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Carreira

Live 'RH 4.0'


Eduardo Marques, diretor-executivo de pessoas e sustentabilidade do Grupo Fleury
Veja a íntegra

Crítico ou sábio: quem vai liderar você em


2021?
O colunista Sergio Chaia analisa como lidar com pensamentos sabotadores e a
tendência de criticar os outros

Por Sérgio Chaia


09/02/2021 06h00 · Atualizado há um dia

Todos nós sabemos o quanto a pandemia transformou modelos de negócios e


questões estruturais da grande maioria das empresas. Aceleração do digital,
amplitude e escala do home office e proteção de caixa são alguns dos mais
aparentes. O efeito da covid-19, porém, trouxe questões mais sutis - e não menos
profundas. Como coach de CEOs, vi diversos perfis emergirem em um momento tão
desafiador. Mas o elo que dominou a grande maioria deles foi o perfil crítico, que se
manifestou de formas distintas. Muitos criticaram o outro: governo, mercado, matriz
ou seus colaboradores. Outros concentraram suas críticas em si: de um
perfeccionismo exacerbado ("como eu não me preparei para isso?) até uma
síndrome de impostor (quando o profissional não se acha bom suficiente e se vê
como uma fraude).

Seja criticando o externo ou o interno, nunca o perfil crítico esteve tão dominante.
Por conta disso, fui buscar referências de como ajudar esses líderes a gerenciarem
melhor eles mesmos, suas sombras e a focar no que importa. Fazer isso significa
aumento de performance. Por meio de uma indicação de um amigo, descobri o
trabalho de Shirzad Chamine, autor do livro "Inteligência Positiva". Em suas
pesquisas, ele afirma que somos autossabotados pelos pensamentos críticos,
originados principalmente na parte límbica do nosso cérebro.

Essa parte gerencia nossas emoções mais primárias e também a mais atuante na
nossa sobrevivência, disparando comandos de luta ou fuga sempre que nos
sentimos ameaçados por algo. Daí surgem nossos pensamentos sabotadores:
estrelado pelo crítico com participação especial de vários atores como o julgador,
procrastinador ou vítima. Ao contrário dos que muitos pensam e fazem, tentar
combater o seu lado crítico renegando ou tentando expulsá-lo da sua mente é uma
opção ainda mais dolorosa. Como me ensinou um grande coach de performance de
renome mundial , “afastar” o seu crítico significa deixá-lo ainda mais forte.

Foi com esse monstrinho bem fortalecido que um CEO responsável pela América
Latina de uma grande multinacional me procurou na pandemia. Ele estava ácido
com o mundo, com seu time e principalmente consigo mesmo. O primeiro passo
para lidar com a situação foi reconhecer que esse monstrinho existia, era forte e
estava prejudicando suas decisões e escolhas tanto do ponto de vista pessoal como
profissional. Ao invés de afastar o monstrinho, o caminho foi totalmente oposto.
Aconselhei aquele executivo a "convidar" para dançar - reconhecendo e até
saudando - os pensamentos críticos e negativos que surgiam. Para dar uma leveza
nesse movimento, até criamos um apelido para esse monstrinho dele. Que, sinto, é
impublicável.

Seguindo as recomendações de Shirzad, procuramos ativar o que o professor


chama de inteligência positiva: a mensuração do quanto sua mente e seus
pensamentos são saudáveis. Há até um teste disponível para quem deseja medir a
sua. Assim como fazemos exercícios para fortalecer nossos músculos, Shirzad
propõe técnicas específicas para ativar os músculos do nosso cérebro responsáveis
pela sabedoria e para trazer sentimentos como empatia, curiosidade e criatividade à
tona.

No caminho, de lidar com seus sabotadores e ativar o lado sábio do cérebro,


precisamos cultivar a sensação de presença plena em um determinado momento
cada vez que um pensamento crítico e sabotador aparecer. Vale tudo nessa prática
que muitos descrevem como mindfulness: enquanto escova o dente, durante
caminhadas até na hora das refeições. Segundo Shirzad , quando conseguimos
cultivar esses momentos de presença plena por 100 respirações por dia, em blocos
de três, ao longo de 6 semanas, começamos a mudar nossos padrões de
pensamento.

Antes de trazer essas recomendações ao CEO, me fiz de cobaia. Até porque eu tinha
também o meu lado crítico muito presente. Li o livro, fiz um curso, pratiquei os
exercícios de fortalecimento das áreas cerebrais mais construtivas e de
reconhecimento dos pensamentos sabotadores. E, como tudo que traz uma
evolução, exige disciplina e comprometimento. Mas não é um bicho de sete cabeças
ou impossível de fazer. A sensação que se tem ao reconhecer os seus monstrinhos
críticos e cultivar o mindfulness cada vez que isso acontece é a de maior controle.
Controle os seus pensamentos, as suas consequências e, enfim, as suas escolhas.

Independentemente da metodologia e abordagem, encontrar um jeito de lidar com


seus pensamentos sabotadores é uma ótima escolha. A inteligência positiva é só
uma das formas . Se não for a sua praia, busque outro caminho. Tenho certeza que
seus colaboradores e familiares vão agradecer. E, claro: você também.

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