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ISSN 1983-5183

Rev. Odontol. Univ. Cid. São Paulo


2012; 24(1): 42-50, jan-abr

IMPORTÂNCIA DA BIOCOMPATIBILIDADE DE NOVOS MATERIAIS:


REVISÃO PARA O CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO
The importance of biocompatibility of new materials: review
for the glass ionomer cement

Juliana Maria Capelozza Boaventura*


Andiara Ribeiro Roberto**
Ana Carolina de Oliveira Becci***
Benicia Carolina Iaskieviscz Ribeiro****
Maria Rita Brancini de Oliveira*****
Marcelo Ferrarezi de Andrade******

RESUMO
Os cimentos de ionômero de vidro têm se destacado como um material de grande interesse na clínica odon-
tológica. Suas formulações permitem serem usados tanto para forramento de cavidade como restauração e
cimentação de peças protéticas. É um material que apresenta propriedades excelentes como adesão à estrutura
dentária, coeficiente de expansão térmica, liberação de fluoreto e compatibilidade biológica. Sua compatibili-
dade biológica é estudada e analisada através de diversos testes laboratoriais, que permitem verificar as novas
formulações de materiais, pois estão em constante desenvolvimento. Este artigo analisa e discute a compatibili-
dade biológica dos cimentos de ionômero de vidro, bem como os testes para se analisar a biocompatibilidade,
além de relatar a importância dessa propriedade no material ionomérico.
Descritores: Cimentos de ionômero de vidro • Análise • Materiais biocompatíveis • Histocompatibilidade

ABSTRACT
The glass ionomer cements have been detached increasingly as a material of great interest in clinical dentistry.
The formulation of this material allows it to be used both for cavity lining, restoration and cementation of pros-
thetic pieces. It is a material which has excellent properties such as adhesion to tooth structure, coefficient of
thermal expansion, release fluoride and biological compatibility. The biological compatibility is studied and
analyzed through laboratory tests for verifying the new formulations of materials, as they are in constant de-
velopment. This article analyzes and discusses the biological compatibility of glass ionomer cements, as well
as the tests to examine the biocompatibility, besides reporting the importance of this property in the ionomeric
material.
Descriptors: Glass ionomer cements • Analysis • Biocompatible materials • Histocompatibility

****** Mestre e Doutoranda em Dentística Restauradora. Departamento de Odontologia Restauradora. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho -
UNESP, Araraquara- SP. E-mail: juboav@yahoo.com.br
****** Doutoranda em Dentística Restauradora. Departamento de Odontologia Restauradora. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- UNESP,
Araraquara-SP. E-mail: andiraribeiro@hotmail.com
****** Aluna de graduação. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- UNESP, Araraquara-SP. E-mail: acbecci@gmail.com
****** D outora em Dentística Restauradora. Departamento de Odontologia Restauradora. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP,
Araraquara- SP. E-mail: becarol.odonto@uol.com.br
****** P rofessora Doutora do Departamento de Patologia. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- UNESP, Araraquara-SP. E-mail: mrbolive@
gmail.com
****** P rofessor Doutor Livre-Docente do Departamento de Odontologia Restauradora. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- UNESP,
Araraquara-SP. E-mail: marceloferrarezi@foar.unesp.br

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INTRODUÇÃO mero de vidro. Para a formulação desse Boaventura JMC
Roberto AR
O cimento de ionômero de vidro re- cimento combinou-se o pó à base de vi-
Becci ACO
presenta um marco dentro da Odontolo- dro do cimento de silicato com o líquido Ribeiro BCI
gia, pois veio agregar propriedades físi- do cimento do policarboxilato, o ácido Oliveira MRB
cas e biológicas favoráveis que não eram poliacrílico (Wilson e Kent3, 1971, Wilson Andrade MF
obtidas com outros materiais (Mount1, e Kent4, 1972). Importância da
1999). O cimento de ionômero de vidro, O pó do cimento de ionômero de vi- biocompatibilidade
dro é um vidro de fluoraluminosilicato de novos materiais
em suas diversas formulações, trouxe um - revisão para
novo conceito à Odontologia, de não ser de cálcio e apresenta como componentes
o cimento de
um material apenas curativo, mas também básicos o óxido de silício, óxido de alumí- ionômero de vidro
preventivo à cárie dentária nio e fluoreto de cálcio. Magnésio e sódio
O uso dos cimentos odontológicos também são adicionados ao pó, porém
como materiais restauradores estéticos di- em quantidades menores (Knibbs5, 1987).
retos começou com o cimento de silicato, O líquido é uma solução aquosa de ácido
baseado na reação entre um pó composto poliacrilico. Ainda há a presença dos áci-
de vidro de silicato contendo fluoreto e de dos tartáricos adicionados para aumentar
um líquido, o ácido fosfórico. O cimento o tempo de trabalho do material (Nichol-
de silicato, como a maioria dos materiais son et al.6, 1988), e o ácido itacônico que
friáveis, é relativamente resistente à com- é incorporado ao líquido a fim de impedir
pressão, porém é pouco resistente à tração ou retardar a reação química dos ácidos,
após tomar presa. É um cimento irritante à quando armazenado. Em alguns produtos,
polpa e solúvel aos fluidos bucais, ocasio- o ácido poliacrílico é substituído pelo áci-
nando percolação na interface entre a res- do polimaleico (Nicholson7, 1998).
tauração e as paredes cavitárias. Apesar Diversos tipos e formulações do cimen-
disso, a resistência a cáries marginais dos to do ionômero de vidro foram desenvol-
dentes restaurados com os cimentos de si- vidos e pesquisas contínuas abriram cami-
licato é única, devido a sua propriedade nhos para o aprimoramento e melhora do
anticariogênica, representada pela libe- cimento. Inicialmente as partículas vítreas •• 43 ••
ração do fluoreto ao meio bucal (Shen2, do ionômero estavam no pó e os com-
2003). ponentes ácidos no líquido, dificultando
Na busca de um agente cimentante a espatulação e o tempo de presa que se
adesivo, que pudesse aderir fortemen- tornavam longos (Walls8, 1986). Assim,
te à estrutura dentária, desenvolveu-se o foi desenvolvido o sistema anidro com a
cimento de policarboxilato de zinco, for- ideia de controlar melhor a proporção en-
mado de um pó composto de óxido de tre o pó e o líquido em que o ácido do
zinco e um líquido, uma solução aquosa cimento convencional foi seco a vácuo e
de ácido poliacrílico ou copolímero do misturado ao pó de vidro, e o líquido pas-
ácido itacônico. Apresenta características sou a ser água destilada ou uma solução
satisfatórias como compatibilidade com a aquosa de ácido tartárico. Nesta última
polpa e a união com a estrutura dentária. apresentação, o componente ácido está
Como desvantagens, o cimento apresenta incorporado ao pó (Mount1, 1999, Walls8,
um curto tempo de trabalho e uma limi- 1986, Smith9, 1990, Atkinson e Pearson10,
tada capacidade de liberação de fluoreto 1985).
(Shen2, 2003). Visando uma maior resistência final do
Associando as qualidades do cimento cimento de ionômero de vidro, em 1985,
de silicato, no que se refere à liberação McLean e Gasser11 (1985) incluíram par-
de fluoreto e baixa alteração dimensio- tículas de prata ao pó do ionômero de vi-
nal, com as boas qualidades do cimento dro (Cermet), desenvolvendo um material
de policarboxilato de zinco em relação mais radiopaco. Porém foi constatado que
à adesividade à estrutura dentária e bio- a liberação de fluoreto e adesão ficavam
compatibilidade, Wilson e Kent3 (1971) comprometidas (Croll12, 1990, Vieira et Rev. Odontol.
Univ. Cid. São
desenvolveram um novo cimento híbrido, al.13, 2006). Com a finalidade de obter um Paulo
que foi denominado de cimento de ionô- cimento com melhores características de 2012; 24(1): 42-
trabalho, melhor resistência e estética, o 50, jan-abr
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Boaventura JMC cimento de ionômero de vidro modifica- que o ácido polialcenoico é razoavelmen-
Roberto AR
do por resina foi desenvolvido e seu dife- te um ácido fraco inicialmente e torna-se
Becci ACO
Ribeiro BCI rencial foi a incorporação de monômeros mais fraco com o passar do tempo. Tam-
Oliveira MRB resinosos na fórmula original do ionômero bém, devido ao alto peso molecular do
Andrade MF (Vieira et al.13, 2006, Federation Dentaire líquido e do entrelaçamento de suas ca-
Importância da International14, 1987). deias, o mesmo não é capaz de penetrar a
biocompatibilidade Assim, os cimentos de ionômero de dentina facilmente.
de novos materiais vidro podem ser quimicamente ativa- Quanto à avaliação biológica dos ci-
- revisão para
dos, cuja polimerização se dá através de mentos de ionômero de vidro, diversos
o cimento de
ionômero de vidro uma reação do tipo ácido/base, e os fo- autores, como Wilson e Kent3, 1971,
topolimerizados, que possuem uma dupla Kawahara et al.16, 1979, Yakushiji et al.23,
polimerização, cuja reação ácido/base 1979, Navarro et al.24, 1988, Pameijer et
inicia-se com a mistura do pó ao líquido, al.25, 1981, consideraram o material to-
ocorrendo de forma vagarosa até que o lerante ou não irritante à polpa. É citado
mecanismo de fotopolimerização seja ini- como sendo menos irritante que as resi-
ciado, fazendo com que a reação ocorra nas compostas (Yakushiji et al.23, 1979)
de forma mais rápida. Há ainda aqueles e o cimento de fosfato de zinco (Zmener
que apresentam uma tripla polimerização, e Dominguez26, 1983). Em 1986, Ucok27
que, além de ocorrer na reação ácido/base observou que o cimento de silicato causa-
e na fotopolimerização por luz halógena, va grande inflamação, o cimento de óxido
a polimerização também acontece na au- de zinco e eugenol, uma inflamação míni-
sência de luz (Costa et al.15, 1996). ma e o ionômero de vidro ASPA uma rea-
De acordo com Wilson e Kent4, 1972, ção intermediária. Pameijer et al.25 (1981)
Kawahara et al.16, 1979, os cimentos iono- estudaram esses três cimentos e concluí-
méricos podem ser utilizados para restau- ram que somente o cimento de silicato
ração, cimentação e selamento de fóssulas causou reação preocupante.
e fissuras. Além disso, são também empre- É necessário, então, que todo material
•• 44 •• gados para núcleos de preenchimento em de uso odontológico seja bem tolerado pe-
restaurações indiretas e material de base los tecidos animais. Para isso a American
e forramento, pois possuem um efeito iso- Dental Association28 (1972) e a Federation
lante em relação às alterações térmicas do Dentaire International29 (1980) estabelece-
meio bucal, além de atuarem como agen- ram um padrão de pesquisa adaptado às
tes antibacterianos (Vieira et al.13, 2006). A necessidades de cada pesquisador, e que,
popularidade do cimento de ionômero de primeiramente, as pesquisas teriam que
vidro se evidenciou devido a suas proprie- ser feitas em animais de laboratório, para
dades biologicamente favoráveis, pois, depois serem realizados testes finais em
apesar de possuir um comportamento es- seres humanos.
tético insatisfatório e uma solubilidade ini- Os cimentos de ionômero de vidro so-
cial crítica, tem vantagens como adesão freram uma série de desenvolvimento, e
química à estrutura dentária, liberação de novas pesquisas têm sido realizadas para
fluoreto para o meio bucal, coeficiente de melhorar as propriedades dos cimentos
expansão térmica semelhante à estrutura de ionômero de vidro convencionais de
dentária e biocompatibilidade (Mount1, formulações, usando outros métodos de
1999, Croll12, 1990, Vieira et al.13, 2006, preparo. Pesquisadores (Bertolini et al.30,
Kawahara et al.16, 1979, Carvalho et al.17, 2009, Bertolini et al.31, 2008, Bertolini et
1990, Chain18, 1990, Mount19, 1994, Par- al.32, 2005, Bertolini et al.33, 2005, Bertoli-
adella20, 2004). ni et al.34, 2004) fizeram um estudo modi-
Quando esses cimentos foram desen- ficando o convencional silicato de alumí-
volvidos, McLean e Wilson21 (1974) su- nio do cimento de ionômero de vidro pela
geriram, então, que era improvável serem adição de nióbio enriquecido de flúor e
Rev. Odontol. irritantes à polpa ou tecidos moles e expe- cálcio, e estudaram as propriedades dos
Univ. Cid. São riências clínicas suportaram tal hipótese. cimentos de ionômero de vidro obtidos.
Paulo
2012; 24(1): 42- Subsequentemente, os mesmos autores, A adição de nióbio tem como finalidade
50, jan-abr em Wilson e McLean22 (1988), notaram melhorar a resistência química do ionô-
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mero de vidro, impedindo que o cimen- do nível de pesquisa tem como finalidade Boaventura JMC
Roberto AR
to seja degradado pelas alterações do pH testar os materiais em dentes de animais,
Becci ACO
da boca, além de promover melhoria nas como ratos, cachorros e macacos. O ter- Ribeiro BCI
propriedades mecânicas. Além da adição ceiro nível de pesquisa consiste em utili- Oliveira MRB
de nióbio, esse novo cimento é fabrica- zar os materiais em dentes de seres huma- Andrade MF
do pelo método Sol-Gel, que consiste em nos (Oliveira35, 2000). Importância da
uma distribuição homogênea das partícu- Através dessas avaliações biológicas, biocompatibilidade
las do material a uma menor temperatura diversos autores estudaram a biocompa- de novos materiais
- revisão para
e, consequentemente, tem-se um material tibilidade de cimentos de ionômero de
o cimento de
mais estável, diferentemente de outros ci- vidro, em diversos níveis de pesquisas. ionômero de vidro
mentos fabricados pelo método de fusão Salgado et al.36 (1994) estudaram a bio-
de óxidos, a uma temperatura que varia compatibilidade do cimento ionomérico
entre 1200 – 1500 ºC, ocasionando perda para forramento (Vidrion F SS White) em
de fluoreto. Assim, é de grande interesse o tecido conjuntivo subcutâneo de ratos e
início de estudos sobre o comportamento notaram que esse material foi bem tolera-
desse novo material, ainda em fase expe- do pelos tecidos orgânicos, não provocan-
rimental. do reações adversas, senão o seu encapsu-
Há uma preocupação geral na maio- lamento por fibras colágenas. Assim, esse
ria dos países avançados quanto aos pos- material pode ser usado em contato direto
síveis efeitos adversos provenientes dos com a dentina, por ser biocompatível.
materiais que entram no mercado odon- Outros estudos, como o de Costa et
tológico sem serem submetidos a um pro- al. (1996), avaliaram a compatibilidade
15

grama rigoroso e extenso de testes labora- biológica do ionômero de vidro fotopo-


toriais. Nessas condições, novos materiais limerizável Vitremer (3M ESPE) sobre a
podem, assim, chegar ao mercado e ao dentina e polpa em dentes de ratos, e ob-
paciente, sendo mais prejudiciais que be- servaram que esse material apresentou-se
néficos. Felizmente, no momento se dá como um irritante discreto do complexo
a necessária e obrigatória importância dentinopulpar, quando aplicado em ca- •• 45 ••
aos testes biológicos, não se conceben- vidades médias. Alguns autores (Suzuki
do comportamentos empíricos e relapsos, e Jordan37, 1990, Aranha et al.38, 2006)
sendo possível fazer-se nos laboratórios relataram que a presença do componen-
especializados das Universidades uma te resinoso nos ionômeros de vidro pode
avaliação racional quanto aos aspectos promover irritação do complexo dentino-
reacionais dos medicamentos e materiais pulpar, mesmo quando aplicado em cavi-
odontológicos (Oliveira35, 2000). dades médias, porque já é conhecido que
Uma avaliação biológica completa dos a resina composta foto ou quimicamente
materiais dentários deve incluir três níveis ativada é um material mais citotóxico do
de pesquisa, que são os testes pré-clínicos que o ionômero de vidro. A partir disso,
em animais e “in vitro”, testes em animais diversos estudos avaliaram a citotoxida-
“in situ” e largos ensaios em humanos de e biocompatibilidade dos ionômeros
(Oliveira35, 2000). de vidro (Costa et al.15, 1996, Aranha et
O primeiro nível consiste numa série al.38, 2006, de Souza Costa et al.39, 2003,
de testes pré-clínicos em animais e “in Mount40, 1998, Souza et al.41, 2006). Tra-
vitro”, e essa etapa é considerada como balhos recentes mostraram que o cimen-
fator discriminante de toxidez. Entretan- to de ionômero de vidro modificado por
to, são necessários certos tipos de testes resina Vitrebond (3M ESPE), o qual é re-
e estudos especiais, na dependência das comendado especificamente para forra-
características e do uso a que se propõe o mento cavitário, apresenta intenso efei-
material testado. Incluem-se aqui os testes to citotóxico sobre células de linhagem
de implantes em conjuntivo subcutâneo, odontoblástica em cultura (Aranha et al.38,
ósseo e de cultura de células, ou seja, tes- 2006, de Souza Costa et al.39, 2003, Souza Rev. Odontol.
Univ. Cid. São
tes que permitem seguro e razoável con- et al.41, 2006). Esse mesmo material, em Paulo
trole e, por vezes, precisa determinação estudo in vivo, quando aplicado sobre a 2012; 24(1): 42-
da toxidez de vários materiais. O segun- dentina, causou irritação reduzida para 50, jan-abr
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Boaventura JMC o tecido pulpar (Coimbra et al.42, 2006). pesquisas está baseada fundamentalmen-
Roberto AR
Coimbra et al.42 (2006) analisaram o com- te no quadro reacional de tecido, dando
Becci ACO
Ribeiro BCI portamento de células de linhagem odon- ênfase às características de evolução por
Oliveira MRB toblástica MDPC-23, quando expostas aos colagenização da cápsula, infiltrado in-
Andrade MF produtos liberados pelos materiais iono- flamatório e ação macrofágica, analisadas
Importância da méricos de forma convencional (Ketac Fil por meio de uma avaliação subjetiva qua-
biocompatibilidade Plus – 3M/ESPE) e modificados por resina litativa e quantificada.
de novos materiais (Fuji II LC – GC), e, dentro das condições Os trabalhos de Wilson e Kent3, 1971,
- revisão para
experimentais, concluíram que os mate- Wilson e Kent4, 1972, Kawahara et al.16,
o cimento de
ionômero de vidro riais ionoméricos avaliados apresentaram 1979, Yakushiji et al.23, 1979, Tobias et
baixo efeito citotóxico. al.47, 1978, mostraram que o material é
O propósito deste trabalho foi revisar e biocompatível. Assim, Yakushiji et al.23
discutir os principais tópicos relacionados discordaram de Tobias et al.47 e Kawahara
à compatibilidade biológica do cimento et al.16 , que concluíram ser os cimentos
de ionômero de vidro. de ionômero de vidro similares aos cimen-
tos de policarboxilato. Pameijer et al.25 e
REVISÃO E DISCUSSÃO Walls8 observaram que, no estágio inicial,
Quando Wilson e Kent3 (1971), Wil- o cimento de ionômero de vidro exibe um
son e Kent4 (1972) formularam o cimento certo efeito tóxico, provavelmente devido
de ionômero de vidro, a proposta inicial ao baixo pH desses materiais quando re-
foi unir as propriedades favoráveis do pó centemente preparados, que acaba dimi-
do cimento de silicato com a do líquido nuindo com o tempo.
do ácido poliacrílico do cimento de po- Autores como Walls8 (1986) concluí-
licarboxilato. Os autores citam que esse ram, em seus estudos, que, quando existe
novo cimento é menos irritante à polpa uma camada razoável de dentina rema-
dentária, uma vez que o ácido poliacrílico nescente entre a base da cavidade e os
é mais fraco que o ácido fosfórico, já as tecidos pulpares, nenhum forramento da
•• 46 •• grandes moléculas do ácido poliacrílico cavidade dentária se faz necessário, mas,
mostram menor tendência a se difundirem assim como Walls, outros autores (Vieira
ao longo dos túbulos dentinários do que as et al.13, 2006, Costa et al.15, 1996, Tobias
moléculas menores do ácido fosfórico. Ao et al.47, 1978, Plant et al.48, 1984) reco-
descreverem as propriedades do cimento mendam que um material menos irritante
de ionômero de vidro em 1971 e 1972, deva ser usado para forramento, como o
Wilson e Kent3,4 caracterizaram esse novo cimento de hidróxido de cálcio, quando
cimento como biocompatível. a base da cavidade for próxima à polpa.
Como todo material que é novo no Os cimentos de ionômero de vidro fo-
mercado odontológico apresenta ca- ram formulados inicialmente como mate-
racterísticas satisfatórias, muitos autores riais para restauração e, posteriormente,
foram motivados a estudarem suas pro- modificados de acordo com as necessida-
priedades físicas e biológicas (Kawahara des clínicas como materiais para cimenta-
et al.16, 1979, Chain18, 1990, Pameijer et ção e forramento cavitário. Segundo Wil-
al.25, 1981, Salgado et al.36, 1994, Costa et son e Kent4 , o cimento de ionômero de
al.43, 2003, Golin et al.44, 1992, Scuoteg- vidro representa um avanço em direção a
uazza45, 1994, Six et al.46, 2000). um material biocompatível e está situado
Diversas técnicas têm sido empregadas entre os cimentos que proporcionam irri-
para testar comparativamente a compati- tação mínima, pois contém na sua fórmu-
bilidade biológica do cimento de ionôme- la polímeros recém-formados em vez de
ro de vidro. Dentre elas, as que se baseiam monômeros.
na reação de tecido conjuntivo subcutâ- Plant et al.48 1994, Uçok27 1986, Croll e
neo de ratos foram utilizadas por inúme- Phillips49 1986, Zytkievitz e Piazza50 1988,
Rev. Odontol. ros pesquisadores como mostram Salgado observaram que o cimento de ionômero
Univ. Cid. São de vidro apresentava uma inflamação pul-
Paulo
et al.36, 1994, Golin et al.44, 1992, Scuo-
2012; 24(1): 42- teguazza45, 1994. A metodologia dessas par inicial e concluíram que é necessário
50, jan-abr colocar uma fina camada de hidróxido de
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cálcio em regiões mais profundas da den- mero de vidro obtido a partir de vidro sin- Boaventura JMC
Roberto AR
tina. Crol e Phillips49 e Walls8 sugeriram o tetizado por um  processo  químico, apre-
Becci ACO
uso de uma camada de hidróxido de cál- sentou propriedades similares às de um Ribeiro BCI
cio como forramento, quando a base da cimento disponível comercialmente. No Oliveira MRB
cavidade estiver próxima à polpa. Navar- entanto, o material experimental necessi- Andrade MF
ro et al.24 (1988) ressaltaram a importância ta de mais estudos para a caracterização Importância da
de cuidados necessários para um desem- visando suas aplicações em Odontolo- biocompatibilidade
penho mais favorável do material, como gia. Dentro das limitações experimentais de novos materiais
- revisão para
proporção e manipulação adequada do de recomendação ISO para testes in vivo
o cimento de
material, proteção pulpar com base de de materiais odontológicos, não se pode ionômero de vidro
hidróxido de cálcio em regiões próximas permitir que extrapolem de forma direta
à polpa e técnica de restauração ou ci- os resultados para as situações clínicas, e
mentação criteriosa. Navarro e Pascoto51 os procedimentos clínicos em Odontolo-
(1998) também relatam que é necessário gia devem estar baseados em evidências
conhecer as propriedades, as característi- científicas.
cas de manipulação, bem como suas in- Pelo exposto, observa-se a necessidade
dicações e contraindicações e que isso é de pesquisas com relação à biocompati-
imprescindível para que se obtenham os bilidade referentes aos cimentos de ionô-
melhores resultados com o material. mero de vidro forradores comerciais, bem
Já Mount52 (1994) afirma que o cimen- como às novas formulações, pois qual-
to de ionômero de vidro, pela sua união quer cimento ou material novo, que se
iônica com a estrutura dental, será um se- encontra em fase experimental, necessita
lante ideal para a cavidade, prevenindo o ser comprovado em seu grau de toxicida-
ingresso de nutrientes bacterianos e redu- de, primeiramente em tecido conjuntivo
zindo qualquer um que possa estar pre- subcutâneo de ratos, para depois alcançar
sente numa forma esporulada. Dessa for- níveis II e III, sendo este último realizado
ma, o cimento de ionômero de vidro pode em dentes humanos.
ser colocado em íntima proximidade com •• 47 ••
a polpa, sem o risco de desenvolver uma CONCLUSÕES
inflamação pulpar irreversível, e a coloca- 1 - Novos materiais necessitam de tes-
ção de um subforramento adicional sob tes in vivo em animais e in vitro para se
esse cimento não é justificável. avaliar a biocompatibilidade, para depois
A discreta reação pulpar ao ácido po- serem avaliados em humanos.
liacrílico pode ser atribuída ao fato do áci- 2 - O cimento de ionômero de vidro
do poliacrílico e ácidos afins serem ácidos apresenta uma inflamação pulpar inicial
orgânicos de baixa intensidade, e também e em regiões mais profundas da dentina,
pela difusão dos poliácidos através dos próximas à polpa. É necessário colocar
tecidos e dos canalículos dentinários de- uma fina camada de hidróxido de cálcio.
vido ao seu alto peso molecular, acresci- 3 - O cimento de ionômero de vidro
do da capacidade de combinar e unir-se à representa um avanço em direção a um
estrutura dentinária (Zytkievitz e Piazza50, material biocompatível e está situado en-
1988). tre os cimentos que proporcionam irrita-
Os cimentos de ionômero de vidro qui- ção mínima.
micamente ou fotoativados são utilizados 4 – A formulação de cimentos à base
para várias aplicações dentárias como de ionômero de vidro deve apresentar não
materiais restauradores, de cimentação ou somente adequadas propriedades físicas e
materiais forradores. De acordo com Ber- mecânicas, como também biocompatibi-
tolini et al.31-33, Bauer e Al-Rubayi53, 1987, lidade.
Swartz et al.54, 1984, o cimento de ionô-

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