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Fases da intoxicação

Docente: Raffael A. C. Oliveira


MESSAGE
Sthephanie Nassif
Contato: raffael.oliveira@unp.br
fannybiomedi@gmail.com
Objetivos da aula

Conhecer as fases da intoxicação;

Diferenciar as fases da intoxicação.
O processo de intoxicação

A intoxicação é a introdução de qualquer
substância potencialmente tóxica no
organismo;

Esse tipo de processo pode ocorrer por
medicamentos ou substâncias químicas –
geralmente domissanitários ou outros
materiais domésticos;

Existem diversos tipos de intoxicação –
cutânea, inalatória – mas a principal via se
dá pela ingestão em excesso dessas
substâncias.
Fases da intoxicação

Didaticamente, a intoxicação pode ser dividida em quatro fases:

Exposição: Toxocinética: Clínica:


Toxodinâmica:
Contato do Movimento do Manifestação
Ação do agente
organismo com o agente no sintomatológica e
tóxico
agente tóxico organismo laboratorial
Fase I – Fase de exposição

É a fase em que as superfícies externa ou interna do organismo entram
em contato com o tóxico;

Nesta fase, a via de introdução, frequência e a duração da exposição, as
propriedades físico-químicas, assim como a dose ou a concentração do
xenobiótico e a susceptibilidade individual devem ser levadas em
consideração como variáveis (curva individual).
Fase II – Fase Toxocinética

Inclui todos os processos envolvidos na
relação entre a disponibilidade química e
a concentração do fármaco nos
diferentes tecidos do organismo.

Fases:
– Absorção;
– Distribuição;
– Biotransformação;
– Excreção.
Fase II – Toxocinética (absorção)

Absorção é a transferência de uma substância química do local de
exposição, normalmente uma superfície interna ou externa do corpo,
para a circulação sanguínea;

Principais vias: dérmica, oral e respiratória;
– Intramuscular, subcutânea e intradérmica – medicamentos;

Mecanismos de absorção
Fatores locais que afetam a absorção

Fluxo de sangue Área ou superfície


Efeitos o pH no local de disponível para
absorção absorção

Tempo de contato
Expressão da
com a superfície
glicoproteína P
de absorção
Fase II – Toxocinética (distribuição)

Trata-se do transporte dos toxicantes
pelo sangue e linfa para os diversos
tecidos;

Órgãos e tecidos variam acentuadamente
sua capacidade de captar diferentes
fármacos, bem como a proporção de fluxo
sanguíneo sistêmico que recebem;

A afinidade do toxicante pelos vários
tecidos é um dos fatores mais
importantes no seu poder de intoxicação.
Afinidade dos toxicantes

Ligação a componentes celulares
– CO → hemoglobina
– Flúor, chumbo → tecido ósseo
– Paraquat → tecido pulmonar
– Organoclorados → tecido adiposo
– Ácidos orgânicos → ligandinas - tecido hepático
– Cádmio, Cobre e Zinco → metalotioneínas – tecidos hepático e renal
– Cátions orgânicos/inorgânicos e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos → melanina
Fase II – Toxocinética (biotransformação)

Processo de converter substâncias químicas em compostos mais hidrossolúveis*;

O processo de biotransformação pode tornar tanto a substância mais
(toxificação) ou menos (detoxificação) tóxicas;

Diversos órgãos têm a capacidade de metabolizar em certo grau os fármacos
através de reações enzimáticas;

Geralmente ocorre no fígado;

Reações de oxidação/redução (fase I) e as reações de conjugação/hidrólise (fase
II).
Toxificação

Metanol → Ácido fórmico (ataca o nervo óptico);

Paraoxon → anticolinesterásico.
Biotransformação fase I

Introdução de grupos funcionais à molécula do toxicante;
✗ -OH, -COOH, -NH2, -SO2H, -SO2NH2 → geralmente ocorrem no citosol
hepático (CYP450);
Biotransformação fase II

Toxicantes provenientes ou não
da fase I da biotransformação se
ligam a substratos endógenos
formando compostos maiores,
mais excretáveis e menos
tóxicos*.
Fatores importantes relativos à biotransformação

Individual:
– Fatores genéticos;
– Idade;
– Estado nutricional;
– Estados patológicos.

Toxicante:
– Dose/frequência de exposição;
– Indução ou inibição enzimática.
Fase II – Toxocinética (excreção)

Excreção é a remoção de xenobióticos do sangue e seu retorno para o ambiente externo.

Maior ferramenta para excreção – rins – removem compostos altamente hidrofílicos, como
ácidos e bases;

Não existem mecanismos de eliminação eficientes para compostos voláteis, altamente
lipofílicos;

Químicos não-voláteis, altamente lipofílicos:
1. Excreção biliar para o lúmen intestinal;
2. Excreção pelas glândulas mamárias e pelo leite;
3. Excreção pelo suor.

Toxicantes voláteis não-reativos:
1. capilares pulmonares/alvéolos/ar exalado.
Fase III – Toxodinâmica

Estudo da natureza da ação (mecanismos bioquímicos ou moleculares) de um agente
tóxico para produzir seus efeitos deletérios (tóxicos), ou seja, para promover
intoxicação;

Geralmente um toxicante age em receptores celulares → toda a sinalização do
ambiente para a célula depende dos receptores;

Exemplos de receptores:
– Canais iônicos (Ex. Nicotínicos, GABAA, 5-HT3)
– Acoplados à proteína G (Ex. Adrenérgicos, 5-HT1)
– Receptores nucleares (Ex. Insulina)
– Receptores citoplasmáticos que ativam fatores de transcrição (Ex. Hormônios tireóides,
esteróides)
Mecanismo de ação de toxinas

Tetrodoxina (baiacu) e saxitoxina (dinoflagelados) → bloqueio de canais
de Na+;

Picrotoxina (coca-do-levante) → bloqueio de canais de Cl- em receptores
GABAA;

Apamina (abelha), caribdotoxina (escorpião) e dendrotoxina (mamba) →
bloqueio de canais de K+.
Mecanismos de ação de toxinas

Batracotoxina (sapo), aconitina (acônito), organoclorados e piretrinas
(inseticidas) → favorecem entrada de Na+;

Mecanismo de ação de toxinas

Toxina botulínica (Clostridium
botulinum) → liga-se
irreversivelmente ao terminal pré-
sináptico colinérgico, inibindo a
liberação de acetilcolina causa
paralisia muscular pela falta de
acetilcolina na sinapse;

Crack/cocaína → atuam em
enzimas recaptadoras de
neurotransmissores.
Mecanismo de ação das toxinas

Cianeto, sulfeto, azidas → inibição de enzimas da CTE (hipóxia
tecidual);

Anilina, nitratos, nitritos, naftalina → agentes metemoglobinizantes
(Fe2+ → Fe3+ - não transporta O2).
Fase IV – Fase Clínica

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