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Cópia de Procedimentos
Cópia de Procedimentos
MATERIAL DE APOIO
Procedimentos
Procedimento ordinário
• A lei nº 11.719/08 modificou o CPP, principalmente no que se refere aos
procedimentos de espécie. O que se tem hoje é a “sumarização” de todos os
procedimentos. Um “jecão”, abolindo-se a forma escrita das manifestações
processuais e introduzindo a manifestação oral como sendo regra.
• O procedimento comum ordinário será aplicado quando tiver por objeto crime cuja
sanção máxima cominada for igual ou superior a quatro anos de pena privativa de
liberdade. Acabou-se com a antiga divisão sobre a espécie de pena cominada, reclusão
ou detenção, para determinar o procedimento.
• Após o oferecimento da denúncia ou queixa, o juiz poderá rejeitá-la, nas hipóteses do
artigo 395 do CPP, ou recebê-la. Verifica-se que, neste primeiro momento, a análise do
juiz diz com os aspectos formais da denuncia ou da queixa.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da
ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Parágrafo único. (Revogado).
• O trabalho a ser desenvolvido pela defesa na resposta escrita deve ser o mais
aprofundado possível, pois que disto poderá resultar a absolvição sumária. Se o réu
não oferecer resposta, nem constituir defensor, lhe será nomeado defensor para o
oferecimento de defesa, no prazo de 10 dias.
• Não sendo hipótese de absolvição sumária pelo juiz, este designará dia e hora para a
audiência de instrução e julgamento, ordenando a intimação do acusado, de seu
defensor, do MP, e, se for o caso, do querelante e do assistente. Nessa audiência, a ser
realizada no prazo máximo de sessenta dias, se procederá à tomada de declarações do
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta
ordem, bem como os esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento
de pessoalidade e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
• Em razão da concentração dos atos processuais, todas as provas serão produzidas na
audiência. Poderão ser ouvidas oito testemunhas pela acusação, e oito testemunhas
da defesa. Produzidas as provas, ao final da audiência, o MP, o querelante e o
assistente, e a seguir, o acusado, poderão proceder ao requerimento de diligências
cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. Não
havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações
finais orais por vinte minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa,
prorrogáveis por mais dez dias, proferindo o juiz, a seguir, a sentença.
Rito Sumário:
• É utilizado para o processo e julgamento de crimes cuja sanção máxima cominada é
inferior a quatro anos e superior a dois anos de pena privativa de liberdade, conforme
o art. 394, §1º, II do CPP1.
Art. 394. O procedimento será comum ou especial.
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou
sumaríssimo:
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de
liberdade;
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testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando
necessário.
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts.
95 a 112 deste Código.
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado,
citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para
oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.
• Na hipótese de o juiz entender ser caso de absolvição sumária, nos termos do artigo
397 do CPP, poderá aplicar o dispositivo. Não sendo caso de absolvição sumária, o juiz,
recebida a denúncia, designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento,
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, sendo o
caso, do assistente ou querelante (art. 399 do CPP). Até este momento o rito sumário
é idêntico ao comum.
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e
hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu
defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do
assistente.
§ 1o O acusado preso será requisitado para comparecer ao
interrogatório, devendo o poder público providenciar sua
apresentação.
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
Procedimento do Júri:
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SV 35 do STF: ‘A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e,
descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução
penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.”
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Súmula 732 do STF: É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a
Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/96.
SÚMULA 696 do STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o
Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28
do Código de Processo Penal.
Súmula 536 do STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito
da Lei Maria da Penha.
STJ - Súmula 243: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso
material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da
majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.
STJ - Súmula 337: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da
pretensão punitiva.
• O procedimento especial do júri foi reformado pela Lei n. 11.689/08.
• Na primeira etapa do procedimento, o juiz deverá, assim que receber a denúncia ou
queixa, ordenar a citação do acusado para responder, por escrito, no prazo de 10 dias
a contar do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento em juízo. Na
resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo que interessa a sua
defesa, oferecer documentos e justificações e especificar as provas pretendidas. Tanto
o acusado como a acusação poderão arrolar até oito testemunhas.
• Se não for apresentada defesa, o juiz nomeará um defensor público para oferecê-la no
prazo de 10 dias. Caso seja apresentada alguma exceção, será processada em
apartado.
• Apresentada a defesa, o MP ou o querelante serão ouvidos em até cinco dias sobre
preliminares e documentos, e depois o juiz determinará a inquirição das testemunhas
e a realização das diligências requeridas pelas partes, no prazo de 10 dias.
• Conforme o art. 411 do CPP, na audiência de instrução, se tomara as declarações do
ofendido, se possível, depois à inquirição das testemunhas da acusação e da defesa,
respectivamente, peritos, acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas, por fim
interrogando-se o acusado e procedendo ao debate.
• Cada parte terá vinte minutos para fazer suas alegações. Encerrados os debates o juiz
proferirá sua decisão, ou o fará em dez dias, ordenando que os autos sejam conclusos.
O procedimento será conduzido em no máximo noventa dias (412 do CPP).
• Se o juiz ficar convencido da materialidade do fato e da existência de indícios
suficientes de autoria ou participação, pronunciará o acusado e fundamentadamente,
devendo declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as
circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento da pena. A decisão de pronuncia
é atacada por recurso em sentido estrito.
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho
ou sentença: IV – que pronunciar o réu;
• Não convencido da materialidade do fato, ou não vislumbrando indícios suficientes de
autoria ou participação, o juiz, fundamentadamente, deverá impronunciar o acusado.
Se for provada a existência do fato, ou não ser o acusado autor ou participe, o ou fato
não constituir crime, ou se ainda não for demonstrada causa de isenção de pena ou de
exclusão do crime, o juiz absolverá desde logo o acusado, seguindo a regra da
fundamentação de suas decisões.
• Contra a sentença de impronuncia ou de absolvição sumária caberá apelação. A
desclassificação está prevista no art. 419 do CPP.
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição
sumária caberá apelação.
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a
acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do
art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento,
remeterá os autos ao juiz que o seja.
Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à
disposição deste ficará o acusado preso.
• Quando o Presidente do Tribunal do Júri receber os autos deverá promover a
intimação do órgão do MP ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para,
no prazo de cinco dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor no plenário,
até o máximo de cinco, oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer
diligência, e ordenará as diligências necessárias para sanar quaisquer nulidades ou
esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa, elaborando um relatório sucinto
do processo, quando determinará sua inclusão em pauta da reunião do tribunal do
júri. Quando o interesse público exigir, ou houver dúvida sobre a imparcialidade dos
jurados ou sobre a segurança do acusado, o julgamento poderá ser desaforado para
outra comarca por meio de requerimento do MP, do querelante ou do acusado, e tal
pedido terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente.
• O Tribunal do Júri será composto por um juiz togado, seu presidente, e por vinte e
cinco jurados que serão sorteados dentre os alistados, sete dos quais constituirão o
Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. A idade mínima para ser jurado
é de 18 anos.
• Serão impedidos de compor o mesmo Conselho de Sentença: marido e mulher;
ascendente e descendente; sogro e genro ou nora; irmãos e cunhados; tio e sobrinho;
padrasto, madrasta e enteado. E não poderão ser jurados aqueles que já participaram
de julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa
determinante do julgamento posterior; ou no caso do concurso de pessoas, houver
integrado o conselho de sentença que julgou o outro acusado; ou já manifestaram
prévia disposição para condenar ou absolver o acusado.
• Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz
presidente, o MP, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão,
sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as
testemunhas arroladas pela acusação. Posteriormente, se presente estiver o acusado,
ele será ouvido, e então o MP, o assistente, o querelante e a defesa poderão fazer
perguntas ao acusado. Caso os jurados também tenham alguma pergunta, deverão
fazê-la por intermediário do juiz.
• Finda a instrução, a acusação terá a palavra, e a seguir será a vez da defesa, com o
tempo de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para
a tréplica. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por
intermédio do juiz presidente, pedir ao orador que indique a filha dos autos onde se
encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se ainda, aos jurados solicitar-lhe,
pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele alegado. E não será permitida a
leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos
com a antecedência mínima de três dias úteis, dando-se ciência à parte. Assim que
concluídos os debates, o presidente indagará aos jurados se estão habilitados a julgar
ou se necessitam de outros esclarecimentos. Se estiverem habilitados a julgar, o
Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado deve ser
absolvido, e respondendo os quesitos formulados pelo juiz e eventualmente pelas
partes, decidirá, por maioria de votos.
• Encerrada a votação, o presidente proferirá a sentença. Em caso de condenação, o
magistrado fixará a pena base; considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes
alegadas nos debates; imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às
causas admitidas pelo júri; observará as demais disposições do artigo 387 do CPP; e
mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo a prisão em que se encontra, se
presentes os requisitos da prisão preventiva; estabelecerá os efeitos genéricos e
específicos da condenação.
• No caso de absolvição, mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo
não estiver preso; revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas;
imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.
• Se houver desclassificação da infração por outra, de competência do juiz singular, ao
presidente do Tribunal do Júri caberá proferir a sentença.
Sentença Penal
• Princípio da correlação: Por esse princípio, é necessária uma correlação entre o fato
descrito na denúncia ou queixa e o fato pelo qual o réu é condenado. O juiz na pode
julgar de forma diversa daquilo que consta na denúncia ou queixa (sentença extra,
ultra e citra petita). Qualquer distorção entre o que foi pedido e o que foi concedido
pode acarretar a nulidade da decisão. Obs: no processo penal vigora o princípio da
consubstanciação, quer dizer que o acusado não se defende da capitução dada ao
crime na peça acusatória, mas sim dos fatos narrados nela.