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Projeto Cu-Au Boa Vista - 18!09!2019.v3
Projeto Cu-Au Boa Vista - 18!09!2019.v3
Varjão e Cezarina-GO
Geólogos
Carlos Magno Carvalho Pinheiro
Igor Póvoa Dantas
Setembro/2019
1. Introdução
2. Localização
3. Geologia Regional
Integram ainda o AMAI rochas plutônicas identificados por Plutônicas pré- a sin-
tectônicas e Plutônicas tardi- a pós-tectônicas, com ampla variação composicional de tonalito
a granito. Enquanto o primeiro conjunto exibe fortes evidências de deformação (milonitização,
gnaissificação) e metamorfismo de fácies xisto verde alto a anfibolito, o segundo mostra-se
indeformado ou pouco deformado, com evidências de texturas ígneas preservadas e
metamorfismo da fácies xisto verde baixo.
Fig. 6: (A) Cianita-biotita xisto de granulação fina. A rocha tem coloração cinza escuro à esverdeada,
e apresenta xistosidade marcada pela presença de biotita em textura lepidoblástica; (B) A rocha pode
ser classificada como um epidosito pois apresenta níveis com mais de 90% de epidoto, o que também
gera a coloração esverdeada; (C) e (D) Cianitito de granulação média e coloração azulada nas porções
preservadas. A rocha apresenta uma capa de alteração de coloração ocre.
Fig. 7: Secções não dimensionais que ilustram a relação entre intrusão, alteração hidrotermal,
mineralização e evolução estrutural de depósitos Cu-Au: (a) Distribuição esquemática e hipotética de
assembleias de alterações magmático-hidrotermais desenvolvidas durante o estágio de mineralização
do pórfiro. (b) Seção esquemática destacando a relação entre rochas encaixantes, intrusão e
mineralização de Cu-Au no Sistema pórfiro-epitermal Boa Vista.
A área do Projeto Boa Vista é dominada por uma associação de rochas ricas em cianita
e pirita (pirita cianititos, pirita-cianita quartzitos, pirita-cianita-quartzo xistos) que ocorrem ao
longo de serras estreitas e alongadas, com disposição geral N-S, e se estendem por cerca de 10
km ao longo da margem esquerda do Rio dos Bois (Fig. 8). A pirita é mais frequentemente
encontrada na forma de boxworks em produtos oxidados, onde esporadicamente se associa a
malaquita. Essas rochas exibem tonalidades arroxeadas (ocres) em resposta à oxidação dos
sulfetos.
Fig. 9: (a) Capa de alteração de coloração ocre desenvolvida sobre Pirita quartzito (gossan); (b) Capa
de alteração com forte iridescência desenvolvida sobre Pirita quartzito; (c) Concentração ferruginosa
desenvolvida na base das elevações; (d) Quartzito com alteração de coloração ocre em decorrência da
decomposição de sulfetos.
6.1. Magnetometria
A partir do mapa de Campo Magnético Anômalo (Fig. 13a) do Projeto Boa Vista pode-
se observar anomalias magnéticas. Com base no CMA (Campo Magnético Anômalo) foi
produzido o mapa da Primeira Derivada Vertical (Fig. 13c), que evidencia as características do
gradiente vertical geralmente relacionado às altas frequências, e que permite a obtenção de
informações sobre as feições mais rasas. A partir desse mapa é possível observar feições
estruturais como lineamentos, descontinuidades e contatos. Na área do Projeto Boa Vista
ocorrem lineamentos com orientação preferencial NE-SW (Fig. 13c).
A partir das derivadas direcionais do CMA calcula-se o Sinal Analítico 3D (Fig. 13e).
Esse produto depende das características do corpo magnético anômalo e marca os limites
lateralmente e em profundidade dessas anomalias. Em corpos rasos, as suas bordas podem ser
delimitadas a partir do SA3D (Sinal Analítico 3D), e dentro da área do Projeto pode-se observar
anomalias magnéticas bem marcadas com orientação N-S aproximada.
Fig. 11: Imagem da plataforma SPOT 5 obtidas a partir do software Google Earth Pro. Detalhe para
a localização inferida do veio mineralizado em Au, com base nas amostras anômalas coletadas em
superfície.
Fig. 12: (a) Epidoto-quartzo metadiorito de granulação grossa com crisocola. (b) Granito alterado
hidrotermalmente com malaquita.
Fig. 13: (a) Campo Magnético Anômalo (CMA); (b) Contagem Total (CT); (c) Primeira Derivada
Vertical (1DZ); (d) Mapa de Porcentagem de Potássio; (e) Sinal Analítico 3D (SA3D); (f) Mapa
Gamaespectométrico – RGB.
6.1. Gamaespectometria
As principais fontes radiação gama (ɣ) detectáveis na superfície terrestre são emitidas
durante o decaimento dos elementos radioativos potássio (K40), urânio (U238), tório (Th232) e
seus respectivos isótopos filhos presentes na composição da maioria das rochas. O mapa de
Contagem Total (Fig. 13b) mostra a contagem total da radiação gama do potássio (em
porcentagem), de urânio e tório (em ppm) da camada mais superficial da crosta terrestre
(aproximadamente 35cm), que pode ser constituída de rochas preservadas, rochas
intemperizadas, solos ou coberturas vegetais. A partir da contagem total é possível produzir
mapas de composição ternária, como por exemplo o mapa com padrão RGB - red, green, blue
(Fig. 13f) onde as cores vermelho, verde e azul são associadas ao potássio, ao tório equivalente
(eTh) e urânio equivalente (eU), respectivamente. Também é possível obter o Mapa de
Porcentagem de Potássio (Fig. 13d), que mostra somente a porcentagem da radiação
proveniente do potássio. Na área do Projeto Boa Vista é possível observar anomalia de potássio
com orientação N-S de aproximadamente 10km de extensão.
• A geologia do Projeto Boa Vista representa continuidade para sul do Arco Magmático
Goiás, exibindo características similares às do Arco Magmático Mara Rosa;
• Litocapas argílicas que se associam aos depósitos de Cu-Au pórfiro nem sempre são
anômalas nesses elementos, mas eventualmente podem hospedar importantes
depósitos de Au epitermal;
• No caso do Projeto Boa Vista, as poucas análises geoquímicas feitas até o momento
mostraram que as rochas ricas em cianita e pirita são fortemente anômalas em ouro
(>2 g/ton Au) e que apresentam características geoquímicas (valores anômalos em
Pb, Mo, Bi, Ag, Bi, Hg, Sb, Se, Te) similares àquelas encontradas em depósitos
auríferos epitermais. Além disso, sistemas epitermais preservados podem estar
associados a ocorrências de Cu-Au pórfiro em profundidade, o que foi verificado até
o momento em algumas amostras contento crisocola e malaquita com teores acima
de 1,0% Cu.
8. Referencia
Oliveira, C. G.; Oliveira, F. B.; Giustina, M. E. S. D.; Marques, G. C.; Dantas, E. L.; Pimentel,
M. M.; Buhn, B. M. 2016. The Chapada Cu-Au deposit, Mara Rosa magmatic arc,
Central Brazil: Constraints on the metallogenesis of a Neoproterozoic large porphyry-
type deposit. Ore Geology Reviews, v. 72, p. 1-21.