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PROCESSO DE DIGESTÃO

PROCESSO
DE DIGESTÃO

FISIOLOGIA GASTROINTESTINAL 1
PROCESSO DE DIGESTÃO

PROCESSO
DE DIGESTÃO

CONTEÚDO: ADA CORDEIRO


CURADORIA: DANIELA CARVALHO

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PROCESSO DE DIGESTÃO

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4

DIGESTÃO MECÂNICA .................................................................................. 4

CARBOIDRATOS ............................................................................................ 4

Características gerais .............................................................................................. 4

Digestão dos carboidratos ...................................................................................... 5

PROTEÍNAS ..................................................................................................... 7

Características gerais ....................................... ...................................................... 7

Digestão das proteínas ........................................................................................... 8

LIPÍDIOS ........................................................................................................... 9

Considerações gerais .............................................................................................. 9

Digestão dos lipídios ............................................................................................ 10

Referências..................................................................................................... 12

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PROCESSO DE DIGESTÃO

INTRODUÇÃO aumentando a superfície de contato para ação


de enzimas presentes em muitas secreções ao
O processo de digestão consiste na conversão longo do TGI, impulsionando, portanto, a ação
fisicoquímica de alimentos provenientes da di- delas. A saliva possui papel fundamental nesse
eta, ao longo do trato gastrointestinal, em mo- processo, pois umidifica essas partículas, faci-
léculas capazes de serem absorvidas pelo orga- litando sua mastigação e deglutição. Além
nismo. Ele possui um componente mecânico, disso, a saliva distribui o alimento por toda a
representado principalmente pela mastigação, superfície da língua, potencializando o pala-
e químico, mediado por enzimas presentes na dar, e tem efeito antibacteriano, já que con-
saliva e nos sucos gástrico, pancreático e enté- tém lisozima.
rico. Essas enzimas são capazes de catalisar re-
ações químicas em cada tipo de macromolé-
cula presente nos alimentos – carboidratos,
proteínas e lipídios – para liberação de seus
A hidrólise é uma reação química
monômeros e posterior absorção deles pelo
epitélio do trato digestivo. Esses monômeros de clivagem de macromoléculas –
são essenciais ao corpo, pois exercem funções proteínas, carboidratos e lipídios
energéticas e estruturais. – em seus monômeros na pre-
sença de água, sendo mediada
A digestão tem início na boca, local em que o
alimento é triturado e umidificado pela saliva por enzimas denominadas hidro-
e, então, transformado no bolo alimentar. Este lases. Essas reações consistem na
é deglutido e encaminha-se pelo esôfago até o quebra de ligações químicas co-
estômago, onde sofre transformação pelo valentes, havendo consumo de
suco gástrico, sendo convertido em quimo, o moléculas de H2O.
qual possui pH ácido. O quimo é conduzido,
pois, para o intestino delgado. Neste, o quimo
sofre ação da bile e dos sucos pancreático e in-
testinal, ganhando características alcalinas e
passando a ser chamado de quilo. O quilo é di-
CARBOIDRATOS
rigido, então, para o intestino grosso, onde é
transformado na massa fecal a ser excretada Características gerais
pelo organismo.
Os carboidratos, também chamados de sacarí-
DIGESTÃO MECÂNICA deos ou hidratos de carbono, são moléculas
orgânicas que exercem diversas funções no or-
A digestão mecânica ocorre na boca, a partir
ganismo humano, servindo de fonte de ener-
da ação dos dentes e da língua sobre o ali-
gia para o metabolismo corporal, armazena-
mento. Ela promove a quebra dos componen-
mento energético (glicogênio) e componente
tes alimentares em partículas menores,

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de estruturas celulares (ribose e desoxirribose, Por causa disso, a celulose, presente em vege-
por exemplo). Eles podem ser classificados de tais folhosos, funciona como fibra alimentar,
acordo com o número de carbonos que con- auxiliando a motricidade intestinal por aumen-
têm, de modo a compor as unidades de mo- tar o volume e a hidratação das fezes. Além
nossacarídeos, os monômeros dos carboidra- disso, essa fibra pode ser degrada por algumas
tos. Além disso, podem ser classificados de bactérias do cólon, gerando ácidos graxos de
acordo com a quantidade de monômeros que cadeia curta que servem de energia para os co-
os formam em dissacarídeos (2 unidades de lonócitos.
monômeros), oligossacarídeos (de 3 até 10
unidades de monossacarídeos) e polissacarí-
deos (mais de 10 unidades de monossacarí-
deos).

Para formar dissacarídeos, oligossacarídeos e


polissacarídeos, os monossacarídeos ligam-se
mediante ligações glicosídicas, as quais rece-
bem denominação de acordo com a posição do
grupo hidroxila do carbono anômero envol-
vido na ligação e com o número dos carbonos
envolvidos nela. A hidrólise, reação química
Carboidratos. Silverthorn, Fisiologia Humana, 7ed.
essencial na digestão, rompe essas ligações
para liberar os monômeros. Digestão dos carboidratos

Os monômeros de carboidrato com função nu- A digestão dos carboidratos ocorre em dois lo-
tricional são a glicose, a frutose e a galactose. cais principais: boca e intestino delgado.
Eles combinam-se para formar dissacarídeos Neste, o processo ocorre dentro do lúmen, por
que compõem muitos alimentos, como lactose ação das amilases salivar e pancreática, e, pos-
(glicose e galactose), maltose (dois monôme- teriormente, na membrana da borda em es-
ros de glicose) e sacarose (glicose e frutose). cova, por ação de hidrolases aí presentes.

Nos vegetais, a reserva energética ocorre prin- A digestão salivar ocorre na boca e é mediada
cipalmente sob a forma de amido, um polissa- pela amilase salivar, uma enzima secretada pe-
carídeo formado por amilose (cadeia linear) e las glândulas salivares capaz de degradar a
amilopectina (cadeia ramificada). O organismo amilose presente no amido. Ela não é essencial
humano é capaz de digerir o amido, sendo ele para a digestão normal em adultos saudáveis,
um dos componentes mais importantes dos visto que o suco pancreático contém amilase
alimentos. A celulose, no entanto, também um em quantidade suficiente para compensar a
carboidrato vegetal, não é digerida pelos ma- sua falta. Em bebês e em indivíduos com insu-
míferos, já que eles não possuem a enzima ce- ficiência pancreática, entretanto, a amilase
lulase, responsável por degradar a celulose.

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salivar exerce um importante papel na diges- somente ligações α-1,4 internas presentes nas
tão do amido. moléculas de carboidratos, tendo como produ-
tos da hidrólise a maltose (dímero de glicose),
a maltriose (trímero de glicose) e as dextrinas
α-limites (estruturas simples derivadas dos
Por meio de sinais neuro- pontos de ramificação da amilopectina). Como
os enterócitos não são capazes de absorver es-
humorais para as glândulas
sas moléculas, é necessária uma etapa a mais
salivares, a ingestão de
na digestão dos carboidratos para que monos-
carboidratos impulsiona a
sacarídeos sejam produzidos. Essa etapa adici-
secreção de amilase salivar.
onal ocorre na borda em escova dos enteróci-
tos, sendo mediada pelas sacaridases de mem-
brana.
A amilase salivar promove a quebra do amido
em maltose (dissacarídeo) em um ambiente de A mucosa do intestino delgado possui proje-
pH neutro ou levemente básico. Como o ções digitiformes do epitélio e da lâmina pró-
tempo de permanência do bolo alimentar na pria voltadas para o lúmen, as quais aumen-
boca é curto, a amilase salivar tem pouco tam a superfície de contato do epitélio com o
tempo de atuação sobre os polissacarídeos an- conteúdo luminal, impulsionando a eficiência
tes de ser inativada pelo pH ácido do estô- da digestão e da absorção nesse órgão. Além
mago, sendo responsável, portanto, pela di- disso, os enterócitos apresentam microvilosi-
gestão incompleta do amido. Quando o bolo dades, projeções da membrana celular, que
alimentar chega ao estômago, a digestão de formam a borda em escova. É nesta que estão
carboidratos pela amilase salivar é interrom- presentes as enzimas capazes de hidrolisar oli-
pida. gossacarídeos em monossacarídeos.

Ao passar do estômago para o intestino del- Há três tipos de oligossacaridades presentes


gado, o quimo – como é chamado o bolo ali- na borda em escova: lactase, maltase e saca-
mentar após sair do estômago em direção ao rose-isomaltase. A lactase possui como subs-
intestino – recebe suco pancreático, bile e suco trato a lactose, quebrando-a em galactose e
entérico, os quais possuem bicarbonato e, glicose. As outras duas oligossacaridades cli-
consequentemente, alcalinizam o material e vam a maltose, maltotriose e as dextrinas α-li-
tornam o ambiente ótimo para ação da ami- mites em monossacarídeos diversos. Essas en-
lase salivar restante e das enzimas pancreáti- zimas distribuem-se de forma variada pelo in-
cas e entéricas. testino delgado, estando presentes em maior
quantidade na região proximal do jejuno. A
Já no intestino delgado, a amilase pancreática partir dessas reações ocorridas na membrana
conclui a digestão do amido iniciada pela ami-
lase salivar. Contudo, ela é capaz de hidrolisar

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da borda em escova (MBE), são formados mo-


nômeros de carboidratos passíveis de absor-
ção pelo intestino.
A atividade da enzima lactase di-
minui de forma acentuada após o
desmame, especialmente em in-
divíduos não caucasianos. Uma
deficiência dessa enzima impossi-
bilita a clivagem da lactose em
glicose e galactose, de forma que
a lactose não pode ser absorvida
pelo organismo. Ela fica, por-
tanto, presente no lúmen intesti-
nal, sendo metabolizada por bac-
térias colônicas a ácidos graxos,
CO2 e H2. A produção dessas
substâncias leva à diversos sinto-
mas gastrointestinais, como diar-
reia, cólicas e gases, comuns em
indivíduos intolerantes à lactose
após ingestão de alimentos que a
contêm.
Digestão dos carboidratos. Ferrier, Bioquímica Ilus-
trada, 7ed.

PROTEÍNAS
Elas são constituídas por aminoácidos, os quais
Características gerais se unem por ligações peptídicas para formar as
macromoléculas. Existem 20 aminoácidos pas-
As proteínas são macromoléculas fundamen- síveis de compor proteínas humanas, sendo
tais no organismo humano e exercem diversas classificados em não essenciais e essenciais. Os
funções, como transporte de substâncias (al- não essenciais são produzidos pelo corpo a
bumina e hemoglobina), neurotransmissão partir da transcrição de trincas de nucleotídeos
(adrenalina, acetilcolina), defesa (imunoglobu- em RNAm. Já os essenciais são obtidos exclusi-
linas), sinalização celular, catalisação de rea- vamente a partir da dieta, podendo ser de ori-
ções metabólicas (enzimas) e contração mus- gem vegetal (feijão, lentilha) ou animal (carne,
cular.

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ovos). São 9 os aminoácidos essenciais: valina,


leucina, isoleucina, fenilalanina, triptofano,
treonina, metionina, lisina e histidina.
Indivíduos com anemia
As proteínas podem assumir quatro níveis es- perniciosa ou que realizaram
truturais, sendo a estrutura primária formada gastrectomia total não
pela sequência de aminoácidos. Essas sequên- apresentam comprometimento
cias de aminoácidos organizam-se em arranjos da digestão de proteínas!
específicos e progressivos até formar a estru-
tura tridimensional quaternária, a qual deter-
mina a função da proteína.
No estômago, o bolo alimentar é transformado
Digestão das proteínas em quimo, que é encaminhado para o intes-
tino delgado, local em que ocorre a maior
A digestão das proteínas tem início no estô- parte da proteólise. Ao chegar nesse órgão, é
mago, sob ação da enzima pepsina. A partir de estimulada a secreção de secretina e de cole-
estímulos neuro-hormonais, as glândulas esto- cistoquinina, as quais, dentre outras coisas,
macais secretam HCl e pepsinogênio quando o promovem a secreção de suco pancreático
bolo alimentar é encaminhado para o estô- pelo pâncreas. A liberação do suco pancreático
mago. no intestino delgado eleva o pH do quimo, tor-
nando-o alcalino. O aumento do pH inativa a
O pepsinogênio é uma pró-enzima secretada pepsina, porém torna o ambiente adequado
pelas células gástricas principais. A conversão para a ação das enzimas proteolíticas presen-
dele em pepsina, sua forma ativa, é depen- tes no suco pancreático.
dente da secreção de HCl, já que ocorre apenas
em ambiente com pH ácido. Essa dependência O suco pancreático contém cinco importantes
de pH ácido para exercer atividade proteolítica enzimas responsáveis pela digestão de proteí-
é importante para manter a integridade do nas, as quais são secretadas como as proenzi-
epitélio estomacal, uma vez que, caso a pro- mas tripsinogênio, quimiotripsinogênio, proe-
tease fosse armazenada nas células já na sua lastase, procarboxipeptidase A e procarboxie-
forma ativa, promoveria a degradação das pro- ptidase B. A secreção dessas enzimas na sua
teínas celulares. forma inativa é importante para evitar a auto-
digestão do pâncreas, órgão que as produz.
A pepsina é uma endopeptidase específica
para ligações peptídicas de aminoácidos aro- A ativação dessas proenzimas começa com a
máticos e aminoácidos neutros, formando clivagem do hexapeptídeo N-terminal do trip-
como produtos peptídeos grandes e incapazes sinogênio pela enteropeptidase, enzima pre-
de absorção. Devido a isso, a hidrólise de pro- sente na membrana da borda em escova do in-
teínas no estômago é considerada incompleta. testino delgado. Isso converte o tripsinogênio
em tripsina, sua forma ativa. A tripsina, então,

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ativa as outras proenzimas pancreáticas, bem proximidade da membrana apical dos enteró-
como as moléculas adicionais de tripsina. citos, impulsionando sua absorção.

As enzimas ativas tripsina, quimiotripsina e Ademais, os oligopeptídeos que são absorvi-


elastase clivam peptídeos grandes em peptí- dos ainda são hidrolisados por peptidases pre-
deos menores com aminoácidos neutros ou sentes no citoplasma dos enterócitos, trans-
básicos em seus C-terminais. Após isso, as car- formando-os em aminoácidos.
boxipeptidases A e B são clivados em peptí-
deos menores neutros ou básicos, respectiva- LIPÍDIOS
mente. Ao final da digestão luminal, as proteí-
Considerações gerais
nas da dieta foram transformadas apenas 30%
em aminoácidos, estando o restante na forma Os lipídios são macromoléculas orgânicas inso-
de oligopeptídeos. lúveis em água. Eles são, em sua maioria, sin-
tetizados pelo organismo humano, sendo ne-
cessária, portanto, uma pequena quantidade
proveniente da dieta. Dentre os lipídios obti-
dos da dieta, destacam-se os triglicerídeos de
cadeia longa (formados por 3 moléculas de áci-
dos graxos e uma molécula de glicerol), os áci-
dos graxos essenciais e as vitaminas lipossolú-
veis K, E, D e A.

Os lipídios são os principais


Ativação das proenzimas pancreáticas. Hershe, Fisiolo- nutrientes responsáveis pela
gia Médica: uma abordagem integrada, 1 ed.
sensação de saciedade após
Embora alguns oligopeptídeos possam ser ab- alimentação.
sorvidos nessa forma, muitos precisam de pro-
teólise adicional por hidrolases (enteropepti-
dases) presentes na borda em escova. Como os
substratos são diversos, existem uma grande Essas substâncias podem ser classificadas
quantidade de endopeptidases e ectopeptida- quanto à sua complexidade em simples (cerí-
ses nas vilosidades intestinais, como dipeptidi- deos e glicerídeos), compostos (fosfoglicerí-
laminopeptidase e amino-oligopeptidase. A deos) e derivados (esteroides). Os glicerídeos
atividade delas produz aminoácidos livres na são formados por ácido graxo e glicerol, e os
lipídios compostos são formados por ácido

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graxo, glicerol e outra sustância qualquer (fós- de cofatores enzimáticos, protetores mecâni-
foro, por exemplo). cos, isolantes térmicos, precursores de hormô-
nios e componentes das membranas celulares.
Além disso, os lipídios podem ser classificados Como são insolúveis em água, eles encontram-
quanto à presença de insaturações na sua ca- se no organismo em compartimentos ou em
deia lateral em saturados e insaturados. Os li- associação a macromoléculas solúveis, como
pídios saturados são chamados popularmente as lipoproteínas.
de “gordura ruim”, pois seu consumo em ex-
cesso está associado a doenças cardiovascula- Digestão dos lipídios
res. Normalmente, eles estão presentes em
alimentos processados. Já os lipídios insatura- A digestão química das macromoléculas lipídi-
dos são conhecidos como “gordura boa”, es- cas tem início no estômago, por ação dos mo-
tando presentes em oleaginosas, abacate e vimentos peristálticos e da lipase gástrica.
carne magra. Eles estão associados à proteção Como a saliva não contém lipases, o papel da
cardiovascular. mastigação na digestão dos lipídios é a quebra
dessas macromoléculas em partículas meno-
Os lipídios, além de serem importante fonte res, mais adequadas à ação das hidrolases lipí-
energética para o organismo, exercem função dicas.

Digestão dos lipídios. Ferrier, Bioquímica Ilustrada, 7ed.

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No estômago, os movimentos peristálticos interior do intestino delgado, sob estímulo da


desse órgão são responsáveis por dispersar tri- colescitocinina, a qual é liberada quando as
glicerídeos e fosfolipídios em uma emulsão gorduras estão presentes no lúmen intestinal.
fina, em que é mais fácil de a lipase gástrica
agir. Esta enzima age em pH ácido e é resis- O suco pancreático contém lipase, que de-
tente à ação da pepsina. Ela liga-se à superfície grada os lipídios em ácidos graxos e monogli-
dos triacilgliceróis e libera apenas um único cerídeos, moléculas facilmente absorvíveis pe-
ácido graxo, deixando, portanto, diacilgliceróis los enterócitos. Essa enzima, diferentemente
intactos. Ademais, o ácido graxo liberado, de- da lipase gástrica, tem boa atividade em pH bá-
vido ao baixo pH, torna-se protonado, mo- sico. Porém, assim como a lipase que age no
vendo-se para o centro das gotículas lipídicas, estômago, a lipase pancreática é inibida pelos
longe do alcance das lipases. Por causa disso, a ácidos biliares, o que bloquearia sua ação, caso
lipólise gástrica é incompleta, não sendo capaz não houvesse colipase no lúmen. As células
de gerar produtos facilmente absorvíveis. No acinares secretam a procolipase, o precursor
intestino delgado, entretanto, a digestão é da colipase que é ativado por degradação pro-
completa. Como o pH nesse local é alcalino, os teolítica no lúmen intestinal. A colipase é res-
ácidos graxos que foram ionizados no estô- ponsável por ancorar a lipase pancreática à go-
mago movem-se para fora nas gotículas. tícula de lipídio, impedindo o deslocamento
que os sais biliares causariam.

Outras lipases presentes no suco pancreático


são a fosfolipase A, que degrada fosfolipídios
da dieta, e a colesterol esterase, que degrada
Em neonatos, a secreção da li-
ésteres de colesterol e das vitaminas A, D e E.
pase gástrica já está bem estabe- A colesterol esterase é capaz, ainda, de digerir
lecida, ao contrário da lipase pan- por completo os triglicerídeos, já que conse-
creática. Sendo assim, a lipólise gue hidrolisar o ácido graxo na posição 2, ação
gástrica é importante nessa faixa não realizada pelas lipases gástrica e pancreá-
tica.
etária, especialmente porque o
leite materno é rico em lipídios.

A primeira etapa para digestão no intestino


delgado é a emulsificação das gotículas de lipí-
dios pela bile, ou seja, a fragmentação delas
em partículas menores. Isso ocorre a partir da
liberação de bile e de suco pancreático para o

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REFERÊNCIAS

Fisiologia Gastrointestinal – Digestão – Processo de Digestão (Camila Brand de


Carvalho). Jaleko Acadêmicos. Disponível em: www.jaleko.com.br.

HERSHEL, Raff; LEVITZKY, Michael. Fisiologia Médica: uma abordagem integrada.


1ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.

FERRER, Denise R. Bioquímica Ilustrada. 7ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.

BORON, Walter E; BOULPAEP, Emile L. Fisiologia Médica. 2ed. Rio de Janeiro: El-
sevier, 2015.

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