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Nutriçao Clínica
Nutriçao Clínica
CLÍNICA
Vanessa Cristina de Oliveira Lima
Patologia da nutrição
e dietoterapia nas
enfermidades do
aparelho digestório
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A manutenção da vida humana depende do fornecimento constante
de energia. Nosso organismo evoluiu de modo a obter nutrientes de
diferentes tipos de matrizes orgânicas, nos tornando seres onívoros e,
consequentemente, adaptáveis a disponibilidade de diferentes alimentos.
Essa capacidade adaptativa veio do desenvolvimento de um complexo
sistema digestivo capaz de obter energia de fontes alimentares variadas,
por meio da especialização de tecidos e órgãos, e a produção de sucos
digestivos. Por ser um sistema tão essencial para sobrevivência humana, é
de se esperar que perturbações nesse sistema mereçam cuidados redo-
brados, sendo o próprio fornecimento de alimentos um fator simultâneo
de proteção e de cuidado.
Neste capítulo, você vai aprofundar os conhecimentos nutricionais
básicos para o cuidado com as enfermidades do aparelho digestivo.
2 Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do aparelho digestório
O aparelho digestório
Os nutrientes são essenciais aos processos de crescimento, desenvolvimento,
reprodução e manutenção da vida. A captação de energia do meio externo,
obtida por meio dos alimentos, e sua respectiva incorporação ao meio interno é
um processo essencial, que nos permite a constante renovação da maioria dos
nossos tecidos. Em seres humanos, assim como em muitos outros animais, essa
função é realizada por uma série de órgãos que atuam de forma especializada
e orquestrada, formando em conjunto o aparelho digestório. Por meio de uma
série de processos, o aparelho digestório reúne três funções primordiais: a
ingestão, a digestão e a absorção de alimentos, transformando-os assim em
pequenas partículas capazes de transpassar as barreiras celulares, chegando
a corrente sanguínea e em seguida nos demais tecidos (MAHAN; SCOTT-
-STUMP, 2012).
O trato digestório e os órgãos anexos constituem o aparelho digestório
(Figura 1). Anatomicamente, o trato digestório é um tubo oco, que se estende da
cavidade bucal ao ânus. As estruturas que compõem o trato digestório incluem
boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e
ânus. Os órgãos acessórios do aparelho digestório são os dentes, a língua, as
glândulas salivares, o fígado, vesícula biliar e o pâncreas. Apesar de ser um
tubo contínuo, as diferentes estruturas do aparelho digestório são separadas
entre si de maneira física, devido à presença de esfíncteres ao longo desse
tubo controlando a passagem de alimentos; e de maneira funcional, verificada
pelas diferentes funções exercidas em cada estrutura nos processos de digestão/
absorção (TORTORA; GRABOWSKI, 2002).
Apesar das diferenças entre as mucosas de cada estrutura do aparelho
digestório, de forma geral há quatro tipos de tecido que revestem esse tubo,
sendo eles: a camada mucosa, o revestimento mais interno; a camada submu-
cosa, o revestimento intermediário; a camada muscular; e a camada serosa,
o revestimento mais externo. A camada mucosa é composta por uma camada
simples de epitélio e está em contato direto com o conteúdo do trato gas-
trintestinal. Abaixo da camada epitelial da mucosa, está o tecido conjuntivo
areolar e uma fina camada de músculo liso, chamada de lâmina muscular da
mucosa. Essa fina camada de músculo liso é responsável pela formação de
pregas na camada mucosa. Essas estruturas aumentam a área de superfície
absortiva desse tecido. A camada mucosa possui ainda células glandulares
da mucosa, as quais secretam muco, enzimas e sucos digestivos. A camada
adjacente, (camada submucosa), consiste no elo entre a camada mucosa e a
camada muscular. Nessa camada está presente um complexo sistema vas-
Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades do aparelho digestório 3
Na prática
Leituras recomendadas
BODE, C.; BODE, J. C. Effect of alcohol consumption on the gut. Best Practice & Research
Clinical Gastroenterology, New York, v. 17, n. 4, p. 575-592, 2003.
CAMBUI, Y. R. S.; NATALI, M. R. M. Doenças inflamatórias intestinais: revisão narrativa
da literatura. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, Sorocaba, v. 17, n.
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CUPPARI, L. Nutrição: clínica no adulto. 3. ed. Barueri, SP: Manole, 2013. (Guias de
medicina ambulatorial e hospitalar da EPM-UNIFESP).
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2006.
LI, L. F. et al. Cigarette smoking and gastrointestinal diseases: the causal relationship
and underlying molecular mechanisms. International Journal of Molecular Medicine,
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