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Johnathan <johnathan.contato@gmail.

com>

O que me trouxe até aqui...

Ícaro de Carvalho <contato@onovomercado.com.br> 5 de dezembro de 2021 07:04


Para: johnathan.contato@gmail.com

Hoje é sábado, dia 04 de dezembro, e eu sentei aqui do lado de fora do SP HALL


para escrever essa carta para vocês.

É engraçado como esse processo acabou se tornando um refúgio (um gargalo)


entre uma
obrigação e outra do meu trabalho.

Eu fico aqui pensando comigo: como seria se, lá atrás, há quinze anos, eu
recebesse uma carta – de repente, sem esperar – de alguém que já chegou
onde eu queria chegar. Saber que cada e-mail traz conhecimentos e
experiências que custaram tempo, dinheiro e muita pele em risco.

Esse evento custa uns 120 mil reais por ano. Você fica num hotel bacana e
encontra, por dois dias, alguns dos maiores players do mercado digital.

São algumas palestras, depois um tempo para networking...

Enfim, quando você já fatura um bom dinheiro, qualquer ajuste na sua máquina se
justifica. Neste exato momento o Jonatas está lá na
sala, assistindo uma palestra
sobre como montar um time de vendas.

Nessa hora eu pensei: "Assunto chato. Não é comigo. Acho que vou bater um
papo com o pessoal".

E é curioso porque, até há quinze minutos, eu não fazia ideia do que escreveria. O
meu maior medo é que isso daqui "vire trabalho" e eu perca o interesse. A partir
do momento que eu me obrigue a escrever, terei matado esse modelo.

Certo, sobre o que falaremos hoje, então?

Eu fiquei me perguntando: "O que


me trouxe até aqui?".

Como é que eu cheguei até o topo do mercado digital?

Eu, uma aposta perdida. Um cavalo que ninguém colocaria um tostão. Eu, que
sou desorganizado, irritadiço, desconcentrado...prova disso é que, quinze minutos
depois do início da palestra, eu já quis sair.

Como é que alguém que não gosta de se relacionar com pessoas constrói o seu
negócio inteiro em torno delas?

Olha, refletindo um pouco eu cheguei à conclusão de que o sucesso está


escorado em três elementos. Você pode ser engenheiro, professor, administrador
de uma empresa, plantador de laranjas...

Se você quiser crescer (crescer de verdade, construir um baita negócio), precisará


desses três elementos.

E eles são tão poderosos que foram capazes de catapultar até o topo do mercado
alguém tão improvável quanto eu.

O primeiro elemento: você precisa reinvestir no seu negócio.

Cacete, esse foi erro que mais me custou dinheiro. Por anos eu retirei tudo
que a
escola me deu e coloquei em outras coisas.

Eu enxergava a minha escola como um modelo de receita, não como um


modelo de negócio.

"Boa! Fizemos 13 mil nesse último lançamento. Agora eu posso juntar para dar
entrada no nosso apartamento". Eu não sabia, mas estava trocando dinheiro que
poderia multiplicar por dez por dinheiro morto.

Eu passei cinco anos sem investir n'O Novo Mercado, batendo no peito e falando
para mim mesmo: "A nossa escola funciona com uma webcam, uma mesa, uma
cadeira e um programa de 40 dólares por mês, que filma, transmite e grava as
aulas".

Eu olhava isso com orgulho.

Eu gritava pra todo mundo ver, como se fosse uma virtude: "A empresa somos eu
e o Eduardo. É isso mesmo. Duas pessoas!".

Olha que sinal o mundo estava me dando: bicho, você tem aqui um negócio,
que está crescendo, que está começando a te pagar um dinheirinho e que
poderia aumentar diversas vezes mais.

O que eu faço? Tiro a grana de lá e compro móveis. Falo,


cheio de mim: "Esse
mês me deu dezenove. Vou comprar umas ações".

COMPRAR UMAS AÇÕES!

O negócio poderia crescer 3.000% ao ano (como de fato cresceu mais de 3.000%
em um único ano, por algumas vezes) e eu queria trocar esse dinheiro por alguma
ação madura do mercado.

E é por isso que eu gosto tanto da aula 244 – porque ela se tornou um mapa do
que fazer e quando fazer, ao longo do crescimento do seu negócio. Você sabe o
que comprar primeiro, quem contratar
primeiro, quando aumentar a equipe...

Eu poderia ter crescido tão mais cedo. Foram cinco anos com o mesmo
padrãozinho.

Existem três grandes áreas, em qualquer


negócio, que você precisa investir
desde cedo:

1. Em pessoas.
2. Em sistemas.
3. Em ambiente.

As pessoas são a sua equipe. As pessoas que trabalham em conjunto com você
na construção do seu sonho.

Sistemas são tecnologias. Seu aplicativo, sua loja online, seu site, o programa
que vocês usam para responderem aos clientes no chat, seus anúncios que sairão
no Google ou no Instagram...

O ambiente é "tudo isso junto". Da porta de dentro: como os seus funcionários


entendem a empresa, cuidam do cliente, recebem as novas metas e encaram as
semanas difíceis. Da porta de fora: como os clientes
experimentam o onboarding
da empresa, acessam o material, recebem a entrega, encaram o pós-venda...

Caramba, como eu demorei para fazer isso! Eu tinha medo. De novo: eu morria
de
medo! Preste atenção nisso daqui, porque poucas pessoas dirão, com tanta
franqueza, isso pra você: eu encarava a minha empresa como uma vaca leiteira.

A internet, para mim, era uma aventura. Eu só queria tirar dinheiro de lá. Cada mil
reais que eu fazia, corria logo para sacar e trazer para o mundo real. "Meu
dinheiro, meu dinheiro, meu dinheiro".

Enquanto você não perceber que o dinheiro, quando é reinvestido na sua


empresa, se multiplica por dez, por cem, por mil – e que ele, sacado, vale apenas
o que está estampado na nota, você nunca terá um negócio.

Terá sempre um emprego – onde, no máximo, você pode se chamar de chefe e


chegar no horário que você quiser.

O segundo elemento: você precisa aprender a delegar.

Aqui eu já quero começar com um soco na boca: não, você não é "perfeccionista".

Não, você não segura a empresa na mão e deixa de contratar gente porque "só
você sabe fazer".

Perfeccionismo é sinônimo de covardia.

Eu vou ilustrar um exemplo e que você me diga se conhece ou não alguém assim:
aquela pessoa que abriu um comércio há vinte anos e que até hoje não
enriqueceu.

Essa pessoa passou a vida inteira naquela loja, abrindo seis, às vezes sete dias
por semana.

Essa pessoa faz as compras, arruma os produtos nas gôndolas, está sempre no
caixa...ela faz tudo, porque não confia em ninguém.

"Funcionários vão roubar você". "No caixa fico eu".

Ela não expande equipe, não cria outras lojas. Pega 100% do caixa da empresa,
depois de pagar as contas e comprar estoque e gasta. Amanhã começa tudo de
novo.

E o tempo passa...

E ela envelhece...

E a loja está sempre ali.

Você conhece alguém assim? Essa pessoa não é uma empresária, é uma escrava
bem remunerada – que, poucas vezes no ano, ganha o direito de sair do cativeiro.

Por
muito tempo eu enchi a boca para falar: "Eu e o Eduardo bastamos. É isso que
a escola é. Fazemos o trabalho de quinze pessoas".

E não fazíamos. Não fazíamos mesmo.

Estávamos, os dois, adoecendo, trabalhando de madrugada, sempre estressados


e correndo contra o tempo. Não existia final de semana,
feriados...

Você precisa aprender a delegar. E se você acha que delegar faz sentido
apenas para empresários, donos de loja, gente que tem empresa, é aí que eu te
surpreendo: quanto tempo você gasta pagando contas, organizando a sua
agenda, fazendo as suas compras de mercado?

Você sabia que poderia contratar uma secretária remoto


apenas pra isso? Que,
por um valor pequeno, poderia tirar tudo isso da sua frente – para focar no seu
trabalho? Tá cheio de secretária remoto lá no mercado de trabalho, e eu não
sei como vocês vivem sem uma.

Terceiro elemento: você precisa contratar pessoas diferentes


de você.

Essa foi a maior mudança que


aconteceu, nos últimos anos, aqui dentro da
empresa. Tendemos a contratar apenas pessoas que pareçam conosco: que
gostem das mesmas coisas, que tenham a mesma filosofia de trabalho e ritmo de
vida.

E é aqui que eu te faço um desafio: contrate gente diferente.

Se você é uma pessoa supertranquila com vendas e dinheiro,


contrate um super
vendedor.

Se você é aquela pessoa ansiosa e cheia de antecipações, contrate um fleumático


clássico. Alguém que apagará um pouco desse fogo.

Se você, assim como eu, é aquela pessoa que liga só para o produto e não liga
para o resto, contrate gente gestão. Gente que tem tara por planilha. Maníacos por
processos.

É claro que haverá ruídos no começo, mas, a longo prazo, todos ganharão com
essas diferenças. Primeiro que vocês serão
contrapesos naturais, um corrigindo
os excessos dos outros.

Segundo que vocês contratarão com mais inteligência, porque cada personalidade
percebe funcionários e reconhece talentos de uma forma diferente.

E, se eu puder, uma última dica: abrace o erro.

Eu já falei isso para vocês, mas nunca é demais repetir: nenhum erro que você
cometer agora será capaz de te destruir.

O mercado não para de crescer e apenas 6% dos CNPJs do país anunciam no


Google ou possuem profissionais do mercado digital.

Quanto você comprava na internet há dez anos e quanto você compra agora?

Fala sério: como seria a sua vida sem o Instagram, a Netflix e o Ifood?

O que eu mais gostaria era que vocês colocassem isso na cabeça de vocês. O
horizonte está totalmente aberto e repleto de oportunidades.

Se as duas últimas cartas foram pesadas e cheias de sentimentos e


reflexões,
essa é uma carta de otimismo.

Eu comecei a escrever essa carta às 11:00 da manhã e só acabei agora, às 20:00.

Estou encerrando o primeiro dia no meu evento e, com ele, essa mensagem que
eu deixei para vocês. Espero que gostem.

A foto abaixo deixei apenas para ilustrar o que eu falei no áudio de hoje, para
ouvir clique aqui ou no botão abaixo da foto.
CLIQUE AQUI PARA OUVIR O ÁUDIO

Bom domingo.

Ícaro de Carvalho

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