem ainda que os reos hoje vigertes nd Incorporam o desaste ‘mnbenta falseano a andle econtica Mas no fe tala apenas de constulr 0s necessrios Instruments téeneos que miniizem 0 poblea de valozar a atreza (als insole dada a sta Ineomensuabilade - 0 que née sigaiia que deramosignovar 0 cstosecaligicos. No hi como eterna present os veers veriadelos ov ‘os pega ecoogiamente cores, anda qu posse haver“pregos eedogleamente cots", afna eso «de eatlecer limites para a vorciéade do mercado, Quem defi exes ites? Ito nos leva para o camp da poltica, una poltca no redutvel a téniese que reclama por sabedoia Para Iaeques Coteau eabem apense 700 mines de pessoas no plea, e,afma ainda 0 cinta (um dos persnagens mals conhecios em todo 0 mundo, sem dia, com grande inna), para (que a populacdo mundial se estbilize “hd que elminar 350000 pessoas por da” (Cusen, 19). Como? Que eu sa 0 modo mals ecente de se _tinge ito € lz bombas amiss. Sbvio (ue Cousteau nio etd pensando em comerar com 0s franceses, apesar da imensa densidade emogttica da Fang. Esamos no comego de uma sande aventura teérien Estamos ainda tateando as mullas Incas. As expends extents no campo da economia ecogia hm sido tel para mostrar 08 limites dos nosos instruments. AS eigéncls 2 pals (a naturezt muldsepinr do prelema Ambiental) ultrapassam o dmbito da teotla feconémica contempordnea. Para reinserit economia no ecostema farse necssisio una compreensto.profunda da vida. Temos de fenconar as rae da nose aienar, Mai do gue carentes de respostas téenicas, estamos desorientados per falta de sabedoria,Nossos oncelos purest racionals no df conta dos problemas. As bases raconais do pensamenlo “econdmico estio colocadat em cheque, Nossa ‘fagmeriagso também & espa se aimentando ‘do. poder social da linguagem econémica, Precisamos reconsuiraraconaitade econtnica, por, jf afmara Max eet, uma nora nguagem ‘do Se pode constr apart do uso acco dos materials tradilonais, © que pode vir a ser ‘exremamente perigosa Por que adolamo: um comportamento estipido, no observando as leis da natureza? Porque nossa cilzagdo est obsecada com 0 scimulo incessante duma riquers material. O problema da esa da ecsnomia date da ratureza © fundamentalmente uma —questéo de metaeconomia (lciansse com os fis times). ‘anos usar da meter eo bareo (com conscinda CF Smet nt). "aperspecta ce umparairawoll paaaeconamia sea spear) 8 7, 0). ‘Novoerantn nro anata, sengeaar anapmiaedsoweteve litem conve. ‘Sintase econo ommareomsspases() Unssonadeneratqenieeeatmcdancmet “taeda com guests aoa eneseastoecoder masa yeni 0) nt 8 cero Fee oat oqulatn gs trap bea ‘Gvcedaer coun ered ue ton ‘mvecatceapa pup O'S sptaans romero ints (Sines, HOt Ta Ecoqoe timber dna inden ‘onc potsexst un ore una soled pet ‘eau oir do um einen rorpaces "ney 6 rude an ico rertoca de able spc der do hse ores peeves rss {eobino domestic, oneal amar (parca tomato tem moro om pe Sra eniscareserseecs staan "Osean client Tre oh reide okra de ade Nene ent) ‘Spr fae (_)equeramottayn eaten "oumecasms putes no nel dopoder be ede ned rts ceo ane ‘atone Bon 8) "Sesto FHUD9 ao, 1 metab) ospogtosdrones arm seserau apres camo contents resin decal ‘ros aoumedmente orang de mapa ‘se oat ees ier ‘pron cltnade arson cat Aga ema Derspeta do outrempreg, da mir-emeresa do (8 espace eroeaienbress pels eas evcs, lo sta so metenoexconles ners pari ds unas pessoas sashes rece ese "wenosresondncaomapopsode are lee bem querenqando ams dims ban 30| arsemmmolema te rape ee {era omansieduemeincn de wnecamcaesre esi hotestmasaesclba cee apr aes roxas repornaesmeddes ais eves ceoteeaparado mands (9131). Wen airespc shar peep seenc (endian anes sora doen on Geararmemucorobiaeesaa caer ‘inion reads ree) san ‘nest ach aan ecg plc’ ps2 ‘editocongoresa une hme debs an edonino Mea V1 ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA CLASSICAE POLITICA, aio dlr de sobre othr era cndea ‘Dteaonactceor ees) omonateze gear dmblor and) an ‘rd (leds apa Mars A 8 nb fda drei prs ase egress ope ios ese mantener ope (Den 5). "Alcan desea de abo) és potas de es sumed tapered snes ees Agr, 8, Des 5), epee eupnoeic te \terasten olan) aposam parecer ds Farina conse Uay Cob (1) ars A. Epa) ses, 250. “Nn munca qt de hmsiae np ‘sess ese 9 paseo ‘lsaipentomunledSdesusnedneenorsre cade doc dope Tce ‘horse NG smack.) eT (are darn rnd Dhan depart Sh, enqars qu odes o demas ian decrescer et parce tras ptes napeqverape eon (dbp 0. 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