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FUNDAÇÕES

PROFESSOR: PAULO CASTANHEIRA


ENGENHARIA CIVIL – 2023.1

1
APRESENTAÇÃO
• PLANO DE ENSINO

• AULA 1 – INTRODUÇÃO / INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS


• AULA 2 – ENSAIOS / PARÂMETROS DE PROJETO
• AULA 3 – ANÁLISE DE CAPACIDADE DE CARGA DAS FUNDAÇÕES DIRETAS
• AULA 4 – TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA FUNDAÇÕES DIRETAS
• AULA 5 – CAPACIDADE DE CARGA PARA FUNDAÇÕES INDIRETAS
• AULA 6 – CARGA ADMISSÍVEL PARA FUNDAÇÕES INDIRETAS
• AULA 7 – FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS – BLOCOS, SAPATAS E RADIERS
• AULA 8 – FUNDAÇÕES POR ESTACAS – TIPOS E BLOCOS DE COROAMENTO
• AULA 9 – RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS
• AULA 10 – INTERAÇÃO SOLO – ESTRUTURA, RECALQUES - FUND. INDIRETAS

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
• Considere a sapata de concreto proposta abaixo, com base retangular de largura B
e comprimento L, embutida no solo a uma profundidade h;
• A aplicação de uma força vertical de compressão P no topo da sapata gera a
mobilização de tensões resistentes no maciço de solo;
• No contato sapata-solo, essas tensões são normais à base da sapata, com valor
médio σ = P/BL;
•Por ação e reação, têm-se um sistema
sapata-solo, e portanto, a interação
entre o elemento estrutural e o
elemento geotécnico;

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
• Se a carga P for aumentada gradativamente, o mesmo acontecerá com a tensão σ;
• Surgimento de superfície potencial de ruptura no interior do maciço de solo;
• A iminência da ruptura indica a mobilização de resistência máxima do sistema
sapata-solo, ou capacidade de carga – σr – do elemento de fundação (a sapata);

• Logo, a capacidade de carga do elemento de fundação é a tensão máxima que


provoca a ruptura do maciço de solo em que está embutido ou apoiado.

• O termo fundação direta se origina do fato de que a reação ao esforço aplicado no


topo do solo ocorre diretamente na base. (ver σ na figura anterior).
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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
MODOS DE RUPTURA (areias compactas a muito compactas, argilas rijas a muito rijas)

RUPTURA GENERALIZADA (GERAL) (solos mais resistentes, menos deformáveis)


• Mecanismo de ruptura bem definido, superfície contínua de deslizamento vai de um
bordo da fundação à superfície do terreno no bordo oposto;
• Brusca e catastrófica, levando ao tombamento;
• Durante o carregamento, ocorre o levantamento do solo em torno da fundação. Ao
atingir a ruptura, com baixos recalques, o movimento se dá de um único lado, levando ao
tombamento da sapata e à formação de considerável protuberância na superfície.

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
MODOS DE RUPTURA (areias pouco compactas a fofas, argilas moles a muito moles)

RUPTURA POR PUNCIONAMENTO (solos menos resistentes, mais deformáveis)


• Ao invés do tombamento, ocorre a penetração cada vez maior da sapata, comprimindo o
solo subjacente, possibilitada pelo cisalhamento vertical em torno do perímetro;
• Bem junto às bordas da sapata, observa-se a tendência do solo acompanhar o seu
recalque, apesar de em geral o solo fora da área carregada não participar do processo;
• Carga de ruptura é atingida para recalques mais elevados e, a partir deste valor de carga,
os recalques se tornam incessantes (podendo ou não haver necessidade de aumentar
continuamente a carga).

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
MODOS DE RUPTURA (areias medianamente compactas e argilas médias)

RUPTURA LOCALIZADA (solos de média compacidade ou consistência)


• Modelo de ruptura bem definido apenas imediatamente abaixo da fundação, consistindo
de uma cunha e de superfícies de deslizamento que se iniciam junto às sua bordas, como
no caso da ruptura generalizada;
• Tendência de empolamento no entorno da fundação, porém a compressão vertical sob a
fundação é significativa e as superfícies de deslizamento não atingem a superfície;
• Somente após deslocamento vertical da ordem de metade da largura ou diâmetro da
fundação, as superfícies de deslizamento poderão atingir a superfície do terreno.
• Não há tombamento, fundação fica embutida
no terreno e mobiliza camadas inferiores.
Transição entre os 2 tipos anteriores. 7
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
VESIC estabelece, para as areias,
MODOS DE RUPTURA – RESUMO as condições de ocorrência dos
modos de ruptura em função da
compacidade relativa e do
embutimento relativo da sapata
(h/B*). Com B*=2BL/(B+L)
Aumentando-se a profundidade
em areia de compacidade
intermediária, a ruptura local pode
passar por puncionamento e, em
areia de maior compacidade, a
ruptura geral pode se transformar
primeiro em local e, depois, em
puncionamento.
A partir de h/B*=4,5, ocorre
ruptura por puncionamento,
qualquer seja a compacidade da
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areia.
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
MECANISMOS: FUNÇÃO DA EXCENTRICIDADE E INCLINAÇÃO DA CARGA
• Os mecanismos descritos anteriormente são válidos para um carregamento vertical e
centrado. Outros tipos de carregamento podem ocorrer e são demonstrados abaixo.

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
TEORIA DE TERZAGHI
• 3 HIPÓTESES BÁSICAS:
• Sapata Corrida: L>>5B. Comprimento bem maior que largura. Problema bidimensional;
• Embutimento: h≤B. Embutimento inferior à largura. Despreza solo acima da base da sapata;
• Maciço de solo abaixo da sapata é rígido, pouco deformável: Problema de ruptura geral;

• Por simetria, ruptura pode ocorrer a partir do ponto B;


• Coesão c e ângulo de Atrito Φ são não drenados
• Peso específico γ, efetivo.
• BD e DE têm inclinação de (45º- Φ/2) com horizontal
• AC e BC medem α com a base da sapata

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
TEORIA DE TERZAGHI
FATOR DE CAPACIDADE DE CARGA PARA COESÃO:

FATOR DE CAPACIDADE DE CARGA PARA SOBREGARGA:

FATOR DE CAPACIDADE DE CARGA PARA PESO ESPECÍFICO:

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
TEORIA DE TERZAGHI
SUPERPOSIÇÃO DE EFEITOS:

Solução aproximada para a capacidade de carga do sistema SAPATA-SOLO.

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
TEORIA DE TERZAGHI
FATORES DE CORREÇÃO: FORMA DA SAPATA

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
TEORIA DE TERZAGHI
FATORES DE CORREÇÃO: RUPTURA POR PUNCIONAMENTO

PARA SOLOS COM RUPTURA POR PUNCIONAMENTO, TERZAGHI PROPÕE


A REDUÇÃO EMPÍRICA NOS PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA DO SOLO C E Φ:
• C*= 2 C/3
• tg ∅*=2tg Φ/3

Ajuste de 2/3 nos valores originais


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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
PROPOSIÇÃO DE VESIC
Vesic propõe adaptações à Teoria de Terzaghi:
• Novos Fatores de Capacidade de Carga;

• Novos Fatores de Forma;

• Nova proposição para ruptura por puncionamento.

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
PROPOSIÇÃO DE VESIC
FATORES DE CAPACIDADE DE CARGA:

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
PROPOSIÇÃO DE VESIC
FATORES DE CAPACIDADE FORMA (De Beer, 1967, apud Vesic, 1975):

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
PROPOSIÇÃO DE VESIC
RUPTURA GERAL: Formulação normal com fatores de capacidade de forma e carga
ajustados:

RUPTURA POR PUNCIONAMENTO: Solução através do Índice de Rigidez do Solo.


Para efeitos práticos, não haverá necessidade de cálculos mais aprimorados, pois
prevalecerá o critério de recalque, não o de ruptura. Para esta situação, adota-se a redução
de 2/3 para coesão e tg ∅, mas com os fatores de capacidade de carga e forma propostos
por Vesic.
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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
MÉTODO DE SKEMPTON
ARGILAS SATURADAS – CONDIÇÃO NÃO DRENADA (Φ=0)
• Nq=1 e N 𝛾=0 σr = c.Nc.Sc+q
• Sc = 1+0,2(B/L)
• Nc é função de h/B (embutimento
relativo da sapata no solo)

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
MÉTODO DE MEYERHOF
• Terzaghi despreza a resistência ao cisalhamento da camada de solo situada acima da cota
de apoio da sapata
• Meyerhof considera, não só a sobrecarga na camada de solo acima da base da sapata,
como também a resistência ao cisalhamento desta camada.
CARGA VERTICAL EXCENTRICA:
Meyerhof propõe que as dimensões reais da base da sapata (B,L) sejam substituídas, nos
cálculos de capacidade de carga, por valores fictícios (B´,´L´) conforme se segue:

ÁREA EFETIVA DE APOIO (A´=B´.L´) COM CENTRO DE GRAVIDADE


COINCIDENTE COM O PONTO DE APLICAÇÃO DE CARGA!

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
MÉTODO DE MEYERHOF

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
APLICAÇÕES COM SOLO ESTRATIFICADO
O BULBO DE TENSÕES
• Admite-se, de forma simplificada, que as tensões produzidas pelo elemento de
fundação se propaguem mediante inclinação 1:2 (27º com a vertical)
Para efeitos práticos de fundação, considera-se:
• Sapata Circular: Z=2B
• Sapata Quadrada: Z=2B
• Sapata Retangular: Z=3B
• Sapata Corrida: Z=4B
A superfície potencial de ruptura se desenvolve totalmente no
interior do bulbo de tensões.
Assim, para efeito de cálculo de capacidade de carga, não
importa a camada de solo que estiver abaixo da profundidade Z
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do bulbo.
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
APLICAÇÕES COM SOLO ESTRATIFICADO
O BULBO DE TENSÕES

JUSTIFICANDO A PROFUNDIDADE DO BULBO DE TENSÕES


NA SAPATA QUADRADA. 24
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
APLICAÇÕES COM SOLO ESTRATIFICADO
O BULBO DE TENSÕES
• Para efeito de parâmetros c, 𝜙 e 𝛾 do maciço de solo situado sob a base da sapata,
considera-se apenas a espessura atingida pelo bulbo de tensões;
• Se a camada dentro da profundidade Z for uma camada de mesmo solo, porém com
variações nesses parâmetros, deve-se determinar o valor médio de cada um dentro do
Bulbo de tensões, assim como a média NSPT, se for o caso.

COMO PROCEDER NO CASO DE DUAS CAMADAS DENTRO DA PROFUNDIDADE DO BULBO


DE TENSÕES? SOLO ESTRATIFICADO?

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
APLICAÇÕES COM SOLO ESTRATIFICADO
DUAS CAMADAS
Considere o Bulbo de pressões representado.
As duas camadas de solo representadas possuem
características de resistência e compressibilidade
diferentes, logo diferentes Parâmetros Geotécnicos.
O Bulbo de tensões atravessa as duas camadas.

Um procedimento prático será detalhado a seguir.

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
APLICAÇÕES COM SOLO ESTRATIFICADO
DUAS CAMADAS – PROCEDIMENTOS:
•Determina-se capacidade de carga considerando
apenas a primeira camada, σr1;
•Determina-se a capacidade de carga para uma sapata
fictícia apoiada no topo da segunda camada, σr2;
• Se a camada inferior for mais resistente, adotar a
capacidade do sistema igual a da camada 1;
•Se a camada inferior for menos resistente, adotar
solução prática aproximada a seguir.

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
APLICAÇÕES COM SOLO ESTRATIFICADO
DUAS CAMADAS – PROCEDIMENTOS:
• Obter a média ponderada das duas capacidades de carga, com a e b sendo as
alturas das camadas dentro do bulbo de tensões:

• Verificar ruptura da segunda camada antes: σr=σr1,2

• Caso negativo, reduzir a capacidade de carga do sistema:

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
INFLUÊNCIA DO NÍVEL D’ÁGUA
SOLOS ARENOSOS
• O peso específico diminui quando se satura areia seca;
• Capacidade de carga é proporcional ao peso específico 𝛾 ;
• N.A atravessando o Bulbo de tensões: reduz 𝛾 e quase não altera 𝜙;

Uma Sapata apoiada em areia saturada tem capacidade de carga


reduzida se comparada a outra apoiada sobre areia em condição não
saturada.

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
SOLOS COLAPSÍVEIS
• Solos não saturados, acima do NA., porosos com altos índices de vazios e baixo teor de
umidade são típicos representantes de solos colapsíveis, aqueles que sofrem colapso de
sua estrutura em ocasião de infiltração d´água em quantidade suficiente;
• Fundações diretas assentadas sobre solos colapsíveis podem bruscamente sofrer
recalque adicional de alta magnitude em virtude de chuvas intensas ou vazamento de
tubulações enterradas;
• Com baixo teor de umidade apresentam resistência aparente em função da pressão de
sucção existente em seus vazios, logo, quanto mais seco, maior a sucção e capacidade de
carga. Quanto mais úmido, menor a sucção e capacidade de carga, até o extremo do solo
inundado, sucção nula e mínima capacidade de carga.
• Valores de NSPT obtidos em solos colapsíveis em períodos secos são afetados pela sucção
matricial e tendem a ser menores em períodos chuvosos. 30
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
SOLOS COLAPSÍVEIS

CASO DE ESTUDO
SAPATAS CORRIDAS
DE 0,5 E 1,0m DE
LADO.

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
SOLOS COLAPSÍVEIS

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
PROVA DE CARGA EM PLACA
• Trata-se de método experimental, através de provas de carga em placa, NBR6489;
• Instalação de placa circular de aço, rígida, diâmetro 0,80m na mesma cota de
projeto da base das sapatas;
• Curva Tensão x Recalque: a) ruptura a 160KPa; b) tensões crescentes com
recalques, exigindo critério arbitrário para definição da ruptura: tensão
correspondente ao ponto em que o trecho final da curva se transforma em linha
reta não vertical. Arbitrado em 140Kpa.

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
FUNDAÇÕES POR TUBULÕES
Considere-se um tubulão com fuste de Diâmetro Df e base circular alargada com
Diâmetro Db, assentada no maciço de solo à profundidade h em relação à superfície
• A aplicação da força vertical de compressão P no seu topo mobiliza tensões
resistentes por atrito lateral ao longo do fuste e de tensões normais na base;
• Se não se levar em conta a parcela de atrito lateral, teremos a tensão média
normal à base:
σ=4P/πDb2
h
• O aumento gradativo da carga P e, consequentemente, da tensão σ, causará a
ruptura do maciço de solos sob a base do tubulão, em geral por puncionamento;
• Na eminência da ruptura, teremos a mobilização da resistência máxima do
maciço de solo, a capacidade de carga do elemento de fundação por tubulão, σr ;
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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
• A prática profissional brasileira de projeto de fundações por tubulões a céu aberto é
desconsiderar a resistência de atrito lateral, ou apenas o suficiente para equilibrar o peso
do tubulão;
• Em tubulões pneumáticos com camisa de concreto armado, moldada in loco, em que
pelo processo executivo o solo lateral fica descolado do fuste, essa parcela é nula;
• A inexistência de resistência lateral, mesmo que por mera hipótese de cálculo, justifica
que uma fundação por tubulões seja considerada fundação direta.
• Métodos teóricos de capacidade de carga não funcionam satisfatoriamente para
fundações por tubulões, como de resto para todas as fundações profundas.
• Portanto, a alternativa de utilização dos métodos semiempíricos, que veremos em
“tensões admissíveis para fundações diretas” é válida;
• A via experimental da prova de carga em placa, assentada na cota de apoio da base é
válida.
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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
PARÂMETROS DO SOLO
• Em solos saturados, principalmente argilas moles, parâmetros de resistência (coesão
e ângulo de atrito interno) dependem das condições de carregamento, variando do
não drenado (rápido) ao drenado (lento);
• Em termos de capacidade de carga de fundações, geralmente predomina a condição
não drenada, pois a capacidade de carga tende a aumentar com a dissipação das
pressões neutras;
COESÃO
• Portanto, utilizar os valores não drenados de coesão e ângulo de atrito (c e Φ) é usual.
(c’ e Φ’), efetivos, comprovam o acréscimo de capacidade de carga com o tempo.
• Estimativa da Coesão não drenada: Teixeira e Godoy (1996) sugerem c=10NSPT. (Kpa)

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
PARÂMETROS DO SOLO
ÂNGULO DE ATRITO
• Mello (1971) propõe correlações estatísticas entre
os pares de ( σv ;NSPT ) e os prováveis valores de Φ
(não drenado);

Ainda para condição não drenada, mais correlações:


• Godoy (1983): Φ=28°+0,4.NSPT
• Teixeira (1996): Φ=(20 NSPT)1/2 + 15°
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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
PARÂMETROS DO SOLO
PESO ESPECÍFICO
• Se não há ensaios de laboratórios disponíveis, adota-se o peso específico a partir dos
valores propostos por Godoy (1972), em função da consistência da argila e da
compacidade da areia

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
1) Estimar a capacidade de carga de um elemento de fundação por sapata com as
seguintes condições de solo e valores médios no bulbo de tensões:

a) Argila rija com NSPT = 15


b) Areia compacta com NSPT = 30
c) Areia argilosa com Φ=25° e c=50Kpa
(valores não drenados)

Solução através da equação de Terzaghi com proposição de Vesic


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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
a) Argila rija com NSPT = 15
NSPT = 15 → Argila rija → OK!
Argila rija → Ruptura geral!

Argilas → Φ=0 → →

Sc Sq S𝜸
→ Sc=1+(2/3).0,2=1,13
→ Sq=1+(2/3).0=1
NSPT = 15 → c= 10x15=150Kpa
NSPT consistência 𝜸 𝝈r=c.Nc.Sc + q.Nq.Sq = 150.5,14.1,13+19.1.1
h=1m → q= 19.1=19Kpa
𝝈r= 890KPa = 0,89MPa 40
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
b) Areia compacta com NSPT = 30
NSPT = 30 → Areia Compacta → OK!
Areia Compacta→ Ruptura geral!
NSPT=30 → Φ=28°+0,4.30=40°
Φ =40° →

Sc Sq S𝜸
→ Sq =1+(2/3).0,84=1,56
→ S 𝜸 =1-0,4.(2/3)=0,73
NSPT compacidade 𝜸 𝜸=18KN/m3 𝝈r=q.Nq.Sq +1/2 𝜸 BN´ 𝜸 S 𝜸 =
𝜸𝒔𝒂𝒕=21KN/m3
Abaixo do NA: 18.64,20.1,56+0,5.11.2.109,41.0,73
h=1m → q= 18.1=18Kpa 𝜸´=21-10=11KN/m3𝝈 = 2681KPa = 2,68MPa
r 41
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
c) Areia Argilosa. Caso de solo sem
definição de compacidade/consistência,
parâmetros de solo c-Φ. Utiliza-se Ábaco
ao lado. C=50KPa; Φ=25° → Ruptura Geral!

Sc Sq S𝜸 → Sc =1+(2/3).0,51=1,34
→ Sq =1+(2/3).0,47=1,31
Ruptura é geral, consistência é compacta → S 𝜸 =1-0,4.(2/3)= 0,73
NSPT compacidade 𝜸 𝜸=18KN/m3 𝝈r=50.20,72.1,34+18.10,66.1,31+
𝜸𝒔𝒂𝒕=21KN/m3
Abaixo do NA: 0,5.11.2.10,88.0,73=1726KPa
h=1m → q= 18.1=18Kpa 𝜸´=21-10=11KN/3 𝝈r= 1,73 MPa 42
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
a) Argila mole com NSPT = 4
NSPT = 4 → Argila mole → OK!
Argila mole → Ruptura por puncionamento!

Argilas → Φ=0 → →

Sc Sq S𝜸
→ Sc=1+(2/3).0,2=1,13
→ Sq=1+(2/3).0=1
NSPT = 4 → c= 10x4=40Kpa; c*=(2/3)*40=27KPa
NSPT consistência 𝜸 𝝈 =c*.Nc.Sc + q.Nq.Sq = 27.5,14.1,13+15.1.1
r

h=1m → q= 15.1=15Kpa
𝝈r= 172KPa = 0,17MPa 44
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
b) Areia pouco compacta com NSPT = 6
NSPT = 6 → Areia pouco Compacta → OK!
Areia pouco Compacta→Puncionamento!
NSPT=6 → Φ=28°+0,4.6=30°
→ tgΦ*= (2/3)tg 30 = 0,38 → Φ*≅ 21°
Φ =21° →
Sc Sq S𝜸
→ Sq =1+(2/3).0,38=1,56
→ S 𝜸 =1-0,4.(2/3)=0,73
NSPT compacidade 𝜸 𝜸=16KN/m3
𝜸𝒔𝒂𝒕=19KN/m3
𝝈r=q.Nq.Sq +1/2 𝜸 BN´ 𝜸 S 𝜸 =
Abaixo do NA: 16.7,07.1,25+(9/2).2.6,2.0,73
h=1m → q= 16.1=16Kpa 𝜸´=19-10=9KN/m3 𝝈r= 182KPa = 0,18MPa 45
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
c) Areia Argilosa. Caso de solo sem
definição de compacidade/consistência,
parâmetros de solo c-Φ. Utiliza-se Ábaco
ao lado. C=10KPa; Φ=20° → Puncionamento!
→ → tgΦ*=(2/3)tg 20=0,24
c*=2/3c=7KPa Φ*=13°
Sc Sq S𝜸 → Sc =1+(2/3).0,33=1,22
→ Sq =1+(2/3).0,36=1,16
→ S 𝜸 =1-0,4.(2/3)= 0,73
Areia Argilosa, ruptura por puncionamento 𝜸=18KN/m3
𝜸 𝝈r=7.9,81.1,22+16.3,26.1,16+
𝜸 =21KN/m3
𝒔𝒂𝒕
Abaixo do NA: 0,5.9.2.1,97.0,73=157KPa
h=1m → q= 16.1=16Kpa 𝜸´=19-10=9KN/m3 𝝈r= 0,16 MPa 46
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS

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CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
a) Argila média com NSPT = 8
NSPT = 8 → Argila média → OK!
Argila média → Ruptura Local! Na ruptura local não há solução específica então calcula-se as
hipóteses de ruptura geral e por puncionamento em separado e calcula-se a média.
RUPTURA GERAL
Argilas → Φ=0 → →
Sc Sq S𝜸
→ Sc=1+(2/3).0,2=1,13
→ Sq=1+(2/3).0=1
NSPT = 8 → c= 10x8=80Kpa;
NSPT consistência 𝜸 𝝈r=c.Nc.Sc + q.Nq.Sq = 80.5,14.1,13+17.1.1
h=1m → q= 17.1=17Kpa 𝝈r= 482KPa = 0,48MPa 48
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
a) Argila média com NSPT = 8
PUNCIONAMENTO
Argilas → Φ*=0 →

MÉDIA: 0,48+0,32 = 0,40MPa


Sc Sq S𝜸
2
→ Sc=1+(2/3).0,2=1,13
→ Sq=1+(2/3).0=1
NSPT = 8 → c= 10x8=80Kpa → c*=(2/3)80=53KPa
NSPT consistência 𝜸 𝝈r=c.Nc.Sc + q.Nq.Sq = 53.5,14.1,13+17.1.1
𝝈r= 325KPa = 0,32MPa
h=1m → q= 17.1=17Kpa 49
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
b) Areia Medianamente Compacta com NSPT = 12
NSPT = 12 → Areia Medianamente Compacta → OK!
Areia Medianamente Compacta→ Ruptura local!
RUPTURA GERAL
NSPT=12 → Φ=28°+0,4.12=33°; c=0.
Φ =33° →
Sc Sq S𝜸
→ Sq =1+(2/3).0,65=1,43
→ S 𝜸 =1-0,4.(2/3)=0,73
NSPT compacidade 𝜸 𝜸=17KN/m3
𝜸𝒔𝒂𝒕=20KN/m3 𝝈r=q.Nq.Sq +1/2 𝜸 BN´ 𝜸 S 𝜸 =
h=1m → q= 17.1=17Kpa Abaixo do NA: 17.26,09.1,43+0,5.10.2.35,19.0,73
𝜸´=20-10=10KN/m3
𝝈r= 891KPa = 0,89MPa 50
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
b) Areia Medianamente Compacta com NSPT = 12
PUNCIONAMENTO
tgΦ*=2/3 tg33° = (2/3).0,62=0,42; c=0.
Φ*=23° →
Sc Sq S𝜸
→ Sq =1+(2/3).0,43=1,29
→ S 𝜸 =1-0,4.(2/3)=0,73
NSPT compacidade 𝜸 𝜸=17KN/m3
𝜸𝒔𝒂𝒕=20KN/m3 𝝈r=q.Nq.Sq +1/2 𝜸 BN´ 𝜸 S 𝜸 =
h=1m → q= 17.1=17Kpa
Abaixo do NA: 17.8,66.1,29+0,5.10.2.8,2.0,73
𝜸´=20-10=10KN/m3
𝝈r= 250KPa = 0,25MPa
MÉDIA = 0,89+0,25 = 0,57MPa
2
51
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
c) Argila Arenosa. Caso de solo sem
definição de compacidade/consistência,
parâmetros de solo c-Φ. Utiliza-se Ábaco
ao lado. C=40KPa; Φ=20° → Ruptura Local! Calcula-se as duas hipóteses de ruptura e tira-se a média.
RUPTURA GERAL Φ=20 →
Sc Sq S𝜸 → Sc =1+(2/3).0,43=1,29
→ Sq =1+(2/3).0,36=1,24
→ S 𝜸 =1-0,4.(2/3)= 0,73
Argila Arenosa, ruptura geral: arbitrado: 20KN/m3
NSPT compacidade 𝜸 𝜸=18KN/3
Abaixo do NA:
𝝈r=40.14,83.1,29+20.6,40.1,24
𝜸´=20-10=10KN/3 +0,5.10.2.5,39.0,73=963KPa
h=1m → q= 20.1=20Kpa 𝝈r= 0,96 MPa 52
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
c) Argila Arenosa. C=40KPa; Φ=20°
PUNCIONAMENTO

tg Φ*=2/3 tg 20°=0,24 → Φ=13°


C=(2/3).40=27KPa MÉDIA=0,96+0,38=0,67
Sc Sq S𝜸 → Sc =1+(2/3).0,33=1,22 2
→ Sq =1+(2/3).0,24=1,16
→ S 𝜸 =1-0,4.(2/3)= 0,73
Argila Arenosa, puncionamento: arbitrado: 14KN/m3
NSPT compacidade 𝜸 𝜸=14KN/3
Abaixo do NA:
𝝈r=27.9,81.1,22+14.3,26.1,16+
𝜸´=14-10=4KN/3 0,5.4.2.1,97.0,73=382KPa
h=1m → q= 14.1=14Kpa 𝝈r= 0,38 MPa 53
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
COMPARATIVO CAPACIDADE DE CARGA EXERCÍCIOS 1 A 3

• Compare e relacione os valores de capacidade de carga com as rupturas específicas.


• Quanto esta capacidade de carga representa? É suficiente?
• Parecem cargas suficientes. Porém fica a pergunta: Qual o risco existente ao não se verificar corretamente os parâmetros geotécnicos
do solo?

• O cálculo da fundação direta termina ai? Esse cálculo é suficiente?


A próxima aula esclarecerá o conceito de tensões admissíveis!
54
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS

a) -5m (dentro do bulbo de tensões)


Bulbo de pressões na sapata: z=2B=6m, apenas areia compacta!
→ 𝛾=18KN/m3
→ 𝛾sat=21KN/m3
𝛾´med=4.18+2.(21-10)=15,7KN/m3. Areia compacta, ruptura geral. Para areias, c=0. Dado: Φ=38°
4+2

Sc Sq S𝜸
→ Sq =1+0,78=1,78 𝝈r=18.48,93.1,78+0,5.15,7.3.78,03.0,60
→ S 𝜸 =0,60 𝝈r =2670KPa = 2,67 MPa
h=1m; q=18.1=18KPa 55
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS

b) -7m (limite inferior do bulbo de tensões)


Bulbo de pressões na sapata: z=2B=6m, apenas areia compacta!
→ 𝛾=18KN/m3
→ 𝛾sat=21KN/m3
Areia compacta, ruptura geral. Para areias, c=0. Dado: Φ=38°

Sc Sq S𝜸
→ Sq =1+0,78=1,78
𝝈r=18.48,93.1,78+0,5.18.3.78,03.0,60
→ S 𝜸 =0,60
𝝈r =2832KPa = 2,83MPa
h=1m; q=18.1=18KPa
56
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS

b) -7m (limite inferior do bulbo de tensões)


Bulbo de pressões na sapata: z=2B=6m, apenas areia compacta!
→ 𝛾=18KN/m3
→ 𝛾sat=21KN/m3
Areia compacta, ruptura geral. Para areias, c=0. Dado: Φ=38°
Abaixo do NA: 𝛾´=21-10=11KN/m3
Sc Sq S𝜸

→ Sq =1+0,78=1,78 𝝈r=18.48,93.1,78+0,5.11.3.78,03.0,60
𝝈r =2340KPa = 2,34MPa
h=1m; q=18.1=18KPa → S 𝜸 =0,60
57
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS

58
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
Calcula-se a capacidade de carga
considerando apenas a primeira camada. Areia Compacta: Ruptura Geral,
coesão=0 , Φ=38°

h=1m; q=18.1KPa : 𝝈r1=18.48,93.1,78+0,5.18.3.78,03.0,60=2832KPa= 2,83MPa


Agora, considera-se uma sapata fictícia no topo da segunda camada, na condição de argila rija: Ruptura Geral!
Argilas: Φ=0 → Sc =1+0,20=1,20
Nspt=15; c=150 KPa → S𝒒 = 1+0=1,00
h= 5m → q=18.5=90KPa 𝝈r2=150.5,14.1,20+90.1.1 = 1015KPa = 1,01MPa 𝝈r1= 2,83MPa>𝝈r2=1,01MPa
Calcula-se, portanto, a média ponderada = (4.2,83+2.1,01)/(4+2)=2,22MPa
Parcela propagada 𝜟𝝈 da tensão até topo da segunda camada = 2,22.3.3/(3+4)(3+4)=0,41MPa
𝜟𝝈=0,41MPa <𝝈r2 =1,01MPa →OK! Logo, Cap. Carga do sistema é a própria Cap. Carga média no bulbo.
𝝈r = 𝝈r1,2 =2,22MPa 59
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
Calcula-se a capacidade de carga
considerando apenas a primeira camada. Areia Compacta: Ruptura Geral,
coesão=0 , Φ=38°

h=1m; q=18.1KPa : 𝝈r1=18.48,93.1,78+0,5.18.3.78,03.0,60=2832KPa= 2,83MPa


Agora, considera-se a sapata fictícia no topo da segunda camada, na condição argila mole: Puncionamento!
Argilas: Φ=0 ; Nspt=4; c=40 KPa → Sc =1+0,20=1,20
c*=(2/3)40=27KPa → S𝒒 = 1+0=1,00
h= 5m → q=18.5=90KPa 𝝈r2=27.5,14.1,20+90.1.1 = 257KPa = 0,26MPa 𝝈r1= 2,83MPa>𝝈r2=0,26MPa
Calcula-se, portanto, a média ponderada = (4.2,83+2.0,26)/(4+2)=1,97 MPa
Parcela propagada da tensão até topo da segunda camada = 1,97.3.3/(3+4)(3+4)=0,36MPa
𝜟𝝈=0,36MPa >𝝈r2 =0,26MPa → É necessário reduzir a capacidade de carga média, de forma a que o valor
propagado 𝜟𝝈 não ultrapasse 𝝈r2 , assim: 𝝈 = 𝝈 .𝝈 =1,97.0,26/0,36 = 1,42 MPa 60
r r1,2 r2/𝜟𝝈
CAPACIDADE DE CARGA DE
FUNDAÇÕES DIRETAS
COMPARATIVO CAPACIDADE DE CARGA EXERCÍCIOS 1 A 3

NESSE EXEMPLO, A MUDANÇA DE ARGILA RIJA PARA ARGILA MOLE NA CAMADA


INFERIOR REDUZ A CAPACIDADE DE CARGA EM 36%,OU SEJA POUCO MAIS DE UM
TERÇO DA CAPACIDADE DE CARGA DO ELEMENTO DE FUNDAÇÃO É REDUZIDO EM
FUNÇÃO DA ALTERAÇÃO DE ARGILA RIJA PARA ARGILA MOLE NA CAMADA
INFERIOR.
Amplia-se a pergunta: Qual o TAMANHO DO RISCO existente ao não
se verificar corretamente os parâmetros geotécnicos do solo?
Verificar a camada superior significa compreender a camada inferior?
61
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
• A capacidade de carga de um elemento isolado de fundação direta representa o valor de
tensão que provoca a ruptura do maciço de solo em que a mesma está embutida;
• Se considerarmos todos os elementos isolados de fundação direta da obra, a capacidade de
carga não será constante, inclusive por conta das variações pontuais do maciço de solo;
• Com diferentes valores de capacidade de carga, adota-se o valor médio, (σr med), como
valor representativo para a fundação;
• NBR 6122/2010 – “Dependendo das características geológicas e das dimensões do
terreno, pode ser necessário dividi-lo em regiões representativas que apresentem
pequena variabilidade nas suas características geotécnicas” – Logo, em vez de valor médio
de capacidade de carga para toda a obra, teremos o valor médio de cada região específica;
• Conhecida a tensão média de ruptura (obra ou cada região específica), deve-se estabelecer
a fração desde valor que poderá atuar no solo com segurança: TENSÃO ADMISSÍVEL
62
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
Tensão admissível: σa ≤ σr med
FS
• FS é número normatizado maior do que 1 chamado FATOR DE SEGURANÇA GLOBAL, ou
simplesmente, fator de segurança;
• Na prática adota-se σr para o valor médio de capacidade de carga e define-se:
TENSÃO ADMISSÍVEL: σa ≤ σr
FS
• O próximo passo é determinar os recalques. Se a tensão admissível levar a recalques
superiores ao valor previamente estabelecido, deverá ter o valor reduzido até o limite de
recalque admissível. σa ρ ≤ ρa

63
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
TENSÃO ADMISSÍVEL, SEGUNDO A NBR – 6122/2010
“Tensão adotada em projeto que, aplicada ao terreno pela fundação superficial ou pela
base do tubulão, atende com coeficientes de segurança predeterminados, aos estados-
limites últimos (ruptura) e de serviço (recalques, vibrações, etc.)”

“A grandeza fundamental para o projeto de fundações diretas é a determinação da


tensão admissível, se o projeto for feito considerando coeficiente de segurança global.”

“Deve obedecer simultaneamente aos estados-limites últimos (ELU) e de serviço (ELS),


para cada elemento de fundação isolado e para o conjunto”.

64
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
TENSÃO ADMISSÍVEL, SEGUNDO A NBR – 6122/2010

“PARA O CASO DE PROJETO DE FUNDAÇÕES SER DESENVOLVIDO EM TERMOS DE


FATOR DE SEGURANÇA GLOBAL, DEVEM SER SOLICITADOS AO PROJETISTA
ESTRUTURAL OS VALORES DOS COEFICIENTES PELOS QUAIS AS SOLICITAÇÕES EM
TERMOS DE PROJETO DEVEM SER DIVIDIDAS, EM CADA CASO, PARA REDUZÍ-LAS
ÀS SOLICITAÇÕES CARACTERÍSTICAS.”

65
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
ASPECTOS DE PROJETO
Determinada a tensão admissível da fundação e conhecida a força vertical Pi – não
majorada ɣf – que cada pilar aplica no topo da fundação, calcula-se a área da base
(Ab) necessária: Pi ≤ σa Ab ≥ Pi , a menos do peso próprio (NBR6122, 5.6).
Ab σa
Assim como a capacidade de carga e o recalque, a tensão admissível depende das
dimensões da base que, por sua vez, como acabamos de ver, também depende da
tensão admissível.
Esse impasse é resolvido com a adoção de uma faixa de largura B para bases
quadradas ou diâmetro Db para as circulares e construir gráficos de σa em função
dos comprimentos. A análise dos gráficos definirá o valor de σa para todo o projeto
ou para cada região específica.
A tensão admissível também depende dos parâmetros do solo e da cota da base. 66
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
FUNDAÇÕES POR SAPATAS – NBR 6122

• Determinação da tensão admissível em fundações por sapatas, a partir do ELU: Métodos


Teóricos, Métodos Semi-Empíricos, Prova de carga em placa;

• Verificação do ELS: A Tensão Admissível representa o valor máximo de tensão aplicada ao


terreno que atenda às limitações de recalque ou deformação da estrutura;

67
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
MÉTODOS TEÓRICOS (item 7.3.2 NBR 6122 2010)
“Podem ser empregados métodos analíticos (teoria de capacidade de carga) nos domínios
de validade de sua aplicação, que contemplam todas as particularidades do projeto,
inclusive a natureza do carregamento (drenado ou não drenado)”

• FATOR DE SEGURANÇA GLOBAL: 3,0


• Cálculo do valor médio da capacidade de carga (σr) pela fórmula de Terzaghi, com os
fatores sugeridos por Vesic, aplicando o fator de segurança.

σa ≤ σr
3
68
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS (item 7.3.3 NBR 6122 2010)

“São métodos que relacionam resultados de ensaios (SPT, CPT, etc.) com
tensões admissíveis ou tensões resistentes de projeto. Devem ser observados
os domínios de validade de suas aplicações, bem como as dispersões dos
dados e as limitações regionais associadas a cada um dos métodos.”
NBR 6122:2010

Na ausência de prova de cargas, O fator de segurança global indicado pela


NBR 6122:2010 é igual a 3 (item 6.2.1.1.1), como nos métodos teóricos.
69
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS (item 7.3.3 NBR 6122 2010)

As CORRELAÇÕES consagradas na prática do projeto de fundações diretas fornecem


diretamente o valor da tensão admissível, com segurança implícita, o que dispensa a
aplicação do fator de segurança.

Mello (1975, p.61), por sua vez, alerta que “é preciso analisar a origem e a
validade de tais formulários de bolso antes de passar a aplicá-los
inconscientemente e mesmo prejudicialmente em condições que extravasam
do campo experimental do qual decorreram.”

70
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS (item 7.3.3 NBR 6122 2010)
CORRELAÇÕES COM SPT
Fundações diretas por sapatas:

• N é o valor médio no bulbo de tensões


• 5 ≤ NSPT ≤ 20
• Pode-se adicionar a parcela q referente a sobrecarga.

71
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS (item 7.3.3 NBR 6122 2010)
CORRELAÇÕES COM SPT
Mello (1975):

• Sem distinção de solo;


• 4 ≤ NSPT ≤ 16

72
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS (item 7.3.3 NBR 6122 2010)
CORRELAÇÕES COM CPT
Teixeira (1996):

• Sapatas quadradas de lado B e h = 1,5m;


• Areia com peso específico de 18 kN/m³;
• Ângulo de atrito igual a (20NSPT)1/2 + 15°
• Fator de segurança igual a 3.
73
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS (item 7.3.3 NBR 6122 2010)
CORRELAÇÕES COM CPT
Teixeira e Godoy (1996):

• qc é o valor médio no bulbo de tensões, e deve ser maior ou igual a 1,5MPa.

74
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
PROVA DE CARGA EM PLACA (item 7.3.1 NBR 6122 2010)

“Ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR 6489, cujos


resultados devem ser interpretados de modo a considerar a relação
modelo protótipo (efeito de escala), bem como as camadas
influenciadas de solo.”
NBR 6122:2010

75
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
PROVA DE CARGA EM PLACA (item 7.3.1 NBR 6122 2010)
• Procura reproduzir o comportamento da solicitação de uma fundação;

• Instalação de uma placa circular rígida de aço com diâmetro de 0,80m na mesma
cota de projeto da base das sapatas, e aplicação de carga, em estágios, com
medida simultânea dos recalques;

• A Norma menciona a possibilidade de redução do FS de 3,0 para 2,0 nos


métodos analíticos e semi-empíricos sempre que houver “duas ou mais provas
de carga necessariamente executadas na fase de projeto.”

76
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
PROVA DE CARGA EM PLACA (item 7.3.1 NBR 6122 2010)
• Resultado do ensaio é Curva tensão x recalque.

• É importante conhecer o perfil do solo para evitar interpretações erradas;

• Camadas compressíveis podem mascarar o resultado.

77
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
PROVA DE CARGA EM PLACA (item 7.3.1 NBR 6122 2010)

• - Tensão aproximada: 160KPa;


• - Ruptura bem definida;
• - Tensão admissível (2 ensaios na fase de projeto): 80KPa;
- Tensão admissível (1 ensaio na fase de projeto): 53KPa.

• - Ruptura não definida: Tensão definida como ponto em que o
trecho final se transforma em uma reta (Terzaghi, 1942;
• - Tensão aproximada: 140KPa

78
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
RECALQUES
“As tensões admissíveis devem também atender ao estado-limite de serviço”, de acordo
com o item7.4 da NBR 6122/2010

Desta forma, “a tensão admissível é o valor máximo da tensão aplicada ao terreno que
atenda às limitações de recalque ou deformação da estrutura”.

• Para o valor da tensão admissível dos dois primeiros procedimentos (teórico ou semi-
empírico), devemos calcular o recalque correspondente, através dos métodos analíticos
que serão estudados na AULA 9. Caso necessário reduzir tensão admissível para que
recalque admissível não seja ultrapassado.
• Para ensaio de placa, verificar se o recalque extrapolado da placa não atinja o valor do
recalque admissível.
79
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
FUNDAÇÕES POR TUBULÕES
• Assim como para as fundações por sapatas, a tensão admissível em fundações por
tubulões deve atender o ELU e o ELS.
• MÉTODOS TEÓRICOS: σa ≤ σr/3 (idêntico às sapatas)
• MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS:
SPT (idêntico às sapatas)
• N é o valor médio no bulbo de tensões
• 5 ≤ NSPT ≤ 20
• No caso dos tubulões, a parcela q referente a sobrecarga, se torna significativa.
• Alonso propõe a redução do denominador de 50 para 30 em função do efeito do
embutimento da fundação no aumento da tensão admissível, com 6 ≤ NSPT ≤ 18:
σadm= NSPT/30 (Mpa)
80
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
FUNDAÇÕES POR TUBULÕES
• CPT
• A partir da resistência de ponta (qc) do CPT para ensaios conduzidos até, pelo menos,
4m abaixo da cota de apoio dos tubulões, e desde que não haja camadas moles mais
profundas, Costa Nunes e Vellosos (1960) apresentam a seguinte correlação para
tensão admissível:
σa = qc/6a8
• Limitar qc ≤ 10MPa;
• Fator a não é objetivo, não diferencia entre areia e argila e deve ser definido a cada
caso;
• Pouca precisão!

81
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
FUNDAÇÕES POR TUBULÕES
TUBULÕES COMO ESTACAS ESCAVADAS
Utilização dos métodos semi-empíricos para cálculo da capacidade de carga de fundações
por estacas, considerando apenas a parcela de resistência de ponta (base) para a tensão e
aplicando Fator de Segurança.
MÉTODO AOKI-VELLOSO σr=qc/F1
σr=KNspt/F1
• qc e Nspt são resistência de ponta do ensaio de cone e o índice
de resistência à penetração do SPT à cota da base do tubulão;
• F1 é um fator de transformação adimensional, igual a 3;
• K é coeficiente para tipos de solos;
• TENSÃO ADMISSÍVEL: σa ≤ σr/3
82
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
FUNDAÇÕES POR TUBULÕES
TUBULÕES COMO ESTACAS ESCAVADAS
Utilização dos métodos semi-empíricos para cálculo da capacidade de carga de fundações
por estacas, considerando apenas a parcela de resistência de ponta (base) para a tensão e
aplicando Fator de Segurança.
DECOURT-QUARESMA σr=αCNp

• α é fator de redução
• C é coeficiente característico do solo;
• Np é valor médio do Nspt na base da estaca em 3 posições
(cota da base, imediatamente inferior e imediatamente superior)
• TENSÃO ADMISSÍVEL: σa ≤ σr/4
83
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
FUNDAÇÕES POR TUBULÕES
TUBULÕES COMO ESTACAS ESCAVADAS
PROVAS DE CARGA EM PLACAS

Provas de carga em placa podem ser utilizadas, desde que a cota de apoio seja a mesma
prevista para a base dos tubulões. A análise dos resultados desse ensaio é idêntica para as
fundações por sapatas, porém a dificuldade de realizar o ensaio a tantos metros de
profundidade explica o fato de raramente serem utilizadas para tubulões.

84
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
EXERCÍCIOS
Considerando a curva tensão x recalque da Figura, obtida em prova de carga em placa na
argila porosa em São Paulo, determinar a tensão admissível para fundações por sapatas
quadradas de 2,10m a 4,2m de largura, adotando o recalque admissível de 40mm.

Esse é o mesmo gráfico visto na apresentação para provas de carga em placas, em que identificamos s
ruptura nítida para cerca de 160KPa, isto é, a tendência de verticalização da curva carga x recalque para esse
valor de tensão. Assim, considerando FS=2, temos:
σr=160KPa, logo: σa =160/2=80KPa , que representa um recalque na placa de 3,2mm.
A extrapolação do recalque, considerando que nas argilas vale a proporcionalidade direta entre as
dimensões da placa e da sapata: 𝜌f=n. 𝜌p com n=Bf/Bp
Assim, para a placa quadrada de área equivalente à da norma (0,5m2) temos Bp=0,70m e, para sapatas
maiores, Bf=4,2m (dado do problema), logo: n=4,2/0,7=6 e o recalque fica 𝜌f=6.3,2=19,2mm <40mm (dado), o
que confirma a tensão admissível de σa =80KPa.
Proporcionalmente, em todas as sapatas de Bf=2,10m a 4,20m, o n varia de 3 a 6 e o recalque, entre 9,6 e 19,2mm.
85
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
• EXERCÍCIOS

Uma vez que haverá uma escavação em toda área de construção


com profundidade próxima a 3m para execução do subsolo, estes
3m não serão considerados para efeito de embutimento nem de
sobrecarga.
Utilizaremos os métodos teórico e semi-empírico para calcular a
tensão admissível para B= 1, 2 e 3m, depois traçaremos os gráficos
ρa x B para dotar a tensão admissível de projeto. Por fim, será
verificado o recalque admissível. 86
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
• EXERCÍCIOS

Método Teórico
Relembrando, para sapatas quadradas: Z=2B: B=1m; Z=2m; Areia: c=0;

O NA se encontra a menos de 1m da base da sapata. Por simplificação e a favor


Da segurança, será considerado à cota -4,0m.
• Intervalo -3m a -4m: argila siltosa, pouco arenosa, adotado NSPT=6, primeiro valor acima de argila mole (por segurança);
logo, ɣ=17 KN/m3 e q=1.17=17KPa
• Intervalo -4m a -6m: areia fina e média pouco argilosa variegada, adotado NSPT=20, ɣsat=21KN/ m3 , ɣ=21-10=11KN/m3
Φ=28+0,4.Nspt=28+0,4.20=36°
B=L Sq=1,73; Sɣ=0,60
σr =17.37,75.1,73+0,5.11.1.56,31.0,6= 1296KPa. P/FS=3: σr =0,43MPa
87
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
• EXERCÍCIOS

Método Teórico
Relembrando, para sapatas quadradas: Z=2B: B=2m; Z=4m; Areia: c=0;
Nessa condição, temos 2 camadas. O NA se encontra
a menos de 1m da base da sapata. Por simplificação e
a favor da segurança, será considerado à cota -4,0m.
• Areia: -4m a -6m: σr1 =17.37,75.1,73+0,5.11.2.56,31.0,6= 1482KPa = 1,48MPa
• Argila: -6m a -8m: argila siltosa, pouco arenosa, adotado NSPT pouco maior que a primeira camada argilosa, adotado 8
a ruptura para argilas médias é local. Para ruptura local, faz-se a média das coesões para ruptura geral
e puncionamento. Geral: c=10.8=80KPa; Puncionamento: c=2/3.80=53KPa. cmed=66KPa.
Para suporte da segunda camada, temos: argila, Φ=0°. q=17.1+11.2=39KPa. Logo,
Sc=1,20 σr2 =66.5,14.1,2+39.1.1=466KPa
Sq=1,00 σr2 = 0,45MPa.
σr1 =1,48> σr2 =0,45. Média= (0,45+1,48)/2=0,96MPa . Parcela Propagada: Δσ≈0,96.2.2/(2+2).(2+2) = 0,24MPa. 88
Δσ=0,24MPa< σr2 =0,45MPa OK! Cap. Carga Sistema= Cap. Média Bulbo Tensões = σr12 = 0,96MPa. Com FS=3, σa = 0,32 MPa
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
• EXERCÍCIOS

Método Teórico
Relembrando, para sapatas quadradas: Z=2B: B=3m; Z=6m; Areia: c=0;
Nessa condição, temos 2 camadas. O NA se encontra
a menos de 1m da base da sapata. Por simplificação e
a favor da segurança, será considerado à cota -4,0m.
• Areia: -4m a -6m: σr1 =17.37,75.1,73+0,5.11.3.56,31.0,6= 1668KPa = 1,67MPa
•Argila: -6m a -10m: argila siltosa, pouco arenosa, adotado NSPT pouco maior que a anteriormente calculado, em função da
maior compactação (maior profuncidade), adotado NSPT =10, a ruptura para argilas médias é local. Para ruptura média, média
das coesões para ruptura geral e local. Geral: c=10.10=100KPa; Puncionam.: c=2/3.100=67KPa. cmed=83KPa.
Para suporte da segunda camada, temos: argila, Φ=0°. q=17.1+11.2=39KPa. Logo,
Sc=1,20 σr2 =83.5,14.1,2+39.1.1=551KPa
Sq=1,00 σr2 = 0,55MPa.
σr1 =1,67> σr2 =0,55. Média= σr12 = (2.1,67+4.0,55)/(2+4)=0,92MPa . Parcela Propagada: Δσ≈0,96.3.3/(3+2).(3+2) = 0,35MPa.
89
Δσ=0,35MPa< σr2 =0,55MPa OK! Cap. Carga Sistema= Cap. Média Bulbo Tensões = σr12 = 0,92MPa. Com FS=3, σa = 0,31 MPa
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
• EXERCÍCIOS

Observação, antes de continuar a resolução.

Observar que aumentar a base da sapata não significou aumentar a


capacidade de carga do sistema. Por quê?
Quando se aumenta a base da fundação direta, aumenta-se também a profundidade do
Bulbo de tensões. Se este aumento de profundidade coincidir com a mudança para uma
camada menos resistente, pode-se ter uma redução da capacidade de suporte do
sistema sapata-solo. Quando o bulbo passou a abranger camada de areia e argila
reduzimos quase 25% da capacidade de carga do sistema sapata-solo.
Mais uma vez a pergunta: Vale a pena abrir mão de um mínimo de investigação
geotécnica???? Vale a pena correr o risco? 90
TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO PARA
FUNDAÇÕES DIRETAS
• EXERCÍCIOS

Método Semiempírico
σa =NSPT+q (Mpa) 5≤NSPT≤20
50 Análise Gráfica σa x B
Valor médio de NSPT no bulbo de tensões Faremos duas curvas com base nos valores calculados pelos
• B=1m (bulbo de -4m a -6m) NSPT med =(18+22)/2=20 métodos teórico e semiempírico
q=17KPa≅0,02MPa
σa =20/50 +0,02 = 0,42MPa
• B=2m (bulbo de -4m a -8m) NSPT med =14 (2*20+2*8,5)/4 A análise conjunta
q=17KPa≅0,02MPa dos gráficos recomenda
σa =14/50 +0,02 = 0,30MPa adoção do valor
• B=3m (bulbo de -4m a -6m) NSPT med =13 (2*20+4*10)/6) σa = 0,30MPa
q=17KPa≅0,02MPa
σa =13/50 +0,02 = 0,28MPa Na aula 12, estudaremos a continuação da análise, a verificação do recalque!
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BIBLIOGRAFIA
• Velloso, D. A.; Lopes, F. R. Fundações
• Cintra, J.C.; Aoki, N.; Albiero, J.H.; Fundações Diretas: Projeto Geotécnico.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122:2010 – Projeto e
execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010.

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