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Lei de Drogas
Lei de Drogas
343/2006
Definição de “DROGA”
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais
referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em
local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas
supramencionadas”.
Obs Lei nº 11.343/2006 não define o que seria “droga” - norma penal em branco
própria.
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o
Ministério Público e o defensor
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva
ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou
produto capaz de causar dependência física ou psíquica.”.
# - Como identificar se a conduta será de porte para consumo pessoal (art. 28) ou
tráfico de drogas (art. 33), já que todos os verbos presentes no art. 28 também estão
presentes no art. 33?
R: O §2º do art. 28 apresenta os critérios de distinção a serem aquilatados pelo
juiz diante do caso concreto:
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo
serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos
incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,
sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
“Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de
polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
Obs: Não basta ser pequena quantidade para descartar o tráfico ou caracterizar o
consumo, precisa analisar todo o contexto.
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão
ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a
pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou
cumulativamente
O Art. 28º não fala em reclusão, nem detenção e nem prisão simples, por isso foi
descriminalizado por isso esse choque de interpretação
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece,
fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-
prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse,
administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
“Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia
torna impossível a sua consumação”. Se a droga é plantada
Essa posição foi confirmada com o acréscimo do inciso IV, do §1º, pelo Pacote
Anticrime, quando ficar demonstrando que a conduta de traficância existia antes da
atuação policial.
1- Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa, ressalvada a conduta de
prescrever (só médico prescreve).
2 - Crime de ação múltipla: havendo a prática de mais de uma conduta do art. 33 no
mesmo contexto, haverá um só crime.
3 - Crime de perigo abstrato: a acusação não precisa demonstrar a ocorrência de
situação de risco, bastando provar a ocorrência da conduta.
4 - Consumação e tentativa: a tentativa é difícil ocorrer, pois a maioria dos crimes é
permanente, não admitindo o conatus. O STJ traz exemplo de tentativa na modalidade
do verbo remeter droga em que a substância foi interceptada pelos correios (tentativa
reconhecida).
“§ 3º Oferecer droga (de graça), eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
relacionamento, para juntos a consumirem:
Trata-se de crime subsidiário, sendo absorvido pelo crime de tráfico quando os artefatos
apreendidos são utilizados pelo mesmo agente, com o fim único de preparar a droga
para a venda (princípio da consunção).
Associação ao Tráfico
“Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos
arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Trata-se de crime comum, de perigo abstrato, doloso, daquele que emprega valores por
um ou mais atos.
O agente, para a configuração do art. 36, não pode ter praticado nenhuma das
condutas previstas no art. 33, pois caso contrário responderá em concurso material.
Não se trata de crime assemelhado ao hediondo, pois não está na relação da lei
8.072/90. Consuma-se com a prova do mínimo pagamento.
• Não há hipótese de se encaixar no princípio da insignificância
Para incidir no art. 37, o agente não pode, de nenhuma forma, praticar quaisquer das
condutas do art. 33, §1º, ou 34 (crime subsidiário).
Prescrição ou Ministração Culposa de Drogas:
“Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um
sexto a dois terços, se:
I – Tráfico internacional
II - o agente de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder
familiar, guarda ou vigilância; professor, funcionário público, pai, mãe, babá
III - dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou
hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas,
esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou
em transportes públicos;
IV - praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
processo de intimidação difusa ou coletiva;
V – Interestadual e distrito Federal – não entre municípios
VI - usar criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou
suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
Colaboração Premiada
“Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade
provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos – nesse
último caso será permitido se primário, bons antecedentes, não pertencer a
organizações criminosas....
Hipótese de Inimputabilidade
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que
este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput
deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para
tratamento médico adequado” – caso de dependência total - doente
O juiz neste caso se convencido de que o agente se encontrava nas condições previstas
do artigo 45, qualquer que tenha sido a infração penal por ele praticado, deverá proferir
uma decisão de absolvição.
• Criminoso fronteiriço
“Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força
das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento” – tinha
capacidade parcial.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de
polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o
agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo
competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento
Obs: o perito que subscrever o laudo preliminar NÃO ficará impedido de participar da
elaboração do laudo definitivo. Para a condenação se faz necessário laudo definitivo
- Destruição da droga: Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo
de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e
determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à
realização do laudo definitivo.
A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo
de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária.
- Ação Penal: Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada, portanto, o
destinatário de toda a investigação é o MP.
- Audiência:
Importante: Nesta hipótese, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos
o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores
Questões
A) o porte para consumo pessoal deixou de ser crime com a respectiva lei,
especialmente diante da ausência de previsão de pena privativa de liberdade para quem
praticar a conduta.
B) para a devida diferenciação entre o delito de tráfico de drogas e o porte de droga para
o consumo pessoal, tanto a autoridade policial quanto a autoridade judiciária levarão em
conta apenas a quantidade da droga apreendida.
C) configura delito de tráfico de drogas, com possibilidade, inclusive, de prisão em
flagrante válida, a conduta de vender droga a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.
D) todos os delitos previstos na lei de combate às drogas são de natureza dolosa, não se
admitindo em nenhuma hipótese a modalidade culposa.
E) para a caracterização do delito de associação ao tráfico é necessário a associação de
no mínimo três ou mais pessoas.
A) será isento de pena se, em razão da dependência da droga, ao tempo da ação não
possuía plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato.
B) incidirá causa de diminuição de pena se oferecer droga, eventualmente e sem
objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos consumirem.
C) se for para consumo pessoal, será submetido, dentre outras, à pena de prestação de
serviços à comunidade, pelo prazo máximo inicial de cinco meses.
D) de acordo com entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, se for
adolescente deverá obrigatoriamente receber medida socioeducativa de internação.
Pode-se afirmar que a Lei n. 11.343/06, no que diz respeito à conduta de trazer
consigo ou adquirir para uso pessoal drogas:
A) descriminalizou a conduta.
B) despenalizou a conduta com a supressão da pena.
C) transformou a conduta em contravenção penal.
D) abrandou a punição, todavia a conduta continua prevista como crime.
E) agravou a punição da conduta, que agora deve ser cumprida inicialmente em regime
fechado, não podendo ser substituída por pena restritiva de direitos.
Aquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, à pessoa de seu
relacionamento, para juntos a consumirem, pratica:
A) contravenção penal.
B) crime equiparado ao uso de drogas.
C) crime, mas que não está sujeito à pena privativa de liberdade.
D) crime de menor potencial ofensivo.
E) conduta atípica.
A) ser conduzido ao Distrito Policial, livrando-se solto, haja vista tratar-se de infração
de menor potencial ofensivo
B) ignorar a determinação policial no sentido de que se conduza ao Distrito Policial,
uma vez que esta conduta não prevê pena privativa de liberdade.
C) ser conduzido ao CAPS - Centro de Atenção Psicossocial -, para ser submetido a
tratamento compulsório, dado que a lei prevê medidas alternativas à prisão.
D) ser preso, em flagrante delito.
E) ser liberado, mediante pagamento de fiança.
A) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for reincidente por este mesmo fato.
B) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for condenada a prestar serviços à
comunidade e, injustificadamente, recusar a cumprir a referida medida educativa.
C) estará sujeita à pena, imprescritível, de comparecimento a programa ou curso
educativo.
D) poderá ser submetida à pena de advertência sobre os efeitos da droga, de prestação
de serviço à comunidade ou de medida educativa de comparecimento a programa ou
curso educativo.
E) deverá ser presa em flagrante pela autoridade policial.
Indivíduo não reincidente que semeie, para consumo pessoal, plantas destinadas à
preparação de pequena quantidade de produto capaz de causar dependência
psíquica se sujeita à penalidade imediata de
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