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Kabbalah (Salvo Automaticamente)
Kabbalah (Salvo Automaticamente)
Tzimtzum
Para entender o processo cabalístico de nascimento e vida do universo que se
aplica, ao mesmo tempo, ao mundo material e orgânico, ou seja, ao mundo
físico e à vida que nele habita, e o mundo espiritual, incluindo a nossa própria
alma, é preciso regredir à noção anterior à sua existência, que os cabalistas
chamam de Tzimtzum.
Tzimtzum ou Zimzum ( צמצוםem hebraico) literalmente quer dizer “contração”
ou “constrição”. Esse termo se refere à ideia que a Cabalá tem sobre o
processo de criação universal, tanto a do universo físico propriamente dito
quanto a do universo espiritual, que ocorre concomitante a ele. De acordo com
essa noção, Deus “contraiu” sua potência com o intuito de permitir um “espaço
conceitual” dentro do qual um mundo infinito e aparentemente independente
pudesse existir. Essa contração integra o conceito de Big Bang, segundo o qual
o universo primevo estava contido em uma “região” ou átomo de extrema
densidade energética, que, por estar assim tão densamente carregado, em
certo momento explodiu. Dessa explosão nasceu o nosso mundo e, dentro
dele, nós mesmos.
A noção de Tzimtzum é muito antiga, mas só ganhou projeção com os
trabalhos de Isaac Luria. Ele introduziu na doutrina da Cabala os atos do drama
cósmico, que antes já era referido nessa tradição por meio de Sepher Yetzirah,
porém pouco desenvolvido em termos conceituais e filosóficos.
O Tzimtzum é um conceito que se assemelha à noção gnóstica de pleroma, a
região onde a plenitude de Deus se concentra. Isso quer dizer: Deus sempre
existiu e ele é infinito. Mas sua existência, nessa fase anterior à sua
manifestação positiva, não era algo que pudéssemos chamar de real em
termos de conhecimento humano. Até porque, antes de o universo nascer, não
havia o conhecimento humano, já que ele é atributo do universo real, que
surgiu com a noção de tempo-espaço.
Deus, antes de começar a fazer o mundo, era o que os cabalistas chamam de
“Existência Negativa”, ou seja, a energia imanifesta, que existia por si mesmo.
Então, ele se contraiu ou, em termos científicos, se concentrou para poder se
manifestar positivamente, por força da pressão que ela exercia sobre si
mesma, comprimida nesse espaço sem dimensão. Por isso os cabalistas usam
a expressão “Deus é pressão” para se referir a Ele.
A função do Tzimtzum é a de permitir a existência, independente do mundo
finito (o universo real) em relação ao mundo infinito (Deus). Assim, Deus, a
Existência Negativa, a energia latente, inconsumível, infindável, incorruptível,
imutável que tornou-se a Existência Positiva, dando a si mesmo o que se
poderia chamar de um “corpo”, um organismo mutável, distinto de sua
Essência primordial, que é espiritual. Esse corpo está sujeito a um nascimento,
a uma vida e a uma transformação, como a que se prevê para toda existência
que medra no cosmo e ara o próprio cosmo como unidade existencial.
Assim, o Tzimtzum corresponde à ação do Criador no sentido de criar um
espaço conceitual no qual o mundo já existe, mas ainda não foi manifestado
como coisa real. É o zero absoluto, o ayn, o “nada” que contém o tudo. É Deus
em sua Existência Negativa, que ainda não se manifestou em sua forma
Positiva.
Davis Biale, ao comentar a doutrina de Scholem sobre esse tema, resume bem
essa questão: “Deus é concebido como (aquele que é), absolutamente vivo e
cuja vida oculta é considerada como um movimento do Sem Fim para fora de si
mesmo e para dentro de si mesmo”.
Nesse espaço conceitual, Deus é usualmente referido como o “Há-Makom”, ou
seja, “o lugar”, “o onipresente”, o que está em toda parte e por todo o tempo.
Para a Cabalá Deus está presente em todas as formas da sua Criação, embora
não se confunda com ela. Ele é, na verdade, a sua razão de existir, o motivo
pelo qual todas as coisas surgem e cumprem sua função no mundo.
Como diz a Bíblia ao historiar o início da Criação, “no princípio Deus criou o
céu e a terra. Mas a terra era vazia e sem forma e havia escuridão sob a face
do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Então, Deus disse:
haja luz e houve luz”. Nessa fase, anterior ao surgimento da luz, em que a
Bíblia descreve o Criador em sua atividade preparatória para o início da
Criação, os cabalistas ainda veem Deus em processo de Tzimtzum. Quer dizer,
Ele ainda não se manifestara de modo positivo. Essa manifestação ocorre na
forma de um ponto brilhante no vazio cósmico. É a Sefirah Kether, que coroa a
Árvore da Vida. É a partir desse ponto que Ele projeta para dentro do vazio
inicial (a escuridão sobre a face do abismo) o seu raio de luz infinita, o
Relâmpago Brilhante (chamado kav pelos cabalistas). É em torno desse raio
que a massa física do universo começou a se formar. Esse raio de luz infinita
(rav) é como se fosse a alma do universo, pois constitui uma energia que
percorre o vazio cósmico, inoculando no seu útero as realidades tais como as
conhecemos. Ela é o “Espírito de Deus” que se move sobre as águas, no dizer
da Bíblia. Mas, como nossa própria alma, essa energia também é oculta, pois
não se revela aos nossos olhos. Nós só sabemos que ela existe porque sua
presença pode ser detectada em seus efeitos, tais como a radiação emitida
pelos elétrons girando em volta no núcleo de um átomo, por exemplo.
Esse raio de luz infinita projeta-se sobre o vazio cósmico e formata os quatro
mundos originais, conhecidos pelos nomes hebraicos de Atziluth, Beriah,
Yetzirah e Asyah (Atziloth, Briah, Yetzirah e Assiah em português).
Espalhando-se pelos quatro mundos da Criação, ele forma uma árvore (a
Árvore da Vida) desenvolvendo, em cada um dos seus frutos (as sephitoth),
uma etapa da criação universal.
Em Atziloth, o Mundo da Emanações, só existe atividade divina. Em Bria, o
Mundo da Criação, a energia criadora se converte em luz. Em Yetzirah, o
Mundo da Formação, a luz se converte em massa, dando formato ao mundo
físico. Em Assiah, o Mundo da Ação, a interação entre os quatro elementos faz
surgir as diversas formas de matéria física, as quais evoluem até desembocar
em matéria orgânica. Cada um desses mundos é uma fase de construção do
universo e tem suas características particulares.
Leonora Leet resume bem esse processo. “Não há problema”, diz a autora, “em
associar o primeiro mundo de Atzilut (Emanação) com a criação da Luz no
primeiro dia, já que ambos podem ser entendidos como uma emanação
inseparável de sua divina fonte. Da perspectiva cabalística, a criação, de fato,
começa com o segundo mundo, de Beriah, juntamente com o firmamento, que
é criado no segundo dia, o que parece cumprir a mesma função de separar o
Criador de sua Criação. Assim também pode ser relacionado o mundo-jardim
do terceiro dia ao terceiro mundo de Yetzirah (Formação), pois a Kabbalah
associa esse mundo ao Jardim do Éden e à transgressão de Adão, fato que
levou a materialização do quarto mundo de Assiah (Ação), nosso mundo sólido
e material.
Fases da Criação:
Kether – 100%
Chokmah – 90%
Binah – 80%
Chesed – 70%
Geburah – 60%
Tiphareth – 50%
Netzach – 40%
Hod – 30%
Yesod – 20%
Malkuth – 10%
Kether – unidade. Doação.
Sephiroth intelecutais - Chokmah, Binah e Daath.
Sephiroth sentimentais - Chesed, Geburah e Tiphareth.
Sephiroth de ação e relacionamentos - Hod, Netzach e Yesod.
Na essência, entretanto, "Não matar" não tem mais lógica que o mandamento
de aspergir as cinzas da Vaca Vermelha sobre alguém que foi ritualmente
contaminado por ter tido contato com um cadáver. Portanto a racionalidade do
mandamento "Não matar" é apenas uma "veste" externa atrás da qual se
repousa a natureza essencial da mitsvá como a vontade suprarracional de
Deus. Ao acessar Daath pode a Criatura ter acesso a esse conhecimento que a
princípio é acessível apenas ao Criador. Uma vez alcançado esse estado essa
sephirah deixa de existir. Por isso o seu caráter de sephirah temporária ou de
“pseudo sephirah”.
É vista também como uma união de todas as sephiroth em uma só. Também é
associada com a Torá e com a própria Kabbalah, como canais de
conhecimento divino.
A palavra conhecimento, em hebraico, tem também um caráter de conexão,
intimidade. Daath é a união de Chokmah (Adão) e Binah (Eva). Também é
Daath que conecta a Criatura e o Criador, o microprosopos ao macroprosopos.
Representa no Caminho do Raio o momento da criação no qual ocorreu a
queda do Paraíso, por meio da Árvore do Conhecimento (Daath) do bem e do
mal. A perda do estado da inocência, onde não há o conhecimento do mal. A
separação e individualização da Criatura. A perda dessa conexão. Uma vez
que a Criatura tenha rejeitado a Luz, ela se afasta do Criador, pois deseja obter
essa Luz por contra própria. O Criador então se ausenta. E com a ausência da
Luz a Criatura fica sujeita a qualquer coisa, inclusive a coisas ruins. Temos
então a dualidade (bem e mal). Daath é a passagem que divide o mundo
imanifestado do mundo manifestado (dualista). O Portal do Éden. O que separa
o homem caído de qualquer criatura amoral é o seu conhecimento do bem e do
mal.
Zeir Anpin - neste estado de vazio existe outro discernimento que vem para o
vaso. Em cada um destes discernimentos, não há nada que mude sobre a ação
da Luz. Esta ação da Luz é sempre a mesma. Ela sempre usa esta Lei primária
– o desejo de criar uma criatura e completá-la. Esta é a única coisa que a Luz
faz. O que estamos falando é sobre mudanças de discernimentos dentro do Kli,
dentro do desejo, dentro da criatura. Então aqui dentro de Behina Bet, na falta
da Luz, existe um discernimento que acontece que sua natureza é atualmente
receber, e que ele não pode existir sem a Luz da Sabedoria. Este retorno da
Luz, é chamado, “a Luz da Misericórdia” (em Hebraico, “Ohr Hassadim”), então
a Criatura sabe que ela não pode existir assim, ela deve receber. Mas ela não
quer ser um receptor, então ela tem que encontrar um jeito no qual sua
recepção seja atualmente uma forma de doação. E isto nos leva ao próximo
discernimento. Este é Behina Gimel – a terceira letra do alfabeto hebraico. Este
discernimento nos leva para a fase dualista. Esta fase incorpora estes dois
opostos, tanto a recepção de Ohr Hochma, como também a de Ohr Hassadim.
Então estes dois desejos opostos estão incluídos aqui nesta fase mista. Por
quê? O que está acontecendo aqui? Neste modo de recepção, Behima Gimel
encontrou o caminho para transformar sua recepção em uma maneira de dar. A
única coisa que existe na criação é a Criatura e o Criador – A Luz e o vaso – só
isso. E mesmo se a criatura sente que está fazendo o ato de dar somente
dentro de si mesmo, realmente o único que existe para dar do ponto de vista da
Criatura é o Criador. Behina Gimel decide que ele irá copiar o ato do Criador,
que ele entende que o Criador quer que ele seja preenchido com prazer, que
ele deve receber este prazer, e que aquela parte do Pensamento da Criação é
criar a criatura e dar para a Criatura. Bem o único tipo de criatura que ele pode
realmente criar é alguma coisa dentro de si próprio. Então ele faz a decisão
que ele irá receber uma parte da Luz, sob a condição que ele somente o faça
para realizar o Pensamento da Criação, este desejo do Criador de criar a
Criatura e enche-la de prazer. Então ela irá recebê-lo com a intenção de que
para sua recepção ela complete este pensamento. E este é o único modo no
qual a recepção pode se dar. Mas dar é uma intenção. Não importa qual é o
ato; é uma intenção. Então está realmente em similaridade de forma com esta
Fase 0 (Keter) até certo grau. Ohr Hassadim (Luz de Retorno) ainda é prazer,
ainda é Luz vindo para dentro dele, mas ela não presta atenção a isso. Esta
fase, no Sefirót é chamada Zeir Anpin, é ela realmente consiste em vários
Sefirót (“as seis extremidades”): Hesed, Gevurah, Tiferet, Netzach, Hod e
Yesod. Ela é uma fase mista que permite a recepção a fim de doar.
Netzach, junto com Hod, está associada, também, com revelação e profecia,
pois representam a comunicação com aqueles que estão “abaixo de Deus”, ou
seja, as hostes celestiais e as hierarquias angélicas.
Esta sefirah representa a imposição divina. É o domínio, a conquista ou a
capacidade de vencer. Representa o motivo primeiro da Criação: a capacidade
de vencer o mal.
Enquanto Netzach significa falar a verdade, ser honesto, Hod significa ouvir,
ser modesto. Sua qualidade está em selecionar e aperfeiçoar. Refinar.
Transformar a pedra bruta em diamante. Está relacionada aos cientistas. No
corpo humano representa a perna esquerda. Se a tolerância é o motor da vida,
a humildade é o combustível. Assim como Gueburá (justiça) focaliza Chesed
(amor), Hod (prudência) focaliza Netzach (atitude). Humildade é o parceiro
silencioso da persistência. Sua força reside em seu silêncio. Seu esplendor
está em seu repouso. Humildade - e a consequente submissão - não deve ser
confundida com fraqueza e ausência de autoestima. Humildade é modéstia; é o
reconhecimento (da raiz da palavra hebraica “hoda'a”). É dizer “muito obrigado”
a Deus. É aceitar suas qualidades e forças, reconhecendo que elas não lhe
pertencem; foram concedidas a você por Deus, para um propósito mais
elevado que o de apenas satisfazer suas próprias necessidades. Humildade é
modéstia; é reconhecer o quão pequeno você é, o que lhe permite entender
quão grande pode se tornar. Isso é o que torna grandiosa a humildade.
Persistência suga sua energia do reconhecimento da humildade. A resistência
humana vai apenas até seu nível de persistência. Reconhecer que suas forças
vêm de um local mais elevado lhe dá o poder de tolerar muito além de sua
capacidade presumida. Concede a você parte da força de persistência de
Deus.
Significados: glória, esplendor, reverberação, humildade, submissão, aceitação,
resignação, prudência, ponderação, parcimônia, sofisticação, aprimoramento,
refinamento, esmero, louvor, divisão, discriminação, informação, análise,
reflexão, crítica, razão, ciência, mérito, perna esquerda, palavra, fala, escrita,
oração, revelação, profecia, óvulo, o que está abaixo.
Malkhut (o reino) - nesta simulação do ato de doação que Behina Gimel faz, um
novo discernimento nasce. Ela sente aqui uma outra qualidade da Luz por
causa da sua ação e essa qualidade é realmente o Pensamento do Criador em
si. Ela chega ao entendimento que não é somente dar, e também não só
receber uma certa porção a fim de completar o desejo do Criador em dar a ela,
mas que o Pensamento da Criação é preencher a criatura completamente com
prazeres ilimitados e ela então realiza que ela deve aceitar esta Luz a fim de
completar o Pensamento da Criação. Ela deve aceitar a Luz completa. Então
aqui, a Luz entra e enche o vaso por completo. Esta é Behina Dalet, 4, mas
esta é muito diferente da Behina Aleph. Mesmo que ela parece a mesma,
alguma coisa muito diferente ocorreu em Behina Shoresh, Aleph, Bet e Gimel,
todas estas ações não foram ações independentes. Estas eram todas feitas
pelo Criador. A Força da Luz, a resposta e o desejo criado em cada uma
destas, eram ações feitas pelo Criador. Em Behina Dalet alguma coisa
totalmente nova acontece. Este é um desejo independente de ser e fazer
precisamente o que o Criador colocou lá. Aqui, na intenção de receber toda
esta Luz, existe a possibilidade da equivalência de forma com o próprio
Pensamento da Criação em si. Neste ponto, tudo muda para a criatura. Ocorre
uma restrição, uma mudança na natureza do desejo que acontece aqui. Ao
invés de receber, como ela fez, a Luz Direta e tentando alcançar isso para si
própria, ela agora sente, por causa do último discernimento que ela teve, a
estatura do Criador. E agora ela não quer mais a parte que faz a criação, a Luz
Direta, o que ela quer é a mente do Criador, a parte pensante da criação. Ela
quer chegar à equivalência de forma com o Criador, o que é de fato, a intenção
do Criador em primeiro lugar. Então aqui nós temos o começo de tudo o mais
na criação. Nós temos uma criatura independente. Por isso, essa quarta fase
do Sefirot é chamada “Malkut”. Malkut vem da palavra “Rei” ou “Reino”.
Significa que tudo é regulado aqui pelo desejo. Agora aqui, esta nova intenção
de não receber para si própria, porque ela sente a estatura do Criador, ela se
sente envergonhada da maneira de recepção, e isso é chamado uma restrição
– a Primeira Tzimtzum – e de agora em diante ela busca o Pensamento atrás
da criação, e não as ações da criação.
Além disso, não foram apenas os nerds tóxicos fedidos que elegeram o Bolsonaro. Existem
muitas variáveis que explicam o fenômeno bolsonarista João, ambos sabemos disso.
Tem gente que acha que Star Wars não é sobre política, acredita?
Como o Brasil regrediu...nos anos 90 esse tema era exibido na TV, discutido
nas escolas. Hoje o que temos é a Damares e sua política de abstinência
sexual.