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Aula 04

PMs - Curso Regular (Soldado) Direito


Penal - 2023

Autor:
Renan Araujo

30 de Novembro de 2022

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Índice
1) Concurso de Pessoas
..............................................................................................................................................................................................3

2) Noções Iniciais sobre Concurso de Crimes


..............................................................................................................................................................................................
14

3) Concurso Material de Crimes


..............................................................................................................................................................................................
15

4) Concurso Formal de Crimes


..............................................................................................................................................................................................
16

5) Crime Continuado
..............................................................................................................................................................................................
18

6) Disposições Finais sobre Concurso de Crimes


..............................................................................................................................................................................................
21

7) Questões Comentadas - Concurso de Pessoas - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
22

8) Questões Comentadas - Concurso de Pessoas - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
47

9) Questões Comentadas - Concurso de Crimes - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
54

10) Questões Comentadas - Concurso de Crimes - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
71

11) Lista de Questões - Concurso de Pessoas - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
75

12) Lista de Questões - Concurso de Pessoas - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
87

13) Lista de Questões - Concurso de Crimes - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
91

14) Lista de Questões - Concurso de Crimes - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
101

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CONCURSO DE PESSOAS

1 Conceito, natureza e características

O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração de dois ou mais agentes para
a prática de um delito ou contravenção penal.

Mas como compreender a natureza jurídico-penal de uma conduta criminosa praticada por diversas
pessoas? Três teorias surgiram, de forma a explicar a relação entre os agentes, bem como a
punibilidade de cada um no concurso de agentes:

 Pluralista (ou pluralística) - Para esta teoria cada pessoa responderia por um crime próprio,
existindo tantos crimes quantos forem os participantes da conduta delituosa, já que a cada
um corresponde uma conduta própria, um elemento psicológico próprio e um resultado
igualmente particular1.
 Dualista (ou dualística) – Segundo esta teoria, há um crime para os autores, que realizam a
conduta típica emoldurada no ordenamento positivo, e outro crime para os partícipes, que
desenvolvem uma atividade secundária.
 Monista (ou monística ou unitária) – A codelinquência (concurso de agentes) deve ser
entendida, para esta teoria, como CRIME ÚNICO, devendo todos responderem pelo
mesmo crime. É a adotada pelo CP. Isso não significa que todos que respondem pelo
delito terão a mesma pena. A pena de cada um irá corresponder à valoração de cada uma
das condutas (cada um responde “na medida de sua culpabilidade).

O CP brasileiro adotou a teoria monista, estabelecendo que todos aqueles que participam de uma
empreitada criminosa (em concurso de agentes), respondem pelo mesmo tipo penal (mesmo
crime). Todavia, existem exceções, como ocorre no caso do aborto provocado por terceiro com o
consentimento da gestante, no qual o terceiro responde por um crime (art. 126 do CP) e a gestante
responde por outro (art. 124 do CP).

Assim, adotamos a teoria monista, com exceções (teoria monista mitigada ou temperada).

O concurso de pessoas pode ser, basicamente, de duas espécies:

 EVENTUAL – Neste caso, o tipo penal não exige que o fato seja praticado por mais de uma
pessoa. Isso não impede, contudo, que eventual ele venha a ser praticado por mais de
uma pessoa (Ex.: Furto, roubo, homicídio).

1
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, São Paulo, 2015, p. 548

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 NECESSÁRIO – Nesta hipótese o tipo penal exige que a conduta seja praticada por mais
de uma pessoa. Divide-se em: a) condutas paralelas (crimes de conduta unilateral): Aqui os
agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da mesma finalidade criminosa
(associação criminosa, art. 288 do CPP); b) condutas convergentes (crimes de conduta
bilateral ou de encontro): Nesta modalidade os agentes praticam condutas que se
encontram e produzem, juntas, o resultado pretendido (ex. Bigamia); c) condutas
contrapostas: Neste caso os agentes praticam condutas uns contra os outros (ex. Crime de
rixa)

2 Requisitos

2.1 Pluralidade de agentes

Para que possamos falar em concurso de pessoas, é necessário que tenhamos mais de uma pessoa
a colaborar para o ato criminoso. É necessário que sejam agentes culpáveis? A doutrina se divide,
mas prevalece o entendimento de que todos os comparsas devem ter discernimento, de maneira
que a ausência de culpabilidade por doença mental, por exemplo, afastaria o concurso de agentes,
devendo ser reconhecida a autoria mediata.

Assim, se uma pessoa, perfeitamente mental e maior de 18 anos (penalmente imputável) determina
a um doente mental (sem qualquer discernimento) que realize um homicídio, não há concurso de
pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do crime foi o mandante, que se valeu de uma pessoa
não culpável como mero instrumento2 para praticar o crime. Não há concurso, pois um dos agentes
não era culpável.

2.1.1 Autoria mediata

A autoria mediata ocorre quando o agente (autor mediato) se vale de uma pessoa como
instrumento (autor imediato) para a prática do delito.

EXEMPLO: José, maior e capaz, entrega uma arma de fogo a uma criança de 05 anos,
dizendo que ela deve colocar a arma na cabeça de Maria e fazer uma brincadeira, pois
ao apertar o gatilho, sairá água da arma. A criança aperta o gatilho e Maria morre. Neste
caso, temos autoria mediata, pois José (autor mediato) se valeu da criança (executor)
como mero instrumento para a prática do delito

Todavia, não basta que o executor seja um inimputável, ele deve ser um verdadeiro
INSTRUMENTO do mandante, ou seja, ele não deve ter qualquer discernimento no caso concreto.

2
WELZEL, Hans. Derecho Penal, parte general. Ed. Roque Depalma. Buenos Aires, 1956, p. 106

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Ex.: José e Pedro (este menor de idade, com 17 anos) combinam de matar Maria.
José arma o plano e entrega a arma a Pedro, que a executa. Neste caso, Pedro é
inimputável por ser menor de 18 anos, mas possui discernimento, não se pode
dizer que foi um mero “instrumento” de José. Assim, aqui não teremos autoria
mediata, mas concurso aparente de pessoas.

Ex.2: José, maior e capaz, entrega a Mauro (um doente mental sem nenhum
discernimento) uma arma e diz para ele atirar em Maria, que vem a óbito. Neste
caso há autoria mediata, pois Mauro (o inimputável) foi mero instrumento nas mãos
de José.

 Mas esta é a única hipótese de autoria mediata? A resposta é negativa. A melhor Doutrina
divide a autoria mediata em três hipóteses, basicamente3:

1 – Autoria mediata por erro do executor – Neste caso, aquele que pratica a conduta foi induzido
a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro de proibição). Ex.: Médico que entrega à enfermeira
uma injeção contendo determinada substância tóxica, e determina que esta aplique no paciente,
alegando que se trata de morfina, para aliviar a dor4. A enfermeira, aqui, não atua dolosamente (do
ponto de vista “finalístico”), pois apesar de dar causa à morte do paciente (causalidade física, pois
foi ela quem injetou a substância), não dirigiu sua conduta a este resultado. O domínio do fato
pertencia ao médico, o real infrator.

2 – Autoria mediata por coação do executor – Aqui o infrator coage uma terceira pessoa a praticar
um delito. Em se tratando de coação MORAL irresistível, teremos um agente não culpável (a coação
moral irresistível afasta a culpabilidade). Desta forma, aquele que executa o faz em situação de não
culpabilidade. A culpabilidade recai apenas sobre o coator, não sobre o coagido.

3 – Autoria mediata por inimputabilidade do agente – Nesta hipótese o infrator se vale de uma
pessoa inimputável para a prática do delito. A inimputabilidade, aqui, pressupõe que o executor
(inimputável) não tenha discernimento necessário5. Caso o executor, mesmo inimputável, possua
discernimento, não haverá autoria mediata.

2.2 Relevância causal da colaboração

A participação do agente deve ser relevante para a produção do resultado, de forma que a
colaboração que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal.

3
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 560
4
O exemplo é de Hans Welzel. (cf. WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 106)
5
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 107-108

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Além disso, a colaboração deve ser prévia ou concomitante à execução, ou seja, anterior à
consumação do delito. Se a colaboração for posterior à consumação do delito, como o fato já
ocorreu, não há concurso de pessoas, podendo haver, no entanto, outro crime (favorecimento real,
receptação, etc.).

Porém, se a colaboração for posterior à consumação, mas combinada previamente, há concurso


de pessoas. Ex: Imagine que Poliana decide matar seus pais, e combina com seu namorado para
que ele esteja às 20h em ponto na porta de sua casa para lhe ajudar na fuga. Assim, a conduta do
namorado (auxiliar na fuga) é posterior à consumação, mas fora combinada anteriormente,
havendo, portanto, concurso de pessoas. Diversa seria a hipótese, no entanto, se o namorado
tivesse ido à casa da namorada sem saber que deveria lhe ajudar na fuga. Lá chegando, a namorada
conta o ocorrido e ele, a partir daí, concorda em auxiliá-la na fuga. Nessa hipótese, o namorado
comete o crime de favorecimento pessoal (nos termos do art. 348 do CP). Cuidado com isso!

2.3 Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo)

Também é conhecido como concurso de vontades. Assim, para que haja concurso de pessoas, é
necessário que a colaboração dos agentes tenha sido ajustada entre eles, ou pelo menos tenha
havido adesão de um à conduta do outro.

Deste modo, a colaboração meramente causal, sem que tenha havido combinação entre os
agentes, não caracteriza o concurso de pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja
colaboração dos agentes para a conduta criminosa, mas sem vínculo subjetivo entre eles,
estaremos diante da autoria colateral, e não da coautoria.

2.4 Identidade de infração penal

Também conhecido como unidade de infração penal para todos os agentes, está fundamentado
no art. 29 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984).

Daí podemos perceber que, se 20 pessoas colaboram para a prática de um delito (homicídio, por
exemplo), todas elas respondem pelo homicídio, independentemente da conduta que tenham
praticado (um apenas conseguiu a arma, o outro dirigiu o veículo da fuga, outro atraiu a vítima,
etc.). As condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo juridicamente unitário6.

6
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 553

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2.5 Existência de fato punível

Trata-se do princípio da exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos agentes seja
punível, o que de um modo geral exige pelo menos que este fato represente uma tentativa de
crime, ou crime tentado.

Para a caracterização do crime tentado, é necessário que seja dado início à execução do crime. Se
o fato ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitação, não há fato punível, nos termos
do art. 31 do CP:

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição


expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
==2b3adf==

Importante ressaltar que, em alguns casos, os atos preparatórios já configuram fato punível, seja
porque a lei assim expressamente determina, seja porque eles constituem tipo penal autônomo.

3 Modalidades

3.1 Coautoria

Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos, primeiramente, estudar o que seria a


autoria do delito.

Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir o conceito de AUTOR.

O conceito extensivo de autor não diferencia autor e partícipe, considerando que todos aqueles
que concorrem para o crime são autores do delito. Esse conceito é baseado numa premissa
“causal-naturalista” de que todo aquele que dá causa ao delito (por qualquer forma), deve ser
considerado autor do crime.

Como o conceito extensivo apresentou mais problemas que soluções, surgiu o conceito restritivo
de autor7. Para esta teoria restritiva8, autor e partícipe não se confundem. Alguns serão autores,
outros agentes serão apenas partícipes. Esta foi a teoria adotada pelo CP.

Agora que já sabemos que o CP diferencia autor e partícipe, precisamos saber qual é o critério
para se diferenciar um do outro. O CP adota, conforme doutrina majoritária, a teoria objetivo-

7
PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. São Paulo, 2008,
p. 572.
8
Também chamada por alguns de teoria dualista ou objetiva.

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formal, que estabelece que autor é quem realiza a conduta prevista no núcleo do tipo, sendo
partícipes todos os outros que colaboraram para isso, mas não realizaram a conduta descrita no
núcleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de homicídio, somente seria autor aquele
que efetivamente praticasse a conduta de “matar” alguém. Todos os outros colaboradores seriam
partícipes. O grande problema desta teoria é considerar o autor intelectual (mandante) como
partícipe, e não como autor. Mais que isso: essa teoria não explica o fenômeno da autoria mediata
(quando alguém se vale de um inimputável para cometer um crime).

Outras teorias:

 Teoria objetivo-material - Autor é quem colabora com participação de maior importância


para o crime, e partícipe é quem colabora com participação reduzida, independentemente
de quem pratica o núcleo do tipo (verbo que descreve a conduta criminosa – matar, subtrair,
etc.). Não foi adotada pelo CP.
 Teoria do domínio do fato - Autor é todo aquele que possui o domínio da conduta
criminosa, seja ele o executor (quem pratica a conduta prevista no núcleo do tipo) ou não9.
Para esta teoria, o autor seria aquele que decide o trâmite do crime, sua prática ou não, etc.
Essa teoria explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por exemplo, que mesmo sem
praticar o núcleo do tipo (“matar alguém”), possui o domínio do fato, pois tem o poder de
decidir sobre o rumo da prática delituosa. Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que
contribui para a prática do delito, embora não tenha poder de direção sobre a conduta
delituosa. O partícipe só controla a própria vontade, mas a não a conduta criminosa em si,
pois esta não lhe pertence. A teoria do domínio do fato, porém, não se aplica aos crimes
culposos, pois neste não há domínio final do fato, pois o fato final (resultado) não é buscado
pelos agentes, que pretendiam outro resultado10.

A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal, considerando autor aquele que realiza a
conduta descrita no núcleo do tipo, já que denota sua “vontade de autor” (animus auctoris), em
contraposição à “vontade de colaboração” do partícipe (animus socii). Entretanto, considera-se
adotada a teoria do domínio do fato para os crimes em que há autoria mediata, autoria intelectual,
etc., de forma a complementar a teoria adotada. Esta é, portanto, a posição doutrinária a respeito
da posição do CP sobre a diferença entre autor e partícipe.

9
MUÑOZ CONDE, Francisco. Teoría general del delito. Ed. Temis Editorial. Bogotá, 1999, p. 155-156
10
Idem, p. 558

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Não confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve haver vínculo subjetivo ligando
as condutas de ambos os autores. Na autoria colateral, ambos praticam o núcleo do tipo, mas um
não age em acordo de vontades com o outro. Imaginem que A e B, desafetos de C, sem que um
saiba da existência do outro, escondem-se atrás de árvores esperando a passagem de C, a fim de
matá-lo. Quando C passa, ambos atiram, e C vem a óbito. Nesse caso, não houve coautoria, mas
autoria colateral. Entretanto, aí vai mais uma informação: Imaginem que o laudo identifique que
apenas uma bala atingiu C, direto na cabeça, levando-o a óbito. Nesse caso, o laudo não conseguiu
apontar de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como não se pode definir quem efetuou
o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de homicídio TENTADO, pois não se pode atribuir
a nenhum deles o homicídio consumado, já que o laudo é inconclusivo quanto a isto. Este é o
fenômeno da autoria incerta. No entanto, se ambos estivessem agindo em conluio, com vínculo
subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de pessoas, ambos responderiam por crime de homicídio
CONSUMADO, pois nesse caso seria irrelevante saber de qual arma partiu a bala que levou C a
óbito.

3.2 Participação

A participação pode ser:

 Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente na prática do crime, mas instiga
ou induz alguém a praticar o crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no
psicológico do autor do crime, reforçando a ideia criminosa, que já existe na mente deste.
O induzimento, por sua vez, ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na
mente do autor, que não tinha pensado no delito;
 Material – A participação material é aquela na qual o partícipe presta auxílio ao autor, seja
fornecendo objeto para a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. É
também chamada de cumplicidade. Este auxílio não pode ser prestado após a consumação,
salvo se o auxílio foi previamente ajustado.
 Já que o partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal, como puni-lo?

Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à conduta do autor (que é


principal), o partícipe é punido em razão da teoria da acessoriedade. Porém, existem quatro teorias
da acessoriedade:

 Teoria da acessoriedade mínima – Entende que a conduta principal deva ser um fato típico,
não importando se é ou não um fato ilícito. EXEMPLO: Imagine que Marcio e João
combinam de matar Paulo. Na data combinada para a execução, Marcio guia o carro até o
local e fica esperando do lado de fora. João se dirige até Paulo e, após uma discussão, Paulo
começa a agredir João, que na verdade mata Paulo em legítima defesa. João matou Paulo
em legítima defesa e não em razão do ajuste com Marcio (não tendo praticado fato ilícito,
mas apenas típico), mas por esta teoria, mesmo assim Marcio responderia como partícipe
do crime. Veja que João, de fato, matou Paulo. Contudo, o fato não é ilícito, pois João agiu

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em legítima defesa. Porém, para esta teoria, ainda que a conduta de João seja considerada
apenas típica, mas não ilícita, Marcio deveria ser punido. O pior de tudo é que, neste caso,
Márcio, que não praticou a conduta seria punido, mas João seria absolvido pela legítima
defesa.
 Teoria da acessoriedade limitada – Exige que o fato praticado (conduta principal) seja pelo
menos uma conduta típica e ilícita. Assim, no exemplo dado acima, a conduta do partícipe
Marcio não é punível, pois a conduta principal, apesar de típica, não é ilícita. Veja que, para
esta corrente Doutrinária, se o fato praticado pelo autor NÃO FOR ILÍCITO (Ainda que seja
um fato típico), em razão de legítima defesa, etc., o partícipe não deve ser punido.
 Teoria da acessoriedade máxima – Para esta teoria, o partícipe só será punido se o fato for
típico, ilícito e praticado por agente culpável. Essa teoria faz exigência irrazoável, pois a
culpabilidade é uma questão pessoal do agente, não guardando relação com o fato. Assim,
imagine que Carlos, maior de idade, seja partícipe de um roubo praticado por Lucas, menor
de idade. Para esta corrente, Carlos não poderia responder pelo roubo praticado (na
qualidade de partícipe), pois Lucas (o autor principal) é inimputável (não tem culpabilidade),
sendo o fato apenas típico e ilícito, sem o complemento da culpabilidade.
 Teoria da hiperacessoriedade – Exige que, além de o fato ser típico e ilícito e o agente
culpável, o autor tenha sido efetivamente punido para que o partícipe responda pelo crime.
É ainda mais irrazoável que a última. Imagine que José seja partícipe de um roubo praticado
por Marcelo. No decorrer do processo, Marcelo vem a falecer (o que gera a extinção da
punibilidade de Marcelo, nos termos do CP). Para esta corrente, como houve extinção da
punibilidade em relação a Marcelo (o autor do delito), o partícipe (José) não poderá mais
ser punido.

A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao nosso sistema é a teoria da acessoriedade
limitada11, exigindo que o fato seja somente típico e ilícito para que o partícipe responda pelo
crime.

Questões interessantes acerca da participação:

 A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação é de menor importância (art.
29, § 1° do CP). Isto não se aplica às hipóteses de coautoria, mas apenas à participação;
 A participação inócua não se pune. Assim, se A empresta uma faca a B, de forma a auxiliá-
lo a matar C, e B mata C usando seu revólver, a participação de A foi absolutamente inócua,

11
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 565

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pois em nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga B a matar C, e B realiza a


conduta porque já estava determinado a isso, a instigação promovida por A não teve
qualquer eficácia, pois B já mataria C de qualquer forma.

4 Comunicabilidade das circunstâncias

O art. 30 do CP estabelece que:

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,


salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

As condições e circunstâncias podem ser:

 Subjetivas (de caráter pessoal), quando relativas à pessoa do agente. É o caso da condição
de funcionário público, que é pessoal, pois se refere ao agente.
 Objetivas (ou de caráter real), quando se referem ao fato criminoso em si, seu modus
operandi, etc. Assim, o emprego de violência, no crime de roubo (art. 157 do CP) é uma
elementar objetiva.

De acordo com o art. 30, podemos extrair três regras do CP:

 As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se comunicam – Porém, é necessário que a


circunstância tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais agentes. Imagine que
A contrata B para matar C. B informa a A que usará de emboscada (portanto, homicídio
qualificado, nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda com isto. Nesse caso, a
circunstância objetiva “emboscada” (relativa ao meio utilizado), se comunica, pois embora
A não tenha usado de emboscada, concordou com esta prática por B. Diversamente, se B
praticasse o crime mediante emboscada sem nada comunicar ao mandante, A, esta
circunstância não se comunicaria, por não ter entrado na esfera de conhecimento de A;
 As circunstâncias e condições de caráter pessoal, como regra, não se comunicam – Ex.: José
e Pedro combinam a morte de Paulo, irmão de José. Nesse caso, a condição pessoal de ser
“irmão da vítima” é somente de José, e não se comunica com Pedro. Logo, a agravante de
ter sido o crime praticado contra irmão (art. 61, II, “e”) só se aplica a José, não a Pedro.
 As condições e circunstâncias elementares do delito sempre se comunicam, sejam objetivas
ou subjetivas – No entanto, exige-se que tenham entrado no âmbito de conhecimento dos
demais agentes. Ex.: Júlio, servidor público, e Marcelo subtraem alguns computadores do
local em que Júlio trabalha, valendo-se da condição de Júlio. Caso Marcelo conheça a
condição de funcionário público de Júlio, ambos respondem pelo crime de peculato-furto
(art. 312, § 1° do CP). Caso Marcelo desconheça essa circunstância elementar, responde ele
apenas pelo crime de furto.

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5 Cooperação dolosamente distinta

A cooperação dolosamente distinta, também chamada de “participação em crime menos grave”


ou “desvio subjetivo de conduta”, ocorre quando ambos os agentes decidem praticar determinado
crime, mas durante a execução, um deles decide praticar outro crime, mais grave. Nesse caso,
aplica-se o art. 29, § 2° do CP:

Art. 29 (...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

EXEMPLO: José narra ao amigo Tiago estar planejando um furto à residência de um


casal de “bacanas” que estavam viajando para a Europa. Contudo, disse que precisava
de um veículo maior e mais potente, para poder subtrair mais objetos e fugir mais
facilmente. Assim sendo, pediu ao amigo Tiago o empréstimo de sua caminhonete.
Tiago aceitou emprestar o veículo, certificando-se junto a José de que o crime não
envolveria qualquer tipo de violência ou grave ameaça à pessoa. No dia planejado, José
se dirigiu à casa das vítimas para realizar o furto, acreditando que a casa estava vazia.
Todavia, ao chegar ao local, se deparou com os moradores na casa, motivo pelo qual
rendeu os moradores e exigiu, sob grave ameaça, a entrega dos pertences de maior
valor, empreendendo fuga logo em seguida.

No caso acima, como se vê, Tiago aceitou apenas participar de um FURTO (crime previsto no art.
155 do CP, com pena de reclusão de 01 a 04 anos e multa), embora na prática tenha ocorrido um
ROUBO por parte de José (crime do art. 157, com pena de 04 a 10 anos de reclusão e multa).
Assim, Tiago “quis participar de crime menos grave”, de maneira que houve cooperação
dolosamente distinta. Solução: Tiago responderá pelo crime MENOS GRAVE (furto), mas sua pena
poderá ser aumentada até metade, se previsível a ocorrência do resultado mais grave.

A lei diz “até a metade”, logo, o aumento pode não chegar a esse patamar.

6 Concurso de agentes e crimes culposos

Existe uma questão muito controvertida no que se refere ao concurso de pessoas. É a possibilidade
(ou não) de concurso de pessoas em crimes CULPOSOS.

São muitas, MUITAS ideias diferentes. Resumidamente, podemos definir a Doutrina majoritária da
seguinte forma:

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COAUTORIA EM CRIMES CULPOSO – É possível, pois é possível que duas pessoas, de comum
acordo, resolvam praticar uma conduta imprudente, por exemplo. Ex.: Dois rapazes resolvem atirar
um móvel do 10º andar de um prédio, sem intenção de atingir ninguém, mas acabam lesionando
uma pessoa.

PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO – Depende. Podemos estar falando de participação


DOLOSA ou participação CULPOSA.

DOLOSA – Não cabe participação dolosa em crime culposo, pois a Doutrina entende que não há
“unidade de vontades” entre os agentes (um quer o resultado a título de dolo, e o outro, executor,
é apenas um descuidado). Assim, não há “vínculo subjetivo” entre eles no que tange ao resultado.
Logo, cada um responde por sua conduta.

CULPOSA – É possível, pois é possível que alguém, por culpa, induza, instigue ou preste auxílio ao
executor de uma conduta também culposa, e haveria “unidade de vontades”. CUIDADO: O STJ
entende que NÃO cabe nenhum tipo de participação em crime culposo (usar esse entendimento
na prova). Parte da Doutrina também segue este entendimento.

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CONCURSO DE CRIMES

Conceito e natureza

O concurso de crimes pode ser de três espécies: concurso formal, concurso material e crime
continuado. A exata caracterização de cada um dos institutos é bastante importante, pois isso
influenciará na adoção do sistema de aplicação da pena.

Três também são os sistemas de aplicação da pena:

 Sistema do cúmulo material – Aqui, ao agente é aplicada a pena correspondente ao


somatório das penas relativas a cada um dos crimes cometidos isoladamente. Foi adotado
no que tange ao concurso material (art. 69 do CP), no concurso formal impróprio ou
imperfeito (art. 70, caput, 2° parte) e no concurso de penas de multa (art. 72 do CP);
 Sistema da exasperação – Aplica-se ao agente somente a pena da infração penal mais grave,
acrescida de determinado percentual. Foi acolhido no que se refere ao concurso formal
próprio ou perfeito (art. 70, caput, primeira parte, do CP) e ao crime continuado (art. 71 do
CP);
 Sistema da absorção – Aplica-se somente a pena da infração penal mais grave, dentre todas
as praticadas, sem que haja qualquer aumento. Foi adotado (jurisprudencialmente) em
relação aos crimes falimentares, quando da legislação falimentar anterior. Não tem previsão
no CP.

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Concurso material (ou real) de crimes

Está regulado pelo art. 69 do CP:

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas
de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa
de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a
substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá


simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Nesse fenômeno, o agente pratica duas ou mais condutas e produz dois ou mais resultados. Pode
ser homogêneo, quando todos os crimes praticados são idênticos (ex.: dois homicídios), ou
heterogêneo, quando os crimes são diferentes (ex.: um homicídio e uma lesão corporal).

EXEMPLO: José vai à casa de Maria e atira nesta, matando-a. Após, procura o marido
de Maria, que se banhava. Abre a porta do banheiro e dispara contra o marido de Maria,
matando-o também. Nesse caso, temos duas condutas e dois resultados, logo, há
concurso material de delitos.

A solução neste caso é o sistema do cúmulo material, ou seja, as penas serão somadas. O Juiz irá
aplicar a pena do crime 1, aplicar a pena do crime 2 e, ao final, irá proceder à soma das duas penas
fixadas, chegando ao montante final.

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Concurso Formal de crimes

No concurso formal, ou ideal, o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não. Nos termos do art. 70 do CP:

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão
é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art.
69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Primeiramente, deve ser esclarecido a vocês que deve haver unidade de conduta e pluralidade de
resultados. No entanto, a unidade de conduta não significa unidade de atos, pois existem condutas
que podem ser fracionadas em diversos atos, como no caso de alguém que mata outra pessoa
com diversas pauladas na cabeça. Embora neste caso haja diversos atos, há unidade de conduta.

O concurso formal será homogêneo se todos os crimes cometidos mediante a conduta única forem
idênticos, e será heterogêneo se os crimes praticados forem diversos.

O concurso formal pode ser, ainda, perfeito ou imperfeito:

 Concurso formal perfeito (próprio) – Aqui o agente pratica uma única conduta e acaba por
produzir dois resultados, embora não pretendesse realizar ambos, ou seja, não há desígnios
autônomos (Ex.: agente perde a direção do veículo e acaba atropelando e matando dois
pedestres que estavam na calçada);
 Concurso formal imperfeito (impróprio) – Aqui o agente se vale de uma única conduta para,
dolosamente, produzir mais de um crime (ex.: Agente quer matar duas vítimas. Para poupar
seu trabalho, amarra as duas vítimas juntas, coloca ambas no porta-malas de um veículo e
ateia fogo).

Via de regra, no concurso formal o sistema utilizado é o da exasperação, utilizando-se como base
a pena do crime mais grave, aumentada (exasperada) de 1/6 até a metade (art. 70, primeira parte,
do CP). Trata-se, portanto, de uma fórmula de aplicação da pena que visa a beneficiar o réu, em
razão do menor desvalor de sua conduta.

Entretanto, se estivermos diante de concurso formal imperfeito (impróprio), aplica-se a regra


estabelecida pelo art. 70, segunda parte, do CP, ou seja, o sistema do cúmulo material, pois o

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agente se valeu de uma única conduta para praticar diversos crimes de maneira dolosa, agindo
com intenções autônomas (desígnios autônomos).

Há, ainda, a figura que se denominou de cúmulo material benéfico, que ocorre quando o sistema
da exasperação se mostra prejudicial ao réu em relação ao sistema da cumulação.

EXEMPLO: Imaginem que o agente tenha cometido homicídio doloso simples (pena de
06 a 20 anos) e tenha, culposamente, com a mesma conduta, lesionado levemente uma
terceira pessoa, cometendo o crime de lesões corporais culposas em concurso formal
com o homicídio (art. 129, § 6° do CP, pena de 02 meses a um ano de detenção).

Nesse exemplo acima, o sistema da exasperação é muito prejudicial ao réu. Imagine que pelo
homicídio doloso o agente tenha recebido pena de 10 anos de reclusão, e pelo crime de lesão
corporal leve, tenha recebido pena de 06 meses de detenção. Nesse caso, aplicar o sistema da
==2b3adf==

exasperação será péssimo para o agente, pois resultará em uma pena de 10 anos + 1/6 (pelo
menos) = 12 anos. Somar as penas se mostra mais benéfico, logo, deverá o Juiz somar as penas
(ao final, ficará em 10 anos e 06 meses).

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Crime continuado

Também conhecido como continuidade delitiva, é a espécie de concurso de crimes na qual o


agente pratica diversas condutas, praticando dois ou mais crimes, que por determinadas
condições são considerados pela Lei (por uma ficção jurídica) como crime único. Nos termos do
art. 71 do CP:

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira
de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas,
ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois
terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade,
os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas,
ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo
único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

O nosso CP adotou a teoria da ficção jurídica, pois a consideração dos diversos delitos como um
único crime se dá apenas para fins de aplicação da pena, tanto que, no que tange à prescrição,
eles são considerados crimes autônomos, nos termos do art. 119 do CP.

A Doutrina entende serem três os requisitos do crime continuado: a) pluralidade de condutas; b)


pluralidade de crimes da mesma espécie; e c) condições semelhantes de tempo, lugar, modo de
execução e outras semelhanças.

A pluralidade de conduta decorre da redação do art. 71, que fala em “mediante mais de uma
ação ou omissão”.

A pluralidade de crimes causa polêmica. O que seriam crimes da mesma espécie? A Doutrina e a
Jurisprudência não são pacíficas. Parte minoritária entende que crimes da mesma espécie são
aqueles que tutelam o mesmo bem jurídico. Assim, para essa corrente, furto, estelionato,
apropriação indébita, etc., seriam todos crimes da mesma espécie, pois seriam todos “crimes
contra o patrimônio”.

No entanto, a corrente que prevalece, inclusive no STJ, é a de que crimes da mesma espécie são
aqueles tipificados pelo mesmo dispositivo legal, na forma simples, privilegiada ou qualificada,
consumados ou tentados. Assim, seriam crimes da mesma espécie roubo e roubo qualificado.
Devem, ainda, proteger o mesmo bem jurídico (ex.: Roubo e Latrocínio NÃO são da mesma
espécie, pois no latrocínio se protege também a vida humana1).

1
HC 449.110/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 02/06/2020, DJe 10/06/2020

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Por fim, a semelhança entre os delitos deve obedecer à conexão de quatro gêneros: temporal,
espacial, modal e ocasional.

A conexão temporal exige que os crimes tenham sido cometidos na mesma época. Mesma
época não implica mesmo momento. A jurisprudência tem entendido que os crimes não podem
ter sido cometidos em um lapso temporal superior a 30 dias. No entanto, no que se refere aos
crimes contra a ordem tributária, o STF já entendeu que pode haver continuidade delitiva desde
que os delitos tenham sido cometidos em lapso temporal não superior a 03 anos.

A conexão espacial indica que, para que seja considerada continuidade delitiva, os crimes devem
ser cometidos no mesmo local. A Jurisprudência entende que a conexão espacial só estará
presente se os crimes forem cometidos na mesma cidade, ou, no máximo, na mesma região
metropolitana.

A conexão modal se verifica quando o agente pratica o crime sempre da mesma maneira, seja
==2b3adf==

pelo modo de execução, pela utilização de comparsas, etc.

A conexão ocasional não possui previsão expressa na Lei, mas parte da Doutrina a entende como
a necessidade de que os primeiros crimes tenham proporcionado uma ocasião que gerou a
prática dos crimes subsequentes.

Com relação à unidade de desígnios, ou seja, a necessidade de que todos os crimes praticados
na verdade tenham sido partes de um único projeto criminoso, a Doutrina é dividida, mas a
maioria da Doutrina, bem como a Jurisprudência, entendem ser necessária essa unidade de
desígnios, de forma que a mera reunião dos demais requisitos não configura a continuidade
delitiva se os crimes foram praticados de maneira isolada, sem nenhum vínculo entre eles. Isso
significa que a maioria da Doutrina e a Jurisprudência adotam a teoria objetivo-subjetiva,
desprezando a teoria objetiva pura, que não prevê a necessidade de unidade de desígnios.

Aplicação da pena no crime continuado

Existem três espécies de crime continuado: simples, qualificado e específico. Entretanto, em


todos os casos se aplica o sistema da exasperação.

No crime continuado simples, as penas dos delitos parcelares são as mesmas. Exemplo: 10 furtos
simples praticados em continuidade delitiva. Nesse caso, aplica-se a pena de apenas um deles,
acrescida de 1/6 a 2/3 (varia conforme a quantidade de delitos).

No crime continuado qualificado, as penas dos delitos praticados são diferentes, de modo que se
aplica a pena do mais grave deles, aumentada de 1/6 a 2/3.

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Por fim, o crime continuado específico está previsto no § único do art. 71 do CP, que trata de
crimes dolosos praticados com violência ou grave ameaça à pessoa, com vítimas diferentes (ex.:
03 estupros, contra vítimas diferentes, mas em continuidade delitiva). Nesses crimes, havendo
continuidade delitiva, poderá o Juiz aplicar a pena de um deles (ou a mais grave, se diversas),
aumentada até o triplo. Vejam que se adotou o mesmo sistema da exasperação, entretanto, o §
único previu um quantum maior a ser acrescido à pena-base. A lei não estabelece a quantidade
mínima nesse caso, mas a Jurisprudência, inclusive o STF, entende que o mínimo aqui também é
de 1/6.

No crime continuado, é bom frisar, também se aplica a regra do “concurso material benéfico”, ou
seja, se o sistema da exasperação se mostrar mais gravoso, deverá ser aplicado o sistema do
cúmulo material.

Crime continuado e conflito de leis penais no tempo

Se durante a execução do crime continuado sobrevir lei nova, mais gravosa ao réu, esta última é
aplicada, pois se considera que o crime continuado está sendo praticado enquanto não cessa a
continuidade delitiva. Assim, sendo o tempo do crime o momento em que cessa a continuidade,
a lei nova chegou a vigorar antes de sua consumação, aplicando-se a este, por ser a lei vigente
ao tempo do crime.

Este entendimento está, inclusive, sumulado pelo STF (súmula 711).

Crime continuado e prescrição

Nos crimes continuados, por haver mera ficção jurídica de crime único, apenas para fins de
aplicação da pena, a prescrição é calculada em relação a cada crime isoladamente.

Entretanto, para o cálculo da prescrição RETROATIVA (a que leva em consideração a pena “em
concreto”), leva-se em conta a pena mínima estabelecida para a pena-base, desprezando-se o
acréscimo que seria aplicado em decorrência da continuidade delitiva (ex.: José praticou dois
furtos em continuidade delitiva, tendo recebido pena de 01 ano para cada um, mas o Juiz aplicou
a exasperação e a pena final ficou em 01 ano + 1/6 = 01 ano e 02 meses. Nesse caso, para fins
de prescrição, será considerada somente a pena isolada de cada crime, ou seja, 01 ano, sem o
acréscimo dos “dois meses”).

Esta previsão consta na súmula 497 do STF.

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Disposições Finais

Prescrição e concurso de crimes

O nosso CP adotou a teoria da ficção jurídica, pois a consideração dos diversos delitos como um
único crime se dá apenas para fins de aplicação da pena, tanto que, no que tange à prescrição,
eles são considerados crimes autônomos, nos termos do art. 119 do CP:

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá


sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Aplicação da pena de multa no concurso de crimes ==2b3adf==

Prevê o art. 72 do CP que, no concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e
integralmente. Assim, ainda que se trate de concurso formal, por exemplo, não haverá aplicação
do sistema da exasperação para a pena de multa.

Essa aplicação é inquestionável no concurso material e no concurso formal. No entanto, no que


se refere ao crime continuado, há forte divergência.

Prevalece na Doutrina e na Jurisprudência, inclusive no STJ, que, nesse caso, não se aplica a
regra do art. 72, por ter a lei entendido que se trata de crime único, mediante ficção jurídica.
Logo, o agente receberia somente uma das multas.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – PROCESSO LEGISLATIVO) É certo que um crime
pode ser praticado por uma ou mais pessoas. Quando isso acontece, está-se diante da hipótese de
concurso de pessoas, também conhecido como concurso de agentes. Nesse caso,
a) ainda que algum dos concorrentes tenha querido participar de crime menos grave, ser-lhe-á,
obrigatoriamente, aplicada a pena idêntica do crime praticado pelo seu comparsa, ante a adoção pelo código
penal da teoria monista.
b) em hipótese alguma se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal na coautoria.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são sempre puníveis, ainda que o crime não venha a ser
tentado.
d) os crimes plurissubjetivos não admitem a coautoria e a participação.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste (crime menos grave). Todavia, essa pena será aumentada até metade, na hipótese de
ter sido previsível o resultado mais grave, conforme art. 29, §2º do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois, COMO REGRA, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, SALVO quando elementares do crime, conforme art. 30 do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa
em contrário, NÃO SÃO PUNÍVEIS, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado, nos termos do art. 31 do
CP.

d) ERRADA: Item errado, pois crimes plurissubjetivos são aqueles em que há a participação de mais de um
agente, podendo ser necessariamente plurissubjetivos (necessitam de mais de um agente) ou eventualmente
plurissubjetivos (podem ser praticados em concurso de agentes, mas isso não é indispensável).

e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 29, §1º do CP:

Art. 29 (...) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída
de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

GABARITO: Letra E

2. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – APOIO JURÍDICO) Hamilton resolve chamar um
táxi pelo aplicativo do celular a fim de conduzi-lo até determinado endereço. Após ingressar no veículo,
Hamilton recebe uma ligação em seu telefone, ocasião em que diz a pessoa que está do outro lado da
linha que está se dirigindo até o endereço do amante de sua esposa a fim de matá-lo. O motorista do táxi,
mesmo após ouvir a conversa de seu passageiro, o conduz até seu destino. No dia seguinte, o motorista

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toma conhecimento pelo noticiário televisivo de que Hamilton realmente matou o amante de sua mulher.
Diante do caso hipotético, o taxista
a) responderá pelo crime de homicídio doloso como partícipe.
b) responderá pelo crime de homicídio doloso como coautor.
c) responderá pelo crime de homicídio culposo.
d) responderá pelo crime de favorecimento pessoal.
e) não responderá por nenhum crime.

COMENTÁRIOS

Neste caso, o taxista não responderá por crime algum, pois não houve coautoria ou participação no crime
alheio. A conduta do taxista, de levar o agente ao seu destino, havendo participação na cadeia causal, sob o
aspecto meramente físico, não havia liame subjetivo entre ambos, nem podemos dizer que a conduta do taxista,
no exercício de seu papel social (transportar pessoas), pode ser considerada uma adesão subjetiva à conduta
alheia.

GABARITO: Letra E

3. (FCC – 2017 – PC-AP – AGENTE DE POLÍCIA) Mário e Mauro combinam a prática de um crime de
furto a uma residência. Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente
municiado. Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens ali existentes.
Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é surpreendido com a presença de um dos
moradores que, ao reagir a ação criminosa, acaba sendo morto por Mauro. Nesta hipótese
a) Mário e Mauro responderão pela prática de latrocínio.
b) Mário e Mauro responderão pela prática de furto.
c) Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro responderá pela prática de furto qualificado.
d) Mário responderá apenas pelo furto e Mauro responderá pela prática dos crimes de porte ilegal de arma
de fogo, furto e homicídio.
e) Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de latrocínio.

COMENTÁRIOS

Neste caso ocorreu o fenômeno da cooperação dolosamente distinta, ou “participação em crime menos grave”,
previsto no art. 29, §2º do CP:

Art. 29 (...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Neste caso, o agente que quis participar do crime menos grave (furto), no caso, Mário, responderá apenas
por este crime. O outro agente, Mauro, que acabou praticando um crime mais grave (roubo com resultado
morte = latrocínio), responderá por este crime.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

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4. (FCC – 2013 – TRT1 – JUIZ) Quanto aos demais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a
vítima;
a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.
b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.
c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.
d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.
e) não se comunica em qualquer hipótese.

COMENTÁRIOS

O parentesco entre um dos comparsas e a vítima, em regra, não se comunica aos demais comparsas, ou seja,
é irrelevante em relação a eles. Contudo, em determinados casos, quando este grau de parentesco for uma
das questões elementares do tipo penal, haverá comunicação com os demais comparsas, como ocorre no crime
de infanticídio, em que o parentesco de um dos comparsas (a mãe) e a vítima (filho) irá se estender aos demais
agentes do delito, possibilitando sua punição pela conduta de infanticídio, nos termos do art. 123, c/c art. 30
do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

5. (FCC – 2014 – METRÔ-SP – ADVOGADO) Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, mediante prévio ajuste,
a prática de um crime de furto qualificado em residência. Pedrus escolheu a residência e emprestou seu
veículo para o transporte dos objetos furtados. Joaus arrombou a porta da residência indicada por Pedrus
e entrou. Joseh entrou em seguida. Joaus e Joseh recolheram todos os objetos de valor, colocaram no
veículo e fugiram do local. Nesse caso,
a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores.
b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.
c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.
d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.
e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.

COMENTÁRIOS

Neste caso, Pedrus prestou auxílio material, ao fornecer seu veículo e escolher a residência do furto. Contudo,
o AUXÍLIO de Pedrus para por aí, ele não tem mais nenhuma participação no crime e não detém o domínio
final do fato (poder de intervir e fazer cessar a atividade criminosa, por exemplo), de maneira que não pode
ser considerado autor intelectual.

Também não pode Pedrus ser considerado “autor”, na concepção formal de autor, segundo a qual autor é
aquele que pratica a conduta descrita no núcleo do tipo, por uma questão simples: Até o final da atuação de
Pedrus o crime sequer havia sido iniciado (estava apenas na fase da cogitatio, ou fase de atos preparatórios).
Assim, como dizer que ele “praticou o núcleo do tipo”? Impossível. Assim, Pedrus NÃO É AUTOR (naturalmente,
nem coautor).

Joaus e Joseh, por sua vez, praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo penal, de forma que são autores
(coautores) do delito.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

6. (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO) No concurso de pessoas,


a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim, conhecendo a conduta alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a atividade delituosa de outrem,
dispensada a prévia combinação entre eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Item errado, pois se há liame subjetivo entre eles teremos coautoria, e não autoria colateral, que
pressupõe o desconhecimento de um em relação à conduta do outro.

B) ERRADA: Item errado, pois em regra, a infração penal será a mesma para todos os comparsas, por força
da adoção da teoria monista pelo CP.

C) CORRETA: Item correto, pois a existência de vínculo subjetivo (liame subjetivo) entre os comparsas é
indispensável, embora não seja necessário o prévio ajuste entre eles, pois um pode aderir à conduta do outro,
que já se encontra em andamento, por exemplo.

D) ERRADA: Embora o termo correto seja “núcleo do tipo”, o item está errado, pois não é necessário que todos
pratiquem a conduta descrita no núcleo do tipo. Aqueles que o fizerem serão autores. Os que apenas
prestarem auxílio serão partícipes.

E) ERRADA: Item errado, pois a existência de vínculo subjetivo entre os comparsas é indispensável para a
caracterização do concurso de agentes.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

7. (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ) Em tema de concurso de pessoas, é possível afirmar que
a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo crime menos grave que quis
participar, mas sempre com aumento da pena.
b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a prévia combinação.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a
ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que elementares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da pena, incidindo na segunda
etapa do cálculo.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Item errado, pois na cooperação dolosamente distinta (ou diversa), o agente responde sempre
pelo crime menos grave, mas o aumento de pena só é aplicável se o crime mais grave (que efetivamente
ocorreu) era previsível, nos termos do art. 29, §2º do CP.

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B) CORRETA: Item correto, pois a existência de vínculo subjetivo (liame subjetivo) entre os comparsas é
indispensável, embora não seja necessário o prévio ajuste entre eles, pois um pode aderir à conduta do outro,
que já se encontra em andamento, por exemplo.

C) ERRADA: Item errado. Cuidado! Vejamos a redação do art. 31 do CP:

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em


contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Vejam, assim, que EM REGRA tais condutas não são puníveis, mas a Lei pode dizer o contrário para
determinadas situações, por isso o item está errado, pois diz que NUNCA SERÃO puníveis.

D) ERRADA: Se forem elementares do delito, tais condições irão se comunicar, nos termos do art. 30 do CP.

E) ERRADA: De fato, a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição de pena,
prevista no art. 29, §1º do CP. Contudo, ela incidirá na TERCEIRA FASE da aplicação da pena, e não na
segunda.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

8. (FCC – 2015 – CNMP – ANALISTA) No concurso de pessoas,


a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste, essa
pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
periculosidade.
c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis,
se o crime não chega a ser consumado.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída até metade.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: O aumento de pena (no caso de ser previsível o crime mais grave) é de “ATÉ A METADE” e não
de um a dois terços, na forma do art. 29, §2º do CP.

B) ERRADA: Item errado, pois cada um irá responder na medida de sua CULPABILIDADE, nos termos do art.
29 do CP.

C) CORRETA: Item correto, pois é a exata previsão do art. 30 do CP:

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando


elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

D) ERRADA: Tais condutas (ajuste, o auxílio, etc.) não são puníveis se o crime não chega a ser, ao menos,
tentado (e não consumado, como diz a questão), pois isto é o que prevê o art. 31 do CP:

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Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em


contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

E) ERRADA: A pena, neste caso, pode ser diminuída de um sexto a um terço, nos termos do §1º do art. 29 do
CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

9. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que
A) coautores são aqueles que, atuando de forma idêntica, executam o comportamento que a lei define como
crime.
B) partícipe é aquele que, também praticando a conduta que a lei define como crime, contribui, de qualquer
modo, para a sua realização.
C) é possível a coautoria nos crimes de mão própria.
D) é admissível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do autor.
E) é inadmissível a participação nos crimes omissivos próprios.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Embora seja coautor todo aquele que pratica o comportamento definido como crime, não é
necessário que a conduta seja idêntica, pois pode haver hipótese de coautoria funcional, na qual os agentes
praticam condutas diversas, que se complementam.

B) ERRADA: O partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo;

C) ERRADA: Nos crimes de mão própria não se admite coautoria, em razão de o crime dever ser praticado
especificamente por determinada pessoas;

D) CORRETA: Nos crimes próprios é plenamente possível a coautoria, desde que o outro agente tenha pleno
conhecimento da condição do outro coautor.

E) ERRADA: Nos crimes omissivos próprios se admite a participação moral, quando, por exemplo, alguém
induz outra pessoa a se omitir.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

10. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL) Maria, enfermeira, por ordem do médico João,
ministrou veneno ao paciente, supondo tratar-se de um medicamento, ocasionando-lhe a morte. Nesse
caso,
A) não há concurso de agentes, mas apenas um autor mediato, pela realização indireta do fato típico.
B) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria co-autora.
C) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria partícipe.
D) há concurso de agentes, figurando tanto João como Maria na condição de autores.
E) há concurso de agentes, figurando Maria como autora e João como co-autor.

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COMENTÁRIOS

Nesse caso, há autoria mediata, pois o Médico João se valeu de uma pessoa sem dolo (em razão do erro
determinado por terceiro) para praticar um delito. Assim, não há que se falar em concurso de agentes.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

11. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA ADMINISTRATIVO) José instigou Pedro, agindo sobre a vontade
deste, de forma a fazer nascer neste a idéia da prática do crime. João prestou auxílio a Pedro,
emprestando-lhe uma arma para que pudesse executar o delito. José e João são considerados,
tecnicamente,
A) co-autores.
B) autores.
C) Partícipes.
D) partícipe e co-autor, respectivamente.
E) co-autor e partícipe, respectivamente.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, ambos apenas auxiliaram (moralmente e materialmente) o autor a praticar o delito, motivo pelo
qual são considerados partícipes do crime.

Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

12. (FCC - 2008 - MPE-CE - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos chamados crimes monossubjetivos,
A) o concurso de pessoas é eventual.
B) o concurso de pessoas só ocorre no caso de autoria mediata.
C) o concurso de pessoas é necessário.
D) não há concurso de pessoas.
E) há concurso de pessoas apenas na forma de participação.

COMENTÁRIOS

Nos crimes monossubjetivos, em regra o delito é praticado por um único agente, não sendo necessária a
pluralidade de agentes. Portanto, nestes crimes (que são a regra), o concurso de agentes é meramente
eventual.

Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

13. (FCC - 2011 - TRE-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com o Código Penal
brasileiro,
A) não há distinção entre autores, co-autores e partícipes, que incidem de forma idêntica nas penas cominadas
ao delito.
B) os autores, co-autores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na medida de sua culpabilidade.

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C) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos co-autores e partícipes.
D) ao autor principal e aos co-autores será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos partícipes.
E) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os co-autores e os partícipes terão
obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um terço.

COMENTÁRIOS

Com relação à punibilidade de cada um dos participantes do evento criminoso, o CP prevê que cada um seja
punido de acordo com sua culpabilidade, não estabelecendo, em abstrato, penas mais graves para um ou
para outro, bem como não estabelecendo que as penas devam ser idênticas. Nos termos do art. 29 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

14. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) João instigou José a
praticar um crime de roubo. Luiz forneceu-lhe a arma. Pedro forneceu-lhe todas as informações sobre a
residência da vítima e sobre o horário em que esta ficava sozinha. No dia escolhido, José, auxiliado por
Paulo, ingressou na residência da vítima. José apontou-lhe a arma, enquanto Paulo subtraiu-lhe dinheiro
e jóias. Nesse caso, são considerados partícipes APENAS
A) Luiz e Pedro.
B) João, Luiz, Pedro e Paulo.
C) João, Luiz e Pedro.
D) José, Pedro e João.
E) João, José, Luiz e Pedro.

COMENTÁRIOS

João e Luiz são partícipes, pois auxiliaram José a cometer o crime, o primeiro, moralmente, e o segundo,
materialmente. Pedro por sua vez, também é partícipe, pois forneceu informações ao autor do crime,
auxiliando-o materialmente. Já Paulo e José são autores do crime, pois praticaram a conduta descrita no
núcleo do tipo e roubo (art. 157 do CP).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

15. (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No concurso de pessoas,
A) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de metade.
B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
C) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena do crime
cometido, reduzida de um a dois terços.
D) as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam, sejam, ou não, elementares do crime.
E) a instigação e o auxílio, em qualquer hipótese, são puníveis mesmo que o crime não ocorra.

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COMENTÁRIOS

Com relação à punibilidade de cada um dos participantes do evento criminoso, o CP prevê que cada um seja
punido de acordo com sua culpabilidade, não estabelecendo, em abstrato, penas mais graves para um ou
para outro. Nos termos do art. 29 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Na participação de menor importância, a pena é diminuída de um sexto a um terço, não de metade (art. 29,
§ 1° do CP). Além disso, quando o agente quis participar de crime menos grave (tendo outro agente cometido
um crime mais grave), aplica-se ao primeiro a pena do crime previsto (NÃO A DO CRIME COMETIDO!),
aumentada até a metade, CASO FOSSE PREVISÍVEL A PRÁTICA DO CRIME MAIS GRAVE (art. 29, § 2° do CP).

A cooperação dolosamente distinta, também chamada de “participação em crime menos grave”, ocorre
quando ambos os agentes decidem praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles decide
praticar outro crime, mais grave. Nesse caso, aplica-se o art. 29, § 2° do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Quanto à comunicabilidade das circunstâncias pessoais, nos termos do art. 30 do CP, elas só se comunicam
quando elementares do crime.

A instigação e o auxílio só são puníveis se o crime chegar, pelo menos, a ser tentado (art. 31 do CP).

Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

16. (FCC – 2012 – ISS/SP – AFTM) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que
a) a importância da participação não influi na pena a ser imposta.
b) não é possível participação por omissão em crime comissivo.
c) é possível a participação em crime omissivo puro.
d) não pode haver participação em contravenção.
e) é possível participação dolosa em crime culposo.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA - A alternativa está errada, pois a participação de cada agente determina na quantidade da
pena a ser aplicada. Vejamos:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto


a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

B) ERRADA - É possível a participação omissiva no crime comissivo, através da omissão de quem tenha o dever
legal de evitar o resultado. Não agindo, será considerado partícipe, nos termos do art. 13, §2º do CP.

C) CORRETA - De fato, é possível a participação em crime omissivo puro, na modalidade de participação


moral à prática da omissão. EXEMPLO: Alguém que instiga um funcionário público a deixar de praticar um ato
de ofício por sentimento pessoal. Nesse caso estará participando do crime de prevaricação (art. 319), na
modalidade de participação moral;

D) ERRADA - Não há qualquer vedação ao concurso de agentes para a prática de contravenções.

E) ERRADA - A Doutrina majoritária não admite a participação dolosa em crime culposo, por entender que
como o crime culposo não é direcionado à prática de um delito, impossível o liame subjetivo entre autor e
partícipe, indispensável à ação mediante concurso de agentes.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

17. (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - PROVIMENTO)


Necessariamente, autores e partícipes recebem
a) penas idênticas.
b) penas, respectivamente, mais e menos graves.
c) penas, respectivamente, menos e mais graves.
d) penas igualmente graves, mas de espécies distintas.
e) penas igualmente graves, salvo se diversa for sua culpabilidade.

COMENTÁRIOS

Nos termos do art. 29 do CP, cada um será punido na medida de sua culpabilidade:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, não há como definir, a princípio, quem receberia pena mais grave e quem receberia pena menos grave.
Também não podemos afirmar, categoricamente, que receberiam penas idênticas.

Assim, a alternativa que melhor resolve a questão é a letra E, eis que, de fato, havendo culpabilidade igual,
receberão penas igualmente graves. Se a culpabilidade for distinta, receberão penas distintas.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

18. (FCC - 2013 - DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO) Se alguém instiga outrem a surrar inimigo comum,
mas o instigado se excede e mata a vítima, é correto afirmar que
a) a conduta do partícipe é atípica.
b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer aumento de pena, se não podia prever o
resultado morte.

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c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará jus, necessariamente, ao reconhecimento da
participação de menor importância.
d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena aumentada até um terço, se previsível o
resultado letal.
e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que tenha assumido o risco do resultado
morte.

COMENTÁRIOS

Aqui temos o que se chama de cooperação dolosamente distinta, que ocorre quando um dos agentes quis
participar de CRIME MENOS GRAVE, mas outro dos comparsas acabou praticando CRIME MAIS GRAVE.
Vejamos:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Vejam que, em qualquer caso, o agente que quis praticar o crime menos grave receberá a pena DESTE.
Entretanto, se o crime mais grave (e que efetivamente ocorreu) era previsível, a pena será aumentada até a
metade.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

19. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Indivíduos que são alcançados pela lei penal, não
porque tenham praticado uma conduta ajustável a uma figura delitiva, mas porque, executando atos sem
conotação típica, contribuíram, objetivamente e subjetivamente, para a ação criminosa de outrem
a) não são punidos por atipicidade da conduta.
b) são coautores e incidem na mesma pena cabível ao autor do crime.
c) são concorrentes de menor importância e têm a pena diminuída de um sexto a um terço.
d) são considerados partícipes e incidem nas penas cominadas ao crime, na medida de sua culpabilidade.
e) podem ser coautores ou partícipes e a pena, em qualquer caso, é diminuída de um terço.

COMENTÁRIOS

Como o CP adotou a teoria objetivo-formal para distinguir autor e partícipe (sendo autor aquele que pratica
a conduta descrita no núcleo do tipo e partícipe aquele que colabora, de alguma forma, com a conduta do
autor), temos que a alternativa correta é a letra D, pois tais pessoas são consideradas partícipes e incidem
nas penas cominadas ao crime, na medida de sua culpabilidade. Vejamos:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

20. (VUNESP – 2018 – PC-SP - INVESTIGADOR) No que diz respeito ao concurso de pessoas e às
expressas regras do CP (arts. 29 a 31),
(A) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
punibilidade. 

(B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
voluntariedade. 

(C) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

(D) mesmo que o crime sequer seja tentado, o ajuste, a determinação ou a instigação e o auxílio sempre são
puníveis.
(E) aplica-se a mesma pena a todos os coautores, ainda que a participação seja de menor importância. 


COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua CULPABILIDADE”, conforme art. 29 do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua CULPABILIDADE”, conforme art. 29 do CP.

c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 30 do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois se o crime não chega sequer a ser tentado, o ajuste, a determinação ou
instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, conforme art. 31 do CP.

e) ERRADA: Item errado, pois cada um responderá na medida de sua culpabilidade, não havendo aplicação
de pena necessariamente idêntica a todos os infratores. Ademais, se a participação é de menor importância,
a pena é diminuída de um sexto a um terço, conforme art. 29, §1º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

21. (VUNESP – 2018 – PC-SP - ESCRIVÃO) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que
(A) Mévio e Caio, pelo ajuste da prática de furto à residência de Tício, uma vez descoberto o plano, serão
punidos, ainda que o crime não chegue a ser tentado. 

(B) Mévio e Caio, tendo furtado a residência dos pais de Caio, são isentos de pena, aplicando-se a ambos o
perdão legal que exime de pena os crimes patrimoniais, cometidos sem violência, em detrimento de
ascendentes. 

(C) Mévio, tendo ajustado com Caio apenas a prática de furto à residência de Tício, responderá pelos demais
crimes eventualmente praticados por Caio, ainda que não previsíveis.
(D) Caio, empresário, ciente da condição de funcionário público de Mévio, tendo o auxiliado na prática de
peculato-furto, não responderá pelo crime funcional, já que a condição pessoal de funcionário público de
Mévio a ele não se comunica. 


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(E) Mévio, pela participação de menor importância na prática de furto à residência de Tício, poderá ter a
pena diminuída.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois se o crime não chega sequer a ser tentado, o ajuste, a determinação ou
instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, conforme art. 31 do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois a causa pessoal de isenção de pena do art. 181, II não se aplica ao estranho
que participa do crime (art. 183, II do CP), logo, apenas Caio será beneficiado pela causa pessoal de isenção
de pena.

c) ERRADA: Item errado, pois nesse caso terá havido cooperação dolosamente distinta, de forma que Mévio
responderá apenas pelo crime que quis praticar (furto), na forma do art. 29, §2º do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois neste caso Caio também responderá por peculato-furto, pois a condição pessoal
do comparsa (ser funcionário público) se comunicará com Caio, por ser elementar do delito, na forma do art.
30 do CP.

e) CORRETA: Item correto, pois se a participação é de menor importância, a pena pode ser diminuída de um
sexto a um terço, conforme art. 29, §1º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

22. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) É requisito para a configuração do concurso de pessoas
(A) uma única conduta.
(B) a irrelevância causal das condutas.
(C) a identidade de crime para todos os envolvidos.
(D) a autoria incerta.
(E) o prévio ajuste entre os agentes.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois é necessário que haja pluralidade de condutas.

b) ERRADA: Item errado, pois é necessário que haja relevância causal das condutas, ou seja, que as condutas
tenham, de alguma forma, contribuído para a infração.

c) CORRETA: Item correto, pois, de fato, a identidade (ou unidade) de infração penal é um dos requisitos do
concurso de agentes.

d) ERRADA: Item errado, pois não é necessário que a autoria seja incerta.

e) ERRADA: Item errado, pois o prévio ajuste é dispensável, podendo haver ajuste concomitante à prática
delituosa ou, até mesmo, adesão subjetiva de um dos agentes à conduta do outro.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

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23. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) Sobre o concurso de pessoas e as previsões expressas
da legislação penal, assinale a alternativa correta.
(A) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
(B) Se a participação for de menor importância, será aplicada atenuante genérica.
(C) Ao concorrente que quis participar de crime menos grave, será aplicada a mesma pena do concorrente,
diminuída, no entanto, de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço).
(D) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do crime, são
incomunicáveis aos coautores.
(E) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são puníveis ainda que o crime não chegue a ser tentado.

COMENTÁRIOS

a) CORRETA: Item correta, pois esta é a exata previsão do art. 29 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

b) ERRADA: Item errado, pois neste caso (participação de menor importância) teremos uma causa de
diminuição de pena, e não atenuante genérica, conforme art. 29, §1º do CP (redução de um sexto a um terço).

c) ERRADA: Item errado, pois ao concorrente que quis participar de crime menos grave será aplicada a pena
deste, mas essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave,
conforme art. 29, §2º do CP (trata-se da chamada “cooperação dolosamente distinta”).

d) ERRADA: Item errado, pois não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, EXCETO
quando forem elementares do crime, na forma do art. 30 do CP.

e) ERRADA: Item errado, pois, salvo disposição expressa em contrário, o ajuste, a determinação ou instigação
e o auxílio não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado, conforme art. 31 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

24. (VUNESP – 2017 – PREF. PORTO FERREIRA-SP – PROCURADOR) Sobre o concurso de pessoas,
assinale a alternativa correta.
a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
personalidade.
b) Se a participação for de maior importância, a pena pode ser majorada de um sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa
pena será aumentada até o dobro, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
e) O ajuste, a determinação, a sedição ou instigação e o auxílio ou cooperação material não são puníveis, se
o crime não chega, pelo menos, a ser executado.

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a) ERRADA: Item errado, pois quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua CULPABILIDADE, nos termos do art. 29 do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois não há previsão de causa de aumento de pena para a participação de maior
importância, embora há causa de diminuição de pena para a participação de MENOR importância, na forma
do art. 29, §1º do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois no caso de cooperação dolosamente distinta (participação em crime menos
grave), o agente que quis participar de crime menos grave, receberá a pena deste, mas essa pena será
aumentada até a METADE na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave, na forma do art. 29, §2º
do CP.

d) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 30 do CP, que estabelece a
incomunicabilidade das condições e circunstâncias de caráter pessoal, exceto quando forem elementares do
delito.

e) ERRADA: Item errado, pois tais condutas, como REGRA, não são puníveis se o crime não chega pelo menos
a ser tentado, na forma do art. 31 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

25. (VUNESP – 2015 – PC-CE – INSPETOR) No que diz respeito ao concurso de pessoas, segundo as
disposições previstas no Código Penal, é correto afirmar que
a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do crime.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, independentemente se
quis participar de crime menos grave
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis,
se o crime, apesar de iniciada a execução, não chega a ser consumado.
d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
e) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois tais circunstâncias e condições se comunicam quando forem elementares do
delito, nos termos do art. 30 do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois se o agente quis participar de crime menos grave, e acaba sobrevindo resultado
mais gravoso, responde apenas pelo crime que quis praticar (cooperação dolosamente distinta), com ou sem o
aumento de pena (até a metade), a depender da previsibilidade da ocorrência do resultado mais gravoso,
nos termos do art. 29, §2º do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega a ser, ao menos, TENTADO. Se, uma vez iniciada a
execução, o resultado não ocorrer, os agentes responderão pelo delito na forma tentada, nos termos do art.
14, II do CP.

d) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 29 do CP.

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e) ERRADA: Item errado, pois se o agente quis participar de crime menos grave, e acaba sobrevindo resultado
mais gravoso, responde apenas pelo crime que quis praticar (cooperação dolosamente distinta), com ou sem o
aumento de pena (até a metade), a depender da previsibilidade da ocorrência do resultado mais gravoso,
nos termos do art. 29, §2º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

26. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO) Segundo o conceito restritivo, é autor aquele que
a) tem o domínio do fato.
b) realiza a conduta típica descrita na lei.
c) contribui com alguma causa para o resultado.
d) age dolosamente na prática do crime.
e) pratica o fato por interposta pessoa que atua sem culpabilidade.

COMENTÁRIOS

Segundo o conceito restritivo de autor, adotado pelo CP, autor é aquele que realiza a conduta descrita no
núcleo do tipo penal, materializando, assim, a adoção da teoria objetivo-formal pelo CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

27. (VUNESP – 2014 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – ADVOGADO) CP, art. 30: quando se
verifica o concurso de pessoas em matéria penal, não se comunicam as circunstâncias e as condições de
caráter pessoal,
a) salvo nos crimes contra a Administração Pública.
b) salvo no caso de extinção da punibilidade.
c) salvo nos crimes contra a Fé Pública.
d) salvo quando elementares do crime.
e) em hipótese alguma.

COMENTÁRIOS

As circunstâncias e as condições de caráter pessoal em regra não se comunicam, salvo quando elementares do
crime, nos termos do art. 30 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

28. (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) No que tange ao concurso de pessoas nos crimes
de corrupção ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria
a) monista.
b) causal.
c) dualista.
d) pluralística.

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COMENTÁRIOS

No que tange aos crimes de corrupção ativa e passiva o CP adotou a teoria dualista, eis que num mesmo
contexto criminoso, em relação ao corruptor e ao corrompido, cada um responderá por um delito diferente (o
particular por corrupção ativa e o funcionário por corrupção passiva).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

29. (VUNESP – 2002 – SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS) No crime de concussão, a circunstância
de ser um dos agentes funcionário público:
a) não é elementar, não se comunicado, portanto, ao concorrente particular.
b) é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular.
c) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda que este desconheça a condição daquele.
d) é elementar comunicando-se ao concorrente particular, se este conhecia a condição daquele.
e) não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação ao concorrente particular.

COMENTÁRIOS

No concurso de agentes na prática de crime PRÓPRIO, a condição exigida pelo tipo penal (no caso da
concussão a condição de funcionário público), pertencente a apenas um dos comparsas, aos demais se estende,
quando for ELEMENTAR do delito.

Vejamos:

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando


elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A condição de funcionário, neste caso, sendo elementar, comunica-se ao outro comparsa, de forma que a ele
se aplica, DESDE QUE ele conheça a existência desta condição em relação ao outro comparsa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

30. (FGV / 2022 / PCERJ)


Agamenon, Aquiles, Ájax e Cadmo combinam de furtar pneus de veículos automotores do interior de um
galpão cercado de mato e aparentemente abandonado. Agamenon e Cadmo permanecem no carro, ao passo
que Ájax arromba o portão e Aquiles ingressa, se deparando, pouco depois, com um vigia. Diante da reação
ao ingresso não consentido, de posse de um vergalhão, Aquiles golpeia, perfura e mata o vigia. Considerando
esse cenário, é correto afirmar que Agamenon, Ájax e Cadmo responderão por:
(A) participação de menor importância;
(B) cooperação dolosamente distinta;
(C) autoria colateral;
(D) participação mediante omissão;
(E) coautoria sucessiva.

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COMENTÁRIOS

Nesse caso, Aquiles acabou praticando um crime mais grave que aquele combinado com Ájax, Agamenon e
Cadmo. Estes últimos, portanto, desejavam apenas praticar um furto, de maneira que não serão
responsabilizados pela conduta unicamente realizada por Aquiles (roubo). Trata-se do fenômeno da
cooperação dolosamente distinta, art. 29, §2º do CP, de forma que Ájax, Agamenon e Cadmo receberão a
pena do crime menos grave que queriam praticar (furto).

GABARITO: Letra B

31. (FGV / 2018 / TJAL)

No Direito Penal, a doutrina costuma reconhecer o concurso de pessoas quando a infração penal é cometida
por mais de uma pessoa, podendo a cooperação ocorrer através de coautoria ou participação.

Sobre o tema, de acordo com o Código Penal, é correto afirmar que:


(A) o auxílio material é punível se o crime chegar, ao menos, a ser cogitado;
(B) as circunstâncias de caráter pessoal, diante de sua natureza,
não se comunicam, ainda que elementares
do crime;
(C) em sendo de menor importância a participação ou coautoria, a pena poderá ser reduzida de um sexto a
um terço;
(D) a teoria sobre concurso de agentes adotada pela legislação penal brasileira, em regra, é a dualista;
(E) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste.

COMENTÁRIOS

(A) ERRADA: Item errado, pois para que o ajuste, a determinação, instigação ou auxílio sejam puníveis é
necessário que o crime chegue ao menos a ser tentado, nos termos do art. 31 do CP.
(B) ERRADA: Item errado, pois as circunstâncias de caráter pessoal, quando elementares do crime, se
comunicarão ao comparsa, desde que este tenha conhecimento da existência de tal condição, nos termos
do art. 30 do CP.
(C) ERRADA: Item errado, pois em sendo de menor importância a participação, a pena poderá ser reduzida
de um sexto a um terço, nos termos do art. 29, §1º do CP. Prevalece na Doutrina, embora com algumas
críticas, que a diminuição de pena relativa à participação somente se aplica à participação em sentido estrito
(conduta do partícipe), não se aplicando ao coautor.
(D) ERRADA: Item errado, pois a teoria adotada em regra, quanto à punibilidade no concurso de agentes, é
a teoria monista (monística ou unitária).
(E) CORRETA: Item correto, pois essa é a exata previsão do art. 29, §2º do CP, que trata da cooperação
dolosamente distinta:

Art. 29 (...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-
á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

GABARITO: Letra E

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32. (FGV / 2018 / OAB)


Pedro e Paulo combinam de praticar um crime de furto em determinada creche, com a intenção de subtrair
computadores. Pedro, então, sugere que o ato seja praticado em um domingo, quando o local estaria
totalmente vazio e nenhuma criança seria diretamente prejudicada.
No momento da empreitada delitiva, Pedro auxilia Paulo a entrar por uma janela lateral e depois entra pela
porta dos fundos da unidade. Já no interior do local, eles verificam que a creche estava cheia em razão de
comemoração do “Dia das Mães”; então, Pedro pega um laptop e sai, de imediato, pela porta dos fundos,
mas Paulo, que estava armado sem que Pedro soubesse, anuncia o assalto e subtrai bens e joias de crianças,
pais e funcionários. Captadas as imagens pelas câmeras de segurança, Pedro e Paulo são identificados e
denunciados pelo crime de roubo duplamente majorado.
Com base apenas nas informações narradas, a defesa de Pedro deverá pleitear o reconhecimento da
A) participação de menor importância, gerando causa de diminuição de pena.
B) cooperação dolosamente distinta, gerando causa de diminuição de pena.
C) cooperação dolosamente distinta, gerando aplicação da pena do crime menos grave.
D) participação de menor importância, gerando aplicação da pena do crime menos grave.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, Paulo acabou praticando um crime mais grave que aquele combinado com Pedro. Este último,
portanto, desejava apenas praticar um furto, de maneira que não será responsabilizado pela conduta
unicamente realizada por Paulo (roubo). Trata-se do fenômeno da cooperação dolosamente distinta, art. 29,
§2º do CP, de forma que Pedro receberá a pena do crime menos grave que queria praticar (furto).

GABARITO: Letra C

33. (FGV / 2018 / MPE-RJ)


De maneira geral, os delitos tipificados no ordenamento jurídico brasileiro são de concurso eventual, tendo
em vista que podem ser executados por uma ou mais pessoas. Excepcionalmente, porém, existem delitos de
concurso necessário, sendo indispensável a pluralidade de agentes para configuração do tipo. Sobre o tema
concurso de pessoas, é correto afirmar que:
A) o Código Penal, como regra geral, adota a teoria Monista, de modo que autor e partícipe respondem pelo
mesmo crime, cada um, porém, na medida de sua culpabilidade;
B) a participação de menor importância permite a aplicação de regime inicial de pena menos severo, mas
não poderá funcionar como causa de diminuição de pena;
C) as circunstâncias objetivas se comunicam aos coautores, diferente das de caráter pessoal, que não se
comunicam, ainda que elementares do tipo;
D) a pluralidade de pessoas e a relevância causal das condutas são requisitos para sua configuração, mas não
são requisitos para configurar o liame subjetivo;
E) os crimes classificados como próprios não admitem coautoria ou participação.

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A) CORRETA: Item correto, pois, de fato o CP, como regra geral, adota a teoria monista (monística ou
unitária), de modo que autor e partícipe respondem pelo mesmo crime, cada um, porém, na medida de sua
culpabilidade:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

B) ERRADA: Item errado, pois a participação de menor importância é causa de diminuição de pena de um
sexto a um terço, nos termos do art. 29, §1º do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois as circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam em regra, salvo quando
elementares do tipo, nos termos do art. 30 do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois o liame subjetivo (vínculo de vontades) também é elemento essencial à
configuração do concurso de agentes.
E) ERRADA: Item errado, pois nada impede o concurso de agentes (por coautoria ou participação) em crimes
próprios, desde que o comparsa tenha conhecimento da condição pessoal específica do outro agente, eis
que tal condição pessoal, por ser elementar do delito, irá se comunicar entre os agentes (ex.: servidor pratica
crime funcional juntamente com um particular, que sabe que seu comparsa é servidor).
GABARITO: Letra A

34. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Rafael e Francisca combinam praticar um crime de
furto em uma residência onde ela exercia a função de passadeira. Decidem, então, subtrair bens do imóvel
em data sobre a qual Francisca tinha conhecimento de que os proprietários estariam viajando, pois assim
ela tinha certeza de que os patrões, de quem gostava, não sofreriam qualquer ameaça ou violência.

No dia do crime, enquanto Francisca aguarda do lado de fora, Rafael entra no imóvel para subtrair bens.
Ela, porém, percebe que o carro dos patrões está na garagem e tenta avisar o fato ao comparsa para que
este saísse rápido da casa. Todavia, Rafael, ao perceber que a casa estava ocupada, decide empregar
violência contra os proprietários para continuar subtraindo mais bens. Descobertos os fatos, Francisca e
Rafael são denunciados pela prática do crime de roubo majorado.
Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) de Francisca deverá buscar
A) sua absolvição, tendo em vista que não desejava participar do crime efetivamente praticado. 

B) o reconhecimento da participação de menor importância, com aplicação de causa de redução de pena. 

C) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se a pena do furto
qualificado. 

D) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se causa de diminuição
de pena sobre a pena do crime de roubo majorado. 


COMENTÁRIOS

Nesse caso, o advogado deve buscar o reconhecimento da “cooperação dolosamente distinta” ou


“participação em crime menos grave”, prevista no art. 29, §2º do CP, pois Francisca quis participar apenas de
um furto, não de um roubo. Neste caso, Francisca deve responder pelo crime de furto, que foi aquele que
efetivamente quis praticar.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

35. (FGV – 2015 – TJ-RO – OFICIAL DE JUSTIÇA) O Código Penal brasileiro traz diversos crimes que
podem ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê algumas hipóteses em que o concurso
de pessoas é necessário. Como regra geral, quando duas ou mais pessoas, unidas em ações e desígnios,
praticam em conjunto um delito, pode-se falar em concurso de pessoas. Sobre essa tema, é correto afirmar
que o Código Penal adotou, em regra, a Teoria:
a) Pluralista, com exceções;
b) Dualista, sem exceções;
c) Monista, com exceções;
d) Dualista, com exceções;
e) Monista, sem exceções.

COMENTÁRIOS

O CP brasileiro adotou a teoria monista, estabelecendo que todos aqueles que participam de uma empreitada
criminosa (em concurso de agentes), respondem pelo mesmo tipo penal (mesmo crime). Todavia, existem
exceções, como ocorre no caso do aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante, no qual o
terceiro responde por um crime (art. 126 do CP) e a gestante responde por outro (art. 124 do CP).

Assim, adotamos uma teoria monista, com exceções.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

36. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR SUBSTITUTO) Sobre o tema concurso de agentes, é correto afirmar
que:
a) em regra, aquele que instiga terceira pessoa à prática de um crime, por este responde, ainda que o
instigado não tenha iniciado a execução do delito;
b) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do crime;
c) na teoria da acessoriedade limitada, somente haverá a punição do partícipe se o autor houver praticado
uma conduta que seja típica, ilícita e culpável;
d) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste lhe será aplicada, com o aumento
de metade na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave;
e) não se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas, admitindo-se participação
culposa em crime doloso.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Se o agente sequer inicia a execução, não há fato punível, na forma do art. 31 do CP.

b) ERRADA: As circunstâncias e as condições de caráter pessoal, quando elementares do crime, se comunicam


aos demais agentes, na forma do art. 30 do CP.

c) ERRADA: Para a teoria da acessoriedade limitada, haverá a punição do partícipe se o autor houver
praticado uma conduta que seja, pelo menos, típica e ilícita.

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d) ERRADA: O item foi dado como correto, mas está errado. Tal item trata da cooperação dolosamente
distinta, prevista no art. 29, §2º do CP:

Art. 29 (...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Como se vê, o agente que quis participar do crime menos grave responderá por este, mas sua pena será
aumentada ATÉ a metade caso fosse previsível o resultado mais grave. O item fala em aumento DE METADE.
Isso está errado, pois aumentar a pena DE METADE significa, necessariamente, mais 50% de pena, ao passo
que aumentar ATÉ A METADE significa que o aumento pode CHEGAR A 50% (mas não necessariamente).

Item errado, ao meu ver, o que geraria a anulação da questão.

e) ERRADA: Item errado, pois o vínculo subjetivo entre os agentes deve ser homogêneo, ou seja, os agentes
devem “querer a mesma coisa”, de forma que não há possibilidade de haver participação dolosa em crime
culposo, e vice-versa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D (MERECIA ANULAÇÃO)

37. (FGV – 2014 – PROCEMPA – ADVOGADO) Com relação ao tema responsabilidade penal no
concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.
a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medida de sua culpabilidade.
b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime menos grave responde por este
e não pelo crime mais grave praticado pelo outro agente.
c) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3.
d) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exceção, devendo todos os
participantes responder pelo mesmo crime.
e) Não há participação dolosa em crime culposo.

COMENTÁRIOS

a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 29 do CP.

b) CORRETA: Tal item trata da cooperação dolosamente distinta, prevista no art. 29, §2º do CP. Se o agente
que quis participar do crime menos grave responderá por este, mas sua pena será aumentada ATÉ a metade
caso fosse previsível o resultado mais grave.

c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 29, §1º do CP.

d) ERRADA: O CP brasileiro adotou a teoria monista, estabelecendo que todos aqueles que participam de
uma empreitada criminosa (em concurso de agentes), respondem pelo mesmo tipo penal (mesmo crime).
Todavia, existem exceções, como ocorre no caso do aborto provocado por terceiro com o consentimento da
gestante, no qual o terceiro responde por um crime (art. 126 do CP) e a gestante responde por outro (art. 124
do CP).

Assim, adotamos uma teoria monista, com exceções (também chamada de “teoria monista mitigada”).

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e) CORRETA: Item correto, pois o vínculo subjetivo entre os agentes deve ser homogêneo, ou seja, os agentes
devem “querer a mesma coisa”, de forma que não há possibilidade de haver participação dolosa em crime
culposo, e vice-versa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

38. (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME UNIFICADO) Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda
a Lara, amiga de longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o melhor horário,
local etc. Após longas discussões de como poderia executar seu intento da forma mais eficiente possível,
a fim de não deixar nenhuma pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. A amiga prontamente atende
ao pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo correr conforme o planejado,
executará o homicídio naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo é
descoberto pela polícia.
A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, assinale a afirmativa correta.
==2b3adf==

A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de o crime ter sido praticado
contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por homicídio, sem a
presença da circunstância agravante.
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio, incidindo, para ambas, a circunstância
agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente.
C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio. Todavia, a agravante de ter sido,
o crime, praticado contra ascendente somente incide em relação à Sofia.
D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de ter sido, o crime, praticado
contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante também lhe será aplicada.

COMENTÁRIOS

A teoria restritiva sustenta a tese de que autor do delito é aquele que pratica a conduta descrita no núcleo do
tipo penal (no caso em tela, o verbo “matar”), sendo partícipes todos aqueles que, não praticando a conduta
descrita no núcleo do tipo, prestam algum tipo de auxílio (moral ou material).

No caso em tela, apenas Sofia praticou a conduta descrita no núcleo do tipo penal (matar), de forma que
apenas esta é considerada AUTORA do delito.

Lara, por sua vez, não é considerada autora do delito, mas PARTÍCIPE, por ter prestado auxílio material
(emprestando a faca) à Sofia.

Com relação à agravante (de ter sido praticado contra ascendente), esta não é extensível à Lara, pois se trata
de circunstância agravante de caráter pessoal, aplicável apenas ao infrator que possui laço de parentesco
com a vítima, nos termos do art. 65, II, e, C/C art. 30 do CP.

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

39. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Maria Joaquina, empregada doméstica de uma
residência, profundamente apaixonada pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta sua
conversa com uma terceira pessoa acordando o furto da casa em que ela trabalha durante os dias de
semana à tarde. Para facilitar o sucesso da operação de seu amado, ela deixa a porta aberta ao sair do

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trabalho. Durante a empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se encontrava destrancada,
Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos fundos, ingressam na residência diversos objetos.
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a correta responsabilidade penal de Maria
Joaquina.
a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de partícipe, eis que contribuiu de alguma
forma para o sucesso da empreitada criminosa ao não denunciar o plano.
b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes, afastada a qualificadora do
rompimento de obstáculo, por esta não se encontrar na linha de seu conhecimento.
c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua participação irrelevante para o sucesso
da empreitada criminosa.
d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.

COMENTÁRIOS

No caso em tela, Maria Joaquina não deverá responder por qualquer infração penal, já que sua conduta foi
absolutamente irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa. A colaboração de Maria Joaquina não
teve qualquer relevância para o fato criminoso, de maneira que não é punível (um dos requisitos da
punibilidade da participação é a relevância causal).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

40. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Analise detidamente as seguintes
situações:

Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua filha foi estuprada por Terêncio. Imbuído
de relevante valor moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do estuprador. O
serviço é regularmente executado.

Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando Julieta, parturiente, a matar o nascituro – o
que efetivamente acontece. Lucas sabia, desde o início, que Julieta estava sob a influência do estado
puerperal.
Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o concurso de pessoas (concursus
delinquentium), é correto afirmar que
A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio
qualificado por motivo torpe. No exemplo 2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de infanticídio.
B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio simples
(ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, Lucas, que
não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por homicídio, e Julieta pelo crime de infanticídio.
C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio simples
(ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, tanto Lucas
quanto Julieta responderão pelo crime de homicídio (ele na modalidade simples, ela na modalidade
privilegiada em razão da influência do estado puerperal).
D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio
qualificado pelo motivo fútil. No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado puerperal,
responderá por homicídio e Julieta pelo crime de infanticídio.

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COMENTÁRIOS

Caso 01 – Tendo Amarildo agido mediante relevante valor moral, logo após injusta provocação da vítima,
Amarildo responde por homicídio privilegiado, mas essa circunstância, por ser de caráter pessoal, não se
comunica a Ronaldo, que responde por homicídio qualificado pelo motivo torpe (mediante paga ou promessa
de recompensa);

Caso 02 – Embora o delito de infanticídio seja crime próprio, que só pode ser praticado pela mãe contra o
próprio filho, durante o estado puerperal, é atualmente pacífico o entendimento no sentido de que é possível
concurso de agentes, desde que o comparsa saiba da condição de sua comparsa, ou seja, saiba que ela está
matando o próprio filho sob a influência do estado puerperal. Assim, ambos responderão por infanticídio;

Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE – 2019 – TJPR – JUIZ/ADAPTADA)
A autoria colateral é aquela em que há pluralidade de agentes e liame subjetivo entre eles para a
realização da conduta.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois essa é a definição de concurso de agentes. A autoria colateral ocorre quando
dois ou mais agentes atuam visando ao mesmo resultado, mas agem autonomamente, ou seja, não
estão unidos por um vínculo subjetivo (cada um age por si).

GABARITO: ERRADA

2. (CESPE – 2019 – TJPR – JUIZ/ADAPTADA)


A teoria da acessoriedade limitada entende que basta o fato principal ser típico para que o
partícipe seja punido.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois para a teoria da acessoriedade limitada (adotada no Brasil, de acordo com a
maioria da Doutrina), para que o partícipe seja punido, é necessário que a conduta do autor seja
um fato típico e ilícito, pelo menos.

GABARITO: ERRADA

3. (CESPE – 2018 – MPU – ANALISTA)


Cada um do item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser
julgada, a respeito da aplicação e da interpretação da lei penal, do concurso de pessoas e da
culpabilidade.
João e Manoel, penalmente imputáveis, decidiram matar Francisco. Sem que um soubesse da
intenção do outro, João e Manoel se posicionaram de tocaia e, concomitantemente, atiraram na
direção da vítima, que veio a falecer em decorrência de um dos disparos. Não foi possível
determinar de qual arma foi deflagrado o projétil que atingiu fatalmente Francisco. Nessa situação,
João e Manoel responderão pelo crime de homicídio na forma tentada.

COMENTÁRIOS

Item correto. No caso em tela houve a autoria colateral, e não concurso de agentes, vez que os
agentes atuaram visando a obtenção do mesmo resultado, mas agiram autonomamente, ou seja,
não estavam unidos por um vínculo subjetivo. Assim, cada um responde apenas por sua própria
conduta. Como não se pode precisar exatamente de qual arma partiu o tiro fatal, não se pode

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imputar o resultado a nenhum dois dois, de forma que ambos respondem pelo crime na forma
tentada.

GABARITO: CORRETA

4. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)


Clara, tendo descoberto uma traição amorosa de seu namorado, comentou com sua amiga Aline
que tinha a intenção de matá-lo. Aline, então, começou a instigar Clara a consumar o pretendido.
Nessa situação, se Clara cometer o crime, Aline poderá responder como partícipe do crime.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois neste caso teremos participação moral, vez que Aline instigou (reforçou uma
ideia já existente) Clara a praticar o delito, que efetivamente ocorreu.
==2b3adf==

GABARITO: CORRETA

5. (CESPE – 2018 – EBSERH – ADVOGADO)


Com referência à lei penal no tempo, ao erro jurídico-penal, ao concurso de agentes e aos sujeitos
da infração penal, julgue o item que se segue.
Para a punição de um partícipe que colabore com a conduta delituosa, é preciso que o fato
principal seja típico, ilícito, culpável e punível.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois para a teoria da acessoriedade limitada, adotada no Brasil, de acordo com a
maioria da Doutrina, para que o partícipe seja punido, é necessário que a conduta do autor seja
um fato típico e ilícito, pelo menos.

GABARITO: ERRADA

6. (CESPE – 2018 – STJ – TÉCNICO)


Julgue o item subsequente, relativo ao delito praticado em concurso de pessoas.
Para a configuração do concurso de pessoas, é necessário que três ou mais agentes se auxiliem
mutuamente na prática do ilícito penal.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois basta, como regra, a participação de DOIS ou mais agentes na atividade delituosa
(e não três, como diz a questão).

GABARITO: ERRADA

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7. (CESPE – 2018 – STM – ANALISTA)


Acerca dos institutos do erro de tipo, do erro de proibição e do concurso de pessoas, julgue o item
subsequente.
Inexiste, no ordenamento jurídico, a possibilidade de as condições e circunstâncias de caráter
pessoal de um agente se comunicarem com as de outro agente que seja coautor de um crime.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o art. 30 do CP estabelece que, como regra, não se comunicam as condições e
circunstâncias de caráter pessoal, SALVO quando elementares do crime. Ou seja, existe exceção,
o que torna a questão errada.

GABARITO: ERRADA

8. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) A cooperação


dolosamente distinta não permite a aplicação diferenciada de penas para aqueles que participam
do crime.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois na cooperação dolosamente distinta, também chamada de participação em crime
menos grave, um dos agentes quis participar de um delito menos grave do que aquele que
efetivamente ocorreu. Neste caso, o agente receberá a pena relativa ao crime menos grave, que
quis praticar. Tal pena pode ser aumentada até a metade, caso fosse previsível o resultado mais
grave, na forma do art. 29, §2º do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

9. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) É absolutamente


impossível o concurso de pessoas nos crimes culposos.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a Doutrina majoritária entende ser possível a coautoria nos crimes culposos, já
que duas ou mais pessoas poderiam, em união de desígnios (acordo de vontades), reunir-se para
a prática de uma conduta arriscada, que venha a causar um resultado não pretendido. Não seria
possível, de acordo com a Doutrina majoritária, a participação em crime culposo. Há, portanto,
possibilidade de concurso de pessoas, na modalidade de coautoria.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

10. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) Na sentença


condenatória, o juiz deve sempre aplicar penas iguais para o autor, o coautor e o partícipe.

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COMENTÁRIOS

Item errado, pois cada agente receberá sua pena na medida de sua culpabilidade, ou seja, as penas
aplicadas aos agentes não serão, necessariamente, as mesmas. Como regra, pela adoção da teoria
monista, todos respondem pelo mesmo CRIME (pelo mesmo tipo penal), mas isso não importa
aplicação de penas idênticas para todos os envolvidos no delito.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

11. (CESPE – 2016 – PC-GO – DELEGADO DE POLÍCIA – ADAPTADA) O concurso de agentes


na realização de um crime pressupõe sempre o prévio ajuste de vontades na consecução de um
resultado danoso desejado por todos.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois não é necessário que haja um PRÉVIO ajuste entre os agentes, bastando que haja
vínculo subjetivo entre eles, como ocorre, por exemplo, na hipótese de um agente aderir à conduta
do outro (ex.: José está agredindo Paulo. Ricardo presencia a cena e se alia à José, ajudando-o a
agredir Paulo).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

12. (CESPE – 2016 – PC-PE – ESCRIVÃO) A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção
correta.
a) Em relação à participação no concurso de pessoas, a legislação penal brasileira adota a teoria
da acessoriedade mínima.
b) Situação hipotética: José, gerente de loja, mesmo ciente de que um dos vendedores subtraía
dinheiro do caixa, nada fez para impedir o crime, agindo sem liame subjetivo e intenção de obter
vantagem econômica. Assertiva: Nessa situação, o gerente responderá em coautoria pelo crime
de furto, com ação omissiva.
c) Em se tratando de crimes plurissubjetivos, como, por exemplo, o crime de rixa, não há que se
falar em participação, já que a pluralidade de agentes integra o tipo penal: todos são autores.
d) Situação hipotética: O motorista João e sua mulher, Maria, trafegavam por uma rodovia, quando
ambos, deliberadamente, deixaram de prestar socorro a uma pessoa gravemente ferida, sem que
houvesse risco pessoal para qualquer um deles. João foi instigado por Maria, que estava no banco
do carona, a não parar o veículo, e, por fim, em acordo de vontades com Maria, assim efetivamente
procedeu. Assertiva: Nessa situação, João responderá como autor pelo crime de omissão de
socorro e Maria será tida como inimputável.
e) Haverá participação culposa em crime doloso na situação em que um médico, agindo com
negligência, fornece ao enfermeiro substância letal para ser ministrada a um paciente, e o

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enfermeiro, embora percebendo o equívoco, decide ministrá-la com a intenção de matar o


paciente.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: O CP brasileiro, de acordo com a Doutrina majoritária, adota a teoria da acessoriedade


limitada, segundo a qual a conduta do partícipe é punível quando a conduta do autor for, ao
menos, típica e ilícita.

b) ERRADA: Item errado, pois não há coautoria neste caso. José, o gerente, será responsabilizado
pelo crime de furto em razão de sua omissão (crime omissivo impróprio), mas por não haver vínculo
subjetivo entre os agentes, cada um responderá isoladamente por sua conduta.

c) CORRETA: Item correto, pois todos os participantes da rixa são coautores do delito. Todavia, há
aqueles que não participam DA RIXA, mas de alguma forma prestam auxílio (ex.: emprestam uma
arma, incentivam, etc.). Estes serão partícipes do crime, e não autores. A questão, portanto, apesar
de estar correta, não faz a diferenciação mais apropriada entre as situações, o que dava margem à
anulação.

d) ERRADA: Item errado, pois neste caso ambos responderão como autores do crime omissivo, já
que ambos praticaram o núcleo descrito no tipo penal, ao deixarem de socorrer a vítima.

e) ERRADA: Item errado, pois neste caso, dada a diferença entre o elemento subjetivo de cada um
dos agentes, não haverá concurso de agentes. O enfermeiro responderá por homicídio doloso e o
médico por homicídio culposo.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

13. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Tendo o CP adotado a teoria monista, não há
como punir diferentemente todos quantos participem direta ou indiretamente para a produção
do resultado danoso.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o fato de o CP ter adotado a teoria monista significa apenas que, como regra,
todos os agentes devem responder pelo mesmo tipo penal, mas não significa que terão
necessariamente a mesma pena, já que cada um será penalizado na medida de sua culpabilidade,
nos termos do art. 29 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

14. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) É impossível o concurso de pessoas nos crimes
culposos, ante a ausência de vínculo subjetivo entre os agentes na produção do resultado danoso.

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COMENTÁRIOS

Item errado, pois é perfeitamente possível a ocorrência de concurso de pessoas em crime culposo,
desde que haja vínculo subjetivo entre os agentes, ou seja, desde que os agentes atuem de forma
descuidada (imprudente, negligente ou imperita) em conluio (ex.: dois irmãos combinam de
arremessar, um para o outro, um tijolo pesado, mesmo sabendo que o tijolo poderia atingir um
pedestre. O tijolo, de fato, atinge o pedestre, causando-lhes lesões corporais. Neste caso,
podemos falar em crime de lesões corporais culposas praticado em concurso de agentes).

Não há, portanto, união com vistas ao resultado, que não é pretendido pelos agentes. Todavia, há
união para a prática da conduta descuidada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

15. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A respeito do


concurso de pessoas, assinale a opção correta.
a) As circunstâncias objetivas se comunicam, mesmo que o partícipe delas não tenha
conhecimento.
b) Em se tratando de peculato, crime próprio de funcionário público, não é possível a coautoria de
um particular, dada a absoluta incomunicabilidade da circunstância elementar do crime.
c) A determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio não são puníveis.
d) Tratando-se de crimes contra a vida, se a participação for de menor importância, a pena aplicada
poderá ser diminuída de um sexto a um terço.
e) No caso de um dos concorrentes optar por participar de crime menos grave, a ele será aplicada
a pena referente a este crime, que deverá ser aumentada mesmo na hipótese de não ter sido
previsível o resultado mais grave.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois para a comunicação das circunstâncias objetivas é necessário que
tenham ingressado na esfera de conhecimento do partícipe.

b) ERRADA: Item errado, pois admite-se o concurso de agentes em crimes próprios, desde que um
dos agentes ostente a condição exigida pelo tipo e o outro comparsa saiba dessa condição.

c) ERRADA: Item errado, pois a determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio, COMO REGRA,
não são puníveis se o crime não chega pelo menos a ser tentado, na forma do art. 31 do CP.

d) CORRETA: De fato, se a participação for de menor importância, a pena aplicada poderá ser
diminuída de um sexto a um terço, na forma do art. 29, §1º do CP. Tal previsão se aplica, inclusive,
aos crimes contra a vida, motivo pelo qual a afirmativa está errada.

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e) ERRADA: Item errado, pois o aumento de pena na cooperação dolosamente distinta só se dará
se o agente que quis participar de crime menos grave podia prever a ocorrência do resultado mais
grave, nos termos do art. 29, §2º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

16. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Julgue os itens
seguintes, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude, culpabilidade e fixação da
pena.
Caso um indivíduo obtenha de um amigo, por empréstimo, uma arma de fogo, dando-lhe ciência
de sua intenção de utilizá-la para matar outrem, o amigo que emprestar a arma será considerado
partícipe do homicídio se o referido indivíduo cometer o crime pretendido, ainda que este não
utilize tal arma para fazê-lo e que o amigo não o estimule a praticá-lo.

COMENTÁRIOS

Item errado. Isto porque para que alguém seja considerado partícipe de um delito é necessário
prestar auxílio MATERIAL ou MORAL. No caso, não haveria auxílio MATERIAL, pois a arma utilizada
não foi a mesma emprestada pelo amigo. Também não houve auxílio moral, pois a própria questão
deixa claro que o amigo não estimulou o agente a praticar o crime. Assim, não há participação
penalmente punível.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FCC – 2017 – DPE-RS – ANALISTA PROCESSUAL) No concurso de crimes, cuidando-se de infrações


de espécies diversas cometidos por condutas distintas, ambas com violência física real, dos institutos
legais abaixo em princípio pode-se postular em favor do imputado
a) concurso formal heterogêneo.
b) concurso formal impróprio.
c) crime continuado genérico.
d) crime continuado específico.
e) prescrição isoladamente considerada.

COMENTÁRIOS

Neste caso não é possível falar em concurso formal, pois são condutas distintas, ou seja, temos mais de uma
conduta, não havendo enquadramento no art. 70 do CP. Não se pode falar, também, em crime continuado,
pois são infrações penais de espécies diversas, ausente, portanto, um dos requisitos para o reconhecimento da
continuidade delitiva, nos termos do art. 71 do CP. Assim, estão erradas as letras A, B, C e D.

De acordo com o narrado no enunciado, é possível o reconhecimento do concurso MATERIAL de crimes, previsto
no art. 69 do CP. Em havendo concurso de crimes (qualquer que seja a natureza), a prescrição incidirá sobre
cada um dos delitos, isoladamente, conforme previsto no art. 119 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

2. (FCC – 2015 – TJ-PE – JUIZ) O chamado concurso material benéfico prevalece


a) sobre o concurso formal próprio e o crime continuado
b) apenas sobre o concurso formal impróprio.
c) apenas sobre o concurso formal próprio
d) sobre o concurso formal impróprio e o crime continuado específico.
e) apenas sobre o crime continuado específico.

COMENTÁRIOS

O concurso material benéfico (na verdade, CÚMULO MATERIAL benéfico) prevalece na hipótese de concurso
formal próprio ou crime continuado, quando a soma das penas se mostrar mais benéfica ao agente do que o
sistema da exasperação.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

3. (FCC – 2014 – MPE-PE – PROMOTOR) No concurso formal impróprio ou imperfeito,


a) aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até a metade, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos.

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b) as penas são aplicadas cumulativamente se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos.
c) aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até a metade, se ação é dolosa ou culposa, independentemente de os crimes concorrentes
resultarem de desígnios autônomos.
d) aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até dois terços, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos.
e) as penas são aplicadas cumulativamente se a ação é dolosa ou culposa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos.

COMENTÁRIOS

No concurso formal imperfeito, também chamado de impróprio, o agente dá causa a mais de um resultado
com apenas uma conduta, mas esses resultados derivam de desígnios autônomos, ou seja, o agente queria
==2b3adf==

praticar ambos os resultados. Neste caso, as penas são aplicadas cumulativamente (cúmulo material) se a ação
ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, nos termos do art. 70 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

4. (FCC – 2013 – MPE-SE – TÉCNICO) Uma vez reconhecido o concurso formal de crimes, será afinal
aplicada pena privativa de liberdade
a) aquém daquela mais grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes.
b) aquém daquela menos grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes.
c) igual à pena mais grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes.
d) além daquela mais grave e até a somatória aritmética das penas isoladamente aplicáveis aos crimes.
e) além da somatória aritmética das penas isoladamente aplicáveis aos crimes.

COMENTÁRIOS

Em havendo concurso formal de crimes, será aplicada pena correspondente à pena mais grave, acrescida de
determinado percentual de aumento, art. 70 do CP. Ou seja, será aplicada uma pena que é superior à pena
mais grave, mas é inferior à somatória aritmética das penas isoladamente aplicáveis aos crimes.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

5. (FCC – 2009 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO) João, funcionário público, resolveu desviar R$
10.000,00 dos cofres da repartição pública em que trabalhava. Para tentar ocultar o seu procedimento
delituoso, desviou a quantia de R$ 500,00 por dia, até atingir o montante desejado. Nesse caso, em
relação ao crime de peculato, é de ser reconhecida a ocorrência de
a) crime único.
b) concurso formal.
c) concurso material.
d) crime continuado.

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e) crime culposo.

COMENTÁRIOS

Neste caso temos um crime único, cuja execução foi fracionada em vários atos. Não se trata de continuidade
delitiva, eis que o agente tinha por intenção, desde o início, praticar um crime só.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

6. (FCC – 2009 – TJ-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Além dos requisitos gerais de
crime continuado comum, são condições do crime continuado específico (art. 71, Parágrafo Único, do
Código Penal brasileiro) que
a) os crimes sejam dolosos, praticados contra vítimas diversas e com violência ou grave ameaça à pessoa.
b) os crimes sejam dolosos e culposos, praticados contra uma única vítima.
c) as infrações sejam praticadas mediante uma única ação e que resulte em dois ou mais crimes.
d) os crimes sejam consumados ou tentados, culposos e violentos.
e) as infrações sejam praticadas mediante mais de uma ação, resultando em crime único.

COMENTÁRIOS

O crime continuado específico é aquele estabelecido no art. 71, § único do CP, que ocorre nos crimes dolosos,
cometidos contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

7. (VUNESP – 2018 – PC-SP - ESCRIVÃO) Tendo em vista as normas referentes ao concurso de crimes,
previstas no Código Penal, assinale a alternativa correta.
(A) No crime continuado, que se caracteriza quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, aplicar-se-á a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada,
em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços).
(B) No concurso formal, que se caracteriza quando o agente, mediante duas ou mais ações, pratica 2 (dois)
ou mais crimes, aplicar-se-á a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada,
em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) até a metade. 

(C) No crime continuado, tratando-se de crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, será
aumentada, até o dobro.
(D) No concurso material, que se caracteriza quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 2
(dois) ou mais crimes, aplicar-se-á a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) até a metade.
(E) No concurso formal, que se caracteriza quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 2
(dois) ou mais crimes, aplicar-se-á a pena dos crimes, cumulativamente, se se tratar de ação ou omissão dolosa
e os crimes concorrentes resultem de desígnios autônomos.

COMENTÁRIOS

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a) ERRADA: Item errado, pois no crime continuado o agente, “mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro”, conforme art. 71 do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois no concurso formal o agente pratica dois ou mais crimes com uma só ação ou
omissão, na forma do art. 70 do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois neste caso aplica-se a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, será aumentada, até o TRIPLO, conforme art. 71, § único do CPP.

d) ERRADA: Item errado, pois no concurso material o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, conforme art. 69 do CP.

e) CORRETA: Item correto, pois essa é a exata previsão do art. 70, parte final do CP, que trata do concurso
formal impróprio ou imperfeito.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

8. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) O agente, movido pelo desejo de vingança, decidiu amarrar
quatro pessoas no interior de um automóvel, para depois atear fogo no veículo, o que resultou na morte
de todas as vítimas. A hipótese narrada é denominada
(A) concurso material homogêneo.
(B) concurso formal próprio.
(C) concurso material heterogêneo.
(D) concurso formal impróprio.
(E) crime continuado.

COMENTÁRIOS

Neste caso ocorreu concurso formal impróprio ou imperfeito, previsto na parte final do art. 70 do CP. Concurso
formal porque com uma só ação o agente provocou mais de um resultado; imperfeito ou impróprio porque tais
resultados derivavam de intenções autônomas (desígnios autônomos). Vejamos:

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

9. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) Quando o agente, mediante mais de 1 (uma) ação ou
omissão, pratica 2 (dois) ou mais crimes, verifica-se o instituto do concurso de crimes, que pode ser formal
ou material, a depender da unidade ou da pluralidade de condutas. Sobre o tema, o Código Penal
estabelece que

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(A) na hipótese de concurso material, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não
suspensa, por um dos crimes, para os demais crimes será cabível a substituição de pena privativa de liberdade
por pena restritiva de direitos.
(B) na hipótese de concurso formal imperfeito ou impróprio, aplica-se o sistema de exasperação da pena,
independentemente da quantidade de condenação.
(C) quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, será possível ao condenado cumpri-las de forma
simultânea, desde que compatíveis entre si.
(D) se entende por concurso formal próprio ou perfeito aquele em que o agente pratica mais de uma conduta,
mas na presença de desígnios autônomos, ou seja, a vontade de atingir mais de um resultado.
(E) no caso de concurso material, sendo o agente condenado cumulativamente a pena de reclusão e detenção,
executa-se primeiro a de detenção.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois neste caso não será cabível, para os demais, a substituição da pena privativa
de liberdade pela pena restritiva de direitos, conforme art. 69, §1º do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois no caso de concurso formal IMPRÓPRIO ou IMPERFEITO se aplica o sistema do
cúmulo material, na forma do art. 70 do CP, parte final.

c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 69, §2º do CP:

Art. 69 (...) § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado


cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

d) ERRADA: Item errado, pois essa é a exata definição de concurso formal IMPRÓPRIO ou IMPERFEITO.

e) ERRADA: Item errado, pois neste caso se executa primeiro a pena de reclusão, conforme art. 69, parte
final, do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

10. (VUNESP - 2013 - ITESP - ADVOGADO) Com relação ao concurso formal, assinale a alternativa que
completa corretamente a sentença a seguir, nos termos do Código Penal.

Quando o agente, mediante________ pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe
a_________cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas em qualquer caso, ________ de_________até
metade.
a) duas ou mais ações ou omissões … mais grave das penas … diminuída … um terço
b) duas ações … menos grave das penas … aumentada … um terço
c) uma só ação ou omissão … mais grave das penas … aumentada … um sexto
d) duas ou mais ações ou omissões … mais grave das penas … diminuída … um sexto
e) uma só ação ou omissão … menos grave das penas … aumentada … um terço

COMENTÁRIOS

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O concurso formal ocorre quando o agente mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade.

Vejamos:

Concurso formal

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

11. (FGV / 2022 / PCERJ)


Calíope, pretendendo matar Erato, saca uma arma de fogo e efetua disparos contra seu desafeto, atingindo-
o e também a Euterpe, que passava pelo local. As duas pessoas alvejadas morrem em razão dos ferimentos
sofridos. Na hipótese, é correto afirmar que haverá:
(A) crime único;
(B) concurso material;
(C) concurso formal perfeito;
(D) concurso formal imperfeito;
(E) crime continuado.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, houve erro acidental, mais precisamente erro na execução ou aberratio ictus, prevista no art. 73
do CP. Como foi atingida também a pessoa visada (além daquela que não se pretendia alvejar), houve
aberratio ictus com unidade complexa, e o agente responderá pelos dois crimes em concurso formal próprio,
na forma do art. 73:

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

GABARITO: Letra C

12. (FGV / 2021 / PCRN)


Victor abordou um grupo de três pessoas que estava no interior de um coletivo e, mediante grave ameaça,
subtraiu os pertences que elas carregavam.

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Diante dos fatos narrados, considerando o instituto do concurso de crimes e a jurisprudência dos Tribunais
Superiores, Victor praticou:
A) três crimes de roubo, em concurso material, devendo ter as penas dos crimes somadas;
B) três crimes de roubo, em concurso formal impróprio, aplicando-se a regra da exasperação;
C) três crimes de roubo, em concurso formal próprio, devendo ter a pena de um deles aumentada;
D) três crimes de roubo na forma continuada, devendo ter a pena de um deles aumentada;
E) um único crime, devendo responder por roubo simples.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, o agente, com uma só conduta, praticou três crimes de roubo, pois a grave ameaça foi
empregada contra três vítimas diferentes e houve lesão a três patrimônios distintos com uma só conduta de
roubo. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que, neste caso, há concurso formal próprio:

“(...) é assente neste Tribunal Superior que, praticado o crime de roubo mediante uma só
ação, contra vítimas diferentes, não há se falar em crime único, mas, sim, em concurso
formal, visto que violados patrimônios distintos.“

(...) (AgRg no AgRg no AREsp 1805988/GO, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA
TURMA, julgado em 18/05/2021, DJe 26/05/2021)

GABARITO: Letra C

13. (FGV / 2021 / DPE-RJ)


Observe as afirmações que tratam do concurso de crimes:
I) O concurso formal se configura quando por meio de uma única ação ou omissão o agente pratica dois ou
mais crimes, não importando se da mesma espécie ou não.
II) O concurso formal enseja a aplicação da pena mais grave dentre as infrações penais praticadas, que deve
ser majorada de 1/6 a 1/2, estando sempre descartada a utilização do sistema do cúmulo material.
III) A pena aplicada a crimes praticados em continuidade delitiva jamais pode ultrapassar aquela que seria
imposta ao agente caso tivesse praticado os mesmos crimes em concurso material.
IV) A continuidade delitiva somente se configura quando os crimes praticados são da mesma espécie.
V) Nos casos de continuidade delitiva, a pena de um dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
somente pode ser majorada até 2/3, jamais comportando majoração superior.
Assinale a alternativa que aponta os itens que contêm SOMENTE afirmações verdadeiras:
A) I, III e IV.
B) I, III, IV e V.
C) II, III e V.
D) II, IV e V.
E) I e II.

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COMENTÁRIOS

I) CORRETA: Item correto, pois o concurso formal se configura quando por meio de uma única ação ou
omissão o agente pratica dois ou mais crimes, não importando se da mesma espécie ou não, nos termos do
art. 70 do CP.
II) ERRADA: Item errado, pois o concurso formal enseja a aplicação da pena mais grave dentre as infrações
penais praticadas, que deve ser majorada de 1/6 a 1/2. Porém, se a exasperação resultar em pena maior que
aquela que seria cabível pelo somatório aritmético, o Juiz deverá afastar a exasperação e somar as penas,
aplicando, portanto, o sistema do cúmulo material, nos termos do art. 70, § único do CP.
III) CORRETA: Item correto, pois a pena aplicada a crimes praticados em continuidade delitiva jamais pode
ultrapassar aquela que seria imposta ao agente caso tivesse praticado os mesmos crimes em concurso
material, da mesma forma que ocorre no concurso formal próprio. Assim, se a exasperação resultar em pena
maior que aquela que seria cabível pelo somatório aritmético, o Juiz deverá afastar a exasperação e somar
as penas, aplicando, portanto, o sistema do cúmulo material, nos termos do art. 70, § único c/c art. 71, §
único do CP.
IV) CORRETA: Item correto, pois a continuidade delitiva somente se configura quando os crimes praticados
são da mesma espécie, nos termos do art. 71 do CP. Crimes da mesma espécie, a princípio, são aqueles
crimes tipificados no mesmo dispositivo legal, consumados ou tentados, na forma simples, privilegiada ou
qualificada, e, além disso, devem tutelar os mesmos bens jurídicos, tendo, pois, a mesma estrutura jurídica:

(...) No caso dos crimes de roubo majorado e latrocínio, sequer é necessário avaliar o
requisito subjetivo supracitado ou o lapso temporal entre os crimes, porquanto não há
adimplemento do requisito objetivo da pluralidade de crimes da mesma espécie. São assim
considerados aqueles crimes tipificados no mesmo dispositivo legal, consumados ou
tentada, na forma simples, privilegiada ou tentada, e, além disso, devem tutelar os
mesmos bens jurídicos, tendo, pois, a mesma estrutura jurídica. Perceba que o roubo
tutela o patrimônio e a integridade física (violência) ou o patrimônio e a liberdade
individual (grave ameaça); por outro lado, o latrocínio, o patrimônio e a vida.

(...) (AgRg no HC 609.131/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em
24/08/2021, DJe 30/08/2021)

V) ERRADA: Item errado, pois nos casos de continuidade delitiva, a pena de um dos crimes, se idênticas, ou
a mais grave, se diversas, pode ser majorada até 2/3. Porém, em se tratando de crimes dolosos, contra
vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa (crime continuado específico), a
majoração pode chegar até o triplo, nos termos do art. 71, § único do CP.
GABARITO: Letra A

14. (FGV/2018/MPE-RJ)
Pretendendo matar seus dois irmãos Mévio e Caio e, com isso, garantir-se como único herdeiro de seus ricos
pais, Tício se aproveita do fato de Mévio e Caio estarem enfileirados e efetua um único disparo de fuzil em
direção a estes, sabendo que, pelo potencial lesivo do material bélico, aquele único tiro seria suficiente para
causar a morte dos dois colaterais, o que efetivamente ocorre.
Descobertos os fatos, caberá ao Promotor de Justiça oferecer denúncia contra Tício pela prática de dois
crimes de homicídio qualificado em

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A) concurso material, diante dos dois resultados mortes, devendo as penas serem somadas;
B) concurso formal próprio, devendo a pena de um deles (mais grave) ser aumentada;
C) concurso formal impróprio, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada;
D) concurso formal impróprio, devendo as penas serem somadas;
E) continuidade delitiva, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, o agente pretendia alcançar mais de um resultado e se valeu de uma única conduta para
provocar estes resultados. Logo, podemos concluir que houve uma ação dolosa e os resultados derivavam
de desígnios (intenções) autônomas, já que o agente desejava cada um dos resultados ocorridos. Posto isso,
houve concurso formal impróprio ou imperfeito, devendo ser aplicado o sistema do cúmulo material
(somatório aritmético das penas aplicadas), nos termos do art. 70 do CP:

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

GABARITO: Letra D

15. (FGV/2014/MPE-RJ)
Sobre o concurso de crimes, analise as afirmativas a seguir.
I - O concurso material de infrações exige a soma das penas cominadas.
II - O crime continuado se dá entre crimes da mesma espécie, cometidos em circunstâncias semelhantes.
III - No concurso formal imperfeito, quando o agente criminoso possui desígnios autônomos, a regra será a
aplicação da pena do crime mais grave, acrescida de um determinado percentual previsto na lei.
IV - Há casos em que, embora presente a regra do concurso formal, as penas deverão ser somadas em caso
de condenação por ambos os delitos.
V - Em regra, no concurso formal e no crime continuado, o Magistrado, ao aplicar as penas dos crimes, não
deverá somá-las.
Está correto somente o que se afirma em:
A) I, II e III;
B) I, II, IV e V;
C) I, III e V;
D) II, III e IV;
E) III, IV e V.

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I – CORRETA: Item correto, pois o concurso material de infrações exige a soma das penas cominadas, já que
neste caso se aplica o sistema do cúmulo material, nos termos do art. 69 do CP.
II - CORRETA: Item correto, pois o crime continuado se dá entre crimes da mesma espécie, cometidos em
circunstâncias semelhantes, nos termos do art. 71 do CP.
III – ERRADA: Item errado, pois no concurso formal imperfeito, quando o agente criminoso possui desígnios
autônomos, as penas serão somadas (sistema do cúmulo material), nos termos do art. 70 do CP.
IV - CORRETA: Item correto, pois há casos em que, embora presente a regra do concurso formal, as penas
deverão ser somadas em caso de condenação por ambos os delitos. Isso se dará quando o sistema da
exasperação acabar sendo prejudicial ao agente, resultado em pena maior que aquela que seria cabível pelo
somatório aritmético das penas, nos termos do art. 70, § único do CP.
V - CORRETA: Item correto, pois no concurso formal e no crime continuado, em regra, o Juiz não somará as
penas aplicadas aos crimes, aplicando somente a maior delas (ou uma delas, se idênticas), acrescida de uma
fração de aumento (sistema da exasperação).
GABARITO: Letra B

16. (FGV / 2021 / OAB)


Félix, com dolo de matar seus vizinhos Lucas e Mário, detona uma granada na varanda da casa desses, que
ali conversavam tranquilamente, obtendo o resultado desejado. Os fatos são descobertos pelo Ministério
Público, que denuncia Félix por dois crimes autônomos de homicídio, em concurso material. Após regular
procedimento, o Tribunal do Júri condenou o réu pelos dois crimes imputados e o magistrado, ao aplicar a
pena, reconheceu o concurso material.
Diante da sentença publicada, Félix indaga, reservadamente, se sua conduta efetivamente configuraria
concurso material de dois crimes de homicídio dolosos. Na ocasião, o(a) advogado(a) do réu, sob o ponto de
vista técnico, deverá esclarecer ao seu cliente que sua conduta configura dois crimes autônomos de
homicídio,
A) em concurso material, sendo necessária a soma das penas aplicadas para cada um dos delitos.
B) devendo ser reconhecida a forma continuada e, consequentemente, aplicada a regra da exasperação de
uma das penas e não do cúmulo material.
C) devendo ser reconhecido o concurso formal próprio e, consequentemente, aplicada a regra da
exasperação de uma das penas e não do cúmulo material.
D) devendo ser reconhecido o concurso formal impróprio, o que também imporia a regra da soma das penas
aplicadas.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, o agente pretendia alcançar mais de um resultado e se valeu de uma única conduta para
provocar estes resultados. Logo, podemos concluir que houve uma ação dolosa e os resultados derivavam
de desígnios (intenções) autônomas, já que o agente desejava cada um dos resultados ocorridos. Posto isso,
houve concurso formal impróprio ou imperfeito, devendo ser aplicado o sistema do cúmulo material
(somatório aritmético das penas aplicadas), nos termos do art. 70 do CP:

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma

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delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

GABARITO: Letra D

17. (FGV / 2018 / OAB)


Cadu, com o objetivo de matar toda uma família de inimigos, pratica, durante cinco dias consecutivos, crimes
de homicídio doloso, cada dia causando a morte de cada um dos cinco integrantes da família, sempre com o
mesmo modus operandi e no mesmo local. Os fatos, porém, foram descobertos, e o autor, denunciado pelos
cinco crimes de homicídio, em concurso material.
Com base nas informações expostas e nas previsões do Código Penal, provada a autoria delitiva em relação
a todos os delitos, o advogado de Cadu:
A) não poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, tendo em vista que os crimes foram
praticados com violência à pessoa, somente cabendo reconhecimento do concurso material.
B) não poderá buscar o reconhecimento de continuidade delitiva, tendo em vista que os crimes foram
praticados com violência à pessoa, podendo, porém, o advogado pleitear o reconhecimento do concurso
formal de delitos.
C) poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, mesmo sendo o delito praticado com violência
contra a pessoa, cabendo, apenas, aplicação da regra de exasperação da pena de 1/6 a 2/3.
D) poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, mas, diante da violência contra a pessoa e da
diversidade de vítimas, a pena mais grave poderá ser aumentada em até o triplo.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, não é possível reconhecer-se o concurso formal de crimes, nem mesmo concurso formal
impróprio, eis que o agente praticou mais de uma conduta. Porém, como são crimes da mesma espécie,
praticados nas mesmas condições de tempo, lugar e modo de execução, é possível reconhecer a
continuidade delitiva.
Porém, em se tratando de crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave
ameaça à pessoa (crime continuado específico), a majoração pode chegar até o triplo, nos termos do art. 71,
§ único do CP.
GABARITO: Letra D

18. (FGV / 2018 / OAB)


Juarez, com a intenção de causar a morte de um casal de vizinhos, aproveita a situação em que o marido e a
esposa estão juntos, conversando na rua, e joga um artefato explosivo nas vítimas, sendo a explosão deste
material bélico a causa eficiente da morte do casal. Apesar de todos os fatos e a autoria restarem provados
em inquérito encaminhado ao Ministério Público com relatório final de indiciamento de Juarez, o Promotor
de Justiça se mantém inerte em razão de excesso de serviço, não apresentando denúncia no prazo legal.
Depois de vários meses com omissão do Promotor de Justiça, o filho do casal falecido procura o advogado
da família para adoção das medidas cabíveis.

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No momento da apresentação de queixa em ação penal privada subsidiária da pública, o advogado do filho
do casal, sob o ponto de vista técnico, de acordo com o Código Penal, deverá imputar a Juarez a prática de
dois crimes de homicídio em
A) concurso material, requerendo a soma das penas impostas para cada um dos delitos.
B) concurso formal, requerendo a exasperação da pena mais grave em razão do concurso de crimes.
C) continuidade delitiva, requerendo a exasperação da pena mais grave em razão do concurso de crimes.
D) concurso formal, requerendo a soma das penas impostas para cada um dos delitos.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, o agente pretendia alcançar mais de um resultado e se valeu de uma única conduta para
provocar estes resultados. Logo, podemos concluir que houve uma ação dolosa e os resultados derivavam
de desígnios (intenções) autônomas, já que o agente desejava cada um dos resultados ocorridos. Posto isso,
houve concurso formal impróprio ou imperfeito, devendo ser aplicado o sistema do cúmulo material
(somatório aritmético das penas aplicadas), nos termos do art. 70 do CP:

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

GABARITO: Letra D

19. (FGV – 2018 – MPE-RJ – ESTÁGIO FORENSE)


Pretendendo matar seus dois irmãos Mévio e Caio e, com isso, garantir-se como único herdeiro de seus ricos
pais, Tício se aproveita do fato de Mévio e Caio estarem enfileirados e efetua um único disparo de fuzil em
direção a estes, sabendo que, pelo potencial lesivo do material bélico, aquele único tiro seria suficiente para
causar a morte dos dois colaterais, o que efetivamente ocorre.
Descobertos os fatos, caberá ao Promotor de Justiça oferecer denúncia contra Tício pela prática de dois
crimes de homicídio qualificado em
A) concurso material, diante dos dois resultados mortes, devendo as penas serem somadas;
B) concurso formal próprio, devendo a pena de um deles (mais grave) ser aumentada;
C) concurso formal impróprio, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada;
D) concurso formal impróprio, devendo as penas serem somadas;
E) continuidade delitiva, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada.

COMENTÁRIOS

No caso em tela, Tício pretendeu alcançar os dois resultados mediante uma só conduta dolosa. Ou seja, havia
desígnios autônomos em relação aos resultados. Aqui temos o chamado concurso formal impróprio ou

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imperfeito, previsto no art. 70, parte final, do CP, motivo pelo qual será aplicado o sistema do cúmulo
material (soma das penas).

GABARITO: LETRA D

20. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM)


Pedro, quando limpava sua arma de fogo, devidamente registrada em seu nome, que mantinha no interior
da residência sem adotar os cuidados necessários, inclusive o de desmuniciá-la, acaba, acidentalmente, por
dispará-la, vindo a atingir seu vizinho Júlio e a esposa deste, Maria.
Júlio faleceu em razão da lesão causada pelo projétil e Maria sofreu lesão corporal e debilidade permanente
de membro. Preocupado com sua situação jurídica, Pedro o procura para, na condição de advogado, orientá-
lo acerca das consequências do seu comportamento.
Na oportunidade, considerando a situação narrada, você deverá esclarecer, sob o ponto de vista técnico,
que ele poderá vir a ser responsabilizado pelos crimes de
A) homicídio culposo, lesão corporal culposa e disparo de de arma de fogo, em concurso formal.
B) homicídio culposo e lesão corporal grave, em concurso formal.

C) homicídio culposo e lesão corporal culposa, em concurso material.
D) homicídio culposo e lesão corporal culposa, em concurso formal.

COMENTÁRIOS

Neste caso, Pedro praticou dois crimes em concurso formal, pois provocou os dois resultados com uma única
conduta. Os crimes praticados foram os de homicídio culposo e lesão corporal culposa, previstos nos arts.
121, §3º e 129, §6º do CP, respectivamente.
Não há que se falar em crime de disparo de arma de fogo, pois tal conduta só é punível na forma dolosa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

21. (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA)


Chico furtou duas camisas em determinada loja de departamentos. Ao deixar a loja, o alarme soou e Chico
acabou sendo preso, processado e condenado pela prática do crime tipificado no Artigo 155 do Código Penal.
O magistrado, ao realizar a dosimetria da pena, fixou a pena base em 2 (dois) anos de reclusão e,
considerando que as duas camisas foram furtadas nas mesmas circunstâncias de tempo, lugar e modo de
execução, aplicou a regra prevista no Artigo 71 do Código Penal e aumentou a pena em mais 6 (seis) meses,
tornando-a definitiva em 2 (dois) anos e 4 (quatro) meses de reclusão. Entre a data do recebimento da
denúncia e a da sentença condenatória passaram-se mais de 4 (quatro) anos, e o magistrado acabou por
reconhecer, na própria sentença condenatória, a extinção da punibilidade pela prescrição. Sobre a sentença,
pode-se afirmar que:
a) está incorreta quanto à continuidade delitiva, porque Chico praticou crime único, mas a prescrição deve
ser reconhecida.
b) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso material.
c) está correta quanto à continuidade delitiva, mas incorreta quanto ao reconhecimento da prescrição.

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d) está correta quanto à continuidade delitiva e quanto ao reconhecimento da prescrição.


e) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso formal, mas a prescrição deve ser
reconhecida.

COMENTÁRIOS

A sentença está incorreta em relação à continuidade delitiva, pois Chico não praticou dois crimes, mas crime
único, embora haja dois objetos materiais. Não há que se falar, portanto, em aplicação da continuidade
delitiva.
Em relação à prescrição, a sentença está correta. Isto porque, para fins de cálculo da prescrição com base na
pena aplicada, despreza-se a fração de pena corresponde ao aumento pela continuidade delitiva (SÚMULA
497 DO STF). Assim, temos que para fins de prescrição a pena aplicada foi a de “dois anos” (ou seja, sem
considerar o aumento decorrente da continuidade delitiva), de forma que ocorreu a prescrição, pois o prazo
prescricional baixaria para 4 anos, nos termos do art. 109, V do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

22. (FGV - 2014 - DPE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO)


Quanto ao âmbito de incidência do crime continuado e sua caracterização, é correto afirmar que:
a) a lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, mesmo se a sua vigência
é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
b) a superveniência da Lei nº 12.015/2009 não tornou possível o reconhecimento da continuidade delitiva
dos antigos delitos de estupro e atentado violento ao pudor, ainda que praticados nas mesmas circunstâncias
de tempo, modo e local e contra a mesma vítima.
c) na aplicação da pena privativa de liberdade, o aumento decorrente de concurso formal ou de crime
continuado não incide sobre a pena-base, mas sobre a pena acrescida por circunstância qualificadora ou
causa especial de aumento.
d) a majoração derivada de concurso formal ou ideal de delitos deve incidir sobre a pena-base, e não sobre
aquela a que já se ache acrescido o quantum resultante da aplicação das causas especiais de aumento.
e) no crime continuado, a redução do prazo de prescrição por causa da menoridade se dá quanto a todos os
crimes que compõem a ficção jurídica, ainda que seu reconhecimento alcance delitos praticados depois de
completar vinte e um anos de idade.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: A lei penal nova será aplicada neste caso, desde que entre em vigor antes da cessação da
continuidade ou permanência, nos termos do verbete nº 711 da súmula do STF.
B) ERRADA: O STJ entende que é possível, sim, nestes casos, reconhecer a continuidade delitiva. Deve-se
atentar, porém, para os casos em que teremos crime único.
C) CORRETA: Item correto, pois o aumento decorrente do concurso de delitos é aplicado ao final, após a
aplicação das demais eventuais qualificadoras:

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PENA. CONCURSO FORMAL. CALCULO DO AUMENTO (CRITÉRIO). O CALCULO DA


MAJORAÇÃO PELA CONTINUIDADE DELITIVA DEVE INCIDIR SOBRE A PENA TOTAL QUE O
JUIZ FIXARIA SE NÃO HOUVESSE ESTE AUMENTO, E NÃO SOBRE A PENA-BASE
SIMPLESMENTE (PRECEDENTE: RECR. N. 86.032-SP). (...) (STF - RE: 87674 SP , Relator:
CUNHA PEIXOTO, Data de Julgamento: 15/12/1978, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação:
DJ 16-03-1979 PP-01824 EMENT VOL-01124-02 PP-00387 RTJ VOL-00091-03 PP-00935)

D) ERRADA: Pelos mesmos fundamentos que tornam o item anterior correto.


E) ERRADA: Tendo em conta a redação do art. 119, a Doutrina entende que, neste caso, a redução do prazo
prescricional alcança apenas os delitos praticados antes de o agente completar 21 anos, ainda que haja
continuidade delitiva entre estes e os delitos praticados após completar 21 anos:

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena
de cada um, isoladamente.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

23. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM)


Otelo objetiva matar Desdêmona para ficar com o seguro de vida que esta havia feito em seu favor. Para
tanto, desfere projétil de arma de fogo contra a vítima, causando-lhe a morte. Todavia, a bala atravessa o
corpo de Desdêmona e ainda atinge Iago, que passava pelo local, causando-lhe lesões corporais.
Considerando-se que Otelo praticou crime de homicídio doloso qualificado em relação a Desdêmona e, por
tal crime, recebeu pena de 12 anos de reclusão, bem como que praticou crime de lesão corporal leve em
relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses de reclusão, é correto afirmar que
a) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um sexto até a metade.
b) o juiz deverá somar as penas.
c) é caso de concurso formal homogêneo.
d) é caso de concurso formal impróprio.

COMENTÁRIOS

O Juiz, neste caso, deverá somar as penas, ou seja, aplicar o chamado CONCURSO MATERIAL BENÉFICO. Isso
porque, no caso em tela, temos uma espécie de concurso formal, no qual o agente mediante uma só conduta,
e com um só intento, acaba por produzir dois resultados. Pela redação do art. 70 do CP, deveria o Juiz tomar
a pena do crime mais grave como base e sobre ela aplicar um percentual de exasperação. Contudo, ainda
que o Juiz aplicasse o percentual mínimo (1/6), a quantidade de “exasperação” ficaria muito acima daquilo
que o agente receberia de pena se estas fossem somadas (dois anos ao invés de dois meses), de forma que
a exasperação, no caso, se mostra como um sistema mais prejudicial que o cúmulo material, de forma que
deve ser aplicado este, nos termos do art. 70, § único do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

24. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM)

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As regras do concurso formal perfeito (em que se adota o sistema da exasperação da pena) foram adotadas
pelo Código Penal com o objetivo de beneficiar o agente que, mediante uma só conduta, praticou dois ou
mais crimes. No entanto, quando o sistema da exasperação for prejudicial ao acusado, deverá prevalecer o
sistema do cúmulo material (em que a soma das penas será mais vantajosa do que o aumento de uma delas
com determinado percentual, ainda que no patamar mínimo).
A essa hipótese, a doutrina deu o nome de
a) concurso material benéfico.
b) concurso formal imperfeito.
c) concurso formal heterogêneo.
d) exasperação sui generis.

COMENTÁRIOS

Quando a conduta, por si só, seja hipótese de concurso formal, mas o cálculo de aplicação da pena pelo
sistema da exasperação (art. 70 do CP) se demonstrar mais prejudicial que o cálculo de aplicação pelo sistema
do cúmulo material (art. 69 do CP), o art. 70, § único do CP, determina que aplica-se o sistema do cúmulo
material. Vejamos:

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A esse sistema foi dado o nome de cúmulo material benéfico (concurso material benéfico).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

25. (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM)


Com relação ao concurso de delitos, é correto afirmar que:
a) no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distintamente, mas de forma reduzida.
b) o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes com dependência fática e jurídica entre estes.
c) o concurso formal perfeito, também conhecido como próprio, ocorre quando o agente, por meio de uma
só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes idênticos, caso em que as penas serão somadas.
d) o Código Penal Brasileiro adotou o sistema de aplicação de pena do cúmulo material para os concursos
material e formal imperfeito, e da exasperação para o concurso formal perfeito e crime continuado.

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A afirmativa A está errada, eis que no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distinta e
integralmente, nos termos do art. 72. A afirmativa B também está errada, que não há dependência jurídica
entre eles. Há, apenas, dependência fática (devem ser praticados num mesmo contexto fático). A letra C
caracteriza bem o concurso formal, no entanto, peca quanto às consequências, já que as penas não são
somadas, aplicando-se o sistema da exasperação, nos termos do art. 70 do CP.

Já a letra D está correta, eis que o sistema do cúmulo material (soma das penas) é aplicado ao concurso
material e ao concurso formal imperfeito (agente pratica uma só conduta, atingindo mais de um bem
jurídico, só que com a intenção de lesionar os dois), nos termos dos arts. 69 e 70, segunda parte, do CP. Já o
sistema da exasperação é previsto para o concurso formal próprio ou perfeito (com uma só conduta atinge
dois bens jurídicos, sem a intenção de lesionar ambos) e ao crime continuado, conforme podemos extrair
dos arts. 70 e 71 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA CORRETA É A LETRA D.

26. (FGV – 2014 – OAB – XV EXAME DE ORDEM)


Roberto estava dirigindo seu automóvel quando perdeu o controle da direção e subiu a calçada, atropelando
dois pedestres que estavam parados num ponto de ônibus. Nesse contexto, levando-se em consideração o
concurso de crimes, assinale a opção correta, que contempla a espécie em análise:
a) concurso material.
b) concurso formal próprio ou perfeito.
c) concurso formal impróprio ou imperfeito.
d) crime continuado.

COMENTÁRIOS

No caso em tela temos o clássico exemplo de concurso formal perfeito, ou concurso formal próprio, pois o
agente, mediante uma única ação ou omissão, e agindo sem desígnios autônomos, produziu mais de um
resultado, nos termos do art. 70 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE – 2019 – TJAM – ANALISTA)
Julgue o próximo item, relativos a pena, sua aplicação e a medidas de segurança.
No concurso formal, caso o agente tenha praticado dois crimes mediante uma ação dolosa, devem-
se aplicar cumulativamente as penas se os crimes concorrentes resultarem de desígnios
autônomos.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois neste caso estaremos diante do concurso formal impróprio ou imperfeito,
devendo ser aplicado o sistema do cúmulo material (soma das penas), e não o sistema da
exasperação, na forma do art. 70, parte final, do CP.

GABARITO: CORRETA

2. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)


Elton, pretendendo matar dois colegas de trabalho que exerciam suas atividades em duas salas
distintas da dele, inseriu substância tóxica no sistema de ventilação dessas salas, o que causou o
óbito de ambos em poucos minutos. Nessa situação, Elton responderá por homicídio doloso em
concurso formal imperfeito.

COMENTÁRIOS

Item correto. No caso em tela, Elton quis, em bom português, “matar dois coelhos com uma só
cajadada”, ou seja, pretendeu alcançar os dois resultados mediante uma só conduta. Aqui temos
o chamado concurso formal impróprio ou imperfeito, previsto no art. 70, parte final, do CP, motivo
pelo qual será aplicado o sistema do cúmulo material (soma das penas).

GABARITO: CORRETA

3. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA - ADAPTADA) Não se


aplica a continuidade delitiva quando os delitos atingirem bens jurídicos personalíssimos de
pessoas diversas, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o fato de os delitos atingirem bens jurídicos personalíssimos de diversas pessoas
não é impeditivo para o reconhecimento da continuidade delitiva, prevista no art. 71 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

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4. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA - ADAPTADA)


Configura-se concurso material a ação única lesiva ao patrimônio de diversas pessoas.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois neste caso não teremos concurso material, e sim concurso formal de crimes, que
poderá ser concurso formal próprio ou impróprio, a depender das circunstâncias, nos termos do
art. 70 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

5. (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO) Em caso de concurso formal de crimes, a pena
privativa de liberdade não pode exceder a que seria cabível pela regra do concurso material. Certo
ou Errado?
==2b3adf==

COMENTÁRIOS

CORRETA: Esta é a previsão do art. 70, § único do CP, pois no concurso formal se adota, em
regra, o sistema da exasperação na aplicação da pena, como forma de beneficiar o réu em razão
do menor desvalor de sua conduta. No entanto, se esse sistema se mostrar mais gravoso ao
infrator, deverá ser aplicado o sistema do cúmulo material. Trata-se do chamado “cúmulo material
benéfico”.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

6. (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO) No caso de concurso de crimes, a extinção da


punibilidade incidirá sobre a pena de cada um deles, isoladamente.

COMENTÁRIOS

CORRETA: Esta é a previsão literal do art. 119 do CP: Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a
extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984). Lembrando que pela súmula n° 497 do STF, a prescrição com base na
pena em concreto, nos crimes continuados, é calculada com base na pena-base aplicada, sem o
quantum de exasperação referente à continuidade delitiva.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

7. (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Acerca do concurso de crimes, do concurso


de pessoas e das causas de exclusão da ilicitude, julgue os itens que se seguem.
No que diz respeito ao concurso de crimes, o direito brasileiro adota o sistema do cúmulo material
e o da exasperação na aplicação da pena.

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COMENTÁRIOS

O item está correto. De fato, em havendo concurso de crimes, dois podem ser os sistemas
aplicados: O da exasperação (aplicação da pena de um dos crimes, com aumento) e o do cúmulo
material (aplicação da pena de todos os delitos, somadas). O sistema a ser aplicado, em cada caso,
dependerá da natureza do concurso de crimes (concurso formal, concurso material ou crime
continuado).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

8. (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Em 15/10/2005, nas


dependências do banco Y, Carlos, com o objetivo de prejudicar direitos da instituição financeira,
preencheu e assinou declaração falsa na qual se autodenominava Maurício. No mesmo dia, foi até
outra agência do mesmo banco e, agindo da mesma forma, declarou falsamente chamar-se
Alexandre.

Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denúncia sido recebida em 24/5/2010. Após o devido
processo legal, em sentença proferida em 23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois
meses de reclusão, em regime inicialmente aberto, e ao pagamento de doze dias-multa, no valor
unitário mínimo legal. A pena privativa de liberdade foi substituída por uma pena restritiva de
direitos e multa. O MP não apelou da sentença condenatória.
Com relação à situação hipotética acima, julgue os itens seguintes.
As ações de Carlos configuram crime continuado, visto que as condições de tempo, lugar e modo
de execução foram as mesmas em ambos os casos, tendo a ação subsequente dado continuidade
à primeira.

COMENTÁRIOS

O item está correto, pois Carlos praticou crimes da mesma natureza em circunstâncias tempo, lugar
e modo de execução foram as mesmas em ambos os casos, tendo a ação subsequente dado
continuidade à primeira. Vejam que o modus operandi é o mesmo, ou seja, ele se apresenta com
nome falso. Além disso, as duas condutas foram praticadas no mesmo dia (Os Tribunais entendem
que devem ser praticadas num lapso máximo de 30 dias entre uma e outra).

Vejamos:

Crime continuado

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas,

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ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois


terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

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EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

1. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – PROCESSO LEGISLATIVO) É certo que um crime
pode ser praticado por uma ou mais pessoas. Quando isso acontece, está-se diante da hipótese de
concurso de pessoas, também conhecido como concurso de agentes. Nesse caso,
a) ainda que algum dos concorrentes tenha querido participar de crime menos grave, ser-lhe-á,
obrigatoriamente, aplicada a pena idêntica do crime praticado pelo seu comparsa, ante a adoção pelo código
penal da teoria monista.
b) em hipótese alguma se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal na coautoria.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são sempre puníveis, ainda que o crime não venha a ser
tentado.
d) os crimes plurissubjetivos não admitem a coautoria e a participação.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

2. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – APOIO JURÍDICO) Hamilton resolve chamar um
táxi pelo aplicativo do celular a fim de conduzi-lo até determinado endereço. Após ingressar no veículo,
Hamilton recebe uma ligação em seu telefone, ocasião em que diz a pessoa que está do outro lado da
linha que está se dirigindo até o endereço do amante de sua esposa a fim de matá-lo. O motorista do táxi,
mesmo após ouvir a conversa de seu passageiro, o conduz até seu destino. No dia seguinte, o motorista
toma conhecimento pelo noticiário televisivo de que Hamilton realmente matou o amante de sua mulher.
Diante do caso hipotético, o taxista
a) responderá pelo crime de homicídio doloso como partícipe.
b) responderá pelo crime de homicídio doloso como coautor.
c) responderá pelo crime de homicídio culposo.
d) responderá pelo crime de favorecimento pessoal.
e) não responderá por nenhum crime.

3. (FCC – 2017 – PC-AP – AGENTE DE POLÍCIA) Mário e Mauro combinam a prática de um crime de
furto a uma residência. Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente
municiado. Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens ali existentes.
Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é surpreendido com a presença de um dos
moradores que, ao reagir a ação criminosa, acaba sendo morto por Mauro. Nesta hipótese
a) Mário e Mauro responderão pela prática de latrocínio.
b) Mário e Mauro responderão pela prática de furto.

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c) Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro responderá pela prática de furto qualificado.
d) Mário responderá apenas pelo furto e Mauro responderá pela prática dos crimes de porte ilegal de arma
de fogo, furto e homicídio.
e) Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de latrocínio.

4. (FCC – 2013 – TRT1 – JUIZ) Quanto aos demais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a
vítima;
a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.
b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.
c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.
d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.
e) não se comunica em qualquer hipótese.
==2b3adf==

5. (FCC – 2014 – METRÔ-SP – ADVOGADO) Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, mediante prévio ajuste,
a prática de um crime de furto qualificado em residência. Pedrus escolheu a residência e emprestou seu
veículo para o transporte dos objetos furtados. Joaus arrombou a porta da residência indicada por Pedrus
e entrou. Joseh entrou em seguida. Joaus e Joseh recolheram todos os objetos de valor, colocaram no
veículo e fugiram do local. Nesse caso,
a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores.
b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.
c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.
d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.
e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.

6. (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO) No concurso de pessoas,


a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim, conhecendo a conduta alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a atividade delituosa de outrem,
dispensada a prévia combinação entre eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

7. (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ) Em tema de concurso de pessoas, é possível afirmar que
a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo crime menos grave que quis
participar, mas sempre com aumento da pena.
b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a prévia combinação.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a
ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que elementares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da pena, incidindo na segunda
etapa do cálculo.

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8. (FCC – 2015 – CNMP – ANALISTA) No concurso de pessoas,


a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste, essa
pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
periculosidade.
c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis,
se o crime não chega a ser consumado.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída até metade.

9. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que
A) coautores são aqueles que, atuando de forma idêntica, executam o comportamento que a lei define como
crime.
B) partícipe é aquele que, também praticando a conduta que a lei define como crime, contribui, de qualquer
modo, para a sua realização.
C) é possível a coautoria nos crimes de mão própria.
D) é admissível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do autor.
E) é inadmissível a participação nos crimes omissivos próprios.

10. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL) Maria, enfermeira, por ordem do médico João,
ministrou veneno ao paciente, supondo tratar-se de um medicamento, ocasionando-lhe a morte. Nesse
caso,
A) não há concurso de agentes, mas apenas um autor mediato, pela realização indireta do fato típico.
B) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria co-autora.
C) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria partícipe.
D) há concurso de agentes, figurando tanto João como Maria na condição de autores.
E) há concurso de agentes, figurando Maria como autora e João como co-autor.

11. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA ADMINISTRATIVO) José instigou Pedro, agindo sobre a vontade
deste, de forma a fazer nascer neste a idéia da prática do crime. João prestou auxílio a Pedro,
emprestando-lhe uma arma para que pudesse executar o delito. José e João são considerados,
tecnicamente,
A) co-autores.
B) autores.
C) Partícipes.
D) partícipe e co-autor, respectivamente.
E) co-autor e partícipe, respectivamente.

12. (FCC - 2008 - MPE-CE - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos chamados crimes monossubjetivos,
A) o concurso de pessoas é eventual.
B) o concurso de pessoas só ocorre no caso de autoria mediata.

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C) o concurso de pessoas é necessário.


D) não há concurso de pessoas.
E) há concurso de pessoas apenas na forma de participação.

13. (FCC - 2011 - TRE-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com o Código Penal
brasileiro,
A) não há distinção entre autores, co-autores e partícipes, que incidem de forma idêntica nas penas cominadas
ao delito.
B) os autores, co-autores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na medida de sua culpabilidade.
C) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos co-autores e partícipes.
D) ao autor principal e aos co-autores será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos partícipes.
E) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os co-autores e os partícipes terão
obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um terço.

14. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) João instigou José a
praticar um crime de roubo. Luiz forneceu-lhe a arma. Pedro forneceu-lhe todas as informações sobre a
residência da vítima e sobre o horário em que esta ficava sozinha. No dia escolhido, José, auxiliado por
Paulo, ingressou na residência da vítima. José apontou-lhe a arma, enquanto Paulo subtraiu-lhe dinheiro
e jóias. Nesse caso, são considerados partícipes APENAS
A) Luiz e Pedro.
B) João, Luiz, Pedro e Paulo.
C) João, Luiz e Pedro.
D) José, Pedro e João.
E) João, José, Luiz e Pedro.

15. (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No concurso de pessoas,
A) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de metade.
B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
C) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena do crime
cometido, reduzida de um a dois terços.
D) as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam, sejam, ou não, elementares do crime.
E) a instigação e o auxílio, em qualquer hipótese, são puníveis mesmo que o crime não ocorra.

16. (FCC – 2012 – ISS/SP – AFTM) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que
a) a importância da participação não influi na pena a ser imposta.
b) não é possível participação por omissão em crime comissivo.
c) é possível a participação em crime omissivo puro.
d) não pode haver participação em contravenção.
e) é possível participação dolosa em crime culposo.

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17. (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - PROVIMENTO)


Necessariamente, autores e partícipes recebem
a) penas idênticas.
b) penas, respectivamente, mais e menos graves.
c) penas, respectivamente, menos e mais graves.
d) penas igualmente graves, mas de espécies distintas.
e) penas igualmente graves, salvo se diversa for sua culpabilidade.

18. (FCC - 2013 - DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO) Se alguém instiga outrem a surrar inimigo comum,
mas o instigado se excede e mata a vítima, é correto afirmar que
a) a conduta do partícipe é atípica.
b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer aumento de pena, se não podia prever o
resultado morte.
c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará jus, necessariamente, ao reconhecimento da
participação de menor importância.
d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena aumentada até um terço, se previsível o
resultado letal.
e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que tenha assumido o risco do resultado
morte.

19. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Indivíduos que são alcançados pela lei penal, não
porque tenham praticado uma conduta ajustável a uma figura delitiva, mas porque, executando atos sem
conotação típica, contribuíram, objetivamente e subjetivamente, para a ação criminosa de outrem
a) não são punidos por atipicidade da conduta.
b) são coautores e incidem na mesma pena cabível ao autor do crime.
c) são concorrentes de menor importância e têm a pena diminuída de um sexto a um terço.
d) são considerados partícipes e incidem nas penas cominadas ao crime, na medida de sua culpabilidade.
e) podem ser coautores ou partícipes e a pena, em qualquer caso, é diminuída de um terço.

20. (VUNESP – 2018 – PC-SP - INVESTIGADOR) No que diz respeito ao concurso de pessoas e às
expressas regras do CP (arts. 29 a 31),
(A) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
punibilidade. 

(B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
voluntariedade. 

(C) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

(D) mesmo que o crime sequer seja tentado, o ajuste, a determinação ou a instigação e o auxílio sempre são
puníveis.
(E) aplica-se a mesma pena a todos os coautores, ainda que a participação seja de menor importância. 


21. (VUNESP – 2018 – PC-SP - ESCRIVÃO) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que

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(A) Mévio e Caio, pelo ajuste da prática de furto à residência de Tício, uma vez descoberto o plano, serão
punidos, ainda que o crime não chegue a ser tentado. 

(B) Mévio e Caio, tendo furtado a residência dos pais de Caio, são isentos de pena, aplicando-se a ambos o
perdão legal que exime de pena os crimes patrimoniais, cometidos sem violência, em detrimento de
ascendentes. 

(C) Mévio, tendo ajustado com Caio apenas a prática de furto à residência de Tício, responderá pelos demais
crimes eventualmente praticados por Caio, ainda que não previsíveis.
(D) Caio, empresário, ciente da condição de funcionário público de Mévio, tendo o auxiliado na prática de
peculato-furto, não responderá pelo crime funcional, já que a condição pessoal de funcionário público de
Mévio a ele não se comunica. 

(E) Mévio, pela participação de menor importância na prática de furto à residência de Tício, poderá ter a
pena diminuída.
22. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) É requisito para a configuração do concurso de pessoas
(A) uma única conduta.
(B) a irrelevância causal das condutas.
(C) a identidade de crime para todos os envolvidos.
(D) a autoria incerta.
(E) o prévio ajuste entre os agentes.

23. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) Sobre o concurso de pessoas e as previsões expressas
da legislação penal, assinale a alternativa correta.
(A) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
(B) Se a participação for de menor importância, será aplicada atenuante genérica.
(C) Ao concorrente que quis participar de crime menos grave, será aplicada a mesma pena do concorrente,
diminuída, no entanto, de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço).
(D) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do crime, são
incomunicáveis aos coautores.
(E) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são puníveis ainda que o crime não chegue a ser tentado.

24. (VUNESP – 2017 – PREF. PORTO FERREIRA-SP – PROCURADOR) Sobre o concurso de pessoas,
assinale a alternativa correta.
a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
personalidade.
b) Se a participação for de maior importância, a pena pode ser majorada de um sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa
pena será aumentada até o dobro, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
e) O ajuste, a determinação, a sedição ou instigação e o auxílio ou cooperação material não são puníveis, se
o crime não chega, pelo menos, a ser executado.

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25. (VUNESP – 2015 – PC-CE – INSPETOR) No que diz respeito ao concurso de pessoas, segundo as
disposições previstas no Código Penal, é correto afirmar que
a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do crime.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, independentemente se
quis participar de crime menos grave
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis,
se o crime, apesar de iniciada a execução, não chega a ser consumado.
d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
e) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço.
26. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO) Segundo o conceito restritivo, é autor aquele que
a) tem o domínio do fato.
b) realiza a conduta típica descrita na lei.
c) contribui com alguma causa para o resultado.
d) age dolosamente na prática do crime.
e) pratica o fato por interposta pessoa que atua sem culpabilidade.

27. (VUNESP – 2014 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – ADVOGADO) CP, art. 30: quando se
verifica o concurso de pessoas em matéria penal, não se comunicam as circunstâncias e as condições de
caráter pessoal,
a) salvo nos crimes contra a Administração Pública.
b) salvo no caso de extinção da punibilidade.
c) salvo nos crimes contra a Fé Pública.
d) salvo quando elementares do crime.
e) em hipótese alguma.

28. (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) No que tange ao concurso de pessoas nos crimes
de corrupção ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria
a) monista.
b) causal.
c) dualista.
d) pluralística.

29. (VUNESP – 2002 – SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS) No crime de concussão, a circunstância
de ser um dos agentes funcionário público:
a) não é elementar, não se comunicado, portanto, ao concorrente particular.
b) é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular.
c) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda que este desconheça a condição daquele.
d) é elementar comunicando-se ao concorrente particular, se este conhecia a condição daquele.

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e) não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação ao concorrente particular.


30. (FGV / 2022 / PCERJ)
Agamenon, Aquiles, Ájax e Cadmo combinam de furtar pneus de veículos automotores do interior de um
galpão cercado de mato e aparentemente abandonado. Agamenon e Cadmo permanecem no carro, ao passo
que Ájax arromba o portão e Aquiles ingressa, se deparando, pouco depois, com um vigia. Diante da reação
ao ingresso não consentido, de posse de um vergalhão, Aquiles golpeia, perfura e mata o vigia. Considerando
esse cenário, é correto afirmar que Agamenon, Ájax e Cadmo responderão por:
(A) participação de menor importância;
(B) cooperação dolosamente distinta;
(C) autoria colateral;
(D) participação mediante omissão;
(E) coautoria sucessiva.

31. (FGV / 2018 / TJAL)

No Direito Penal, a doutrina costuma reconhecer o concurso de pessoas quando a infração penal é cometida
por mais de uma pessoa, podendo a cooperação ocorrer através de coautoria ou participação.

Sobre o tema, de acordo com o Código Penal, é correto afirmar que:


(A) o auxílio material é punível se o crime chegar, ao menos, a ser cogitado;
(B) as circunstâncias de caráter pessoal, diante de sua natureza,
não se comunicam, ainda que elementares
do crime;
(C) em sendo de menor importância a participação ou coautoria, a pena poderá ser reduzida de um sexto a
um terço;
(D) a teoria sobre concurso de agentes adotada pela legislação penal brasileira, em regra, é a dualista;
(E) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste.

32. (FGV / 2018 / OAB)


Pedro e Paulo combinam de praticar um crime de furto em determinada creche, com a intenção de subtrair
computadores. Pedro, então, sugere que o ato seja praticado em um domingo, quando o local estaria
totalmente vazio e nenhuma criança seria diretamente prejudicada.
No momento da empreitada delitiva, Pedro auxilia Paulo a entrar por uma janela lateral e depois entra pela
porta dos fundos da unidade. Já no interior do local, eles verificam que a creche estava cheia em razão de
comemoração do “Dia das Mães”; então, Pedro pega um laptop e sai, de imediato, pela porta dos fundos,
mas Paulo, que estava armado sem que Pedro soubesse, anuncia o assalto e subtrai bens e joias de crianças,
pais e funcionários. Captadas as imagens pelas câmeras de segurança, Pedro e Paulo são identificados e
denunciados pelo crime de roubo duplamente majorado.
Com base apenas nas informações narradas, a defesa de Pedro deverá pleitear o reconhecimento da
A) participação de menor importância, gerando causa de diminuição de pena.
B) cooperação dolosamente distinta, gerando causa de diminuição de pena.
C) cooperação dolosamente distinta, gerando aplicação da pena do crime menos grave.

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D) participação de menor importância, gerando aplicação da pena do crime menos grave.

33. (FGV / 2018 / MPE-RJ)


De maneira geral, os delitos tipificados no ordenamento jurídico brasileiro são de concurso eventual, tendo
em vista que podem ser executados por uma ou mais pessoas. Excepcionalmente, porém, existem delitos de
concurso necessário, sendo indispensável a pluralidade de agentes para configuração do tipo. Sobre o tema
concurso de pessoas, é correto afirmar que:
A) o Código Penal, como regra geral, adota a teoria Monista, de modo que autor e partícipe respondem pelo
mesmo crime, cada um, porém, na medida de sua culpabilidade;
B) a participação de menor importância permite a aplicação de regime inicial de pena menos severo, mas
não poderá funcionar como causa de diminuição de pena;
C) as circunstâncias objetivas se comunicam aos coautores, diferente das de caráter pessoal, que não se
comunicam, ainda que elementares do tipo;
D) a pluralidade de pessoas e a relevância causal das condutas são requisitos para sua configuração, mas não
são requisitos para configurar o liame subjetivo;
E) os crimes classificados como próprios não admitem coautoria ou participação.

34. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Rafael e Francisca combinam praticar um crime de
furto em uma residência onde ela exercia a função de passadeira. Decidem, então, subtrair bens do imóvel
em data sobre a qual Francisca tinha conhecimento de que os proprietários estariam viajando, pois assim
ela tinha certeza de que os patrões, de quem gostava, não sofreriam qualquer ameaça ou violência.

No dia do crime, enquanto Francisca aguarda do lado de fora, Rafael entra no imóvel para subtrair bens.
Ela, porém, percebe que o carro dos patrões está na garagem e tenta avisar o fato ao comparsa para que
este saísse rápido da casa. Todavia, Rafael, ao perceber que a casa estava ocupada, decide empregar
violência contra os proprietários para continuar subtraindo mais bens. Descobertos os fatos, Francisca e
Rafael são denunciados pela prática do crime de roubo majorado.
Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) de Francisca deverá buscar
A) sua absolvição, tendo em vista que não desejava participar do crime efetivamente praticado. 

B) o reconhecimento da participação de menor importância, com aplicação de causa de redução de pena. 

C) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se a pena do furto
qualificado. 

D) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se causa de diminuição
de pena sobre a pena do crime de roubo majorado. 


35. (FGV – 2015 – TJ-RO – OFICIAL DE JUSTIÇA) O Código Penal brasileiro traz diversos crimes que
podem ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê algumas hipóteses em que o concurso
de pessoas é necessário. Como regra geral, quando duas ou mais pessoas, unidas em ações e desígnios,
praticam em conjunto um delito, pode-se falar em concurso de pessoas. Sobre essa tema, é correto afirmar
que o Código Penal adotou, em regra, a Teoria:
a) Pluralista, com exceções;

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b) Dualista, sem exceções;


c) Monista, com exceções;
d) Dualista, com exceções;
e) Monista, sem exceções.

36. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR SUBSTITUTO) Sobre o tema concurso de agentes, é correto afirmar
que:
a) em regra, aquele que instiga terceira pessoa à prática de um crime, por este responde, ainda que o
instigado não tenha iniciado a execução do delito;
b) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do crime;
c) na teoria da acessoriedade limitada, somente haverá a punição do partícipe se o autor houver praticado
uma conduta que seja típica, ilícita e culpável;
d) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste lhe será aplicada, com o aumento
de metade na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave;
e) não se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas, admitindo-se participação
culposa em crime doloso.

37. (FGV – 2014 – PROCEMPA – ADVOGADO) Com relação ao tema responsabilidade penal no
concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.
a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medida de sua culpabilidade.
b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime menos grave responde por este
e não pelo crime mais grave praticado pelo outro agente.
c) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3.
d) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exceção, devendo todos os
participantes responder pelo mesmo crime.
e) Não há participação dolosa em crime culposo.

38. (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME UNIFICADO) Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda
a Lara, amiga de longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o melhor horário,
local etc. Após longas discussões de como poderia executar seu intento da forma mais eficiente possível,
a fim de não deixar nenhuma pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. A amiga prontamente atende
ao pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo correr conforme o planejado,
executará o homicídio naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo é
descoberto pela polícia.
A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, assinale a afirmativa correta.
A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de o crime ter sido praticado
contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por homicídio, sem a
presença da circunstância agravante.
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio, incidindo, para ambas, a circunstância
agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente.
C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio. Todavia, a agravante de ter sido,
o crime, praticado contra ascendente somente incide em relação à Sofia.

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D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de ter sido, o crime, praticado
contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante também lhe será aplicada.

39. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Maria Joaquina, empregada doméstica de uma
residência, profundamente apaixonada pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta sua
conversa com uma terceira pessoa acordando o furto da casa em que ela trabalha durante os dias de
semana à tarde. Para facilitar o sucesso da operação de seu amado, ela deixa a porta aberta ao sair do
trabalho. Durante a empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se encontrava destrancada,
Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos fundos, ingressam na residência diversos objetos.
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a correta responsabilidade penal de Maria
Joaquina.
a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de partícipe, eis que contribuiu de alguma
forma para o sucesso da empreitada criminosa ao não denunciar o plano.
b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes, afastada a qualificadora do
rompimento de obstáculo, por esta não se encontrar na linha de seu conhecimento.
c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua participação irrelevante para o sucesso
da empreitada criminosa.
d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.

40. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Analise detidamente as seguintes
situações:

Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua filha foi estuprada por Terêncio. Imbuído
de relevante valor moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do estuprador. O
serviço é regularmente executado.

Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando Julieta, parturiente, a matar o nascituro – o
que efetivamente acontece. Lucas sabia, desde o início, que Julieta estava sob a influência do estado
puerperal.
Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o concurso de pessoas (concursus
delinquentium), é correto afirmar que
A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio
qualificado por motivo torpe. No exemplo 2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de infanticídio.
B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio simples
(ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, Lucas, que
não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por homicídio, e Julieta pelo crime de infanticídio.
C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio simples
(ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, tanto Lucas
quanto Julieta responderão pelo crime de homicídio (ele na modalidade simples, ela na modalidade
privilegiada em razão da influência do estado puerperal).
D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio
qualificado pelo motivo fútil. No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado puerperal,
responderá por homicídio e Julieta pelo crime de infanticídio.

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GABARITO

1. ALTERNATIVA E
2. ALTERNATIVA E
3. ALTERNATIVA E
4. ALTERNATIVA A
5. ALTERNATIVA E
6. ALTERNATIVA C
7. ALTERNATIVA B
8. ALTERNATIVA C
9. ALTERNATIVA D
10. ALTERNATIVA A
11. ALTERNATIVA C
12. ALTERNATIVA A
13. ALTERNATIVA B
14. ALTERNATIVA C
15. ALTERNATIVA B
16. ALTERNATIVA C
17. ALTERNATIVA E
18. ALTERNATIVA B
19. ALTERNATIVA D
20. ALTERNATIVA C
21. ALTERNATIVA E
22. ALTERNATIVA C
23. ALTERNATIVA A
24. ALTERNATIVA D
25. ALTERNATIVA D
26. ALTERNATIVA B
27. ALTERNATIVA D
28. ALTERNATIVA C
29. ALTERNATIVA D
30. ALTERNATIVA B
31. ALTERNATIVA E
32. ALTERNATIVA C
33. ALTERNATIVA A
34. ALTERNATIVA C
35. ALTERNATIVA C
36. ALTERNATIVA D
37. ALTERNATIVA D
38. ALTERNATIVA A
39. ALTERNATIVA C
40. ALTERNATIVA A

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EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

1. (CESPE – 2019 – TJPR – JUIZ/ADAPTADA)


A autoria colateral é aquela em que há pluralidade de agentes e liame subjetivo entre eles para a
realização da conduta.
2. (CESPE – 2019 – TJPR – JUIZ/ADAPTADA)
A teoria da acessoriedade limitada entende que basta o fato principal ser típico para que o
partícipe seja punido.
3. (CESPE – 2018 – MPU – ANALISTA)
Cada um do item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser
julgada, a respeito da aplicação e da interpretação da lei penal, do concurso de pessoas e da
culpabilidade.
João e Manoel, penalmente imputáveis, decidiram matar Francisco. Sem que um soubesse da
intenção do outro, João e Manoel se posicionaram de tocaia e, concomitantemente, atiraram na
direção da vítima, que veio a falecer em decorrência de um dos disparos. Não foi possível
determinar de qual arma foi deflagrado o projétil que atingiu fatalmente Francisco. Nessa situação,
João e Manoel responderão pelo crime de homicídio na forma tentada.
4. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)

Clara, tendo descoberto uma traição amorosa de seu namorado, comentou com sua amiga Aline
que tinha a intenção de matá-lo. Aline, então, começou a instigar Clara a consumar o pretendido.
Nessa situação, se Clara cometer o crime, Aline poderá responder como partícipe do crime.
5. (CESPE – 2018 – EBSERH – ADVOGADO)
Com referência à lei penal no tempo, ao erro jurídico-penal, ao concurso de agentes e aos sujeitos
da infração penal, julgue o item que se segue.
Para a punição de um partícipe que colabore com a conduta delituosa, é preciso que o fato
principal seja típico, ilícito, culpável e punível.
6. (CESPE – 2018 – STJ – TÉCNICO)
Julgue o item subsequente, relativo ao delito praticado em concurso de pessoas.

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Para a configuração do concurso de pessoas, é necessário que três ou mais agentes se auxiliem
mutuamente na prática do ilícito penal.
7. (CESPE – 2018 – STM – ANALISTA)
Acerca dos institutos do erro de tipo, do erro de proibição e do concurso de pessoas, julgue o item
subsequente.
Inexiste, no ordenamento jurídico, a possibilidade de as condições e circunstâncias de caráter
pessoal de um agente se comunicarem com as de outro agente que seja coautor de um crime.
8. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) A cooperação
dolosamente distinta não permite a aplicação diferenciada de penas para aqueles que participam
do crime.
9. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) É absolutamente
impossível o concurso de pessoas nos crimes culposos.
10. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) Na sentença
condenatória, o juiz deve sempre aplicar penas iguais para o autor, o coautor e o partícipe.
11. (CESPE – 2016 – PC-GO – DELEGADO DE POLÍCIA – ADAPTADA) O concurso de agentes
na realização de um crime pressupõe sempre o prévio ajuste de vontades na consecução de um
resultado danoso desejado por todos.
12. (CESPE – 2016 – PC-PE – ESCRIVÃO) A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção
correta.
a) Em relação à participação no concurso de pessoas, a legislação penal brasileira adota a teoria
da acessoriedade mínima.
b) Situação hipotética: José, gerente de loja, mesmo ciente de que um dos vendedores subtraía
dinheiro do caixa, nada fez para impedir o crime, agindo sem liame subjetivo e intenção de obter
vantagem econômica. Assertiva: Nessa situação, o gerente responderá em coautoria pelo crime
de furto, com ação omissiva.
c) Em se tratando de crimes plurissubjetivos, como, por exemplo, o crime de rixa, não há que se
falar em participação, já que a pluralidade de agentes integra o tipo penal: todos são autores.
d) Situação hipotética: O motorista João e sua mulher, Maria, trafegavam por uma rodovia, quando
ambos, deliberadamente, deixaram de prestar socorro a uma pessoa gravemente ferida, sem que
houvesse risco pessoal para qualquer um deles. João foi instigado por Maria, que estava no banco
do carona, a não parar o veículo, e, por fim, em acordo de vontades com Maria, assim efetivamente
procedeu. Assertiva: Nessa situação, João responderá como autor pelo crime de omissão de
socorro e Maria será tida como inimputável.
e) Haverá participação culposa em crime doloso na situação em que um médico, agindo com
negligência, fornece ao enfermeiro substância letal para ser ministrada a um paciente, e o
enfermeiro, embora percebendo o equívoco, decide ministrá-la com a intenção de matar o
paciente.

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13. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Tendo o CP adotado a teoria monista, não há
como punir diferentemente todos quantos participem direta ou indiretamente para a produção
do resultado danoso.
14. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) É impossível o concurso de pessoas nos crimes
culposos, ante a ausência de vínculo subjetivo entre os agentes na produção do resultado danoso.
15. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A respeito do
concurso de pessoas, assinale a opção correta.
a) As circunstâncias objetivas se comunicam, mesmo que o partícipe delas não tenha
conhecimento.
b) Em se tratando de peculato, crime próprio de funcionário público, não é possível a coautoria de
um particular, dada a absoluta incomunicabilidade da circunstância elementar do crime.
c) A determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio não são puníveis.
==2b3adf==

d) Tratando-se de crimes contra a vida, se a participação for de menor importância, a pena aplicada
poderá ser diminuída de um sexto a um terço.
e) No caso de um dos concorrentes optar por participar de crime menos grave, a ele será aplicada
a pena referente a este crime, que deverá ser aumentada mesmo na hipótese de não ter sido
previsível o resultado mais grave.
16. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Julgue os itens
seguintes, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude, culpabilidade e fixação da
pena.
Caso um indivíduo obtenha de um amigo, por empréstimo, uma arma de fogo, dando-lhe ciência
de sua intenção de utilizá-la para matar outrem, o amigo que emprestar a arma será considerado
partícipe do homicídio se o referido indivíduo cometer o crime pretendido, ainda que este não
utilize tal arma para fazê-lo e que o amigo não o estimule a praticá-lo.

GABARITO

1. ERRADA
2. ERRADA
3. CORRETA
4. CORRETA
5. ERRADA

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6. ERRADA
7. ERRADA
8. ERRADA
9. ERRADA
10. ERRADA
11. ERRADA
12. ALTERNATIVA C
13. ERRADA
14. ERRADA
15. ALTERNATIVA D
16. ERRADA

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EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

1. (FCC – 2017 – DPE-RS – ANALISTA PROCESSUAL) No concurso de crimes, cuidando-se de infrações


de espécies diversas cometidos por condutas distintas, ambas com violência física real, dos institutos
legais abaixo em princípio pode-se postular em favor do imputado
a) concurso formal heterogêneo.
b) concurso formal impróprio.
c) crime continuado genérico.
d) crime continuado específico.
e) prescrição isoladamente considerada.

2. (FCC – 2015 – TJ-PE – JUIZ) O chamado concurso material benéfico prevalece


a) sobre o concurso formal próprio e o crime continuado
b) apenas sobre o concurso formal impróprio.
c) apenas sobre o concurso formal próprio
d) sobre o concurso formal impróprio e o crime continuado específico.
e) apenas sobre o crime continuado específico.

3. (FCC – 2014 – MPE-PE – PROMOTOR) No concurso formal impróprio ou imperfeito,


a) aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até a metade, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos.
b) as penas são aplicadas cumulativamente se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos.
c) aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até a metade, se ação é dolosa ou culposa, independentemente de os crimes concorrentes
resultarem de desígnios autônomos.
d) aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até dois terços, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos.
e) as penas são aplicadas cumulativamente se a ação é dolosa ou culposa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos.

4. (FCC – 2013 – MPE-SE – TÉCNICO) Uma vez reconhecido o concurso formal de crimes, será afinal
aplicada pena privativa de liberdade
a) aquém daquela mais grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes.

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b) aquém daquela menos grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes.
c) igual à pena mais grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes.
d) além daquela mais grave e até a somatória aritmética das penas isoladamente aplicáveis aos crimes.
e) além da somatória aritmética das penas isoladamente aplicáveis aos crimes.

5. (FCC – 2009 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO) João, funcionário público, resolveu desviar R$
10.000,00 dos cofres da repartição pública em que trabalhava. Para tentar ocultar o seu procedimento
delituoso, desviou a quantia de R$ 500,00 por dia, até atingir o montante desejado. Nesse caso, em
relação ao crime de peculato, é de ser reconhecida a ocorrência de
a) crime único.
b) concurso formal.
c) concurso material.
d) crime continuado.
e) crime culposo.
6. (FCC – 2009 – TJ-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Além dos requisitos gerais de
crime continuado comum, são condições do crime continuado específico (art. 71, Parágrafo Único, do
Código Penal brasileiro) que
a) os crimes sejam dolosos, praticados contra vítimas diversas e com violência ou grave ameaça à pessoa.
b) os crimes sejam dolosos e culposos, praticados contra uma única vítima.
c) as infrações sejam praticadas mediante uma única ação e que resulte em dois ou mais crimes.
d) os crimes sejam consumados ou tentados, culposos e violentos.
e) as infrações sejam praticadas mediante mais de uma ação, resultando em crime único.

7. (VUNESP – 2018 – PC-SP - ESCRIVÃO) Tendo em vista as normas referentes ao concurso de crimes,
previstas no Código Penal, assinale a alternativa correta.
(A) No crime continuado, que se caracteriza quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, aplicar-se-á a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada,
em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços).
(B) No concurso formal, que se caracteriza quando o agente, mediante duas ou mais ações, pratica 2 (dois)
ou mais crimes, aplicar-se-á a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada,
em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) até a metade. 

(C) No crime continuado, tratando-se de crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, será
aumentada, até o dobro.
(D) No concurso material, que se caracteriza quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 2
(dois) ou mais crimes, aplicar-se-á a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) até a metade.
(E) No concurso formal, que se caracteriza quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 2
(dois) ou mais crimes, aplicar-se-á a pena dos crimes, cumulativamente, se se tratar de ação ou omissão dolosa
e os crimes concorrentes resultem de desígnios autônomos.

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8. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) O agente, movido pelo desejo de vingança, decidiu amarrar
quatro pessoas no interior de um automóvel, para depois atear fogo no veículo, o que resultou na morte
de todas as vítimas. A hipótese narrada é denominada
(A) concurso material homogêneo.
(B) concurso formal próprio.
(C) concurso material heterogêneo.
(D) concurso formal impróprio.
(E) crime continuado.

9. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) Quando o agente, mediante mais de 1 (uma) ação ou
omissão, pratica 2 (dois) ou mais crimes, verifica-se o instituto do concurso de crimes, que pode ser formal
ou material, a depender da unidade ou da pluralidade de condutas. Sobre o tema, o Código Penal
estabelece que
(A) na hipótese de concurso material, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não
suspensa, por um dos crimes, para os demais crimes será cabível a substituição de pena privativa de liberdade
por pena restritiva de direitos.
(B) na hipótese de concurso formal imperfeito ou impróprio, aplica-se o sistema de exasperação da pena,
independentemente da quantidade de condenação.
(C) quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, será possível ao condenado cumpri-las de forma
simultânea, desde que compatíveis entre si.
(D) se entende por concurso formal próprio ou perfeito aquele em que o agente pratica mais de uma conduta,
mas na presença de desígnios autônomos, ou seja, a vontade de atingir mais de um resultado.
(E) no caso de concurso material, sendo o agente condenado cumulativamente a pena de reclusão e detenção,
executa-se primeiro a de detenção.

10. (VUNESP - 2013 - ITESP - ADVOGADO) Com relação ao concurso formal, assinale a alternativa que
completa corretamente a sentença a seguir, nos termos do Código Penal.

Quando o agente, mediante________ pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe
a_________cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas em qualquer caso, ________ de_________até
metade.
a) duas ou mais ações ou omissões … mais grave das penas … diminuída … um terço
b) duas ações … menos grave das penas … aumentada … um terço
c) uma só ação ou omissão … mais grave das penas … aumentada … um sexto
d) duas ou mais ações ou omissões … mais grave das penas … diminuída … um sexto
e) uma só ação ou omissão … menos grave das penas … aumentada … um terço
11. (FGV / 2022 / PCERJ)
Calíope, pretendendo matar Erato, saca uma arma de fogo e efetua disparos contra seu desafeto, atingindo-
o e também a Euterpe, que passava pelo local. As duas pessoas alvejadas morrem em razão dos ferimentos
sofridos. Na hipótese, é correto afirmar que haverá:
(A) crime único;

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(B) concurso material;


(C) concurso formal perfeito;
(D) concurso formal imperfeito;
(E) crime continuado.

12. (FGV / 2021 / PCRN)


Victor abordou um grupo de três pessoas que estava no interior de um coletivo e, mediante grave ameaça,
subtraiu os pertences que elas carregavam.
Diante dos fatos narrados, considerando o instituto do concurso de crimes e a jurisprudência dos Tribunais
Superiores, Victor praticou:
A) três crimes de roubo, em concurso material, devendo ter as penas dos crimes somadas;
B) três crimes de roubo, em concurso formal impróprio, aplicando-se a regra da exasperação;
C) três crimes de roubo, em concurso formal próprio, devendo ter a pena de um deles aumentada;
D) três crimes de roubo na forma continuada, devendo ter a pena de um deles aumentada;
E) um único crime, devendo responder por roubo simples.

13. (FGV / 2021 / DPE-RJ)


Observe as afirmações que tratam do concurso de crimes:
I) O concurso formal se configura quando por meio de uma única ação ou omissão o agente pratica dois ou
mais crimes, não importando se da mesma espécie ou não.
II) O concurso formal enseja a aplicação da pena mais grave dentre as infrações penais praticadas, que deve
ser majorada de 1/6 a 1/2, estando sempre descartada a utilização do sistema do cúmulo material.
III) A pena aplicada a crimes praticados em continuidade delitiva jamais pode ultrapassar aquela que seria
imposta ao agente caso tivesse praticado os mesmos crimes em concurso material.
IV) A continuidade delitiva somente se configura quando os crimes praticados são da mesma espécie.
V) Nos casos de continuidade delitiva, a pena de um dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
somente pode ser majorada até 2/3, jamais comportando majoração superior.
Assinale a alternativa que aponta os itens que contêm SOMENTE afirmações verdadeiras:
A) I, III e IV.
B) I, III, IV e V.
C) II, III e V.
D) II, IV e V.
E) I e II.

14. (FGV/2018/MPE-RJ)
Pretendendo matar seus dois irmãos Mévio e Caio e, com isso, garantir-se como único herdeiro de seus ricos
pais, Tício se aproveita do fato de Mévio e Caio estarem enfileirados e efetua um único disparo de fuzil em
direção a estes, sabendo que, pelo potencial lesivo do material bélico, aquele único tiro seria suficiente para
causar a morte dos dois colaterais, o que efetivamente ocorre.

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Descobertos os fatos, caberá ao Promotor de Justiça oferecer denúncia contra Tício pela prática de dois
crimes de homicídio qualificado em
A) concurso material, diante dos dois resultados mortes, devendo as penas serem somadas;
B) concurso formal próprio, devendo a pena de um deles (mais grave) ser aumentada;
C) concurso formal impróprio, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada;
D) concurso formal impróprio, devendo as penas serem somadas;
E) continuidade delitiva, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada.

15. (FGV/2014/MPE-RJ)
Sobre o concurso de crimes, analise as afirmativas a seguir.
I - O concurso material de infrações exige a soma das penas cominadas.
II - O crime continuado se dá entre crimes da mesma espécie, cometidos em circunstâncias semelhantes.
III - No concurso formal imperfeito, quando o agente criminoso possui desígnios autônomos, a regra será a
aplicação da pena do crime mais grave, acrescida de um determinado percentual previsto na lei.
IV - Há casos em que, embora presente a regra do concurso formal, as penas deverão ser somadas em caso
de condenação por ambos os delitos.
V - Em regra, no concurso formal e no crime continuado, o Magistrado, ao aplicar as penas dos crimes, não
deverá somá-las.
Está correto somente o que se afirma em:
A) I, II e III;
B) I, II, IV e V;
C) I, III e V;
D) II, III e IV;
E) III, IV e V.

16. (FGV / 2021 / OAB)


Félix, com dolo de matar seus vizinhos Lucas e Mário, detona uma granada na varanda da casa desses, que
ali conversavam tranquilamente, obtendo o resultado desejado. Os fatos são descobertos pelo Ministério
Público, que denuncia Félix por dois crimes autônomos de homicídio, em concurso material. Após regular
procedimento, o Tribunal do Júri condenou o réu pelos dois crimes imputados e o magistrado, ao aplicar a
pena, reconheceu o concurso material.
Diante da sentença publicada, Félix indaga, reservadamente, se sua conduta efetivamente configuraria
concurso material de dois crimes de homicídio dolosos. Na ocasião, o(a) advogado(a) do réu, sob o ponto de
vista técnico, deverá esclarecer ao seu cliente que sua conduta configura dois crimes autônomos de
homicídio,
A) em concurso material, sendo necessária a soma das penas aplicadas para cada um dos delitos.
B) devendo ser reconhecida a forma continuada e, consequentemente, aplicada a regra da exasperação de
uma das penas e não do cúmulo material.

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C) devendo ser reconhecido o concurso formal próprio e, consequentemente, aplicada a regra da


exasperação de uma das penas e não do cúmulo material.
D) devendo ser reconhecido o concurso formal impróprio, o que também imporia a regra da soma das penas
aplicadas.

17. (FGV / 2018 / OAB)


Cadu, com o objetivo de matar toda uma família de inimigos, pratica, durante cinco dias consecutivos, crimes
de homicídio doloso, cada dia causando a morte de cada um dos cinco integrantes da família, sempre com o
mesmo modus operandi e no mesmo local. Os fatos, porém, foram descobertos, e o autor, denunciado pelos
cinco crimes de homicídio, em concurso material.
Com base nas informações expostas e nas previsões do Código Penal, provada a autoria delitiva em relação
a todos os delitos, o advogado de Cadu:
A) não poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, tendo em vista que os crimes foram
praticados com violência à pessoa, somente cabendo reconhecimento do concurso material.
B) não poderá buscar o reconhecimento de continuidade delitiva, tendo em vista que os crimes foram
praticados com violência à pessoa, podendo, porém, o advogado pleitear o reconhecimento do concurso
formal de delitos.
C) poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, mesmo sendo o delito praticado com violência
contra a pessoa, cabendo, apenas, aplicação da regra de exasperação da pena de 1/6 a 2/3.
D) poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, mas, diante da violência contra a pessoa e da
diversidade de vítimas, a pena mais grave poderá ser aumentada em até o triplo.

18. (FGV / 2018 / OAB)


Juarez, com a intenção de causar a morte de um casal de vizinhos, aproveita a situação em que o marido e a
esposa estão juntos, conversando na rua, e joga um artefato explosivo nas vítimas, sendo a explosão deste
material bélico a causa eficiente da morte do casal. Apesar de todos os fatos e a autoria restarem provados
em inquérito encaminhado ao Ministério Público com relatório final de indiciamento de Juarez, o Promotor
de Justiça se mantém inerte em razão de excesso de serviço, não apresentando denúncia no prazo legal.
Depois de vários meses com omissão do Promotor de Justiça, o filho do casal falecido procura o advogado
da família para adoção das medidas cabíveis.
No momento da apresentação de queixa em ação penal privada subsidiária da pública, o advogado do filho
do casal, sob o ponto de vista técnico, de acordo com o Código Penal, deverá imputar a Juarez a prática de
dois crimes de homicídio em
A) concurso material, requerendo a soma das penas impostas para cada um dos delitos.
B) concurso formal, requerendo a exasperação da pena mais grave em razão do concurso de crimes.
C) continuidade delitiva, requerendo a exasperação da pena mais grave em razão do concurso de crimes.
D) concurso formal, requerendo a soma das penas impostas para cada um dos delitos.

19. (FGV – 2018 – MPE-RJ – ESTÁGIO FORENSE)


Pretendendo matar seus dois irmãos Mévio e Caio e, com isso, garantir-se como único herdeiro de seus ricos
pais, Tício se aproveita do fato de Mévio e Caio estarem enfileirados e efetua um único disparo de fuzil em
direção a estes, sabendo que, pelo potencial lesivo do material bélico, aquele único tiro seria suficiente para
causar a morte dos dois colaterais, o que efetivamente ocorre.

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Descobertos os fatos, caberá ao Promotor de Justiça oferecer denúncia contra Tício pela prática de dois
crimes de homicídio qualificado em
A) concurso material, diante dos dois resultados mortes, devendo as penas serem somadas;
B) concurso formal próprio, devendo a pena de um deles (mais grave) ser aumentada;
C) concurso formal impróprio, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada;
D) concurso formal impróprio, devendo as penas serem somadas;
E) continuidade delitiva, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada.

20. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM)


Pedro, quando limpava sua arma de fogo, devidamente registrada em seu nome, que mantinha no interior
da residência sem adotar os cuidados necessários, inclusive o de desmuniciá-la, acaba, acidentalmente, por
dispará-la, vindo a atingir seu vizinho Júlio e a esposa deste, Maria.
Júlio faleceu em razão da lesão causada pelo projétil e Maria sofreu lesão corporal e debilidade permanente
de membro. Preocupado com sua situação jurídica, Pedro o procura para, na condição de advogado, orientá-
lo acerca das consequências do seu comportamento.
Na oportunidade, considerando a situação narrada, você deverá esclarecer, sob o ponto de vista técnico,
que ele poderá vir a ser responsabilizado pelos crimes de
A) homicídio culposo, lesão corporal culposa e disparo de de arma de fogo, em concurso formal.
B) homicídio culposo e lesão corporal grave, em concurso formal.

C) homicídio culposo e lesão corporal culposa, em concurso material.
D) homicídio culposo e lesão corporal culposa, em concurso formal.

21. (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA)


Chico furtou duas camisas em determinada loja de departamentos. Ao deixar a loja, o alarme soou e Chico
acabou sendo preso, processado e condenado pela prática do crime tipificado no Artigo 155 do Código Penal.
O magistrado, ao realizar a dosimetria da pena, fixou a pena base em 2 (dois) anos de reclusão e,
considerando que as duas camisas foram furtadas nas mesmas circunstâncias de tempo, lugar e modo de
execução, aplicou a regra prevista no Artigo 71 do Código Penal e aumentou a pena em mais 6 (seis) meses,
tornando-a definitiva em 2 (dois) anos e 4 (quatro) meses de reclusão. Entre a data do recebimento da
denúncia e a da sentença condenatória passaram-se mais de 4 (quatro) anos, e o magistrado acabou por
reconhecer, na própria sentença condenatória, a extinção da punibilidade pela prescrição. Sobre a sentença,
pode-se afirmar que:
a) está incorreta quanto à continuidade delitiva, porque Chico praticou crime único, mas a prescrição deve
ser reconhecida.
b) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso material.
c) está correta quanto à continuidade delitiva, mas incorreta quanto ao reconhecimento da prescrição.
d) está correta quanto à continuidade delitiva e quanto ao reconhecimento da prescrição.
e) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso formal, mas a prescrição deve ser
reconhecida.
22. (FGV - 2014 - DPE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO)

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Quanto ao âmbito de incidência do crime continuado e sua caracterização, é correto afirmar que:
a) a lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, mesmo se a sua vigência
é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
b) a superveniência da Lei nº 12.015/2009 não tornou possível o reconhecimento da continuidade delitiva
dos antigos delitos de estupro e atentado violento ao pudor, ainda que praticados nas mesmas circunstâncias
de tempo, modo e local e contra a mesma vítima.
c) na aplicação da pena privativa de liberdade, o aumento decorrente de concurso formal ou de crime
continuado não incide sobre a pena-base, mas sobre a pena acrescida por circunstância qualificadora ou
causa especial de aumento.
d) a majoração derivada de concurso formal ou ideal de delitos deve incidir sobre a pena-base, e não sobre
aquela a que já se ache acrescido o quantum resultante da aplicação das causas especiais de aumento.
e) no crime continuado, a redução do prazo de prescrição por causa da menoridade se dá quanto a todos os
crimes que compõem a ficção jurídica, ainda que seu reconhecimento alcance delitos praticados depois de
==2b3adf==

completar vinte e um anos de idade.

23. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM)


Otelo objetiva matar Desdêmona para ficar com o seguro de vida que esta havia feito em seu favor. Para
tanto, desfere projétil de arma de fogo contra a vítima, causando-lhe a morte. Todavia, a bala atravessa o
corpo de Desdêmona e ainda atinge Iago, que passava pelo local, causando-lhe lesões corporais.
Considerando-se que Otelo praticou crime de homicídio doloso qualificado em relação a Desdêmona e, por
tal crime, recebeu pena de 12 anos de reclusão, bem como que praticou crime de lesão corporal leve em
relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses de reclusão, é correto afirmar que
a) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um sexto até a metade.
b) o juiz deverá somar as penas.
c) é caso de concurso formal homogêneo.
d) é caso de concurso formal impróprio.

24. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM)


As regras do concurso formal perfeito (em que se adota o sistema da exasperação da pena) foram adotadas
pelo Código Penal com o objetivo de beneficiar o agente que, mediante uma só conduta, praticou dois ou
mais crimes. No entanto, quando o sistema da exasperação for prejudicial ao acusado, deverá prevalecer o
sistema do cúmulo material (em que a soma das penas será mais vantajosa do que o aumento de uma delas
com determinado percentual, ainda que no patamar mínimo).
A essa hipótese, a doutrina deu o nome de
a) concurso material benéfico.
b) concurso formal imperfeito.
c) concurso formal heterogêneo.
d) exasperação sui generis.

25. (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM)


Com relação ao concurso de delitos, é correto afirmar que:

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a) no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distintamente, mas de forma reduzida.
b) o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes com dependência fática e jurídica entre estes.
c) o concurso formal perfeito, também conhecido como próprio, ocorre quando o agente, por meio de uma
só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes idênticos, caso em que as penas serão somadas.
d) o Código Penal Brasileiro adotou o sistema de aplicação de pena do cúmulo material para os concursos
material e formal imperfeito, e da exasperação para o concurso formal perfeito e crime continuado.

26. (FGV – 2014 – OAB – XV EXAME DE ORDEM)


Roberto estava dirigindo seu automóvel quando perdeu o controle da direção e subiu a calçada, atropelando
dois pedestres que estavam parados num ponto de ônibus. Nesse contexto, levando-se em consideração o
concurso de crimes, assinale a opção correta, que contempla a espécie em análise:
a) concurso material.
b) concurso formal próprio ou perfeito.
c) concurso formal impróprio ou imperfeito.
d) crime continuado.

GABARITO

1. ALTERNATIVA E
2. ALTERNATIVA A
3. ALTERNATIVA B
4. ALTERNATIVA D
5. ALTERNATIVA A
6. ALTERNATIVA A
7. ALTERNATIVA E
8. ALTERNATIVA D
9. ALTERNATIVA C
10. ALTERNATIVA C
11. ALTERNATIVA C
12. ALTERNATIVA C
13. ALTERNATIVA A
14. ALTERNATIVA D
15. ALTERNATIVA B
16. ALTERNATIVA D
17. ALTERNATIVA D
18. ALTERNATIVA D
19. ALTERNATIVA D

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20. ALTERNATIVA D
21. ALTERNATIVA A
22. ALTERNATIVA C
23. ALTERNATIVA B
24. ALTERNATIVA A
25. ALTERNATIVA D
26. ALTERNATIVA B

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EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

1. (CESPE/2020/MPCE)
Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de namorados, o que resultou
na morte do rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu lesões leves.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Se, após a apuração dos fatos, a morte do rapaz caracterizar homicídio simples doloso, a conduta
de Mário não será classificada como crime hediondo.

2. (CESPE – 2019 – TJ-PR – JUIZ – ADAPTADA) O agente que matar sua empregadora por ter
sido dispensado sem justa causa responderá por feminicídio, haja vista a vítima ser mulher.

3. (CESPE – 2019 – TJ-PR – JUIZ – ADAPTADA) O crime de homicídio admite interpretação


analógica no que diz respeito à qualificadora que indica meios e modos de execução desse crime.

4. (CESPE – 2018 – MPU – ANALISTA) Com relação aos crimes em espécie, julgue o item que
se segue, considerando o entendimento firmado pelos tribunais superiores e a doutrina
majoritária.

Situação hipotética: João, penalmente imputável, dominado por violenta emoção após injusta
provocação de José, ateou fogo nas vestes do provocador, que veio a falecer em decorrência das
graves queimaduras sofridas. Assertiva: Nessa situação, João responderá por homicídio na forma
privilegiada-qualificada, sendo possível a concorrência de circunstâncias que, ao mesmo tempo,
atenuam e agravam a pena.

5. (CESPE – 2019 – DPE-DF – DEFENSOR) Com relação aos delitos tipificados na parte
especial do Código Penal, julgue o item subsecutivo.

A circunstância do descumprimento de medida protetiva de urgência imposta ao agressor,


consistente na proibição de aproximação da vítima, constitui causa de aumento de pena no delito
de feminicídio.

6. (CESPE – 2018 – PC-MA – PERITO) Mário, ao envolver-se em uma briga, lesionou Júlio.
Nessa situação hipotética, Mário responderá por lesão corporal de natureza grave se tiver

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a) provocado em Júlio debilidade permanente de função, como, por exemplo, a redução da


capacidade mastigatória pela perda dentária.
b) ofendido a integridade corporal de Júlio, causando-lhe diversas escoriações no corpo.
c) causado a morte de Júlio, ainda que em circunstâncias que evidenciem que Mário não queria
matá-lo.
d) causado a morte de Júlio em circunstâncias que evidenciem que Mário assumiu o risco de
produzir o resultado.
e) provocado a incapacitação de Júlio para ocupações habituais, como, por exemplo, o trabalho e
o estudo, por quinze dias.

7. (CESPE – 2018 – STJ – OFICIAL DE JUSTIÇA) Considerando a doutrina e a jurisprudência


dos tribunais superiores acerca dos crimes em espécie, julgue o seguinte item.
==2b3adf==

Situação hipotética: Um servidor público, no exercício de suas funções, foi vítima de injúria e
difamação. Assertiva: Nessa situação, será concorrente a legitimidade do servidor ofendido,
mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação
penal correspondente.

8. (CESPE – 2018 – DPE-PE – DEFENSOR PÚBLICO) No que se refere aos crimes contra a
pessoa, assinale a opção correta.
a) Ocorre o feminicídio quando o homicídio é praticado contra a mulher por razões da condição
de sexo feminino, como quando o crime envolve a violência doméstica e familiar ou o menosprezo
ou a discriminação à condição de mulher.
b) A pena pela prática do homicídio doloso simples será aumentada de um terço se o agente deixar
de prestar imediato socorro à vítima, não procurar diminuir as consequências do seu ato ou fugir
para evitar a prisão em flagrante.
c) Em se tratando de homicídio doloso simples, o juiz poderá deixar de aplicar a pena caso as
consequências da infração atinjam o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária.
d) A pena do feminicídio poderá ser aumentada se o crime for praticado durante a gestação ou
nos seis meses posteriores ao parto.
e) Se o agente cometer o crime de homicídio qualificado sob violenta emoção, logo após injusta
provocação da vítima, o juiz deve considerar essa circunstância como atenuante genérica na
aplicação da pena.
9. (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO - ADAPTADA) A idade da vítima é um dado
irrelevante na dosimetria da pena do crime de homicídio doloso.

10. (CESPE – 2016 – POLÍCIA CIENTÍFICA-PE – PERITO) De acordo com o Código Penal (CP),
a lesão corporal será classificada como
a) grave, caso resulte em enfermidade incurável.

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b) gravíssima, caso provoque debilidade permanente de membro, de sentido ou de função da


vítima.
c) grave, caso provoque dano estético definitivo na vítima.
d) gravíssima, caso a vítima fique permanentemente incapacitada para o trabalho.
e) gravíssima, caso provoque a aceleração do parto da vítima.
11. (CESPE – 2016 – POLÍCIA CIENTÍFICA-PE – CONHECIMENTOS GERAIS) Em relação aos
crimes contra a pessoa, assinale a opção correta
a) A conduta de quem, por meio de relações sexuais, expõe outra pessoa a contágio de moléstia
venérea de que sabe ou deveria saber estar contaminado é crime se o agente pratica o fato com
a intenção de transmitir a moléstia; não havendo essa finalidade específica, a conduta é atípica.
b) O infanticídio configura-se na situação em que a mãe mata o próprio filho, durante o parto, sob
a influência do estado puerperal, o que exclui a ocorrência do fato logo após o nascimento, que
caracterizaria o tipo penal de homicídio doloso.
c) O emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, em crimes de homicídio, é recurso
que dificulta a defesa da vítima e, portanto, caracteriza causa de aumento de pena.
d) A inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício por parte do autor do fato integra
o tipo penal do homicídio culposo.
e) O crime de lesão corporal de natureza grave é caracterizado se da conduta do agente resulta
incapacidade da vítima para as ocupações habituais por mais de trinta dias; perigo de vida;
debilidade permanente de membro, sentido ou função; ou aceleração de parto.
12. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE) Acerca dos crimes contra a pessoa, assinale a opção
correta.
a) Quando o homicídio for praticado por motivo fútil, haverá causa de diminuição de pena.
b) Sempre que um agente mata uma vítima mulher, tem-se um caso de feminicídio.
c) O homicídio e o aborto são os únicos tipos penais constantes no capítulo que trata de crimes
contra a vida.
d) O aborto provocado é considerado crime pelo direito brasileiro, não existindo hipóteses de
exclusão da ilicitude.
e) O aborto provocado será permitido quando for praticado para salvar a vida da gestante ou
quando se tratar de gravidez decorrente de estupro.

13. (CESPE – 2016 – PC-PE – ESCRIVÃO - ADAPTADA) Comete o crime de infanticídio a


gestante que, não estando sob influência do estado puerperal, mata o nascituro.

14. (CESPE – 2016 – PC-PE – ESCRIVÃO - ADAPTADA) O perdão judicial será concedido ao
autor que tenha cometido crime de homicídio doloso se as consequências da infração atingirem
o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

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15. (CESPE – 2016 – PC-PE – ESCRIVÃO - ADAPTADA) De acordo com o Código Penal, no
crime de homicídio qualificado pelo feminicídio, a pena é aumentada de um terço até a metade
se o crime for praticado na presença de descendente ou de ascendente da vítima.

16. (CESPE – 2016 – PC-PE – ESCRIVÃO - ADAPTADA) A qualificadora de feminicídio no crime


de homicídio fica caracterizada se o delito for praticado contra a mulher por razões de sua
convicção religiosa.

17. (CESPE – 2015 – TJDFT – JUIZ) Constitui homicídio qualificado o crime


a) cometido contra deficiente físico.
b) praticado com emprego de arma de fogo.
c) concretizado com o concurso de duas ou mais pessoas.
d) praticado com o emprego de asfixia.
e) praticado contra menor de idade.

GABARITO

1. CORRETA
2. ERRADA
3. CORRETA
4. CORRETA
5. CORRETA
6. ALTERNATIVA A
7. CORRETA
8. ALTERNATIVA A
9. ERRADA
10. ALTERNATIVA D
11. ALTERNATIVA E
12. ALTERNATIVA E
13. ERRADA
14. ERRADA
15. CORRETA
16. ERRADA
17. ALTERNATIVA D

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