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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Centro de Desenvolvimento Tecnológico


Curso Bacharelado em Engenharia Hídrica
Sistema de Abastecimento e Tratamento de Água

Projeto de Sistema de Abastecimento de Água – Lages-SC

Bruno Pagnocelli de Lima


Ingridy Duarte
Marília de Oliveira Felten

Pelotas, 2022
Bruno Pagnocelli de Lima
Ingridy Duarte
Marília de Oliveira Felten

Projeto de Sistema de Abastecimento de Água – Lages-SC

Projeto da disciplina de Sistema de


Abastecimento e Tratamento de Água,
do curso de graduação em Engenharia
Hídrica da Universidade Federal de
Pelotas.

Profa Drª. Danielle de Almeida Bressiani

Pelotas, 2022

Lista de Figuras
Figura 1: Localização do município de Lages ………………...……………….7

Figura 2: Recursos Hídricos de Lages …………..…………………………….9

Figura 3: Temperaturas máximas e mínimas médias em Lages …...………10


Figura 4: Chuva mensal média em Lages-SC …...……………………………11
Figura 5: Recorte da caracterização do SSA Lages segundo Atlas Águas 2021
……………………........................................................................................…12
Figura 6 - Curva Logística ..................................………………………………15

Lista de Tabelas
Tabela 1: Solos do município de Lages ………………............................……9

Tabela 2: Projeção populacional pelo método geométrico……………………11

Sumário

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................6
2. LOCALIZAÇÃO.......................................................................................7
2.1 Aspectos Demográficos..................................................................8
2.2 Economia..........................................................................................8
2.3 Recursos Hídricos...........................................................................8
2.4 Pedologia..........................................................................................9
2.5 Clima...............................................................................................10
2.6 Vegetação.......................................................................................11
3. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EXISTENTE..................11
4. PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO.............................................................13
4.1 Método Aritmético..........................................................................13
4.2 Método Geométrico.......................................................................15
4.3 Método da Curva Logística...........................................................15
5. JUSTIFICATIVA DO MÉTODO UTILIZADO.........................................17
6. VAZÃO DE DIMENSIONAMENTO.......................................................18
7. ESCOLHA DO MANANCIAL ...............................................................20
Referência Bibliográfica .....................................................................21

1. INTRODUÇÃO
A existência de sistemas de abastecimento de água para as populações, que
assegurem o fornecimento de água com qualidade e quantidade adequadas, é de suma
importância para que suas necessidades, tais como saúde e o desenvolvimento
industrial sejam atendidas (TSUTYIA, 2006). No entanto, a garantia, mesmo que mínima
no fornecimento desse recurso às populações em geral é um dos desafios globais, tendo
em vista que, conforme divulgado pela UNESCO, três entre dez pessoas não possuí
acesso a água potável com qualidade (WWAP, 2019).
Dessa forma, o aprimoramento e difusão dos Sistemas de Abastecimento de
Água (SSA), faz-se necessário a fim de, realizar o tratamento adequado dos corpos
d’água, atendendo padrões de potabilidade mínimos exigidos para o consumo, e ampliar
distribuição desse insumo às pessoas. Os sistemas de Abastecimento de Água são
compostos geralmente por captação, tratamento, estação elevatória, adução,
reservatórios, rede de distribuição e ligação prediais (GOMES, 2009). O correto
dimensionamento destas unidades supracitadas deve considerar o máximo possível das
variáveis compreendidas ao longo do processo, como vazão demandada e número de
pessoas a serem atendidas. A realização de um superdimensionamento do SSA pode
exigir equipamentos mais poderosos para suportar a vazão elevada, elevando os custos
da sua implantação, e o seu subdimensionamento pode ocasionar em vazões inferiores,
limitando o número de pessoas abastecidas (JÚNIOR, 2020).
Nesse contexto, apresenta-se o seguinte trabalho que tem por objetivo a
realização das projeções populacionais e vazões demandadas para o dimensionamento
de um SATA para atender o município de Lages - SC para os próximos 20 anos.

2. Localização

O município de Lages – SC é um dos municípios integrantes da


macrorregião da Serra Catarinense, ocupa uma extensão territorial de
aproximadamente 2.632km², sendo conhecida nacionalmente como a Capital do
Turismo Rural e a Terra da Festa do Pinhão (SEBRAE, 2017). A cidade de Lages
foi criada no ano de 1768, suas coordenadas geográficas são de latitude: 27° 49'
0'' Sul, Longitude: 50° 19' 35'' Oeste (Cidade Brasil).

Figura 1: Localização do município de Lages- SC

2.1. Aspectos Demográficos

De acordo com os dados do Censo Demográfico de 2010, o município de


Lages possui uma população de 156.727 habitantes, com uma densidade
demográfica de 60 hab/km2 sendo sua maioria da zona urbana e apenas 2.790
habitantes são residentes da zona rural (IBGE, 2010). O salário médio mensal
no ano de 2020, era de 2.2 salários mínimos dos trabalhadores formais no
município, atingindo um PIB per capita (2019) de R$35.366,36 (Sebrae, 2019).
2.2. Economia

No município de Lages até o ano de 2015, foram gerados 43.053


empregos formais, dentro das 9.079 empresas existentes. Os estabelecimentos
ligados a indústria representam 15,4%, comércio 37,7%, 41,6% prestação de
serviço e 5,4% agropecuária, sendo o setor de prestação de serviço o que
emprega (Sebrae, 2019).

2.3. Recursos Hídricos

O município de Lages é banhado por três rios, são eles: o rio Caveiras,
rio Pelotinhas, o rio Lava Tudo e o rio Carahá. Já em relação a aquíferos é
possível encontrar aquíferos dos tipos: aquíferos fraturados livres, confinados e
intergranulares confinados.

Figura 2: Recursos Hídricos de Lages.

2.4. Pedologia

Os principais solos encontrados no município de Lages são: Cambissolos


com 59,7% de área ocupada, Neossolos com 26,55% de área ocupada e
Nitossolos com 14,08% de área ocupada. Na tabela 1, podemos ver melhor a
porcentagem e área que cada tipo de solo abrange.

Tabela 1: Solos do município de Lages


Area
Classificação Area (ha)
(%)
Cambissolos 156.089,85 59.37
Neossolos 69.800,85 26.55
Nitossolos 37.017,01 14.08
Total 262.907,46 100

Fonte: Semasa

2.5. Clima

O município de Lages de acordo com a classificação climática de Koeppen


é considerado temperado, com chuvas uniformemente distribuídas (POMPEO,
2016). De acordo com a Figura 3, o mês mais quente do ano é janeiro atingindo
máximas de 26ºC, a estação. Já o mês com mais chuvoso é outubro com médias
de 156mm de chuva, Figura 4.

Figura 3 - Temperaturas máximas e mínimas médias em Lages.


Fonte: WeatherSpark
Figura 4 - Chuva mensal média em Lages-SC.
Fonte: WeatherSpark

2.6. Vegetação

O bioma encontrado no município de Lages é a mata atlântica, dentro


deste encontra-se nas formações Montanha, Almontana e Campos de Altitude
(IBGE, 2012). Segundo Klein (1978), no município há duas tipologias vegetais,
a Floresta Ombrófila Mista e Campos Naturais. O município apresenta cerca de
500km² de área de preservação permanente (APP), deste 236km² são de
florestas e 265km² correspondem a campos de altitude (FBDS, 2013). De acordo
com o IBGE (2010), 32,9% do município tem arborização de vias públicas, 26,7%
tem urbanização de vias públicas, em relação a área territorial total.

3. Sistema de Abastecimento de Água Existente

Atualmente a cidade de Lages já possuí um SSA, onde a operação é feita


através de uma autarquia municipal, pela Secretária Municipal de Águas e
Saneamento (Semasa). A finalidade da Semasa é coordenar, planejar, executar,
operar, explorar, conservar, ampliar e melhorar os serviços públicos de
saneamento básico conforme definição da Lei Federal nº 11.445 de 05 de janeiro
de 2007, nos termos de lei específica.
Segundo dados de 2018 divulgados em um trabalho realizado pela
Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC, 2020), o sistema possuía
49.342 ligações e 59.978 economias, e uma taxa de 100% de atendimento
urbano em abastecimento de água, o que totaliza, aproximadamente, 154.825
habitantes na área urbana atendidos. Ainda conforme estes dados de 2018, o
consumo per capita, relativo ao volume de água produzido, era de 304,37 litros
por habitante ao dia (L/hab.dia), mas o índice de perdas ao longo dos 783 km de
rede de distribuição se aproximava a 50%, estando muito acima do ideal, uma
vez que, conforme apresentado por Tsutiya (2006), o índice de perdas a ser
admito como meta para fins de projeto é de 20%.
Em conformidade com estes dados, as informações divulgadas no Atlas
Águas 2021, representado na Figura abaixo, indica que o SSA de Lages
apresenta alta segurança hídrica, com índice C em desempenho das perdas ao
longo da distribuição e com média eficiência na distribuição. Logo, como o
próprio Atlas indica, tem-se a necessidade de maiores investimentos na rede de
distribuição, investimentos estes estimados em R$ 25,56 milhões de reais.

Figura 5 - Recorte da caracterização do SSA Lages segundo Atlas Águas 2021.


Fonte: Atlas Águas 2021a.

A captação da água para o SSA, proveniente de um único manancial, o


Rio Caveiras, é realizada por barramento e o sistema de adução da água bruta,
entre a captação e o tratamento, é efetuado por recalque com capacidade de
vazão de 1200 litros por segundo (L/s) e potência de 1050 CV, mas atua com
vazão de operação de 600 L/s. O sistema conta ainda com uma adução, após a
captação, de 47772 metros até a Estação de Tratamento de Água 1 (ETA1). Esta
estação realiza o tratamento de maneira convencional (coagulação/floculação,
decantação, filtração e desinfecção) com capacidade de 600 L/s divididos em
dois módulos e com operação 24 horas por dia (UNESC, 2020). A fim de ampliar
a capacidade de tratamento de água no SSA Lages, em agosto de 2022
inaugurou-se a ETA2 com capacidade de tratamento de água de 300 L/s
(Semasa, 2022). A capacidade de reservação do SSA Lages desta água tratada
é de 15.830 metros cúbicos, com um total de 24 reservatórios, 11 estações de
recalque de água tratada e 13 boosters, abastecendo todos os bairros do
município através de uma rede de distribuição do tipo malhada com anel de
distribuição (UNESC, 2020).

4. Projeção de População

Como citado anteriormente, para o dimensionamento das unidades


componentes do Sistema de Abastecimento de Água (captação, tratamento,
estação elevatória, adução, reservatórios, rede de distribuição e ligação
prediais), quanto mais variáveis compreendidas em cada unidade forem
consideradas, mais adequado será o dimensionamento. Dentre as variáveis
existente, a projeção de população para o período de projeto, que neste trabalho
será o recomendado para este tipo de instalação equivalente a 20 anos, é
necessário para projetar o sistema de maneira que, mesmo que a população
aumente, ele seja capaz de suprir este aumento de demanda.
Para a realização dessa projeção demográfica vários métodos podem ser
empregados, para este projeto será utilizado o método aritmético, método
geográfico e método da curva logística. Os resultados obtidos serão comparados
e avaliados, adotando-se o que melhor se adequar na realidade do município de
Lages, seguindo registros populacionais obtidos de censos realizados pelo
IBGE. Segundo Tsutiya 2006, estes métodos têm revelado boa aderência com a
realidade do universo municipal.

4.1 Método aritmético


O princípio deste método é estabelecer um crescimento constante ao
longo dos anos, tendo como base populações estimadas em censos anteriores.
Onde a variação é expressa pela equação (1) a seguir.
𝑑𝑝
=Ka (1).
𝑑𝑡

Onde: dP/dt representam a variação da população (P) por unidade de tempo.

Ka= Constante.

Adotando P1 como sendo a população do penúltimo censo (t1) e P2 a


população do último censo (t2), tem-se a segunda equação (2).

𝑝1 𝑡2
∫𝑝2 𝑑𝑃 = 𝐾𝑎 ∫𝑡1 𝑑𝑡 (2).

Após integrar os limites, obtivemos as equações (3) e (4), respectivamente.

𝑃2 − 𝑃1 = 𝐾𝑎 − (𝑡2 − 𝑡1) (3).

𝑃2−𝑃1
𝐾𝑎 = (4).
𝑡2−𝑡1

Resultando, então, na expressão geral do método aritmético (5).

𝑃 = 𝑃2 + 𝐾𝑎(𝑡 − 𝑡2) (5).

Onde t representa o ano da variação.

Para a realização da projeção através deste método, para o período de


projeto (20 anos), utilizou-se dados do número total de habitantes do censo do
IBGE nos anos de 2010 e estimativa do ano de 2020. Como resultado, obteve-
se Ka igual a 62,2 e população total estimada para Lages em 2042 de 158.717
habitantes. Segundo Tsutiya (2006) este método pode ser utilizado para
previsões populacionais para períodos pequenos, normalmente de 1 a 5 anos,
tornando-se acentuada a diferença para períodos de tempo longo, se comparado
a realidades históricas, representando então uma limitação na aplicação deste
método para este projeto.

4.2 Método Geométrico


O método geométrico considera que, para períodos de tempo iguais o
percentual de crescimento para a população será o mesmo. A variáveis
utilizadas são as mesmas utilizadas pelo método aritmético, mas com a variável
Kg, representando esta taxa de crescimento geométrico expressa pela equação
(6) abaixo, ao invés da variável Ka.

𝑑𝑃
=kg x P (6).
𝑑𝑡

Onde, integrando a equação (7), chega-se a taxa de crescimento.

𝑡2 𝑑𝑃 𝑡2 𝑙𝑜𝑔𝑃2−𝑙𝑜𝑔𝑃1
∫𝑡1 = = ∫𝑡1 𝐾𝑔 𝑑𝑡 → 𝑙𝑜𝑔 𝑃2 − 𝑙𝑜𝑔𝑃1 = 𝐾𝑔(𝑡2 − 𝑡1) → 𝐾𝑔 =
𝑃 𝑡2−𝑡1

(7).

Por fim, tem-se a equação geral do método geométrico, conforme equação (8).

(𝑡−𝑡2/𝑡2−𝑡1)
𝑃2
𝑃 = 𝑃2. (𝑃1) (8).

Como resultado da aplicação do método geométrico utilizando os


mesmos dados de total de habitantes fornecido pelo censo de 2010 e estimativa
para 2020 do IBGE, foi obtido Kg equivalente a 0,000396 e população total
estimada para Lages em 2042 de 159.356 habitantes.

4.3 Método da Curva Logística

Neste método, o crescimento populacional ocorre assintoticamente em


função do tempo para um valor limite de saturação K.

De acordo com Tsutiya (2006) a curva logística possui três trechos


distintos. Um primeiro trecho correspondente a um crescimento acelerado, o
segundo a um crescimento retardado e o último a um crescimento tendente á
estabilização. Entre os dois primeiros trechos há um ponto de inflexão conforme
exemplificado na Figura 6 abaixo.
Figura 6 - Curva Logística

Fonte: Tsutiya 2006

Este método necessita um maior número de parâmetros, dentre eles tem-


se a e b. O parâmetro a refere-se a um valor tal, que, T= a/b, que expressa uma
inflexão na curva, o parâmetro b é a razão do crescimento populacional e T o
intervalo de tempo entre o ano da projeção e t0 em anos. Outros três parâmetros
também são precisos para aplicação deste método, equivalentes a pontos
conhecidos da curva, os quais são P0(t0), P1(t1) e P2(t2), com intervalos de
tempo constante entre t0, t1 e t2 (d).

Sendo assim, a expressão da curva logística se dá pela seguinte


expressão (9), (10) e (11).

2
2.𝑃0.𝑃1.𝑃2−(𝑃1) .(𝑃0.𝑃2)
𝐾= (9).
𝑃0.𝑃2−(𝑃1)2

1 𝑃0.(𝐾−𝑃1)
𝑏 = − 0,4343.𝑑 . 𝑙𝑜𝑔 [(𝑃1.(𝐾−𝑃0))] (10).

1 𝐾−𝑃0
𝑎 = 0,4343 . 𝑙𝑜𝑔 ( ) (11).
𝑃0

Para que se possa chegar na equação logística (12).

𝐾
𝑃 = 1+ 𝑒 𝑎−𝑏𝑇 (12).

No entanto, a aplicação deste método só é possível se duas condições


forem atendidas. A primeira condição é que a população inicial (P0), seja menor
que a população 1 (P1) no intervalo de tempo 1, e que a população no intervalo
de tempo 1 seja menor que a população 2 (P2) no intervalo 2, ou seja,
P0(t0)<P1(t1)<P2(t2). A segunda condição é que o produto entre a população
inicial e no intervalo de tempo 2 seja menor que o quadrado da população no
intervalo de tempo 1, ou seja, P0*P2>P1^2.
Para esta projeção, como são necessários três pontos com valores de
população total e ano com intervalo de tempo equivalentes para sua aplicação,
os dados utilizados seriam dos censos de 1980 e 2000, e projeção para 2020
realizados pelo IBGE. No entanto, a população do ano de 2000, P1(t1), reduziu
quando comparada com 1980, P0(t0), não atendendo a primeira condição para
aplicação do método, impossibilitando então sua utilização.

5. Justificativa para escolha do método utilizado

A escolha do método utilizado deu-se pois, como a recomendação de


aplicação do método aritmético é para projeções curtas, de 1 a 5 anos, e a
projeção adotada para este projeto ser 20 anos, optou-se por exclui-la. E uma
vez que o método da curva logística não pode ser concluído, o método
selecionado foi o geométrico, logo a população atendida para este projeto será
de 159.356 habitantes.
Salienta-se que, ao realizar-se uma pesquisa de outros projetos e estudos
que tenham efetuado projeções populacionais para o ano de 2042 ou próximo a
ele, com o objetivo de comparar com o valor aqui obtido e embasar a escolha do
método, foram encontrados valores discrepantes. Dentre eles é possível citar o
estudo realizado pela UNESC (2020), em que estimou um total de 178.570
habitantes para o ano de 2040, número este bem maior que o estipulado aqui
utilizando o método geométrico. No entanto, apesar desta diferença, a escolha
do método se mantém, pois, ao comparar o censo de 2010 com a estimativa
para 2018, o crescimento populacional de Lages estava em menos de 1% e a
taxa de crescimento médio anual entre o ano de 2000 e 2010 foi de –0,03%
(SEBRAE/SC, 2019). Indicando, portanto, que mesmo que a população cresça
ao longo dos próximos 20 anos, a tendencia de crescimento não é
significativamente elevada, embasando a escolha do método geométrico para
este projeto.
6. Vazões de Dimensionamento

É importante que o dimensionamento das partes constituintes deve ser


feito de maneira correta e obedecendo a demanda máxima de consumo, para
que o sistema não opere com falhas em horários e épocas de maior consumo.
Para que se possa realizar o dimensionamento, algumas equações
devem ser utilizadas, a quais estão expressas em sequência.

Vazão média (L/s):

𝑃.𝑞
𝑄𝑚 = 86400 (13).

Vazão de captação, estação elevatória e adutora até a ETA:

(𝐾1.𝑄𝑚+𝑄𝑒𝑠𝑝).24
𝑄𝑎 = 𝐶𝑒𝑡𝑎 (14).
𝑡

Vazão da ETA até o reservatório:

(𝐾1∗𝑄𝑚+𝑄𝑒𝑠𝑝)∗24
𝑄𝑏 = (15).
𝑡

Vazão do reservatório até a rede:

(𝐾1∗𝐾2∗𝑄𝑚+𝑄𝑒𝑠𝑝)∗24
𝑄𝑐 = (16).
𝑡

Onde:

Qm: vazão média (L/s)

P: população (hab)

q: vazão per capita (L/hab.dia)

Ceta: coeficiente de perdas da ETA (adm.)

K1: coeficiente dia de maior consumo (adm.)

K2: coeficiente hora de maior consumo (adm.)

t: tempo de funcionamento da bomba (horas)


Qesp: vazão consumidores especiais (L/s)

Para dar sequência ao cálculo das vazões, foi calculado a vazão média
conforme equação (13), utilizando-se valor para q, vazão per capita,
estabelecido pela Semasa Lages.

159356 .  304,37 𝐿 𝐿
𝑄𝑚 =   =  561,38    →  561 
86400 𝑠 𝑠

Em sequência, para determinar os valores das equações (14), (15) e (16),


alguns parâmetros foram admitidos: K1 de 1,2 e K2 de 1,5 conforme
recomendação para projetos segundo Yassuda e Nogami (1976) presente no
Tsutiya (2006, p. 53 e 54). O valor para Ceta empregado foi de 2,5% por
conforme Tsutiya (2006, p.64) este consumo costuma variar de 1% a 5%. O valor
utilizado para t foi de 24 horas, conforme fornecido pela Semasa Lages, e, uma
vez que a economia predominante em Lages é proveniente do setor de serviços,
não foi adotado valor para a Qesp. A seguir estão os valores obtidos para Qa,
Qb e Qc.

(𝐾1  ⋅  𝑄𝑚  +  𝑄𝑒𝑠𝑝) ⋅ 24 (1,2  ⋅  561  +  0) ⋅ 24 𝐿


𝑄𝑎 =   ⋅ 𝐶𝑒𝑡𝑎  →   ⋅ 1,025  =  690,50 
𝑡 24 𝑠

(𝐾1  ⋅  𝑄𝑚  +  𝑄𝑒𝑠𝑝) ⋅ 24 (1,2  ⋅  561  +  0) ⋅ 24 𝐿


𝑄𝑏 =    →    =  673,66 
𝑡 24 𝑠

(𝐾1  ⋅ 𝐾2 ⋅  𝑄𝑚  +  𝑄𝑒𝑠𝑝) ⋅ 24 (1,2  ⋅  1,5 ⋅  561  +  0) ⋅ 24 𝐿


𝑄𝑐 =    →    =  1010,48 
𝑡 24 𝑠

7. Escolha do manancial

Tendo como base o que foi dito por TSUTYIA, 2006 p. 74, utilizando a
Q95 (ANA, 2010) menos a vazão obtida no Qc, tem-se um valor maior que 10%
da vazão de Qc atendendo o critério estabelecido por TSUTYIA, não sendo
necessário a complementação de outro manancial para atender as futuras
ligações.
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Disponível em:
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZDFhZDQ2YTUtOTIyZC00MDlmLWJm
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