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Planejemento

Tributário

Material de apoio

Precedente CARF

1. Elisão Fiscal

A elisão fiscal consiste no planejamento tributário lícito, no qual planeja-se a


redução do pagamento de tributos seguindo todos os ditames da legislação
tributária. Envolve, muitas vezes, a dicotomia entre princípios, como o da não
intervenção e da livre iniciativa, incentivando a autonomia e a liberdade dos
indivíduos para escolherem opções de redução de custos em suas atividades e,
logo, redução de tributação excessivamente onerosa.

2. Legislação Tributária

Como dito anteriormente, a elisão fiscal é totalmente legal, já que se baseia na lei.
De forma ilustrativa, pode-se citar as normas tributárias, as leis contábeis, os CPC,
os RTT, as instruções normativas, as portarias, as soluções de consulta, etc.
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A. Legislação tributária X Legislação contábil

Em primeiro plano, a norma tributária é responsável por categorizar os fatos


econômicos segundo as normas jurídicas-legais. Já a legislação contábil, está
relacionada à análise de informações no presente sobre os fatos econômicos em
sua essência, como os fluxos de caixa, não os vinculando com as formas jurídicas
próprias do Direito positivo. Ou seja, dessa forma, observa-se que o Direito
Tributário é observado em diferentes perspectivas.

B. CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e RTT (Regime Tributário de


Transição)

O CPC, órgão criado pela Resolução CFC 1.055/05, tem como principal objetivo
emitir novos critérios de pronunciamentos técnicos de contabilidade, além de
divulgar informações sobre tal tema. Compõem o CPC diversas associações e
fundações de contabilidade e do mercado mobiliário.
Já o RTT, trata de ajustes tributários decorrentes dos novos métodos e critérios
contábeis introduzidos pela Lei 11.638/2007 e pela MP 449/2008, convertida na Lei
11.941/2009. Ela dispõe, mais especificamente, das bases de cálculo de tributos,
como IRPJ, CSLL, Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para
Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Como um regime de transição, o
RTT terá vigência até que uma lei sobre efeitos tributários dos novos métodos e
critérios contábeis entre em vigor.

C. Instruções Normativas, portarias, soluções de consulta

As portarias são atos administrativos utilizados pela administração pública, para


estabelecer orientações acerca da aplicação de uma lei, de forma a regular seu
funcionamento na prática.
Já as Instruções Normativas, são atos administrativos que têm um papel
complementar a outros atos administrativos, como é o caso das portarias.
Por último, as soluções de consulta se referem às respostas da Receita Federal de
dúvidas/questionamentos de contribuintes sobre determinadas obrigações
tributárias e aduaneiras dispostas na legislação.
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3. Estado e contribuinte

A Constituição Federal estabeleceu o Estado, na figura da União, estados,


municípios e Distrito Federal como o ente competente pela instituição dos
tributos (artigo 145, CF), a fim de poder arcar com os gastos de saúde, de
segurança e de educação, ligados às necessidades dos cidadãos. O pagamento de
impostos é algo obrigatório pelos contribuintes e sonegá-los é crime fiscal (Lei
8.137/90).

Enquanto isso, o conceito de contribuinte foi trazido pelo Código Tributário


Nacional (CTN), por meio do artigo 121, que prevê, como tal, o sujeito passivo que
tenha “relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador do
tributo”.

Em diversos pontos, pode-se observar uma disputa devido à existência de


interesses divergentes.

Por fim, ainda, vale ressaltar o artigo 170 da CF/88 atrelado à autonomia privada.
Esse princípio garante às partes o poder se manifestar sobre seus
interesses/vontades em relação à sociedade em geral, tendo, por exemplo, livre
exercício de qualquer atividade econômica, como dispõe o parágrafo único do
artigo 170. Nesse sentido, o indivíduo tem autonomia para fazer tudo aquilo que a
lei não proíbe, respeitando sempre os fundamentos defendidos pela Constituição.
O Estado, por sua vez, pode fazer tudo aquilo que é permitido em lei,
evidenciando um maior campo de restrições.
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A. Limites do poder de tributar

Como forma garantir os direitos e garantias fundamentais dos contribuintes, a


Constituição Federal previu algumas limitações ao poder de tributação do Estado,
reduzindo o risco de arbitrariedades.
As limitações advém de princípios e de imunidades constitucionais tributárias
(arts 150, 151, e 152 da CF). Alguns desses princípios são: legalidade (art. 5º, inciso II
da Constituição Federal), igualdade tributária (art. 150, II da Constituição Federal),
anterioridade (artigo 150, inciso III, alínea “b” da Carta da República),
irretroatividade (art. 150, inciso III, alínea “a” da Constituição), entre outros… Veja
mais por aqui!

4. Interpretação da Legislação Tributária (art. 107 a 112 do CTN)

Assim como todas as legislações jurídicas, a tributária também tem orientações


próprias de interpretação. Assim, garante-se maior segurança jurídica às relações
tributárias, impedindo mudanças bruscas de interpretação. Elas podem ser
encontradas entre os arts. 107 a 112 do CTN. Para maior clareza, abaixo, destacam-
se as duas delas, relacionadas às fontes de interpretação ao texto normativo e a
interpretação de outras legislações do direito privado.

O art. 108 do CTN prevê a aplicação da analogia, dos princípios gerais do direito e
da equidade para interpretação da legislação tributária, quando não houver
disposição expressa. Já o art. 110, impede que a lei tributária modifique definições,
alcance e conteúdo, entre outros pontos, do que está presente na Constituição
Federal e de cada estado ou nas leis orgânicas do Distrito Federal e municípios
para definir ou limitar competências tributárias.
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Referências
O planejamento tributário como uma ferramenta de gestão

Comitê de Pronunciamentos Contábeis: CPC

Normas Receita Federal

Julgado CARF - Processo nº 19515.722111/2012-41

Solução de Consulta Cosit nº 99004

Pronunciamento Técnico CPC 46

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