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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Estado, Governo e Administração Pública: conceitos, elementos, poderes, natureza, fins e


princípios.
2. Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios.
3. Ato Administrativo: Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies; Invalidação,
anulação e revogação; Prescrição.

SUMÁRIO:

Estado, Governo e Administração Pública ...................................................................... 2


Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios...................................................... 4
Ato Administrativo ........................................................................................................ 16

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ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ESTADO:
São elementos do Estado:

ESTADO = POVO + TERRITÓRIO + GOVERNO SOBERANO

O POVO que é o conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica estatal, que


compreende o nacional residente e o que está fora dele.

TERRITÓRIO é o elemento material, espacial ou físico do Estado. Compreende a


superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo (navio,
aeronaves, embaixadas e consulados “fictos”).

GOVERNO é a organização necessária ao exercício do poder político.

É pessoa jurídica territorial soberana. Pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais


ou de patrimônios, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem
jurídica como SUJEITO DE DIREITOS E OBRIGAÇÕES.

Território é o espaço físico em que o Estado exerce sua soberania.

A SOBERANIA, no âmbito interno, é o poder supremo consistente na capacidade de


autodeterminação e, no âmbito externo, é a prerrogativa de receber tratamento
igualitário na comunidade internacional.

GOVERNO  É A FUNÇÃO POLÍTICA

É o conjunto de órgãos e as atividades que eles exercem no sentido de conduzir


politicamente o Estado, definindo suas diretrizes supremas. Não se confunde com a
Administração Pública em sentido estrito, que tem a função de realizar concretamente
as diretrizes traçadas pelo Governo. Portanto, enquanto o Governo age com ampla
discricionariedade, a Administração Pública atua de modo subordinado.

Sistema de Governo é o modo como se relacionam os poderes Executivo e Legislativo.


Existem os seguintes sistemas de governo: Presidencialista e parlamentarista.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

A palavra "administrar" significa não só prestar serviço, executá-lo, mas também dirigir,
governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil; e até traçar um
programa de ação e executá-lo.

Basicamente, são dois os sentidos em que se utiliza mais comumente a expressão


Administração Pública:

a) EM SENTIDO SUBJETIVO, FORMAL OU ORGÂNICO: ela designa as pessoas jurídicas,


órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer a função administrativa em qualquer
um dos Poderes (quem faz?); (SUBJEITOS + ORGÃONICOS + FORMAL)

b) EM SENTIDO OBJETIVO, MATERIAL OU FUNCIONAL: ela designa a natureza da


atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a
própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo
(o que faz?); (OBJETO + MATERIAL (o que realmente acontece) + FUNCIONANDO).

Prof. Maria Di Pietro define o Direito Administrativo como “o ramo do direito público
que tem por objeto os ÓRGÃOS, AGENTES E PESSOAS JURÍDICAS ADMINISTRATIVAS
QUE INTEGRAM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, A ATIVIDADE JURÍDICA NÃO
CONTENCIOSA que exerce e os bens e meios de que se utiliza para a consecução de
seus fins, de natureza pública”.

Atividade não contenciosa: não gera coisa julgada - Administração.


Atividade contenciosa: gera coisa julgada - Judiciário.

Para Di Pietro (2018) constituem objeto do Direito Administrativo:


a) Administração Pública - sentido subjetivo
b) Administração Pública - sentido objetivo
c) Entidades Paraestatais
d) Regime jurídico administrativo
e) Os vários desdobramentos do Poder de Polícia e do Princípio da Função Social da
Propriedade
f) Discricionariedade Administrativa, principalmente, sob o aspecto dos limites de sua
apreciação pelo Poder Judiciário;
g) Os meios de atuação da Administração Pública, abrangendo atos e contratos
administrativos

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h) Os bens públicos das várias modalidades e respectivo regime jurídico;
i) O processo administrativo e respectivos princípios reformadores;
j) A responsabilidade civil do Estado;
k) A responsabilidade das pessoas jurídicas que causam danos à Administração
Pública;
l) O controle da Administração Pública, nas modalidades de controle administrativo,
legislativo e jurisdicional;
m) A improbidade administrativa.

Princípio da subsidiariedade: o Estado só deve atuar quando o particular não tiver


condições de atuar sozinho, hipótese em que deve estimular, ajudar, subsidiar a
iniciativa privada.

A atividade administrativa, apesar de ser típica do Poder Executivo, também é


exercida atipicamente nos âmbitos dos Poderes Legislativo e Judiciário.

São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o LEGISLATIVO, o


EXECUTIVO e o JUDICIÁRIO.
Independentes (unicidade)
harmônicos (indivisibilidade).

REGIME JURÍDICO - PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração Pública é a estrutura por meio da qual o Estado organiza-se a fim de


atender aos interesses públicos. Dessa forma, pode-se dizer que a Administração
Pública integra o estado, sendo este um ente personalizado.

Princípios:

PRINCÍPIOS BÁSICOS: o da supremacia e o da indisponibilidade do interesse público,


os quais fundamentam a bipolaridade desse ramo do Direito: as prerrogativas e as
restrições concedidas à administração.

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A supremacia do interesse público sobre o interesse privado: fundamenta as
prerrogativas conferidas ao Estado nas suas relações com os particulares, desde que
respeitados os direitos e as garantias individuais, não sendo legítima a invocação deste
princípio quando a administração atua segundo um regime de Direito Privado.

A indisponibilidade do interesse público sobre o interesse privado: fundamenta as


restrições impostas à conduta administrativa, não podendo a administração abrir mão
de alcançar o bem comum (interesse público primário) nem de conservar o patrimônio
público (interesse público secundário).

PRINCÍPIOS EXPRESSOS NO TEXTO DA NOSSA CONSTITUIÇÃO FEDERAL:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Legalidade

• Legalidade para o agente público ou administrador público – somente pode fazer o


que a lei autoriza e determina; é chamado de critério de subordinação à lei;

• Legalidade para o particular – pode fazer tudo o que a lei não proíbe. É o critério da
não contradição à lei.

• Princípio da reserva de lei – determinada matéria somente poderá ser disciplinada


por meio de determinada espécie normativa.

IMPORTANTE:
Contudo, existem situações previstas na Constituição que podem resultar em algum
tipo de restrição ao princípio da legalidade:
• Estado de defesa (Constituição Federal, art. 136);
• Estado de sítio (Constituição Federal, arts. 137 a 139);
• Medidas provisórias (Constituição Federal, art. 62).

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Impessoalidade

Comumente, o princípio da impessoalidade admite seu exame sob os seguintes


aspectos:

• Dever de isonomia por parte da Administração Pública;

• Dever de conformidade aos interesses públicos;

• Vedação à promoção pessoal dos agentes públicos.

O administrador não poderá buscar interesses pessoais, mas sim o interesse público, ou
coletivo, devendo agir de forma abstrata e impessoal: ou seja, com ausência de
subjetividade.

• A administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas


determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear seu
comportamento. Temos como exemplo os precatórios (artigo 100 da Constituição
Federal).

Moralidade

Este princípio está relacionado à ideia de honestidade, de boa conduta, de obediência


aos princípios éticos e normas morais, à correção de atitude e à boa-fé.

Moralidade administrativa é mais rigorosa, está relacionada com as condutas de boa


administração. Há que ser um bom administrador, isto é, devem ser buscadas as
melhores políticas administrativas. Este conceito diz respeito à conduta interna do
agente e corresponde ao conjunto de regras tiradas da disciplina interna da
administração.

O princípio da moralidade impõe a necessidade de atuação ética dos agentes públicos,


traduzida na capacidade de distinguir entre o que é honesto e que é desonesto. Liga-se
à ideia probidade e de boa-fé.

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Publicidade

O princípio da publicidade impõe à administração pública o dever de dar transparência


a seus atos, tornando-os públicos.

A publicidade é necessária para que os cidadãos e os órgãos competentes possam


avaliar e controlar a legalidade, a moralidade, a impessoalidade e todos os demais
requisitos que devem informar as atividades do Estado, o que é óbvio, pois não se pode
avaliar aquilo que não se conhece.

Embora a transparência seja a regra, o texto constitucional prevê algumas situações em


que o princípio da publicidade poderá ser restringido, sejam elas:

• A segurança da sociedade e do Estado;


• Exigência da intimidade ou do interesse social.

Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.

IMPORTANTE: A publicidade não é elemento de formação do ato administrativo, mas


requisito de sua eficácia.
Alguns atos para ter eficácia devem ser publicados. Logo a publicidade é um ato que da
eficácia a certos atos.

Eficiência:
Somente com o advento da Emenda Constitucional n. 19/1998 –Emenda da Reforma
Administrativa –o princípio da eficiência passou a ser expressamente previsto no caput
do art. 37.

o princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza,
perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa,
que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo

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resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das
necessidades da comunidade e de seus membros.

RESUMINDO: FAZER MAIS COM MENOS.

VIMOS OS MAIS IMPORTANTES, AGORA VAMOS PARA ALGUNS QUE CAEM TAMBÉM
EM CONCURSOS, ESSES NÃO ESTÃO EXPLICITOS NA CONSTITUIÇAO:

Razoabilidade e Proporcionalidade

O princípio da razoabilidade se destina a aferir a compatibilidade entre os meios


empregados e os fins visados na prática de um ato administrativo.

Já o princípio da proporcionalidade se destina a conter o excesso de poder, isto é, os


atos de agentes públicos que ultrapassem os limites adequados ao fim a ser atingido.

Autotutela  CAI FREQUENTEMENTE EM CONCURSOS!

Súmula n. 473 do STF

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

Continuidade da Prestação do Serviço Público

A prestação de serviços públicos é a forma pela qual o Estado desempenha funções


essenciais ou necessárias à coletividade. Pelo princípio da continuidade do serviço
público, tal atividade prestativa não pode sofrer solução de continuidade, ou seja, não
pode parar.

Sindicabilidade

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O princípio da sindicabilidade refere-se à possibilidade de se controlar as atividades da
administração.

VEJAMOS ALGUMAS QUESTÕES:

1.
Considere a seguinte situação hipotética: O Prefeito de determinado Município e
candidato à reeleição permitiu, durante o último mês do período de campanha eleitoral,
que fossem publicadas algumas notícias de obras públicas realizadas na sua gestão no
sítio eletrônico da Prefeitura, com menção expressa ao seu nome. A situação narrada
constitui violação ao princípio da
Alternativas
A
proporcionalidade.
B
eficiência.
C
publicidade.
D
impessoalidade.
E
motivação.

GABARITO: D

Princípio da Impessoalidade - cinco sentidos:

1. Princípio da finalidade
2. Validade do ato do agente de fato
3. Princípio da igualdade ou isonomia
4. Vedação de promoção pessoal: os agentes públicos atuam em nome do Estado.
Dessa forma, não poderá ocorrer a pessoalização ou promoção pessoal do agente
público pelos atos realizados.
5. Impedimento e suspeição

2.
Com relação aos princípios da Administração Pública,
Alternativas
A

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o rol dos princípios da Administração Pública elencados na Constituição Federal é
exaustivo.
B
os Poderes Legislativo e Judiciário não estão sujeitos aos princípios da Administração
Pública no exercício de suas funções típicas ou atípicas.
C
o princípio da eficiência não constava da redação original da Constituição Federal, sendo
posteriormente incluído por meio de uma emenda, quase dez anos após a sua
promulgação.
D
os princípios da Administração Pública se aplicam somente à administração direta, não
se aplicando às empresas públicas e às sociedades de economia mista.
E
a obrigação do poder público de disponibilizar para a sociedade a remuneração dos
servidores públicos está relacionada ao princípio da eficiência.
Responder

GABARITO: C

O princípio da eficiência na administração pública foi inserido no caput do art. 37 da CF


apenas com a edição da Emenda Constitucional n.º 19/1998. Entretanto, mesmo antes
disso, já era considerado pela doutrina e pela jurisprudência pátria como um princípio
implícito no texto constitucional.

3.
O princípio pelo qual a Administração Pública direta fiscaliza as atividades dos entes da
Administração indireta, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades
institucionais, é conhecido pela doutrina como princípio da
Alternativas
A
tutela.
B
eficiência.
C
hierarquia.
D
autotutela.
E
continuidade do serviço público.

GABARITO: A

10 | P á g i n a
AUTOTUTELA = É o controle que a administração exerce sobre os seus próprios atos, o
que lhe confere a prerrogativa de anulá-los ou revogá-los, sem necessidade de
intervenção do Poder Judiciário.
TUTELA = "Princípio do controle", permite a Administração Pública Direta controlar a
legalidade dos atos praticados pelas entidades integrantes da Administração Pública
Indireta. Não há subordinação entre a entidade controladora e a controlada.

NOVIDADE EM CONCURSOS!

4.
Por meio de sua Súmula 615, o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no
sentido de que não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros
restritivos fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora,
são tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos.
Trata-se de jurisprudência afeta ao princípio da Administração Pública da:

A
moralidade administrativa;
B
progressividade subjetiva da gestão pública;
C
atualidade dos serviços públicos;
D
continuidade objetiva da gestão pública;
E
intranscendência subjetiva das sanções.

GABARITO: E

O princípio da intranscendência subjetiva das sanções, consagrado pelo STF, inibe a


aplicação de severas sanções às administrações por ato de gestão anterior à assunção
dos deveres públicos.

5.
Os princípios administrativos são fundamentais no balizamento da atuação da
Administração Pública, oferecendo regras tanto limitativas como permissivas de gestão.
Com base no estabelecido pelo princípio da Autotutela, é correto afirmar que

A
as entidades administrativas devem subordinar-se às decisões e orientações das
entidades políticas à qual estão vinculadas.
B

11 | P á g i n a
a Administração Pública pode revogar seus próprios atos quando inconvenientes ou
inoportunos.
C
a Administração Pública tem autonomia para realizar quaisquer ações não proibidas em
lei.
D
o interesse público está a livre disposição dos gestores públicos que tenham sido
investidos regularmente em função comissionada.
E
a proteção ao direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito é absoluto em caso
de prescrição administrativa.

GABARITO: B

Súmula 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

6.
Prefeito Municipal determinou às diretoras das escolas municipais que promovessem a
afixação de cartazes, na entrada de cada unidade de ensino, contendo a fotografia de
sua esposa com os seguintes dizeres: “A primeira dama Maria, mulher guerreira e
dedicada às causas filantrópicas, será candidata a Deputado Estadual nas próximas
eleições e conta com o seu apoio”. A conduta do Prefeito viola frontalmente, a um só
tempo, os princípios administrativos expressos no art. 37, caput, da Constituição
Federal de 1988 da:

A
isonomia e razoabilidade;
B
eficiência e pessoalidade;
C
improbidade e lealdade;
D
impessoalidade e moralidade;
E
competitividade e igualdade.

GABARITO: D

É um mantra para questões da FGV , mas também serve para maioria das bancas:

12 | P á g i n a
Quando citam exemplos de políticos fazendo promoções pessoais há uma clara
violação ao princípio da Impessoalidade.

Observar que não somente o princípio da impessoalidade é violado , mas também o da


Moralidade.

7.
O serviço público brasileiro é guiado por princípios que auxiliam na busca pela melhor
forma de atender os interesses da sociedade. Esses princípios se dividem em princípios
explícitos, descritos no Art. 37 da Constituição de 1988, e princípios implícitos, surgidos
do Direito Administrativo e da interpretação jurídica da Constituição.
Assinale a opção que apresenta dois dos princípios implícitos mais reconhecidos da
Administração Pública.

A
Legalidade e Impessoalidade.
B
Moralidade e Razoabilidade.
C
Impessoalidade e Proporcionalidade.
D
Supremacia do Interesse Público e Indisponibilidade.
E
Moralidade e Impessoalidade.

GABARITO: D

Princípios Implícitos  Não estão descritos no LIMPE do CAPUT do Art. 37

São princípios pilares/basilares da Adm Pública e estão implícitos:


Supremacia do Interesse Público sobre o Privado
Indisponibilidade do Interesse Público

8.
O Município de Salvador elaborou plano estratégico para melhorar as atividades de
fiscalização pelos agentes de trânsito e transporte e as condições de segurança, higiene
e conforto dos veículos do sistema de transporte público.
Neste contexto, a busca de melhores resultados práticos, menos desperdícios e maior
produtividade decorre do seguinte princípio da Administração Pública:

A
Moralidade.
B

13 | P á g i n a
Impessoalidade.
C
Isonomia.
D
Segurança Jurídica.
E
Eficiência.

GABARITO: E

O princípio da eficiência diz respeito a uma atuação da administração com excelência,


fornecendo serviços públicos de qualidade à população, com o menor custo possível,
desde que mantidos os padrões de qualidade e no menor tempo. Desse princípio
decorrem outros dois aspectos: um em relação ao modo de atuação do agente público
e o outro quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração
pública.

DIREITO ADMINISTRATIVO: OBJETOS + FONTES

CONCEITO E OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO:

O Direito Administrativo tem como campo de estudo a área do Direito Público, ou seja,
é um ramo do DIREITO PÚBLICO.

O entendimento que predomina no Brasil e na América Latina, apesar de ser


insuficiente, é que O OBJETO DE ESTUDO DO DIREITO ADMINISTRATIVO É A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, seja entendida como função administrativa ou como
organização administrativa, órgãos públicos e pessoas jurídicas.

O Direito, de modo geral, é um conjunto de normas (princípios e regras), dotadas de


coercibilidade que disciplinam a vida social. O Direito Administrativo, enquanto ramo do
Direito Público, é esse conjunto de princípios e regras que disciplina a função
administrativa, bem como as pessoas e os órgãos que a exercem. TEM POR OBJETO,
PORTANTO, TODA ESSA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA, A QUAL É VOLTADA PARA A
SATISFAÇÃO DOS INTERESSES PÚBLICOS.

PRINCIPAIS FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO:

Tradicionalmente, a doutrina apresenta quatro fontes do Direito Administrativo:

LEI, JURISPRUDÊNCIA, DOUTRINA e COSTUME.

14 | P á g i n a
LEI: é considerada a FONTE PRIMORDIAL DO DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO.
Nós falamos Lei, em sentido amplo, desde a Constituição até mesmo leis
complementares, leis ordinárias, decretos regulamentar, expedido pelo chefe do
Poder executivo, ou seja, lei em sentido amplo. A lei acaba sendo a fonte básica do
Direito Administrativo, principalmente por causa de sua força obrigatória dentro do
sistema. Temos de seguir aquela conduta que acaba sendo estabelecida pela Lei. 
PRINCIPAL

JURISPRUDÊNCIA: podemos entender como o conjunto de DECISÕES TOMADAS PELO


PODER JUDICIÁRIO NUM MESMO SENTIDO. Normalmente, a jurisprudência é
considerada fonte do direito Administrativo porque acaba esclarecendo a interpretação
que tem de ser dada a uma determinada lei. É muito comum termos de estudar, para
compreender o sistema do Direito Público, a jurisprudência de um determinado
tribunal, por exemplo, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Nesse caso, é
muito comum encontrarmos as Súmulas dos tribunais, uma uniformização da
jurisprudência, a uniformização de um entendimento de um tribunal a respeito de um
determinado dispositivo.

CESPE: Considerada fonte secundária do direito administrativo, a jurisprudência não


tem força cogente de uma norma criada pelo legislador, salvo no caso de súmula
vinculante, cujo CUMPRIMENTO É OBRIGATÓRIO pela administração pública.

DOUTRINA: os estudos que são feitos pelos doutrinadores, pelos juristas, a respeito de
nosso sistema normativo. A doutrina acaba influenciando a elaboração da Lei. Um
entendimento de um determinado autor, de um determinado jurista, acaba
influenciando a modificação de nosso sistema normativo.

COSTUME: normalmente é utilizado para PREENCHER AS LACUNAS DE NOSSO SISTEMA


NORMATIVO. COSTUME É A FONTE NÃO- ESCRITA DO DIREITO ADMINISTRATIVO.

Precisamos dividir esse conceito em dois elementos:

1- Material: Costume precisa ser, antes de tudo, uma prática reiterada no interior da
Administração pública;

2- Subjetivo: uma convicção generalizada. Ou seja, um entendimento genérico de que


aquela conduta é necessária. Portanto, jamais pode-se admitir o costume contra a lei.

15 | P á g i n a
ATOS ADMINISTRATIVOS

O QUE É UM ATO ADMINISTRATIVO?


São todas as manifestações de vontade da Administração Pública materializadas por
meio de decretos, resoluções, portarias, instruções, ordens de serviço, circulares etc.

Conceito mais profundo: ato administrativo é uma declaração unilateral de vontade do


Estado, ou de quem o represente, no exercício de função administrativa, de nível inferior
à lei, com a finalidade de atender ao interesse público, visando criar, restringir, declarar
ou extinguir direitos, e sujeita ao controle judicial.

IMPORTANTE: O ato tem que ser praticado sempre visando ao interesse público, pois
não se admite que o ato seja destinado para uma pretensão pessoal.

O ato tem que produzir esse efeito para ser um ato administrativo.

CONTROLE DO ATO:

O Poder Judiciário, se provocado, poderá realizar o controle dos atos administrativos.


Esse controle recai sobre os atos vinculados e discricionários.

QUESTÃO DE CONCURSO: No ato vinculado o controle é mais amplo já que o ato é


regido inteiramente pela lei. No ato discricionário, que é aquele que comporta análise
de conveniência e oportunidade (mérito administrativo), o Judiciário poderá analisar o
mérito administrativo para o controle de sua legalidade, não podendo verificar apenas
a questão da conveniência e oportunidade da decisão.

Os atos de direito privado praticados pela Administração Pública, também, não são atos
administrativos.

16 | P á g i n a
FATOS ADMINISTRATIVOS:

HELY LOPES MEIRELLES: consubstanciam o exercício material da atividade


administrativa, ou atos materiais (ex.: apreensão de mercadorias, construção de uma
escola). Nesta visão, os fatos administrativos não têm de pôr fim a produção de efeitos
jurídicos,
mas apenas a implementação material de atos administrativos, de decisões ou
determinações administrativas. Decorrem sempre destes;

MARIA SYLVIA DI PIETRO: eventos da natureza, não decorrentes de manifestação ou


declaração humana, que produzem efeitos no âmbito do direito administrativo (ex.:
morte de um servidor). Seriam espécies do gênero fatos jurídicos em sentido estrito.

QUESTÃO DE CONCURSO: O silêncio, como regra, não é um ato, não é uma forma de
manifestar a vontade. Ele é um fato administrativo porque provocará efeitos no Direito
Administrativo.

17 | P á g i n a
O silêncio só será manifestação de vontade (ato administrativo) quando a lei assim
fixar.

ATENÇÃO A SEGUIR:

OS REQUISITOS OU ELEMENTOS SÃO:

 COMPETÊNCIA
 FINALIDADE
 FORMA
 MOTIVO
 OBJETO

MNEMÔNICO: COM FI FOR MO OB

18 | P á g i n a
Competência ou Sujeito:
É o poder atribuído ao agente público para a prática de seus atos administrativos. A
competência resulta da lei, e por ela é delimitada.

Características:
Irrenunciável: Significa que o agente público não pode “recusar” a competência que a
lei lhe conferiu.

Improrrogável: Um agente que praticou um ato que não era de sua atribuição não se
torna competente pelo decurso do tempo.

Imprescritível: Significa que não se perde a competência pelo decurso do tempo. Só a


lei dá a competência, só a lei pode retirar.

Inderrogável: Significa que a competência não se transfere por acordo ou vontade das
partes.

Vícios na Competência:
Vamos ver algumas situações em que o ato será praticado, mas com vício no requisito
da competência, uma vez que o agente não recebeu atribuição pela lei, seja porque ele
atuou fora dos seus limites, seja porque exerceu função púbica de modo irregular, ou
porque dela se apropriou indevidamente.

Excesso de poder:
O excesso de poder ocorre quando o agente público, embora inicialmente competente
para prática do ato, se excede no exercício de suas atribuições.

19 | P á g i n a
Ele vai além de suas atribuições legais

Finalidade:

Finalidade é o objetivo de interesse público buscado com a prática do ato.


Todo ato deve ser praticado sempre voltado para satisfazer o interesse público.

Finalidade em regra é vinculada, mas, quando se fala em finalidade específica, a lei


poderá estabelecer se a finalidade será X ou Y, sendo assim, também uma exceção à
regra de vinculação absoluta. Assim, em alguns casos, a finalidade pode ser
discricionária, quando a lei assim o permita.

IMPORTANTE: Se não for respeitada a finalidade pública do ato, ocorrerá o desvio de


finalidade que é uma forma de abuso de poder.

Forma:
É como o ato se materializa.
É a manifestação de vontade sendo concretizada, expedida.

IMPORTANTE: O vício de forma será passível de convalidação. Entretanto, se a lei exigir


formalidade essencial para a validade do ato, e esta estiver ausente, o ato será ilegal.

Convalidação: é a correção do ato, sem precisar anula-lo, desde que não cause prejuízo
a administração pública.

Motivo:
Motivo é a situação de direito ou de fato que autoriza a prática do ato administrativo.

O motivo pode ser uma situação fática ou pode estar previsto em lei.

20 | P á g i n a
Motivo de direito é aquele que já está na lei. A lei já descreve a situação e quando ela
ocorre o ato é prática.

Exemplo é a aposentadoria compulsória. Diz a lei que o servidor será aposentado


quando fizer 75 anos (LC n. 152/2015). A lei já previu toda a situação.
.
Mas…cuidado…. Motivo não se confunde com motivação…

A motivação é a justificação, a explicação das razões (motivos) que levaram o agente


público a praticar o ato administrativo.

A motivação integra o elemento forma do ato administrativo.

Teoria dos motivos determinantes: Por essa teoria, quando o ato for motivado, ele só
será válido se os motivos apresentados forem verdadeiros, caso contrário, o ato será
ilegal e passível de anulação.

Objeto:
O objeto são os efeitos imediatos decorrentes do ato administrativo. Corresponde ao
efeito prático pretendido com a edição do ato administrativo ou a modificação por ele
trazida ao ordenamento jurídico. É aquilo que o ato produz. É o seu resultado imediato.

Significa o fim IMEDIATO da vontade exteriorizada pelo ato.

Celso Antônio divide em elementos (conteúdo e forma) e pressupostos de existência e


de validade. Para o autor “Sem os elementos não há ato algum, administrativo ou não.”

Sem os pressupostos de existência faltará o indispensável para a produção jurídica


daquele objeto constituído pelos elementos, isto é, para o surgimento de um ato jurídico
qualquer (administrativo ou não, válido ou inválido), ou, então, faltará o requerido para
a qualificação de como ato administrativo (válido ou inválido).

AGORA VAMOS A UMA DAS PARTES MAIS IMPORTANTES:

21 | P á g i n a
Discricionariedade e Vinculação:
Atos vinculados: são aqueles em que todos os requisitos ou elementos são definidos
pela lei, não havendo liberdade para o agente público. Como exemplo clássico desse
tipo de ato temos a aposentadoria compulsória aos 75 anos, pois o sujeito que recebeu
atribuição da lei para fazer a aposentação de servidor que completou a idade limite não
tem liberdade para decidir se irá aposentar ou não o servidor, uma vez que ele deve
determinar a aposentadoria.

Os atos discricionários: são aqueles em que a lei permite ao agente público realizar um
juízo de conveniência e oportunidade (mérito), decidindo o melhor ato a ser praticado.
Nesses atos, a lei confere ao administrador certa margem de liberdade para a escolha
do ato mais adequado ao caso concreto. A prorrogação de concurso público é ato
discricionário, uma vez que o sujeito
competente tem liberdade para analisar e decidir se irá prorrogar, ou não, o certame.

IMPORTANTE: Nos atos discricionários existe o MÉRITO administrativo, que é a


valoração dos motivos e do objeto (resultado final) do ato. O mérito é o exercício da
discricionariedade.

Poder Judiciário NÃO PODE FAZER CONTROLE DE MÉRITO, porém pode anular atos
discricionários.

ATRIBUTOS DO ATO ADM:

22 | P á g i n a
Presunção de Legitimidade:
O ato administrativo nasce com a presunção de que está de acordo com a lei e que os
fatos apresentados são verdadeiros.

presunção de legitimidade é relativa (juris tantum).

Imperatividade:
A imperatividade é o poder que tem a Administração de impor o ato ao administrado,
independentemente de sua concordância.

BASICAMENTE: Se o Estado vai aplicar uma multa de trânsito não tem que perguntar
para o cidadão se ele vai gostar, ou não, se vai aceitar, ou não.

IMPORTANTE: Esse atributo não está presente em todos os atos!


Em alguns deles, como, por exemplo, certidões, atestados e pareceres (atos enunciativos),
bem como concessão de licença e autorização (atos negociais), não há essa necessidade.

23 | P á g i n a
O princípio da supremacia do interesse público justifica a coercibilidade dos atos
administrativos.

O atributo da imperatividade decorre do poder extroverso do Estado, que é o poder


de impor obrigações de modo unilateral na esfera do administrado.

ATENÇÃO! QUESTÃO DE PROVA!

Autoexecutoriedade:
Significa a execução direta do ato administrativo pela própria Administração,
independentemente de ordem judicial.

Imagine só… se todo ato administrativo que fosse praticado a Administração Pública
tivesse que propor primeiro uma ação judicial para um juiz analisar a legalidade
previamente e dar uma ordem judicial autorizando a execução.
Nem a Administração Pública, nem o Poder Judiciário iriam funcionar se fosse assim…

EXEMPLOS: São exemplos desse atributo as interdições de atividades ilegais e obras


clandestinas e a inutilização de gêneros impróprios para o consumo.

Autoexecutoriedade: significa que dispensa controle PRÉVIO do Poder Judiciário, mas


se um ato administrativo for praticado e for ilegal, o particular pode provocar o
Judiciário para anular o ato. Em alguns casos, o particular pode até ingressar com uma
ação para impedir que o ato venha a ser realizado.

Administração Pública pode usar meios indiretos de coerção, para induzir ao


cumprimento. Isso é o que ele chama de exigibilidade.

Executoriedade são meios diretos de execução sobre o particular.

Tipicidade:

24 | P á g i n a
De acordo com esse atributo, todo ato deve ter uma finalidade prévia e, precisamente,
definida em lei, ou seja, quando a lei cria determinado ato administrativo, já deve definir
qual será a sua finalidade.

QUANTOS AOS DESTINATÁRIOS DOS ATOS ADM:

ATOS GERAIS: são aqueles que não possuem destinatário determinado, mas alcança
todos que estão em idêntica situação.

ATOS INDIVIDUAIS / ESPECIAIS: são aqueles que possuem destinatários certos.

Quanto ao Alcance:
ATOS INTERNOS: são atos destinados a produzir efeitos, como regra, dentro das
repartições administrativas, e que, por isso mesmo, incidem, normalmente, sobre os
órgãos e agentes da Administração que os expediram.

ATOS EXTERNOS: destinados a produzir efeitos, como regra, fora da Administração. São
todos aqueles que alcançam os administrados, os contratantes e, em certos casos, os
próprios servidores, provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios ou conduta
perante a Administração Pública.
Quanto ao Objeto:
ATOS DE IMPÉRIO: são todos aqueles que a administração pratica usando de sua
supremacia sobre o administrado ou o servidor e lhes impõe obrigatório atendimento.

ATOS DE GESTÃO: são os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre
os administrados. Tais atos, desde que praticados regularmente, geram direitos
subjetivos e permanecem imodificáveis pela Administração, salvo quando precários por
sua própria natureza.

ATOS DE EXPEDIENTE: são todos aqueles que se destinam a dar andamento aos
processos e papéis que tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a
decisão de mérito final, a ser proferida pela autoridade competente.

Quanto à Formação:

25 | P á g i n a
ATOS SIMPLES: é o que resulta da manifestação de vontade de um único órgão,
unipessoal ou colegiado, ou de apenas um agente público.

Ex.: portaria expedida por Presidente de tribunal; aplicação de multa;

ATO COMPOSTO: é o que resulta da vontade única de um órgão ou agente, mas


depende da aprovação, ratificação ou confirmação por parte de outro para produzir
seus efeitos.

Maria Sylvia entende que a nomeação do Procurador Geral da República é ato


composto,

ATO COMPLEXO: é aquele que se forma pela conjugação de vontades de mais de um


órgão (dois ou mais órgãos) ou agentes. O ato complexo somente estará formado
quando todas as vontades exigidas forem declaradas.

Investidura de Ministro do STF como exemplo de ato complexo,

Marque conforme o exemplo do autor. Se disser que a nomeação do PGR é ato


composto, marque que está correto. Se disser que a investidura de Ministro do STF é
ato complexo, marque que está correto.
O registro de aposentadoria pelo TCU é exemplo de ato complexo, de acordo com o
STF.

Quanto à Eficácia:
VÁLIDO: é o ato que está em conformidade com a lei.

NULO: é o com vício insanável (finalidade, motivo e objeto). Não admite a convalidação,
pois apresenta defeito tão grave que não é possível a correção.

INEXISTENTE: é o que apenas tem aparência de manifestação regular da administração,


mas não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo, não produzindo efeitos no
Direito Administrativo.

26 | P á g i n a
Quanto à Elaboração ou Exequibilidade:
PERFEITO: é aquele que já completou o seu ciclo necessário de formação, já percorreu
todas as fases necessárias para sua produção.

IMPERFEITO: é o que se apresenta incompleto na sua formação. Ato que não completou
o seu ciclo ou as suas fases necessárias de formação.

PENDENTE: é aquele que, embora perfeito, por reunir todos os elementos de sua
formação, não produz efeitos, por não ter sido verificado o termo ou condição de que
depende sua produção de efeitos.

CONSUMADO ou EXAURIDO: é aquele que já produziu todos os seus efeitos esperados.


O gozo das férias pelo servidor representa a consumação do ato.

Ato perfeito é aquele que já completou o seu ciclo necessário de formação, já


percorreu todas as fases necessárias para sua constituição.

Ato válido é aquele que está conforme a lei, não viola o ordenamento jurídico. Do
contrário, será ato inválido.

Ato eficaz é o que produz ou tem condição de produzir efeitos. É o ato que se encontra
apto para produção de efeitos.

a) perfeito, válido e eficaz


Completou o ciclo de formação, está de acordo com a lei e está produzindo efeitos.

b) perfeito, inválido e eficaz


Completou o ciclo de formação, NÃO está de acordo com a lei e mesmo assim está
produzindo efeitos.

c) perfeito, válido e ineficaz

27 | P á g i n a
Completou o ciclo de formação, está de acordo com a lei e AINDA NÃO está produzindo
efeitos. Depende de evento futuro para isso.

d) perfeito, inválido e ineficaz


Completou o ciclo de formação, NÃO está de acordo com a lei e NÃO está produzindo
efeitos.

Quanto aos Efeitos:


ATO CONSTITUTIVO: é aquele por meio do qual a Administração cria, modifica ou
extingue um direito ou situação do administrado.

SÃO EXEMPLOS:
• A revogação = extingue um direito anterior;
• A autorização = cria um direito para o particular;

ATO DECLARATÓRIO: é aquele em que a Administração apenas reconhece um direito


preexistente.

IMPORTANTE: Revogação e autorização são atos constitutivos. Anulação e licença são


atos declaratórios.

ATO ENUNCIATIVO: é aquele em que a Administração certifica, atesta uma situação ou


profere opinião quando for consultada como, por exemplo, o atestado, a certidão e o
parecer.

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS:


Atos normativos: São aqueles que contêm um comando geral, visando à correta
aplicação da lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal a ser
observada pela administração.

DECRETOS: são atos administrativos, da competência exclusiva dos Chefes do Executivo,


destinados a prover situações gerais ou individuais, abstratamente previstas de modo
expresso, explícito ou implícito, pela legislação.

28 | P á g i n a
REGIMENTOS: são atos administrativos normativos de atuação interna. Destinam-se a
reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas. Não obrigam
os particulares em geral, atingindo unicamente as pessoas vinculadas à atividade
regimental.

RESOLUÇÕES: são atos administrativos normativos expedidos pelas altas autoridades do


Executivo (mas não pelo Chefe do Poder Executivo, que expede decretos) ou pelos
presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos, para
disciplinar matéria de sua competência específica.

Atos ordinatórios:
São atos que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta
funcional de seus agentes. São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se
endereçam aos servidores públicos, a fim de orientá-los no desempenho de suas
funções.

INSTRUÇÕES: são ordens escritas e gerais a respeito do modo e da forma de execução


de determinado serviço público, expedidas pelo superior hierárquico, com a finalidade
de orientar os subalternos no desempenho das atribuições que lhes estão destinadas e
assegurar a unidade de ação no organismo administrativo.

CIRCULARES: são ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados


funcionários ou agentes administrativos, incumbidos de certo serviço ou do
desempenho de certas atribuições, em circunstâncias especiais.

PORTARIAS: são atos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou serviços
expedem determinações gerais ou especiais a seus subordinados, ou designam
servidores para funções e cargos secundários. Também dão início a sindicâncias e a
processos administrativos.

AVISOS: são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos referentes
aos respectivos ministérios.

29 | P á g i n a
ORDENS DE SERVIÇO: são determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras
ou serviços públicos autorizando seu início, ou contendo imposições de caráter
administrativo ou especificações técnicas sobre o modo de sua realização.

OFÍCIOS: são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre
subalternos e superiores e entre a Administração e particulares, em caráter oficial.

DESPACHOS: são decisões que as autoridades executivas (ou legislativas e judiciárias,


em função administrativa) proferem em papéis, requerimentos e processos sujeitos à
sua apreciação.

ATOS NEGOCIAIS  IMPORTANTE!


São atos praticados contendo uma declaração de vontade do Poder Público, coincidente
com a pretensão particular.

LICENÇA: é o ato administrativo vinculado e definitivo, por meio do qual o Poder


Público, verificando que o interessado atendeu a todas as exigências legais, possibilita o
desempenho de determinada atividade.

AUTORIZAÇÃO: é o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder


Público torna possível ao pretendente a realização de certa atividade ou utilização de
determinados bens particulares ou públicos.

É discricionária porque depende da análise de conveniência e oportunidade da


Administração Pública. E é precária porque caberá a revogação a qualquer momento,
sem, em regra, gerar direito à indenização.

PERMISSÃO: é o ATO administrativo discricionário e precário, pelo qual o Poder Público


faculta ao particular o uso especial de bens públicos, a título gratuito ou remunerado.

APROVAÇÃO: é o ato administrativo pelo qual o Poder Público verifica a legalidade e o


mérito de outro ato ou de situações e realizações materiais de seus próprios órgãos, de
outras entidades ou de particulares, dependentes de seu controle, e consente na sua
execução ou manutenção.

30 | P á g i n a
ADMISSÃO: é ato administrativo vinculado, por meio do qual o Poder Público,
verificando a satisfação de todos os requisitos legais pelo particular, defere-lhe
determinada situação jurídica de seu exclusivo ou predominante interesse, como ocorre
no ingresso aos estabelecimentos de ensino mediante concurso de habilitação.

HOMOLOGAÇÃO: é ato administrativo de controle, pelo qual a autoridade superior


examina a legalidade e a conveniência, ou somente aspectos de legalidade de ato
anterior da própria Administração, de outra entidade ou de particular, para dar-lhe
eficácia.

Atos enunciativos

MNMÔNICO: CAPA

CERTIDÕES: são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes de


processo, livro ou documento que se encontre em repartições públicas.

ATESTADOS: são atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação
de que tenha conhecimento por seus órgãos competentes.

PARECERES: são manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos à sua


consideração. Tem caráter meramente opinativo, salvo quando tiver caráter vinculante,
nos casos previstos em lei.

APOSTILAS: são atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada por
lei. Equivale à averbação.

Atos punitivos:
Constituem uma sanção imposta pela administração em relação àquele que infringe as
disposições legais.

Extinção dos Atos Administrativos:

31 | P á g i n a
!!IMPORTANTÍSSIMO PARA CONCURSO!!
O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, SALVO COMPROVADA MÁ-FÉ.

a) Revogação:
É a extinção de um ato porque ele deixou de ser conveniente de ser mantido.
A revogação recai em um ato legal não é mais conveniente e oportuno. O agente que
revoga o ato pode ser tanto aquele que produziu o ato quanto a autoridade superior no
exercício do poder hierárquico.

IMPORTANTE: NÃO É POSSÍVEL A REVOGAÇÃO DE ATOS VINCULADOS!!

Os efeitos da revogação são EX NUNC  não retroagem.

Analisando: a regra da revogação é diferente porque ela trabalha com caráter de


oportunidade e conveniência da administração. Logo, um ato válido pode ser
revogado porque não é mais interessante para a administração, porém,
anteriormente, supõe-se que o era, por isso a revogação não retroagirá.

A revogação somente é feita pela Administração Pública.

Isso porque a revogação é um juízo de conveniência e oportunidade. E só quem pode


fazer isso é a Administração Pública;

ATOS IRREVOGÁVEIS (VC PODE DA):

V – Vinculados;
C – Consumados;
PO - Procedimento administrativo;
DE - Declaratório/Enunciativos (não posso revogar aquilo declarado e anunciado);
DA - Direitos Adquiridos.

OBS: Atos vinculados NÃO podem ser revogados porque NÃO POSSUEM MÉRITO, que é
o juízo de conveniência e oportunidade relacionado à prática do ato. Entretanto, podem
ser ANULADOS por vício de legalidade.

32 | P á g i n a
Anulação/invalidação:
É a extinção de um ato administrativo por motivo de ilegalidade.
A anulação é a análise da legitimidade do ato administrativo, podendo ser feita pela
própria administração, de ofício ou mediante provocação, ou pelo Poder Judiciário,
desde que seja provocado.

Caducidade:
Ato administrativo não caduca por causa de prazo.
A caducidade ocorre quando uma nova norma jurídica/lei torna inadmissível a situação
antes permitida.

Cassação:
Ocorre quando o particular descumpre as condições fixadas pela administração. A
extinção se dá porque o particular beneficiário do ato não atendeu às determinações da
Administração.

Convalidação:
A convalidação, também conhecida como sanatória (ou aperfeiçoamento), é a correção
do vício existente no ato administrativo, com efeitos retroativos.

TRÊS REQUISITOS PARA A POSSIBILIDADE DE CONVALIDAÇÃO DOS ATOS


ADMINISTRATIVOS.
a) Não acarretar lesão ao interesse público;
b) não acarretar prejuízo a terceiros;
c) apresentar vício sanável;
PODEMOS COVALIDAR: COMPETÊNCIA E FORMA.

Desde que a competência não seja exclusiva.

Forma quando não for a única no objeto.

33 | P á g i n a
ESPÉCIES DE CONVALIDAÇÃO:

Ratificação  Correção da Competência ou Forma se não for competência exclusiva


ou em
relação à matéria ou desde que a forma não for essencial à validade do ato

(FOCO NA CONVALIDAÇÃO = FORMA + COMPETÊNCIA).

Reforma  retira a parte ilegal e mantém a legal (tiro a parte ruim só).
Conversão  retira a inválida e acrescenta uma outra válida.

VAMOS COMPLEMENTAR O ESTUDO DO TEMA COM QUESTÕES? VEJAMOS:

1. ANO: 2022

Cláudio, ocupante do cargo efetivo de Técnico Judiciário de determinado Tribunal


Regional do Trabalho, no bojo de uma ação civil pública que tramita em forma de
processo eletrônico, atendendo a um despacho do magistrado, emitiu um termo de
informação que, segundo a doutrina de Direito Administrativo, constitui um ato
administrativo.

O ato praticado por Cláudio traduz uma situação de fato real e goza de fé pública, em
razão do atributo do ato administrativo chamado

A
autoexecutoriedade, que é um meio indireto de execução do ato, que independe de
ratificação judicial.
B
exigibilidade, que é um meio direto de execução do ato administrativo, que independe
de ratificação judicial.
C
presunção de legitimidade, que consiste em presunção absoluta de que o ato foi
praticado de acordo com a lei e o determinado pelo juízo.
D
coercibilidade, segundo o qual o jurisdicionado está obrigado a cumprir o ato cinco dias
após sua inequívoca ciência.
E
presunção de veracidade, que é relativa, pois admite prova em sentido contrário, mas
causa inversão do ônus da prova dos fatos constantes no ato administrativo.

GABARITO: E

34 | P á g i n a
Atributos do Ato Administrativo

Presunção de Legitimidade

• Alguns autores utilizam o termo “presunção de veracidade”


• Fundamenta-se na supremacia do interesse público
• Não é absoluta (juris et juris) – no ato administrativo, admitem-se provas em
contrário e o ônus da prova caberá ao interessado.

Isso significa dizer que, quando temos um ato administrativo praticado por um agente
público, presume-se que ele está falando o correto e a verdade, pois ele é legítimo para
praticar o ato.

2. ANO: 2022

O Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Yª Região, com o objetivo de prestigiar


os demais Desembargadores que fazem parte da administração superior do Tribunal, e
para melhor aproveitar a especialização de cada membro do Tribunal, em atenção do
princípio da eficiência, deseja delegar algumas de suas competências administrativas.

Consoante dispõe a Lei nº 9.784/1999, é correto afirmar que o Presidente do TRT

A
não poderá delegar as matérias de sua competência privativa.
B
não poderá delegar a edição de atos de caráter normativo.
C
não poderá delegar quaisquer atos de sua competência.
D
poderá delegar todos os atos de sua competência, mediante prévia autorização do
pleno.
E
poderá delegar todos os atos de sua competência, independentemente de prévia
autorização do pleno.

GABARITO: B

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:


I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1 O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da
atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2 O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

35 | P á g i n a
§ 3 As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta
qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.

3. ANO: 2022

Cláudia, servidora pública efetiva e Diretora da Zª Vara do Trabalho do Tribunal Regional


do Trabalho da Yª Região, no regular exercício de sua competência, editou uma ordem
de serviço, com a finalidade de distribuir e ordenar o serviço interno do órgão e dos
servidores lá lotados.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a ordem de serviço expedida por
Cláudia é um ato administrativo

A
normativo, decorrente do poder disciplinar.
B
ordinatório, decorrente do poder hierárquico.
C
enunciativo, decorrente do poder regulamentar.
D
ordinário, decorrente do poder normativo.
E
organizacional, decorrente do poder disciplinar.

GABARITO: B

Atos ordinatórios são aqueles que se destinam a disciplinar o funcionamento da


Administração e a conduta funcional de seus agentes. Nessa linha, revelam-se como
provimentos, determinações ou esclarecimentos endereçados aos servidores públicos a
fim de orientá-los no desempenho de suas atribuições.

4. ANO: 2022

Flávio estacionou seu veículo em local proibido, numa rua no centro da cidade, e o poder
público do Município Alfa, observadas as cautelas e procedimentos legais cabíveis, lhe
aplicou uma multa, como meio indireto de coação.

Carlos estacionou seu veículo em local proibido, em frente à entrada de um hospital, e


o poder público do Município Beta, observadas as cautelas e procedimentos legais
cabíveis, procedeu ao guincho do automóvel, como meio direto de execução do ato
administrativo.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, os atributos do ato administrativo
que diretamente ensejaram as providências adotadas pelos Municípios Alfa e Beta são,
respectivamente,

36 | P á g i n a
exigibilidade e autoexecutoriedade.
B
imperatividade e presunção de veracidade.
C
imperatividade e executoriedade.
D
tipicidade e exigibilidade.
E
autoexecutoriedade e presunção de legitimidade.

GABARITO: A

EXIGIBILIDADE - é a qualidade em virtude da qual o Estado, no exercício da função


administrativa, pode exigir de terceiros o cumprimento, a observância, das obrigações
que impôs. Não se confunde com a simples imperatividade, pois, através dela, apenas
se constitui uma dada situação, se impõe uma obrigação.

O que é autoexecutoriedade do ato administrativo?


É poder da Administração Pública de executar as suas próprias decisões sem haver
necessidade da tutela judicial. Assim, a Administração Pública por si só cumpre as suas
funções com os seus próprios meios, ainda quando tal execução interfira na esfera
privada do administrado.

5. ANO: 2022

De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a competência para prática de atos


administrativos deve ser definida em lei ou em ato administrativo geral e possui as
seguintes características

A
prescritível, renunciável e prorrogável.
B
imprescritível, indelegável e improrrogável.
C
imprescritível, irrenunciável e improrrogável.
D
indelegável, irrenunciável e improrrogável.
E
prorrogável, indelegável e irrenunciável.

GABARITO: C

A competência administrativa é um requisito de validade do ato. Algumas de suas


características mais importantes são de certa forma observadas pacificamente pela

37 | P á g i n a
doutrina, havendo consenso de que é irrenunciável, intransferível, improrrogável,
imodificável e imprescritível."

Irrenunciável -> Agente público não pode renunciar a atribuição.


Intransferível -> Não pode ser repassado para outro agente público, salvo quando a lei
determinar.
Imodificavel -> Não pode haver alteração, senão em virtude da lei
Imprescritível -> Não prescreve com o tempo, com base no principio da indisponível do
interesse público.

6. ANO: 2022

José estacionou seu veículo em local proibido. Agentes públicos, no regular exercício de
suas funções, aplicaram multa a José.

De acordo com a doutrina de direito administrativo, no caso em tela, a cobrança da


citada multa pelo ente federativo que a aplicou regularmente ocorre

A
com o atributo do ato administrativo da autoexecutoriedade.
B
sem o atributo do ato administrativo da autoexecutoriedade.
C
com o atributo do ato administrativo da presunção absoluta de legitimidade.
D
sem o atributo do ato administrativo da presunção de veracidade.
E
com o atributo do ato administrativo da imprescritibilidade da cobrança de multa.

GABARITO: B

AUTOEXECUTORIEDADE: Permite que os atos administrativos sejam executados pela


própria Administração sem a intervenção ou autorização do Poder Judiciário.

OBS.: A autoexecutoriedade não é um atributo presente em todos os atos.


Ex.: Multa.

7. ANO: 2022

Márcia, ocupante do cargo efetivo de Consultor Legislativo da Câmara do Município Alfa,


requereu o gozo de licença gestante à Casa Legislativa. A autoridade competente
verificou que Márcia preenchia os requisitos legais e deferiu o pleito.

No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, em matéria de

38 | P á g i n a
classificação do ato administrativo quanto ao grau de liberdade do agente, o ato de
concessão da licença a Márcia é um ato

A
discricionário, pois a autoridade competente está obrigada a deferir a licença.
B
enunciativo, pois a autoridade competente constitui um direito a que a servidora faz jus.
C
composto, pois preenchidos os requisitos legais, a autoridade competente tem o dever
de deferir o pleito e publicar o ato no diário oficial.
D
constitutivo, pois a autoridade competente declara um direito pré-existente.
E
vinculado, pois preenchidos os requisitos da norma aplicável, a autoridade competente
tem o dever de praticar o ato.

GABARITO: E

A licença e a autorização são atos administrativos do tipo negocial.

O ato de autorização é discricionário, exemplo: autorizar uma pessoa a realizar um


casamento na praia. É um ato a ser solicitado para a prefeitura. Ela de forma
discricionária decide.
O ato de licença não cabe análise de mérito. Exemplo: licença para dirigir. CNH. Basta
seguir o procedimento e preencher os requisitos.

8. ANO: 2021

O presidente da Câmara Municipal de Aracaju delegou, nos termos e limites da lei, a


prática de determinado ato administrativo para Ricardo, servidor público ocupante do
cargo efetivo de analista legislativo.

A citada delegação é um ato administrativo:

A
discricionário, pode ser revogada a qualquer tempo e não implica renúncia de
competência;
B
vinculado, pode ser revogada a qualquer tempo e implica renúncia de competência;
C
enunciativo, e não pode ser revogada a qualquer tempo, devendo aguardar o transcurso
do prazo de delegação;
D
de gestão, pode ser revogada a qualquer tempo e importa renúncia de competência;

39 | P á g i n a
E
de império, e não pode ser revogada a qualquer tempo, devendo aguardar o transcurso
do prazo de delegação.

GABARITO: A

Um órgão administrativo e seu titular poderão (DISCRICIONARIEDADE), se não houver


impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares,
ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica
ou territorial.

9. ANO: 2021

No bojo de inquérito policial em que se apura a eventual prática do crime de falsidade


material, consistente na suposta assinatura de Maria em um contrato de locação, o
Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) elaborou perícia grafotécnica concluindo
que a assinatura analisada é proveniente do punho de pessoa identificada como João da
Silva. O laudo de exame grafotécnico foi elaborado por peritos criminais com as devidas
cautelas técnicas e legais.
Insatisfeito com as conclusões do laudo, João da Silva procurou advogado que lhe
explicou que, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o citado laudo goza
do atributo da:

A
presunção de veracidade, que não é absoluta, pois admite prova em sentido contrário;
B
imperatividade, que vincula a autoridade policial na ocasião da conclusão das
investigações;
C
presunção de legitimidade, que somente pode ser afastada por três novos laudos;
D
exigibilidade, que vincula os demais agentes públicos que atuarem no caso, salvo se
houver superveniência de notícia de prova nova;
E
autoexecutoriedade, que vincula os demais agentes públicos que atuarem no caso, salvo
se houver superveniência de efetiva prova nova.

GABARITO: A

Presunção de Legitimidade e Veracidade: presume-se, em caráter relativo, que os Atos


da Administração foram editados em conformidade com a lei. Trata-se, contudo, de uma
presunção relativa, ou seja, admite-se prova em contrário (cabe ao administrado provar
que o ato é vicioso).

40 | P á g i n a
10. ANO: 2021

O presidente da Câmara Municipal designou Maria, servidora pública estável ocupante


do cargo efetivo de assistente administrativo, para exercer a função de confiança de
chefe de gabinete da presidência, a fim de assessorá-lo.

De acordo com a classificação do ato administrativo quanto ao grau de liberdade do


administrador público, o mencionado ato de designação de Maria é um ato
administrativo:

A
vinculado, pois todos os seus elementos já estão previamente definidos em lei;
B
composto, pois a sua concretização ocorre apenas com a publicação no diário oficial;
C
declaratório, pois indica que a servidora terá novas atribuições no exercício da função
pública;
D
discricionário, pois o gestor público possui liberdade nos termos da lei para escolha do
servidor que será designado;
E
normativo, pois decorre de uma faculdade prevista em lei e vincula a todos os
administrados.

GABARITO: D

Um ponto relevante da alternativa, para fins de revisão, é "pois o gestor público possui
liberdade nos termos da lei". Isso porque, embora no poder discricionário haja liberdade
para escolha do conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua
oportunidade e de seu modo de realização (Hely Lopes de Meireles), a lei estabelece os
limites da atuação da administração.

Um dos limitadores da discricionariedade seria a razoabilidade.

11. ANO: 2021

Marcelo é servidor público ocupante do cargo efetivo de analista administrativo de


determinada Câmara Municipal e recentemente foi designado para exercer a função de
confiança de supervisor do departamento de recursos humanos da Casa Legislativa. Ao
final do expediente do último dia do mês, Marcelo praticou ato administrativo de
aprovação da folha de ponto dos servidores.

Ocorre que, pelas normativas aplicáveis, tal ato de aprovação é de competência do

41 | P á g i n a
diretor do departamento de recursos humanos que, por sua vez, no dia seguinte,
ratificou o ato praticado por Marcelo, mediante a:

A
convalidação, pois o vício de competência é sanável, desde que atenda ao interesse
público e não cause prejuízo a terceiros;
B
anulação, pois o vício de forma é insanável e o ato inválido deve ser substituído por
outro lícito, para se atender ao interesse público;
C
revogação, pois o vício de objeto é insanável e o ato inválido deve ser substituído por
outro lícito, para se atender ao princípio da legalidade;
D
retificação, pois o vício de motivo é insanável e o ato inválido deve ser substituído por
outro legítimo, para se atender ao princípio da legalidade;
E
invalidação, pois o vício de finalidade é sanável e o ato inválido deve ser substituído por
outro lícito, para se atender ao interesse público.

GABARITO: A

É possível a convalidação do ato, haja vista a questão não falar em competência


exclusiva do chefe e pela não identificação de lesão a interesse público ou prejuízo a
terceiros.

De acordo com a Lei 9784/99: Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem
lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos
sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

12. ANO: 2021

Como estava atrasado para chegar ao cinema, o cidadão Antônio estacionou seu veículo
em calçada com alto fluxo de circulação de transeuntes. O agente público competente,
portanto, procedeu ao guincho e remoção do veículo ao depósito público.
No caso em tela, o poder público praticou diretamente o ato que seria obrigação do
particular, sem a necessidade de participação deste e sem intervenção do Poder
Judiciário, calcado no atributo do ato administrativo da:

A
imperatividade, que assegura direito de indenização ao poder público e à coletividade;
B
autoexecutoriedade, que consiste em meio direto de execução do ato administrativo;
C
exigibilidade, que consiste em meio direto de execução do ato administrativo;

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D
presunção de legitimidade, que assegura direito de indenização ao poder público e à
coletividade;
E
presunção de veracidade, que assegura direito de indenização ao poder público e à
coletividade.

GABARITO: B

NÃO CONFUNDA!

Autoexecutoriedade - Execução imediata/ direta do ato independente da anuência do


Judiciário.
Imperatividade - Imposição de obrigações ao particular independente de sua anuência.

13. ANO: 2021

No curso de determinado processo administrativo, Maria, escrivã de Polícia Civil,


praticou ato administrativo de autorização de troca de móveis entre delegacias, que era
de competência da chefe de departamento onde está lotada. Passados cinco meses da
prática do ato, a irregularidade foi verificada pela delegada Joana, chefe do
departamento, que detém competência para a prática do ato.
Constatando que não houve lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiro, e com
objetivo de sanar o vício, Joana:

A
pode convalidar o ato, por meio da confirmação, cujos efeitos não retroagem à data de
edição do ato originário;
B
não pode aproveitar o ato, porque se trata de nulidade absoluta por vício nos elementos
forma e competência;
C
pode convalidar o ato, por meio da ratificação, cujos efeitos retroagem à data da edição
do ato originário;
D
não pode aproveitar o ato, porque já se passaram mais de 120 dias, razão pela qual deve
iniciar novo processo administrativo;
E
não pode aproveitar o ato, porque se trata de nulidade absoluta por vício no elemento
competência, razão pela qual deve iniciar novo processo administrativo.

GABARITO: C

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Os atos podem ser convalidados pela administração, e eventualmente pelo próprio
administrado, desde que o vício esteja na FORMA (exceto forma essencial) e/ou na
COMPETÊNCIA (exceto competência exclusiva e quanto à matéria).

Mnemônico: Convalidação é FOCO (forma e competência).

A convalidação tem efeitos retroativos (Ex-Tunc - tem retroação) e busca corrigir e


regularizar os vícios sanáveis.

14. ANO: 2018

Márcia obteve do Município de Salvador licença para funcionamento de uma pousada.


Ocorre que, durante o prazo de validade da licença, Márcia modificou a finalidade do
empreendimento, que passou a funcionar como uma casa de festas, sem comunicação,
ciência e autorização do poder público. Após regular processo administrativo, a
autoridade municipal competente extinguiu o ato administrativo de licença, mediante
sua:

A
cassação, eis que houve ilegalidade superveniente praticada por Márcia, que deixou de
cumprir os requisitos de quando teve o ato deferido;
B
caducidade, eis que Márcia deixou de cumprir os requisitos legais para manutenção da
eficácia do ato administrativo;
C
revogação, eis que ocorreu ilegalidade superveniente praticada por Márcia, que deveria
cumprir as condicionantes da licença;
D
anulação, eis que o ato deixou de ser conveniente e oportuno, diante da conduta ilícita
praticada por Márcia;
E
convalidação, eis que Márcia inobservou os requisitos de validade e eficácia do ato
administrativo que originariamente a favoreceu.

GABARITO: A

Cassação:

Quando se tratar de licença lembre da CNH. É um ato vinculado, uma vez que quando
preenchidos os requisitos a administração não pode se recusar de te dar sua CNH.

Contudo, quando você infringe as regras dispostas pelo CTB, sua CNH pode ser cassada,
correto?

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Sendo assim, no presente caso, Márcia deixou de cumprir com o que foi determinado,
logo terá a sua licença cassada.

15. ANO: 2013

A doutrina administrativista clássica traz os atos administrativos divididos em espécies,


nas quais são elencados, dentre outros, os atos enunciativos, os negociais, os
ordinatórios, os punitivos e os normativos. Da última espécie – atos normativos – é
correto apontar como exemplo:

A
o regimento interno.
B
a licença para construção.
C
a permissão de uso de bem público.
D
o parecer administrativo.
E
a concessão de serviço público.

GABARITO: A

ATOS NORMATIVOS: São atos que contem um comando geral, impessoal, como o
regulamento, o decreto, o regimento e a resolução. O regimento é ato administrativo
normativo de aplicação interna, destinando-se a prover o funcionamento dos órgãos.
Licença: é ato administrativo vinculado e definitivo, formalmente disposto em lei
própria. Se o pretendente ao direito preenche os requisitos de lei, tem o direito de
recebê-la, independentemente da vontade do administrador. Não é, portanto, ato
meramente sujeito à discricionariedade (exame de mérito) do gestor de plantão.
Permissão: em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionário e
precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a
execução de serviço público ou a utilização privativa de bem público.
Parecer: é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre
assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência. O parecer pode ser facultativo,
obrigatório e vinculante.
Concessão: é o ato administrativo discricionário ou vinculado, mediante o qual
a administração pública outorga aos administrados um status, “uma honraria”, ou,
ainda, faculta-lhes o exercício de uma atividade material.

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