Você está na página 1de 1

“Eis que estou à porta e bato” (Ap 3,19) - Abertura do Retiro

1. Você aqui está porque quer viver com fidelidade sua consagração batismal e sacerdotal;
está aqui porque querem escutar Jesus, já que sua vida está intimamente entrelaçada com a
dele, pois, um dia, você ouviu: “Segue-me!” Hoje, ele lhe diz: “Eis que estou à porta e bato”
(Ap 3,19).
2. Jesus se apresenta como um hóspede que quer visitá-lo. Quando ele se dirigiu à Igreja de
Laodiceia, disse-lhe que, porque não era nem morna nem fria, ela seria vomitada.
3. Para seguir Jesus, os apóstolos precisaram deixar redes, barco, sogra... tudo o que tinham.
Para seguir Jesus, deixaram seus próprios projetos de lado. A única garantia que tinham era
o próprio Jesus. E o que ele tinha? Nem uma pedra para descansar a cabeça... Até essa
presença, ao final de três anos de convivência diária, ficou ameaçada.
4. Jesus não aceitava que eles repartissem o próprio coração com outros. O apóstolo Paulo
entendeu isso: “Mais que isso, julgo que tudo é prejuízo diante deste bem supremo que é o
conhecimento de Jesus, meu Senhor. Por causa dele, perdi tudo e considero tudo como lixo,
a fim de ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele” (Fl 3,8-9a).
5. Viemos aqui para conjugar três verbos: escutar, responder e adorar. Para escutar, há
necessidade de tempo, de silêncio, de concentração. Para responder, há necessidade de
longos momentos de oração, e não estamos acostumados a falar com Jesus. Para adorar
precisamos ter os olhos fixos em Jesus.
6. Como fomos escolhidos gratuitamente pelo Senhor para ser instrumentos na obra da
salvação, talvez tenhamos uma falsa segurança. Não coloco em dúvida o amor preferencial
de Deus por nós. O problema é nossa resposta.
7. No dia de sua ordenação sacerdotal, o Bispo ordenante lhe perguntou: “Queres unir-te
cada vez mais a Cristo, sumo Sacerdote, que se entregou ao Pai por nós, e ser com ele
consagrado a Deus para a salvação da humanidade?” Unir-te cada vez mais a Cristo, sumo
sacerdote: a comunhão íntima e pessoal com Cristo é fundamental na vida de presbítero.
8. Sua missão é refletir a luz de Cristo. Para isso você foi chamado. Essa é a razão de sua vida,
o sentido de seu ministério sacerdotal. Para conseguir isso, o Senhor lhe dirige um convite:
“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei
descanso” (Mt 11,28).
9. Retiro é um tempo de graça. “Tenho medo de Cristo que passa e que não volta” (Santo
Agostinho). Neste retiro, mais uma vez ele passa em seu caminho, bate à sua porta e espera
sua resposta. Alegre-se em saber que a iniciativa é dele. Ele é que demonstra interesse em
lhe ter como amigo. Ele é que toma a iniciativa. Cabe-lhe apenas abrir a porta de seu
coração para que nele ele entre.

Lectio divina: Ap 3,14-22 (“Eis que estou à porta e bato”)

Você também pode gostar