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ETE malay eer m ice LU) Eee ia Alves ie aber + Manual de Lingua Portuguesa OMS aco este tee) f 2016 Ficha Técnica Titulo; Saber+ Manual de Lingua Portuguesa para © Ensino Universitarie Autora Maria Anténia Alves Impressao: Ano: 2016 Tiragem: 5000 exemplares Depésito legal "6780/2014 Nota das autoras Caro(a) Estudante Produzimos este manual a pensar em si, com a intengdo de que possa dispor de um instrumento para ofa ajudar a reforgar a sua competéncia lin- guistica. Expressar-se com clareza e eorreesdo quer oralmente quer por es- crito, constitu’ uma das exigéncias no mundo do trabalho, pois qualquer com- peténcia profissional s6 poderd estar completa se dominar os conteiidos do funcionamento da lingua, Foi a pensar nisso que estruturimos o manual com matérias eriteriosa- ‘mente seleccionadas e com exereicios muito variados, para que possa exerci tar e consolidar as competéucias que a sua vida pofisional, mais tarde, viré enigirthe. Em lnhas gerais, manual estéestraturado da seguinte forma: 4 Unidade 0: Teste de diagndstico para se aut-avaliat tera per eps das suas dificuldades a Lingua Portugues; Unidade 1: Textos dos media e textos cientificos; Unidade 2: Outros textos, outras leituras (natrativos e liticos): Unidade 3: Textos transaceionais (ou textos normativos);, Unidade reoria Literdria (para andlise textual); +ooos Unidade 5: Exercicios priticos de funcionamento da lingua, A selecgio dos textos foi feita criteriosamente, de modo a ir a0 encon- tro dos seus interesses, dos seus gostos ¢ cativi-lo para o mundo magico da ‘scrita, seja la lterria ou nao, Ler & 0 caminho para o conhecimento, é viajar ‘por outras civilizagdes, por outras culturas. Mas no pensémos s6 na beleza do texto literario, nem na importdneia da erénica que nos faz reflectir sobre ‘questdes pertinentes do nosso quotidiano, Pensimos, igualmente, em si como futuro técnico, por isso, também Ihe damos a oportunidade de aprender ou de consolidar a redacedo de cartas, offcios, relatérios, actas, contratos, ete. Tra- tamos, ainda, da pontuagdo, do enriquecimento vocabular, das diividas de lin- gua mais correntes... Esperamos que se aplique ao estudo desta disciplina, pois s6 assim cconseguira melhorar a sua capacidade de anilise ¢ Linguistica. Pretendemos te livro o/a ajude a adquirir essas capacidades, quer sob orientagdo do que professor, quer com um estudo individual metédico, Se resolver 0s exercicios propostas, com certeza colhers os frutos desse trabalho. Esperamos estar a ajudi-lo/a nessa eaminhada, Desejamos-Ihe um bom estudo e sucess: na sua vida estudantil e pro- fissional As autoras: Indice DOCU Diagnéstico das competéncias de interpretacao e de conh "0 Milagre — interpretagao, * Questionario sobre Funciona entos gramaticais nto da lingua Textos dos media Noticia + Cuando Cubango: Criagao da VIM regido académica satisfaz jovens Pig. 13 + Cisne apaixona-se por um barco Pag. 14 Nao hd tremores de terra na barragem de Latiea ......eccsssssessesese esses sesesenP AQ. 15 Cronica = Quero nascer mais VeZeS .es.scssssseee Pag. 19 © O milagre de Hudson Pag. 45 + Japrovou um ¢: + Na pele dos outros + Zona Vermelha suspenso? + Falta de regras na Adminstragao Pig. 47 = Um gigante moral = “Okupokiwa” + Voce ¢ um niimero. + Voce & um phubber? + ATimide + Se telefonar nio conduza Pig, 59 + A Capital no Interior + Maléria: um inimigo piiblico Pig, 63 + Ah, uma erénica manust Teck uedceetr acs = Vizinhos + Eagora, como vou sair desta? Pig, 68 + Cada homem é uma raga .. + A presenga dos livros Pig. 71 + Monangamba + Chitembo, 1972 sev sneeees Pig 15 + Quem semeia ventos colhe + Escrever carta ou enviar um e-mail?.. Pag. 78 + Nés chorimos 0 CAo-Tinhoso + Testamento + Passe a felicidade para frente + Incéndio + Adespedida + Ao longo do caminho + Olha a porta! + Rosa, meu amor + Porqué escrever? + Namoro = Acarteira + A desgraga da riqueza " + Decalea vai para a fonte + ARevelagiio Pig. 99 = Balada da flor de espuma. + Aaprendizagem da rainha Pag. 103 = Descalga vai para a fonte.... + Oregresso do morte + AAia..... + Magaiga os + Partida para 0 contrato + Carta para Josefa, minha avi + Amie + La se foram os bois. + Carta de um contratado Pig. 169 + Do outro lado da rua +O Sanguito do Prenda Pig. 172 Te ee Ace Lucci elit hciadakenesetaaoas Acatta ses Pag. 177 A carta informal .. oven Pag. 177 A carta formals... eenenPaig, 178 A carta de apresentagdo Pig, 179 Carta da Terra ao seu inguilino......Pég. 180 Formas de tratamento reverente...Pag. 181 Acciroular ..... sevevseeee PAB. 182 Oficio. a O requerimento © Texto narrativo + Texto litico .. + Figuras de estilo .. + Produgio de texto ... + Debate . A declaragao Orelatério .... O contrato © comunicado, Aconvocatéria Aacta O curriculum vitae O memorando O texto icsnico O texto argumentative O texto expositive ... Resumo Sintese Pag, 184 Pag. 187 Pig. 189 Pig. 191 Pig. 191 Pig. 192 Pig. 194 Pig. 197 Pag. 210 Pag. 211 Pig. 211 Pig, 212 Pag. 213 deere ccna Te | > Ficha | - Coesdo e Coeréncia textual + Ficha 2 - Processos regulares de formagaio de palavras + Ficha 3 - Proc + Ficha 4 - Relagdes semanti + Ficha 5 - Semantica lexical : + Ficha 6 - Discurso direto e discurso indireto + Ficha7- A erase 4 + Ficha 8 - Pronominalizagto + Ficha 9 - Pontuagao + Ficha 10- Translineagao + Ficha 11 - Morfologia.. — Nome Adjetivo Pronome Preposigao = Advérbio ..s.cse — Conjungbes ¢ locus — Verbos: ei > Vores verbais, + Formas de tratamento + Dificuldades recorrentes + Exereicios variados ... 90s imregulares de formagio de palavras as entre as palavras conjuntivas .. © Cagaao erro Bibliogratia Pag. 296 Pig. 297 Pig. 300 Pig. 308 Pag. 311 Pig, 318 Unidade () Recomecando Sumario Ficha de diagnostico * Compreensao textual * Funcionamento da lingua ‘Teste 0 seu indice de atengo e compreensio textual ‘Proceda a uma ou duas leituras silenciosas ¢ muito atentas dotext “O Milagre’ Seguidamente, sem ‘© consultar, responda as questdes que se seprmaue lhe permitirdo autonvaliar-se quanto sua aten- cao ¢ compreensao textual, Z O milagre J muito tarde, quase de madrugada, Infandés apareceu, como prometera, com os chefes seus amigos, todos homens de porte marcial ¢ decididos. A conferéncia foi longa ¢ curiosa. Inécio, convidado a expor a sua romantica histéria € os seus direitos a0 reino dos Cacuanas, comegou por mostrar o emblema sagrado, ‘a grande serpente tatuada na cinta. Cada chefe, uma um, tomava a lampada, e, agachado, examinava o sinal com respeito; depois, em siléncio, passava a lampada a outro. Em seguida, Inacio contou a sua vida estranha, desde a fuga com a mae através do deserto, Os chefes permaneceram calados. Hlidio, por seu turno, recordou os longos erimes de Tuala, retragou as matangas dessa noite de festa em que dois guerreiros valentes tinham sido trucidados. Por fim, fez um grande apelo A razio e ao coragao dos chefes, que s6 tinham a escolher entre o monstro que, por avidez.e capricho, hes arrancava a vida, ou o homem que Ihes garantia a existéncia feliz nas suas senzalas e a posse tranguila dos seus gados. Mas, com espanto nosso, os chefes pareciam hesitantes e desconfiados. Finalmente, um deles, homenzarrio possante, de carapinha branca, deu um passo, ¢ declarou que a terra, na verdade, gemia sob a crueldade de Tuala, ¢ que seu préprio inmao, nessa noite, estava sendo pasto das hienas... Mas aquele era um singular e confuso caso! E quem Thes afiangava que cles ndo ergueriam as suas langas por um impostor? Necessitavam, pois, de uma evidéncia, __ Se ele € 0 herdeiro legitimo, os homens que o trouxeram que o provem fazendo um grande milagre! S6 assim o povo acreditard e tomara armas por ele __ Mas a cobra, o emblema sagrado! __ Exclamei eu. Nao basta. A cobra podia ter sido pintada no ventre ja depois de ele ser homem... Necessitamos de ‘um milagre! © povo ndo se move, nem nés mesmos, sem um milagre! __ disseram os chefes, Um milagre! A situagao era terrivel e grotesca. Exigir-se um milagre a trés honestos e ingénuos mor- tais, que nem sequer sabiam, como qualquer prestidigitador de feira, eseamotear uma noz dentro de manga! Voltei-me para os meus companheiros, a explicar rapidamente o risivel e perigoso lance. _Parece-me que se pode atranjar disse John, depois de um curto silencio, Pega a estes amigos que nos deixem s6s, Quintino. Abri.a porta da cubata, os chefes sairam. E apenas os passos morreram na sombra __ Temos o eclipse! __ Exclamou 0 nosso admiravel John. Bra o eclipse que ele descobrira na véspera, folheando o almanaquie (0 “livro de bordo”) e que, nesse dia, as duas e quarenta minutos, devia ser visivel em toda a Africa. __Aiestdo milagre! Afirmava John, _ E anunciar aos chefes que, para Ihes provar que Inacio € 0 rei, e que devem pegar em armas por ele, nés faremos desaparecer 0 Sol! A ideia era espléndida. O tinico receio & que o almanaque estivesse errado. __ Nao! E um almanaque maritimo, nio pode estar errado. Os eclipses sio calculados matematica- mente, Nao hi nada mais pontual que um ectipse.... Durante meia hora, trés quartos de hora talvez, esta regido toda ficari em trevas, __Por mim _ disse o bario _ parece-me que devemos arriscar no eclipse — Vii pelo eclipse! Mandamos buscar os chefes. Escutai! Julgais vs que um homem pode soprar sobre © Sol e apagi-lo? Os chefes olharam para mim, recuando com assombro. __Nao __murmurow um deles __ pois, amanha, depois do meio-dia, nos, aps uma hora, espalhtaremos trevas sobre a Terra, e ser o sinal de que Inicio é o verdadeiro rei dos Cacuanas e que 0 povo deve tomar armas por ele, Seri bastante milagre? © chefe da carapinha branca abriu os bragos para nés, esgazeado: __ O senhores das grandes artes, esse milagre ser mais que bastante! Bem, Tereis o milagre. Agora, Iidio, que é experiente, diga 0 momento em que mais convém que nds apaguemos 0 Sol. ‘Meu senhor, é na verdade, um mi momento & o da danca das flo espuntoso que vés prometeis! Mas, enfim... © melhor ss, que hi-de logo comegar ao meio-dia. As mais lindas raparigas de Lu 6 cestdo ld para dangar. E aquela que Tuala achar mais linda de todas é, segundo o costume, morta em sacrificio dos silenciosos, as figuras de pedra que esto além na montanha vigiando. Que os meus senhores nese ‘momento apaguem o Sol, salvem a rapariga, e 0 povo acreditara! __O povo, na verdade, acreditari! _ Exclamaram todos os chefes. HAGGARD. Rider, 0 Milagre Apds a leitura atenta, responda as perguntas que se seguem, resista & tentacZo de consultar 0 texto, se assim o fizer, é a si préprio/a que se estara a enganar. No final, veja quantas perguntas acertou ¢ obtenha o resultado do teste & sua atenco, 1. _Indique o reino onde se passa a acgao. 2. Que regime que vigora nesse reino? ‘Como se chama o rei desse reino? Quem esti interessado em o substituir? Qual a sua legitimidade para 0 fazer? Qual o nome dos adjuvantes da acgao? Refira em que momento do dia aconteceu este encontro. Que tipo de ajuda pretendiam as personagens dos velhos chefes? 'Hé no corpo da personagem um sinal usado para convencer os chefes. Que sinal era esse? 10. Em que parte do corpo se encontrava esse sinal? 11, Por que razio os chefes nao ficaram convencidos da veracidade do sinal? 12. O que aconteceu, no passado, a personagem que solicita ajuda? 13. Quem 0 acompanhou nesse percalgo passado? 14, Em tragos gerais 0 que o distingue do actual rei? 15. Os chefes a quem solicitaram ajuda nio acederam a dar-tha. Porqué? 16. O que exigiram em troca para Ihe darem ajuda? 17. Em que continente se passa a acco? 18. Diga de quem foi a ideia do estratagema, 19. Qual a garantia de que o “milagre” daria certo? 20. Como é que o mentor da ideia obteve a informagio? 21. Qual a hora exacta da realizagao do “milagre”? 22, Em que consistia 0 suposto “milagre”? 23. Quanto tempo duraria esse milagre? 24, Que aproveitamento queriam os chefes que fosse feito desse “milagre”? 25. Como se chamava o cerimonial que iria ser interrompido? 26. Quem intervinha nele? 27. Como acabava esse cerimonial? 28. Qual a condigdo uma jovem ser a eleita para esse cerimonial? 29. Quem determinava a escotha? 30, Indique o nome da localidade de onde vinham as intervenientes no cerimonial. A. Responda as perguntas que se seguem ¢, no final, avalie o seu desempenho 1. A forma correcta do verbo “reaver” na frase &: a, Jéreaviomeu bt O b. Séreouve o meu BI. e. Jéreviomen si =O Assinale as alineas em que 0 verbo esta no infinitive pessoal: a. Seele falar mito... . Quando o Gil chegar, avisa. O b. Fiquet aver navios. 4. 0 bolo é para nos comermos. 1 Na frase “Se formos nds os escothidos, faremos uma festa.”, 0 verbo sublinhado 1, O fiunuro do conjunt. da verbo ser; Te O infinitive pessoal do verbo ser: O b. O futuro do conjuntivo do verbo ir; La. O infinitive pessoal do verbo ir; 0 Assinale a alinea em que a forma verbal esté correctamente escrita: Eles caiem O ©. Nao the deiem confianca. . Tu dissestes Vos falastes, Qo As palaveas “integro” e “integro” sio: a. Homégrafas O «. Homéfonas (1 b. Parénimas @. Homénimas O Assinale a opgiio em que a conjugagio do verbo esta correcta: a. "Se obiéssemos esse resultado...” LL ¢. “Se obtivessemos esse resultado..." b. “Seobtivessémos esse resultado...” Td. “Se obtivéssemos esse resultado...” 7. A regéncia correcta do verbo “contribuir” é. a. A ponte contribuird ao progresso. ¢. A ponte contribuiré no progresso. C1 b. A ponte contribuird para o progresso. 4. A ponte contribuird do progresso. C1 8. Assinale a opcAo em que o participio do verbo esti correcto: a. Devias ter intervindo na reunido, OO e. Devias ter intervido na reunido. 0 b. Devias ter intervisto na reunido. 0) 9. Assinale a opcio correcta do imperative, para o tratamento por “tu” a. Daniel, nao facas baruiho, 0 ¢. Daniel, nao faga barutho. O b. Daniel, nao faz barutho. OO 4. Daniel, ndo fazes barutho. 10. Assinale a peo em que a conjugagio do verbo “haver” esta correcta: a. Haviam milhares de peixes mortos na Baia, b. Havia mithares de peixes mortos na Baia. 0 8 c. Houveram milhares de peixes mortos na Baia, 1 4. Tinham havido mithares de peives na Baia. 11, Assinale as opgdes em que a conjugaciio do verbo “ver” esté correcta: ‘a. Eles véem o que thes convém, (1 ce. Eles tiveram visto 0 que thes convem. b. Eles vém o que thes convem. 1 d. Eles tiveram visto 0 que thes conven. 1 12. O presente do indicativo do verbo “vir”, na 1* pessoa do singular é: a, Nés vimos. b. Nés viemos. O 13. A 3* pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo do verbo “par” é a. As galinhas puzeram dois ovos. C1 As galinhas pozeram dois ovos. 1 b. As galinhas puseram dois oves. 1 d. As galinhas poseram dois oves. (1 14, A frase em que a palavra sublinha est correcta é: a, Dé uma informacéo sucinta. 1 1b. Dé wma informacdo suscinta, 1 15, As palavras “triifego” ¢ “trafico” slo: a, Anténimas O e. Homéfonas b. Parénimas O 4. Homénimas O 16. Assinale a opcao em que © pronome de complemento esta bem seleccionado: a. VioGile chamei-o. O b. VioGile chamei-the. 1 ¢. Vio Gile chamei ete. 0 17. Assinale as palayras agudas correctamente acentuadas: a. co O «. Pa O b. Gad O @. AguapéO 18, Assinale as frases com complemento directo: a. OJodo entalou o dedo. o Dard bolsas aos alunos. 0 b. A Carla telefonou a mae da Gina. 1 d. Magoaste-me! Oo 19, Assinale, das palavras abaixo, aquelas que sio substantivos colectivos: a, Arvoreds O «. Paiot =O b. Penedo OO Melo O 20, Assinale, a opsdo em que a conjugagao do verbo esté correctamente escrit a Mandamos os livros ontem. O1 . Lavaste as mios? oO b. Manda-mos os livros omem. C1 4d. Lavas-teasmaos? =O | Seerrou mais de metade das perguntas, os seus conhecimentos estio aquém do desejado, Entao, esforce-se por melhorar. 9 e = media p oe @ e 10 Sumar Textos dos media De entre os textos dos media, destacam-se a noticia, a reportagem ¢ a entrevista, trés géneros jornalist de finalidade informativa, que se complementam. Para além destes géneros, na imprensa, ha também a er6i a, a publicidade, a critica © 0 cartoon, A nossa abordagem, relativa ao texto dos media, debrugar-se-d sobre a noticia, a crénica, Faremos, igualmente, referéncia aos textos cientificos que aparecem frequentemente em revistas de especialidade “Uma noticta & um facto verdadeiro, inédito ¢ actual, de interesse geral, que se comunica a0 piiblico, depois de re- colhido, pesquisado ¢ avaliado, por quem controla o meio utilizado para a sua difustio.” 1m Joaquim Leta, “Pequeno Brevirio jomisticn” A noticia estrutura-se na perspectiva da pirdmide invertida: o mais importante aparece no inicio, no cha- mado lead ou entrada, ligado a regra dos cinco Ws: Who (QUEM?); Where _(ONDE?); When (QUANDO?); What (0 QUE?) Why (PORQUE). Segue-se 0 corpo da noticia, com pormenores circunstanciais do acontecimento, seguindo uma ordem decrescente na hierarquia da importaneia dos elementos que vao surgindo na ne No corpo da noticia, é recomendavel usar informagio de background, isto 6, dados anteriores a ocorréncia, A sua linguagem deve ser sucinta e simples, com termos adequados ¢ exactos, periodos curtos ¢ directos poucos adjectivos e, sobretudo, nunca inventar ou deformar as informagdes, nem exprimir opinides. Técnica da pirdmide invertida da noticia Corpo da Noticia: Nota: Por vezes, a noticia, quer pelo seu teor, quer por oped do jomalista, no obedece, rigorosamente,& técnica a pirdmide invert. titulo da noticia & muito importante porque, quase sempre, indicia o contetido da mesma, dando realee, sobretudo, ao facto mais importante do relato. titulo pode apresentar-se simples ou ter, também, um antetitulo e/ou um subtitulo, Exemplo: Relva do Maracana tem sotaque portugués Titulo. enh tuguesa, i I,6"a mae" dor r "Engen agrGnoma portuguesa, Ana Galera Cabral 6a mae" do evade da Santee In Exoresso, § de Abril 2014 - Titulo Cisne apaixona-se por um barco Um cisne negro apaixonou-se, este Verto, por um bareo de aluguer em forma de cisne, & farta-se de demonstrar 0 seu amor ao objecto, num. Jago em Muenster, na Alemanha, conta o site Ana- 5 bidlogos atirmam que o cisne fica espe- cado a olhar para o barco, nada a volta dele e emite sons de acasalamento, A. Sobre o texto acima, respon Os cientistas esto muito preocupados com a situagao, j4 que 0s cisnes so mondgamos ¢ te- ‘mem que este animal vi desperdigar a vida com 0 objecto. Temem também a reacgio do animal quando 0 barco for guardado no Inyerno, mas acham que o cisne “vai recuperar do desgosto’ O barco, que é alugado a familias que estio a fazer piqueniques na margem do lago, chegou ha meses. Desde que se tomnou no objecto da paixio do cisne, tormou-se numa enorme atracgio. Todos querem ver 0 “parzinho”. No entanto, nem tudo so rosas. O cisne & muito ciumento e nfo tolera que ninguém se apro- xime da sua “amada”, de tal forma que todos os turistas comegam a ter medo de alugar 0 barco. In Portugat Diivio, 27/09/2006 (adaptado) 1, Proponha um antetitulo para a noticia que acabou de ler. 2. Delimite, no texto, o lead e 0 corpo da noticia. lem o lead, em “vai recuperar do desgosto”; 3. Destaque cada uma das partes que con: 4. Explique o recurso as aspa ‘parzinho”, Yamada”. B. Os jomalistas, para tornarem os titulos das noticias mais sugestivos, recorrem a metaforas, a trocadi thos, a pro erbios, Por vezes, inspiram-se em titulos de nes, de livros, etc. Interprete os seguintes titulos e identifique o processo a que os jomalistas fizeram recurso para eriarem jtulos: 8 seguinte \ soqueirosaorubro | code Angeiat2/09/20.4 | O consultor ambiental do projecto de constru- ‘glo da Barragem de Laiica, no municipio de Cam- bambe, provincia do Cuanza Norte, Vladimir Russo, afastou, quarta-feira, naquela localidade, qualquer possibilidade de o empreendimento hi- droeléctrico ser atingido por abalos_sismicos, tranquilizando, deste modo, os participantes no acto de consulta piblica sobre o impacto no ecos- sistema. ‘Segundo o especia- lista, que respondia as inguietagdes apresenta- das no encontro, a barra- ‘gem de Latica esti a ser construida num local que dista a 125 quilome- tros da falha tecténiea mais proxima do ponto de vista da geologia re~ gional, além de que 0 empreendimento foi ‘concebido para suportar ‘tremores de aié sete graus de magnitude na escala de Richter. Esclareceu gue a rea do médio Kwanza sere-se numa zona marcada pela presenga de ex- tensas e profindas falhas continentais, sendo 0 “Horst Kwanza” a falha tecténica mais préxima, separando duas outras importantes estruturas geo- Idgicas, nomeadamente o “Escudo Maiombe’, si- tuado a noroeste da regidio ¢ 0 “Escudo de An- gola”, na parte sudoeste. Na ocasitio, 0 ambientalista Joao Serédio considerou imperiosa a incluso, no estudo do projecto de construgao da barragem de Latiea, de um plano de seguranga de emergéncia destinado ‘a evacuagao das popilacdes que vivem no pe ‘metro a jusante do rio Kwanza, em caso de um N&o ha tremores de terra na barragem de Latica abalo sismico danificar as estruturas do refe aproveitamento hidroeléctrico. Joao Serddio, ex-vice-ministro do Ambi- ente, entre 1997 ¢ 1999, referiu que os milhdes de metros cfibicos de égua acumulados numa albu- feira representam um perigo real para as popula ‘ges que vivem no perimetro do rio caso se des- ‘moronem os muros de contengaio da barragem, ra Zo pela qual nao deve ser ignorado este por- menor técnico. Uma consulta piiblica foi realizada pelo Ministério do Am- biente, em parceria com 0 Gabinete de Aprovei- tamento do Médio Kwanza (Gamek), com © propésito de ava- iar estudo de im- pacto ambiental, apre- sentado pelo consultor ambiental do projecto, bem como potenciais efei tos da edificaydo do referido empreendimento ¢ nda cother contribuigdes de medidas para a re- dugao dos efeitos nocivos ao ecossistema da re- ia. ‘Além de técnicos do Ministério do Ambi- ente ¢ dos governos das provincias do Cuanza Norte, Malange e Cuanza Sul, 0 encontro contou ‘ainda com a participagao de representantes de em- presas piblicas ¢ privadas, das administragdes mu- nicipais de Cambambe (Cuanza Norte), de Cacuso (Malange), Libolo (Cuanza Sul) ¢ representantes de organizagdes da sociedade civil interessados em contribuir para o enriquecimento do docu- mento. 02-0420 |Fome: gon =| Por que motivo © ambientali barragem? Indique: Apresente, nesta noticia, a resposta as cinco perguntas que constituem o lead, jotio Sedddio mostra preocupagdo com a construgo desta a. Antonimos para: (ranguilizando; jusante; nocives, . Sinénimos para: referido, imperiosa: desmoronem. 4. Atente nas passagens sublinhadas no texto, que contém desvios gramaticais & norma padrio corrija-os 18 5. Indique se sio verdadeiras ou falsas as seguintes afirmagdes, a. ‘num local que dista a 125 quilémetros”. A palavra “quilémetros” também se pod ria eserever “kilémettos”. b. ___Napalavra “construida”, as vogais sublinhadas constituem um ditongo, por isso, na di- visio sildbica e na translineagdo, nunca se separam. ; €. __A palavra “representa” possui um ditongo nasal. 4. ___A palavra Gamek & um acrénimo. ; e. __ As palavras “Cuanza Norte, Malange e Cuanza Sul” sio antropénimos. > Acronica é, quase sempre, um texto eurto e surge numa paigina fixa do jomal, ou num espago determinado de ri- dio. Torna-se, assim numa rubrica periddica, a que os lei- tores se fidelizam, > Eum texto que pode tera assinatura de um jornalista ou de um escritor que seja colaborador do jornal ou da revista. > Parte de um assunto do quotidiano, um acontecimento banal, um hébito, uma moda, uma situagao que pode ter sido vivida ou presenciada pelo cronista que acaba por re- flectir sobre isso, por vezes em tom de brincadeira, mas sempre com a intengdo de chamar & atengio e a reflexdo. > O tom pode ser ligeiro ou polémico, irénico ou humoris- tico, poético, narrativo ou reflexivo, > Recorre muitas vezes a uma aniilise politica ou sociols- ica. Para a concretizagdo deste objectivo usa, muitas vezes uma linguagem com duplos sentidos, ironias, jogos de palavras... Estes ¢ outros recursos expressivos aproximam este subgénero jor- nalistico do texto lit > A crénica apresenta, muitas vezes, uma conclusdo, decorrente da interpretagiio que 0 cronista faz do real, do quotidiano que o cerca. Quilémetro ov Kilometro? Quilo ou Kilo? g Na escrita, a forma correcta & “quikimetro” e “quilo”, As letras “k”, “y" e“w", em Portugués, s6 se empregam nos topénimos nos antropénimos estrangeiros, ou em abreviaturas. Ex.: km, kl, kg, ete. ‘José EduardoAgualusa ¢ um jornalista¢escttor angolano, naseido no Huambo, em 1960. IE autor de varios livros, camo "O Vensedor de Passades", “Carélogo de Sombras” (con tos), "Q Ano em: que Zamii Fomow o Rio", “Esiranhdes e Bizarrocos” (com Henrique Cay ate), "Un Estranho em Goa, “Estagao das Chusas", "Nagdo Crioula, "A Feira dos As sombrados”, “D, Nicola digua Rosa e Oxtras Hitivias Verdadeirase hnverosimels”."A Conjura’, “As mutheres do meu par", “Barroco Tropicat", et. Publicou ainéa uma grande reportage sobre « comunidade afficana na capital portuguesa, “Lisboa Africana”. As suas ‘obras estdo publicadas em diversas linguas. Agualusa escreve crénicas para o jor bras Ieiro 0 Globo, a revista LER ¢ o portal Rede Angola. Realiza para a RDP Aftiea “A hora das Cigars”, um programa de misica e de textos aftieanos. A lingua que nos constréi Nao hi como a brutal aspereza do alemiio quando o que se pretende ¢ intimidar alguém. Expe- rimente, por exemplo, gritar "Macht es Ihnen etwas aus, wenn ich rauche”, enquanto arranha 0 ar com (8 punhos, e vai ver que 0 efeito ¢ aterrador. A frase em causa, no entanto, significa simplesmente “Jm- porta-se que eu fume?”. Desconfio que pouca gente teria levado Adolf Hitler a sério, com aquele bigode ridiculo, a franjinha tenaz, a miserivel figura de carteirista sem sorte, se ele se exprimisse no repou- sado portugués do Alentejo, na cantoria afivel dos napolitanos ou na alegre geringonga dos ciganos es- panhOis. Porém, sempre que vejo imagens do ho- menzinho, aos gritos, no esforgo de cuspir arame farpado, compreendo o vasto terror que inspirou, Em francés, pelo contririo, € possivel dizer quase tudo, inclusive abscenidades, como se fosse uma declaragao de amor. Nao é por acaso que pre- ferimos nomear na lingua de Baudelaire determina- dos utensilios, como retrete (de “retrarte”, retirada), ‘ou cotonete (do franeés “cottoner", forrar com algo- io), certamente porque, de alguma forma, isso pa- rece conferir-lhes uma dignidade que a sua fungio desmente. “Escargots”, outro exemplo, no so ca- racdi sm tascas rudes dos bairros operarios, com palmadas nas costas, garga- Ihadas, vinho derramado sobre a mesa (de plastico). J4 0 “escargot” supe toalhas de linho, copos de cristal, velas altas em eandelabros de prata, susstr- © tédio da boa educagao. E 0 espanhol? Quando era crianga acteditava que fosse uma lingua inventada pelos palhagos. Tal- vez porque os palhagos da minha infiineia fossem, invariavelmente de origem espanhola, talvez porai © espanhol me parecesse uma forma desastrada de falar portugues. Hoje, continuo a acreditar que o (Os caracdis comem espirito festivo dos espanhdis ___uma cortina de me lancolia separa Portugal da peninsula _ se deve a0 uso da lingua Ao sol dos trpicos, em Africa e nto Brasil, a lingua portuguesa floresceu. Vale a pena lembrar, a propésito, alguns versos da poetis Manuela de Sousa Lobo: “Alguém falou-me dos es- quilos e das zebras / que também jé andam a fatar portugues / talvez estéria de mentiroso ow poeta mogambicana ‘mas até que ia ser bom / conhecer nossa lingua flo- restando-se as riscas nos morfemas / pastando de- vagarinho com a cada felpuda se abanando / Chei! Nem nunca vi / advérbios no capim nos meus 27, Nos paises onde se fala portugués ficou sem- pre, no entanto, uma sombra da melancolia lusi- tana, o que explica a mora, o chorinho, o culto par- ticularissimo da saudade Criamos as linguas ¢ depois elas recriam-nos ands. Escritores como o brasileiro Guimaraes Rosa mbicano Mia Couto tornaram-se conlie~ de palayras. Raramente, porém, as palavras criadas por um escritor ganham vida real, ou seja, alcangam a linguagem do povo. As palayras ni tém autor Conhego, no entanto, um brasileiro que se or- gulha de ter dado o nome nfo a um objecto_ 0 que seria relativamente vulgar _ mas a um povo. Um povo inteiro, Gustavo, © meu amigo, é operador de camara, Hé alguns anos, acompanhou uma pequena equipa numa expedigdo a floresta da Amazénia Numa zona remota da floresta, descobriram uma tribo indigena até entio completamente desconhe- ida, Os indios receberam-nos com manifestagdes de jibilo destumbramento. Afeigoaram-se s cidos como inventon brettido ao meu amigo, carioca de Copacabana fista, excelente figura, Gustavo odiava a curiosidade dos indios. Afastava, aos gritos, os bandos de crian- as que teimavam em investigar os seus pertences, fascinados com a camara, as lentes, as luzes: “Tira amo dai! Tira a mao dai!” Era isto o dia inteiro, Os indios nao se incomodavam. “Tira a mio dai!” Gri- tava o Gustavo, eles riam-se, ensaiavam caricias, voltavam a enfiar as pequenas mos nas moc! sur grupo de antropélogos chegou a0 local. Gustavo tem a certeza de que 0s indios receberam a delega- do efusivamente, com a tnica frase que sabiam em portugués. Os antropélogos acharam que era, pro- vavelmente, uma afirmagdo identitéria. O facto & que a tribo € conhecida hoje, entre os indigenas, por este estranho nome __ Txiramddai. AGUALUSA, José Eduardo, in Pili, 1999 A equipa foi-se embora c, alguns meses depois, um Le 1. Nesta erdnica, faz-se uma reflexiio sobre caracteristicas dos diferentes povos que esto associadas lingua que filam. Caracterize com um adjectivo qualificativo cada uma das linguas apresenta- das. 2, Explique a afirmagao: “Ao sol dos trépicos, em Africa e no Brasil, a lingua portuguesa floresceu”. uma cortina de melancolia separa Portugal da Peninsula”. a. O que pretende o autor exprimir com esta frase? b. Qual a figura de estilo contida nesta frase? 4, A situagao descrita no ditimo paragraf remete para a conclusdo a que chega 0 cronista de que as “palavras nito tém autor”, Fundamente esta afirmagao. Qual o agjectivo que, de acordo com a opinitio do narrador, melhor se ajusta a Adolf Hitler? 6. Substitua as palavras a negrito por sinénimos que se ajustem ao conterido do texto, 4 . Atente na palavra “antropélogo”. a. O que significam os seus constituintes? b. Dé mais dois exemplos de vocdbulos com um desses constituintes. 8. “Tira a mao dail”. a. Ponha a frase na negativa, respeitando a forma de tratamento informal b. Coloque a frase inicial no discurso indirecto, 9. Tratamento-se do mesmo animal, qual &a diferenga que o autor pretende realgar ente “escargots” e“caracéis"? 10. Explique o significado do titulo do texto. 11, *...0 culto particularissimo de scudade™. Identifique 0 grau do adjectivo presente na frase. a Ponha no mesmo grau: pobre, doce, humilde e sdbio. 12, Atente na palavra “Txiramdda*”. Por que processo foi ela formada’ (Em caso de ditvida consulte © Bloco Informativo). 13. Complete a grelha, nos campos possiveis, conforme solicitado: Nome Verbo Adjective estranho ‘Advérbio intimidar punho = A crénica “Quero nascer autoria de Agua- mais vezes”, d usa, inspirou-se na comovente fo- intitulada rapaz ajuda o pai a vestirse, na Serra Leoa’, do fot6grafo grego Yannis Kontos, um dos vencedores do World Press Photo de 20% tografia “Um Num centro de acothimento para amputados, em Freetown, na Serra Leoa, Abu, um menino de anos, ajuda o pai, Abu Bakar Kargbo, a vestir-se. Abu Bakar perdeu as maos num atagi Frente Unida Revoluciondria, Como pode constatar, as vé- rias artes podem complementar-se © caminhar de mios dadas, para nos conduzir a um mundo de be- leza e sensibilidade, Quero nascer mais vezes Ao meu pai roubaram-Ihe as mios. Nunea me disse como. Disse-me: um dia fui dormic, fi- tho, havia a guerra. Quando acordei alguém me tinha levado as mios. Penso nisso ao lavar-Ihe os dentes, © depois os pés, ¢ quando a seguir, 0 ajudo a vestir-se, Também penso nisso enquanto, de joclhos, the calgo os sapatos e Ihe aperto 0 lago dos atacadores. Penso nisso enquanto the dou de comer. A noite tenho de o descalgar, ¢ de © despir, e também penso nisso. Penso nisso 0 dia inteito, Ando pelas russ de Freetown e nas esqui- nas aleijadas espreito as miios dos homens. O al- bino (com as mios negras) que engraxa sapatos na Percival Street. O homem com grossos pés de elefante que vende jornais na esquina da Wal- pole Street com Siaka, junto a Embaixada Ame- ricana. O ano, vestido como um branco, & porta do Hotel Zarabanda, onde o meu pai tocava, © meu pai era pianista, Tinha umas belas maos. Dedos longos, quase femininos. A minha mie costumava dizer: “Tens as maos de mulher mais de homem que eu conhego”. Depois que me lembrei do que a minha mae costumava dizer so- bre as mios do meu pai comecei também a es- preitar as miios das mulheres com quem me eruzo pelas ruas, ‘No tempo em que o meu pai tinha mos cos- tumava dangar comigo. Agarrava em mim pela cintura e atirava-me ao ar, ¢ voltedvamos os dois alegremente pela sala, As vezes sentava-me a0 colo ¢ ensinava-me a tocar piano. As palmas das ‘maos dele eram amarelas, com muitas linhas eru- zadas. O meu pai gosta de contar que um dia uma semhora francesa tentou ler-Ihe a mio ¢ assustou- se porque nao conseguia encontrar-Ihe a linha da vida. uma pista, Finjo que sei ler 0 futuro nas ‘aos das pessoas. Dessa forma _enquanto pro- curo alguém que nfo tenha linha da vida _ ga nho algum dinheiro para levar para casa. Hoje, diz-me, sorrindo: * Filho, fiz de voce meu pai”. Diz isto sem tristeza. O meu pai gosta de sorrir. Ao menos, quem Ihe levou as maios no Ihe levouo riso. As gargalhadas dele pouco mu-

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