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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

Prof. Dr. João Sammy Nery de Sousa

RELATÓRIO DO EXPERIMENTO
CROMATOGRAFIA EM PAPEL E EM SÍLICA

Sara Dias Castelo Branco – 20229043550

Ana Beatriz Cardoso Brito – 20229053860

Camile Lorrany Pereira dos Santos Lima – 20229050204

Erica Nicole Castro Silva - 20229051300

TERESINA
2023
RESUMO

A cromatografia em papel é uma técnica analítica simples e eficiente para separar e


identificar componentes de uma amostra. A amostra é aplicada em uma extremidade
do papel e o solvente permite a separação dos componentes em bandas distintas.
Essa técnica é amplamente usada em laboratórios para análises qualitativas e
quantitativas, bem como em pesquisas científicas para identificar e purificar
compostos em áreas como química e farmacologia. A separação de pigmentos
foliares também utiliza a cromatografia em papel para identificar clorofila,
carotenoides e xantofilas nas folhas das plantas. Assim, aplicando a teoria na prática
do laboratório de química orgânica experimental, um experimento foi realizado, em
que os procedimentos de cromatografia no papel foram aplicados na separação de
pigmentos foliares de eucalipto em álcool metílico.

Palavras-chaves: identificar, solvente, eucalipto, pigmentos foliares


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................
MATERIAIS E REAGENTES........................................................................................7
METODOLOGIA...............................................................................................................
RESULTADOS...........................................................................................................11
DISCUSSÃO......................................................................................................................
CONCLUSÃO....................................................................................................................
QUESTIONÁRIO...............................................................................................................
REFERÊNCIAS..................................................................................................................
1 INTRODUÇÃO

A cromatografia é uma técnica poderosa usada em diversas áreas para


separar, identificar e analisar substâncias presentes em uma mistura. Essa técnica
baseia-se nas diferentes afinidades de componentes de uma mistura por duas fases:
uma fase estacionária e uma fase móvel. A fase estacionária é um material sólido ou
líquido imobilizado em uma matriz, enquanto a fase móvel é um líquido ou gás que
percorre a fase estacionária.

Durante o processo de cromatografia, a amostra é aplicada na fase


estacionária e, à medida que a fase móvel passa por essa fase estacionária, os
componentes da amostra são separados com base em suas interações com ambas
as fases. Os componentes que interagem mais com a fase estacionária avançam
mais lentamente, enquanto os que interagem menos avançam mais rapidamente,
resultando em uma separação dos componentes da mistura. (DEGANI, 2009)

Existem vários tipos de cromatografia, como cromatografia em papel,


cromatografia em camada delgada (CCD), cromatografia líquida (HPLC),
cromatografia gasosa (GC), entre outras. Cada tipo é utilizado em diferentes
aplicações e possui vantagens específicas. A cromatografia tem diversas
usabilidades em diferentes áreas, sendo amplamente utilizada em laboratórios para
identificar e quantificar substâncias em uma amostra, na bioquímica para separar e
purificar compostos biológicos, na indústria farmacêutica para analisar matérias-
primas e produtos acabados, na pesquisa científica para estudar a estrutura e
interações de compostos químicos e biomoléculas, na forense para analisar
amostras de cena de crime, e em indústrias para controle de qualidade. (MARTIN, et
al. 1955)

Durante a cromatografia líquida e de papel, os componentes da amostra se


movem pela fase estacionária através de uma combinação de dois processos
principais: adsorção e partição. Alguns componentes são adsorvidos (aderem) à fase
estacionária por interações químicas, como ligações de hidrogênio e forças de Van
der Waals, e outros são dissolvidos na fase móvel e têm afinidade pela fase
estacionária, passando alternadamente entre as duas fases, atrasando sua
progressão na fase móvel.
Nas cromatografias gasosa e líquida, a separação ocorre principalmente por
diferenças na volatilidade e solubilidade dos componentes na fase móvel e
estacionária. A cromatografia é uma ferramenta valiosa para separar e analisar
substâncias em uma mistura, sendo essencial em muitos campos científicos e
industriais, contribuindo para uma melhor compreensão e controle das substâncias
que nos cercam.

O processo de extração com metanol da folha de eucalipto é uma etapa


essencial na preparação de amostras para análise por cromatografia,
especificamente para técnicas como a cromatografia líquida (HPLC) e cromatografia
gasosa (GC). A extração é realizada triturando ou moendo as folhas de eucalipto
para aumentar a área de superfície disponível e, em seguida, colocando-as em
contato com metanol. O metanol, sendo um solvente eficiente, solubiliza os
compostos orgânicos presentes nas folhas e os transfere para a solução metanólica.

Após um período apropriado de extração, o líquido resultante, que contém os


compostos de interesse provenientes das folhas, é filtrado para remover partículas
sólidas indesejadas. O extrato de eucalipto em metanol assim obtido pode ser
utilizado em análises cromatográficas.

Na cromatografia líquida (HPLC), o extrato é injetado diretamente no sistema


cromatográfico e separado em uma coluna estacionária pela fase móvel. Os
compostos se separam com base em suas afinidades com ambas as fases e, após a
separação, são detectados para identificação e quantificação.

Já na cromatografia gasosa (GC), o extrato de eucalipto em metanol pode


passar por derivatização, onde os compostos são convertidos em derivados voláteis
adequados para análise por GC. Em seguida, a amostra é injetada no injetor de GC
e, transportados por um gás de arraste, os compostos são separados na coluna
cromatográfica com base em suas características físico-químicas. Posteriormente,
são detectados para identificação e quantificação.
A revelação de compostos como xantofilas, clorofilas a e b e carotenos em
cromatografia é um processo importante para identificar e quantificar esses
pigmentos presentes nas folhas de eucalipto. Para tal, é comum utilizar a
cromatografia em papel ou a cromatografia em camada delgada (CCD), devido à sua
simplicidade e eficácia nesse tipo de análise. O experimento geralmente envolve a
extração desses compostos da folha de eucalipto com metanol, como mencionado
anteriormente. O extrato metanólico contendo as xantofilas, clorofilas e carotenos é
aplicado em uma tira de papel ou placa de camada delgada, que atua como fase
estacionária.

A ação do iodo no experimento é crucial para revelar os pigmentos separados


na cromatografia. O iodo é utilizado como um reagente de revelação e age como um
indicador visual, tornando mais fácil identificar a posição dos compostos de interesse
após a separação cromatográfica. O iodo tem afinidade pelas xantofilas e carotenos,
formando complexos de cor intensa quando se combinam. Então, ao aplicar uma
solução de iodo sobre a cromatografia, as xantofilas e carotenos reagem com o iodo
e desenvolvem manchas de cores distintas, permitindo a identificação e localização
desses pigmentos na cromatografia.

Por outro lado, as clorofilas a e b não reagem com o iodo. Assim, após a
revelação com iodo, essas clorofilas permanecerão incolores na cromatografia,
permitindo diferenciá-las das xantofilas e carotenos, que terão cores visíveis.

Substâncias como taninos, resinas e outras pigmentações secundárias podem


ser potenciais interferentes no resultado desse processo de cromatografia. Essas
substâncias também podem reagir com o iodo ou causar sobreposição de manchas
na cromatografia, dificultando a identificação específica dos pigmentos de interesse.
(RAVEN, 2007)

Portanto, ao realizar esse tipo de análise cromatográfica nas folhas de


eucalipto, é importante levar em consideração a possibilidade de interferências de
outros compostos presentes, e é recomendado que sejam realizados controles e
análises adicionais para garantir resultados precisos e confiáveis. A escolha
adequada do solvente para extração e a técnica de revelação também podem
contribuir para minimizar essas interferências e melhorar a identificação dos
pigmentos específicos presentes nas folhas do eucalipto.
1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1.1 MATERIAIS E REAGENTES

 Almofariz e pistilo
 Béquer de 250 mL
 Béquer de 50 e de 100 mL
 Cubetas de 100 mL
 Erlenmeyer de 25 mL
 Extrato de eucalipto preparado com mistura Hexano/Metanol (50:1)
 Iodo
 10 Folhas de eucalipto
 Mistura Hexano/Acetato de etila (8:2)
 Mistura Hexano/Etanol (2:1)
 Placas de Petri
 Placa de sílica gel
 Papel de filtro
 Proveta de 100 mL
 Tesoura
2.2 METODOLOGIA
Inicialmente, 10 folhas de eucalipto, com adição de álcool metílico 50:1, foram
maceradas em um almofariz, com uso do pistilo o que deu origem a um líquido
esverdeado, o extrato de eucalipto, como pode ser visto nas figuras abaixo:

Figura 1: maceração das folhas Figura 2: transporte do extrato para o béquer

Fonte: arquivo pessoal, 2023. Fonte: arquivo pessoal, 2023.

Esse líquido foi adicionado a um béquer para se manter conservado, depois


de pronto e com o uso de um capilar, uma gota do extrato de eucalipto foi posta em
uma folha de filtro, ao lado de uma gota do extrato do hexano metanol.
Figura 3: resultado do extrato de eucalipto
Fonte: acervo pessoal, 2023.

Figura 4: folha de filtro (extrato de eucalipto na direita e hexano-metanol na esquerda)

Fonte: acervo pessoal, 2023.

As gotas no papel de filtro serviram como base para as gotas que seriam
feitas no papel de sílica.
Figura 5: gotas de extrato de eucalipto e de hexano-metanol antes de terem contato com iodo.
Na segunda parte do experimento, foi-se adicionado acetato de etila em um
béquer, no nível das gotas do papel de sílica, o qual foi posto dentro do béquer, em
contato com o líquido e junto ao papel de filtro, tal béquer foi fechado com um vidro
de relógio para impedir a evaporação do acetato de etila. Foi-se observada a
mudança e a movimentação dos extratos no papel de sílica, conferindo se efluiu,
após isso, foi retirado e transferido para um pote com iodo e posto na capela por
volta de 10 minutos.
Figura 6: amostras em contato com o iodo

Fonte: acervo pessoal, 2023

Em seguida foi retirado e o resultado das gotas de extrato de eucalipto e de


hexano metanol foram observadas.
Figura 7: resultado dos papéis após 10 minutos.
3 RESULTADOS

SUBSTÂNCIAS Rf = ds/dm FATOR DE RETENÇÃO


Rf (Clorofila B) 6.8/7 cm 0.95 cm
Rf (Clorofila A) 5.6/7 cm 0.77 cm
Rf (Xantofila) 5/7 cm 0.68 cm
Rf (Caroteno) 3.3/6 cm 0.48 cmz
4 DISCUSSÃO

A etapa inicial do experimento compreendeu a preparação do extrato de


eucalipto mediante a maceração de 10 folhas de eucalipto em álcool metílico. O
líquido resultante, de coloração esverdeada, foi cuidadosamente acondicionado em
um béquer para fins de conservação. Em sequência, uma gota desse extrato foi
criteriosamente aplicada ao lado de uma gota do extrato de hexano metanol em uma
folha de filtro, servindo como referência para as gotas que seriam subsequentemente
aplicadas ao papel de sílica.

É imperativo destacar que essa fase inaugural assume um papel primordial


para o êxito da cromatografia, haja vista que o extrato líquido abriga uma complexa
mistura de compostos que serão separados em etapas subsequentes. Cada
substância presente nos diferentes extratos manifesta distintas afinidades com a
fase móvel (eluinte) e a fase estacionária (papel ou sílica), resultando em migrações
distintas durante o processo (PAVIA, 2009).

Na segunda etapa deste experimento, o papel de sílica foi colocado em


contato com o líquido acetato de etila, o qual desempenhou a função de fase móvel.
A fim de evitar a evaporação do acetato de etila e garantir a ocorrência adequada da
cromatografia, o béquer foi hermeticamente fechado mediante a utilização de um
vidro de relógio. A interação entre as substâncias contidas nos extratos e o acetato
de etila exerceu um papel determinante na movimentação das manchas no papel de
sílica.

No decorrer do processo de cromatografia, as substâncias contidas nos


extratos estabelecem interações com a fase estacionária (sílica) e a fase móvel
(acetato de etila). Substâncias com maior afinidade pelo solvente (acetato de etila)
exibem uma migração mais rápida, enquanto aquelas com maior afinidade pela fase
estacionária (sílica) permanecem mais próximas do ponto de aplicação (PAVIA,
2009).

Após a conclusão da cromatografia, o papel de sílica é cuidadosamente


removido e transferido para um recipiente contendo iodo. O iodo é frequentemente
empregado como um agente revelador em cromatografia, uma vez que reage com
substâncias específicas, proporcionando uma coloração característica. A exposição
do papel de sílica ao iodo possibilita a visualização dos pontos de eluição e das
manchas correspondentes às diferentes substâncias presentes nos extratos
(MARQUES, 2007).
Cumpre salientar que a cromatografia em papel e em sílica representa uma
técnica qualitativa, ou seja, ela fornece informações acerca da presença e identidade
das substâncias, porém não possibilita a quantificação da quantidade de cada
componente presente nos extratos. Caso sejam necessárias informações
quantitativas, outras técnicas analíticas mais apropriadas deverão ser empregadas
(MORRISON, et al. 1996)
5 CONCLUSÃO

Em síntese, o processo experimental de cromatografia em papel e sílica


desempenha um papel fundamental na separação e identificação de diversos
compostos presentes em extratos de eucalipto. A preparação meticulosa do extrato
líquido é essencial para o sucesso desse método, pois ele contém uma combinação
complexa de substâncias que serão separadas nas próximas etapas. A interação
das substâncias com a fase estacionária (sílica) e a fase móvel (acetato de etila)
durante a cromatografia determina a migração das manchas no papel de sílica,
possibilitando a visualização das diferentes substâncias presentes. No entanto, é
importante destacar que a cromatografia em papel e sílica é uma abordagem
qualitativa, ou seja, ela fornece informações sobre a presença e identidade das
substâncias, mas não permite a quantificação dos componentes presentes nos
extratos. Caso haja necessidade de informações quantitativas, outras técnicas
analíticas mais adequadas devem ser empregadas. Em resumo, a cromatografia em
papel e sílica representa uma metodologia valiosa para análises qualitativas de
misturas complexas de compostos, proporcionando informações importantes para
pesquisas nas áreas de química e farmacologia de substâncias naturais, como o
eucalipto.
6 QUESTIONÁRIO

6.1 QUESTIONÁRIO Nº 06: CROMATOGRAFIA EM SÍLICA

1. Pesquisar estruturas das clorofilas a e b, xantofilas e carotenos:


- Clorofila a: A clorofila a é um pigmento verde essencial para o processo de
fotossíntese nas plantas e em algumas bactérias. Sua estrutura química é composta
por um complexo porfirínico central (anel tetrapirrólico) com um íon de magnésio
(Mg2+) no centro. Possui uma cadeia hidrocarbonada denominada fitol, que âncora a
molécula nas membranas dos tilacoides dos cloroplastos.

- Clorofila b: A clorofila b também é um pigmento verde presente em plantas e em


algumas algas. Sua estrutura é bastante similar à clorofila a, diferindo apenas em um
grupo funcional na extremidade da molécula. A presença de clorofila b amplia o
espectro de absorção da luz e complementa a absorção realizada pela clorofila a.

- Xantofilas: As xantofilas são pigmentos carotenoides responsáveis pelas cores


amarelas e alaranjadas em plantas e outros organismos fotossintéticos. Sua
estrutura é composta por uma cadeia poli-isoprênica conjugada, que absorve
comprimentos de onda específicos da luz.

- Carotenos: Os carotenos são pigmentos lipossolúveis e também pertencem ao


grupo dos carotenoides. Eles são responsáveis pelas cores amarelas, alaranjadas e
vermelhas em muitos vegetais. A estrutura básica dos carotenos é uma longa cadeia
poli-isoprênica conjugada.

2. Qual é o estado físico da fase móvel e da fase estacionária na


cromatografia em camada delgada (CCD)?
- Fase móvel: A fase móvel é um líquido, e geralmente é uma mistura de solventes
orgânicos ou uma solução que contém os compostos a serem separados. Ela é
chamada de "móvel" porque se desloca ao longo da fase estacionária.

- Fase estacionária: A fase estacionária é uma fina camada de adsorvente sólido,


como a sílica gel ou a alumina, que é depositada sobre uma placa de suporte,
geralmente feita de vidro ou alumínio. Essa fase é chamada de "estacionária" porque
permanece fixa na placa enquanto a fase móvel se move através dela.

3. Qual é o mecanismo de separação da cromatografia em camada


delgada de sílica gel?

A cromatografia em camada delgada (CCD) baseia-se no princípio da separação dos


componentes de uma mistura com base em suas afinidades distintas pela fase
estacionária (sílica gel) e pela fase móvel (solvente). O processo de separação
envolve dois principais mecanismos:

- Adsorção: A fase estacionária, que é a sílica gel, possui grupos funcionais em sua
superfície que têm afinidade por certos compostos da amostra. Quando a amostra é
aplicada na placa, esses compostos são adsorvidos pela sílica gel. A força de
adsorção varia para diferentes compostos, resultando em taxas de migração
distintas.

- Eluição: À medida que a fase móvel (solvente) se move através da fase


estacionária, os compostos adsorvidos pela sílica gel são eluídos a taxas diferentes.
Os compostos com maior afinidade pela fase móvel se movem mais rapidamente,
enquanto os com maior afinidade pela fase estacionária se movem mais lentamente.
Essas diferenças nas taxas de migração levam à separação dos compostos
presentes na amostra à medida que eles formam manchas distintas na placa de
sílica gel.

4. Com que finalidade a solução de pigmentos é lavada com água?


A lavagem da solução de pigmentos com água tem como objetivo remover
impurezas e outras substâncias não desejadas que possam estar presentes na
amostra. Essas impurezas podem afetar a precisão e a qualidade da análise
cromatográfica, interferindo nos resultados da separação dos pigmentos.

Ao lavar a solução com água, as impurezas solúveis em água são removidas,


permitindo que apenas os pigmentos desejados permaneçam na amostra. Dessa
forma, a análise cromatográfica torna-se mais confiável e precisa.
5. Por que o sulfato de sódio anidro é adicionado à solução de
pigmentos?

O sulfato de sódio anidro é frequentemente adicionado à solução de pigmentos


antes da cromatografia para remover qualquer traço de umidade presente na
amostra. A água pode interferir no processo de separação, afetando a migração dos
pigmentos ao longo da fase estacionária.

O sulfato de sódio anidro é um agente dessecante, ou seja, tem a capacidade de


absorver a umidade do ambiente, tornando a amostra livre de água. Eliminando a
água da amostra, evita-se problemas como a formação de manchas irregulares ou a
migração inadequada dos pigmentos na cromatografia em camada delgada.

6. Que se entende por fator de retenção (Rf)?

O fator de retenção (Rf) é uma medida utilizada na cromatografia em camada


delgada (CCD) para descrever a taxa de migração de um composto em relação à
fase móvel. Ele é calculado dividindo a distância percorrida pelo composto pela
distância percorrida pela fase móvel, a partir do ponto de aplicação na placa.

A fórmula para calcular o Rf é a seguinte:

Rf = Distância percorrida pelo composto / Distância percorrida pela fase móvel

O Rf é uma constante para uma determinada combinação de fase móvel e fase


estacionária. Ele é usado para identificar e caracterizar os compostos presentes na
amostra, pois cada substância possui um Rf característico sob condições específicas
de cromatografia. Comparando o Rf de um composto com o de padrões conhecidos,
é possível realizar a identificação qualitativa dos componentes da amostra.

6.2 QUESTIONÁRIO Nº 07: CROMATOGRAFIA EM PAPEL


1. Pesquisar a estrutura das clorofilas e carotenos e justificar a cor
observada para estas substâncias:
As clorofilas são pigmentos presentes nas plantas e são responsáveis pela cor verde
das folhas. Sua estrutura consiste em uma porfirina central, contendo um átomo de
magnésio, e uma cauda hidrofóbica. Os carotenoides são pigmentos encontrados
em diversos organismos e apresentam uma cadeia de
hidrocarbonetos conjugados. A cor observada para as clorofilas é verde, devido à
absorção de luz nas regiões do azul e vermelho do espectro e reflexão da luz verde.
Já os carotenoides podem ter cores variadas, como laranja e amarelo, devido à
extensão da conjugação dos duplos ligamentos, que afeta a absorção da luz em
diferentes comprimentos de onda.
2. Qual é o estado físico da fase móvel e da fase estacionária na
cromatografia em papel?
Na cromatografia em papel, a fase móvel é líquida, sendo o solvente utilizado para
permitir a migração dos componentes da amostra ao longo do papel. Já a fase
estacionária é sólida e consiste no papel de cromatografia, onde os componentes da
amostra interagem e se separam com base na diferença de afinidade pelo papel e
pelo solvente.
3. Qual é o mecanismo de separação da cromatografia em papel?
O mecanismo de separação da cromatografia em papel é baseado na diferença de
afinidade dos componentes da amostra pela fase móvel (solvente) e a fase
estacionária (papel). Quando a amostra é aplicada no papel e o solvente é permitido
a migrar, ocorre a separação dos componentes em bandas distintas ao longo do
papel. Os componentes mais solúveis no solvente se deslocam mais rapidamente,
enquanto os menos solúveis permanecem mais próximos da posição inicial.
4. Como se define o Rf (fator ou tempo de retenção)?
O Rf (fator ou tempo de retenção) é uma relação utilizada na cromatografia para
quantificar a separação dos componentes da amostra. É calculado dividindo a
distância percorrida pelo componente no papel pela distância percorrida pelo
solvente (fase móvel). A fórmula é: Rf = distância percorrida pelo componente /
distância percorrida pelo solvente. O valor do Rf é sempre menor ou igual a 1 e é
específico para cada componente da amostra, sendo útil para identificar e
caracterizar os compostos presentes na amostra.
5. Com base na estrutura molecular, explicar a ordem de Rf observada
para as clorofilas a, b e carotenos na cromatografia em papel.
 Clorofila a (Rf = 0,77): A clorofila a é uma molécula que possui uma estrutura
mais polar devido à presença de grupos funcionais carboxila e porfirina. Esses
grupos polares interagem mais fortemente com a fase estacionária (papel) e
têm menor afinidade pela fase móvel (solvente). Portanto, a clorofila a tem
uma menor mobilidade e, consequentemente, um Rf menor.

 Clorofila b (Rf = 0,95): A clorofila b também é uma molécula polar e


semelhante à clorofila a em estrutura, mas possui algumas diferenças na
composição química. Ela é ligeiramente mais polar que os carotenos, mas
menos polar que a clorofila a. Isso resulta em uma mobilidade intermediária
na cromatografia, resultando em um valor de Rf maior do que a clorofila a,
mas menor do que os carotenos.

 Carotenos (Rf = 0,48): Os carotenos são compostos apolares, ou seja,


possuem uma estrutura predominantemente não polar, consistindo
principalmente de cadeias de hidrocarbonetos. Essa natureza apolar faz com
que os carotenos interajam menos com a fase estacionária (papel) e,
portanto, tenham uma maior afinidade pela fase móvel (solvente).
Consequentemente, os carotenos exibem maior mobilidade na cromatografia,
resultando em um valor de Rf mais alto em comparação com as clorofilas a e
b.
7 REFERÊNCIAS:
Borges, C. P. F.; Marques, J. A. Práticas de Química Orgânica. Editora Átomo,
Campinas-SP, 2007.

DEGANI, A. L. G.; CASS, Q. B.; VIEIRA, P. C. Cromatografia: um breve ensaio.


2009.

Engel, R. G.; Kriz, G. S.; Lampman, G. M.; Pavia, D. Química Orgânica


Experimental, Técnicas em escala pequena. Bookman, Segunda Edição, Porto
Alegre-RS, 2009.

MARTIN, A. J. P.; DENT, C. E.; RONCHETTA, W. Cromatografia. Roma: Il Pensiero


Scientifico, 1955.

Morrison, R.; Boyd, R. Química Orgânica, Fundação Calouste Gulbenkian, 13ª


Edição, Lisboa, 1996.

Raven, P. H., Evert, R. F., Eichhorn, S. E., Kraus, J. E., Vieira, A. C. d. M., Castro, N. 
M. d. (2007). Biologia vegetal. Brasil: Guanabara Koogan.

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