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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Centro de Desenvolvimento Tecnológico


Curso Bacharelado em Engenharia Hídrica
Sistema de Abastecimento e Tratamento de Água

Projeto de Sistema de Abastecimento de Água – Lages-SC


Parte II – Captação e Elevatórias

Ingridy Duarte
Marília de Oliveira Felten

Pelotas, 2022
Ingridy Duarte
Marília de Oliveira Felten

Projeto de Sistema de Abastecimento de Água – Lages-SC


Parte II – Captação e Elevatórias

Projeto da disciplina de Sistema de


Abastecimento e Tratamento de Água,
do curso de graduação em Engenharia
Hídrica da Universidade Federal de
Pelotas.

Profa Drª. Danielle de Almeida Bressiani

Pelotas, 2022
Lista de Figuras

Figura 1 – Mapa de localização dos pontos amostrados ao longo do Rio Ponte


Grande, Lages-SC...............................................................................................6
Figura 2 – Localização do ponto de captação escolhido no Rio Caveiras...........9
Figura 3 – Coeficiente em função da forma da barra.........................................17
Figura 4 – Motor bomba.................................................................................... 24
Lista de Tabelas

Tabela 1: Resultados obtidos para o


vertedor ……………….............................11

Tabela 2: Tabela 2 – Dados para cálculo do desarenador ....……………………


14

Tabela 3: Resultado do dimensionamento do


desarenador................................14

Tabela 4: Resultado do dimensionamento do rebaixo da caixa de


retenção.......15

Tabela 5: Dados sobre as grades


finas .............................................................18

Tabela 6: Resultados do dimensionamento das grades


finas ............................18

Tabela 7: Dados sobre as grades


grossas..........................................................19

Tabela 9: Determinação das cotas de nível d’água da


captação........................20

Tabela 10: Valores obtidos das equações 25, 27 e valor


escolhido ...................21

Tabela 11: cálculos Hazen-


Wilians ....................................................................22

Tabela 12: Estimativa da Curva de


Operação ....................................................22

Tabela 13: Potencia do Conjunto Moto-


Bomba .................................................24

Tabela 14: Cálculo do Conjunto Moto-bomba ................................................


25   
SUMARIO

1. Introdução.....................................................................................................5
2. Definição de Local.........................................................................................7
3. Método de captação escolhido...................................................................10
4. Dimensionamentos......................................................................................11
4.1 Vertedor........................................................................................11
4.1.1 Resultado do dimensionamento.........................................12
4.2 Caixa de areia ou desarenador.....................................................12
4.2.1 Resultado do dimensionamento.........................................16
4.3 Grades..........................................................................................17
4.3.1 Dimensionamento das grades finas...................................20
4.3.2 Dimensionamento das grades grossas..............................21
4.4 Determinação das cotas...............................................................22
4.5 Estações Elevatórias....................................................................22
Referências Bibliográficas..............................................................................29
Referência Planilha de Cálculos.....................................................................30
1. Introdução

A existência de sistemas de abastecimento de água para as populações,


que assegurem o fornecimento de água com qualidade e quantidade
adequadas, é de suma importância para que suas necessidades, tais como
saúde e o desenvolvimento industrial sejam atendidas (TSUTYIA, 2006). No
entanto, a garantia, mesmo que mínima no fornecimento desse recurso às
populações em geral é um dos desafios globais, tendo em vista que, conforme
divulgado pela UNESCO, três entre dez pessoas não possuí acesso a água
potável com qualidade (WWAP, 2019).
Dessa forma, o aprimoramento e difusão dos Sistemas de
Abastecimento de Água (SAA), faz-se necessário a fim de, realizar o tratamento
adequado dos corpos d’água, atendendo padrões de potabilidade mínimos
exigidos para o consumo, e ampliar distribuição desse insumo às pessoas. Os
sistemas de Abastecimento de Água são compostos geralmente por captação,
tratamento, estação elevatória, adução, reservatórios, rede de distribuição e
ligação prediais (GOMES, 2009). O correto dimensionamento destas unidades
supracitadas deve considerar o máximo possível das variáveis compreendidas
ao longo do processo, como vazão demandada e número de pessoas a serem
atendidas. A realização de um superdimensionamento do SSA pode exigir
equipamentos mais poderosos para suportar a vazão elevada, elevando os
custos da sua implantação, e o seu subdimensionamento pode ocasionar em
vazões inferiores, limitando o número de pessoas abastecidas (JÚNIOR, 2020).
Nesse contexto, apresenta-se o seguinte trabalho que tem por objetivo a
definição do ponto e forma de captação de água, dimensionamento da
captação superficial e dimensionamento da estação elevatória para um SAA
que atenda o município de Lages – SC para os próximos 20 anos.

2. Definição do local
Dentre as alternativas de captação superficial tem-se: Rio Caveiras, Rio
Pelotinhas, Rio Ponte Grande, Rio do Amola Faca, Rio Tributo, Rio Lajeado
das Motas, Rio dos Índios, Rio do Filipe e Rio dos Macacos.
Uma das alternativas, O Rio Caveiras, nasce na serra geral no estado de
Santa Catarina, mais especificamente na cidade de Urupema, atravessa o
município de Lages e desagua no Rio Canoas, sendo a segunda maior sub-
bacia da Bacia Hidrográfica do Rio Canoas. O Rio Caveiras, após costear a
cidade de Lages ao sul, mais a sua jusante, é represado pela Pequena Central
Hidrelétrica Salto Caveiras (PCHSC), com lago de aproximadamente 12 km² e
estima-se, conforme dados da ANA (2010) que ao passar por Lages, ele
possua uma vazão mínima de Q 95=2.962,32 L/s. Conforme estudo realizado
(RAFAELI NETO,2013) visando monitoramento da qualidade da água deste rio,
em sua nascente apresenta bastante inferência antrópica, mas que acaba
sendo reduzida ao longo do seu curso, apresentando bons valores para os
parâmetros analisados a montante do lago da PCHSC, no lago e após ele,
sendo esta característica atribuída a sua grande capacidade de aeração do rio
e ao lago atuar como um diluidor, atenuando os valores obtidos. Ressalta-se
que, a montante do lago da PCHS encontra-se a cidade de Lages, ou seja, os
valores encontrados para os parâmetros analisados indicaram boa qualidade
da água nessa região, possibilitando sua utilização para abastecimento.
Outra alternativa, o Rio Pelotinhas, nasce no município de Painel-SC e
desagua no Rio Pelotas. Localiza-se na porção sul do município de Lages,
estando bem afastado do centro urbano, logo, exigiria longas extensões de
adução caso selecionado para ser ponto de captação do Sistema de
Abastecimento de Água.
O Rio Ponte Grande, possui nascentes em Lages e atravessa uma
parcela da cidade, ficando grande parte do seu curso em meio urbano e
desagua no Rio Caveiras. Conforme Oliveira (2015) que realizou a avaliação da
qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio Ponte Grande em 57 pontos de
coletas distintos, sete variáveis dentre as analisadas apresentaram valores fora
do estabelecido na Resolução CONAMA nº357/2005, sendo eles: oxigênio
dissolvido, pH, turbidez, cor aparente, amônia total, fósforo total e fenóis totais.
Estes resultados representam a contaminação das águas da bacia proveniente
de lançamento de esgoto e efluentes industriais, despejo de lixo, escoamento
do solo e ausência de vegetação ciliar, por esse motivo e por estar
majoritariamente em meio urbano, foi optado pela não utilização deste curso
d’água para o abastecimento urbano.
Figura 1 – Mapa de localização dos pontos amostrados ao longo do Rio Ponte Grande,
Lages-SC.
Fonte: Oliveira, 2015.

O Rio do Amola Faca, nasce a aproximadamente 6 km da cidade de


Lages, na região cerrada, correndo de leste para oeste (afastando-se de
Lages) por cerca de 25 km e desagua no Rio Caveiras. Como os possíveis
pontos para coleta neste curso caracterizam-se como nascente, e os demais
possíveis pontos de captação estariam a distâncias significativas da cidade, o
que encareceria o sistema de adução, também se optou pela não utilização
deste rio para abastecimento urbano. Os rios, Rio Tributo, Rio Lajeado das
Motas, Rio dos Índios, Rio do Filipe e Rio dos Macacos, assim como o Rio
Amola Faca, possuem nascentes localizadas no município de Lages,
impossibilitando assim sua utilização, e os dois últimos rios supracitados
localizam-se a uma distância significativa da cidade.
Sendo assim, utilizando características como, garantia de fornecimento
de água na quantidade desejada, ponto de captação a montante da cidade, não
ser rio impossibilitado por lei de se utilizar para captação (nascentes ou em
área de preservação permanente), qualidade de água e vazão mínima
necessária conforme cálculos de vazões demandadas realizadas
anteriormente, o rio selecionado foi o Rio Caveiras. E como mencionado na
Etapa I deste projeto, conforme dito por Tsutyia (2006, p. 74) uma vez que a
Q95=2.962,32 L/s (ANA, 2010), ou seja, a vazão de permanência de 95% do
tempo com vazão ecológica conforme série histórica, seja maior que 10% da
vazão demandada para o abastecimento (Q a=690,5 L/s), o manancial será
capaz de abastecer o Sistema de Abastecimento de Água, não sendo
necessário a utilização de outro local de captação.
O local específico ao longo do Rio Caveiras foi escolhido conforme
definido em norma técnica, NBR 12213, estando próximo a cidade, mas
preferencialmente a montante do centro urbano, evitando assim possíveis
contaminações por efluentes irregulares, ser um trecho reto, e estar próximo a
construções, o que facilita o acesso para manutenção e operação e também a
disponibilidade de energia elétrica. Portanto, o local escolhido está
representado na Figura 2 abaixo.

Figura 2 – Localização do ponto de captação escolhido no Rio Caveiras.

3. Método de captação escolhido


Entendendo-se que a captação de água, especificamente quando de
mananciais superficiais, compreende um conjunto de estruturas, dispositivos e
acessórios que são alocados junto ao manancial selecionado para realizar a
retirada de água e destinação dela ao sistema de abastecimento de água
(SAA) como um todo (TSUTYIA, 2006), dependendo das características deste
manancial e local, existem formas de captação de água diferente conforme
estas especificidades.
A captação tem por finalidade, além de fornecer água em quantidade
suficiente para o SAA, também deverá permitir esta retirada com a melhor
qualidade possível, funcionando de forma ininterrupta e permitindo o acesso
necessário para a realização da operação e manutenção do sistema (TSUTYIA,
2006). Essa captação ainda pode ser efetuada usando-se cursos de água,
lagos, represas e, através de poços para retirada da água subterrânea.
Os conjuntos de estruturas e dispositivos mais utilizados variam
conforme variação do nível de água principalmente e também pela
concentração de sólidos sedimentáveis em suspensão no manancial. Desse
modo, os tipos de captação podem ser de modo direto, quando a Q mínima do
manancial é muito maior que a Q captação e o nível de água mínimo é suficiente
para instalação dos dispositivos de tomada de água. Pode ser ainda com a
utilização de barragem de regularização de nível d’água, quando o Q mínima do
manancial é muito maior que a Q captação, mas o nível de água mínimo é
insuficiente para instalação dos dispositivos de tomada. Ou ainda com
reservatórios destinados a abastecimento público de água, utilizado quando a
Qmínima do manancial é inferior a Qcaptação. Também é possível a captação
utilizando reservatórios e lagos de usos múltiplos.
Em se tratando da concentração de sólidos sedimentáveis em
suspensão no manancial, existem diferentes tipos de tomadas d’água, ou seja,
maneiras de captar e transportar a água para o sistema de tratamento de água.
Dentre eles tem-se: tomada d’água através de tubulação, caixa de tomada,
canal de derivação, torre de tomada, captação flutuante, tomada d’água
diretamente por bombas e captação não convencional.
Uma vez que o manancial selecionado para a realização da captação de
água para o SAA de Lages apresenta uma Q miníma muito maior que a Q captação
dimensionada com nível insuficiente para instalação dos dispositivos de
tomada, e como a região tem predominância de solos com características de
serem fortemente drenados, com areia quartzosa e material argiloso
(cambissolos, neossolos e nitossolos) (UNESC, 2020), indicando o potencial
para a existência de sólidos sedimentáveis em suspensão, o tipo de captação
escolhido será através de barragem de regularização de nível d’água com
canal de derivação.
Com este modo de captação selecionado, elementos básicos
constituintes do sistema, como o vertedor, o gradeamento, a caixa de areia ou
desarenador, necessitam ser dimensionados.

4. Dimensionamentos
4.1 Vertedor
Para o dimensionamento do vertedor, utilizou-se a fórmula de Francis
(1868), que utiliza a vazão que passa pelo vertedor (Qv) em m³/s, o
comprimento do vertedor (Lv) em metros e a carga na soleira do vertedor (Hd)
em metros, conforme descrito na Equação 1 abaixo.

3
Qv=1,838 × Lv × Hd 2 Equação (1)

Como a vazão que passa pelo vertedor é, a vazão de cheia sem incluir a
vazão de captação (Q) utilizado para dimensionamento estrutural, e a vazão
residual do manancial, em que é considerada a vazão de captação (Q) para
determinar-se a variação de nível na crista conforme oscilação na captação.

Qv=Qmanancial−Q Equação (2)

Onde, Qmanancial é a vazão do manancial em (m³/s), Q é a vazão de


dimensionamento da captação (m³/s). Ao expressar a Equação 1 em função de
Hd, tem-se a Equação 3 abaixo.

2 /3
Qv
Hd=[ ] Equação
1,838 × Lv
(3)
Como a vazão do manancial oscila conforme períodos de chuva, para a
realização da determinação da variação de nível do manancial, e
consequentemente carga na crista do vertedor, utiliza-se as variações máximas
e mínimas.

( Qmanancial máx−Q ) 2/3


Hdmáx=[ ] Equação
( 1,838 × Lv )
(4)
( Qmanancial min−Q ) 2 /3
Hdmin=[ ] Equação
( 1,838 × Lv )
(5)

Com os valores de Hd máx e Hd min é possível determinar a oscilação


de nível de água acima da crista do vertedor em conforme Equação 6 a seguir.

ΔY =Hd máx−Hd min Equação (6)

4.1.1 Resultado do dimensionamento


Sendo assim, utilizando este procedimento de cálculo com dados sobre
o Rio Caveiras no ponto escolhido para captação como, comprimento de
vertedor estimado via software Google Earth, vazão mínima do manancial
conforme fornecido no Atlas 2010 da ANA, (ANA, 2010) e vazão máxima obtido
do trabalho de Ferreira (2007), tem-se a tabela 1 abaixo com os resultados
obtidos.

Tabela 1 – Resultados obtidos para o vertedor


Oscilação
Comprimento Variação de de carga
Dados Manancial
vertedor nível na crista na crista
do vertedor
Hd Hd
Qmanancial Qmanancial Q
Lv (m) máx min ΔY (m)
máx (m³/s) min (m³/s) (m³/s)
(m) (m)
0,690 2,171 0,457
24,2123 2,9623 4 1,7142
5 3 1
Fonte: os autores.
4.2 Caixa de areia ou desarenador
Como mencionado anteriormente, como o rio escolhido para captação
encontra-se em uma região onde as características de solo apresentam
potencial de ter-se sedimentos em suspensão, para a realização da remoção
destas partículas, que não devem ir para o sistema, utilizam-se caixas de areia,
ou também conhecidas como desarenadores. O desarenador deve ser
instalado próximo a tomada de água, no caso deste projeto a barragem de
nível, e recomenda-se a utilização de dois desarenadores ambos
dimensionados para a vazão total, assim, enquanto um passa por limpeza ou
manutenção, o outro está em operação (TSUTYIA, 2006). Seu
dimensionamento deve obedecer alguns critérios estabelecidos na NBR
12213/92, como:
 a velocidade crítica de sedimentação das partículas (Vs) deve ser igual
ou inferior a 0,021 m/s;
 velocidade de escoamento longitudinal (Vh) deve estar compreendida
entre 0,1 m/s ≤Vh≤0,30 m/s;
 e o comprimento do desarenador obtido pela aplicação dos critérios
anteriores deve ser multiplicado por um coeficiente de segurança igual
ou superior a 1,50.
O funcionamento do desarenador baseia-se na velocidade de
sedimentação da partícula de areia, ou seja, o tempo que ela leva para chegar
ao fundo da caixa de areia, considerando sua entrada junto a superfície
percorrendo a distância referente ao tamanho da caixa de areia conforme
velocidade do fluxo (TSUTYIA, 2006).
Portanto, a partícula de areia possui dois movimentos, o movimento
horizontal Vh, e movimento vertical Vs, referente a velocidade de
sedimentação, conforme equações 7 e 8 abaixo.

Q L
Vh= → Vh= →th=L/Vh Equação (7)
A th
h
Vs= →ts=h/Vs Equação (8)
ts
Onde: Vh é a velocidade horizontal, Vs é a velocidade vertical
(velocidade de sedimentação); L é o comprimento teórico do desarenador; th é
o tempo de percurso horizontal; ts é o tempo de percurso vertical; h é a
profundidade, ou altura do desarenador; A é a área e Q a vazão dimensionada.
Para a remoção da partícula, o ts≤th, e em situações mais críticas, ts=th.
Realizando esta equivalência entre as equações 7 e 8, e aplicando a equação
da continuidade, tem-se a equação 9 a seguir referente a taxa de aplicação
superficial.

Vs=Q/B × L Equação (9)

Com isto é possível visualizar que a altura h do desarenador não é


usado para determinação do comprimento L da caixa de areia, mas afim de
evitar-se o arraste das partículas, é necessário fixar um valor de Vh conforme
supracitado em 0,1 m/s ≤Vh≤0,30 m/s.
Desse modo, ao substituir os valores limites de Vh na equação 10
abaixo, tem-se os valores de profundidade h máximo (Equação 11) e
profundidade h mínima (Equação 12).

Q
Vh= × h→ h=Q/B × Vh Equação (10)
B
Q m
hmáx= ×Vh min→ Vh min=0,1 →hmáx=Q/ B× 0,1 Equação (11)
B s
Q m
hmin= ×Vh máx→ Vh máx=0,3 → hmin=Q/ B ×0,3 Equação (12)
B s

Como a oscilação do nível de água na crista do vertedor é conhecida e


já demonstrada anteriormente (ΔY), e esta variação de nível deve ser a mesma
no desarenador (Δh), conforme Equação 13.

Δh= ΔY =hmáx−hmin Equação (13)

Ao realizar a substituição das equações 11 e 12 na equação 13, é


possível determinar o valor de B em metros.
Q Q
B¿( − )/ Δh Equação
Vmin Vmáx
(14)

Com o valor de B, referente a largura do desarenador é possível realizar


o cálculo para o comprimento teórico L=Q/BVs. E como dito anteriormente,
conforme definido na NBR12213/92, deve-se multiplicar o valor obtido de L por
um coeficiente de segurança igual a 1,5, resultando, portando, no comprimento
total (Lt) da caixa de areia. Com a dimensão de Lt calculada, é preciso conferir
se a condição Lt/B≥3. Caso essa condição não seja atendida, é necessário
aumentar o valor do comprimento total.
O passo seguinte é a definição das alturas de nível de água máximas e
mínimas no desarenador, onde basta substituir o valor encontrado para B nas
equações 11 e 12.
Por fim, realiza-se o cálculo do rebaixo da caixa de retenção de areia (e).
Este cálculo é feito usando o teor de sólidos sedimentáveis (SSed) na água no
manancial e o período de limpeza das caixas de areia. Para isto primeiro
determina-se a descarga de areia, Equação 15, para então definir-se o volume
de areia acumulada, Equação 16.

DA=Q× SSed Equação (15)


Vac=DA ×tlimp Equação (16)

Onde:
DA=descarga de areia (Lareia/s);
Q=vazão dimensionada (m³/s);
SSed=teor de sólidos sedimentáveis (Lareia/Lágua);
Vac=volume de areia acumulado (Lareia/s);
tlimp=intervalo de tempo de limpeza (seg).
Com estes valores conhecidos, é possível aplicar a equação referente ao
rebaixo da caixa de retenção (equação 17) e verificar se o resultado atende a
condição de e≥0,25m para evitar-se o arraste da areia já depositada.
Vac
e= Equação
¿×B
(17)

Onde:
e=rebaixo da caixa de areia (m);
Vac=volume de areia acumulada (m³);
Lt=comprimento total do desarenador (m);
B=largura do desarenador (m).

4.2.1 Resultado do dimensionamento


Utilizando os dados obtidos no dimensionamento do vertedor, mais os
estipulados por normas representados na Tabela 2 abaixo, aplicou-se o
instrucional de cálculos descritos no capítulo anterior, resultando nas tabelas 3
e 4.
Tabela 2 – Dados para cálculo do desarenador.

Movimento Horizontal Movimento Vertical    


Oscilação de
Vazão
carga na
Vh (m/s) Vs (m/s) dimens.
crista do
(m³/s)
vertedor
Vh min Vh máx Vs (recomendado) Q ΔY (m)
0,1 0,3 0,021 0,6905 1,71
Fonte: os autores.

Tabela 3 – Resultado do dimensionamento do desarenador.

Largura Comprimento Comprimento Alturas de nível de


Condição
(m) teórico (m) total (m) água (m)
B L Lt Lt/B ≥ 3 h máx h min
2,69 12,24 18,36 6,83 2,57 0,86
Fonte: os autores.

Tabela 4 – Resultado do dimensionamento do rebaixo da caixa de retenção.

Período Volume de Rebaixo da


Sólidos Descarga
de areia caixa de
sedimentáveis de areia Condição
limpeza acumulada retenção
(Lareia/Lágua) (Lareia/s)
(seg) (m³) (m)
SSed tlimp DA Vac e e≥0,25m
Condição
0,0002 345600 0,1381 47,73 1,0
atendida
Fonte: os autores.

Portanto, para o projeto de captação de água para o SAA Lages, serão


necessárias duas caixas de areia com, arredondando, 2,7 metros de largura, 19
metros de comprimento, profundidade máxima de 2,6 metros, profundidade
mínima de 0,9 metros e rebaixo para caixa de retenção de 1 metro.
Ressalta-se que, os valores adotados para velocidade horizontal mínima
e máxima, e velocidade vertical seguiram a norma técnica; o valor utilizado
para sólidos sedimentáveis foi obtido de atividade realizada na disciplina devido
à falta de informações específicas do manancial escolhido. O tempo de limpeza
foi determinado em 4 dias.

4.3 Grades
As grades são feitas de barras paralelas que tem por finalidade reter
materiais grosseiros que estejam flutuando ou suspensos, como galhos,
plantas, peixes e resíduos sólidos descartados indevidamente, como plásticos.
Caso o manancial possua regime de vazão variante ou tenha como
característica o transporte de materiais de grande porte que possam causar
danos maiores, grades grossas devem ser dimensionadas e instaladas antes
das grades finas. Suas instalações devem ser modo inclinado para jusante,
com ângulo de inclinação variando de 70°a 80°em relação a horizontal. Essa
inclinação é necessária para facilitar as atividades de limpeza e manutenção. O
espaçamento entre as barras paralelas da grade deve ser de 7,5 cm a 15 cm
para a grade grossa e de 2 a 4 cm para a grade fina, conforme norma técnica.
A perda de carga nas grades é definida em função do coeficiente de
forma das barras da grade, conforme a Figura 3 a seguir.
Figura 3 – Coeficiente em função da forma da barra.
Fonte: NBR 12213/92.

O dimensionamento das grades baseia-se nos espaços vazios entre


suas barras e, consequentemente, os espaços preenchidos pela espessura da
barra de acordo com o formato selecionado. Esse procedimento de cálculos se
inicia com a determinação da largura do canal a jusante da grade fina com
base na Equação 18 abaixo onde: Bgj é a largura da região a jusante da grade
fina (m); hmin é a altura mínima de água no desarenador (m) e V é a
velocidade de escoamento no canal das grades (m/s). Ressalta-se que esta
velocidade é adotada como igual a 0,3 m/s como regra prática.

Q=V × A → Q=V × ( Bgj × hmin ) → Bgj=Q/V × hmin Equação (18)

Então, determina-se o número de barras necessárias, onde, conforme


Equação 19 abaixo, n é o número de espaços vazios entre as barras, m o
número de barras, em que nesse caso é representado como sendo n+1, b é o
espaçamento entre as barras em metros, s é a espessura entre as barras em
metros e Bg a largura do canal. Ressalta-se aqui que a largura do canal, B g,
será a mesma para as grades grossas e grades finas, tendo em vista que uma
antecede a outra.
Bg=n × b+(n+1)× s Equação (19)

Com isso, define-se a largura útil de escoamento entre as barras, B gu,


como sendo igual a Bg menos a multiplicação do número de barras m, pela
espessura entre as barras s. Como a espessura entre as barras será diferente
caso sejam barras finas ou grossas, a largura útil de escoamento será diferente
para cada caso, sendo necessário cálculos distintos.
Com a largura útil, e a vazão dimensionada determina-se a velocidade
de escoamento entre as barras. Para isso, utiliza-se a Equação 20 abaixo.

Veg=Q/¿) Equação (20)

Em que: Q=vazão dimensionada (m³/s); Bgu=largura útil entre as grades


(m); hmin=altura mínima de nível de água no canal (m); e o fator 0,5 entra por
considerar-se 50% de obstrução da seção de passagem na grade (NBR
12213/92).
Para o cálculo da velocidade de escoamento entre as barras grossa, a
altura utilizada não será a mínima, conforme descrito na Equação 20 acima,
mas sim o nível crítico de água (hming), que será a soma da altura mínima de
nível de água no canal em metros mais a perda de carga nas grades finas,
apresentada na Equação 21.

hming=hmin+ Δhgf Equação (21)

Resultando, portanto, na Equação 22 abaixo para determinação da


velocidade de escoamento entre grades grossas.

Veg=Q/¿) Equação (22)

A velocidade de escoamento entre as barras definida, o próximo passo é


a determinação da perda de carga na grade por meio da Equação 23 descrita
seguir juntamente com a Equação 24 para definição do coeficiente de perda de
carga conforme parâmetros geométricos da grade.
2
Δhgf =k × Ve g /2× g Equação (23)
k =β ×(s ×b)1,33 × sen α Equação (24)
Onde:
Δhgf=perda de carga na grade fina (m);
Veg=velocidade de escoamento entre as grades considerando 50% de
obstrução (m/s);
g=aceleração da gravidade (m/s²);
k=coeficiente de perda de carga em função dos parâmetros geométricos das
grades;
β=coeficiente em função da forma da barra (Figura3);
s=espessura das barras (m);
b=distância livre entre as barras (m);
α= ângulo da grade em relação à horizontal (°).

4.3.1 Dimensionamento das grades finas


Para o dimensionamento das grades finas, o formato da secção
transversal escolhido foi a circular, com espessura de 3/8 polegadas,
espaçamento previsto entre barras de 2 cm, inclinação com a horizontal de 70°
graus e fabricada de aço com pintura anticorrosiva. A relação destas
informações, com as unidades já adequadas para os procedimentos de
cálculos, está presente na Tabela 5.

Tabela 5 – Dados sobre as grades finas

Espessur Espaçament Inclinação


Forma Coeficient
a das o previsto com a
das e, função Material da barra
barras entre barras horizontal
barras da forma
(m) (m) (°)
s b α   β  
Aço
0,009525 0,02 70 Circular 1,79 carbono+pintura
anticorrosiva
Fonte: os autores.
Com estes dados, aliados aos já obtidos em etapas anteriores, como a
altura mínima de nível de água no desarenador, hmin=0,86m, velocidade de
escoamento de 0,3 m/s, aceleração da gravidade igual a 9,81m/s e vazão
demandada sendo 690,5 L/s, realizou-se os procedimentos descritos no item
4.3, resultando na tabela abaixo.

Tabela 6 – Resultados do dimensionamento das grades finas.


Perda
Largura útil Velocidade
Largura Coeficiente de
Nº de de de
do canal a Nº de de perda carga
espaço escoamento escoamento
jusante da barras de carga, na
s vazios entre barras entre as
grade (m) forma grade
(m) barras (m/s)
fina (m)
Bg n m Bgu Veg k Δhgf

2,69 91,12 92,12 1,80 0,90 0,63 0,025


Fonte: os autores.

Destaca-se que, como os valores de número de espaços vazios e


número de barras deram valores decimais, arredondou-se estes valores para
92 e 93 respectivamente.

4.3.2 Dimensionamento das grades grossas


Para as grades grossas, o formato da secção transversal escolhido
também foi a circular, mas com espessura de 1/2 polegadas, espaçamento
previsto entre barras de 10 cm, inclinação com a horizontal de 70° graus em
material de aço com pintura anticorrosiva. A relação destas informações, com
as unidades já adequadas para os procedimentos de cálculos, está presente na
Tabela 7.

Tabela 7 – Dados sobre as grades grossas.

Espessur Espaçament Inclinação


Forma Coeficient
a das o previsto com a Material da
das e, função
barras entre barras horizontal barra
barras da forma
(m) (m) (°)

s b α   β  
Aço
0,0127 0,1 70 Circular 1,79 carbono+pintura
anticorrosiva
Fonte: os autores.
Com estes dados, realizando as etapas de cálculo descritas
anteriormente, foi obtido os valores presentes na tabela 8 abaixo.

Tabela 8 - Resultados do dimensionamento das grades grossas.

Largura
Largura Nível Velocidade Coeficien
útil de Perda de
do canal crítico de te de
Nº Nº escoame carga na
a jusante de escoamento perda de
vazios barras nto entre grade
da grade água entre as carga,
barras fina (m)
(m) (m) barras (m/s) forma
(m)
Bgj n m Bgu hming Veg k Δhgg
2,69 23,72 24,72 2,37 0,883 0,66 0,11 0,0024
Fonte: os autores

Destaca-se que, como os valores de número de espaços vazios e


número de barras deram valores decimais, arredondou-se estes valores para
24 e 25 respectivamente.

4.4 Determinação das cotas


A determinação das cotas parte de um ponto conhecido (PC), no caso
deste projeto, a cota de fundo do canal após o desarenador, igual a 400
metros. As cotas são necessárias, tanto para os dimensionamentos como para
a confecção dos desenhos técnicos de cada etapa. A cotas calculadas para o
projeto estão demonstradas na Tabela 9 a seguir. Nela estão representadas
quais cotas foram calculadas, sua notação, procedimento de cálculo e
resultado.

Tabela 9 – Determinação das cotas de nível d’água da captação.

Cota de Cota da
Cota de nível
Cota de Cota de nível nível crista do
mínimo de Cota das
nível mínimo máximo de mínimo de vertedor
água à paredes das
de água no água no água à na
montante unidades
desarenador desarenador montante barragem
das grades (m)
(m) (m) das grades de nível
finas (m)
grossas (m) (m)
CNAmd CNDMD CNAmgf CNAmgg CCBN CPU
(CCBN+Hmáx no
(CNAmd + (CNAmgf + (CNAmgg -
(PC + hmin) (PC + hmáx) vertedor+ borda
Δhgf) Δhgg) Hdmin)
livre)
400,86 402,57 400,88 400,89 400,43 403,10
Fonte: os autores.

4.5 Estações Elevatórias


O abastecimento de qualquer município nos dias atuais se faz
necessário a utilização de estações elevatórias, desde a captação da água até
a etapa de distribuição (TSUTYIA, 2006). 
Para que as estações elevatórias funcionem de forma correta é
fundamental que as tubulações sejam capazes de resistir a altas pressões, que
haja uma alta disponibilidade energética, além da utilização de bons
equipamentos e de uma manutenção periódica.
Para os cálculos das elevatórias seja feito, primeiro é importante a
definição do diâmetro econômico através da formula de Bresse que calcula o
diâmetro da tubulação de recalque apresentada na equação 25.

D=k √ Q Equação 25
Onde:
D=diâmetro do tubo (m)
Q=vazão (m³/s)
k=coeficiente de Bresse
(valores ótimos: 0,7 a 1,3) valores já tabelados

Para a escolha do valor de k foi utilizada a equação da continuidade,


abaixo a demonstração de como se chega na equação 27.

πD ² πk ² Q
Q= AV →Q= → VQ= V Equação 26
4 4
2
k= Equação 27
√ πV

Na tabela 10 encontra-se os valores obtidos.

Tabela 10 – Valores obtidos das equações 25, 27 e valor escolhido.

k (tabelado
k (equação 27) Fórmula de Bresse
escolhido)
1,3579 1,3 1,08
Fonte: os autores.

Através da formula de Bresse, obtivemos o valor de 1,08 m, convertendo


para milímetros 1080 mm. Sabendo disso, foi possível a escolha do diâmetro
interno de sucção e de recalque, que é respectivamente, o valor imediatamente
a cima, e o valor imediatamente abaixo, do resultado obtido com a formula de
Bresse.
Para a continuidade dos cálculos de recalque e sucção foram
necessários o levantamento de alguns valores como: o coeficiente do concreto
liso 130, aço revestido 130, que foram retirados do livro de Azevedo
Neto(1973), o valor da vazão 690,5 L/s, os comprimentos (L) tanto de sucção
quanto recalque, para sucção 4,5m (deve-se respeitar a NBR 12214, Ls ≤ 5m),
para recalque foi utilizado o comprimento do local de captação até a ETA
4772m (de acordo com o site Atlas Brasil), o Geométrico 30m (foi dado nas
informações de elaboração deste projeto).
Utilizando a fórmula de Hazen – Willians (equação 28) para dimensionar
o sistema de recalque e sução, encontramos os valores da tabela 11.

1,852
10,643∗L∗Q
k= Equação 28
D4,87∗C1,852
Onde
k=perda de carga na tubulação
D=diâmetro da canalização
C=coeficiente que depende da natureza das paredes
Q=vazão
L= comprimento (m)
Porém para os cálculos o Q foi desconsiderado no Kr e Ks da tabela 11,
sendo calculado após o cálculo do hf através da equação 29.

n
H f =K∗Q Equação 29
Onde
Hf=perda de carga localizada
K=perda de carga na tubulação
Q=vazão (m³/s)

Tabela 11: cálculos Hazen-Wilians

Recalque Sucção

Kr Hfr Ks Hfs
6,176485 3,110803 0,003662 0,001844
Fonte: os autores.

Para calcular o ponto do projeto foi utilizado a altura manométrica total


da instalação foi utilizada a equação 30.

Hm= Hs+ Hr+ Hg Equação 30


Onde
Hs=altura manométrica na sucção (m)
Hr= altura manométrica no recalque (m)
Hg=altura geométrica dada no projeto (m)

Com a altura manométrica encontrada Hman = 33,11265, foi possível


estimar a curva de Operação (tabela 12), onde por tentativa e erro foram
definidos valores de vazões que chegassem próximo ou igual ao valor que
encontrado.

Tabela 12: Estimativa da Curva de Operação

Q(m³/h) Q(m³/s) Hman


0 0,0000 30,0000
500 0,1389 30,1597
1000 0,2778 30,5764
1500 0,4167 31,2214
2000 0,5556 32,0808
2100 0,5833 32,2776
2200 0,6111 32,4825
2300 0,6389 32,6955
2400 0,6667 32,9166
2485,8 0,6905 33,1126
2486 0,6906 33,1131
2500 0,6944 33,1457
2600 0,7222 33,3827
2700 0,7500 33,6275
Fonte: os autores.

O cálculo da tabela acima, como dito anteriormente foi estimada a


vazão, e o Hman foi definido pela equação 30, levando em consideração a
vazão estimada para esse cálculo. Os valores grifados em verde, são os
valores estimam melhor. Através da Hman=33,1126 e da vazão de Q=2485,8
m³/s é possível definir qual motor-bomba melhor se enquadra na vazão
estipulada. Para isso utilizamos o catalogo de bombas disponível no site da
KSB. Analisando o catalogo o motor-bomba o que melhor atendeu os valores
encontrados foi o modelo HPK-L 350-400, que se encontra no anexo B do site.
A figura 3, abaixo, mostra a eficiência do motor-bomba para diferentes
valores de vazão, sobre a figura foi sobreposto os valores estimados que são
os pontos em azul e vermelho. Analisando a figura pode-se ver que o ponto em
vermelho, o valor escolhido tem eficiência de 80%, e o diâmetro do motor
bomba é de 390mm.
Figura 4 – Motor bomba

Com a bomba definida, pode-se fazer o calculo da potencia do conjunto


motor-bomba, equação 31.

9,8∗Q∗H man
P= Equação 31
nb
Onde
P=potencia
Q=vazão (m³/s)
Hman=altura manométrica (m)
Nb=é o coeficiente de rendimento global da bomba

Com a equação acima, obtiver os resultados da tabela 13, onde


podemos observar o valor da bomba em diferentes unidades do lado esquerdo
da tabela, já no lado direito, além da conversão de unidades, há o acréscimo de
15% de eficiência afim de ampliar a resistência da tubulação.

Tabela 13 – Potencia do Conjunto Moto-Bomba


Sem acréscimo Com acréscimo de 15%
Pbomba (kw) 280,0875 Pbomba (kw) 322,101
Pbomba (cv) 380,909 Pbomba (cv) 438,057
Pbomba (hp) 375,317 Pbomba (hp) 15%
Fonte: os autores.

Afim de conhecer o NPSHd e o NPSHr, a disponibilidade de energia que


faz com que o liquido consiga alcançar as pás do rotor da bomba, e a
disponibilidade requerida respectivamente, temos a equação 32 e 33. Para a
realização destes cálculos foram utilizados o P v = 0,323 e Pa = 9,22 (por causa
da altitude de Lages), esses valores são de acordo com Tsutiya(2006).

NPSH d= ( Pa−P v
γ )± z−(∆ Hs) Equação 31
Onde
NPSHd =carga de sucção positiva disponível (m)
z=altura estática de sucção (m)
sendo: + afogada e – não afogada
∆ Hs =perda de carga total de sucção (m)
Pa=pressão atmosférica (N/m²)
Pv=pressão do vapor de água (N/m²)
ᵧ=peso especifico da água (N/m³)

NPSH r
NPSH r = Equação 32
H
Onde
NPSHr =carga de sucção positiva disponível (m)
H=altura manométrica ou carga total do sistema

Sendo assim obtemos a tabela 14.


Tabela 14: Cálculo do Conjunto Moto-bomba
NPSHr -0,70349
NPSHd -21,1048
Fonte: os autores.

Com o resultado do cálculo acima pode-se concluir que a bomba não


estará afogada, pois ambos os resultados estão negativos.
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