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E Book Disc 23 Saude Da Mulher 1685546579
E Book Disc 23 Saude Da Mulher 1685546579
ACOMPANHANDO OS CICLOS
DE VIDA DAS FAMÍLIAS:
SAÚDE DA MULHER
Brasília – DF
2023
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ACOMPANHANDO OS CICLOS
DE VIDA DAS FAMÍLIAS:
SAÚDE DA MULHER
Brasília – DF
2023
2023 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde:
bvsms.saude.gov.br
Ficha Catalográfica
1. Agentes Comunitários de Saúde. 2. Acompanhando os Ciclos de Vida das Famílias: Saúde da Mulher 3. Atenção integral à saúde da
mulher. I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título.
CDU 614
Bons estudos
LISTA DE FIGURAS
23 - Figura 1 - Número de óbitos maternos no Brasil de 2010 a
2020.
VD - Visita Domiciliar
SUMÁRIO
15 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E
SITUAÇÃO DE SAÚDE DA MULHER NO BRASIL
65 RETROSPECTIVA
67 REFERÊNCIAS
EVOLUÇÃO DA
POLÍTICA NACIONAL
DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE
DA MULHER
A saúde da mulher brasileira
se incorpora às políticas
nacionais de saúde nas
primeiras décadas do século
XX, tendo como base atender
às condições relativas à
gravidez e ao parto.
Nas décadas de 1930, 1950 e 1970, os programas materno-infantis
traduziam uma visão restrita sobre a mulher, baseada em seu papel
de mãe, responsável pela criação, pela educação e pelo cuidado com
a saúde dos filhos e demais familiares, além do seu papel de principal
responsável pelos cuidados domésticos.
8
O Ministério da Saúde também levou em consideração os dados
epidemiológicos e as reivindicações de diversos segmentos sociais
para apresentar os princípios e as diretrizes da Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM). O documento da PNAISM
incorporou, num enfoque de gênero, a integralidade e a promoção da
saúde como princípios norteadores e buscou consolidar os avanços no
aspecto dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da
atenção à saúde da gestante (que também pode ser chamada de
atenção obstétrica), no planejamento reprodutivo, na atenção ao
abortamento inseguro e aos casos de violência doméstica e sexual.
9
Portanto, o gênero é uma construção social, cultural e histórica. Na
maioria das sociedades, as relações de gênero são desiguais. A
desigualdade de gênero limita o acesso aos serviços de saúde de
qualidade e contribui para aumentar as doenças e mortes evitáveis
em mulheres e homens ao longo da vida.
10
A Política de Saúde da Mulher destaca um leque de necessidades da
população feminina, além das questões reprodutivas, e contextualiza
as desigualdades sociais como fatores determinantes no processo de
produção de doenças, queixas e mal-estares das mulheres no Brasil.
PARA REFLETIR:
11
O Pacto pela Saúde lançado em 2006 foi um conjunto de reformas
institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão (União,
Estados e Municípios) que redefiniu as responsabilidades de cada
gestor em função das necessidades de saúde da população e na
busca da equidade social, tendo como base os princípios
constitucionais do SUS. O Pacto pela Vida, um dos componentes do
Pacto pela Saúde, é o compromisso entre os gestores do SUS em
torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de
saúde da população brasileira. A temática Saúde da Mulher se faz
presente no Pacto pela Vida, encontrando-se, claramente, listada no
campo das prioridades: Controle do câncer de colo de útero e de
mama; Redução da mortalidade infantil e materna.
12
Os indicadores do Previne
Brasil já foram estudados
neste Curso. Vamos
relembrar?
13
Indicador Proporção de gestantes com atendimento
3 odontológico realizado.
Indicador
4
Cobertura de exame citopatológico.
14
CARACTERÍSTICAS
SOCIODEMOGRÁFICAS
E A SITUAÇÃO DE
SAÚDE DA MULHER NO
BRASIL
Segundo a Pesquisa Nacional
de Saúde (PNS 2019), qual o
percentual da população com
acesso à saúde?
60,9%
das pessoas eram
69,9%
pretas ou pardas;
17
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
18
A violência doméstica e sexual atinge prioritariamente a população
feminina.
19
Lembre-se bem disto: em qualquer situação,
uma pessoa menor de 14 anos que fica grávida,
por se enquadrar na definição de estupro de
vulnerável, sempre tem direito ao aborto legal.
20
Esses tratamentos estão disponíveis em Unidades de
Saúde ou nos serviços de atendimento de emergência
à violência sexual.
21
PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE
Você sabia?
Durante a pandemia da covid-19, houve um aumento do número de
feminicídios no Brasil. De acordo com os dados do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública - que tem como fonte os boletins de ocorrência das
Polícias Civis das 27 Unidades da Federação - de março de 2020
(quando a OMS declarou pandemia da covid-19) até dezembro 2021,
cerca de 2.451 mulheres foram vítimas de feminicídio no período (FBSP,
2021).
22
Acesse os dados
sobre a Violência
contra Mulheres
em 2021. Clique aqui
ou escaneie o QR
Code.
MORTALIDADE MATERNA
23
A média de mortes de gestantes e puérperas pela covid-19
mais que dobrou em 2021 quando comparadas a 2020. Em
todo o ano de 2020, a média semanal de óbitos de gestantes
e puérperas foi de 10,6. Enquanto em 2021, até julho, a média
semanal foi 44,3 óbitos.
25
Por isso, é importante a identificação precoce das mulheres grávidas
no território e o acompanhamento delas ao longo do pré-natal!
Também é fundamental que elas tenham condições de vida
minimamente favoráveis, como saneamento básico, acesso a uma
alimentação adequada, um ambiente livre de violência, entre outras
questões. Assim sendo, a equipe de saúde precisa ter um olhar do
todo, e o(a) ACS contribui essencialmente para que isso aconteça.
26
AÇÕES ESPECÍFICAS
EM SAÚDE DA MULHER
E O PAPEL DO AGENTE
COMUNITÁRIO DE
SAÚDE
As mulheres são a maioria da
população brasileira e as
principais usuárias do Sistema
Único de Saúde.
Os motivos para as mulheres utilizarem os serviços de saúde são vários,
tanto para o seu próprio atendimento, quanto para acompanharem
crianças, familiares, pessoas idosas, com deficiência, vizinhos e amigos.
Outra característica marcante nas mulheres é que elas são também
cuidadoras, e isso se estende não só às crianças ou familiares, mas,
também, às pessoas da vizinhança e da comunidade.
12
28
Preste atenção na Figura 3. O esquema nela representado ajuda a
compreender melhor a atuação da APS na Atenção à Saúde da Mulher.
29
Facilitar o acesso à consulta, agendar nos horários preferenciais e
realizar visita domiciliar com a equipe de saúde, nos casos necessários,
são ações que podem ajudar na captação desse público e no
fortalecimento de vínculo com a equipe de saúde. As ações para
captação podem ser realizadas durante as visitas domiciliares, na
formação de grupos específicos (grupo de idosos, grupo de gestantes,
grupo de adolescentes, etc) ou na realização de práticas educativas.
30
CICLO DE VIDA DAS MULHERES
31
O(A) ACS deve orientar as famílias que têm meninas, perto da
puberdade, para a chegada da menstruação. Explicar que é
algo normal na vida das mulheres, que não é doença, nem
algo que traga vergonha. Estimule a conversa sobre esse
assunto. Fale da importância da higiene pessoal nesse
período. A jovem deve ser encorajada a aprender a usar
absorventes durante o período menstrual, realizar sua higiene
e registrar informações sobre seu ciclo. As adolescentes
devem ser estimuladas a se responsabilizar pelo seu
autocuidado.
IMPORTANTE:
O(A) ACS deve investigar e orientar as mulheres
sobre alguns incômodos passageiros ou mais
fortes que podem aparecer nessa fase da vida,
tais como ondas de calor (calorões), pele seca
e mudanças no estado de humor (ansiedade,
tristeza, irritabilidade). A maior parte das
manifestações pode e deve ser manejada com
hábitos de vida saudáveis, medidas
comportamentais e autocuidado. Encaminhe
para avaliação da equipe de saúde para uma
avaliação mais detalhada.
32
PRÉ-NATAL
33
Bia, você acompanha muitas gestantes no seu
território? Eu estou preocupada com o
acompanhamento das consultas de pré-natal das
gestantes do meu território, pois não sei o que fazer
para elas alcançarem o número de consultas de
pré-natal preconizadas.
34
CÂNCER DE COLO UTERINO
35
O acesso ao diagnóstico precoce permite o acompanhamento da
doença e o tratamento efetivo das mulheres, de forma que as lesões
sejam passíveis de serem tratadas antes que evoluam para o câncer.
12
36
Inicialmente, o exame deve ser feito uma vez por ano. Se em dois anos
seguidos, o exame apresentar resultado normal, poderá ser repetido a
cada três anos. A eficiência do rastreamento também depende do
seguimento adequado do tratamento das mulheres que apresentam
resultado alterado do exame.
37
Para realização do exame, são necessários
alguns cuidados:
38
• Conhecer a importância da realização da coleta do exame
preventivo para detecção precoce do câncer do colo uterino.
• Realizar o acompanhamento das mulheres que tenham
resultados do exame preventivo alterado, amostras
insatisfatórias e sem anormalidades para o acompanhamento
periódico.
• Incentivar a vacinação de crianças/adolescentes a partir de 9
anos até 14 anos para realizarem 2 doses da vacina contra o
HPV.
CÂNCER DE MAMA
Comportamentais e ambientais:
● Obesidade e sobrepeso após a
menopausa.
● Sedentarismo (não fazer exercícios).
● Consumo de bebida alcoólica.
● Exposição frequente a radiações ionizantes
(raios X, mamografia e tomografia).
39
História reprodutiva/hormonal:
Hereditários e genéticos:
40
Sinais e Sintomas do Câncer de Mama
● Caroço (nódulo) endurecido, fixo e geralmente indolor. É a
principal manifestação da doença, estando presente em mais
de 90% dos casos.
● Alterações no bico do peito (mamilo).
● Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no
pescoço.
● Saída espontânea de líquido de um dos mamilos.
● Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de
laranja.
ATENÇÃO:
Essas alterações
precisam ser
investigadas o
quanto antes, mas
podem não ser
câncer de mama.
41
Rastreamento do Câncer de Mama
No Brasil, a estratégia preconizada para o
rastreamento de câncer de mama é a
mamografia a cada dois anos para
mulheres entre 50 e 69 anos.
42
É importante que as equipes de saúde possam planejar seus
processos de trabalho e adotar estratégias para flexibilizar a agenda
das equipes para as ações de rastreamento, a realização de busca
ativa nos domicílios e espaços comunitários, e a solicitação de
mamografia de rastreamento por parte de médicos(as) e
enfermeiros(as).
43
• Monitoramento dos casos encaminhados para confirmação
diagnóstica e tratamento.
• Identificação das mulheres com resultados positivos à
investigação para vigilância do caso, acompanhamento segundo
recomendação e convocação quando necessário.
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO
44
DIREITOS REPRODUTIVOS DIREITOS SEXUAIS
45
É importante que a mulher possa falar sobre a sua sexualidade.
Junto com outras mulheres, ela pode tirar dúvidas sobre a
forma correta de usar os métodos, falar sobre suas
experiências e incertezas. Isso você, ACS, pode promover,
estimulando na comunidade uma roda de conversa com as
mulheres! Falar sobre a sexualidade ajuda a mulher a se
conhecer e a identificar e prevenir situações de violência
sexual.
Métodos de Barreira Dispositivo Intrauterino (DIU) Métodos hormonais Métodos comportamentais Esterilização
Muco cervical
Gel/geléia espermaticidas
46
Vamos apresentar os tipos de métodos anticoncepcionais, cada um
com suas vantagens e desvantagens, conforme o Quadro 1 a seguir:
47
COMO
MÉTODO VANTAGENS DESVANTAGENS
FUNCIONA
1. Não tem
contraindicação e
não faz mal à
saúde.
Impedem que o
2. Baixo custo.
espermatozoide
3. Quando utilizados
consiga chegar até
corretamente,
o óvulo.
oferecem
Exemplo:
segurança para
preservativo ou 1. Seu uso requer disciplina
evitar gravidez.
camisinha por parte do casal.
4. Tanto a
Métodos de masculina e 2. Muitos casais se
camisinha
barreira feminina, queixam de perda da
masculina quanto
diafragma, géis espontaneidade na
a feminina,
espermaticidas relação sexual.
quando usadas
(produto químico
corretamente,
que destrói os
oferecem
espermatozoides).
proteção contra
as Infecções
Sexualmente
Transmissíveis
(IST).
Para serem
1. Requer
utilizados,
autoconhecimento do
dependem da
corpo e muita atenção e
observação das
disciplina por parte do
mudanças que 1. Não tem
casal.
ocorrem no corpo contraindicação e
2. Baixa proteção para a
da mulher durante não faz mal à
gravidez; altos índices
vários meses (ciclo saúde.
Métodos de falha.
menstrual). 2. Proporciona a
comportamentais 3. Não tem proteção para
Exemplos: participação do
as Infecções
amamentação, homem para
Sexualmente
tabelinha, evitar a gravidez.
Transmissíveis (IST).
temperatura basal, 3. Nenhum custo.
4. Não é recomendado
muco cervical e
para mulheres com ciclo
coito interrompido.
menstrual irregular.
48
COMO
MÉTODO VANTAGENS DESVANTAGENS
FUNCIONA
1. É um direito garantido pelo SUS.
2. A vasectomia é uma cirurgia
mais simples e com menos
riscos do que a ligadura de
Esterilização é trompas.
um método 3. A nova lei em vigor (nº
cirúrgico e 14.433/2022) determina que
1. Não tem proteção
definitivo de homens e mulheres maiores de
para as Infecções
contracepção. 21 anos, OU que tenham, pelo
Sexualmente
No homem, a menos, dois filhos vivos podem
Transmissíveis (IST).
operação é a realizar a laqueadura ou a
2. A escolha desses
Esterilização vasectomia e, vasectomia, desde que
métodos definitivos
masculina e na mulher, é a observado o prazo mínimo de
deve ser uma
feminina ligadura tubária, 60 (sessenta) dias entre a
decisão
chamada manifestação da vontade e o
amadurecida, pois é
também de ato cirúrgico.
um procedimento
laqueadura, 4. Pela nova lei em vigor (nº
cirúrgico e na
amarração ou 14.433/2022), a laqueadura
maioria das vezes
ligação de tubária realizada durante o
irreversível.
trompas. parto será garantida se
observado o prazo mínimo de
60 (sessenta) dias entre a
manifestação da vontade e o
parto bem como as devidas
condições médicas.
49
As indicações da anticoncepção de emergência incluem as seguintes
situações:
IMPORTANTE:
50
● Promover ações educativas e orientações sobre os métodos de
contracepção disponíveis na unidade de saúde e/ou município.
● Orientar sobre as vantagens e desvantagens dos métodos de
contracepção.
● Durante as visitas domiciliares, perguntar para as mulheres
sobre o fluxo menstrual. Caso o fluxo menstrual esteja regular,
o(a) ACS deverá realizar os seguintes questionamentos:
- Qual o método anticoncepcional utilizado no momento? Caso a
mulher responda que não faz uso, é importante identificar o motivo
pelo qual ela não faz uso de nenhum método e orientá-la sobre as
vulnerabilidades. Investigar se a mulher não usa devido ter feito
laqueadura ou o companheiro ter feito vasectomia. Se a resposta de
não estar fazendo o uso de qualquer método contraceptivo não tiver
relação ao procedimento cirúrgico da laqueadura e/ou vasectomia,
o(a) ACS deverá identificar se a mulher está tendo ou teve algum
problema com o método anticoncepcional utilizado. Caso a
resposta seja positiva, identificar qual problema apresentado. É
importante identificar se não seria uma situação para atendimento
na unidade de saúde para que a mulher venha a receber as devidas
orientações/condutas.
- Caso a mulher use anticoncepcional oral ou injetável, identificar
como é feito o uso e em qual o horário. Saber também se ela
esquece de fazer uso do anticoncepcional nos dias e horários
estabelecidos; qual o dia utilizado no mês ou a cada 3 meses para a
administração do injetável. Caso seja necessário, encaminhar a
mulher para atendimento na unidade de saúde.
51
REFLEXÃO:
A comunidade conhece as atividades de planejamento reprodutivo
desenvolvidas pela sua equipe de saúde? Como têm sido desenvolvidas
as atividades educativas relativas ao planejamento reprodutivo? Como
os (as) usuários (as) participam da escolha dos métodos
contraceptivos? Os métodos contraceptivos estão continuamente
disponíveis para os(as) usuários(as) de seu território e/ou município,
pelo SUS?
52
Pessoas com deficiência “são aquelas que têm impedimentos de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva
na sociedade com as demais pessoas (BRASIL, 2009)”.
53
As práticas de saúde pautadas na integralidade compreendem o
atendimento à mulher com deficiência e mobilidade reduzida a
partir de uma percepção ampliada de seu contexto de vida, do
momento em que apresenta determinada demanda, assim como de
suas especificidades e de suas condições enquanto sujeito capaz e
responsável por suas escolhas.
54
REFLEXÃO!
55
● Priorizar as visitas domiciliares para mulheres com quadros graves
de imobilidade, agendando consulta no domicílio, seja de pré-natal
ou consulta puerperal precoce (até o 10º dia).
● Acompanhar as mulheres de seu território que estão em idade fértil,
orientando sobre os métodos contraceptivos e encaminhamento
para atendimento da equipe de saúde.
● Realizar orientações de promoção da saúde das mulheres com
deficiência e mobilidade reduzida, tais como:
-as mulheres idosas, as mulheres adultas, meninas e adolescentes com
deficiência devem ser estimuladas a praticar atividades físicas regulares
de acordo com a aptidão de cada uma. Exercícios físicos aeróbicos,
alongamentos, esportes podem promover diversos benefícios à saúde
física, psicológica e social. Convide-as para participar dos grupos
existentes em seu território;
-prevenção e controle do tabagismo. Identificação de ações e estratégias
para prevenir e/ou reduzir tabagismo, diminuindo dessa forma a
vulnerabilidade e acometimentos relacionados;
-promoção da alimentação saudável dentro do contexto, singularidade e
necessidade de cada mulher;
-prevenção e/ou redução do consumo abusivo de álcool e outras drogas.
Você sabia?
Em decorrência da deficiência, algumas mulheres
poderão ter dificuldades em sentir e identificar os
sintomas de algumas Infecções Sexualmente
Transmissíveis (ISTs), relatar dor, ardor, outros
desconfortos, ou de enxergar lesões e corrimentos.
56
Para isso, é importante que o ACS oriente os cuidadores/familiares para
que tenham a sensibilidade de perceber esses sinais e possam
comunicar aos profissionais de saúde, para identificação precoce de
possíveis infecções e indicação do tratamento adequado.
57
Com a pandemia da covid-19, as desigualdades sociais foram
agravadas, e a saúde mental das mulheres foi especialmente afetada.
Estudos encontraram aumento significativo de estresse, ansiedade,
depressão e estresse pós-traumático em mulheres, em relação aos
homens. As mulheres têm uma prevalência maior de fatores de risco
que foram intensificados durante a pandemia, incluindo sobrecarga
crônica, pela multiplicidade de responsabilidades que recai sobre elas, o
agravamento de transtornos depressivos e ansiosos prévios e a
violência doméstica.
58
Apesar de sua importância, a realização de práticas em saúde mental
na Atenção Primária traz muitas dúvidas, curiosidades e receios aos
profissionais de saúde.
Assim, o(a) ACS deve utilizar a escuta para que o(a) paciente possa
contar e ouvir o seu sofrimento de outra perspectiva, por intermédio de
um interlocutor que apresenta sua disponibilidade e atenção para
ouvir o que ele(a) tem a dizer.
59
A partir dessa aposta, entendemos
que o(a) usuário(a) encontrará
no(a) ACS uma pessoa interessada
por sua vida e em lhe ajudar,
tornando-se possível fortalecer
uma relação de vínculo.
60
Eu acompanho a dona Cláudia e acho que ela
pode estar com algum sofrimento psíquico. O
marido saiu de casa recentemente e desde
então ela vem se isolando dos vizinhos. Estou
até com dificuldades em realizar visita
domiciliar para a família dela, pois ela não
abre a porta. A vizinha me contou que a
Cláudia passa o dia em casa bebendo
cachaça e não se alimenta bem. A última vez
que consegui entrar no domicílio ela
realmente estava com sintomas de
embriaguez e com cheiro de cachaça.
61
Os profissionais de saúde também devem considerar o abuso ou a
dependência de álcool como uma possível causa de sintomas de
ansiedade ou depressão.
62
Veja a seguir algumas
orientações que podem ser
usadas na abordagem às
mulheres usuárias de álcool e
outras drogas na APS.
63
Lembre-se de que as mulheres ainda sofrem mais
preconceito quando apresentam problemas com álcool e
drogas, se comparadas aos homens, por isso o
acolhimento empático e sem julgamento adquire uma
importância ainda maior junto às mulheres.
64
RETROSPECTIVA
Nesta disciplina, foram apresentadas importantes ferramentas que irão
auxiliar você no seu trabalho relacionado, de forma direta ou indireta, à
saúde da mulher, tais como:
• o conhecimento dos processos históricos que resultam nas políticas
atuais;
• as características sociodemográficas;
• a situação de saúde da mulher brasileira;
• além das ações específicas em saúde da mulher com foco no papel
do(a) Agente Comunitário(a) de Saúde (ACS).
Até breve!
66
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. et al. The impact of the COVID-19 pandemic on women’s
mental health. Arch Womens Ment Health, v. 23, n. 6, p. 741-748, Dec.
2020. Doi: 10.1007/s00737-020-01092-2 Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7707813/. Acesso em: 24
mar. 2023.
68
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução
MS/CNS nº 588, de 12 de julho de 2018. Fica instituída a Política Nacional
de Vigilância em Saúde (PNVS), aprovada por meio desta resolução.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF), 2018 ago.
13; Seção 1:87.
https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2018/Reso588_publicada.pdf.
Acesso em: 24 mar. 2023.
69
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Portaria
nº 1.459, DE 24 DE JUNHO DE 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de
Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_201
1.html. Acesso em: 24 mar. 2023.
70
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva, Coordenação Nacional
de DST e Aids. A Política do Ministério da Saúde para atenção integral a
usuários de álcool e outras drogas. Brasília. (Série B. Textos Básicos de
Saúde). 2003:60p. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_atencao_alcool_d
rogas.pdf. Acesso em: 24 mar. 2023.
71
MATERIAL COMPLEMENTAR
Indicação de vídeos:
LEITURA OBRIGATÓRIA
72
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
bvsms.saude.gov.br
74