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UNIDADE IV ANTROPOLOGIA TEOLOGICA Os escritores do Velho Testamento tinham termos para descrever 0 ser humano. Talvez © mais importante seja Adam. Esse termo refere-se a raca humana (tanto homens quanto mulheres) a imagem de Deus e pice da-criaco (Gn.1:26-28; 2:7 ). 0 capitulo 2 de Géneses mostra a criacdo do homem se referindo 4 humanidade como um todo, As palavras hebraicas que correspondem a antrophos sio Adam, is ou nos Adam é usado para designar a natureza humana em contraste com a de Deus (I Sm. 15:29), @, com os animais ( Gn. 1:26); no genérico inclui tanto o homem como 2 mulher. b des fra? pore ctermind fos A criagdo do homem nas narrativas da criagdo ¢ 0 ponto culminante (Gn. 1:1) ¢ Oy ‘ segue (Gn. 2:4b). Sua humanidade reside na vida que lhe foi outorgada (2:7), em sua" correspondéncia a Deus (1:27). E considerado digno de ouvir palavras que Deus the dirige, e de receber tarefas da parte dele (2:16, 17; 1:28). by haw oychirm ¢ igh NS forty eae ieee gens : pee 1-IMAGEM DE DEUS fre pote tesa, pol tab 1.1 0 Addo terrestre. ae cue gio former Segundo Géneses 2, o homem aparece em Addo com suas trés relagBes essenciais: com Daus, com a terra e com seus Irmaos. a) Qhomem e seu criador. ‘Adio é uma criatura livre, em relaco constante @ essenclal cam Deus. Saido da terra, ele ndo se limita a ela; sua existéncla estd depandente do espirito de vida que Deus the insufla. Ele se torna entao, alma vivente, Ista 6, Wm sar pessoal ¢ aa mesmo tempo dependente de Deus. Falar do homem sem o pér ein relacdo com Beus seria algo sem sentido. Q homem continua ligaco a Seu criador pela obediéncia a Sua Yontade. Deus disse: “Da drvore do conhecimenta do bem e do mal, ndo camerts, porque © dia_em que dela comeres certamente morrerds”. Este mandamento Ihe parece umn tvs De fato, ale 4 necessério para sua reallzac8o; possibilita 20 homem compreender que nao 4 @ Deus, F mas que de depende de vida. is de o recebe a dem fer prouc. / 4 Siren ras eu b) ‘O homem diante do Universo. Deus coloca o homem numa criaglo.bela e boa (Gn, 2:9) para cultivé-la guarda-la, como seu administrador. Ele quer que Ad&o afirme a sua soberania sobre os pa A a9 animais dando-lhes nomes (2:19), da a entender com isso.que a natureza nao deve ser divinizada, mas dominada. c) Ohomem em sociedade Enfim, 0 homem € um ser social, por sua prépria natureza e ndo-em virtude « dum mandamento que Ihe foi extrinseco. A diferenca dos sexos foie ao mesmo tempo » 6 0 tipo e a fonte de vida em sociedade, fundada nao na forca, mas, no amor. Deus /: intenciona essa relac8o como um auxilio mutuo; e o homem, reconhecendo na mulher que Deus Ihe apresentou a expressao de si mesmo, se dispde ao perigoso éxodo para fora de si que constitui 0 amor. O homem estd em paz com Deus, esté em paz com Aquele que passeia familiarmente em seu jardim, e que tem didlogo transparente, com toda criacao. d) Aimagem de Deus : Chex ato hive EE Criado a imagem de Deus o homem pode entrar em contato com Ele, o homem Nao é Deus, mas vive em Sua dependéncia, numa relacao andloga, a, que um filho tem ~ com seu pai, O homem exerce o seu papel de imagem em duas atividades principais: “imagem de paternidade divina, ele deve se multiplicar para encher a terra ao seu dominio. O homem é senhor da terra, é presenca de Deus sobre a terra. A imagem de Deus que 0 distingue de todas as outras formas de vida. As interpretagées tradicionais para “imagem de Deus” refere-se a aspectos tais como conhecimento_humano, consciéneia moral, perfeicao moral, original e imortalidade. “O fato de ter sido criado & imagem (tselem) de Deus, ele é semelhante a Deus e O representa” Cre Foe, 1.2 O Adio celeste Tal 6 projeto de Deu que realiza-se, perfeitamente, em Jesus Cristo, o seu Filho, Grista herda atributas da sahedorla, reflexo da luz eterna, espalno sem mancha da j/ % atividade de Deus, Imagem da sua exceléncia. Adgo fol criado semelhante & imagem de Yor AL Deus, mas s6 Crista é que é a “imagem de Deus" (Il m8 i He 4:3; Cl, 1: 15-18), $ tates pre ass Ere Sra aes nt Sure j pePbow ow insrim, dt Qs textos biblicas mals praciasos indicam que Qeus eriou @ primeira homem Uiretamante do pd da terra, Ne ha lugar agyl para c desanvaivimento de formas deg poruen vide almaliss en outras mals camplexas, tenda 6 ser humana camg ponte culminante rservare ay {Me 1058), N&o pode hayer divide quanta ae desacarda de quelyclonisma com 0 he Ge de ff i 2 RE angip # Rulher foram criadgs a rs) esemeihanga de v® poo 2 i u prlaclele da crlagha, ¢, nlo formados no desursp se muhbes dy aes de frseasegs (a » evelucionatins, R 2 hme ‘ 2. COMPONENTES BASICOS DOS SERES HUMANOS A Biblia _descreve_vasios kcomponentes [da natureza do homem: Jespirito / (Hb.ruach, Gr. Pneuma),/alma\(Hb. Nephes, Gr. Psyché)} Corpo/(s6 no NT, Gr. Soma), {carne |b. Basar, Gr. Sarx). Existem também referencias especialmente no Antigo “Testamento @ 6rgios do corpo, tals como: figado (Hb. Lebed) ¢ entranhas (Hb. Mein), que se acham, particularmente, associados 2s emogées humanas. Na_Escritura, coracéo geralmente refere-se ao homem inteiro, observado do ponto de seu centro de. “dominio, a esséncia da pessoa, em lugar da natureza emocional. Em_hebraico, a palavra coraco ( lev, levav) era usada no tocante 20 6rgio fisico, mas, frequente 3 ni coraco (cardia), também sigi a interior, a mente ou pensamentos intimos. No NT, fica 0 6rgao fisico, mas, primariamente, a vida interior com as emos6es, pensamentos e vontade, bem com a habitaggo do Senhor e do Espirito Santo. Os escritores do AT também empregam o termo kylyah (rins) para referir-se aos aspectos imos @ secretos da personalidade. © NT menciona ainda 2 mente (nous, dlancla) e a “vontade (thelema, boulema, boulesis) Quanto & alma, 0 termo primario dos hebreus era nephesh, que ocorre 755 vezes no AT, significa meramente “vida, préprio eu, pessoa” (Js .2: 13; 1 Rs .19:3 ). As veres, nephesh pode significar vontade, ou desejo de uma pessoa (Gn. 23:8). bes Os escritores do NT usaram psuche para descrever alma humana. No pensamento grego, alma pode ser: A) A sede da vida; 8) A parte interna do ser humano, equivalente ao ego, a passoa ou personalidade; ©) Apia porcantraste.comia'corpo, Nao 6 facil tracar linhas divisdrias definitivas sabre os muitos canceitos dessa palavra. O termo ruach (espirito), encantrado 387 vezes na AT. Embora o significado b4sico seja “ar em_maylmenta, vento, sopro, halite”; ruach, também denota “a totalidade da consciéncia imaterial do hamem.” (Pv, 16:32; |s 26:9). ” No NT, o termo pneuma basicamente significa “vento ou hdlito”, referindo-se ao “espirito” de um homem ou de uma mulher, O espirito, portanto, vincula os seres humanos ao mundo espiritual e os ajuda a interagir nessa dimensio 4 ae : pclae eis a! ener neg a 2.1. HOMEM E MULHER A & A) “Ossos dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn. 2:23). Nao existe ‘“nsinuacao de Inferloridade, a mulher no é escrava do homem, mas “permanece em sua integridade ao lado dele, diante de Deus. “xi B) Homem e mulher_sao diferentes, mas tém fungdes complementares. A igualdade de posicdo € aleencada através da complementaridade de Ger ou a wrdint 3. TRICOTOMISMO phen o quero ee Tare. corpo, alma e espit :0. A composicio fisica ¢ a parte material da sua constituic3o que (05 une aos demais seres viventes. A alma é considerada o’principio da vida fisica ou animal. Os animals possuem alma basica e rudimentar. Apresentam evidéncia de emocdes € séo descritos com 0 termo psuche em Ap. 16:3. yee Biche oat ne O espirito é considerado um poder sublime que estabelece os seres humanos na dimenslo espiritual eos capacta a comunh@ocom Deus, 1p, ec ferse 9 erp Argumentos a favor da tricotomia: | Ts, 5:23; Hb. 4:12; | Co. 2: 14; | Co.14:14; L agen ca a ea ys Feaiohrria CStge DICOTOMISMO Qs dicatomistas sustentam apenas dols elementos dos seres humanos: 0 material ¢ 0 Imaterial. 5, AQUEDA Taodavia coma o homem pecou, ela, nfo é mals tao plenamente semelhante a Deus como era antes. Perdeu sua pureza morale, certamente, seu carater pecaminoso no espelha a santidade de Deus. Seu Intelecto estd corrompide pela falsidade e pelo ‘engano; suas palavras no glorificam continuamente a Deus; seus relaclonamentos multas vezes so controlados pelo egalsma, j4 nfo pele amar, ¢ assim por d Ee, 7:28, Na volta de Cristo, temos a compieta restauragio.da Imagem de Deus. A promessa do NT é que assim coma hoje somas coma Addo, nee ey também ; 15:4 etiniye seremos como Cristo no futuro {1 Co, 15:49). re ae ieee Géneses 3:1-7 descreve o primeiro pecado da raca hamena fi in ces Gutras referéacias sobre 4 queda. A queda é parte integrante de nossa mensagem biblica ne PR ie) a 6. CONSEQUENCIAS DO PECADO pecado por sua prépria natyreza ¢ destrutivo, O estudo das consequéncias do pecado deve considerar a culpa e 0 castigo. Hé varios tipos de culpa. A culpa individual ou pessoal pode ser distinguida da Comunitéria_que_pesa sobre as sociedades. A culpa objetiva referese 4 stransgressao real; quer posta em pratica pelo ‘culpado, quer nao. A culpa subjetiva refere-se 4 sensago de culpa numa pessoa, que pode ser sincera a levar ao nto ( Sl. 51; At 2: 40-47). Pode ser também insincera, como a de A penalidade ou castigo, é 0 resultado justo do_pecado, infligido por uma autoridade a ¢ fundamentado na culpa destes. O castigo natural refere-se a0 infligido sobrenatural e diretamente por Deus. O pecador é fulminado, etc Os possiveis propdsitos do castiga sao relacionados a seguir: - A retribuiggo ou vinganca pertencem exclusivamente a Deus (S|. 94:10); - A expiagao traz a restauragao vicéria oferecida por Cristo. er N » + Deus ( Hb. 12:5-17). © . Ocastigo do culpado serve para dissuadir a outros do mesmo comportamento. A dissuaso 6 ysada, frequentemente, nas adverténcias divinas ( SI. 95:8-11; | Co 10;11). be Tien. Yar firma ae Rees: on care ry Os resultados do pecado sdo muito complexos, Padem ser considerados em termos de quem @ o que é afetada por ele: 1, TEM EFEITO SOBRE DEUS. - Embora Sua |ustica @ Sua anipaténcia ndo sejam prejudicadas pelo pecado, as escrituras dio Seremunte de Seu ddio porele(SL14:15;Rmi:18 puvoce. ov (a che foun ‘ . nen 4 lates Perriin 2. © MUNDO FISICO TAMBEM SOFRE, A decadéncia ‘natural do pecado contribul para os problemas da saude e do melo ambiente. 3, O PECADO ENVOLVE O PECADOR EM UMA DEPENDENCIA CADA VEZ MAIS. EXIGENTE ~ ( Jo. 8:34; Rm. 6: 12-23; I Pe 2:12-19;) tornando-se uma !ei no intimo, pa3- ss 6.1. A NATUREZA DO PECADO. aoe g © termo mais usado no AT para pecado é chattath ( Ex. 32:30) e seu termo cognato chet ( $1 51:9). Expressa a ideia de errar 0 alvo ou falhar. Pesha (Pv. 28:13] tem © sentido de rebelido ativa, uma transgressdo da vontade de Deus. Shagah ( Lv 4:13) BBibeo da a ideia de desviar-se. Awon (I Rs 17:18) esta associado a uma forma aH) que Ovetern- significa torcer e refere-se a culpa pelo pecado. A palavra principal no NT é saath ca enfatiza errar 0 alvo; abrange sentido de fracasso, falta e delito concreto. Adikia ( | Co 6:8 ) exprime a ideia de falta de retid&o ou injustica. Parabasis ( Rm .4: 15) refere-se a quebra da lei. Anomia (| Jo / 3:4 ) expressa igualmente, ilegalidade. Asebeia ( Tt .2:12 ) reflete fortemente a impiedade, enquanto ptaio representa mais 0 tropeco moral ( Tg. 2:10). Q aspecto mais caracteristico do pecado é ele ser cometido contra Deus. Na queda o homem procurou igualar-se a Deu , tentou afirmar sua ua independéncia dele e pés em duvida a integridade do Criador e sua proviso cheia de amor. 6.2. A EXTENCAO DO. PECADO Culpa herdada: somos considerados culpados por causa do pecado de Adaoe Eva ( Rm. 5:12). O pecado ¢ universal ( Rm. 3:18) a> 2 og 2 hea brangorrerat qable pecoccle re haere bole * Opecado abe © ser humano inteiro: a vontade, a mente e o entendimento, as afelgdes, comportamentos e emocées. EM RELACAO A DEUS N&o somos dignos de apresentar-nos diante de Deus. re are gorhecer ~ Ficamos incapacitados para fazer a vontade de Deus. ofrobeckemres Naa temas retidao diante da lei de Deus, Ficamos insensiveis diante da Palavra de Deus. eeeges a eS meek mea <= EM RELACAO AQ NOSSO PROXIMO 1. Opecads trac muitos oe as. al nape Die . ely be 2. Traz exploracio. verbar. jet Caio “tS 3. Temos medo de ay vistas como somos, ¢t02 sti ay PO-vy 89 40) 4. © pecado Joga o homem contra si mesmo. “) aE ee ating Tes, geod.) hd € C4) 14 ‘ ie . thes Ab shi 4. A MORTE (Hb. Maweth; Gr. Thanatos) teve sua origem no pecado, e 6 resultado final do pecado (Gn. 2:17; Rm 5:12-21; 6:16; Co 15:21,22,56; Tg 1:15). aoe te 5. OS NAO SALVOS VIVEM NA MORTE ESPIRITUAL ( Jo. 6:50-53; Rm 7:11; Ef 2:1-6), que é derradeira expressao da alienacdo. entre alma e Deus. Até mesmo os crentes quando pecam experimentam ume -separacao parcial de Deus ( SI. 66:18), mas, Ele estd sempre disposto a perdoar ( SI.32:1-6; Tg 5:16; |Jo. 1:8 e 9). 6. A MORTE ESPIRITUAL E FISICA ESTAO ASSOCIADAS E SERAO PLENAMENTE REALIZADAS APOS © JUIZO FINAL (Ap.20:12-14). Embora Deus tenha ordenado o triste fim dos pecadores ( Gn, 2:17; Mt. 10:28), este fim nao lhe da prazer ( Ez.18:23; 33:11). . A Unica maneira de lidar com o pecado é, amando a Deus em primeiro lugar, e entao, passar a ser canal para levar ao proximo o seu amor, mediante a graca divina. Somente o amor € capaz de opor-se ao pecadd, que se opée a tudo ( Rm 13:10). E

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