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Agrupamento de Escolas Joaquim Inácio da Cruz Sobral

História 8º Ano

Renascimento e Humanismo

O Renascimento foi um profundo e vasto movimento de renovação intelectual e


artística que começou na Itália, a partir dos finais da Idade Média e, depois, se difundiu
por toda a Europa.
Os artistas inspiram-se nas formas e nos temas da arte grega e romana, sendo
este " renascer " da cultura clássica que explica a designação de Renascimento dada a
este período.
É uma época marcada pelo desenvolvimento de uma nova mentalidade, um
espírito mais observador, crítico, mais aberto, atento às realidades do seu tempo.

O Homem do Renascimento era ávido de conhecimentos, surgindo o ideal de


Homem completo: era necessário desenvolver todas as capacidades do ser humano -
possuir um saber enciclopédico, praticar o desenho, a pintura, a música , o exercício
físico e saber as línguas antigas ( grego clássico, latim, hebreu ).Leonardo da Vinci é o
exemplo do Homem Renascentista completo.

As principais características da nova mentalidade surgida nesta época são o


individualismo, o espírito crítico, o classicismo e o naturalismo.
Individualismo - o Homem vai-se afirmando como ser criador, como um ser que
se pode afirmar pelas suas obras, pela sua personalidade, que se torna mais importante e
com mais valor, consoante o seu desenvolvimento intelectual. A vida vive-se em função
do Homem e não de Deus. O Homem não deixa de ser religioso, passa é a viver mais
intensamente a vida terrena.
Espírito crítico - os Homens do Renascimento preocupavam-se em desenvolver
um espírito crítico muito acentuado, o que os tornava muito exigentes nas suas obras,
não aceitando tudo como dados exactos e procurando saber o " porquê ", pois tudo
aquilo que a razão não pudesse compreender, não era aceite como certo.
Classicismo - característica evidente nas obras de arte e nos textos deste período,
dado que há uma preocupação em seguir os modelos clássicos greco-latinos, procurando
imitar os autores clássicos.
Naturalismo - característica patente sobretudo nas obras de arte, onde é evidente
no estudo do corpo humano e no ambiente paisagístico das obras de arte.

O movimento do Renascimento teve a sua origem na Itália dos sécs. XIV e XV,
atingindo o seu apogeu nos começos do séc. XVI, tendo-se espalhado depois lentamente
e de forma diferente por todos os países da Europa.. O seu aparecimento em Itália
deveu-se a vários factores : muitas cidades italianas tinham-se tornado grandes centros
de comércio e, graças a essa prosperidade que tinha enriquecido muita gente, os grandes
senhores nobres e eclesiásticos e os ricos burgueses apoiavam os artistas e escritores de
modo a eles poderem desenvolver as suas obras ( Mecenato / Mecenas ). A Itália era
constituída por pequenos Estados autónomos, estabelecendo-se entre eles uma
verdadeira rivalidade, pretendendo todos eles ter os mais belos palácios, igrejas, os
artistas e pensadores mais célebres. A tradição clássica era mais forte em Itália do que
em qualquer outra região da Europa, pois permanecia aí a cultura latina, não só nas
tradições e nos costumes como no próprio ensino universitário, onde se privilegiava
mais o ensino de Direito ou da Medicina em vez da Teologia. A fuga para Itália de
sábios gregos e bizantinos após a queda do império Romano do Oriente ( 1453 ).

Uma das principais características do Renascimento é a valorização do Homem,


sendo a grande preocupação o conhecer melhor o Homem e as suas capacidades
criativas, dignificando-o.

O Humanismo foi uma expressão ideológica e literária em que se procurava


imitar os textos clássicos, mas valorizando o Homem e utilizando os elementos da
própria natureza.
Os humanistas eram estudiosos exaustivos dos textos clássicos, que procuravam,
estudavam, criticavam, comparando edições, discutindo e traduzindo-os para as suas
línguas maternas.
Os humanistas criaram nas suas obras uma nova mentalidade que defendia o
Homem como o centro do Mundo, como ser criador e valorizando sempre a sua
personalidade; uma nova pedagogia que procurava criar um " novo Homem ", culto,
desportivo, amante do saber e da vida terrena; uma nova concepção do Cristianismo que
procurava assentar nos Evangelhos, fazendo regressar a Igreja à pureza e humildade que
vinham descritas na Bíblia.

O Humanismo difundiu-se rapidamente pela Europa, ao longo do séc. XVI,


sobretudo devido à invenção e difusão da imprensa, aos Colégios e Universidades que
eram grandes centros de ensino da cultura humanista e às relações entre os humanistas
de toda a Europa.

Os principais humanistas europeus foram:

Erasmo de Roterdão dos Países Baixos, autor do " Elogio da Loucura ";
Thomas More de Inglaterra, autor de " Utopia ";
William Shakespeare de Inglaterra, autor de " Romeu e Julieta ", " Sonho de
Uma Noite de Verão ", "Hamlet ", " Tempestade ", entre outras;
Rabelais de França, autor de " Pantagruel ";
Maquiavel de Itália, autor de " O Príncipe ";
Miguel de Cervantes de Espanha, autor de " D. Quixote de la Mancha ";
Picco della Mirandola de Itália, autor de " Sobre a Dignidade do Homem ".

O Humanismo em Portugal, desenvolveu-se no séc. XVI, no reinado de D.


João III. Neste reinado vários intelectuais portugueses viajaram pela Europa e entraram
em contacto com os grandes humanistas europeus, pois foram bolseiros nas principais
universidades europeias.
Os principais humanistas portugueses foram: António de Gouveia, André de
Gouveia, André de Resende, Damião de Góis ( condenado pela Inquisição ).
O maior humanista português foi Luís de Camões, grande poeta português, um
Homem do Renascimento, possuidor de um saber enciclopédico. A sua obra mais
importante foi " Os Lusíadas ", onde descreve em verso a epopeia dos Descobrimentos
Portugueses.

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