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Fase Da Execução de Auditoria Pública
Fase Da Execução de Auditoria Pública
SETOR PÚBLICO
Introdução
Neste capítulo, você vai compreender como ocorre a execução da audi-
toria pública, qual é a sua finalidade e quais são as etapas definidas pelas
entidades de fiscalização e pelas normas nacionais e internacionais de
auditoria pública. A utilização de padrões de auditoria reconhecidos nos
âmbitos nacional e internacional pelos órgãos de controle fortalece e
dá suporte às opiniões emitidas, tornando-as, inclusive, um importante
instrumento de melhoria da gestão pública.
É na fase de execução que a equipe de auditoria tem maior contato
com os gestores e servidores do órgão auditado, quando poderá visualizar
situações e obter impressões conclusivas para a emissão de opiniões. É
também o momento de verificar as informações levantadas na fase do
planejamento, quando serão identificados os achados de auditoria e as
evidências que os comprovem. Além disso, é a fase ideal para mapear a
cadeia de responsabilidades dos achados.
Segundo a NAG 3212 (IRB, 2017), o profissional de auditoria governamental pode ser
responsabilizado administrativa, penal e civilmente pela não descoberta de fraude
em consequência de negligência, imperícia e imprudência na execução dos trabalhos
de auditoria governamental.
2 Objetivos
As NAGs estabelecem que o principal objetivo da fase de execução da audi-
toria é fundamentar os resultados da auditoria governamental, respaldando os
auditores para a emissão de opinião e recomendações, quando cabíveis (IRB,
2011). As informações utilizadas para fundamentar os resultados da auditoria
governamental devem ser suficientes, fidedignas, relevantes, materiais e úteis,
para garantir segurança na emissão de conclusões e recomendações.
Dada a importância dessas informações, vale aqui especificar seus critérios.
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pessoa que revise o trabalho tenha a exata noção do que foi constatado e das
recomendações para regularizar as situações verificadas e, quando for o caso,
possa responsabilizar quem lhes deu causa (CRUZ, 2011).
Como a matriz evidencia todos os achados e os encaminhamentos pro-
postos pela equipe, evita imprevistos na elaboração do relatório de auditoria
(fase seguinte à execução). Por consequência, diminui o risco de falhas na
composição correta de processo de auditoria. Dessa forma, a matriz se torna
uma importante ferramenta ao auditor governamental, que não é onerosa e é
extremamente benéfica para o sucesso do seu trabalho (CRUZ, 2011).
Enquanto os achados se referem às constatações encontradas, as evidências
são o suporte fático dos achados, ou seja, são a prova das situações encontradas.
Segundo a NAG 1113 (IRB, 2011, p. 13), “[…] evidências de auditoria: são
elementos de convicção dos trabalhos efetuados pelo profissional de auditoria
governamental, devidamente documentados, e que devem ser adequados,
relevantes e razoáveis para fundamentar a opinião e as conclusões”.
Conforme as Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Supe-
riores (ISSAIs), a evidência é toda informação utilizada pelo auditor para
comprovar que o objeto está ou não em conformidade com os critérios aplicáveis
(IRB, 2017). Pode ser apresentada em diversos formatos; como exemplos,
podem-se citar: registros de transações em papel ou meio eletrônico, comuni-
cações externas escritas ou em meio eletrônico, observações feitas pelo auditor
e testemunho oral ou escrito de agentes da entidade auditada.
Os métodos de obtenção de evidência de auditoria podem incluir inspeção,
observação, indagação, confirmação, recálculo, reexecução, procedimentos
analíticos e/ou outras técnicas de pesquisa. O Quadro 2 mostra um exemplo
de matriz de achados com evidências.
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Fase da execução da auditoria pública
Descrição Situação
do achado encontrada Objetos Critério Evidência Causa Efeito Encaminhamento
A1
A2
A3
Fonte: Adaptado de Cruz (2011).
Fase da execução da auditoria pública 9
As NBASPs são traduções das ISSAIs e foram emitidas pelo IRB, do qual são membros
o TCU e os demais Tribunais de Contas (TCs) brasileiros. Elas têm como objetivo pro-
mover uma auditoria independente e eficaz e apoiar os TCs no desempenho de suas
atribuições constitucionais e legais, em benefício da sociedade. Para saber mais sobre
essas normas, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/MgHSo
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O autor sugere ainda que a equipe solicite que o órgão auditado destaque
um servidor para atuar como contato da equipe com todas as áreas e os respon-
sáveis abrangidos pela auditoria. Isso deve agilizar procedimentos, poupando
esforços e tempo ao longo da execução (CRUZ, 2011).
No início da execução dos trabalhos, a equipe realizará uma reunião de
apresentação com os dirigentes e responsáveis da entidade auditada, quando
se identificará formalmente, entregará o ofício de apresentação e esclarecerá
os objetivos, o escopo e os critérios da auditoria. É indicado que a equipe de
auditoria se apresente aos responsáveis pelas áreas do órgão que serão fiscali-
zadas, também esclarecendo o objetivo, os critérios e o escopo da fiscalização,
de acordo com o TC do Estado do Espírito Santo (ESPÍRITO SANTO, 2015).
Fase da execução da auditoria pública 11
Vale destacar que, durante a execução, podem ser identificados fatos que
estão fora do escopo ou do objetivo estabelecido para o trabalho, ou que
sejam incompatíveis com a natureza da ação de controle, mas que mereçam a
atenção da equipe. Nesses casos, devem ser consideradas as opções descritas
a seguir (BRASIL, 2011):
ARAÚJO, I. P. S. Introdução à auditoria operacional. 3. ed. Rio de Janeiro. Editora FGV, 2006.
BRASIL. Controladoria Geral da União. Manual de orientações técnicas da atividade de
auditoria interna governamental do poder executivo federal. Brasília, CGU, 2017.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da
União. Brasília Boletim do Tribunal de Contas da União, v. 44, n. 12, 2011. Disponível em
https://www.oas.org/juridico/PDFs/mesicic4_bra_TCU_portaria.pdf. Acesso em: 21
fev. 2020.
CRUZ, I. B. Auditoria governamental: execução da auditoria. Brasília: Instituto Serzedello
Corrêa, 2011.
ESPÍRITO SANTO. Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo. Manual de auditoria
de conformidade. Vitória: TCE/ES, 2015.
IRB. Normas brasileiras de auditoria do setor público (NBASP). Belo Horizonte: IRB, 2017.
IRB. Normas de auditoria governamental (NAGs). Belo Horizonte: IRB, 2011.
PETER, M. G. A.; MACHADO, M. V. V. Manual de auditoria governamental. São Paulo:
Editora Atlas, 2003.
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