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ANÁLISE SOBRE O LIVRO

O DESENVOLVIMENTO NATURAL DA IGREJA


DE CHRISTIAN SCHWARZ
Editora Evangélica Esperança, 3ª Edição – 2010

...revisado por DELMIRO FILHO


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INTRODUÇÃO

Este trabalho concentra uma análise sobre o livro “O Desenvolvimento Natural da


Igreja” de Christian Schwarz. Sendo ele dividido em duas partes. A primeira, maior,
se trata de um resumo introdutório que apresenta o livro e as ideias centrais do autor.
Na segunda parte ocorre uma avaliação pessoal que fiz sobre o livro.
Neste livro percebemos alguns paradigmas, que sempre tivemos e precisarão ser
demolidos e demovidos. Coisas como: entender que o homem deve fazer
imutavelmente a sua tarefa de cuidar da Igreja de Cristo e isso é radicalmente
imposto, porém da mesma forma o homem deve se abster de querer dar o
crescimento, pois essa é tarefa divina, e não cabe a criatura alguma jamais dar
crescimento à própria criatura. O homem nunca poderá dar crescimento a outro
homem, planta, ou qualquer outro organismo criado por Deus, no máximo conseguirá
limpá-la, tirando os possíveis obstáculos ao seu desenvolvimento natural, porém
nunca desenvolver por ela o seu metabolismo.
Neste livro, o autor, apresenta três prismas nos quais vemos a importância deste
trabalho para ajuda às igrejas nos dias atuais, quando oramos em busca de
crescimento. Deus nos dá o crescimento pela frutificação. Primeiro destaco o
sacerdócio universal dos crentes, sempre foi o desejo do Senhor ter um reino de
sacerdotes. Segundo, o crescimento e a maturidade espiritual dos crentes pelo
exercício dos dons e os vários ministérios nos quais Deus coloca-nos para
cooperarmos com ele na igreja. E, por fim, a edificação da igreja como corpo de
Cristo, que é o alvo de Deus, através do crescimento numérico, expansão do reino e a
prática do amor fraternal como algo fundamental na igreja.
O Senhor Jesus ordenou ao homem que observasse os lírios do campo, percebesse
minuciosamente como eles crescem, para que o homem visse quão formoso é o
crescimento que Ele dá e ao homem cabe apenas observar. Por isso o autor, Christian
Schwarz, opõe-se a técnicas mirabolantes e receitas tecnocráticas, como também a
espiritualização de todas as coisas, até mesmo do que é humano.
O autor afirma conclusivamente que nenhuma igreja que cresce, mesmo que,
maravilhosamente, pode ter uma teoria de crescimento de igreja, pois com ela
simplesmente aconteceu porque Deus executou a “Sua teoria”, e especialmente para
aquela igreja, não significando que a partir de então tudo o que foi feito naquela
igreja, deva ser repetido, então se alcançará o mesmo efeito. Longe disso! 
Para encontrar princípios universais de desenvolvimento foi e é necessário observar e
analisar igrejas, usando padrões científicos. E para se chegar a conclusões científicas
significativas, se fez necessário pesquisar 5.000 igrejas em todos os continentes.
Como resultado da pesquisa e através de um índice de qualidade e quantidade
concluiu-se que existem quatro categorias de igrejas: A) Igrejas com qualidade acima
da média com crescimento na frequência das reuniões (10% ao ano). B) Igrejas com
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qualidade acima da média, mas com diminuição na frequência das reuniões. C)
Igrejas com qualidade abaixo da média com diminuição do número de membros. D)
Igrejas com qualidade abaixo da média, mas com crescimento do número de
membros.

PARTE I
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AS IDEIAS CENTRAIS DO AUTOR

I. DESENVOLVIMENTO NATURAL DA IGREJA

Do ponto de vista de Deus todos os meios para a edificação da igreja estão à


disposição já há tempo. O problema consiste em não usarem-se os meios que Deus
dá. Tenta-se empurrar e puxar o carro com forças próprias.
O desenvolvimento é natural porque aprendemos por meio da natureza, da criação e
isso é aprender com Deus. Quando se fala de desenvolvimento natural da igreja, não
se trata do conhecimento de Deus, mas do conhecimento de princípios de edificação
da igreja. E, nesse contexto, se basear nos princípios da criação é legítimo e
recomendável.
Percebe-se aqui que a chave é o “potencial natural” que é a capacidade inerente de
um organismo ou de uma espécie de se multiplicar e se reproduzir por si mesma. Esse
é um princípio que o próprio Deus como criador colocou na natureza.
A diferença entre o potencial natural e o crescimento que ocorre nos campos naturais
quando nos laboratórios, é chamado pela ecologia de “resistência do ambiente”. O
que interessa não é produzir o crescimento e multiplicação, mas reduzir ao máximo a
resistência do ambiente. Aí, então, o crescimento acontece por si mesmo.
O mesmo princípio vale para o desenvolvimento de igreja. A tarefa não é produzir
crescimento de igreja, mas liberar o potencial natural que Deus já colocou na igreja.
O Desenvolvimento natural da igreja é a liberação dos processos automáticos de
crescimento com os quais Deus edifica a sua igreja. Assim a igreja que cresce, cresce
automaticamente de forma natural.

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Três termos chave para esclarecer melhor a diferença entre desenvolvimento natural
da igreja e os procedimentos predominantes na igreja hoje são: primeiro: o modelo
tecnocrático, nele instituições, programas e métodos são supervalorizados; segundo: o
modelo da espiritualização, nele instituições, programas e métodos são
menosprezados; e terceiro: o modelo natural, neste a proposta teológica é o
fundamento para o desenvolvimento natural da igreja.

II. OITO MARCAS DE QUALIDADE

O desenvolvimento natural da igreja baseia-se em princípios. E aprender de igrejas


que crescem significa observar de perto a sua prática do ponto de vista de princípios
universais. Existe uma diferença entre princípios e modelos, embora pareçam se
confundir estes conceitos o autor traz uma distinção bastante relevante. Princípios são
valores universais que estão presentes em toda a Igreja de Cristo, independente da
localização geográfica, ou qualquer outro fator, enquanto que modelo é um molde
arbitrário de valores convencionados e não divinos, que se deva seguir, é uma
imitação dos procedimentos, quando princípios, se baseiam nos valores.
Este livro para ser escrito teve subsídio de uma pesquisa bastante extensa e exaustiva,
exatamente para não cometer o mesmo erro cíclico sempre repetido nos estudos de
crescimento da Igreja, mas para que em todos eles, pudesse detectar, quais seriam os
erros legitimamente comuns.
Sendo assim, fica comprovada, a pluralidade de modelos, e a singularidade de
princípios, então, estes seriam os prováveis princípios que se devam realmente seguir.
Ao invés de se estar vendendo receitas mirabolantes de uma igreja tentando se inserir
em outra, deve-se captar quais os valores universais (divinos), que precisam estar
presentes quando se almeja ver uma igreja crescer.

1ª Marca – Liderança Capacitadora


A pesquisa comprovou que os líderes de igrejas que crescem, possuem estilo de
liderança um pouco mais orientado para relacionamentos, um pouco mais
preocupados com pessoas. Os líderes de igrejas que crescem concentram os seus
esforços em capacitar outras pessoas para o ministério. Líderes que se veem como
instrumentos para capacitar outros cristãos e levá-los à maturidade espiritual,
descobrem como esse aspecto leva “por si mesmo” ao crescimento.
O estilo de liderança certamente é um profundo e decisivo ponto no desempenho da
igreja. Separaram-se as igrejas neste caso em três tipos: as igrejas direcionadas para
relacionamentos, objetivos, e trabalho em parceria. Destas as de maiores significância
são as igrejas que seus líderes preparam outros líderes e assim trabalham com mais
crescimento sendo então trabalhado, tanto os objetivos, como os relacionamentos. 
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2ª Marca – Ministérios Orientados Pelos Dons
Depois da liderança, um dos fatores de maior relevância no desenvolvimento de uma
igreja é o dom reconhecido e desenvolvido. Nas pesquisas do Instituto, as igrejas
crescem à medida que as pessoas exercem ministérios compatíveis com seus dons.
Estas pessoas afirmam que se sentem mais felizes exercendo-os. Não é apenas saber
quem tem dom disso ou aquilo, porém, foi detectado nas pesquisas que, os dons
destas pessoas igualmente receberam incentivos e desenvolveram ao tempo que
recebiam treinamento.
À medida que cristãos vivem de acordo com os seus dons espirituais, eles não
trabalham pelas próprias forças, mas o Espírito de Deus trabalha neles.
Efésios 4:11-12 Romanos 12:6-8 1ª Coríntios 12:8-10 1ª Coríntios 12:28- 1ª Pedro 4:9-11; 5:2
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Apóstolos Apóstolos
Profetas Profetas (profecia) Profetas (profecia) Profetas (profetizar) Falar (profetizar)
Evangelistas
Pastores Presidir Palavra da sabedoria Governos Pastores (Presbíteros)
Mestres Ensinar Palavra da Ciência Mestres
Ministério (diaconia) Ministério (diaconia) Servir (diaconia)
Exortar
Contribuir (ofertar)
Exercer misericórdia Socorros Hospitalidade
Fé operante
Dons de Curar Dons de Curar
Operação de Milagres Operação de Milagres
Discernimento de Espírito
Variedades de línguas Variedades de línguas
Interpretação de línguas Interpretação de línguas

3ª Marca – Espiritualidade Contagiante


A terceira marca que Christian Schwarz aplica como responsável por um crescimento
natural da igreja é a espiritualidade e o entusiasmo pelo trabalho daquela
comunidade, isso é realmente contagioso para os de fora. Muitos procuram entender e
acabam por ser atraídos por alguém que tem uma fé relevante a ponto de contagiar
seus colegas e todos que lhe cercam.
A espiritualidade dos cristãos depende, na verdade, se os crentes de uma determinada
igreja vivem a sua fé com dedicação, paixão e entusiasmo. Esse era o viver no
princípio, como mostra o livro de Atos dos Apóstolos quando diz que todos os que
creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Perseveravam unânimes no templo,
partiam o pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza
de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto
isso lhes acrescentava o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.

4ª Marca – Estruturas Funcionais


Mesmo que as igrejas sejam tão distintas enquanto denominações e formas de
constituição, existem elementos básicos que caracterizam igrejas de alta qualidade no
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mundo todo. Trata-se da elaboração de estruturas que possibilitam uma multiplicação
constante do trabalho.
Ter ministros no máximo de atividades específicas possíveis é a marca de uma
estrutura funcional e que por fim é esta característica de crescimento saudável e
natural de qualquer ministério, crescer a partir do desenvolvimento de líderes que
Deus faz surgir. Enquanto que o fator contrário a este, é um tradicionalismo
exacerbado. Este fenômeno traz em si características próprias de inércia e morbidez,
não de ensinamentos ou valores divinos, mas de formas arcaicas, que fazem com que
os seus membros, busquem outras formas mais arejadas e empolgantes de servir a
Deus.

5ª Marca – Culto Inspirador (Reuniões Avivadas)


Quanto ao aspecto do culto, fator que realmente importa é se o culto é uma
experiência inspiradora (no sentido de inspiração que vem do Espírito de Deus). A
questão de contextualizar acima do devido causa em deformação, por isso o autor
chama a atenção do desejo de se buscar agradar demasiadamente o visitante quando
na verdade isso é um grande risco de distorção de valores e não tem muito haver com
o crescimento natural da igreja. Em contraponto a isso vemos que uma reunião
realizada com inspiração, consequentemente vai dar a verdadeira impressão do que
seja uma igreja, certamente atraindo o visitante.

6ª Marca – Grupos Familiares Pequenos


Se um dos princípios estudados deve ser considerado “o mais importante”, então é,
sem dúvida, a multiplicação dos pequenos grupos. Grupos familiares são
sustentadores do desenvolvimento da igreja. Certamente a coisa mais importante no
crescimento de igrejas se assim podemos dizer, são os pequenos grupos. Estes tiram
da igreja que cresce um dos maiores problemas possíveis, que é a diminuição de
contato horizontal, fazendo com que os relacionamentos sejam cada dia mais
superficiais. Então em pequenos grupos a vida elementar e necessária da igreja cristã,
é fortemente desenvolvida, desenvolvendo contato profundo e comprometimento
mutuo, fomentando uma troca de vida, o que é divino e cristão.

7ª Marca – Evangelização Orientada Para as Necessidades


A pesquisa mostra que em igrejas com índice elevado de qualidade a liderança da
igreja conhece aqueles que têm o dom do evangelismo e os estimula e encaminha
para o seu ministério. A afirmação bastante contundente nessa marca de qualidade é a
que se opõe a tão famosa afirmação de que cada crente tem o dom da evangelização.
Realmente esta afirmação não traz uma forte base bíblica, mas sim na igreja Deus
realmente separou alguns com este dom, o que é interessante que o líder da igreja
saiba exatamente quem são os que são assim chamados por Deus. O fato do

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conhecimento das pessoas com dom reconhecido na igreja e neste caso o dom do
evangelismo é fundamental para a qualidade da vida da igreja.
 

8ª Marca – Relacionamentos Marcados Pelo Amor Fraternal


Existe uma correspondência altíssima entre a capacidade de amar de uma igreja e o
seu potencial de crescimento. Isso implica no tempo de relacionamento fora das
programações da igreja. É comprovado que um dos fatores nítidos a uma igreja que
cresce saudavelmente e tem qualidade de vida, são igrejas que têm um
relacionamento horizontal muito forte no seu dia a dia, não se reduzindo a contato nas
grandes reuniões, mas sim aqueles que sinceramente têm um relacionamento
profundamente informal entre os irmãos. Onde se desenvolve este tipo de
relacionamento então se melhora a qualidade de vida de uma igreja, pois estes
promovem o verdadeiro exercício do amor fraternal.
Nenhuma Marca de qualidade pode faltar
Segundo o autor estas marcas são realmente legítimas e verdadeiras, o êxito de uma
igreja não está em atender algumas destas demandas, porém, suprir a todas elas sem
exceção. O fato de alguém querer retratar-se quanto a estes valores o autor
menospreza-os totalmente.
O real desafio da pesquisa foi desenvolver um procedimento que pudesse medir e
comparar empiricamente as oito marcas de qualidade através de dois critérios: 1) As
perguntas deveriam estar em correspondência empiricamente comprovada com outras
perguntas da mesma escala. 2) As perguntas deveriam estar em correspondência
comprovadamente positiva com o crescimento quantitativo da igreja.
Em cada país pesquisado os dados encontrados foram fixados em 50, como valor
médio. O resultado da pesquisa foi que igrejas que crescem estão significativamente
acima do valor de qualidade em todos os oito campos, enquanto as igrejas que estão
em declínio numérico se encontram abaixo do valor médio de qualidade. O ponto
crucial dessa pesquisa é que não há fator que por si só possa provocar o crescimento
de uma igreja, mas sim a ação conjunta dos oito elementos.
Com base nos dados coletados, é possível demonstrar empiricamente, pela primeira
vez, as seguintes três teses: 1. Igrejas que crescem se diferenciam estatisticamente, de
forma significativa, em todos os oito campos. 2. Existem igrejas que crescem
numericamente e que têm um índice de qualidade abaixo da média. 3. Para uma
regra, no entanto, não há uma única exceção: Toda igreja na qual o índice de
qualidade em todas as marcas de qualidade está acima de 56 é, sem exceção alguma,
uma igreja que cresce numericamente. Existe, portanto, um valor qualitativo
comprovável estatisticamente, que sempre leva uma igreja ao crescimento. Esse
resultado é, possivelmente, a descoberta mais espetacular dessa pesquisa.

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III. O FATOR MÍNIMO

A estratégia do fator mínimo parte do ponto de que as marcas de qualidade menos


desenvolvidas de uma igreja são as que mais bloqueiam o seu crescimento. Ou seja,
se energias forem concentradas, principalmente nos fatores mínimos pode-se esperar
que isso, por si só, já trará desdobramentos positivos sobre o crescimento da igreja
como um todo.
Quando em seu livro o autor faz uma ilustração de um barril feito de tábuas ele
correlaciona cada tábua com uma fatia das muitas atividades que perfazem a
qualidade de uma igreja. Só que quando todas as tábuas estão amarradas formando
um barril, uma destas tábuas está de tamanho menor, e quando este barril for cheio de
água, será impossível enchê-lo acima da medida da tábua menor, pois ai transbordará.

Assim mesmo é o crescimento de uma igreja que é muito boa em muitos pontos
(máximo), porém, se num só ponto ela for fraca (mínimo), sua qualidade será aferida,
pelo fator mínimo.
Nesta situação tem-se ouvido que as igrejas se empolgam a concentrar suas forças,
naquilo que a faz muito boa (máximo), contudo é infantil tal atitude, uma vez que se

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deve pleitear a diminuição urgente do desequilíbrio, ao invés de esquecê-lo tentando
compensá-lo agindo noutro ponto já forte.
Muitas igrejas se debatem o quanto e de que forma devem avaliar o vetor de
crescimento delas, e na grande maioria se detém no tangível vetor da quantidade de
membros, o que o autor chama de crescimento numérico. Há muito tempo esta
discussão não tem sido muito consensual. Pois, as distorções feitas aos vários alvos e
suas considerações são confusas. Uns afirmam a qualidade, outros a quantidade,
contudo afirmamos que certamente, desprezando os exageros e extremismos, a
qualidade produz a quantidade, porém o contrário é improvável em setenta por cento
das igrejas que crescem que trabalham concentrando suas energias no equilíbrio das
marcas de qualidade definindo como padrão as marcas que estão acima da média das
demais marcas.
É claro que, salvo as exceções, as igrejas que mais se desenvolvem são as de pequeno
porte, isso não é uma informação aleatória, e sim, resultado de uma pesquisa, onde as
igrejas que tinham a cinco anos atrás 51 membros hoje têm 83 aproximadamente, e
igrejas com 330 membros na mesma data, hoje têm 355, isto dá uma prova de que,
uma igreja pequena cresce 63 % ao passo que uma igreja média cresce 7%.
IV. SEIS PRINCÍPIOS DA NATUREZA

Um modelo tecnocrático de crescimento de igreja está para o desenvolvimento


natural da igreja, assim como um robô está para um ser humano, assim como a
boneca está para uma criança de verdade. Existe certa semelhança, mas nada mais
que isso.
O homem em muitas vezes que interfere na natureza, surpreende-se com resultados
catastróficos, e isso muitas vezes decorre de uma inocente interferência na vida de
um ser ou de um sistema. As coisas de Deus são perfeitas e harmônicas, embora Deus
tenha outorgado poder de domínio sobre a natureza, o homem muitas vezes tem
confundido este domínio com: “fazer dela o que bem entender”, então as
consequências podem ser imensuráveis. Da mesma forma podemos compreender a
Igreja, que sendo divina e tendo por base a vida e o amor de Deus, é vítima muitas
vezes de tecnocracias, e teorias de resultados visíveis e numéricos, e muitas vezes o
fim tem sido trágico.
Primeiro princípio: Interdependência
O sistema de Deus para a igreja sempre foi de interdependência não havendo espaço
para células independentes, o livro em análise correlaciona a tentativa de
independência, com o crescimento do câncer, que embora se trate de um crescimento,
por ser totalmente ligado ao organismo, ou mata-o, ou é destruído.
Quando uma igreja trabalha em uma das oito marcas de qualidade, não só aumenta o
índice nessa área, mas aumenta os índices em todas as oito áreas. E essas

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consequências podem ser tanto positivas quanto negativas. O que importa é criar uma
forma de interdependência que possibilite a multiplicação contínua.
Segundo princípio: Multiplicação
A igreja se perpetua pela multiplicação. Uma igreja não deve ter por objetivo se
tornar uma “mega-igreja”, mas multiplicar-se continuamente. O princípio da
multiplicação influencia todas as áreas da vida da igreja. O verdadeiro fruto de um
grupo familiar não é mais um cristão, mas sim um novo grupo. O princípio de
crescimento tem como singularidade possuir um tempo específico e carregar consigo
todos os estágios do crescimento. O organismo não cresce indefinidamente, mas se
reproduz e assim, garante uma forma de crescimento que ultrapassa sua
individualidade.
Terceiro princípio: Transformação de energia
Esse princípio consiste em utilizar forças contrárias ao desenvolvimento da igreja, de
forma inteligente, fazendo com que seja útil a obra de Deus. A transformação de
forças na natureza é feita pelo homem a partir do seu saber. Deus na sua soberania e
poder também, sempre fez uso destas para o bem da sua obra, fatos como a
perseguição da igreja primitiva ou a do surfista que faz uso da colossal força das
ondas do mar para fazer manobras e se aproveitar divertidamente com pouquíssimo
esforço físico se comparado ao trabalho executado. Algo interessante é que o autor
mostra como envolver os novos convertidos ainda livres dos jargões e estereótipos
dos crentes na busca de alguns que ficaram do seu convívio.
Quarto princípio: Sustentabilidade
Esse princípio consiste em utilizar uma mesma energia em mais efeitos. Ou seja, num
mesmo programa, por exemplo, treinar líderes e ensinar outras pessoas. Na natureza
não há desperdício. As folhas de uma árvore se transformam em húmus e fornecem
nutrientes que contribuem com o crescimento da árvore da qual caíram. O modelo
que observamos no ministério de Jesus. O Senhor não tinha programas diferenciados
de ministério ao povo, por um lado e aperfeiçoamento de discípulos por outro. Ao
ministrar ao povo ele treinava os discípulos. Por meio desse treinamento em serviço é
possível alcançar uma qualidade de treinamento muito mais elevada e com esforço
menor. Os discípulos eram treinados e aperfeiçoados por meio das experiências do
dia-a-dia.
Quinto princípio: Simbiose
Esse princípio consiste na interdependência das diferentes “espécies” no trabalho.
Trata-se de diferentes rumando juntos e beneficiando-se tendo um mesmo objetivo. A
forma de proceder em muitas igrejas com os princípios do crescimento natural, na
maioria das vezes traz oposições fortes. O fato é que os paradigmas da igreja hoje
estão muito diferentes, do que realmente Deus quer. O imediatismo não permite que
esperemos pelo crescimento do Senhor, querendo-se em curto prazo, ver nossas

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reuniões repletas. Precisamos pensar no crescimento natural que Deus propõe a sua
Igreja.
Sexto princípio: Frutificação
Todo ser vivo da criação de Deus é caracterizado pela capacidade de produzir fruto.
Aqui é verificada a qualidade e a quantidade desses “frutos”. A não observância da
possibilidade de sobrecarga, por qualquer que seja a medida, assim como, uma tarefa
a ser exercida por alguém que não tem aquele dom, pode comprometer a vida deste
agente, como também o serviço delegado. Embora o frutificar é algo implícito a
qualquer ser com vida, ainda que seja o mais medíocre dos frutos, não servindo de
forma alguma para a alimentação, contudo o seu fruto é necessário para a reprodução.
A pessoa que refletir a fundo sobre os seis princípios naturais irá notar que, na
essência, podem ser reduzidos a um. Ou seja, a pergunta a ser feita é: “O que se pode
fazer para criar condições em que os processos automáticos de crescimento com que
Deus equipou a sua igreja possam ser liberados para agirem mais do que aconteceu
até agora?” E isso é pensar de acordo com os princípios da natureza.
Percebe-se então que o segredo das oito marcas de qualidade não está nos
substantivos (liderança, ministérios, espiritualidade, etc.), mas nos qualificativos
(capacitadora, orientados pelos dons, contagiante, etc.). O que realmente torna o
índice de qualidade de uma igreja elevado é ela conseguir liberar, em todas as áreas
de trabalho, os processos automáticos de crescimento dados por Deus. Isso é o
contrário do usual nas igrejas.

V. UM NOVO PARADIGMA

A lei da bipolaridade diz que uma reação sempre corresponde a uma ação. A relação
entre os polos libera um fluxo de energia que tem influência direta sobre o que é
chamado de “princípio da auto-organização”.
No conceito da bipolaridade o polo dinâmico e o polo estático estão em
correspondência entre si. Isso recebe amparo no Novo Testamento, onde os polos
coexistem e não se excluem mutuamente. 1ª Pedro 2:5, diz: “Vós também, como
pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer
sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” Efésios 2:21, confirma
dizendo: “No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no
Senhor.” Daí em Efésios 4:12, lemos: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para
a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.” E em 1ª Coríntios 3:9
afirma: “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício
de Deus.” (Edição Corrigida e Revisada Fiel)

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Há perigo, no entanto, de inclinação para algum lado. Esses perigos representam
tendências que inclinam ou para o lado espiritualizado ou para o tecnocrata. É como
se o desenvolvimento natural da igreja estivesse no centro, englobando o conceito
bipolar do polo dinâmico e do polo estático que coexistem como paradigma desse
desenvolvimento.  À esquerda estaria o dualismo, que prioriza a dinâmica e o separa
do seu contrapeso estático, perfazendo o paradigma da espiritualização. E à direita
estaria o monismo, priorizando o polo estático, absolutizando-o e tornando-o
simplesmente institucional, o que representa o paradigma tecnocrático.
Tanto tecnocratas quanto os defensores do paradigma da espiritualização não
conseguem compreender a bipolaridade. Percebe-se então que o que é necessário no
cristianismo é uma renovação da mente, como Paulo indica em Romanos 12:2. O
problema está nas pressuposições e paradigmas – pouco questionados – com que as
experiências espirituais são classificadas.
Nesse contexto percebe-se também que a observação da igreja somente pela ótica
quantitativa, não é suficiente para representar a dinâmica do crescimento de uma
igreja. E para tornar essa forma de ver as coisas, prática, verifica-se a chamada
“espiral de igreja”. Ela integra o crescimento e a edificação, o aspecto orgânico e o
técnico, o linear e o circular. Assim, se no aspecto qualidade é possível trabalhar e
“construir”, no aspecto quantidade só é possível “deixar crescer”. Não é possível
produzir o crescimento quantitativo, mas é possível elevar o índice das oito marcas da
qualidade por meio de medidas e iniciativas concretas.

VI. DEZ PASSOS PARA O DESENVOLVIMENTO NATURAL DA IGREJA

Marcas de qualidade, fator mínimo, princípios da natureza e novo paradigma – esses


quatro blocos são o fundamento do desenvolvimento natural da igreja. A ideia
principal que percorreu todas as quatro partes do livro até aqui é a aplicação do que é
chamado, princípio do “por-si-mesmo”, com base em princípios bíblicos.
É exatamente isso que podemos ver o que o Paulo mostra-nos em Efésios 4:15-16
“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas,
segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação
em amor.” (Edição Corrigida e Revisada Fiel)
Com os dez passos a seguir é possível mostrar como cada igreja pode transformar os
princípios do desenvolvimento natural da igreja em um “programa” adequado para a
sua situação.

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1º Passo: Fortalecer a motivação espiritual – Desenvolvimento de igreja só existe
para a adoração a Deus. Aqui o passo fundamental é que os cristãos sejam renovados
na sua paixão por Jesus.

2º Passo: Descobrir os fatores mínimos – Toda igreja, sem exceção, tem fatores
mínimos. Isso significa que a concentração dos esforços nessa área trará os melhores
resultados para o desenvolvimento da igreja.

3º Passo: Colocar objetivos qualitativos – Objetivos qualitativos significam objetivos


precisos, determinados dentro de um cronograma, mensuráveis, que têm como o
objetivo a elevação do índice de qualidade de uma igreja.

4º Passo: Identificar os empecilhos – Os empecilhos reais geralmente estão ligados a


modelos errados que tendem a querer ser implantados.

5º Passo: Por em prática princípios da natureza – Os princípios da natureza podem


ser entendidos como uma lista de padrões a ser consultada para cada decisão que
precisam ser tomadas no ministério.

6º Passo: Aproveitar os pontos fortes da igreja – O lema do desenvolvimento natural


da igreja é aproveitar os pontos fortes para ajudarem a desenvolver os fatores
mínimos da igreja.

7º Passo: Implantar material baseado em princípios da natureza – Cada uma das


oito marcas da qualidade possui material específico de trabalho, desenvolvido pela
instituição do autor. Esses materiais trabalham os princípios da natureza voltados
para a comunidade e seus membros.

8º Passo: Acompanhar o progresso – A forma mais simples de avaliar o andamento


do processo é repetir o teste do perfil da igreja.

9º Passo: Concentrar-se em novos fatores mínimos – O trabalho para elevar o fator


mínimo não se resume a uma ação única, mas é um processo contínuo.
 

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10º Passo: Reproduzir a vida – Na criação de Deus o crescimento não continua
indefinidamente. Um organismo sadio não cresce até o infinito, mas se reproduz em
mais organismos, cuja tarefa é se multiplicarem também.
Os princípios do desenvolvimento natural da igreja são os próprios princípios de
Deus. Essa convicção permeou todo o livro. Portanto, o desenvolvimento da igreja
está intrinsicamente relacionado à força do Espírito Santo. E, o que isso representa?
Em primeiro lugar, a liderança precisa parar definitivamente de querer empurrar e
puxar a igreja por força própria. Em segundo lugar significa colocar em prática os
dons e talentos da igreja e em terceiro lugar significa ser guiado pelo espírito Santo.

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PARTE II
IMPRESSÕES E AVALIAÇÕES SOBRE O LIVRO

Impressões e Avaliações sobre o Livro


Christian Schwarz em seu livro “O Desenvolvimento Natural da Igreja”, apresenta
princípios. Tais princípios são apresentados de maneira inspirada na criação, ou seja,
na natureza, na biologia. Isso é muito interessante, pois, procura na revelação geral
divina apoiar os princípios para o desenvolvimento da Igreja de Cristo.
Para começar a aprender a caminhar de olho nessa perspectiva, o autor coloca que é
necessário se deixar guiar pelo Espírito Santo, deixando para trás a tentativa de
impulsionar esse crescimento com as próprias forças. Percebe-se durante todo o livro
que o autor incomoda-se grandemente com receitas prontas de desenvolvimento
eclesiástico, encontradas nas literaturas sobre o tema e com aqueles que procuram
através de métodos engessarem o processo do crescimento das igrejas.
Concordo com a posição do autor de focar grande importância na questão da
liderança, principalmente quando ele foca no qualificativo e adiciona que essa
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liderança tem que ser capacitadora. Pois liderança qualitativa não é aquela que
somente sabe fazer as coisas e com isso centraliza em si os processos e as tarefas,
mas sim as lideranças que treinam e capacitam novos líderes. Liderança capacitadora
é aquela que enxerga os potenciais e os trabalha. Munindo-os com conteúdo e
experiência prática.
Esse fator é extremamente importante numa igreja. Em minha experiência de igreja
percebo o quão importante é que existam líderes capazes para auxiliar na obra. Santos
dedicados e comprometidos com a causa de Cristo nas igrejas são chaves
importantíssimas para o bom desenvolvimento do trabalho e da igreja.
Na sequência observa-se também a questão da valorização dos dons. Concordo com o
autor nesse ponto, pois também acredito que numa igreja em que as pessoas estão
cientes de suas habilidades e dons e na qual a liderança é cônscia que todo o conjunto
favorece para a boa execução do trabalho, seja evangelismo, pequenos grupos, grupos
de oração, entre outros. A igreja que sabe valorizar os dons de seus membros está um
passo a frente na hora de delegar tarefas e de pensar Desenvolvimento Natural da
Igreja.
Não se pode esquecer também que quando se dá a devida atenção para a questão dos
dons, caminha-se em direção ao sacerdócio universal de todos os crentes, fator já
defendido por reformadores que enxergaram a importância do funcionamento de
todos os crentes. Com isso possibilitando a igreja uma consciência mais bíblica em
relação às tarefas de cada um na igreja, ou seja, no corpo de Cristo.
Quanto ao princípio do “por-si-mesmo”, concordo desde que este seja entendido na
linha que o autor desenvolve no livro, de que desde que haja um pano de fundo
favorável o desenvolvimento da igreja ocorre de forma natural, automática. No
entanto, a má interpretação desse princípio pode levar a igreja a deixar as coisas
simplesmente acontecerem, sem trabalhar para isso.
Schwarz também fala sobre as estruturas funcionais, de fato, as estruturas dentro de
uma igreja devem ser úteis e efetivas. Uma igreja com boa infraestrutura e com uma
boa organização de grupos terá bons resultados no seu crescimento. As
megaestruturas engessam a maioria dos membros numa igreja local.
Em um ponto, confesso, fiquei muito feliz, pois concordo muito com o autor. É em
relação aos grupos familiares, podendo aqui também ser compreendidos por
pequenos grupos. Igreja que se organiza em pequenos grupos favorece a interação
entre os membros e possibilita a criação de vínculos mais fortes. O estudo da palavra
em grupos menores faz com que as pessoas possam participar e argumentar, como
também debater sobre vários temas e assuntos. O que não acontece nos grandes
ajuntamentos. Um fator predominante neste aspecto é o apascentamento e o cuidado
mútuo.
Com isso também crescem os relacionamentos fora do ambiente dos auditórios de
reunião, possibilitando uma maior incidência do amor fraternal. É de fundamental
importância para o cristão viver fora das “quatro paredes” e, assim, também ter uma
17
vida social com os irmãos na fé. Igreja que cresce, cresce junto, não só dentro da
construção eclesiástica, mas, também, nas ruas e nas casas, perfazendo assim o
verdadeiro sentido de igreja como corpo de Cristo.
Christian Schwarz também fala da multiplicação da igreja, ou seja, a igreja não deve
crescer ao infinito, mas gerar novas igrejas. Concordo com isso desde que não se caia
no erro de se criar várias igrejas por motivos de conveniência ou por desejos pessoais.
Uma nova igreja deve surgir. A expansão do reino é a vida que se expande além dos
muros geográficos produzindo novas igrejas de cidade em cidade, por exemplo.
O autor afirma, e eu concordo que não é possível gerar crescimento na igreja, esse
provém única e exclusivamente de Deus, o que é possível é trabalhar em prol da
igreja. No específico do livro, trabalhar as oito marcas de qualidade para que a igreja
atinja níveis qualitativos que a auxiliem a crescer. Paulo disse: “Eu plantei, Apolo
regou; mas Deus deu o crescimento. Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem
o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um;
mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos
cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” (1º Coríntios
3:6-9)
No final do livro o autor apresenta 10 passos os quais são úteis na prática para a
implantação do modelo do Desenvolvimento Natural da Igreja. Em si são passos
conscientes. No entanto corre o risco de incidir no mesmo erro que o próprio autor
condena durante o livro. No erro de se ditar um padrão, que deu certo em algum lugar
como regra universal e infalível. A imagem de passos a serem seguidos visando um
objetivo certo, dá a impressão de se utilizar um método mecânico. O que vai
totalmente contra a ideia do Desenvolvimento Natural da Igreja e do princípio do
“por-si-mesmo”.

Conclusão
Em suma posso dizer que gostei muito da leitura e do livro, é um material muito
interessante e, em minha opinião, útil no dia-a-dia das igrejas. Aprender a conhecer a
igreja e seus membros é tarefa não só pastoral, mas de cada um dentro dela.
Recomendo a leitura desse livro a todos que assumem serviços e liderança nas
igrejas. Pois acredito que essa leitura é deveras enriquecedora e inovadora.

18
Também glorifico a Deus, pois nestes últimos dias, que de fato traduzem o
sentimento do apóstolo Paulo quando fala da plenitude dos tempos, Ele, O Senhor,
tem dado uma direção para o crescimento da igreja. Tal crescimento é horizontal,
pois estende a destra da comunhão da vida. Os membros do corpo de Cristo que
enxergarem a visão de expansão do evangelho do reino serão ricamente abençoados
em suas vidas, em suas famílias e na sociedade. Deus nos tem abençoado com toda
sorte de benção espiritual, porque estamos nos lugares celestiais em Cristo.
Por fim, só as palavras do Senhor Jesus, podem expressar o sentimento que tenho
quanto ao crescimento e desenvolvimento da igreja. João 15:1-5: “Eu sou a videira
verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo o ramo que, estando em mim, não der
fruto, Ele o corta; e limpa todo aquele que dá fruto, para que produza mais fruto
ainda. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Permanecei em mim, e
eu permanecerei em vós; como o ramo de si mesmo não pode dar fruto, se não estiver
na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós os
ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada
podeis fazer”.
(Versão Revisada).

 
Referência
SCHWARZ, Christian A. O Desenvolvimento Natural da Igreja. 
Editora Evangélica Esperança, (2010 – 3ª Edição).

DESCUBRA SEUS DONS ESPIRITUAIS

“A respeito dos dons espirituais, não quero, que sejais ignorantes. Procurai
com zelo os melhores dons. E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho

19
sobremodo excelente. Segui o amor e procurai com zelo os dons espirituais,
mas principalmente que profetizeis” (1ª Coríntios 12:1, 31; 14:1).
Preencha os quadrinhos abaixo correspondentes a cada um dos 60 itens e aplique uma
nota levando em consideração os seguintes critérios:
0 (zero) – Se a questão não tiver nada a ver com você.
1 (um) – Se você tiver alguma inclinação para o que se descreve.
2 (dois) – Se você tiver uma forte tendência para o que está descrito.
3 (três) – Se o que está descrito lhe descrever de forma completa e correta.

(*) Responder com absoluta sinceridade e responsabilidade.


01 13 25 37 49 A=
02 14 26 38 50 B=
03 15 27 39 51 C=
04 16 28 40 52 D=
05 17 29 41 53 E=
06 18 30 42 54 F=
07 19 31 43 55 G=
08 20 32 44 56 H=
09 21 33 45 57 I=
10 22 34 46 58 J=
11 23 35 47 59 L=
12 24 36 48 60 M=

Some os pontos no sentido horizontal e coloque o resultado no espaço correspondente


no final de cada linha.

A tabela abaixo descreve os dons relacionados às perguntas a seguir. As notas mais


altas apontam suas tendências, assim, portanto, você pode ter comunhão com os
irmãos responsáveis e receber ajuda para o desenvolvimento dos seus dons servindo
em ministérios correspondentes para aplicação do seu talento.

A Profetas D Exortação G Socorro e J Hospitalidade


Misericórdia
B Serviços (diaconia) E Liberalidade H Evangelista L Ensino (Crianças)
C Ensino (Mestre) F Governo I Presbítero (Pastor) M Apostolado

QUESTIONÁRIO

1 Quando compartilho a Palavra, gosto de apresentar a verdade de Deus de forma


viva, interessante e entusiasta com aplicações ao viver das pessoas. 0 1 2 3

20
2 Estou sempre pronto para colocar meu conforto pessoal em posição secundária a
fim de que as necessidades de outros sejam satisfeitas. 0 1 2 3
3 Quando estudo a Palavra ou a ministro, tenho facilidade para explorar a verdade
de um texto dentro de um contexto com definições esclarecedoras. 0 1 2 3
4 Procuro incentivar e encorajar individualmente os que vacilam, esfriam na fé ou
têm problemas espirituais. 0 1 2 3
5 Ainda que seja pouco, administro meu dinheiro, de modo a separar em primeiro
lugar uma quantia generosa para a obra de Deus. 0 1 2 3
6 Tenho facilidades em delegar responsabilidades e preparar outras pessoas para
realizações no campo de espiritual na igreja. 0 1 2 3
7 Tenho muita sensibilidade às necessidades dos outros.
0 1 2 3
8 Não tenho dificuldades e até acho fácil falar de Jesus para as pessoas que ainda
não são crentes. 0 1 2 3
9 Gosto de acompanhar de perto os cristãos com a finalidade de ajudá-los nos seu
crescimento espiritual. 0 1 2 3
1 Sinto-me satisfeito em ajudar pessoas, proporcionando-lhes moradia e alimento.
0 0 1 2 3
1 Tenho facilidade para identificar a história de personagens bíblicos e aplicá-la a
1 uma realidade infantil. 0 1 2 3
1 Sinto-me chamado por Deus para iniciar trabalhos de evangelização em outras
2 cidades a fim de levantar novas igrejas. 0 1 2 3
1 Quando tento persuadir pessoas a respeito de suas reais motivações, tenho feito
3 de modo muito convincente. 0 1 2 3
1 Quando as pessoas estão na minha presença, consigo leva-las a se sentirem à
4 vontade. 0 1 2 3
1 Sinto grande impulso para descobrir verdades bíblicas e repassá-las a outros.
5 0 1 2 3
1 Sempre estou interessado e procuro ajudar o crescimento espiritual das pessoas e
6 levá-las a serem ativas na obra de Deus. 0 1 2 3
1 Alegro-me em ofertar recursos materiais, de sorte que a obra do Senhor possa ser
7 promovida. 0 1 2 3
1 Sou eficiente em supervisionar as atividades dos outros.
8 0 1 2 3
1 Gosto de visitar pessoas hospitalizadas ou que não podem sair de casa.
9 0 1 2 3
2 Já tive experiência de levar outros à fé em Cristo.
0 0 1 2 3
2 Tenho experiência de levar cristãos a permanecerem firmes na fé devido ao meu
1 acompanhamento. 0 1 2 3
2 Se algum conhecido bater em minha porta, precisando de lugar para pernoitar;
2 convido-o para entrar, acomodo-o, mesmo que tenha que ceder minha cama. 0 1 2 3

21
2 Sinto grande alegria em reunir crianças e contar-lhes histórias e envolvê-las no
3 aprendizado. 0 1 2 3
2 Tenho facilidade espiritual para descobrir nas pessoas seus talentos para que
4 possam desenvolver funções em cooperação do evangelho. 0 1 2 3
2 Posso apesentar a Palavra de Deus a uma congregação de pessoas com clareza a
5 ponto de serem trazidas à luz verdades escondidas. 0 1 2 3
2 Sinto-me feliz quando solicitado a dar assistência a outros na obra do Senhor sem
6 necessariamente ser indicado para um posto de liderança. 0 1 2 3
2 Sou muito interessado em apresentar conceitos bíblicos de modo bem claro,
7 dando especial atenção a definição de palavras importantes no texto. 0 1 2 3
2 Sinto-me feliz por poder tratar as pessoas feridas espiritualmente.
8 0 1 2 3
2 Não tenho problema algum em confiar meus recursos a outros para a obra do
9 ministério. 0 1 2 3
3 Posso planejar ações de outras pessoas, com calma, e dar-lhes os detalhes que as
0 capacitam a trabalhar com eficiência. 0 1 2 3
3 Tenho grande interesse pelos que se acham envolvidos em dificuldades.
1 0 1 2 3
3 Considero um grande problema o fato de muitos cristãos não falarem a outros da
2 sua fé em Cristo Jesus. 0 1 2 3
3 Preocupo-me com o fato de que muitos cristãos não receberem um
3 acompanhamento na sua vida pessoal e espiritual. 0 1 2 3
3 Quando eu tenho um hóspede em casa, me dedico ao seu bem-estar e a sua
4 salvação de todo o coração bem como a comunhão pela Palavra de Deus. 0 1 2 3
3 Sou carismático (a) a ponto das crianças gostarem de estar perto de mim e
5 receberem meu cuidado. 0 1 2 3
3 Já tive experiência de cooperar com alguém na geração de uma nova igreja e não
6 tenho apego às coisas materiais de forma que possa migrar e iniciar uma igreja. 0 1 2 3
3 Esforço-me grandemente para obter resultados, sempre que apresento as verdades
7 da Palavra de Deus. 0 1 2 3
3 Sinto-me bem quando proporciono um agradável acolhimento aos hóspedes.
8 0 1 2 3
3 Sou diligente em meu estudo da Bíblia e dispenso cuidadosa atenção à necessária
9 pesquisa, não apenas para mostrar sabedoria, mas porque eu gosto de fazê-lo. 0 1 2 3
4 Julgo poder ajudar os que têm necessidades de aconselhamento sobre problemas
0 pessoais. 0 1 2 3
4 Preocupo-me em saber que o trabalho de assistência aos santos e domésticos da
1 fé está sendo suprido com recursos financeiros. 0 1 2 3
4 Procuro estar ciente dos recursos disponíveis para a execução das tarefas que
2 tenho que realizar. 0 1 2 3
4 Sinto-me feliz quando consigo dá assistência às pessoas geralmente esquecidas
3 ou abandonadas pelos outros. 0 1 2 3

22
4 Para mim é fácil perceber quando uma pessoa está aberta a aceitar o evangelho.
4 0 1 2 3
4 Para mim, é fácil, acompanhar pessoalmente um grupo de cristãos e me
5 empenhar pela sua unidade. 0 1 2 3
4 Sinto-me satisfeito de convidar pessoas e oferecer o que tenho de melhor em
6 minha casa. Gosto de servir uma mesa agradável e farta na medida de minha 0 1 2 3
posse.
4 Sinto necessidade de aplicar a palavra do evangelho para crianças de modo a
7 levá-los à salvação conduzindo-os ao batismo. 0 1 2 3
4 Estou claro das verdades na Bíblia e visão do propósito de Deus a ponto de
8 influenciar outros e fazer com que possam avançar na nova igreja gerada. 0 1 2 3
4 Verifico que minha pregação leva as pessoas a um ponto de decisão definido e
9 claro. 0 1 2 3
5 Gosto de aliviar a carga das pessoas que ocupam uma posição-chave, de sorte que
0 possam esforçar-se mais em tarefas a elas concernentes. 0 1 2 3
5 Posso explicar bem como a Bíblia mantem sua unidade e concordância.
1 0 1 2 3
5 Sou agudamente consciente das coisas que impedem as pessoas em seu
2 desenvolvimento espiritual e anseio por ajudá-las a vencer seus problemas. 0 1 2 3
5 Sou cuidadoso com a questão de dinheiro e oro continuamente acerca de sua
3 distribuição adequada na obra do Senhor. 0 1 2 3
5 Tenho objetivos bem definidos e consigo levar outros a assumirem e cooperarem
4 com os meus objetivos. 0 1 2 3
5 Posso relacionar-me com outras pessoas emocionalmente e me disponho a ajudá-
5 las o quanto for necessário. 0 1 2 3
5 Estou disposto a frequentar um curso preparatório e de aperfeiçoamento para
6 evangelização. 0 1 2 3
5 Estou disposto a assumir a responsabilidade por um grupo de irmãos.
7 0 1 2 3
5 Os irmãos em minha igreja sabem que estou sempre disposto a perder um pouco
8 de conforto, privacidade e comodidade a fim de receber outros em minha casa. 0 1 2 3
5 Reconheço de Deus a necessidade de desenvolver nas crianças o apreço pela
9 palavra de Deus e o aprendizado bíblico na formação de seu caráter. 0 1 2 3
6 Já tive experiências de aprendizado e lições de submissão servindo em
0 cooperação e coordenação na obra do evangelho e geração de novas igrejas. 0 1 2 3

23

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