Causas estruturais e consequências dos regimes internacionais:
Regimes com variáveis intervenientes, de Stephen D. Krasner.
Em 1963 Kranser torna-se bacharel pelo departamento de historia pela
Universidade de Cornell, na qual era membro da sociedade Quill and Dagger. Posteriormente se tornou mestre pela Columbia University, e seu PhD foi pela Universidade de Harvard. Krasner é autor de seis livros e mais de noventa artigos. Já lecionou cursos de relações internacionais, economia política internacional, teoria das relações internacionais, construção política e construção estatal na Universidade de Stanford. Recebeu o dean's award, prêmio de excelência, por sua atuação como professor em 1991.
Em seu texto, o autor busca explorar o conceito a respeito dos Regimes
Internacionais, para isso ele busca diferentes abordagens para uma explicação sobre o tema. Segundo o autor, Regimes Internacionais correspondem ao um conjunto de normas, princípios, regras e procedimentos de tomada de decisões de determinada área das relações internacionais em torno dos quais convergem as expectativas dos atores.
Dentro desse conceito, Kranser sente a necessidade de responder a seguinte
pergunta: Quais são as causas e as consequências dos regimes? Qual seria a necessidade dos mesmos? E quais são as diferentes abordagens a cerca do tema?
Como define acima, os regimes são um conjunto de normas, dentre as quais
essas normas dizem respeito a padrões de comportamento definido a cerca de direito e obrigações. Os princípios correspondem as crenças em fatos, questões morais e causas. As regras fazem referencia a prescrições ou proscrições especificas para a ação e os procedimentos é o que determina a parte pratica de execução da vontade coletiva. Krasner defende o regime como um arranjo temporário é que se modifica em decorrência de interesses ou de alterações de poder. Ele busca abordagem de Keohane quando diz que é necessária uma distinção entre regimes e acordos e busca também Jervis quando afirma que “regimes não implica apenas normas e expectativas que facilitam a cooperação, mas uma forma de cooperação que é mais do que atender o próprio egoísta de curto prazo ”. Para Jervis, os interesses são a base dos acordos, afinal, so é feito acordos quando ambos os lados de satisfazem . O autor prossegue expondo alguns exemplos de regimes em diversos âmbitos, ele busca retratar o formato de organização e de que modo isso se desenvolve.
A utilização de teoria de autores é de extrema importância para Kranser,
através deles o autor busca explicações para seus pontos de vistas. Segundo Susan Strange ,as estruturações dos regimes convencionais correspondem as relações de poderes e interesses que são determinantes para de que modo os estados irão se comportar no sistema internacional. Já para Waltz, o sistema internacional se define pelas partes componentes e de que modo elas interagem em um ambiente anárquico, a única distinção dentro do sistema é a função dos atores. Como um defensor da corrente neorrealista, ele acreditava que os estados agiam em seu benefício próprio e para sua autoproteção.
Os autores defensores da estruturação modificada ( Keohane e Stein) buscam
seus embasamentos na corrente realista clássica. Para eles os estados soberanos buscam a maior amplitude de seu poder e de seu interesse.
O terceiro sistema de regimes é denominado Grociana. Segundo Donald
Puchala, Raymond Hopkins e Oran Young: “os regimes existem em todas as áreas temáticas, mesmo naquelas em que há grande rivalidade de poder, vistas tradicionalmente como exemplos nítidos de anarquia. Os estadistas quase sempre se sentem restringidos por princípios, normas e regras que prescrevem e proscrevem diferentes comportamentos”. Para os autores citados acima, a explicação de regimes vai além do ponto de vista realista, pois para eles essa visão um tanto limitada.
No ponto de vista desse sistema, as elites são os verdadeiros atores nas
relações internacionais, indo de contra aos ideais pregados pelos dois sistemas anteriormente citados. Para os grocianos, os estados são abstrações rarefeitas, as elites possuem traços tanto transnacionais como nacionais, a soberania possui uma variável de comportamento, há uma limitação no que diz respeito do controle das movimentações através de fronteiras, segurança e sobrevivência não são os únicos fatores de prioridade, a força não ocupa uma posição de destaque na politica internacional, entre outros.
Para os sistemas convencionais, o sistema não é levado tão a sério como no
Grociano. No sistema convencional, se as variáveis causais mudam os regimes também mudam. Já na perspectiva Grociana é aceito os regimes como parte fundamental de toda interação humana, incluindo de que forma esses indivíduos se comportam no sistema internacional. É possível constatar uma visão mais realista, onde o estado e o poder são supervalorizados, nas primeiras organizações de regimes e por outro lado, no sistema Grociano, observa-se uma visão mais liberal, onde o sistema se preocupa com o a interação entre homem e estado.
A próxima tese apresentada é a explicação para o desenvolvimento dos
regimes. Krasner apresenta cinco variáveis para essa explicação. A primeira é denominada de Auto interesse egoísta, a segunda intitula-se de Poder politico, como terceira temos Normas e princípios, a quarta é Os usos e costumes e por final temos o conhecimento.
O autor faz uma abordagem fantástica a respeito de regimes e suas
configurações. Usa de bons argumentos e bons embasamentos teóricos para chegar a suas conclusões. É de fácil percepção a diferenciação feita por ele entre os tipos de regimes e de que modo se da sua aplicabilidade. Observamos também a presença das teorias realista e liberalistas como forma de exposição de suas conclusões. Texto destinado a acadêmicos e profissionais da área das Relações Internacionais e Comercio Exterior.