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A seguir, está a fundamentação legal sobre as vantagens tributárias de

serviços privados de vacinação. Por isso, é recomendado que este documento


seja compartilhado com o seu contador para a atualização do seu
planejamento/enquadramento tributário.

Sua clínica terá por objeto social também a prestação de serviços de


vacinação e imunização humanas, sendo, dessa forma, prestadora de serviços
de cuidado à saúde, não se confundindo com o comércio de medicamentos.

De acordo com o IBGE, o código nacional de atividade econômica (CNAE)


correspondente à atividade exercida será o de “Serviços de vacinação e
imunização humana” (Subclasse 8630-5/06), que se insere na divisão de
atividades voltadas à atenção à saúde humana conforme tabela abaixo:

Portanto, trata-se de atividade que se materializa em uma prestação de


serviço de dispensação de vacinas (entenda como “obrigação de fazer” no direito
civil), não se confundindo com a realização de atos de comércio (que
corresponde a uma “obrigação de dar”, no contexto da legislação civil), uma vez
que a vacina configura apenas um dos insumos utilizados na prestação do
serviço de imunização e vacinação humana.

BÔNUS – REDUÇÃO DE IMPOSTOS


Lei complementar 116 / 2003
Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS, de
competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências:

4 – Serviços de saúde, assistência médica e congêneres

4.03 – Hospitais, clínicas, laboratórios, sanatórios, manicômios, casas de saúde,


prontos-socorros, ambulatórios e congêneres.

Para fins de tributação pelo ISS, o contribuinte prestador de serviço deve


considerar como base de cálculo do imposto, exclusivamente, o preço do serviço
(art. 7), sobre o qual incidirá uma determinada alíquota fixada pelo município,
considerando-se como alíquota mínima, 2% (dois por cento), e máxima, 5%
(cinco por cento).

Emissão de notas fiscais

A nota fiscal é uma obrigação tributária acessória necessária para promover a


fiscalização do recolhimento do ISS, que deve ser preenchida conforme dispõe
a LC 116/03, ou seja, abrangendo o valor total do serviço prestado.

Lucro presumido

- Apuração: parte da receita bruta. De acordo com o art. 12, do Decreto-lei nº


1.598/1977, a receita bruta compreende: (i) produto da venda de bens nas
operações de conta própria; (ii) preço da prestação de serviços em geral; (...)
- Coeficientes: são diferenciados conforme a receita da empresa, ou seja, se a
empresa tem receitas de diversas naturezas, o seu lucro presumido será
apurado separadamente para cada atividade, chegando-se, na somatória, à
base de cálculo do IRPJ.

BÔNUS – REDUÇÃO DE IMPOSTOS


Os coeficientes atualmente aplicáveis na legislação do IRPJ são os seguintes:

Imposto de renda da pessoa jurídica - IRPJ

O cálculo do IRPJ terá duas etapas: (i) apuração da base de cálculo,


mediante a aplicação dos coeficientes acima, sobre a receita; e (ii) cálculo do
imposto, mediante a aplicação da alíquota sobre a base de cálculo apurada na
forma acima.

- Alíquota de 15%: para qualquer que seja a forma de apuração escolhida


pelo contribuinte:
- Adicional: a parcela do lucro da pessoa jurídica que exceder ao montante
de R$ 20 mil por mês do período de apuração – em qualquer forma de apuração
– estará sujeita a incidência do adicional do IRPJ, à razão de 10%;
- Período de apuração: no caso da adoção de forma de apuração pelo
lucro presumido, o período de apuração é trimestral, ou seja, há quatro fatos
geradores durante o ano, no último dia de cada trimestre civil. Portanto, para um
período trimestral, o adicional incide sobre a parcela do lucro presumido que
exceder a R$ 60 mil.

CSL E PIS/COFINS

Contribuição Social sobre o Lucro: tendo-se optado pela forma de


apuração do IRPJ sobre a modalidade do lucro presumido, torna-se o

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contribuinte vinculado, igualmente, à incidência da CSL, apurada na mesma
modalidade:

- Coeficientes: a sistemática de apuração do lucro presumido para efeitos


da CSL é idêntica à do lucro presumido para efeitos do IRPJ; a única mudança
são os coeficientes, que passam a ser uniformizados em 12% para as atividades
operacionais em geral e 32% para serviços e locações.

- PIS/COFINS: para as empresas que optam pelo lucro presumido, o PIS


e COFINS são calculados de forma cumulativa. Ambas as contribuições têm a
mesma base de cálculo (receita bruta - art. 3, da Lei 9.718/98), mas as alíquotas
são, respectivamente, 0,65% e 3%.

Serviços Hospitalares de Vacinação

A partir de 1 de janeiro de 2009: a Lei 11.727/2008 promoveu uma


alteração na alínea “a”, do inciso III, do 1 parágrafo, do art. 15, da Lei 9.249/95,
de modo a:
(i) Acrescentar como exceção à regra que determina a
aplicação do coeficiente de 32% aos serviços em geral,
além dos serviços hospitalares, diversos serviços de
auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica,
imagenologia e outros, desde que;
(ii) A prestadora de serviços seja organizada sob a forma de
sociedade empresária e;
(iii) Atenda às normas estabelecidas pela ANVISA.

De acordo com a definição dada pelo art. 30, da IN Receita Federal do


Brasil nº 1.234/2012, os serviços hospitalares são aqueles voltados diretamente
à promoção da saúde, prestados pelos estabelecimentos assistenciais de saúde
que desenvolvem as atividades previstas nas atribuições 1 a 4 da resolução RDC
n 50/2002 da ANVISA:

ATRIBUIÇÃO 1: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO ELETIVO DE PROMOÇÃO E


ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM REGIME AMBULATORIAL E DE HOSPITAL-DIA:

1.1 – Realizar ações individuais ou coletivas de prevenção à saúde tais como:


imunizações, primeiro atendimento, controle de doenças, visita domiciliar, coleta
de material para exame, etc.

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Portanto, as atividades de vacinação enquadram-se como serviços
hospitalares. Ou seja, equiparam-se aos serviços hospitalares para fins de
tributação.

Atendimento às normas da ANVISA: atentar para o art. 33, parágrafo 3,


da IN RFB n 1.700/2017, a saber: prestação de serviços em ambientes
desenvolvidos de acordo com as regras previstas na resolução RDC ANVISA nº
50/2002 mediante alvará da vigilância sanitária estadual/municipal.

CSL: para fins de determinação da base de cálculo da CSL, de acordo


com o art. 20, caput, da Lei 9.249/95, as pessoas jurídicas tributadas com
base no lucro presumido submetem-se à aplicação do coeficiente geral de
12% sobre a receita bruta, exceto as pessoas jurídicas que exerçam as
atividades a que se refere o inciso III, do 1 parágrafo, do art. 15 dessa Lei, cujo
coeficiente corresponderá à 32%.

- Visto que os serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia (e outros)


estão entre as exceções da alínea “a”, do inciso III, do 1 parágrafo, do citado art. 15, deve-se
aplicar o coeficiente geral de 12%.

CONCLUSÃO

Enquadramento mais vantajoso:

Lucro presumido equiparado ao serviço hospitalar

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