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O que é herança?

Recebe o nome de herança o conjunto de bens (e aí entram também os


investimentos), patrimônios, direitos e obrigações deixados por uma pessoa
falecida aos seus herdeiros.

Quem são os herdeiros?


Por herdeiros entende-se tanto os legítimos quanto os que foram indicados
como beneficiários em testamento (testamentários). O Código
Civil esclarece: legítimos e necessários art. 1829

Pensando em uma árvore genealógica, ascendentes são os pais, avós,


bisavós, trisavós do de cujus. Ou seja, os parentes que vieram antes do próprio.

- Descendentes são os filhos, netos e bisnetos.

- Cônjuge sobrevivente é o marido ou esposa do de cujus. Neste ponto, é


importante ressaltar que o casamento deve estar válido na data da morte do
titular dos bens. Ou seja, o divórcio ou separação de fato extinguem o
matrimônio e, portanto, não gera direitos sucessórios.

- O companheiro ou companheira sobrevivente é com quem o de cujus


vivia em união estável. Há direito sucessório nos casos de uniões estáveis,
desde que comprovado que o casal convivia até a data da morte do de cujus.

Estes herdeiros têm direito a 50% do patrimônio do de cujus, cada um com


sua quota-parte, segundo as disposições legais.

Por isso, existindo herdeiros necessários, se houver testamento, o testador


não poderá dispor sobre a divisão de mais de 50% do patrimônio, pois atinge a
parte legítima

Herdeiros facultativos (colaterais)


Os herdeiros colaterais ou facultativos são aqueles que terão direito somente
no caso de não existirem os herdeiros anteriores, segundo a ordem de vocação
hereditária. São os parentes de até 4º grau (irmãos, tios, sobrinhos e primos).

Herdeiros testamentários (legatários)


São os que recebem o patrimônio, ou uma parte dele, pela vontade do falecido
firmada em testamento (isto é, por livre e espontânea vontade do legatário).

Qualquer pessoa pode criar um testamento em vida dispondo como será a


divisão dos bens, definindo quem são os legatários e quais os bens
especificamente de direito, já que não há percentual sobre o patrimônio,
respeitada a legítima, conforme já explicamos.
Existem algumas vedações para a nomeação do legatário na lei, ou seja, não
podem ser legatários:

Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários:


I – a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou
companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos;
II – as testemunhas do testamento;
III – o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver
separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos;
IV – o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se
fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.

O nome “legatário” se dá porque a pessoa recebe um legado de outrem por


meio de testamento.

Para os casos em que não haja, legalmente, um testamento reconhecido, os


filhos e companheiros passam a ser os herdeiros naturais. Já na ausência
de cônjuge, filhos e netos, ficam com a partilha dos bens os irmãos ou
familiares.

Um herdeiro pode ter direito à herança por inteiro, ou a uma parte dos bens.
Na ocasião de haver mais de um herdeiro, deve existir o procedimento
chamado de partilha de bens.

O que é a partilha de bens?


A partilha de bens é quando a herança é dividida entre herdeiros ou pessoas
de direito. O processo se dá a partir das análises do testamento e do
inventário.

O que é inventário?
Inventário é um procedimento Judicial ou Extrajudicial  com a finalidade de
transferir a propriedade do falecido (de cujus) para os que ficaram vivos
(herdeiros), fazendo um levantamento de tudo o que ele possuía, a fim de que
a divisão entre os seus sucessores seja igualitária.
Existem dois tipos de inventários, Inventário Judicial e Inventário
Extrajudicial.

Inventário Extrajudicial é o inventário realizado no cartório, por meio de


escritura pública, desde que todos os envolvidos sejam capazes, concordes e
devidamente representados por advogado.
Não pode haver testamento, caso contrário, o inventário deverá ser realizado
pelas vias judiciais. Este inventário poderá ser realizado em qualquer cartório
de notas, independente do domicílio das partes, do óbito e dos bens.
O Inventário Judicial, por sua vez, é o inventário que ocorre por meio
de processo judicial.

Essa é a modalidade obrigatória de inventários nos casos nos quais houver


menores ou incapazes, discordância quanto à partilha dos bens, algum
envolvido não estiver devidamente representado ou, ainda, quando o falecido
houver deixado testamento.

Havendo testamento, serão abertas duas ações judiciais: uma para reconhecer
o testamento e outra para realizar o processo de inventário em si.

Os regimes de bens e a herança

Comunhão Universal
Se o falecido foi casado no regime de comunhão universal, todos os seus bens e
de seu cônjuge pertencem aos dois, indistintamente.

Para fins de herança, o viúvo terá direito a 50% do patrimônio deixado pelo
falecido, mas não a título de herança, e sim como sua meação.

Esta diferenciação é muito importante. O cônjuge sobrevivente, no regime da


comunhão universal, não é herdeiro, mas sim meeiro, o que significa que ele já
é proprietário de 50% do patrimônio, não havendo o que se falar em herança.

Comunhão Parcial
Se o falecido foi casado em regime de comunhão parcial, será necessário, antes
de tudo, verificar quais são seus bens particulares e quais os seus bens em
comunhão.

Em relação aos bens adquiridos antes do casamento – particulares – o cônjuge


sobrevivente terá participação como herdeiro, juntamente com os
descendentes.

Por outro lado, em relação àqueles bens adquiridos após o casamento, a regra
será exatamente a mesma aplicada à comunhão universal, explicada acima, de
modo que o viúvo (a) permanecerá com 50% deles, a título de meeiro – e não
herdeiro.
Separação Total ou Separação Obrigatória
A separação total é o regime em que o casal, de livre vontade, opta pela
separação de bens, o viúvo é herdeiro e dividirá a herança juntamente com os
descendentes.

Por outro lado, a separação obrigatória é o regime imposto pela lei, de acordo
com algumas situações no momento do casamento. A mais comum é quando
um dos noivos tem mais de 70 anos.

Se o falecido era casado em regime de separação obrigatória, em regra, o viúvo


(a) terá direito à meação, isto é, titularizará 50% do patrimônio adquirido após
o casamento, e, consequentemente, não participará do restante, como
herdeiro.

Inclusive, dissemos “em regra”, porque é necessária a prova do esforço comum


na aquisição do patrimônio. Porém, o esforço comum, neste caso, é quase que
presumido, pois aceita-se não apenas a ajuda financeira, mas também moral e
psicológica.

Desta forma, pode-se afirmar que as regras para a separação obrigatória são
semelhantes àquelas aplicadas à comunhão parcial.

Qual a diferença entre testamento e inventário?


É necessário, antes de tudo, definir o que é testamento e o que
é inventário para explicitar a diferença desses dois institutos.

Testamento pode ser entendido como a manifestação de vontade de uma


pessoa viva acerca do seu patrimônio, ou seja, uma manifestação de vontade
sobre como ela quer dispor do seu patrimônio.

Inventário é a apuração dos bens de uma pessoa após o seu falecimento. Esse
processo é necessário para posterior partilha de bens entre os herdeiros.

Partilha de bens aos Irmãos, sobrinhos, tios, tios-avós e primos


Esses são os principais parentes colaterais considerados herdeiros
facultativos. Se não forem contemplados no testamento, só terão direito à
herança caso não esteja vivo nenhum dos outros familiares listados
acima.

Diferentemente dos herdeiros necessários, os herdeiros facultativos podem ser


excluídos no testamento pela simples vontade do dono do patrimônio.

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