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Freud - As Pulsões e Seus Destinos (Pt. 1)
Freud - As Pulsões e Seus Destinos (Pt. 1)
processos que são tolerados até certo ponto, mas logo inibidos ou desviados por outros
caminhos.
• Objeto: Aquele com o qual ou pelo qual a pulsão alcança sua meta. É o que há de
mais variável na pulsão, podendo ser um objeto externo ou mesmo uma parte do próprio
corpo. Um mesmo objeto pode satisfazer a várias pulsões, e uma ligação especialmente
íntima entre uma pulsão e seu objeto configura a “fixação”, frequentemente observada nos
estágios iniciais do desenvolvimento pulsional.
• Fonte: Órgão ou parte do corpo que gera o estímulo representado na psique pela
pulsão.
A seguir, Freud pergunta quantas e quais pulsões haveria de fato. Determina que se trata
de uma arbitrariedade, e sugere a diferenciação entre dois tipos de pulsão: as pulsões do Eu
(pulsões de autoconservação) e as pulsões sexuais. Justifica sua escolha com base em suas
observações frequentes de conflitos entre o Eu e as exigências da sexualidade na formação
dos sintomas neuróticos. Afirma tratar-se de pressuposto provisório, que de fato irá alterar em
1920 com a introdução do conceito de pulsão de morte. Tratará em seguida das pulsões
sexuais, das quais é informado pela observação de que “[a psicanálise] pôde observar nas
psiconeuroses, como se fossem isolados, apenas esse grupo de instintos”. Espera que
futuramente as psicoses possam esclarecer algo a mais sobre as pulsões do Eu.
As pulsões sexuais são numerosas, originam-se de múltiplas fontes orgânicas, são
inicialmente independentes (pulsões parciais) e apenas posteriormente se reunem em uma
“síntese mais ou menos organizada”. Sua meta inicial (a satisfação) é sempre o prazer do órgão
que as origina, e apenas posteriormente são postas a serviço da função reprodutiva.
Em seu surgimento inicial, as pulsões sexuais apoiam-se nas de autoconservação. Nesse
sentido, o bebê que se alimenta do leite materno sacia sua fome ao mesmo tempo em que
estimula prazerosamente seus lábios, ocorrendo apenas posteriormente o desligamento entre
prazer e necessidade. Freud aponta que uma parte das pulsões sexuais permanece a vida toda
associada às pulsões do Eu, “dotando-os de componentes libidinais”, o que se torna evidente
quando surge o adoecimento neurótico.
Freud caracteriza os quatro possíveis destinos das pulsões, que também podem ser
entendidos como formas de defesa contra elas, impedindo que sigam diretamente seu curso:
• Reversão no contrário
• Voltar-se contra a própria pessoa
• Repressão
• Sublimação