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Kabbalah: Árvore da Vida

Tzimtzum
Para entender o processo cabalístico de nascimento e vida do universo que se
aplica, ao mesmo tempo, ao mundo material e orgânico, ou seja, ao mundo
físico e à vida que nele habita, e o mundo espiritual, incluindo a nossa própria
alma, é preciso regredir à noção anterior à sua existência, que os cabalistas
chamam de Tzimtzum.
Tzimtzum ou Zimzum (‫ צמצום‬em hebraico) literalmente quer dizer “contração”
ou “constrição”. Esse termo se refere à ideia que a Cabalá tem sobre o
processo de criação universal, tanto a do universo físico propriamente dito
quanto a do universo espiritual, que ocorre concomitante a ele. De acordo com
essa noção, Deus “contraiu” sua potência com o intuito de permitir um “espaço
conceitual” dentro do qual um mundo infinito e aparentemente independente
pudesse existir. Essa contração integra o conceito de Big Bang, segundo o qual
o universo primevo estava contido em uma “região” ou átomo de extrema
densidade energética, que, por estar assim tão densamente carregado, em
certo momento explodiu. Dessa explosão nasceu o nosso mundo e, dentro
dele, nós mesmos.
A noção de Tzimtzum é muito antiga, mas só ganhou projeção com os
trabalhos de Isaac Luria. Ele introduziu na doutrina da Cabala os atos do drama
cósmico, que antes já era referido nessa tradição por meio de Sepher Yetzirah,
porém pouco desenvolvido em termos conceituais e filosóficos.
O Tzimtzum é um conceito que se assemelha à noção gnóstica de pleroma, a
região onde a plenitude de Deus se concentra. Isso quer dizer: Deus sempre
existiu e ele é infinito. Mas sua existência, nessa fase anterior à sua
manifestação positiva, não era algo que pudéssemos chamar de real em
termos de conhecimento humano. Até porque, antes de o universo nascer, não
havia o conhecimento humano, já que ele é atributo do universo real, que
surgiu com a noção de tempo-espaço.
Deus, antes de começar a fazer o mundo, era o que os cabalistas chamam de
“Existência Negativa”, ou seja, a energia imanifesta, que existia por si mesmo.
Então, ele se contraiu ou, em termos científicos, se concentrou para poder se
manifestar positivamente, por força da pressão que ela exercia sobre si
mesma, comprimida nesse espaço sem dimensão. Por isso os cabalistas usam
a expressão “Deus é pressão” para se referir a Ele.
A função do Tzimtzum é a de permitir a existência, independente do mundo
finito (o universo real) em relação ao mundo infinito (Deus). Assim, Deus, a
Existência Negativa, a energia latente, inconsumível, infindável, incorruptível,
imutável que tornou-se a Existência Positiva, dando a si mesmo o que se
poderia chamar de um “corpo”, um organismo mutável, distinto de sua
Essência primordial, que é espiritual. Esse corpo está sujeito a um nascimento,
a uma vida e a uma transformação, como a que se prevê para toda existência
que medra no cosmo e ara o próprio cosmo como unidade existencial.
Assim, o Tzimtzum corresponde à ação do Criador no sentido de criar um
espaço conceitual no qual o mundo já existe, mas ainda não foi manifestado
como coisa real. É o zero absoluto, o ayn, o “nada” que contém o tudo. É Deus
em sua Existência Negativa, que ainda não se manifestou em sua forma
Positiva.
Davis Biale, ao comentar a doutrina de Scholem sobre esse tema, resume bem
essa questão: “Deus é concebido como (aquele que é), absolutamente vivo e
cuja vida oculta é considerada como um movimento do Sem Fim para fora de si
mesmo e para dentro de si mesmo”.
Nesse espaço conceitual, Deus é usualmente referido como o “Há-Makom”, ou
seja, “o lugar”, “o onipresente”, o que está em toda parte e por todo o tempo.
Para a Cabalá Deus está presente em todas as formas da sua Criação, embora
não se confunda com ela. Ele é, na verdade, a sua razão de existir, o motivo
pelo qual todas as coisas surgem e cumprem sua função no mundo.
Como diz a Bíblia ao historiar o início da Criação, “no princípio Deus criou o
céu e a terra. Mas a terra era vazia e sem forma e havia escuridão sob a face
do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Então, Deus disse:
haja luz e houve luz”. Nessa fase, anterior ao surgimento da luz, em que a
Bíblia descreve o Criador em sua atividade preparatória para o início da
Criação, os cabalistas ainda veem Deus em processo de Tzimtzum. Quer dizer,
Ele ainda não se manifestara de modo positivo. Essa manifestação ocorre na
forma de um ponto brilhante no vazio cósmico. É a Sefirah Kether, que coroa a
Árvore da Vida. É a partir desse ponto que Ele projeta para dentro do vazio
inicial (a escuridão sobre a face do abismo) o seu raio de luz infinita, o
Relâmpago Brilhante (chamado kav pelos cabalistas). É em torno desse raio
que a massa física do universo começou a se formar. Esse raio de luz infinita
(rav) é como se fosse a alma do universo, pois constitui uma energia que
percorre o vazio cósmico, inoculando no seu útero as realidades tais como as
conhecemos. Ela é o “Espírito de Deus” que se move sobre as águas, no dizer
da Bíblia. Mas, como nossa própria alma, essa energia também é oculta, pois
não se revela aos nossos olhos. Nós só sabemos que ela existe porque sua
presença pode ser detectada em seus efeitos, tais como a radiação emitida
pelos elétrons girando em volta no núcleo de um átomo, por exemplo.
Esse raio de luz infinita projeta-se sobre o vazio cósmico e formata os quatro
mundos originais, conhecidos pelos nomes hebraicos de Atziluth, Beriah,
Yetzirah e Asyah (Atziloth, Briah, Yetzirah e Assiah em português).
Espalhando-se pelos quatro mundos da Criação, ele forma uma árvore (a
Árvore da Vida) desenvolvendo, em cada um dos seus frutos (as sephitoth),
uma etapa da criação universal.
Em Atziloth, o Mundo da Emanações, só existe atividade divina. Em Bria, o
Mundo da Criação, a energia criadora se converte em luz. Em Yetzirah, o
Mundo da Formação, a luz se converte em massa, dando formato ao mundo
físico. Em Assiah, o Mundo da Ação, a interação entre os quatro elementos faz
surgir as diversas formas de matéria física, as quais evoluem até desembocar
em matéria orgânica. Cada um desses mundos é uma fase de construção do
universo e tem suas características particulares.
Leonora Leet resume bem esse processo. “Não há problema”, diz a autora, “em
associar o primeiro mundo de Atzilut (Emanação) com a criação da Luz no
primeiro dia, já que ambos podem ser entendidos como uma emanação
inseparável de sua divina fonte. Da perspectiva cabalística, a criação, de fato,
começa com o segundo mundo, de Beriah, juntamente com o firmamento, que
é criado no segundo dia, o que parece cumprir a mesma função de separar o
Criador de sua Criação. Assim também pode ser relacionado o mundo-jardim
do terceiro dia ao terceiro mundo de Yetzirah (Formação), pois a Kabbalah
associa esse mundo ao Jardim do Éden e à transgressão de Adão, fato que
levou a materialização do quarto mundo de Assiah (Ação), nosso mundo sólido
e material.
Fases da Criação:

Fase 0 (Bechiná Shóresh):


Os cabalistas nos ensinam que o pensamento inicial do Criador começou com
uma intenção, e que esta intenção foi de criar a criatura e de trazer prazer para
ela. Isto é o que é chamado Behina Shoresh. Esta é a raiz de toda realidade.
A natureza do Criador em doar prazer incondicionalmente.
Fase 1 (Bechiná Aleph):
Aqui temos um desejo de dar por parte do Criador, que pressiona em uma
recepção e cria um desejo oposto, o desejo de receber. Estas coisas estão
unidas. Elas são uma espécie de parte e parcela da mesma ideia, mas
opostas. Isso é chamado o primeiro discernimento, o qual é Behina Aleph.
Aleph é a primeira letra do alfabeto hebreu e ela tem o valor 1. Quando a Luz
entra neste primeiro Kli (o desejo de receber), a criatura é que sente o prazer,
mas a Luz também dá alguma coisa sobre sua própria natureza dentro do Kli e
alguma coisa acontece como resultado desta sensação. O primeiro
discernimento é chamado “Chokmá”. Chokmá significa sabedoria. Então esta
Luz que é sentida pela primeira criatura, esta primeira fase da criatura, é um
prazer, um estado de graça e bem-aventurança, que é uma resposta às
qualidades do Criador, e esta Luz que ele sente, que o penetra, é chamada “a
Luz da Sabedoria” (em Hebraico, “Or Chokmá”). Então sempre que você
escutar a palavra “sabedoria” em textos Cabalísticos, ela está falando sobre a
qualidade desta fase.
Fase 2 (Bechiná Bet):
Quando a Luz caminha para baixo e alcança o preenchimento total dentro do
desejo de receber, o Kli começa sentir algo sobre a natureza da Luz. Como ele
é apenas o desejo de receber, faz um movimento baseado no seu programa, e
percebe que existe um Doador, logo o primeiro discernimento é “existe um
Doador”; em outras palavras, esta é a primeira coisa que não é o Criador. Ele
tem a sensação que existe um modo de dar e um modo de receber. Ele existe,
em relação a alguma coisa. Agora alguma coisa acontece aqui, e como
resultado de sentir que há um Doador, ele também sente o prazer do desejo de
dar, e ele quer este prazer porque ele é um desejo de receber. Então neste
desejo um novo discernimento aparece. Para conseguir chegar a isso – pois
ele sentiu esta falta dentro de si (primeiro estava completamente cheio, depois
sentiu uma falta pelo que ele sentiu na qualidade da Luz) - para tentar alcançar
isso para si mesmo, ele realiza que ele não quer receber. O que ele quer é o
prazer de dar, então ele faz um movimento para ser capaz de experimentar
esse prazer de dar, mas como ele foi construído unicamente para receber, a
única coisa que ele pode fazer é não receber. Em outras palavras, ele rejeita a
Luz. Esta fase e chamada “Behina Bet”. Bet é também a segunda letra do
alfabeto hebreu é a percepção que ele tem é que dar é melhor do que receber.
É o desejo de dar. Temos duas fases que mudaram (Fase 1 movendo para
Fase 2) para o seu completo oposto. Fase 1 é o desejo de receber e Fase 2 é o
desejo de dar. Esta Sefirá (Fase 2) é chamada “Binah”. Binah vem da palavra
Hitbonenut que significa “observar”. E o que ele realmente observa e o que ele
discerne é uma qualidade do Criador, que a qualidade do Criador é dar. Então
esta é a qualidade de dar, nesta sefirá Biná, está Behina Bet, esta Fase 2. 
Fase 3 (Bechiná Guimel):
Neste estado de vazio existe outro discernimento que vem para o vaso. Em
cada um destes discernimentos, não há nada que mude sobre a ação da Luz.
Esta ação da Luz é sempre a mesma. Ela sempre usa esta Lei primária – o
desejo de criar uma criatura e completá-la. Esta é a única coisa que a Luz faz.
O que estamos falando é sobre mudanças de discernimentos dentro do Kli,
dentro do desejo, dentro da criatura. Então aqui dentro de Behina Bet, na falta
da Luz, existe um discernimento que acontece que sua natureza é atualmente
receber, e que ele não pode existir sem a Luz da Sabedoria. Este retorno da
Luz, é chamado, “a Luz da Misericórdia” (em Hebraico, “Ohr Hassadim”), então
a Criatura sabe que ela não pode existir assim, ela deve receber. Mas ela não
quer ser um receptor, então ela tem que encontrar um jeito no qual sua
recepção seja atualmente uma forma de doação. E isto nos leva ao próximo
discernimento. Este é Behina Gimel – a terceira letra do alfabeto hebraico. Este
discernimento nos leva para a fase dualista. Esta fase incorpora estes dois
opostos, tanto a recepção de Ohr Hochma, como também a de Ohr Hassadim.
Então estes dois desejos opostos estão incluídos aqui nesta fase mista. Por
quê? O que está acontecendo aqui? Neste modo de recepção, Behima Gimel
encontrou o caminho para transformar sua recepção em uma maneira de dar. A
única coisa que existe na criação é a Criatura e o Criador – A Luz e o vaso – só
isso. E mesmo se a criatura sente que está fazendo o ato de dar somente
dentro de si mesmo, realmente o único que existe para dar do ponto de vista da
Criatura é o Criador. Behina Gimel decide que ele irá copiar o ato do Criador,
que ele entende que o Criador quer que ele seja preenchido com prazer, que
ele deve receber este prazer, e que aquela parte do Pensamento da Criação é
criar a criatura e dar para a Criatura. Bem o único tipo de criatura que ele pode
realmente criar é alguma coisa dentro de si próprio. Então ele faz a decisão
que ele irá receber uma parte da Luz, sob a condição que ele somente o faça
para realizar o Pensamento da Criação, este desejo do Criador de criar a
Criatura e enche-la de prazer. Então ela irá recebê-lo com a intenção de que
para sua recepção ela complete este pensamento. E este é o único modo no
qual a recepção pode se dar. Mas dar é uma intenção. Não importa qual é o
ato; é uma intenção. Então está realmente em similaridade de forma com esta
Fase 0 (Kether) até certo grau. Ohr Hassadim (Luz de Retorno) ainda é prazer,
ainda é Luz vindo para dentro dele, mas ela não presta atenção a isso. Esta
fase é chamada Zeir Anpin, e ela consiste em vários Sefiroth (“as seis
extremidades”): Chesed, Gevurah, Tiphareth, Netzach, Hod e Yesod. Ela é
uma fase mista que permite a recepção a fim de doar.
Fase 4 (Bechiná Dalet):
Nesta simulação do ato de doação que Behina Gimel faz, um novo
discernimento nasce. Ela sente aqui uma outra qualidade da Luz por causa da
sua ação e essa qualidade é realmente o Pensamento do Criador em si. Ela
chega ao entendimento que não é somente dar, e também não só receber uma
certa porção a fim de completar o desejo do Criador em dar a ela, mas que o
Pensamento da Criação é preencher a criatura completamente com prazeres
ilimitados e ela então realiza que ela deve aceitar esta Luz a fim de completar o
Pensamento da Criação. Ela deve aceitar a Luz completa. Então aqui, a Luz
entra e enche o vaso por completo. Esta é Behina Dalet, 4, mas esta é muito
diferente da Behina Aleph. Mesmo que ela parece a mesma, alguma coisa
muito diferente ocorreu em Behina Shoresh, Aleph, Bet e Gimel, todas estas
ações não foram ações independentes. Estas eram todas feitas pelo Criador. A
Força da Luz, a resposta e o desejo criado em cada uma destas, eram ações
feitas pelo Criador. Em Behina Dalet alguma coisa totalmente nova acontece.
Este é um desejo independente de ser e fazer precisamente o que o Criador
colocou lá. Aqui, na intenção de receber toda esta Luz, existe a possibilidade
da equivalência de forma com o próprio Pensamento da Criação em si. Neste
ponto, tudo muda para a criatura. Ocorre uma restrição, uma mudança na
natureza do desejo que acontece aqui. Ao invés de receber, como ela fez, a
Luz Direta e tentando alcançar isso para si própria, ela agora sente, por causa
do último discernimento que ela teve, a estatura do Criador. E agora ela não
quer mais a parte que faz a criação, a Luz Direta, o que ela quer é a mente do
Criador, a parte pensante da criação. Ela quer chegar à equivalência de forma
com o Criador, o que é de fato, a intenção do Criador em primeiro lugar. Então
aqui nós temos o começo de tudo o mais na criação. Nós temos uma criatura
independente. Por isso, essa quarta fase do Sefiroth é chamada “Malkhut”.
Malkhut vem da palavra “Rei” ou “Reino”. Significa que tudo é regulado aqui
pelo desejo. Agora aqui, esta nova intenção de não receber para si própria,
porque ela sente a estatura do Criador, ela se sente envergonhada da maneira
de recepção, e isso é chamado uma restrição – a Primeira Tzimtzum – e de
agora em diante ela busca o Pensamento atrás da criação, e não as ações da
criação.
A Árvore da Vida é um sistema cabalístico hierárquico em forma de árvore, que
é dividida em dez partes ou dez frutos. Esses frutos têm sentido ambíguo,
podendo ser interpretados tanto como estado do todo, do universo, como
podem ser lidos como estados de consciência. Ou seja, podem ser lidos tanto
microcosmicamente (“Caminho da Espada Flamejante’’), do ponto de vista do
homem, como macrocosmicamente (“Caminho do Raio’’), ou seja, do ponto de
vista do Universo. Macrocosmicamente, a Árvore deve ser lida de cima para
baixo, e microcosmicamente, deve ser lida de baixo para cima.
Macrocosmicamente, a Árvore começa em Kether, que é a centelha divina, a
causa primeira de todas as coisas, e desce na árvore tornando-se cada vez
mais densa. Esse é o método cabalista de explicar a criação do mundo. A
última sephirah é Malkuth, a matéria densa, o último estado das coisas.
Microcosmicamente, subindo na Árvore, partindo de Malkuth, o homem
aproxima seu estado de consciência elevando-se cada vez mais próximo de
Kether. Então, a Árvore da Vida tanto pode ser usada para explicar a criação
do Universo, como para hierarquizar o processo evolutivo do homem. Por isso,
a Árvore da Vida é usada como referência em várias ordens de magia, para
classificar seus graus.
As Sefiroth na Árvore da Vida estão conectadas por vinte e dois canais, que
permitem o fluxo da Essência divina, das Sefiroth mais elevadas e luminosas,
para às inferiores e mais obscuras. Os cabalistas fazem um paralelo desses
vinte e dois canais com as letras do alfabeto hebraico, embora essa associação
varie dependendo do autor.
Observe-se que a disposição das Sefiroth na Árvore da Vida forma três
colunas. A coluna da direita é associada à misericórdia e a água; a da
esquerda, à severidade e ao fogo; e a do meio à verdade e ao ar.

A Árvore é dividida em cinco diferentes planos:


 Adam Kadmon: Shoresh, fase zero, Ohr Kether, desejo de doar.
Corresponde a Kether. No homem corresponde a Yechidah
(supraconsciente).
 Atziluth, o Mundo das Emanações: Aleph, fase um, Ohr Chokmah, Ohr
Haya, desejo inconsciente de receber. Nessa esfera, Deus age
diretamente e não através de seus ministros, que são os anjos.
Corresponde a Chokmah. No homem corresponde ao Chaya
(inconsciente).  
 Beriah, ou Briah, o Mundo das Criações: Bet, fase dois, Ohr Hassadim,
desejo de doar sem receber. Deus não age mais diretamente sobre esse
mundo, suas vontades são cumpridas por poderosos Serafins e
Querubins. Corresponde a Binah. No homem corresponde a Neshamah
(mente).
 Yetzirah, o Mundo das Formações: Gimel, fase três, Ohr Hassadim
(90%), Ohr Hokmá (10%). Desejo de receber e de compartilhar. Nesse
mundo, assim como em Briah, Deus não age diretamente, mas age
através de diversos coros angélicos, que realizam sua vontade.
Corresponde a Zeir Anpin. No homem corresponde a Ruach (emoções)
 Asiyah, ou Assiah, o Mundo das Ações. Dalet, fase quatro, Ohr Hokmá
ultrapassa Ohr Hassadim. Expressa o desejo de receber. Corresponde a
Malkhut. No homem corresponde a Nefesh (corpo).

A Árvore da Vida também é dividida em três colunas. A da esquerda é


conhecida como pilar da severidade, é o pilar feminino; a da direita é o pilar da
misericórdia, é o pilar masculino; e o pilar central é o pilar da verdade,
contrastando as emanações dos pilares direito e esquerdo. A árvore também
pode ser dividida em duas partes horizontais pela sephirah Tiphareth. As
quatro sephiroth abaixo de Tiphareth são o microcosmo, o mundo inferior, o Eu
Inferior. E as quatro sephiroth acima de Tiphareth são o macrocosmo, o mundo
superior, o Eu Superior, sendo Kether a centelha divina. A Árvore também pode
ser dividida em duas partes horizontais pela falsa sephirah Daath. As sephiroth
abaixo de Daath são conhecidas como Microprosopos, ou seja, são o Universo
Manifesto. E as sephiroth acima de Daath são o Macroprosopos, ou Universo
Imanifesto. O caminho da Luz que emana de Kether e passa por todas as
Sephiroth da direita para a esquerda e de cima para baixo até chegar à Malkhut
é chamado Caminho do Raio e o caminho inverso, que parte de Malkhut da
esquerda para à direita, subindo pela Árvore até alcançar Kether é chamado
Caminho da Espada Flamejante.
Características dos três pilares:
Pilar esquerdo (Severidade/Gevurot) Pilar direito (Misericórdia/Hassadim)
Negativo Positivo
Feminino Masculino
Forma Força
Matéria Espírito
Contração Expansão
Reatividade Proatividade
Recepção Doação
Separação União
Limitado Ilimitado
Finito Infinito
Medo Desejo
Dor Prazer
Disciplina Entrega
Razão Emoção
Pensamento Intuição
Justiça Bondade
Fechado Aberto
Secundário Primário
Aprisionamento Liberdade
Egoísmo Altruísmo

Pilar central (Verdade/Emet) – equilíbrio, harmonia, estabilização. Embora as


esferas do pilar central possuam características dos pilares da esquerda e da
direita, enquanto Kether e Tiphareth estão melhor associadas ao lado direito
(doação), Yesod e Malkhut estão melhor associadas ao lado esquerdo
(recepção), pois embora essas quatro Sephiroth se encontrem no pilar central,
à medida que a Luz do Criador desce pelo Caminho do Raio, ela vai se
contraindo um pouco mais em casa esfera, de maneira que quando chega à
Malkhut ela encontra o máximo de contração possível para a existência.

Divisão das Sephiroth de acordo com a quantidade de Luz recebida do Criador:

Kether – 100%
Chokmah – 90%
Binah – 80%
Chesed – 70%
Geburah – 60%
Tiphareth – 50%
Netzach – 40%
Hod – 30%
Yesod – 20%
Malkuth – 10%
Kether – unidade. Doação.
Sephiroth intelecutais - Chokmah, Binah e Daath.
Sephiroth sentimentais - Chesed, Geburah e Tiphareth.
Sephiroth de ação e relacionamentos - Hod, Netzach e Yesod.

Malkuth – máximo de divisão e diferenciação. Recepção.


Pilar central
Daath – estabilização dos pensamentos.
Tiphareth – estabilização dos sentimentos.
Yesod – estabilização dos comportamentos e nos relacionamentos.
Pilar direito:
Chokmah – expansão dos pensamentos.
Chesed – expansão dos sentimentos.
Netzach – expansão dos comportamentos e nos relacionamentos.
Pilar esquerdo
Binah – restrição dos pensamentos.
Geburah – restrição dos sentimentos.
Hod – restrição dos comportamentos e nos relacionamentos.
As sephiroth:

Kether (Coroa) – Kether é a Sefirah mais elevada, estando em conexão direta


com Deus, na fronteira com o divino. Considera-se Kether um aspecto
incompreensível da natureza divina.
A Cabalá associa essa primeira Sefirah com o aspecto mais elevado da
inteligência divina, que é a Vontade. A Vontade é a origem da inteligência, já
que sem Vontade não há inteligência. A cabala ensina que a Vontade de Deus
é incompreensível, sendo assim, não se deve tentar entender Kether, pois ela
está acima da compreensão humana. Sobre isso, os cabalistas costumam
repetir “não investigue aquilo que está muito acima de você”. Esta é a razão
para que essa Sefirah mais elevada seja chamada de “Coroa”, já que a coroa
fica acima da cabeça (associada a Chokmah e Binah). Portanto, acima da
capacidade humana de compreendê-la. Há alguma discussão sobre a
identidade de Deus com Kether. Isso deve-se ao fato de Kether estar imersa na
Luz Ilimitada, Ain Soph Aur, fornecendo Luz a todas as Sefiroth que estão
abaixo dela na Árvore da Vida. O grande cabalista Moisés Cordovero, em seu
livro Pardes Rimonim, oferece provas de que Kether e Ain Soph não são o
mesmo.
A Sefirah de Kether é a primeira e está ligada ao Mundo de Adam Kadmon -
Homem Primordial. Kether faz parte do triângulo superior ou supremo (junto a
Chokmah e Binah), que está além da nossa realidade física. Kether se situa no
topo da coluna central (Pilar do Equilíbrio). Para cada ação existe um
pensamento que a precede. Kether é a semente das manifestações que vão
acontecer no mundo físico. É o potencial da manifestação. Imagine como uma
semente de uma árvore que já contém a toda a árvore dentro de si e que
desaparece quando a árvore brota. Kether é a inteligência ardente que canaliza
a Força da Luz da Criação para as demais Sefiroth. Funciona como um
supercomputador que contém o inventário total do que cada um de nós é,
alguma vez foi ou será. Como tal, não só é a gênese de nossas vidas neste
reino da Terra, mas de todo pensamento, ideia ou inspiração que teremos
enquanto estivermos em nossa jornada.
É a única sefirah que apenas doa Luz, sem a necessidade de recebê-la, pois
sua Luz é de fonte infinita. É a única sefirah que não representa parte alguma
do corpo, mas um objeto (a coroa), pois não faz parte da Criatura (homem),
mas é da natureza do Criador. Por essa razão, em alguns diagramas não é
considerada uma sefirah verdadeira, sendo semelhante à Daath em natureza
(pois contém toda a Criação). Contudo, ao contrário de Daath, é compreensível
e acessível apenas ao Criador. É a dimensão do mundo infinito. Tudo que
existe em nosso universo deriva da luz emanada pelo mundo infinito.
Entre os Mandamentos, corresponde ao primeiro: “Não terás outros deuses
diante de mim (Êxodo, 20:3)”. Entre os nomes de Deus, Eheieh. Entre os
arcanjos, Metraton.
Significados: Vontade, Potência, Coroa, Ayin, O Nada, Presença, infinito, sem
fim, não ser, ilimitado, supraconsciente, unicidade, certeza.

Chokmah (Sabedoria) – A segunda Sefirah é Chokmah, associada à sabedoria.


Uma explicação para o significado dessa Sefirah é que ela é “matéria sem
forma”, relacionada com o pensamento não verbal. Chokmah é o início do
pensamento, que só se completará na terceira Sefirah, Binah, relacionada com
o pensamento verbal. “Chokmah”, soletrado do hebraico, vale 613, um valor
associado ao homem, por ser o número de ossos e vasos sanguíneos do corpo
humano. Segundo a tradição judaica, é associado aos mandamentos, pois os
dez mandamentos possuem 613 letras e existem 613 mandamentos da Torá.
Localizada no topo da coluna direita (Pilar da Misericórdia) mantém-se como a
figura do Pai Universal. É o primeiro recipiente a conter toda a Sabedoria do
universo e contém a totalidade da Luz. É o pensamento intuitivo em sua forma
mais pura, o "estalo", a criatividade, o inconsciente, a transcendência, toda
atividade ligada ao lado direito do cérebro. Em outras palavras, Chochmah
pode ser comparada a um tolo que carrega uma enciclopédia nas costas. A
possessão da enciclopédia não torna o homem mais inteligente. A Sabedoria,
encapsulada em si mesma, passiva, não tem nenhum valor em qualquer plano
de existência. Para ser manifestada, a Sabedoria de Chochmah precisa de
uma conexão com a energia ou consciência de Binah.
É o pensamento puro que Deus utiliza para o funcionamento do universo. É o
poder da Luz Original, a força primordial usada para criar os céus e a terra.
Chokmah é a inspiração inicial da qual o Cosmo evoluiu. É vista como "a
planta" usada para a criação do universo físico e espiritual, pois contém -
potencialmente - todas as leis que vão reger a Criação e os axiomas que
determinam como estas leis funcionam. É a raiz dos elementos espirituais:
fogo, água, terra e ar. Sua essência é também incompreensível para nós.
Chokhmah é a energia pura ainda não materializada. Representa a força em
oposição à forma (Binah).
Entre os personagens da Torah, representa Adão. Corresponde ao segundo
mandamento “Não farás para ti imagem de escultura” (Êxodo, 20:4), entre os
pronunciamentos da Criação: “Haja luz” (Gênesis, 1:3). Entre os nomes de
Deus, Jeová. Entre os arcanjos, Ratziel.

Significados: sabedoria, início, ponto de partida, força, imaginação, criatividade,


intuição, inconsciente, transcendência, inspiração, epifania, não-ação, Abba
(“pai celestial”), esperma.

Binah (Compreensão, Inteligência, Entendimento) -  Binah, a terceira Sefirah, é


onde o pensamento toma forma concreta. Ela é conhecida como “Jardim do
Éden superior’’, enquanto Malkhut, a última Sefirá, é chamada de “Jardim do
Éden inferior”. Essas duas Sefiroth são consideradas femininas, sendo a
primeira chamada de “Mãe” e a segunda, de “Filha” ou “Noiva”. Biná é
associada à Lia, personagem bíblico que teve sete filhos, seis homens,
correspondendo às seis Sefirót seguintes (as “seis extremidades”), e uma
mulher, correspondendo à Malkhut. Também é associada ao coração porque
no Zohar é dito que “o coração entende”. Interessante observar que o coração
fica no lado esquerdo do corpo, o lado de Binah na Árvore da Vida. Chokmah
é associada ao mundo de Atziluth, o mais elevado, e Binah, ao Trono de Deus
(veja Ezequiel 1:26), o mundo de Briah. Isso significa que é em Binah que Deus
começa a revelar-se para Sua criação, pois a ideia de sentar (no Trono) lembra
a ideia de abaixar-se. O Trono de Deus é o mundo dos Serafim, o mundo da
transcendência, que se liga aos aspectos criadores do Ser Divino.
É a figura da Mãe Cósmica ou Divina e situa-se no topo da coluna esquerda
(Pilar da Severidade). É uma usina geradora de energia cósmica, desde aquela
que motiva o empenho humano até aquela que mantém as galáxias em
movimento. É o raciocínio e a lógica que definem e dão forma ao "estalo" que
vem de Chokmah, transformando-o em pensamento, proporcionando o
desenvolvimento mental de uma ideia. É o lado esquerdo do cérebro, os
processos mentais.
Binah interioriza o conteúdo de forma que a informação se torna conhecimento
e parte da pessoa. Quando o pensamento precisa ser manifestado em ação,
Chokmah e Binah se encontram, combinam suas energias e transformam
informação bruta em conhecimento. Este conhecimento superior é chamado de
Daath e é considerado como a "11ª Sefirah" ou "Sefirah Oculta" localizada na
coluna central, abaixo de Kether. É interessante notar que a ciência,
exatamente como a Cabalá, atribui a criatividade e a intuição ao lado direito do
cérebro e a lógica e a racionalização com o lado esquerdo do cérebro. Binah foi
a primeira manifestação da Forma sobre a Força (Chokmah). Sua natureza é
receber a energia caótica de Chokmah (análoga ao esperma), limitá-la e
conferir-lhe forma (análoga ao útero). Ela fez com que a força infinita de
Chokmah se tornasse limitada, e com isso, equilibrou-se reciprocamente com
ela. É a lógica que dá definição à inspiração. Analogamente, é o lado esquerdo
do cérebro, onde funciona a razão, organizando o pensamento em algo
concreto. Criadora do tempo e espaço, é Binah que permite a existência da
criação. É a ordenadora do mundo, em resposta ao impulso gerador caótico de
Chokmah. Significa, portanto, o momento em que o Criador se contrai para dar
espaço à criação manifestada.
Entre os personagens da Torah corresponde à Eva. Entre os mandamentos,
“Não jurarás em vão o nome do Eterno (Êxodo, 20:7). Entre os
pronunciamentos d Criação: “Haja firmamento” (Gênesis, 1:6). Entre os nomes
de Deus, Jeová Elohim. Entre os arcanjos, Tzaphqiel.

Significados: entendimento, compreensão, inteligência, assimilação, forma,


noção de tempo e espaço, noção de causalidade, ordem, lógica, razão, cálculo,
conceito, ideia, abstração, palácio, Amma (“a grande mãe”), clareza, estrutura,
útero, conclusão, definição, fim, entusiasmo, alegria.
Daath (Conhecimento) – a raiz de Daath está na sua ação espiritual chamada
Tzimtzum Bet, a segunda restrição. Nela, pela primeira vez, foi criada uma
conexão entre o superior e o inferior e daí surgiu Daath, que representa aquilo
que falta no inferior e que é sentido pelo superior. Isso quer dizer que o
superior tem a capacidade de sentir o que falta no inferior. Mesmo que o
inferior não saiba o que quer, o que lhe dói ou falta, o superior sente e sabe
exatamente o que dar ao inferior e ele sempre lhe dá tudo da melhor maneira
possível para que o inferior possa realizar o objetivo da criação.
Chamada “pseudo sephirah’’ ou “não sephirah’’, Daath localiza-se na Árvore da
Vida imediatamente abaixo de Chokmah e Binah. Ela é muitas vezes
considerada um reflexo de Kether abaixo ou o reflexo de Tiphareth acima.
Daath é considerada a sefirah onde o pensamento verbal de Binah é posto em
ação. Daath (Conhecimento) sintetiza e concilia ambas as sefiroth, Chokmah
(Sabedoria) e Binah (Inteligência). Sabemos que, no conhecimento, há muita
sabedoria, no sentido de informação acumulada, e muita inteligência, entendida
como a capacidade de manipular a informação. Binah representa a conclusão
da ideia de “tempo”, que se inicia em Chokmah (Princípio) e finaliza em Binah
(Fim). Desde que o homem só pode existir dentro de uma estrutura temporal,
sua alma se origina no nível de Binah. Chokmah e Binah representam as ideias
de passado e futuro, enquanto que Daath representa o tempo presente, no qual
a alma pode se manifestar.
Quando Kether se manifesta, Daath se oculta, já que são manifestações
interna e externa, respectivamente, da mesma força.
Daath é o resultado final do processo dentro da mente de Deus. A
compreensão do processo inicial que envolve as três sephiroth superiores
(Kether, Chokmah e Binah). É por isso que são sete os dias da criação. São
sete sephiroth abaixo dessas três primeiras sephiroth. Sendo Daath a síntese
das três primeiras. Abaixo delas estão as sete sephiroth da criação.
É a gnosis. O conhecimento dos mistérios, das camadas mais profundas de
interpretação da dimensão comum. É através de Daath que entendemos o
porquê espiritual de todas as coisas. Está relacionado a Sod (oculto), o quarto
e último nível de interpretação da Torá. Aquele que possui um sentido místico
ou metafísico da passagem, geralmente uma inspiração ou revelação
alcançada por exegetas, rabinos, cabalistas e aspirantes. Os outros três são
Pshat (nível mais superficial, simplista e literal), Remez (sugestivo ou
metafórico) e Drash (demandado ou moral).
Daat também está relacionada ao Chukim (mandamentos suprarracionais). Ou
seja, aqueles mandamentos que não possuem lógica. Deus criou a mente
humana e a lógica pela qual ela funciona; então, obviamente, seria ridículo
presumir que Deus deseja alguma coisa porque é lógica. O contrário é
verdadeiro: algo é lógico porque Deus assim o deseja. Em outras palavras, a
razão pela qual o mandamento "Não matar" é lógico para nós é que Deus
desejou um mundo no qual a vida é sagrada, e modelou nossa mente segundo
Sua visão da realidade.

Na essência, entretanto, "Não matar" não tem mais lógica que o mandamento
de aspergir as cinzas da Vaca Vermelha sobre alguém que foi ritualmente
contaminado por ter tido contato com um cadáver. Portanto a racionalidade do
mandamento "Não matar" é apenas uma "veste" externa atrás da qual se
repousa a natureza essencial da mitsvá como a vontade suprarracional de
Deus. Ao acessar Daath pode a Criatura ter acesso a esse conhecimento que a
princípio é acessível apenas ao Criador. Uma vez alcançado esse estado essa
sephirah deixa de existir. Por isso o seu caráter de sephirah temporária ou de
“pseudo sephirah”.
É vista também como uma união de todas as sephiroth em uma só. Também é
associada com a Torá e com a própria Kabbalah, como canais de
conhecimento divino.
A palavra conhecimento, em hebraico, tem também um caráter de conexão,
intimidade. Daath é a união de Chokmah (Adão) e Binah (Eva). Também é
Daath que conecta a Criatura e o Criador, o microprosopos ao macroprosopos.
Representa no Caminho do Raio o momento da criação no qual ocorreu a
queda do Paraíso, por meio da Árvore do Conhecimento (Daath) do bem e do
mal. A perda do estado da inocência, onde não há o conhecimento do mal. A
separação e individualização da Criatura. A perda dessa conexão. Uma vez
que a Criatura tenha rejeitado a Luz, ela se afasta do Criador, pois deseja obter
essa Luz por contra própria. O Criador então se ausenta. E com a ausência da
Luz a Criatura fica sujeita a qualquer coisa, inclusive a coisas ruins. Temos
então a dualidade (bem e mal). Daath é a passagem que divide o mundo
imanifestado do mundo manifestado (dualista). O Portal do Éden. O que separa
o homem caído de qualquer criatura amoral é o seu conhecimento do bem e do
mal.

A cobra existe em cada um de nós. É insatisfação, inquietação. É o ego, satã,


“má inclinação”. Energia sexual, curiosa, criativa. Dispersiva. Concentrar e
dominar a má inclinação.
Significados: conhecimento oculto, intimidade com o Criador, concentração,
gnose, suprarracional, conhecimento do bem e do mal, dualidade.

Zeir Anpin - neste estado de vazio existe outro discernimento que vem para o
vaso. Em cada um destes discernimentos, não há nada que mude sobre a ação
da Luz. Esta ação da Luz é sempre a mesma. Ela sempre usa esta Lei primária
– o desejo de criar uma criatura e completá-la. Esta é a única coisa que a Luz
faz. O que estamos falando é sobre mudanças de discernimentos dentro do Kli,
dentro do desejo, dentro da criatura. Então aqui dentro de Behina Bet, na falta
da Luz, existe um discernimento que acontece que sua natureza é atualmente
receber, e que ele não pode existir sem a Luz da Sabedoria. Este retorno da
Luz, é chamado, “a Luz da Misericórdia” (em Hebraico, “Ohr Hassadim”), então
a Criatura sabe que ela não pode existir assim, ela deve receber. Mas ela não
quer ser um receptor, então ela tem que encontrar um jeito no qual sua
recepção seja atualmente uma forma de doação. E isto nos leva ao próximo
discernimento. Este é Behina Gimel – a terceira letra do alfabeto hebraico. Este
discernimento nos leva para a fase dualista. Esta fase incorpora estes dois
opostos, tanto a recepção de Ohr Hochma, como também a de Ohr Hassadim.
Então estes dois desejos opostos estão incluídos aqui nesta fase mista. Por
quê? O que está acontecendo aqui? Neste modo de recepção, Behima Gimel
encontrou o caminho para transformar sua recepção em uma maneira de dar. A
única coisa que existe na criação é a Criatura e o Criador – A Luz e o vaso – só
isso. E mesmo se a criatura sente que está fazendo o ato de dar somente
dentro de si mesmo, realmente o único que existe para dar do ponto de vista da
Criatura é o Criador. Behina Gimel decide que ele irá copiar o ato do Criador,
que ele entende que o Criador quer que ele seja preenchido com prazer, que
ele deve receber este prazer, e que aquela parte do Pensamento da Criação é
criar a criatura e dar para a Criatura. Bem o único tipo de criatura que ele pode
realmente criar é alguma coisa dentro de si próprio. Então ele faz a decisão
que ele irá receber uma parte da Luz, sob a condição que ele somente o faça
para realizar o Pensamento da Criação, este desejo do Criador de criar a
Criatura e enche-la de prazer. Então ela irá recebê-lo com a intenção de que
para sua recepção ela complete este pensamento. E este é o único modo no
qual a recepção pode se dar. Mas dar é uma intenção. Não importa qual é o
ato; é uma intenção. Então está realmente em similaridade de forma com esta
Fase 0 (Keter) até certo grau. Ohr Hassadim (Luz de Retorno) ainda é prazer,
ainda é Luz vindo para dentro dele, mas ela não presta atenção a isso. Esta
fase, no Sefirót é chamada Zeir Anpin, é ela realmente consiste em vários
Sefirót (“as seis extremidades”): Hesed, Gevurah, Tiferet, Netzach, Hod e
Yesod. Ela é uma fase mista que permite a recepção a fim de doar.

Chesed (Amor, Bondade, Misericórdia) – situa-se na coluna direita, logo abaixo


de Chokmá. É também a primeira das Sete Sefirót inferiores, com as quais nos
relacionamos. Mas as Sefirót são inteligências muito elevadas, então como nos
conectar com elas? Precisamos de instrumentos, canais para fazer essa
conexão. Da mesma forma que sabemos que existe eletricidade na tomada,
mas precisamos de instrumentos - cabos ou aparelhos - entre nós e a
eletricidade para que ela possa se revelar. O canal para Chesed é o patriarca
Abraham (Abraão), pois ele foi o canal que manifestou a inteligência de
Chesed, misericórdia e gentileza, no mundo. Quando queremos nos conectar
com essa energia, devemos meditar em Abrahão.  De acordo com a
Guematria, a numerologia cabalística, as letras hebraicas que formam a
palavra Chesed somam 72, relacionando-a com o poder dos 72 nomes de
Deus. Essa relação nos ensina que, para que possamos ativar o poder dos 72
nomes, devemos ter misericórdia, gentileza pelo nosso próximo. A expressão
física da esfera de Chesed é a água. Chesed representa o total Desejo de
Compartilhar. É o doar incondicionalmente, o estender a mão (por isso em
nosso corpo se relaciona com o braço direito), é o fluxo de energia que se
expande abundante e incontrolavelmente, por isso é considerada a mais
expansiva das Sefirot. Chesed sem equilíbrio é aquela pessoa pobre que
ganha na loteria e dá cada centavo de sua nova fortuna para caridade e deixa
a própria família pobre. Desenfreada, Chesed doa até quase machucar.
Felizmente, tem uma contraparte de equilíbrio, a Sefirá de Gueburá.
Chesed, graça, amor e bondade que nos beneficiam; a grandeza (Guedulá) do
amor. Esta sefirá representa o dar incondicional, o altruísmo, o impulso
incontrolável de expansão. É Deus dando-se às Suas criaturas de forma
irrestrita, abrindo todas as portas da Sua Abundância. Deus usou este atributo
como o instrumento supremo no processo da Criação.
O amor é o mais poderoso e necessário componente da vida. É a origem e o
alicerce de todas as interações humanas. É tanto dar como receber. Permite
que alcancemos acima e além de nós mesmos; permite que sintamos a outra
pessoa e que a outra pessoa nos sinta. É a ferramenta pela qual aprendemos a
vivenciar a mais elevada realidade: Deus. Chesed é a dimensão da
misericórdia, associada ao desejo de compartilhar.
Chesed é associada à cor branca e as partes brancas do corpo (esperma e
ossos) e a direção sul.
A água é associada à Chesed, a Sefirá que se segue a Biná, a primeira das
que formam as “seis extremidades”. Biná é referenciada no versículo citado
como sendo o “Espírito de Deus”, que está acima das “́aguas” (Chesed).
Chesed, por estar associada ao primeiro dia da criação, representa o primeiro
passo da criação. Sobre isso está dito que “tua bondade (Chesed) está
edificada para sempre” (Salmos 89:3) e “estendeu a terra sobre as águas”
(Salmos 136:6).
Chesed faz paralelo com o braço direito do homem, por estar na coluna direita
da Árvore da Vida, como está dito nas escrituras que “A tua destra, Ó Senhor,
é gloriosa em poder” (Êxodo 15:6). O Bahir diz que “Um rei tinha dois tesouros,
um de prata e um de ouro. Ele pôs o de prata na sua direita e o de ouro na sua
esquerda”. Aqui o Bahir refere-se às Sefirót Chesed e Gueburá, associadas
respectivamente à prata e ao ouro. A razão pela qual se associa à prata, de
menor valor que o ouro, ao lado direito da Árvore da Vida, é que a direita
implica doação, e a esquerda indica manutenção, representada pelo ouro, de
maior valor. Essa associação do ouro com o lado esquerdo é confirmada nas
escrituras, que dizem que “Do norte vem o áureo esplendor” (Jó 37:22), pois o
norte bíblico é associado ao lado esquerdo da Arvore da Vida.
Significados: bondade, misericórdia, compaixão, generosidade, expansão,
desejo de doar, graça, bem-aventurança, altruísmo, amor, dedicação,
hospitalidade, braço direito, cor branca, água, prata, direção sul.

Gueburá (Força, Coragem, Justiça) – Situa-se na coluna esquerda, logo abaixo


de Biná. O canal para Gueburá é o patriarca Yiztchak (Isaac), filho de
Abraham, e no nosso corpo essa Sefirá se relaciona com o braço esquerdo.
Enquanto Chesed doa incondicionalmente, Gueburá é a avarenta. Onde
Chesed se expande, Gueburá se contrai. Onde Chesed diz, "Compartilhe",
Gueburá diz "e o que eu ganho com isso?" Onde Chesed celebra o heroísmo.
Guevurá é pura contração, restrição, é a força que permite o controle e o
domínio sobre os impulsos. Gueburá, sem rédeas, sem o equilíbrio de Chesed,
se torna a tirania de um estado policial, podendo levar a autocontenção e se
transformar em uma fonte de energia para sentimentos de ódio e medo. Mas
assim como a Sabedoria de Chokmá não pode se manifestar sem a energia de
Biná, a semente indiferenciada em Chesed nunca poderia se tornar a árvore
diferenciada sem a mão forte de Gueburá. Gueburá canaliza energia espiritual
para superar obstáculos e atingir objetivos específicos, e é a força essencial
para realizarmos nossa principal missão nesta vida: transformar a nossa
natureza.
Poder, justiça, o julgamento severo (Din); as forças para disciplinar a criação.
Gueburá representa a contração, a restrição, a criação de barreiras. A
"autolimitação" Divina foi indispensável para a criação do Cosmo. A Cabalá se
refere a esta como midat hadin, a medida ou atributo do julgamento, do rigor.
Esta sefirá direciona a energia espiritual para atingir uma meta específica. É a
força que permite o controle para podermos vencer tanto nossos inimigos
internos quanto os externos.
Se amor (Chesed) é a pedra fundamental da expressão humana, disciplina
(Gueburá) é o canal através do qual expressamos amor. Mostra uma direção e
um ponto de convergência à nossa vida e amor. Como um raio laser, sua
potência está no foco e concentração da luz em uma direção, e não em feixes
de luz fragmentados e dispersos em várias direções diferentes. Gueburá -
disciplina e moderação - concentra e dirige nossos esforços, nosso amor, na
direção correta. Outro aspecto da Gueburá é respeito e reverência. Amor
saudável exige respeito pela pessoa amada. 
Gueburá é associada à cor vermelha e as partes vermelhas do corpo (sangue e
carne), ao ouro, ao fogo e a direção norte.
O inverso de doar é restringir, refrear. O propósito de Deus para com a criação
foi doar. Desde que a criação é incapaz de receber tudo que Deus pode doar,
há a necessidade de Deus também restringir-se. Esses dois aspectos de Deus,
doação e repressão, são representados pelas Sefirót Chesed e Gueburá e
pelos dois lados da Arvore da Vida. A associação que se faz, de Chesed
(Bondade) com Abraão e Gueburá (Coragem) com Isaque, é coerente com a
história desses personagens bíblicos. Abraão é conhecido por sua bondade,
como pode ser visto no episódio da destruição de Sodoma e Gomorra, em que
ele intercede pelos homens dizendo a Deus: “Destruirás o justo com o ímpio?”
(Gênesis 18:23). Isaque é conhecido por sua coragem, pois não sentiu medo
de ser oferecido em holocausto pelo seu pai, Abraão (veja Gênesis, capítulo
22). Essas duas Sefirót, Chesed e Gueburá, são as duas primeiras, nas
colunas direita e esquerda, das Sefirot que formam o que é chamado de as
“seis extremidades”. As “seis extremidades” centram-se em Tiferet, que
representa o seu poder agregado.
Significados: força, poder, justiça, diligência, austeridade, severidade, Din
(julgamento), restrição, desejo de receber, disciplina, rigor, coragem, bravura,
autocontrole, braço esquerdo, cor vermelha, fogo, ouro, direção norte.

Tiferet (Beleza) – está relacionada com a Coluna Central. Localiza-se abaixo e


entre as Sefiroth de Chesed e Gueburá. Junto com Chesed e Gueburá, forma a
tríade superior do Maguen David (Escudo/Estrela de David). O canal para
Tiferet é Yaakov (Jacob ou Israel) e, no corpo humano, está relacionada ao
tronco e ao coração. Também a “verdade do coração” porque o “coração ouve”
e “o coração entende”. Tiferet é Beleza porque é o ponto de equilíbrio entre as
colunas direita e esquerda e entre Kether e as sephiroth inferiores, gerando a
harmonia, sem a qual beleza nenhuma poderia existir. Também representa a
verdade, que vem com esse equilíbrio. Tiferet nos ensina quando compartilhar
e como fazê-lo com equilíbrio, e quando receber ou julgar com amor.
Representa aquele equilíbrio entre julgamento e misericórdia que permite a um
pai disciplinar seu filho pelo amor ao invés de fazê-lo pela força reativa.

Tiferet, beleza, no sentido da harmonia. É a combinação da harmonia e da


verdade, dando espaço para a misericórdia. Esta sefirá está associada com o
poder de conciliar as inclinações conflitantes de Chesed e Gueburá, para que
haja misericórdia. Na Cabalá é designada como midat harachamim, "o atributo
da misericórdia". A alma do homem emana desta sefirá pela união desta
qualidade com Malchut, o corpo. Rahamim, que é traduzido como misericórdia,
possui um sentido diferente de Chesed. Enquanto Chesed representa o amor
incondicional, um ato gratuito de bondade, Rahamim representa a raiz da
palavra rhmtem o significado de: útero, ventre materno. Entre as derivações,
encontra-se a forma rahamim, substantivo plural abstrato usado para
“vísceras”, “entranhas”, “sentimento de amor”, “compaixão”, “misericórdia”.
É comum considerar a direta relação do termo com o sentimento materno, por
se tratar provavelmente de uma raiz que indica um órgão único no corpo da
mulher, e sentimentos que tratam a misericórdia e o amor, que procederiam
desse lugar do corpo. O hebraico faz uso da expressão rahamim para falar de
sentimentos de homens e até mesmo de Deus. A expressão rahamim é
sintetizadora de sentimentos de compaixão, misericórdia, pela força criadora de
afirmar a vida em meio a situações de morte. A palavra parece associada a
questões profundas de ameaça à vida dentro das relações sociais.
Rahamim significa assim, um amor profundo e entranhado da mãe para com
seu filhinho.
Mescla e harmoniza o fluxo livre de amor de Chesed com a disciplina da
Gueburá. Tiferet assume esta força introduzindo uma terceira dimensão - a
dimensão da verdade, que não é nem amor nem disciplina, e por isso pode
integrar os dois. A verdade é acessada através do desprendimento: elevando-
se acima de seu ego e suas predisposições, permitindo-lhe perceber uma
verdade mais elevada. A verdade lhe fornece um quadro claro e objetivo de
suas necessidades, bem como das necessidades de outros. O desequilíbrio
entre amor e disciplina (e por isso, qualquer distorção) é resultado de uma
perspectiva subjetiva, por consequência, limitada. Introduzir a verdade,
suspendendo preconceitos pessoais, permite que a pessoa expresse seus
sentimentos (incluindo a síntese de Chesed e Gueburá) da maneira mais
saudável. Esta qualidade dá o nome a Tiferet, o que significa Beleza: mescla
as cores cambiantes do amor e da disciplina, e a harmonia resultante a torna
bela.
Significados: beleza, Rahamim (misericórdia), equilíbrio, harmonia,
temperança, moderação, igualdade, equidade, plenitude, integridade, inteireza,
perfeição, excelência, verdade, consciência, autoestima, autoconhecimento,
bênção, santidade, Sol, contemplação, serenidade, tranquilidade, prazer,
alegria, tronco, coração, púrpura, ar, direção leste.
Netzach (Vitória, Eternidade) – situa-se na coluna direita, logo abaixo de
Chesed. É um armazém de energia positiva de Chesed, que irradia o desejo de
compartilhar e se torna o canal dessa energia na medida em que começa a
abordar o mundo físico no qual vivemos. É Vitória no sentido de vencer as
próprias limitações e Eternidade no sentido de expressar os pensamentos
eternamente. É a primeira Sefirá onde há reciprocidade, sendo responsável
pela necessidade que o homem tem de se relacionar com o outro.  É análoga
ao esperma que, em união com o óvulo, irá criar, em última instância, um ser
humano individual. Netzach também representa os processos involuntários e o
lado direito do cérebro, a emoção, a intuição, onde o processo criativo
acontece. Em resumo, Netzach é o artista, o poeta, o músico, o sonhador e o
princípio fertilizador masculino. No corpo, está relacionada à perna direita e o
canal para energia de Netzach é Moshé (Moisés), porque trouxe a eternidade,
a vida eterna, ao universo.

Netzach, junto com Hod, está associada, também, com revelação e profecia,
pois representam a comunicação com aqueles que estão “abaixo de Deus”, ou
seja, as hostes celestiais e as hierarquias angélicas.
Esta sefirah representa a imposição divina. É o domínio, a conquista ou a
capacidade de vencer. Representa o motivo primeiro da Criação: a capacidade
de vencer o mal.

Atitude e ambição formam uma combinação de determinação e tenacidade. É


um equilíbrio entre a paciência, persistência e coragem. Atitude também é ser
confiável e responsável, o que estabelece confiança e compromisso. Sem
atitude, qualquer esforço bem-feito ou boa intenção não têm chance de
sucesso. Atitude significa estar vivo, procurar objetivos saudáveis e produtivos.
É a prontidão de lutar pelo que você acredita, de ir até o fim. Sem tal
comprometimento, qualquer incumbência permanece plana e vazia. É uma
energia que vem do interior e não se detém perante nada, para conseguir suas
metas. Isto, é claro, requer que a atitude seja examinada atentamente para
assegurar-se que é usada de maneira saudável e produtiva.
Significados: vitória, eternidade, atitude, ambição, domínio, permanência,
imortalidade, persistência, perseverança, paciência, resistência, vontade,
sinceridade, honestidade, desejo, paixão, emoção, arte, legado, perna direita,
espermatozoide, revelação, profecia, o que está acima.

Hod (Glória, Esplendor) – localiza-se na coluna esquerda, abaixo de Gueburá,


e no corpo humano corresponde à perna esquerda. O canal para nos conectar
com a energia de Hod é Aharon HaCohen (Aarão). Análoga ao óvulo na
concepção humana, essa Sefirá inicia a materialização do que aconteceu
somente em potencial em Chesed/Netzach, assim como uma mulher dá à luz o
que foi concebido em conjunção com o princípio fertilizador masculino. Hod
permite que a energia repassada de Netzach seja apropriada e aceitável para
quem a recebe, sendo responsável por criar um espaço interno para que se
possa identificar com o outro e, consequentemente, aceitar o outro. Assim
como dissemos anteriormente que Netzach é o artista, Hod é o cientista, o
lógico, o craque da matemática e o contador. Sua qualidade espiritual enfatiza
a humildade e o reconhecimento. Hod também controla os processos
voluntários e atividades do lado esquerdo do cérebro, o racional, a mente
concreta, canalizando a praticidade de Gueburá na psique humana. Junto com
Netzach, tem conexão com revelações e profecias.
Esta sefirá permite que o poder e energia repassados sejam apropriados e
aceitáveis a quem os recebe. É responsável pela criação dentro de uma
relação do espaço deixado para o outro. A qualidade espiritual de Hod salienta
o atributo da humildade e reconhecimento. Hod representa também a
submissão que permite a existência do mal, como objetivo secundário da
criação. É Hod que permite ver que existe benevolência divina por trás de
qualquer acontecimento ruim.

Enquanto Netzach significa falar a verdade, ser honesto, Hod significa ouvir,
ser modesto. Sua qualidade está em selecionar e aperfeiçoar. Refinar.
Transformar a pedra bruta em diamante. Está relacionada aos cientistas. No
corpo humano representa a perna esquerda. Se a tolerância é o motor da vida,
a humildade é o combustível. Assim como Gueburá (justiça) focaliza Chesed
(amor), Hod (prudência) focaliza Netzach (atitude). Humildade é o parceiro
silencioso da persistência. Sua força reside em seu silêncio. Seu esplendor
está em seu repouso. Humildade - e a consequente submissão - não deve ser
confundida com fraqueza e ausência de autoestima. Humildade é modéstia; é o
reconhecimento (da raiz da palavra hebraica “hoda'a”). É dizer “muito obrigado”
a Deus. É aceitar suas qualidades e forças, reconhecendo que elas não lhe
pertencem; foram concedidas a você por Deus, para um propósito mais
elevado que o de apenas satisfazer suas próprias necessidades. Humildade é
modéstia; é reconhecer o quão pequeno você é, o que lhe permite entender
quão grande pode se tornar. Isso é o que torna grandiosa a humildade.
Persistência suga sua energia do reconhecimento da humildade. A resistência
humana vai apenas até seu nível de persistência. Reconhecer que suas forças
vêm de um local mais elevado lhe dá o poder de tolerar muito além de sua
capacidade presumida. Concede a você parte da força de persistência de
Deus.
Significados: glória, esplendor, reverberação, humildade, submissão, aceitação,
resignação, prudência, ponderação, parcimônia, sofisticação, aprimoramento,
refinamento, esmero, louvor, divisão, discriminação, informação, análise,
reflexão, crítica, razão, ciência, mérito, perna esquerda, palavra, fala, escrita,
oração, revelação, profecia, óvulo, o que está abaixo.

Yesod (Fundação) – conhecida como "receptáculo das emanações", situa-se


como um grande reservatório abaixo das oito Sefirot das quais falamos
anteriormente. Todas as Sefirot acima emanam sua inteligência e seus
atributos para o vasto recipiente de Yesod, onde são misturados, equilibrados e
preparados para transferência de um esplendor radiante de influxo divino a
uma próxima Sefirá. O canal para nos conectar com Yesod é José (Yoseph), e
no corpo humano essa Sefirá está relacionada aos órgãos sexuais.
Metaforicamente falando, Yesod é como uma betoneira, aquele caminhão de
cimento, que junta água, areia e todos os componentes em sua forma bruta, os
mistura e verte uma mistura úmida que, finalmente, endurecerá e se solidificará
como cimento, que seria a matéria do nosso universo físico, conhecido como
Malkut.
Representa a reciprocidade ideal numa relação. É o meio de comunicação, o
veículo de transporte de uma condição para outra. Representa o lugar do
prazer espiritual e físico; o vínculo mais poderoso que pode existir entre dois
indivíduos, assim como entre o homem e Deus: a aliança entre Deus e Israel: o
Brit Milá.
As ideias e sentimentos que crescem e frutificam possuem um fundamento
psíquico, que canaliza seus atributos dos mundos superiores. No corpo se
relaciona com os órgãos genitais. O compromisso é a suprema conexão
emocional. Enquanto as primeiras cinco qualidades (amor, disciplina, verdade,
persistência e humildade) são interativas, ainda manifestam dualidade: aquele
que ama e o que é amado. A ênfase se dá nos sentimentos da pessoa, não
necessariamente na mutualidade. O compromisso, por outro lado, é uma
completa fusão dos dois. Sem um compromisso, nenhum sentimento pode ser
verdadeiramente percebido. Comprometer significa conectar; não apenas sentir
pelo outro, mas ligar-se a ele. Não apenas um penhor de compromisso, mas
devoção total. Cria um canal entre o doador e o receptor. O compromisso é
eterno. Desenvolve uma união permanente que viverá para sempre através do
fruto perpétuo que produz. O compromisso é o alicerce da vida. É a espinha
dorsal emocional da psique humana. Todos precisam de compromisso para
florescer e crescer. O vínculo entre a mãe e o filho; entre o marido e a mulher;
entre irmãos e irmãs; entre amigos íntimos. O compromisso é afirmação; dá à
pessoa o senso de que faz parte; de que “sou importante,” “sou significativo e
importante.” Estabelece confiança - confiança em si mesmo e confiança no
próximo. Instila confiança. Sem compromisso e acalanto não podemos
perceber quem somos. O compromisso canaliza todas as cinco qualidades
prévias num liame construtivo, dando-lhe o sentido de “alicerce”. Ao passo que
todos os outros sentimentos humanos são emoções individuais, pavimentos
separados de um edifício e cada um deles um componente necessário da
experiência humana, o compromisso canaliza e integra eles todos em um
vínculo que cria um alicerce sobre o qual a estrutura das emoções humanas
apoia-se firmemente. Comprometer-se é dar tudo de nós, não apenas uma
parte; não é uma emoção, mas todas elas. Por isso, Yesod completa o
espectro das primeiras seis emoções. O alicerce de Yesod é diferente de um
alicerce comum. Não repousa apenas sob os mais elevados níveis da
estrutura, mas envolve-os todos. Um fundamento rochoso da psique emocional
não pode permanecer separado, mas deve incluir e permear todas as
emoções. Apenas então pode o compromisso ser construtivo e permanente.
Muitos seres humanos não atingem este nível de percepção e passam a vida
apenas no mundo aparente.
Significados: fundação, tsaddiq (justo), retidão, base, alicerce, estrutura,
estabilidade, afinidade, compromisso, reciprocidade, conexão, vínculo,
afinidade, confiança, convicção, união, propósito, condicionamentos, hábitos,
costumes, vivências, bagagem, valores, recursos, repositório, ancestralidade,
origem, identidade, formação, modelação, adaptação, poder criativo,
subconsciente, psiquismo, sonhos, sexualidade, órgãos sexuais, Lua, direção
oeste.

Malkhut (o reino) - nesta simulação do ato de doação que Behina Gimel faz, um
novo discernimento nasce. Ela sente aqui uma outra qualidade da Luz por
causa da sua ação e essa qualidade é realmente o Pensamento do Criador em
si. Ela chega ao entendimento que não é somente dar, e também não só
receber uma certa porção a fim de completar o desejo do Criador em dar a ela,
mas que o Pensamento da Criação é preencher a criatura completamente com
prazeres ilimitados e ela então realiza que ela deve aceitar esta Luz a fim de
completar o Pensamento da Criação. Ela deve aceitar a Luz completa. Então
aqui, a Luz entra e enche o vaso por completo. Esta é Behina Dalet, 4, mas
esta é muito diferente da Behina Aleph. Mesmo que ela parece a mesma,
alguma coisa muito diferente ocorreu em Behina Shoresh, Aleph, Bet e Gimel,
todas estas ações não foram ações independentes. Estas eram todas feitas
pelo Criador. A Força da Luz, a resposta e o desejo criado em cada uma
destas, eram ações feitas pelo Criador. Em Behina Dalet alguma coisa
totalmente nova acontece. Este é um desejo independente de ser e fazer
precisamente o que o Criador colocou lá. Aqui, na intenção de receber toda
esta Luz, existe a possibilidade da equivalência de forma com o próprio
Pensamento da Criação em si. Neste ponto, tudo muda para a criatura. Ocorre
uma restrição, uma mudança na natureza do desejo que acontece aqui. Ao
invés de receber, como ela fez, a Luz Direta e tentando alcançar isso para si
própria, ela agora sente, por causa do último discernimento que ela teve, a
estatura do Criador. E agora ela não quer mais a parte que faz a criação, a Luz
Direta, o que ela quer é a mente do Criador, a parte pensante da criação. Ela
quer chegar à equivalência de forma com o Criador, o que é de fato, a intenção
do Criador em primeiro lugar. Então aqui nós temos o começo de tudo o mais
na criação. Nós temos uma criatura independente. Por isso, essa quarta fase
do Sefirot é chamada “Malkut”. Malkut vem da palavra “Rei” ou “Reino”.
Significa que tudo é regulado aqui pelo desejo. Agora aqui, esta nova intenção
de não receber para si própria, porque ela sente a estatura do Criador, ela se
sente envergonhada da maneira de recepção, e isso é chamado uma restrição
– a Primeira Tzimtzum – e de agora em diante ela busca o Pensamento atrás
da criação, e não as ações da criação.

Malkut (Reino), é associada à Shekiná, a Presença Divina. Ela é a Sefirá mais


obscura e a mais próxima do mundo material, recebendo toda a sua luz das
outras Sefirót. A identidade de Malkut com a Shekiná é estabelecida no Bahir,
pelo uso de uma metáfora de “rei” e “filha”: “isto é como um rei que está no
mais interno de muitas câmaras . . .O que ele faz? Ele toca a Filha e inclui
todos os caminhos nela e em suas vestes”. Essa passagem do Bahir também
advoga contra a identidade de Deus e a Shekiná, fortalecendo a ideia de que a
Shekiná é o aspecto de Deus que está no exílio.
Última das Sefirót. Ela contém o mundo da fisicalidade e o nível de revelação.
É a única das Sefirót onde a matéria física parece existir. É aqui que a mistura
"despejada" por Yesod endurece como pedra, adquire estrutura e assume
forma física. Em nosso corpo está relacionada aos pés e o canal para Malkut é
o Rei David. Está também relacionada ao mundo da manifestação, da ação, e
tem a ver com nossa existência física; comer, trabalhar, dançar, etc. É nesta
dimensão que as divergências na atitude humana significam a diferença entre
as vidas individuais. É em Malkut que ocorre o maior "Desejo de Receber",
porque essa dimensão - nosso universo - é a que está mais distante da fonte
de Luz. Por isso, este nosso reino é onde existe maior sentimento de "falta". A
Cabala explica ainda que, cada um dos dez níveis das Sefirót também contém
mais dez níveis, os quais contêm mais dez, e assim por diante, infinitamente,
como fractais. Essa estrutura atua como um prisma que refrata a Luz em várias
frequências, gerando a diversidade que compõe o espectro inteiro da criação.
Toda criatura neste planeta também está imbuída dessa mesma estrutura, e
tudo o que existe em nosso mundo físico, se origina no reino não-físico das
Sefirót. Esses Mundos Superiores são os portais através dos quais a energia
espiritual flui para nossa dimensão, e podemos alcança-los através de
compartilhar com o próximo, orações, transformação espiritual, meditação e a
fé absoluta na Unidade (Eu e o Pai somos Um).
Malkut, reinado. É a Schechiná, o aspecto imanente de D'us neste mundo. É o
mundo revelado onde o potencial latente é concretizado. É o poder que D'us
nos deu de receber Dele. Como símbolo do receber, esta sefirá é caracterizada
como aquela que não tem nada próprio. É um keli, um mero recipiente. Malkut
é o último elemento de uma corrente que se inicia na Vontade Divina e
encontra sua realização neste mundo. Aquele que recebe pode dar de volta,
tornando-se além de receptor, um doador.
As sefirót são refletidas no homem e desta forma o homem compartilha o
Divino. A pessoa que somos é determinada pelas sefirót no mundo da ação,
pois são as bases de nossa personalidade individual. O "cabo condutor" ou o
canal através do qual estas se manifestam, é a nossa alma.
Assim, aqui nós temos Malkut, o começo da criação. E este vaso, este número
quatro Behina, é chamado “Olam Ein Sof”, ou seja, “Mundo Sem Fim”, e todos
os Mundos e almas estendem-se daqui. É através dela, entretanto, que a obra
divina é manifestada em sua máxima singularidade. É o máximo de
diferenciação alcançada pela Luz (que é unidade indiferenciada em sua
origem), razão pela qual não existem duas folhas exatamente iguais em Malkut,
nem mesmo se forem de uma mesma árvore, ramo ou galho. É a última sefirá.
Onde todos nos encontramos. Representa no corpo humano os pés.
Representa soberania - o último dos sete atributos - é diferente dos seis
anteriores. É um modo de ser, não uma atividade. Nobreza é uma expressão
passiva da dignidade humana, que nada tem em si mesma, exceto aquilo que
recebe das outras seis emoções. Liderança é a arte do desprendimento; é
apenas um reflexo de uma vontade Superior. Por outro lado, Malkut manifesta-
se e torna reais o caráter e a majestade do espírito humano. É a própria fibra
que nos faz humanos. Quando amor, disciplina, verdade, persistência e
humildade são canalizados adequadamente na psique pelo compromisso, o
resultado é Malkut. O compromisso nos nutre e permite que nossa soberania
aflore e floresça. Malkhut é a receptividade a todas as emoções vertidas por
Yesod. Malkut é um senso de pertencer; saber que você é importante e que faz
alguma diferença, que tem a habilidade de ser um líder competente no seu
próprio direito de contribuir para este mundo. Dá a você independência e
confiança, um sentimento de certeza e autoridade. Quando a mãe
amorosamente embala o filho em seus braços e os olhos da criança encontram
os carinhosos olhos da mãe, a criança recebe a mensagem: “Sou querido e
necessário neste mundo. Tenho um lugar confortável onde serei sempre
amado. Nada tenho a temer. Sinto-me como um rei em meu coração.” Isto é
Malkut, realeza.

Significados: reino, realeza, soberania, separatividade, individualidade,


multiplicidade, escolha, ação e reação, necessidade, mundo físico ou material,
tempo e espaço, sensação física, Shekhinah, comunhão de Israel, Terra,
rainha, pomar de maças, arco-íris, pés.
Árvore da Vida e personagens bíblicos.
Menorá e a Árvore da Vida.
REFERÊNCIAS:
Você está sugerindo que haja algum tipo de autocensura de apenas um dos lados para que o
outro se imponha pelo silêncio? É isso mesmo? Os caras odeiam tudo isso mesmo e não
sentem a menor vergonha de dizer. Nem o mercado, nem as minorias e nem a esquerda vão
tratá-los com mimo. É bom eles se acostumarem, os tempos mudaram.

Além disso, não foram apenas os nerds tóxicos fedidos que elegeram o Bolsonaro. Existem
muitas variáveis que explicam o fenômeno bolsonarista João, ambos sabemos disso.

Ignorar o câncer não vai fazer ele regredir sozinho.

É um nerd que intoxica o ambiente com seus choros de moleque mimados de


apartamento porque uma propaganda mostra dois homens se beijando ou um
game tem uma protagonista lésbica, ou quadrinhos discutem política (sempre
discutiram).

Tem gente que acha que Star Wars não é sobre política, acredita?

A regra é simples: se não gosta, não consuma.

Como o Brasil regrediu...nos anos 90 esse tema era exibido na TV, discutido
nas escolas. Hoje o que temos é a Damares e sua política de abstinência
sexual.

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