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Posfácio Ao Caderno G1
Posfácio Ao Caderno G1
Parte I
A gente está fazendo um estudo rápido do Caderno "G"
Introdução à Matemática Simbólica, que serve como base para os
Cadernos "P", "Q" e "R", Matemática Simbólica I, II e III. Este
caderno começa com a Análise da Estrutura, tópico, 27 onde a gente
mergulha realmente na Matemática Simbólica. Na Matemática
Simbólica a gente não considera mais as partes, a gente faz o caminho
contrário: nós vamos do todo da Estrutura para as partes, caminho que
até então a gente não fazia. Bem, mas isso só é possível após a análise
da EP e todas aquelas coisas mais, para podermos chegar a uma
apreensão do todo. Quando vocês estiverem trabalhando com uma
pessoa, já estiverem no 3o., 4o. mês de consulta, vocês já terão esta
visão de estrutura, do todo da pessoa. Então vocês podem dizer que
fulano é assim, fulano é assado, vocês já sabem se referir à pessoa
como um todo. Não tem mais aquela visão fragmentada de partes que a
gente vai estudando.
Bom! Ah, a partir daí é possível fazer afirmações sobre o todo.
Por exemplo: que a EP é forte, é fraca, é instável, é rica, é pobre, é
existencialmente caótica, sofredora etc. Baseado em quê?. Baseado no
entendimento do todo que vocês têm. Se precisarem justificar vocês vão
saber: ela é rica em relação a estas outras estruturas com as quais ela
convive; ela tem emoções que essas aqui não têm; ela tem pré-juízos
muito mais elaborados - que essas aqui não tem; ela consegue dados de
raciocínio e abstração etc. Nesse sentido ela é rica, entende? Já com
relação a essas outras aqui ela é pobre, porque essas aqui têm, por
exemplo: tem dados epistemológicos muito mais desenvolvidos que essa
sequer sonha. Então o critério que a gente usa para delimitar se é
forte, fraca, rica, pobre, caótica, sofredora ou qualquer outra coisa é a
comparação com outras estruturas. Porque não teria sentido, dizer,
essa EP é rica... mas sim rica em relação a quem ou qual? Entendem?
Esse é o critério.
Depois nós vamos ver, a pergunta do Tarcísio Wickert foi muito
feliz, a relação da estrutura com ela mesma, tá. Sim!
Nichele - Pareceu assim de relâmpago que estaremos rotulando
uma EP nesse sentido.
Packter - Sem dúvida, estaremos rotulando uma EP, neste
sentido, e, mais, nós estaremos nos atrevendo a tipologizar a Estrutura.
A Matemática Simbólica, por lidar com conteúdos em conjuntos, ela
permite a tipologia. Só que aqui acontece exatamente o contrário do
que havia antes. Aqui, como a extensão é muito grande, a compreensão
é muito pequena. Entende? É uma lei básica da Lógica. Quanto maior
a extensão, menor a compreensão. Como aqui, se eu dissesse, o
seminário de Viamão, as Eps, as pessoas são assim, são conservadoras,
como a extensão é imensa, pegou todo o grupo, a compreensão cai,
porque pode ter 3 ou 4 que não são assim. A Matemática Simbólica
então a gente usa para trabalhar conjuntos, grupos, sociedades, e
menos as pessoas, está bem? A gente usa muito raramente para
trabalhar com pessoas a Matemática Simbólica, muito raramente.
Respondi a questão?
Eh, depois eu falei para vocês que é fundamental saber
descrever, descrever as estruturas. Por exemplo: se tu fores chamado
num colégio, Nichele, e disserem: o aluninho tal da 4a. série B é muito
fraco, e tu disseres que “realmente ele é muito fraco”, tu estás te
referindo a EP dele como um todo. Mas o que exatamente na EP dele,
como um todo, é fraco e em relação a quem? Olha, ‘então, esse aluno é
fraco para essa aula porque ele não consegue acompanhar as aulas de
matemática, exatamente por não gostar da professora’. Ótimo! Tu
descreveste o processo. Não é fundamental localizá-lo topicamente, mas
descrever topicamente o processo. Tranqüilo até aqui? Alguma dúvida?
Nichele: realmente lidar com grande grupo é... fantástico.
Lúcio: É fantástico: empresas, sociedades, colônias, grupos; é
fantástico trabalhar com isso aqui. Salas de aula, colégios, tudo isso.
Bom, éhh...vamos adiante então?
Na página 7, eu digo assim: “nesse sentido alguns
pareceres logo despontam. Às vezes as partes são mais que o todo
quanto a EP”. Às vezes as partes são mais que o todo: meu Deus do
céu! Como entender uma coisa dessas?. Como a parte poder ser maior
que o todo, Nichele?... por isso que eu pedi para vocês, na Matemática
Simbólica: o logicismo formal fica fora. Ele é subconjunto, subproduto,
ele não é mais determinante aqui. Prestem atenção! Tu podes viver com
uma pessoa, tu não gostas dos dados epistemológicos dele, dos dados
axiológicos dele, não gosta dos pré-juízos dele, no entanto, tu amas essa
pessoa. E isso aí para ti pode ser muito mais importante que o todo da
EP dele, a tal ponto que quando a gente considera aquela pessoa, a
gente considera essa parte como se fosse o todo. Entendem?! Neste
sentido todo o resto é menor que a parte. Isso dentro do ponto de vista
logicista formal é um absurdo conceitual. Aqui na Matemática
Simbólica não é mais. Está bem! Outra coisa, uma só parte pode ser
mais determinante que o todo. Da mesma maneira, da mesma maneira.
Às vezes, várias partes de uma empresa, de um grupo e tudo mais
têm grandes complexidades e complicações. Pode haver uma parte que
atrele e segure tudo. Um tópico, por exemplo: às vezes uma sociedade,
está atravessando uma guerra... Inglaterra e França, a guerra dos cem
anos, brigando impiedosamente. Mas um sentimento nacionalista,
emoção fortíssima, tipo “estamos brigando com os ingleses”, segura
tudo que está sendo desencadeado; a estrutura pode estar entrando em
colapso, no entanto, como há um núcleo agregador muito forte, ele
segura todos os outros aí fortemente. Isso é possível. Por exemplo:
como seria no caso de uma pessoa; uma pessoa pode estar passando
horrores na vida dela, no entanto, a fé que ela tem em Deus, pode
segurar todas as barras que ela está enfrentando na vida; desemprego,
mil coisas horrorosas, doenças orgânicas - ainda assim, a fé que ela
tem, está segurando os elos da EP. A Intencionalidade Dirigida que ela
volta para Deus e tudo mais, essa paixão dominante tem força
suficiente para segurar e não desfragmentar a Estrutura de
Pensamento.
Wickert - No casamento, o que muitas vezes evita a separação é a
presença de um filho.
Packter - É, pode ser, e muitas vezes é exatamente isso que
separa o casal... (continuando a matéria) E aí então vem a afirmação
final que o todo pode ser menor que as partes. Claro, a explicação está
dada. O raciocínio é exatamente o contrário. Quem não entendeu, por
favor? Imagina uma explicação empresarial, Jarbas! A empresa está
arrebentada, mas o que segura é isso aqui, amor à camiseta...
Ana Retamar: Isso aí também se trabalha em grupo.
Packter - Sim, e aí tem um texto muito bonito da sociedade norte
americana, dos estados e tal, vocês vão gostar. Bom, vamos adiante
gente, nós temos pouco tempo para ver tudo. Uma vez que vocês
entenderam o que se passa numa estrutura, vocês podem usar o
esquematismo da Matemática Simbólica para explicar o que está se
passando. Nesse sentido eu coloquei aqui na página 9 uma infinidade
de Eps que vamos encontrando pela existência. Aí eu comecei: 1o. Há
Eps rígidas quanto as divisões tópicas: são Eps em que os dados
axiológicos são exatos, inflexíveis como o imperativo categórico. Dados
epistemológicos, duros como paredes que se erguem contra outros
dados de paixões dominantes e assim por diante. Como se encontra isso
na prática? Exemplo: o pai ama o filho. “Amo meu filho, no entanto, o
que é certo é certo, e o que é errado, é errado; se meu filho fizer
errado, azar; as minhas emoções não têm com isso. Kant era
provavelmente assim. Penso que Kant tinha essa divisão. Entendem?
Então vocês vão encontrar Eps que às vezes tem divisões rígidas e
exatas, e vocês vão perceber que as emoções não se misturam com
dados axiológicos e não tem jeito, entre outras mil coisas. Já em outras
não, em outras há misturas e tudo mais, são flexíveis.
Algumas Eps dessa natureza que estou citando a vocês, cujas
divisões são rígidas, podem ser encontrados em corporações militares
ou religiosas ou dogmáticas, ainda que nem sempre. Nem sempre é
assim. Ah! É facílimo identificar isso aqui. Basta que vocês façam com
cuidado os dados divisórios e isso começa imediatamente a se destacar
na narrativa da pessoa. São pessoas cujas Eps são divididas em
departamentos.
Eu botei um segundo caso aqui: EP rígida quanto a alguns
tópicos e flexível quanto às demarcações restantes. E tem um pequeno
desenho aqui, p. 9, G.1. Tem Eps realmente que são rígidas quanto a
certos tópicos, mas quanto a outros, elas tem assim uma mistura, elas
permitem a passagem de dados. São só certas áreas da EP que elas não
permitem qualquer negociação. Tem áreas e tópicos na vida da pessoa
em que a pessoa é rígida, inflexível, em outras ela permite uma enorme
variação. Está claro? Isso pode acontecer em empresas, por exemplo, e
seminários, em escolas, instituições, sociedades. Se a gente for analisar
a sociedade, a gente vai ver que tem áreas na sociedade que são
intransigentes. E há outras áreas que permitem muitas coisas, há uma
flexibilidade.
O bom da Matemática Simbólica é que ela fecha todos os
ensinamentos que a gente teve e dá finalmente uma visão de conjunto,
de clareza, muito boa, que a gente até então não usava muito ter.
A lição fundamental na Matemática Simbólica é que a precisão
diminui muito. Não temos mais a precisão de dados que a gente teve
até então.
Fim.............Ffimm...................End...........pfimm..............,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,