Você está na página 1de 170
a | _12 A proposta didatico-pedagégica deste livro consiste, entre outras coisas, na apresentacao e andlise de circuitos aplicativos relativos aos principais conceitos que fazem parte do seu contetido, Neste capitulo, iniciaremos com uma apresentagio geral de um divisor de freqUincias de Audio, circuito que serviré como elemento motivador para 0 estudo dos assuntos que virdo nos capitulos seguintes, A andlise detalhada, bem como o procedimento para o desenvolvimento do projeto desse circuito, ser4 apresentada em alguns dos proximos capitulos, conforme a conveniéncia, 12.1 Circuito Aplicativo em CA - DF-1 Divisor de Freqiiéncias de Audio - Versio DF-1 DF-1 & 0 c6digo que daremos & primeira versdo do divisor de freqiiéncias de audio. O amplificador fornece aos alto- -falantes de uma caixa actstica freqléncias de dudio desde as mais baixas (a partir de 20Hz, aproximadamente), que denominamos sons graves, as mais altas (até 20KHz, aproximadamente), que denominamos sons agudos, pasando pelas freqiiéncias intermediérias, que denominamos sons médios. ‘Um sistema acistico completo é composto por trés tipos de alto-falante com caracteristicas construtivas ¢ elétricas rentes para que cada um reproduza com maior eficiéncia uma determinada faixa de freqliéncias, A denominacao desses alto-falantes e as suas respectivas faixas de frequéncia de reproducao sao as seguintes: woofer para sons graves, squawker ou mid-range para sons médios e tweeter para sons agudos, Para melhorar a qualidade de reprodugao dos sinais de éudio por esse sistema actstico e evitar que os alto-falantes, recebam freqiéncias indesejaveis com alta amplitude (0 que poderia causar sérios danos a eles), é comum a utilizago de um circuito divisor de freqiiéncias. Circuito Elétrico ‘Modo Ideal de Funcionamento Amplitude Graves | Médios | Agudos Woofer | Squawiker | Tweeter | 008k fis) Este circuito tem a fungi de selecionar uma faixa de freqiiéncias para cada alto-falante, atenuando os sinais, indesejéveis. No DF-/, a previsdo € de que o woofer reproduza sinais até 400Hz, 0 squawker entre 400 ¢ 5,7kHz © 0 tweeter acima de 5,7kHz. Nota: Consulte no Apéndice 1, os t6picos VIN, IX, X, XTe XIL Corrente Altermada 117 Geracio do Sinal Alternado Considere um enrolamento de rea S, em [m*], formado por NV espiras e imerso em um campo magnético B em [Wbfm?], perpendicular a0 eixo de rotacao do enrolamento, O plano S forma um angulo @,em * ou rad},com vetor de referéncia B . © fluxo magnético 4, em /W6],€ 0 produto do campo B pela drea efetiva do enrolamento, ito 6, ele varia segundo © cosseno de 6, que &0 Angulo entre 0 vetor #, normal 20 plano S,¢0 vetor B Portanto, a expresso do fluxo em fungdo de a é: Ha) = BS.cos a Mas, a= 90°+ 8, pois fi é perpendicular ao plano S, de forma que: $8) = B.S.cos (90° + 8) Mas, cos (90° + 8) = ~sen 8, portanto a expressto final do fluxo é: ‘Se o enrolamento estiver girando com velocidade angular @, em Tradés}, 0 fngulo @ varia com o tempo t,em [s], conforme expressio @= ay. Assim, a expressio do fluxo instantineo também é: Osinal negativo em ¢(1) indica a inversdo do plano S em relagdo ao sentido do fluxo. Pela Lei de Lenz, o movimento da espira imersa no campo magnético induz uma tensio v,em [V], que tende a se opor causa que a gerou, sendo proporcional A variagdo do fluxo magnético no tempo e ao mimero N de espiras, ou seja: Substituindo 9) na formula de v(t), obtemos a expressio da tensio instantinea: A(=BS.sen ot) wins i AHO 8 yer dt v(t) = N.B.S.0.cos wt Na expresstio de v(1), 0 termo NV.B.S.@ € uma constante que corresponde ao valor maximo da tenso gerada, que m2. 4 24 2 2 © valor eficaz de um sinalalternado 6, em termos de amplitude, 0 mais importante do ponto de vista prético, pois a tensto ea correnteeficazes podem ser medias dretamente,respectivamente, pelos vollinetros e amperimetros CA, Nas andlises de citcuitos por diagramas fasoriais € por nimeros complexos que faremos em seguida, usaremos sempre 0 valor eficaz como referéncia. Neste livr, a tensio e a correnteeficazes serio simbolizadas simplesmente por V e J Fase Inicial de um Sinal Alternado ‘Um sinal cossenoidal (tensGo ou corrente) ndo precisa ter, necessariamente, amplitude méxima no instante 1 = 0. Isso ignifica que ele pode iniciaro seu ciclo adiantado ou atrasado de um intervalo de tempo At ou de uma fase inicial 6. Portanto, as expressdes gerais da tensio e da correntealternadas passam a ser as seguintes: Obs.: Nestas expresses, a amplitude deve ser sempre o valor de pico e a fase inicial @ deve estar em radiano, pois a unidade de @ & rad/s. A unidade de medida da grandeza representada deve ser escrita ap6s a expresso, e é também tum dado importante, pois ela informa a ordem de grandeza do sinal por meio de prefixos métricos, como, por exemplo, [mV], [kV], [mA] © [uA]. Sina Adanado Fasor Adianado Seo sinal est adiantad, a finial 8 & postivanaexresto do valor instante © forepectve cig isons conorme yg x mmostam a figuras ado. ¥(t) = Veccos (ax + 6") Observe que o sinal cossenoidal adianta-se ‘quando o seu valor maximo ocorre antes do instante inicial. oF vel Sinal Atrasado Fasor Atrasado ‘Se o sinal esté atrasado, a fase inicial 8 & v(t) = Veccos (ar + 7) rnegativa na expresso do valor instanténeoe wy, ro respectivo diagrama fasorial, conforme ‘mostram as figuras ao lado. Observe que o sinal cossenoidal atrasa-se quando o seu valor méximo ocorre apds 0 instante inicial. Obs.: O diagrama fasorial € um *retrato" do sinal no instante inicial. Ele ¢formado por um fasor de médulo igual ao valor eficaz do sinal representado, afastado de um Angulo igual a sua fase inicial e acrescido da informagao relativa & sua freqiéncia angular. Portanto cle contém todas as informagdes necessérias para caracterizar completamente o sinal representado. 122 Circuites Elétrices - Corrente Continua © Corrente Altemada Defasagem entre Sinais Alternados A diferenga de fase entre dois sinais de mesma freqiléncia é chamada de defasagem. Para que a defasagem possa ser ‘utilizada matematicamente de um modo mais facil, € importante estabelecer um dos sinais como referéncia. Defasagem entre Tensio e Corrente ‘A defasagem entre tensio e corrente é simbolizada por ¢, tendo a corrente como referencia. Consideremos uma tensio v(t) caso, a defasagem é dada por /n.cos (ax + 6) e uma corrente i(t) = In.cos (at + 6), sendo i(t) a referéncia, Nesse 0-6. Defasagem Positiva (g*) V adiante de I Se v(t) estiver adiantado em relagio a itt adefasagem @ seré postiva. wy ‘No diagrama fasorial, a seta entre os i t fasores Ve 7 tema mesma aA orientagdo que a frequéncia angular : 5 ta indicando que a defasagem € wy positiva, isto é, que a tenstio esta i adiantada em relagio & corrente. ‘ Defasagem Negativa (9) V atrds de 1 Se v(t) estiver atrasado em relagio a i(t),defasagem @ seré negativa vith No diagrama fasorial, a seta entre os fasores V e J tema orientagao oposta a da freqiéncia angular @, indicando que a defasagem é negativa, isto €, que a tenséo esté atrasada em relagdo & corrente. Defasagem entre Sinais de Mesma Grandeza ‘A defasagem entre sinais de mesma grandeza (entre tensdes ou entre correntes) serd simbolizada por 4@ ou por uma letra grega qualquer, diferente de 9. te de Vr Neste caso, dove-se adotar um dos Defasagem Positiva (A0*) V2 adi sinais como referéncia, como nas tensio figuras ao lado, em que v(t) foi pa adotado como referéncia e, portanto, NX v2{t) esté adiantado, resultando em uma defasagem positiva, Corrente Alternada 123 Fontes de Tensao Alternada Rede Elétrica ‘Uma das formas de obter a tensiio alternada € diretamente da rede elétrica No Brasil, as usinas geradoras de energia elétrica operam com freqiiéncia de (60Hz, 0 que corresponde a uma freqiéneia angular de 377rad/s Exemplo de Instalagdo Elétrica (© condutor terra ndo esté representado.) k ——4 A rede elétrica de uso residencial é normalmente formada 2 F duas fases © um neutro. 8 por A tensio eficaz entre fase ¢ neutro varia entre 110V & 127V e€ utilizada para alimentar circuitos monofésicos compostos por limpadas ¢ tomadas de uso geral. niovcow] Lg ara os cireuitos bifésicos, como os usados para a ‘chuveiro alimentago de chuveiros ¢ méquinas de lavar roupas, Tin@al 220V - S000W utilizam-se duas fases, obtendo uma tensio que varia entre 220V © 254V, tomala“110V—_tomada 2200 A rede elétrica de uso industrial é normalmente formada por trés fases e um neutro, j& que muitas méquinas so constitufdas por motores tifésicos. Dependendo da forma como as fases so utilizadas, € possfvel obter vérias tensbes diferentes, conforme veremos no Capitulo 20. ‘Transformador Monofisico ( transformador monofésico ¢ formado por um niicleo ferromagnético e pelos enrolamentos primério ¢ secundério. A tensiio vi(t) no primario gera um fluxo magnético variavel no micleo que corta as espiras do secundério, induzindo ‘uma tensfio v2(t) # Ps Relagées de Transformagio ‘Num transformador com carga R, a tensdo eficaz Vi no primério produz.a corrente eficaz 11, No secundério, a tensfo eficaz. V2 fard circular pela carga ‘uma corrente eficaz. 12. No transformador ideal, a poténcia no primério & toda transferida para o secundério: P2 = Pr. ‘Arrelagio entre 0 niimero de espiras Ni do primério e Nz do secundério determina a relaglo entre as tenses Vi do primérioe Vz do secundario. Portanto, se N2/Ni > 1, trata-se de um transformador clevador de tensfo; se N2/N1 < J, trata-se de um transformador redutor de tensio, 124 Circuitos Elétricos - Corrente Continua © Corrente Alternada Por meio das poténcias P: ¢ Pz, deduzimos a relagio vr ht centre as correntes 11 € 12. Pepaovenawno tat Portanto, no transformador elevador de tensio, a corrente no secundario € menor que no prima, isto &, 0 didmetro do fio do secundério pode ser menor que o do primério; no transformador redutor de tensio, a corrente no secundério & maior que no primério, isto é, 0 didmetro do fio do secundério deve ser maior que o do primério, ‘Transformador Real No transformador real, a poténcia no secundério é menor que no primério, devido a varias perdas, Por isso, a relagao ‘entre as poténcias & dada por P2 = 7.P1,em que 1) representa 0 rendimento do transformador. No transformador ideal, = 1 (ou 1 = 100%), eno transformador real, 1)< J (ou 7) < 100%). Os bons transformadores tém 1) > 90%. ‘A tabela abaixo relaciona as principais especificagdes de um transformador monofiisico, bem como o seu simbolo elétrico e 0 aspecto de um transformador comum. ‘Especificagies IL Simboto- ‘Aspecto Vi = tensiio priméria (RMS) Ve => tensdo secundéria (RMS) iz = corrente maxima de saida [RMS] Prr =» poténcia méxima de saida lv. w Jemque:—_Pre= Vz. 2 Obs.: No Capitulo 15 faremos um estudo detalhado das poténcias em CA. Geradores de Audiofreqiiéncia - AF e de Radiofreqiiéncia - RF 0 gerador de audiofreqiiéncia (AF) é um equipamento muito usado em laborat6rio, pois fornece tensées de varios tipos numa ampla faixa de freqiién Oscontroles principais so: * Amplitude => Varia desde zero até algumas dezenas de volts pico a pico, ‘Freqléncia => Varia desde décimos de herz até centenas de quilohertz. ‘*Forma de Onda => Senoidal e quadrada. Alguns possuem também a onda triangular A faixa audivel depende do ouvido de cada ser humano, mas o valor méximo é de aproximadamente 20kHz, Apesat disso, os geradores de dudio produzem freqiiéncias maiores, normalmente até 10OKH, para que possam ser uilizadas no levantamento da resposta em freqliéncia dos sistemas de éudio, bem como para outras aplicagGes que envolvam freqiéncias superiores as de dudio, A tabela abaixo relaciona as principais especificagdes, o simbolo elétrico e o aspecto de um gerador de dudio comum, E Eapecificagaes ‘Simbolo Faia de freq nnon fH] = ensto maxima de sada or] Nivel CC maximo (+/—) wossoel VI Iv Impedancia interna . (2) Distorgo méxima .. AK] ‘A mpedéncia interna (ou resiténcia interna) de um gerador de dudio é, normalmente, de 6002, pois este 6 um valor padtdo para sistemas de audio e de telefonia. 0 gerador de radiofregiiéncia (RF) 6 um equipamento de laboratério similar a0 de éudio. As diferengas principais slo: 1)A faixa de frequéncias de operagio é muito mais elevada no gerador de RF, podendo chegar a dezenas de gigahertz; 2) A impedancia interna normalmente é de SOQ, por ser um padrio para sistemas de RF na drea de telecomunicagées, Corrente Alternada 125 dida de Sinais CA No t6pico 3.6 jé apresentamos a forma como o voltimetro e o amperfmetro devem ser utilizados para a medida, respectivamente, da tensio e da corrente CA. Neste t6pico, abordaremos o osciloscépio, Osciloseépio Na pritica, as formas de onda das tenses podem ser analisadas diretamente por um oscilosc6pio, com o qual podemos rmedir diretamente a tensdo de pico a pico (Vre) ¢ o perfodo (7) e, indiretamente, as tensdes de pico (Vr) ¢ eficaz (V), a freqiléncia (f) © a defasagem (40) entre duas tenses, Ao lado vemos o painel frontal simplificado de um ‘oscilosc6pio de dois canais A ¢ B. Cada canal possui um conjunto de controles verticais ‘manualmente independentes: + posigao $ * tipo de sinal AC/DC/ GND; + atenuagio VOLTS /DIV. 434, 08 controles horizontais atuam simultaneamente nos canais Ae B: © posigdo &; ‘© base de tempo TIME/ DIV. Medida de Ver, Vr e V CConsidere a tensdoaltenada mostrada na tla do Coie ens armas meade i i . Por meio do controle deposi vertical do canal usado, 0 sinal éajustado na tela de modo que os seus pontos Wit reertcia ‘méximos inferiores coincidam com uma das linhas horizontais escolhida como referéncia A tensio de pico a pico Ver 6 0 produto do mimero de divisdes verticais nv pelo valor selecionado no controle de atenuagio vertical, ou seja: Ver = ny. VOLTS/DIV. Assim, as tenses de pico Ve e eficaz V valem, respectivamente, Ve = Ver/2 e V =Vrr/2V2 nT Medida de 7, fe @ O sinal deve ser ajustado na tela de modo que os pontos ‘méximos superiores ou inferiores coincidam com a linha, horizontal graduada, e pelo menos um deles coincida com uma das linhas verticais escolhida como referéncia, Isso pode ser feito pelos controles de posigao vertical e horizontal. O periodo T é 0 produto do nimero de divisdes horizontais ne pelo valor selecionado no controle de base de tempo, ou seja: _ TIMEDIV. A freqiiéncia f pode ser obtida indiretamente pela formula seguinte: f= 1 /T. 126 Circultos Eléticos - Corrente Continua e Corrente Aliernada Medida da Defasagem @ entre Duas Tenses de Mesma Freqiéncia elo método das formas de onda, as tensies sto aplicadas aos canais A e B, que devem ser centralizados verticalmente na tela por meio das suas teclas GND e dos seus controles de posigao vertical. Acionando novamente a tecla AC dos dois canais, os sinais devem ser ajustados na tela pelo controle de posigao horizontal, de modo que o cruzamento de um deles com a linha horizontal graduada coincida com uma linka vertical cescolhida como referéncia. Mede-se, entio, 0 ns equivalente ao periodo T € 0 Ans equivalente& defasagem (se necessério, mudar a base de tempo para medir Ans com melhor precist). Por fim, a defasagem AO pode ser calculada em graus ou radianos pelas formulas: 40-2360 1 ov 40 = 2 [rad] Este método tem a vantagem de mostrar qual dos sinais| Pelo método de Lissajous, uma tensio € aplicada ao canal A ea outra dentrada EXT/HOR, s6 que o canal A deve ser centralizado verticalmente por meio da sua tecla GND e do seu controle de posigio vertical, e horizontalmente, colocando o controle de base de tempo na posicdo EXT/HOR e por meio do controle de posigdo horizontal. ‘Acionando novamente a tecla AC do canal A ¢ mantendo controle de base de tempo em EXT/HOR, formaré na tela uma elipse (figura de Lissajous) devido & composigo dos dois sinais, Medem-se, entdo, as amplitudes a ¢ 6. Por fim, a defasagem A® pode ser calculada pela férmula: 40 =arcsen© [? ou rad 5 1 Este método tem a vantagem de propiciar uma maior preciso, mas a desvantagem de no mostrar qual dos sinais esta mais adiantado, Se 0° < 40 < 90%, a figura de Lissajous estaré inclinada & direita,e se 90° < AO < 180°, a figura de Lissajous estaré Oo inclinada 3 esquerda o A990 Se 40= 0° ou A@= 180°, a clipse ird se transformar em \ 9 uma reta inclinada e, portanto, a = 0. 180" 90° Vo = 3577 +1318 = 36,1V Fasor Va > 4° quadrante, 08 & dado por: sarcig 223 5 05 = -74,8° 337 (Convertendo a tensio Ve em va(t): Vav = 136,12 = 192,5V Portanto: Va(t )= 192,5.cos(377¢~13){V] 130 Circuitos Elétricos - Corrente Continua Corrente Alternada Resolugio por Niimeros Complexos As operagdes adigao e subiragio podem ser feitas graficamente no plano cartesiano complexo da mesma forma que ‘mostramos por meio do diagrama fasorial. Porém, é analiticamente que a vantagem da utilizago dos niimeros complexos supera os procedimentos anteriores. Isto ocorre porque um nimero complexo incorpora os dois parametros bisicos necessérios aos célculos, ou seja, a amplitude e a fase, e porque a possibilidade de conversio entre as formas polar e retangular toma tais operagies independentes de qualquer esbogo gréfico auxiliar. Além disso, muitas calculadoras fazem a conversdo direta entre as formas polar e retangular ¢ permitem a programacao de formulas, o que torna este método ainda mais versdtil. Vejamos como Va e Ve podem ser calculados: ‘digo analitca:. == Va =¥) +V2 Subtragao anaitica: Va =Vi-Ve Va =Vi4V2 => Va= 1002 —45°+70 £60" => Ve it -W2 => Ve = 1002-45°-70260° => Va = 70] ~ j707 +35+ j606 =» Va=1057-j10,1=> | Ve =707 - j707-35— j606 = Vo = 357-1313 => Va = 106,22-55°(V] Ve = 13612-748°[V] Observe que estes resultados jd possuem os médulos Va e Va e as respectivas fases 1 e 68 calculados anteriormente pelo método analftico auxiliado pelo diagrama fasorial. Convertendo a tensio Va em va(t): |Convertendo a tensio Ve em va(t: Vat) = 150,2.cos(3771-0,1)[V ] Vott)= 92,5.c0s 377 = 13 IV] Deste dltimo exemplo, observamos que analiticamente as operagdes podem ser realizadas com muito mais seguranga e de modo mais pratico por meio dos nimeros complexos, independendo completamente da representagio grifica, Neste caso, podemos conciliar as vantagens do eéleulo por nimeros complexos com a facilidade de visualizagio do iagrama fasorial, usando este timo apenas como recurso auxiliar, mas sem depender dele nem precisar desenhé-lo ‘com preciso geomérica, conforme havfamos adiantado no tépico anterior. ‘Quanto as formas de onda, elas serdo representadas sempre que necess obter por meio de um osciloseépio, como para nos auxiliar na comprec neste livto. io, tanto para identificar aquilo que podemos dos citcuitos elétricos a serem estudados IMPORTANTE! As operagdes adigdo e subtragdo de sinais alternados (tensdo e corrente) de mesma freqiéncia a tém a propriedade de produzir como resultado a mesma grandeza elétrica dos operadores (tenso ou corrente) € com a mesma freqiiéncia @. Portanto, tanto os operadores quanto o resultado da operagdo podem ser representados em um mesmo diagrama fasorial Corrente Alternada 131 ——— eee Exercicios Propostos Geragao do Sinal Alternado 12.1) Um alternador é formado por um enrolamento circular de 20 espiras com raio de 20cm. Ele se encontra imerso em um campo magnético constante B= 164 x 10° Wb/m’, girando com uma velocidade angular «= 377 rad/s. a) Determine a expressio do fluxo 9); b) Determine a expresso da tensio v(t); ©) Faca.o esbogo da forma de onda da tensio gerada pelo alternador. Pardmetros do Sinal Alternado 12.2) Co lere as formas de onda representadas ao lado. a) Determine T, fe de cada sinal; bb) Determine os valores de pico, de pico a pico e ceficaz de cada sinal; ©) Determine as expressbes temporais de cada sinal na forma cossenoidal; @) Esboce o diagrama fasorial de cada sinal; ©) Determine os valores instantineos de cada sinal nos instantes 11 = 8ms e 12 = J2ms, 12.3) Considere as formas de onda representadas ao lado. a) Determine as expressdes temporais de cada sinal na forma cossenoidal; b)_ Esboce o diagrama fasorial de cada sinal; ©) Determine as defasagens seguintes em [°] e em [rad]: A012; AB; gis © ges 132 Circuitos Elétricos - Corrente Continua @ Corrente Alteada 124) Sfo dados dois sinais alternados, vi(t) ¢ /2, 125) mostrados ao lado. Represente: a) acexpressdo de Vi em nimero complexo; b) a expressiio temporal de i2(t) Considere as tensGes seguintes: vi(t) = 10.cos(377t + m6) [V] volt) = 8.c0s(377t + m/4) [V] wilt) = 12.c05(377t ~ W/3) [V] Determine analiticamente: a) Va=Vi+¥2; V2 +Va 5 by Vs ©) Ve=Vi-vas ® Vo=V-v. in=1412-60°[ A] 5 @2= 200m rad/s Corrente Altemada 133 Aiimpedincia Z,em ohm [2], € um niimero complexo Simbolo Genérico de Impedincia 4que caracteriza um dispositivo ou circuito ereflete tanto a oposigdo total que ela impde A passagem da corrente Z alternada quanto a defasagem total entre a tensio ea —_{__}+— corrente, Im ‘A impedincia Z 6 composta por uma componente real denominada resisténcia Re por uma componente imaginéria denominada reatancia X, isto é: | f RAK forma retangular)} ZZ@ (forma polar) | em que: [R?+X? = médulo da impedancia Z o=arcigX => fase dnimpedincia Z R R=Zcos p e X=Zseng Como veremos no préximo t6pico, enquanto o médulo Z € responsivel pela oposigdo a corrente, afase @ & responsével pela defasagem da tensdo em relacdo & corrente. Portanto, conhecer em detalhes uma impedancia torna possivel prever o comportamento elétrico de um dispositivo ou circuito, bem como do gerador que o alimenta, Como sabemos, o nome resisténcia tem origem no verbo resistr, isto é, opor-se & passagem da corrente, sendo uma caracteristica natural dos materiais. Para nés, a resistencia se refere, em princ{pio, aos dispositivos denominados resistores, Analogamente, 0 nome reatincia tem otigem no verbo reagir, sto €, opor-se a variagao da corrente, sendo uma caracteristica particular das indutncias e capacitincias. Para nés, a reatincia se refere, em principio, aos dispositivos denominados indutores e capacitores. Por fim, o nome impedancia tem origem no verbo impedir, isto €, ‘opor-se tanto & passagem quanto A variagdo da corrente, sendo uma caracteristica geral de qualquer circuito elétrico formado, em princfpio, por resistores, indutores e capacitores. Em relagio a componente resistiva R da impedancia, podemos afirmar que ela s6 pode assumir valores positivos. J4, em relago A componente reativa X, a situagGo € outra. Como a impedancia pode adiantar (g") ou atrasar (g") a tensio em relagdo a corrente, € imediato que isso 86 € possfvel matematicamente se @ reatfncia puder assumir valor positivo (+ jX) ou negativo (~JX). 90595 +90° De fato, € como veremos no t6pico 13.7, uma indutincia comporta-se como uma reatancia positiva (+ jXz) € uma capacitncia como uma reatancia negativa (~jX¢). Re Portanto, concluimos que, no campo dos némeros ‘complexos, uma impedancia pode ocupar apenas o primeiro e o quarto quadrantes do sistema cartesiano, Fundamentos de Circuitos CA 135 Lei de Ohm para Circuito CA ‘ALLei de Ohm pode ser aplicada aos circuitos que operam em corrente alternada. Porém, como hi a possibilidade de exist defasagem entre tensio e corrente, conclui-se que: © arelagio entre tensfio ¢ corrente nd resulta necessariamente em uma resisténcia pura, mas em uma impedincia Z em ohm [2}; # Lei de Ohm pode ser tratada matematicamente no campo dos ‘nimeros complexos. Para operagioem CA, a Lei de Ohm dada por: Considerando uma tensio complexa genérica V =VZ@» ¢ uma corrente complexa genérica i = 1201, a aplicagio da Lei de Ohm resulta em: vzer_V V0.0) 2-229, — sendo: 120 7A ) ? V/T = médulo da impedancia Z 9= (6-6) => fase daimpedincia Z f 133 | ~ Leis de Kirchhoff para Circuito CA As duas Leis de Kirchhoff estudadas no Capitulo 6 podem ser aplicadas em circuitos CA a fim de analisé-los ‘matematicamente. Porém, para que possamos enunciar essas leis corretamente, é necessério chamarmos a atencio para um detalhe prético relacionado ao sentido das correntes ¢ & polaridade das tenses em circuitos CA. Embora a polaridade da tensio forecida por um gerador i CA se alterne a cada meio ciclo, do ponto de vista elétrico, = ‘um de seus polos € sempre tomado como referéncia, o que nos leva a representar a tensio por uma seta unidirecional apontada para o plo “positivo" do gerador. exemplo ao lado ilustra esta afirmagio. Definida essa "polaridade, todas as demais tensGes e as correntes passam a ter, respectivamente, "polaridades” ¢ sentidos” também definidos. Considerando ainda que as impedincias sejam, em princfpio, formadas por um ou mais dispositivos passivos (resistores, indutores e capacitores), do ponto de vista elétrico, clas serdo vistas como receptores, de modo que a corrente elétrica deve atravessé-las no sentido do pélo “positivo” para o "negativo" das suas tensGes. Portanto, a representagio da tensdo e da corrente por setas unidirecionais dé a essas grandezas, do ponto de vista matemético, uma dimensio algébrica que deve, necessariamente, ser respeitada nas andlises. 136 Circuitos Eléticos - Corrente Continua e Corrente Alternada Lei de Kirchhoff para Correntes CA - Lei dos Nés Considere 0 né de um circuito genérico e o sentido das correntes a le relacionadas, Definindo arbitrariamente as correntes que chegam ao n6 como positivas © as que saem do né como negativas, a Lei de Kirchhoff ara Correntes CA pode ser enunciada como segue: "A soma algébrica das correntes complexas em um né é igual a zero". ou "A soma das correntes complexas que chegam a um n6 é igual a soma das correntes complexas que saem desse nd". b-i-is=0 0 isistis Lei de Kirchhoff para Tensées CA - Lei das Malhas Considere a malha de um circuito genérico composta por varios bipolos e a polaridade das tensdes sobre eles. Definindo arbitrariamente as tensdes no sentido horério como we positivas e as tenses no sentido anti-hordrio como negativas, a Lei de Kirchhoff para Tensoes CA pode ser enunciada como segue: a “A soma algébrica das tensdes complexas em uma malha € zero”. 6® D i ie Ou 5 . “A soma das tenses complexas com polaridade no sentido horério a € igual.g soma das tensoes complexas com polaridade no sentido = ‘anti-horério". we ou VeVi +Ve4Vs de Impediincias ‘Com base nas Leis de Ohm e de Kirchhoff, podemos facilmente chegar as f6rmulas gerais para o célculo da impedancia cequivalente das associagées série e paralela. Porém, gostarfamos de salientar que essas formulas valem para qualquer impedancia, independente de sua natureza ser resistiva, indutiva ou capacitiva, Portanto, elas no podem ser confundidas com as férmulas de indutancia e de capacitancia equivalentes. Se o letor tiver vidas, consulte os t6picos 10.4 e 11.4. Associagio Série de Impedancias a Na associagio série, acorrente i é a mesma em todas as impedncias, mas a tensio zw. V se subdivide entre elas, de modo que, pela Lei de Kirchhoff para TensGes CA: al] ve VeVi tV2 btVn Assim, a impedincia equivalente Zey vale: Se hishe Fundamentos de Circuitos CA 137 Associagiio Paralela de Impedancias Na associagio paralela, a tensio V6 a mesma em todas as impedincias, mas a corrente / se subdivide entre elas, de modo que, pela Lei de Kirchhoff para Correntes CA: Delite hetutln v Asim, aimpedincia equvalente Zey vale: e de Correntes Alternadas Divisor de Tensao ‘Uma associagdo série de impediincias tem como caracterfstica a subdivisio da tensdo total aplicada entre as impedancias que a constituem. Para um circuito formado apenas por duas impedancias Z1 e Z2 em série, s slo facilmente dedutiveis as férmulas para o célculo das respectivas z tensdes Vie V2 em fungio datensfo total V , a saber: v Es Divisor de Corrente ‘Uma associago paralela de impedincias tem como caracteristica a subdivisio da corrente total aplicada entre as impedincias que a constituem. Para um circuito formado apenas por duas impedincias 2 e Z2 em paralelo, as formulas para ocAleulo das respecivas corretes [1 ¢ i2 em fungao da corrente total podem também ser failmente dedutivis, a saber: A vantagem de utilizar as f6rmulas dos divisores de tensdo e de corrente € poder determinar diretamente algumas tensdes e correntes em um circuito, sem a necessidade de calcular a sua impedancia equivalente. 138 Circuitos Elétricos - Corrente Continua © Corrente Alternada Conforme j4 vimos em capftulos anteriores, o resistor R, o indutor Le o capacitor C so dispositivos passivos que tém comportamentos distintos em relagao a tensio aplicada e & corrente que os atravessa, tanto para corrente continua ‘como para corrente alternada. Antes do estudo desses dispositivos em CA, faremos um breve resumo de seus ‘comportamentos em CC. Consideremos que 08 circuitos abaixo estejam com as chaves S$ abertas, estando o indutor desenergizado e o capacitor descarregado, Nesse caso, néo hé corrente em nenhum dos trés circuitos (Ik = i. = Ic = 0) e a tensSo inicial nos dispositivos é nula (Ve = Vi. Resistorem CC Indutor em CC Capacitor em CC s s. s a. ws Js wt s id a Fechando as chaves S, observamos que a corrente ¢ a tensio no resistor sto continuas e constantes, isto é, I= E/R € Ve = E, enquanto no indutor ¢ no capacitor elas variam exponencialmente durante um pequeno transist6rio, conforme ‘mostram 0$ gréficos abaixo. Resistor Indutor Capacitor Vn cE ely a ‘ * ote t No hi transitéro! ‘Tanai Fundamentos de Circuitos CA 139 Analisando estes gréficos, observamos que: No resi + A tensto © a corrente assumem imediatamente um valor constante ¢ assim permanecem no decorrer do tempo, ou © No inicio do transitério a corrente é nula, 11/0) se 0 indutor fosse um circuito aberto; (Gevido a auto- lugio) ¢ a tensio é maxima, vi(0) = E, como ‘© No final do transit6rio a corrente € maxima, i1(t)) = Inds (limitada pela resisténcia do fio do indutor) ¢ a tensfo & ula, viftr) = 0 (ou desprezivel), como se 0 indutor fosse um curt. No capaci ‘+ No inicio do transit6rio a corrente € maxima, ic(0) = Icnde (devido & possibilidade de armazenamento de cargas)¢ ‘tensto é nula, ve(0) = 0, como se 0 capacitor fosse um eurto; * No final do transitério a corrente ¢ nula, ic(t1) = 0, € a tensdo é méxima, ve(ty) = E (capacitor carregado), como se © capacitor fosse um circuito aberto. A oposigo (reagio) s variagBes de corrente no indutor € no capacitor é denominada reatdncia X, cuja unidade de redid 6 ofm [0]. No indutor, a eatincia Xt surge devido &auto-indugdo, que se opbe as variagdes da corrent. => L wf Hx ‘Como conseqiéncia, a reatdncia indutiva atrasa a corrente em relagao tensa, Quanto mais brusca for a variag&o da corrente, maior é a reatfincia Xz, ‘A tenato se propega irstantaneaments, ‘mas a corrente se aracal Wo atinge o valor maximo instantaneamente, ar ZF No capacitor, aretincia Xc surge devido & capacidade de ie ( armazenamento de cargas, de modo que a tensdo entre as suas placas Como consequéncia, a reardncia capacitiva atrasa a tenséo em relagdo Acorrente. ‘A corrente se propaga instantaneamente, ‘nese lersho se atasa! Quanto mais brusca for a variaglo da corrente, menor é reatdncia Xc, Obs.: No t6pico 13.9 aprenderemos a calcular as reatincias Xz e Xc em corrente alternada, 140 Circuitos Elétices - Corrente Continua e Corrente Altemada Resistor em Corrente Alternada resistor possui um comportamento dhmico resistivo e no reativo, pois a sua ‘ resistencia € uma constante R, em ohm [2], que independe da velocidade com 0) R = que a tensio aplicada varia, ou seja, independe da sua freqUncia 5 Representagio Temporal Por causa disso, a tensfo e a corrente estdo sempre em fase, isto é, a=8. Graficamente, a corrente in(t) que 0 gerador fornece a0 resistor acompanha temporalmente a tensZo ¥(1) ou va(t), conforme mostram as figuras ao lado, Portanto, num circuito puramente resistivo, a defasagem @entre a tensio do gerador e a corrente que ele fornece & sempre nul, isto 6, 9= 6 -8=0" Representagio Fasorial A representasio fasorial da tensio ¢ da corrente no resistor consiste nos dois fasores Ve © Je girando em fase (p= 07) auma frequéncia angular a ‘A figura ao lado mostra o comportamento fasorial da tensdo e da corrente no resistor. Aplicando a Lei de Ohm por meio dos valores complexos da tensfio Vr ¢ da corrente /e no resistor, obtemos a sua impedtocia 2 . cuja se € sempre nul independente de 8 ede 6 Va _VacOs _Ve ve Yt 46-6 )=9 Tk 126i Te“ ) Representagio Complexa Isso significa que, no plano dos nimeros complexos, & resistencia é puramente real, isto, nfo possui parte iy imagindr Portanto, o resistor & uma impediincia resistiva pura. Fundamentos de Circuitos CA 141 Indutor e Capacitor em Corrente Alternada O indutor e o capacitor so dispositivos reativos duais, isto é, tém comportamentos opostos em relago a variago da tensio e da corrente. Para que o leitor possa fixar melhor a forma como eles se comportam em corrente alternada, 0s dois dispositivos serio analisados simultaneamente no decorrer deste t6pico. Porém, antes de iniciarmos essa andlise, faremos uma demonstrago matemitica apenas do comportamento do capacitor em CA, j4 que para o indutor o procedimento € andlogo. Dedugiio Matemética do Comportamento do Capacitor em CA No t6pico 10.2, vimos que a corrente € a tensfio no capacitor relacionam-se conforme a expresso: Consideremos que o capacitor esteja submetido a uma tensio CA cossenoidal com fase inicial nula, isto é: vdt)=Vercosar ow Ve =VeLo” emaque Ve €. tensio eficaz. A-expressdo i(t) da corrente no capacitor pode ser deduzida da forma seguinte: dve(t) dt ie(t= 4 d d 4, Ver.cost Ver“ (,cosax eft )= fcp.sen C4 (Ver coset) = Cor. .costa ) 54 ax ) => (t)=—0.CVer.senat Mas, da sigonometria, sabemos que: — sen 0 = sen (~0) = cos (0+ 90°), Assim: ict) = @C.Vercos(at+ 2/2) ou ie = 1c290° emque Ic = aC.Vcr éa correnteeficaz. Portanto, no capacitor a corrente ests 90° adiantada em relacio a tensSo ou a tensio esta 90° atrasada em relacio a corrente, correspondendo a uma defasagem negativa, isto é, @ = — 90°. Conforme jé vimos no t6pico 13.1, a defasagem 6a fase da impedincia de um dispositive reativo, De fato, aplicando a Lei de Ohm ao capacitor, obtemos: Ve _ Velo? _ Ve ie 1cZ90" ~ @CVe L090? ) => ou 'Na formula da impedancia do capacitor, 0 seu médulo corresponde & reatincia capacitiva, isto é: Comportamento do Indutor em CA Aplicando o mesmo raciocinio matemitico ao indutor, podemos chegar facilmente Bs conclusBes seguintes: No indutor a corrente esté 90° atrasada em relacdo & tensio ou a tensio est 90° adiantada em relagio a corrente, correspondendo a uma defasagem positiva, isto é, g= + 90°. A impedancia do indutor é dada por Z=0.L2+90° ou Z= jal e, por consoguinte, a sua reatincia vale X1.= aL, Passemos, entio, a uma andlise detalhada do comportamento do indutor e do capacitor em CA. 142 Circuitos Elétricos - Corrente Continua e Corrente Alterada Reatincias Indutiva e Capacitiva Oindutor L,em henry [H],€ 0 capacitor C, em farad [F], possuem comportamentos reativos, sendo que as suas reatincias XL e Xc,em ohm (12), dependem da velocidade com que a tensio aplicada varia, ou seja, dependem da freqiénci Indutor em CA No indutor, a reatincia Xt. é diretamente proporcional & freqhéncia e a indutanci reatfncia indutiva, em [2] indutancia, em [H] freqiténcia angular, em [rad/s] freqiiéncia, em (Hz) Capacitor em CA a wv) Kee ect) No capacitor, a reatincia Xc é inversamente proporcional a freqiiéncia e & capacitancia: ac ou reatincia capacitiva, em [2] capacitancia, em (F] freqiiéncia angular, em [rad/s] freqiigncia, em [He] 0s gréficos abaixo mostram como variam as reatincias indutiva Xz ¢ capacitiva Xc em fungho da freqiéncia f. Reatncia Indutiva % 1 z — 1 Em CA indutor tod eter mccoimir eu cbr. Reatincia Capacitiva Xe ——"! 1 Em CA capactor EmCCocapacior _ tende pidamentea um crit aberto. indamentos de Circuitos CA 143 Tensio, Corrente e Defasagem no Indutor e no Capacitor Como vimos no t6pico 13.6, 0 indutor ¢ 0 capacitor provocam um pequeno transitério a partir do instante em que sio alimentados por uma fonte CC, até atingirem um estado estavel (o indutor passa a ser um curto ¢ 0 capacitor um circuito aberto). ‘Agora, porém, eles serdo alimentados por um gerador CA, cuja tensio varia continuamente de intensidade e inverte a polaridade a cada meio ciclo, Neste caso, o transit6rio também ocorre, de modo que o indutor atrasa a corrente ¢ © capacitor atrasa a tensfo, Mas, passado o transistério, que é répido, dizemos que o indutor ¢ o capacitor entram em regime permanente senoidal, ‘ou seja, a tensflo e a corrente passam a acompanhar as variagbes do gerador, mantendo, porém, os respectivos atrasos. Aplicando uma tensio cossenoidal no indutor ¢ no capacitor, ocorre uma defasagem @ entre a tensio¢ a corrente que pode ser de +90° (ou + 1/2 rad), dependendo da natureza da reatincia. Por facilidade, consideraremos que o indutor e o capacitor sejam ideais e as correntes ii(t) © ic(t) possuam fases injciais nulas (6: = 0°) [No indutor ideal a tensio adianta 90° em relagio & No capacitor ideal a tensdo atrasa 90° em relagio a corrente, ou seja, p= + 90". Jcorrente, ou seja, p= — 90" Representagio Temporal Representagio Temporal ved 2 ts ‘A representacio fasorial da tensio e da corrente no indutor ¢ no capacitor ideais consiste nos fasores de tensio e corrente em quadratura, girando com freqligncia angular aa Representagdo Fasorial Representagao Fasorial 144 Circuitos Elétricos - Corrente Continua e Corrente Altemada Impedancias Reativas Puras Aplicando a Lei de Ohm por meio da tensdo e da corrente complexas no indutor e no capacitor, obtemas as respectivas impedancias complexas, cujas fases so constantes, ja que independem de 8 € de 6, poi (em fungiio da natureza da impedancia). No indutor, obtemos 2 por Vi e it No capacitor, obtemos Z por Ve e ic: Me Mee Os VE 110,04) =3 ie Tez0 ~ Tc Ye _VcO Ve Me Ye 405-64 ie no nO (B= KeZ—90 (forma polar) Z=—jKe__ (forma retan gular) Isso significa que, no plano dos mimeros complexos, a reatdncia é uma grandeza puramente imaginéria, isto 6, no possui parte real. Portanto, 0 indutor ¢ o capacitor slo impedancias reativas puras. No indutor, a parte imaginéria é sempre positiva. INo capacitor, a parte imagindria é sempre negativa Representago Complexa Representagio Complexa ny iy Re x A =-20° =+90° xe Re Note mais uma vez que a fase das reatincias indutiva e capacitiva corresponde & defasagem @ que elas provocam entre {ensio ¢ a corrente fornecidas pelo gerador, conforme mostram as representagdes temporal e fasorial da pégina anterior. Um outro fator importante que podemos destacar aqui & 0 modo diferente como se comportam o indutor e 0 capacitor ‘em um circuito: enquanto 0 indutor adianta a tens4o, 0 capacitor a atrasa; as suas reatincias possuem fases contrérias; a ‘eatincia indutiva aumenta com a frequéncia, enquanto a reatincia capacitiva diminui. Por esses motivos, dizemos que 0 indutor e 0 capacitor tém comportamentos duais. Essa dualidade & responsdvel pela ‘enorme quantidade de aplicagBes do indutor e do capacitor. IMPORTANTE! No Capitulo 16, nés analisaremos os modelos quase ideal e quase real do indutor e do capacitor, bem como as pequenas variagBes de seus comportamentos em relagdo a0s dispositivos ideais. Fundamentos de Circuitos CA 145 13.10 Anilise das Reatancias do DF - 1 Esta primeira andlise do divisor de freqiéncias DF-1 esté limitada ao célculo das suas reatincias em algumas frequéncias. Como sabemos, os amplificadores operam com milhares de freqiiéncias diferentes e simultineas, mas dentro da faixa de 4udio (20Hz a 20kHz, aproximadamente). ‘Sendo assim, veremos que o levantamento dos valores das reatincias em determinadas frequéncias dar-nos-4 0s primeiros ind{cios de como o DF-I iré se comportar quando ligado & safda de um amplificador de dudio. Divisor de Freqiléncias DF-1 ‘Modo Ideal de Funcionamento Amplitide Graves | Médios | Agudos Woofer | Squauker| Tweeter 400 STK ie) As freqléncias escolhidas para esta andlise foram as freqiléncias criticas inferior ¢ superior, isto é, fi = 400Hz © {fi 5,7kHe, ¢ seus miltiplos ¢ submiltiplos de 2, 5 e 10. A tabela abaixo mostra o resultado do céleulo das reatincias nas frequéncias consideradas: fo da Freqiincia Inferior i= 40H io da Frequncia Superior fr = 5,7Hz 1] TP satel | Xai | keer | xem | ena | seven | Maia) | Xa 80 16 40 O11 568 | 1140 | 23 28 16 40 200 4 16 0.28 | —227 [2850 [57 LL 4 16 400 s 8 0.55) 14) 5700 | 15 | 0.56 8 oa 300 16 4 Tt 37__|_11400_[ 229 [0.28 16 4 2000_| 40 16 2.8 23 | 28500_[ 573 [0.11 39 16 ‘4000 [80 08 3.5 1157000 | “11460406 79 8 ‘Obs.: No préximo capitulo, nds analisaremos esses resultados por meio do célculo da impedancia equivalente de todo0 circuito, No entanto, o Exercicio Proposto 13.19 solicitar ao leitor uma primeira anslise baseada apenas nos resultados das reatincias. 146 Circuitos Elétricos - Corrente Continua e Corrente Alterada Exercicios Propostos Lside Ohm para Circuito CA 1441) Considere ocireuito ao lado, em que o gerador V = slimenta uma impedéncia Z: com uma corrente i Determine a defasagem 1 entre a tensio ¢a corrente provocada por cada impedincia abaixo: 8) 21=50245 (2) b) Z2=1002-60°/2] ) Z=50+ j80[2) @) Z=100- j30(.2] 132) Considere o circuito a0 lado ¢ as trés situagdes abaixo em {que sio conhecidas duas das trés variéveis envolvid: Para cada situagio, determine pela Lei de Ohm a varivel desconhecida. a) V=100Z50°[V]; =4Z80° [A]; Z=? b) V=3002-60'[V]; 2 = 30+ j40[ 2]; i=? ©) 1 =100215° [mA]; Z 20~ j20[2]; V=? 133) Considere o circuito ao lado ¢ determine: a) Je iz pelaLeide Ohm; b) ir pelaLei dos Nos; ©) V2 e Vs pela Lei de Ohm; pela Lei dos Malas. 2=20260 (2) — Z= 102-3072] ZIP LV] Va = 172 -SP IV] Iksvociagio de Impedancias B34) Considere o circuito ao lado e determine: a) Bei bis ©) WiV2 Vs. V=20Z601V} 21 = 2230" [k2] Zs = 42-20 [hk] 21 =3270° [42] BBetamerios de Gircuitos Ca 147 13.5) Considere o circuito ao lado ¢ determine: a) Zeqi bi; ®) hel. . , V=110L0[V] 21 =200260°(.2] 22 =400L-30°[2] 13.6) Considere 0 circuito ao lado e determine: a) Ze b) eV: © Ve Vs; ® hei V=40245°[V] 22 =220~ j285(Q] D fede. 21 =22+ jo3/Q] Zs = 150+ j560[.2] Divisores de Tensao e de Corrente Alternadas 13.7) Considere o circuito ao lado. a) Determine Vi ¢ V2, usando as f6rmulas do divisor de tensio; b) Confirme os resultados obtidos anteriormente aplicando a Lei de Kirchhoff para Tenses CA. Vesoceov) — &=1002-30 (21 22 =80220 [2] 13.8) Considere 0 circuito 20 lado. a) Determine i) ¢ iz, usando as férmulas do divisor de corrente; 'b) Confirme os resultados obtidos anteriormente aplicando a Lei de Kirchhoff para Correntes cA. 1=2020° [mA] 21 = 1245 [kQ] Z2=2L-60°[kQ] 148 Circuitos Elétricos - Corrente Continua © Corrente Alterna Resistor em Corrente Alternada 139) 13.10) 131 Considere 0 circuito ao lado. a) Determine as freqiléncias @ ¢ fa fase inicial & eo periodo T da tensto do gerador; b) Determine asenstes eco, pizoapieoe cing nore sai) 13 )u0 ©) Determine as correntes de pico, pico a pico e eficaz no resistor e a sua expressio temporal; 4) Determine V , Ve e ix na forma polar esboce o diagrama fasoral do circuito por meio dessas grandezas; W(t) = 40.cos 1000 [V] ©) Esboce as formas de onda de v(t), vt) e in(t): p 0.sen(1000nt + r/3) [V], haveria Considere 0 circuito 20 lado, (at a) Dacrmine as eatincias ng fatwa 60 a b) Determine a impedancia Zeq = Reg ,atensiio V do geradore wi @) * oft acorrente i que ele fornece ao circui 5 ©) Determine as tensdes Vi ¢ V2 nos resistores; 4) Esboce o diagrama fasorial com a corrente e as tenses Wt) = 156.c0s (3771 ~ WA) [V] ‘envolvidas no circuito; ©) Esboce as formas de onda de w(t), vi(t), v2(t) e i(t). Um gerador de éudio com resisténcia interna de 6002 foi ajustado para fornecer, em vazio, uma tensio de 20Vrr na freqiiéncia de 40kHz. Em seguida, ele foi conectado a dois resistores, Ri = 12k e R2 = 6k8Q, ligados em paralelo. Considerando a tenso do gerador com fase inicial de 90°, determine: 1a) as tensdes Vi © V2, respectivamente, nos resistores Ri € Re; b) ascorrentes is © 2, respectivamente, nos resistores Ri ¢ Rz: ©) acorrente i que o gerador fornece ao circuito Indutor e Capacitor em Corrente Alternada 13.12) Considere 0 circuito ao lado. a) Determine as freqiéncias @ € fa fase inicial @ co periodo T da tensio do gerador, jac b) Determine a reatincia X1. e as tensdes de pico, pico a pico ¢ eficaz no indutor; ©) Determine as correntes de pico, pico a pico e cficaz no indutor ¢ a sua expressio temporal; Wt) = 50.cos 31,4 (V) d) Determine V, Vi e it na forma polar e esboce o diagrama fasorial do circuito por meio dessas grandezas; ©) Esboce as formas de onda de v(t), vuft) © it) Fundamentos de Circuitos CA 149 ‘ebUnk 1b) Determine a reatincia Xc ¢ as tensbes de pico, pico a pico e eficaz no capacitor, ©) Determine as correntes de pico, pico a pico e W(t) = 180.cos (377 + 1/3) [V] ceficaz no capacitor e a sua expressio temporal; 4) Determine V , Ve ¢ jc na forma polar ¢ esboce 0 diagrama fasorial do circuito por meio dessas grandezas; ©) Esboce as formas de onda de v(t), vet) e ict). 13.14) Considere 0 circuito a0 lado, no qual a indutancia rntua € desprezive = , Liston 8) Determine a impedncia equivalente Zey; . & L | w@ zomg | b) Determine a corrente / ¢ as tensdes Vi e V2 nos indutores; 6) Bsboce o diagrama fasorial com a corrente © as V=200230" [VI © f= S0kHe tensbes envalvidas no cicuito 13.18) Considere ocircuito a0 lado. [i Ie 1) Determine a impedincia equivalente Ze: b) Determine as correntes 7, 1 e fz: wr sont €)Esboce odiagrama faorial com a tensio eas correntes envolvidas no circuito, V=202180 [V] © f=1MHe 13.16) Dois indutores Lr e Lz sio ligados em paralelo e alimentados por um gerador ideal operando em 25kHz. A tensGo nos iralutores € V1 = V2 = 18260" [V ] © a corrente total fornecida pelo gerador é i = 254-30" [mA]. Determine Li ¢ L2,sabendo que Li = 2.L2 e a induténcia métua é desprezivel. 13.17) Determine a impedancia equivalente Zey de dois capacitores Ci = 10MF ¢ C2 = 4,7uF, ligados em série e submetidos a uma corrente alternada de 18kHz, 13.18) Qual deve ser a indutiincia de um choque usado para li estiver submetido a uma tensio de 20V? jtar em JOmA uma corrente de 12MHz, quando ele Andlise das Reatiincias do DF-1 13.19) Analise, conforme o seu ponto de vista, os resultados das reatincias do DF-1 obtidos no tépico 13.10 deste capitulo. 150 Circultos Elétricos - Corrente Continua e Corrente Atemada r Capitulo 14 L. Os circuitos RL © RC em série funcionam como divisores de tensdo reativos que defasam a tenso do gerador em relago A corrente de um ingulo 9. Anilise das Impedincias Circuito RL Série R ed A impedincia Z dos circuitos RL ¢ RC em série vale: Nocircuito RL série: ‘Dos diagramas complexos acima, concluimos que: Nocircuito RL série: Z=VR +X? =} médulo de Z Xt y* = arcig—— = fasede Z 9 BR R=Zeosg@’ © Xi=Zseng* Circuito RC Série No circuito RC série: Representa Complexa No circuito RC série: Z=VR exe = médulo de Z Xe s-aretg=£ > fasede Z % Be R=Zcosg e@ — Xc=~Zsen gr Como ja era esperado, a fase @ da impedincia indutiva € positiva entre 0° e + 90°, enquanto na impedancia capacitiva ela € negativa entre 0° € ~ 90°. Naturalmente, essa fase corresponde a defasagem entre a tensio V do gerador e acorrente 7 que ele fornece ao circuito. Circultos RL © RC 151 Anilise das Tensées, Correntes e Defasagens Anélise Fasorial do da Lei de Kirchhoff para Tenses Alternadas nos circuitos os € igual d tensdo fasorial do gerador’ A representagao fasorial & um método grafico de aplic em série, isto é, "a soma fasorial das tensdes nos disposi Nos circuitos em série, como s6 hd uma corrente, ela pode ser usada como referéncia para analisarmos as tensbes, i a L Se i [a ® x Vic v @) Para que a nossa andlise seja a mais geral possfvel, consideraremos que a corrente tenha uma fase inicial 6 > 0° i=120. isto 6, Nos dois circuitos,atenstio Vr esté em fase com a corrente J, Porém, no crcuito RL, atenslo Vi. estéadiantada de 907, enquanto no circuito RC, atensio Ve esté atrasada de 90° em relago & corrente J. Nocireuito RL série: Nocircuito RC série: ‘Adefasagem 9 entre a tensio V do geradore a corrente i que ele fornece ao circuito é a mesma que a fase da impedncia Z , independente da fase inicial @ adotada para a corrente. ‘Além disso, as tenses Vr e Vi. no circuito indutivo e Vr e Ve no circuito capacitivo estio sempre em quadratura, possibilitando relacionar matematicamente os seus m6dulos com 0 médulo da tensio V_ do geradot por meio do Teorema de Pitigoras. 152 Circuitos Elétricos - Corrente Continua ¢ Corrente Alternada Anilise por Nameros Complexos to é, usando valores Podemos equacionar os circuitos, aplicando a Lei de Kirchhoff para TensOes Alternadas, complexos em conformidade com as suas representagbes fasoriais Em nossa anise, a representagio complexa tem como referencia a corrente com fase inicial 0 Nocircuito RL série: V=Ve+Vi No circuito RC série: Ve +Ve iF As expressdes e férmulas abaixo so genéricas, isto é, aplicam-se a qualquer circuito RL ou RC em série. Por isso, todas as variaveis sao positivas. No caso de um valor numérico negativo, como ocorre com @" no circuito RC, 0 sinal (~)€ incorporado automaticamente aos célcutos. No circuito RL sé No circuito RC série: Wave evs VaVe+ve Va = RLO1ZB = RIZO: Va = RLOIZ6 = RIZE: Vt = Xt LIPILO: = X1.1Z( Gi + 90" ) Ve = XeL-90°120: = Xc.1Z(6i - 90" ) Va 229120 =Z1Z(61+9*) Va22g-120=214(049") em que: Jem que: v=Wn?+¥:?}} _, mnodutoue V veWe?+ve'] modulo de V > defasagem entre V ci => defasagem entre Ve / Sendo: Ve=V.cos@* € Vi=Vsen gt Sendo: Ve=V.cosg@ © Ve=-V.seng” [Na prética, caso a fase inicial da tensdo ou da corrente do gerador nao seja conhecida, a andlise dos circuitos reativos em série pode ser realizada com mais facilidade se adotarmos fase inicial nula para a corrente, isto é, 1 = IZ0” . Neste caso: V=Va+jVe ou V=Ve+jVe. Circuitos RL e RC 153 Anilise por Nimeros Complexos Podemos equacionar os circuitos, aplicando a Lei de Kirchhoff para Tenses Alternadas, isto é, usando valores ‘complexos em conformidade com as suas representages fasoriais, Em nossa andlise, a representagdo complexa tem como referéncia a corrente com fase inicial @. Pe +Ve Nocircuito RC série: V=Va+Ve Vin Nocircuito RL série: V As expressies ¢ formulas abaixo sto genéricas, isto ¢, aplicam-se a qualquer circuito RL ou RC em série. Por isso, todas as varidveis so positivas. No caso de um valor numérico negativo, como ocorre com @” no circuit RC, o sinal (© € incorporado automaticamente aos célculos. Nocircuito RL série: [No circuito RC série: VaVe+Ve V=Vr+Ve Ve = RLOIZOi = RIO Ve = RZO°1Z0; = RIZO: Ve = XLL90°1261 = Xu.1Z(01 +90" ) Vo = XcZ~901ZO: = Xc.1Z{01- 90" ) V=ZLgrIZO =Z1Z(8+ 9" ) V =ZLQ-1Z0: =Z1L G+ 9") fem que: lem que: => médulo de V = médulo de V = defasagem entre Ve i => defasagementre V ei Sendo: Ve=V.cosg’ © Vi= V.sen gt Sendo: Ve=V.cos@ © Ve ~V.sen Na prtea aso a fase nical da tensio ou da corrente do gerador nfo sea conheida, a anise dos circutos reaivos em strie pode ser realzadn com mais faciidade se adotarmos fase inicilnula para a corente, isto 6, i = 120" . Neste caso: VaVe+ Ve ov Veve tive. Cireuitos RL @ RC. 153 Anélise Temporal Accorrente e as tenses dos circuitos RL ¢ RC em série podem ser expressas, também, no dom{nio temporal com as suas respectivas representagGes graficas. Consideremos a corrente i) com fase inicial @ > 0°. Nocircuito RL série, acorrente vale: lt) = Ir.cos (at + 8) A tenslo no resistor esté em fase com i(t), enquanto no indutor ela esté adiantada de 90°, Portanto: va(t) = Varcos (at + 6) wilt) = Vie.cos (at + 8 + 2/2) Por fim, a tensdo do gerador esté adiantada de g* em relagio a i(t): wt) Ve.cos (ax + 6+ g*) Nocircuito RL série: No circuito RC série, a corrente vale: i(t) = In.cos (ax + 6) A tensio no resistor estd em fase com i(t), enquanto no capacitor ela esté atrasada de 90", Portanto: a(t) = Vap.cos (ax + 61) velt) = Ver.cos (ar + 6 ~ 1/2) Por fim, a tensio do gerador est atrasada de g” em relagio a i(t): Ve.cos (ar + 6 +g) No circuito RC série: 154 Circuitos Elétricos - Corrente Continua e Corrente Alternada Uso dos Instrumentos de Medida ‘Medidas com 0 Multimetro Do ponto de vista pritico, as tensées eficazes V, Ve e Vi (ou Vo) podem ser medidas dretamente por um rmultfmetro na escala de tensio alternada (AC volt. Porém, deve-se verificar se a freqliéncia das tensées a serem medidas € compativel com a faixa de freqiiéncias de ‘operacdo especificada no manual do multimetro. Ve, i Me ve eer Se 0 multimetro tiver escala de corrente alternada (AC ampére), a corrente eficaz I pode ser medida diretamente; caso contrério, ela deve ser calculada pela Lei de Ohm. Medidas com 0 Osciloscépio Do ponto de vista prético, as formas de onda das tensbes podem ser analisadas diretamente por um osciloscépio. ‘Nese caso, podemos medir tanto as tensBes pico a pico (Ver) como as tensbes de pico (VP). ‘Além disso, podemos medir a defasagem @ entre a tensio W(t) eacortente i(t) do gerador por meio das tenses. v(t) © vr(t), jf que a tenso no resistor esté em fase com a corrente. ‘A medida da defasagem pode ser feita tanto pelo método temporal quanto pelo método de Lissajous, conforme vimos no Capitulo 12. GND o BeR Canal A vo (reaxe Caso 0s dispositivos estejam invertidos, a defasagem @ pode ser medida alterando as conexdes das pontas de prova do oscilosc6pio. esse caso, 0 ponto de referéncia para as medidas passa a ser 0 pélo "positivo" do gerador. AA figura ao lado mostra como ficam as conexdes do osciloscépio caso isto ocorra. Circuitos RL e RC 155 Os circuitos RL ¢ RC em paralelo funcionam como divisores de corrente reativos que defasam a tensio do gerador em relagio A corrente de um angulo @. Anilise das Impedancias Circuito RL Paralelo Circuito RC Paralelo ‘Aiimpedincia Z dos circuitos RL RC em paralelo pode ser obtida pela férmula geral de impedancias em paralelo ou pela f6rmula especffica para duas impedéncias, como é 0 caso dos circuitos a serem analisados neste capftulo (considerando R como uma impedancia resistiva purae Xe Xc como impediincias reativas puras). No circuito RL. paraleto: No circuito RC paratelo: Na forma polar, > 0° e, portanto: Na forma polar, 9 < 0° e, portanto: As representagées complexas dos circuitos RL e RC em paralelo devem ser construidas por suas admitancias (¥=1/2), condutancias (G = 1) susceptancias (B impediincias rexisténciasc reatincas 1/X ),ou seja respectivamente, pelo inverso das suas Por causa da propriedade dos nimeros complexos (J /j = ~/) © (1/ £p= 1 2-9), afase da admitincia ¥Z9' de cada cirouito tem sinal contrério, isto 6, ' é negativo para a admitancia indutivae positivo para a admitincia capacitiva. Porém, ao fazer a conversio novamente para impedincia (Z = 1/Y), a fase @ volta ter o seu valor de acordo com a natureza das impedincias, isto é, @ é positivo para a impedancia indutiva e negativo para a impedancia capacitiva. As expresses ¢ [6rmulas relativas a impedincia dos circuitos RL ¢ RC em paralelo podem ser obtidas diretamente das suas representages complexas. 156 Circuitos Elétricos - Corrente Continua e Corrente Alternada Nocircuito RL paralelo: Nocircuito RC paralelo: Dos diagramas complexos das admitancias ¢ das observagdes anteriores, concluimos que: No circuito RL paralelo: = médulo de Z + = arctg ° 8 Xr ow => fase de Z * = 0" aretg AE Zz Zz eng Sendo: R cosg* Nocircuito RC paralelo: aL Z ow => médulo deZ ow => fasede Z Zz Zz cos seng- Assim, nos crcutos em paallo,aimpednciainduiva tem fase @ positva entre O° e + 90% enquanto aimpedancia capactiva tem fase @ negativa entre 0° © ~ 90% correspondendo & defasagem entre a tensio V do gerador ca corrente { que ele fornece ao circuito. ‘Greutos RL @ RC 187 Anidlise das Tensdes, Correntes e Defasagens A representagio fasorial & um método grafico de aplicagio da Lei de Kirchhoff para Correntes Alternadas nos eireuitos em paralelo, isto é,“a soma fasorial das correntes nos dispostivos é igual a corrente fasorial do gerador" ‘Nos circuitos em paraleto, como 6 hé uma tensdo, ela pode ser usada como referencia para analisarmos as correntes, Circuito RL Paralelo Circuito RC Paralelo Para que a nossa andlise seja a mais geral possivel, consideraremos que a tensdo tenha uma fase inicial 6 > 0°, isto é, VaV2br. Nos dois circuitos, a corrente Ze estd em fase com a tensio V. Porém, no circuito RL, a corrente It. esté atrasada de 90", enquanto no circuito RC, acorrente Ic esté adiantada de 90° em relagGo a tensio V. No cireuito RL paraleto: No circuito RC paraelo: Adefasagem @ entre a tensio V do gerador ea corrente / que ele fornece a0 circuit € a mesma que a fase da impedancia Z , independente da fase inicial @ adotada para atensio. Alem disso, as corente ix ¢ it no cteuitoindutivoe ix e ic no cireit capacitive estdo sempre em quadratura, possbilitando relacionar matematicamente os seus médulos com 0 médulo da corrente / do gerador por meio do ‘Teorema de Pitdgofas. 158 Circuitos Elétricos - Corrente Continua ¢ Corrente Alternada ‘Anilise por Naimeros Complexos Podemos equacionar os circuitos sem efeito aplicando a Lei de Kirchhoff para Correntes Alternadas, isto é, usando valores complexos em conformidade com as suas representagbes fasoriais. Em nossa anilise, a representago complexa tem como referéncia a tenso com fase inicial 6. Nocircuito RL paralelo: i= ir-+in Nocircuito RC paralelo: j'=in+ic As expressées € formulas abaixo so genéricas, isto 6, aplicam-se a qualquer circuito RL ou RC em paralelo. Por isso, todas as varidveis so positivas. No caso de um valor numérico negativo, como ocorre com @ no circuito RC, 0 sinal (©) incorporado automaticamente aos célculos. Nocircuito RL paralelo: No circuito RC paralelo: isinti izintic in =VZ0,/RLO=(V/R)ZOr In =VL00/ RLO-=(V/R)LOv iy =VLO0/XLL90°=(V/ Xt )Z(Bv ~ 90° ) fe =VL0/XCL-9P=(V/ Xe )L(0v +9" ) 1 =VZ00/Z29" =(V/Z)AG-9*) 1 =V20/ZL9" =(V/Z)40.~9") em que: Jem que: rad err, Min? +1 = médulode = defasagem entre Ve i => defasagem entre Ve i Sendo: I Leos pt e@ M=lseng* Sendo: In=Leosg © Ie=—Lseng” Na pritica, caso a fase inicial da tensfo ou da corrente do gerador ndo seja conhecida, a andlise dos circuitos reativos em paralelo pode ser realizada com mais facilidade se adotarmos fase inicial nula para a tensdo, isto é, V =V.Z0" . Neste caso: P= Ie~ je ou f= Int ile Circuitos RL e RC. 159 Anilise Temporal A tensio e as corrente dos circui suas respectivas representagbes gréficas. Consideremos a tensdo v(t) com fase inicial & > Nocircuito RL paralelo, a tensio vale: W(t) = Veccos (at + 6) Accorrente no resistor esté em fase com v(t), enquanto no indutor ela est atrasada de 90°. Portant: in(t) = Ine.cos (ax + 6) iugt) = cos (cx + 0 = r/2) Por fim, a corrente do gerador esté atrasada de g* em relagio a v(t): it) = Incos (at + 6-9") Noccircuito RL paralelo: RL © RC em paralelo podem ser expressas, também, no dominio temporal com as No circuito RC paralelo, a tensHo vale: W(t) = Vocos (ax + 6) ‘A corrente no resistor est em fase com v(t), enquanto no capacitor ela esté adiantada de 90°. Portanto: in(t) = Inp.cos (ax + 6%) f(t) = Iee.cos (ax + B+ + 2/2) Por fim, a corrente do gerador esté adiantada de g” em relagio & v(t): f(t) = Incos (ax + 6 ~ 9°) Nocireuito RC paralelo: 160 Circuitos Elétricos - Corrente Continua © Corrente Alternada Série / Paralelo Nos circuitos RL e RC em série, aimpedancia Z = ZZ@ convertida na forma retangular traduz-se nos valores dos seus dispositivos em série, isto é, Z = Rr+ jXts ou Rs jXcs, 0 que ndo ocorre nos circuitos em paralelo, Nos circuitos RL ¢ RC em paralelo, a impedincia Z = Zp convertida na forma retangular traduz-se nos valores dos dispositivos do circuito série equivalente, Equivaléneia RL Série / Paralelo Equivaléncia RC Série / Paralelo be H A.conversiio de um circuito série no seu paralelo equivalente ¢ vice-versa pode ser til durante a andlise de alguns circuitos, ‘como os ressonantes, que estudaremos no Capitulo 18. As formulas de conversio estio bascadas nas andlises que fizemos das impediincias dos circuitos RL ¢ RC série e paralelo. nos t6picos 14.1 ¢ 142. Férmulas de conversto para 0 cireuito RL: Férmulas de converséo para 0 circuito RC: RexZesg © — Xu=Zseng Re=Zesg © — Xea=-Zseng z © Xe © Xe Seng core Cireuitos RL @ RC. 161 Anilise das Impedancias do DF - 1 [Neste momento, estamos aptos a analisar 0 DF-1 do ponto de vista de suas impedncias, Mas, antes disso, faremos um breve ‘comentério em relagio ao alto-falante, Oalto-falante eletromagnético é uma impedancia composta por uma componente reativa Xz. relativa a induténcia da sua bobina e por uma componente resistiva R relativa & resisténcia do fio dessa bobina, Porém, a indutincia da bobina ¢ tio baixa que na faixa das freqliéncias de dudio a sua retancia é bem menor que a resisténcia do fio (Xi << R). Assim, nessa faixa, podemos considerar o alto-falante como se fosse uma resisténcia pura com valor igual ao de sua impedancia nominal. No DF-1, 0s trés alto-falantes tm impedancias nominais de 822¢, portanto, eles podem ser considerados resisténcias puras de 8. ara essa anilise, & preciso considerar algumas situagBes de ordem pratica, conforme faremos para as duas impediincias genéricas mostradas ao lado. +210 Ze emparaelo: se Z1>>Zn = a Eumeireuto bert sae Zecmstic: se accZs a 6umeuro; #24 = Rati: Se Xa>> Ri E90" ou qu =-90%, portano: Za 6 uma reatincia Xa purae Ra 6 um curto; seXaccRe = => a0" portanto: Za 6 uma resisténcia Ra purae Xa é um curto; Para as demais situagées, poderd ou nio haver predomindncia da reatincia Xa ou da resisténcia Ra em fungio de seus valores. Tais situagGes siio: Xa > Ra; Xa < Ra e Xa = Ra, A partir destas consideragies, nés analisaremos comportamento do DF-I do ponto de vista de suas impedancias. 162 Circuites Elétricos - Corrente Continua e Corrente Aternada Constituigo das Impedancias do DF-1 Para efeito de analise do circuito, denominaremos 0 woofer de Ri, 0 squawker de Re ¢ 0 tweeter de Ri. Em primeiro lugar, vamos redesenhar o circuito como se fosse formado pela impedincias: = Riku -iker = Rit ike di= Rs kee a Amplitude Graves | Médios | Agudes Woofer | Squawker | Tweeter 400 5.7K fife) O circuito seré analisado no entorno das suas freqiéncias Inferiores: ‘Superiores: fif2 = 200H2 ‘fi= 400Hz 8002 ld = 2850Hz f= S700Hz 2fi = 11400Hz A reatincia dos dispositivos nessas freqiiéncias nés ja caleulamos no t6pico 13.10. Impedincias do DF-1 em 200 Hz Reatineias Tmpedancias.Getangoran) Tmpedancias (polar) u=4Q_e = 82 +612) =8.9226,6° (2) Xer j16 12) 22 = 162-90" (2 x2=0282 ¢ R= 82 +7028 [2] 25 =82°(9) Kee © R=80 =j227 19) Zs 5272-88" [Q) Anélise do DF-1 em 200Hz - Sons Graves ‘© 21 esté ligado dirctamente a saida do amplificador. Como Ri > Xi, a tensio no woofer 6 maior do que em Xi. Portanto, 0 woofer reproduz bem os sons graves. «Ze esté.em pargielo com Zs .Como Zs >> Zs, a impedincia Zs & um circuto aberto, Portanto, o tweeter nao reproduz os sons graves. Ocit ito resultante do DF-1 em 200Hz pode ser cado, conforme mostra a figura ao lado. Greuitos RL e RO 163 + Em 2), R2>> Xie. Portanto, Zs 6 uma resisténcia pura e Xiz 6 um curto-ircuito. Mas 2s estéem sie com 22 ¢ suas impedncias tem a mesma ordem de grandeza. A impedancia equivalente entre Z2 ¢ Zs seré denominada 223. Calculando e simplificando 0 circuito, temos: oy 2 = 22423 = Zs j16 +8 + 50.28 = @ a] > [fh d= 8 j15,72 ow Z2s = 17,62-63° [9] + Em Za, Xzs> Roz Mas Ros = Re, Portant,o squawkerreproduz 0s sons graves com intensidade menor que 0 woofer. Finalmente, vamos analisaraimpedncia total Zxy do DF-1 em 200He para verificar se na rego dos sons graves Mé casamento de impedéncias ene o amplificador (80) ¢ 0 DF-1. (89.2266" 762-68 ) (8+ j4)+(8— j1572) “Ampliicador Leg = Zi E23 = Ley 156642- 364" _, 19832362" bey 2820 © Zeq € praticamente uma resisténcia pura, Conelusées: Para sons graves, a poténcia sonora no woofer & grande, no squawker é média e no tweeter é pequena. Além disso, hé ccasamento de impedancias entre o amplificador e 0 DF-1, pois ambas slo iguais. ATENGAO! No Exercicio Proposto 14.22 deste capitulo, vocé deverd fazer uma anélise semelhante para as demais frequiéncias tomadas como referéncia, isto é, 400Hz, 800Hz, 2850Hz, 5700Hz € 11400H2, conforme colocamos no inicio desta andlise, Embora essas andlises sejam um pouco trabalhosas, elas t€m a fungio tanto de desenvolver a habilidade e 0 raciocfnio de andlise de circuitos em CA, como de relacionar os assuntos tratados neste livro com situagdes técnicas préticas ¢ No entanto, a andlise do DF-1 nfo encerra aqui, pois no Capitulo 19 nés trataremos exclusivamente dos filtros por ‘meio de uma abordagem mais adequada, de modo que voltaremos a analisar 0 DF-1, explorando-o em outros aspectos. 164 Circuitos Elétricos - Corrente Continua e Corrente Atemada Exercicios Propostos Gircutos RL e RC em Série 14) 142) 143) 144) Considere 0 circuito ao lado. ee Xeton 8) Determine Z, V ¢ / nas formas polar ¢ retangular; , A R 3) Determine Vee Ve na forma polar pela side Ohm; Y-120¥@) on ©) Esboce o diagrama fasorial com a corrente e as tensdes, envolvidas no circuito; 4) Compare os médulos de Vr e Vz. obtidos no item b com as componentes real e imaginéria de V obtidas ‘no item ae justifique os resultados. Considere o cicuito ao lado. | i-s00280"ImAl 18) Determine Z e V_ nas formas polar e retangular; Tr Polare a 4] Xc=2000 A rR b) Determine Vee Ve na forma polar pla Lei de Ohm; ® Fon ©) Bsboce o diagrama fasorial com a corrente as tenses envolvidas no circuito; €) Por que os médulos de Vk e Ve obtidos no item b sio diferentes das componente real e imagindria de V cobtidas no item a? Considere o cireuito a0 lad. . . i=185,7(210°%ma)__ Ve 'a) Determine adefasagem @ entre a tensio ¢ a corrente do [rr gerador e esboce o diagrama fasorial com a corrente © as tensdes do creuito (sem usar valores) 6 ¢ 20210) — ayk=y b) Determine Z, R © Xc; ¢) Determine a freqiiéncia do gerador, ) Determine Ve e Ve ©) Compare os resultados obtidos no item d com o diagrama fasorial esbogado no item a Considere os cicuitos abaixo com os seus respectivos diagramas fasorias ¢ responda como variaro os fasores se a freqiéncia do gerador aumentar, mantendo a tensio constant. Circuito Indutivo: Circuito Capacitive: i nr wi Gireuitos RL © RC 165 14,5) Uma resisténcia de 60002 ¢ ligada em série com um indutor de 100mH. O circuito ¢ alimentado pela tensio W(t) = 20.cos 100m [V]. Determine: a) @, f,Xt eZ do circuito; b) acorrente / eas tensées Vr ¢ Vi; ©) 2,1, Vee Ve sea freqiéncia dobrar ese cla cair pela metade. 1466) Um gerador de 127V/60He alimenta uma impedincia Z=602 - 30° [2]. Determine, em médulo, a coment fomnecida pelo geadore a tensio em suas componentesresistiva e reatva 14.7) Considere o cicuito ao lado. Qual deve ser a relagio entre Le C paraque atensio Vr seja sempre V /1/2 , independente da posigo da chave s” ve 148) Considereo creuto a0 lado com as medidas ww realizadas pelos volimeros determine: ces a atensio V do gerador, @ xd 16v b) acorrente 1 eadefasagem 9, ©) areatincia X. ea impedincia Z, 149) _Esboce na tela do oscitoscépio a forma de onda da tensdo no resistor do circuito abaixo, quando a chave estiver nas posigdes I ¢ Il. Dado: Xt=Xc=R ‘Tela do osciloscépto ‘canal onal B [Kt — canal a — i “So t { 14.10) Considere ocircuito a0 lado e a figura de Lissajows obtida pelo oscilosc6pio ed nes ‘a) Determine adefasagem @ entre v(t) eae | © it ZA 1b) Esboce o diagrama fasorial AH ccorrespondente, supondo it) com — cro fase inicial nula, L 166 Circuitos Eléticos - Corrente Continua e Corrente Alternada 14.11) Considere o circuito ao lado e os sinais medidos por um osciloscépio. > ora 18) Esboce o diagrama fasorial com a corrente ¢ as tenses [fe Cana 8 do circuito (sem usar valores), supondo fase inicial nula Fee para a tensio do gerador; 4] 0) nae }to b) Determine as expresses v(t) © ve(t): S ©) Determine V , Ve, Ve e a expresso va(t): Li xo €) Determine Xe, 7, 9 enexpressio it e) Determine a resisténcia de ajuste do potenciémetro; 1) Se aresisténcia de ajuste do potenci6metro reduzir, 0 que acontece coma corrente Ie adefasagem @? ‘Sugestio: esboce a impedancia complexa no plano cartesiano, (Canal A: Atenuador vertical = SV/DIV Canal B: Alenuador verscal = SV/DIV Base de tempo = 20js Circutos RL ¢ RC em Paralelo 14.12) Consider circuit ao ldo i. hs Pa a) Determine Z e i nas formas polar e retangular;, b) Determine fe e is na forma polar pela Lei de Ohm; ©) Esboce o diagrama fasorial com a tensio ¢ as correntes. envolvidas no circuito; 4) Compare os médulos de ix ¢ i. obtidos no item b com as componentes real ¢ imagingria de i obtidas no item a ¢ justfique os resultados. 14,13) Considere o circuito ao lado. 1) Determine ic e ix pela formula do divisor de content: b) Determine Ve Z; 6) Esboce o diagrama fasorial com a tensdo e as correntes envolvidas no circuito. Gircuitos RL @ RC 167 14.14) Considere o circuito a0 lado com as medidas, realzadas pelos ampertmetose determine fe a) acorrente I; | 1.9m QBFa2mA b) adefasagem aie . ©) atensio V; iw Bhan d) aimpedincia Z, a eatincia Xz e aindutincia L. 14.15) Um gerador (1) = 156.cos(377t-3%/4) [V] alimenta uma reatincia indutiva de 12 em paralelo com um resistor de 2242. Determine a impedincia Z do circuito, adefasagem @ entre a tensio ¢ a corrente do gerador eacorrente i que o gerador fornece ao circuito, 14,16) Considere um circuito RC paralelo, em que C= 120nF, a freqiiéncia de operagao é de 100kHz eas correntes valem 1c =0,5A e [n= 0,8A. Determine a tensio V do gerador, aresistncia R, a impedancia Z do cireuito, adefasagem @ entre a tensio e a corrente do gerador ea corrente I que 0 gerador fornece ao circuito, Equivaléncia Série / Paralela 14.17) Converta 0s citcuitos paralelo ¢ série dados abaixo nos seus respectivos equivalentes série e paralelo: a) Dy Xu re 4, Fan E> i eo oS Re gx. ka EtG B. Ko a 14,18) Converta o circuito do exercicio 14.15 no seu equivalente série. Em seguida, determine a impedincia Z do circuito, a defasagem @ entre a tensio ¢ a corrente do gerador e a corrente 7 que o gerador fornece ao circuit, 14.19) Converta 0 circuito do exercicio 14.16 no seu equivalente série. Em seguida, determine a impedincia Z do Circuito, a defasagem @ entre a tensio e a corrente do gerador e a corrente J que 0 gerador fornece ao circuito, 14.20) Para um circuito RL série operando a partir de uma determinada freqiiéncia, é valida a relagio Xts = JOR. Determine Xip e Rp em fungio de Xt. 14.21) Para um circuito RC paralelo operando a partir de uma determinada freqiéncia, é vélida a relagio Ry = 10.Xcp. Determine Xe: Re em fungio de Xcp. Anélise das Impedaincias do DF «1 14.22) Considere a andlise do DF-1 realizada no t6pico 14.4 e, de forma semelhante e com as devidas adequagdes em funcdo das freqiiéncias consideradas, continue a sua andlise tire as suas conclusbes sobre o seu comportamento quando ele estiver recebendo do amplificador sinais nas seguintes freqiiéncias: fi = 400Hz (transigdo entre a ‘de sons graves e médios), 2,fi = 800Hz (sons médios menores), fi/ 2 = 2850Hz (sons médios maiores), ‘fr = 5700Hz (transigdo entre a regio de sons médios e agudos), 2s = 11400Hz (sons agudos). 168 Circuitos Elétrices - Corrente Continua e Corrente Altemada Poténcia Instantanea Considere um gerador com tensio v(t) ligado a uma impedancia genérica ZZ9. Dependendo da natureza da impediincia, a tensio ¥(t) pode estar atrasada, ou em fase, ou adiantada de um angulo ‘ em relagao A corrente i(t) wn 229 yw Portanto, podemos considerar as seguintes expressées instantaneas genéricas: Wi) =Vrcos(ar+g) i(t) = Incos at {A poténcia instantanea p(t) & 0 produto dos valores instantdneos da tensio v(t) e da corrente (tito é PO) = v(0.ilt) Entio: Ct) = v(thilt) = p(t) = Ve.cos (ax + @).Ir.cos at => pt) = Velv.cos (ax + 9).cos x Substituindo os valores de pico por seus respectivos valores eficazes, isto é Ve por V2.V e I» por ¥2.1 ,¢ aplicando 1 a identidade trigonométrica cosa.cos B =—.[cos( a ~ B )+ cos( a+ B )] , obtemos: Pt .[ cos(oeo+ 9c) +c05( wart @+0x)] => Plt) =VeLcos+V.1.cos( 201 +9) BEA 2 ‘Nesta expressio, distinguimos dois termos: o primeiro, V.l.cosg, € uma constante, pois independe do tempo t; 0 segundo, V.J.cos(2at + 9), € varidvel com o tempo 1 e sua freqiiéncia é 0 dobro da frequéncia a da tensio e da corrente. A parcela constante da expressio da poténcia instantdnea, conforme veremos mais adiante, & 0 seu valor médio. A poténcia média, por sua vez, & conhecida como poténcia ativa ou poténcia real de um circuito, sendo simbolizada simplesmente por P. Observe que, como @ 86 pode assumir valores entre +90° e 90° (primeiro e quarto quadrantes do diagrama fasorial), 0 primeiro termo, V.l.cosg, 6 sempre positivo, pois cos@ = cos(g), enquanto 0 segundo, V.L.cos (2ar + @), ppode ser positivo ou negativo, dependendo do instante t considerado. ‘Analisemos, pois, o significado destes dois termos, considerando, para isso, 0s cinco diferentes comportamentos de uma impedtincia em fungio de sua fase @ e lembrando que cas O° =1 e cos +90" = 0. Poténcia em Corrente Altomada 169 Tmpedancia ‘Representagio Temporal i ‘Garactoristica Resistiva Pura / + Vilcos 2ax mJ) vol ER ton Toda a poténcia fornecida pelo gerador € ativa, pois ela é sempre Positiva, variando entre Oe 2V.I. Nesse caso, a poténcia média 6 Vil Indutiva Pura [Nao hi poténcias ativa, mas reativa, pois a poténcia fornecida ao indutor Je a0 capacitor (parcelas positivas) & devolvida ao gerador (parcels negativas).. i ao Xi (@=90%) Capacitiva Pura hi wo Exe (@=-90") Durante a devolugdo, 6 como se 0 dispositivo fosse um gerador. ‘A poténcia reativa varia entre -V.I ¢ +V.J, de modo que a poténcia média é nul Indutiva a R Hé poténcia ativa e reativa, sendo, por isso, sempre mais positiva que negativa, Portanto, somente uma parcela da wt (or<9<90") [poténcia € devolvida ao gerador. xe Nesses casos, a poténcia média pode estar entre 0 e V.J, dependendo de 9. Capacitiva io | wit (-90°<9<0") |Quanto mais préximo de zero for 0 valor de 9, maior seré a poténcia ativa, A poténcia total (ativa + reativa) é Jchamada de poténcia aparente, 170 Gircuitos Elétricos - Corrente Continua e Corrente Alteriada Poténcia em Nimeros Complexos ‘A andlise matemética da poténcia em citcuitos CA. por meio de expressies temporais, conforme foi feita no t6pico anterior, serviu apenas para mostrar as possiveis formas de onda da poténcia instantnea em fungo da natureza da impedancia, ¢ identficar os trés tipos de poténcia: a ativa, a reativa ¢ a aparente. A partir de agora, migraremos para os ndmeros complexos para que possamos chegar a f6rmulas mais snalisadas e aplicadas. ples de ser Comecemos, entio, por apresentar as duas condigdes que devem ser satisfeitas para que essa abordagem sejafeita corretamente. Considere a expressio da poténcia instanténea: p(t) =V.l.cos@+V.1.cost 2ax +9) Nesta expressdo, os dois termos utitizam os valores eficazes da tensdo e da corrente, isto é, V.l. Além disso, o termo dependente do tempo V.l.cos(2ar + g) mostra que em um diagrama fasorial de poténcia, esse fasor ficaria circunscrito apenas ao primeiro ¢ ao quarto quadrantes, pois -90° < p< +90° Das observagbes acima, conclufmos que: + a primeira condicio para o céleulo da poténcia por nimeros complexos & a utilizaglo de valores eficazes (RMS), isto 6, V para atensioe para. corrente; ‘+ a segunda condigio ¢ limitar, matematicamente, o fasor da poténcia 20 primeiro ¢ ao quarto quadrantes. Porém, se calcularmos a poténcia complexa diretamente a partir da expressio P = V.j , considerando que V=VZ0 © 1= 1261, chegatemos a um resultado errado, isto &: P=V.i =VZ(0 )1Z(6:)=V.1Z(6) +01) + ESTE RESULTADO ESTA ERRADO! Por qué? Ora, porque fisicamente o fasor da poténcia s6 pode ocupar o primeiro e o quarto quadrantes do diagrama fasorial, o que nao ocorre com a fase resultante (6, + 8), pois esta pode ocupar qualquer quadrante. ‘Mas a questio é apenas matemética. De fato, os niimeros complexos desconhecem que a defasagem @ € a diferenga entre 6 © @,¢ no a soma, como ocorre no produto Vi. ‘Além disso, a limitago do fasor da poténcia ao primeiro ¢ ao quarto quadrantes esté relacionada ao fato de a componente real da impedancia (componente resistiva) poder assumir apenas valores positivos, sendo esta uma imposigo puramente fisica. ‘Assim sendo, a forma correta de analisar a poténcia complexa 6 usando 0 conjugado da tensdo, isto é, V*, ja que ele ‘mantém tanto o seu médulo quanto a sua componente real inalterados (veja 0 t6pico X do Apéndice 1). Considere um gerador V =V.20r fornecendo uma corrente 1=1Z0: aumaimpedncia Z dada genericamente por: Z=RtiXic ou Z=ZZe* Poténcia em Corrente Alteriada 171

Você também pode gostar