Objetivo: descrever a atividade empresária (nome empresarial, obrigações
profissionais do empresário, identificação da empresa, fundo de comércio, registro do empresário, alienação do estabelecimento empresarial); estejam livres para abordar temas conexos/afins.
O nome empresarial ou nome de empresa é a designação do empresário, a
forma pela qual ele é individualizado e conhecido no meio negocial. Assim como o nome da pessoa natural é seu elemento de identificação na sociedade, o nome empresarial é o sinal distintivo do empresário e se destina ao exercício da atividade empresarial. Desta forma, o nome empresarial exige para sua formação a observância dos princípios da novidade ou originalidade, textualmente consagrados no art. 34 da Lei nº 8.934/94. Assim sendo, o legislador preocupou-se em assegurar ao empresário o direito de uso exclusivo do nome empresarial que escolher. Por isso, havendo identidade de nomes ou mesmo similitude que possa levar à confusão, o empresário deve distingui-lo pela adoção de qualquer designação que permita a distinção. Nesse sentido, havendo identidade ou semelhança, cabe à Junta Comercial recusar o registro do nome empresarial idêntico ou semelhante a outro já registrado (art. 1.166 do CC). Por conseguinte, os empresários individuais e as sociedades empresárias, têm, basicamente, três obrigações fundamentais, para que suas atividades sejam legalmente amparadas: a) dever de arquivamento de seus atos constitutivos na Junta Comercial; b) dever de escrituração dos livros empresariais obrigatórios e; c) dever de levantar, periodicamente, o balanço patrimonial e de resultado econômico da empresa. Nesse viés, a atividade empresarial compreende o estabelecimento que, é um complexo de bens funcionalmente destinados ao exercício de atividade econômica. Trata-se de organismo econômico utilizado pelo sujeito para explorar atividade econômica ou empresa, o que é mais comum. Em outras palavras, o estabelecimento constitui o aparato instrumental que o empresário deve dispor e organizar, para adequá-lo ao exercício da empresa. Ademais, os bens que integram o estabelecimento são todos necessários para a atividade, incluindo bens móveis, imóveis, inclusive incorpóreos. Entre os primeiros, podem ser citados maquinários, estoques, instalações, matéria-prima etc. e, entre os últimos, o ponto empresarial, marcas, desenhos industriais, título do estabelecimento, softwares, entre outros. A organização desses bens forma o aparato para o exercício da atividade empresarial. Assim, a reunião desses bens de forma organizada cria a capacidade de gerar resultados econômicos, proveito que não se obteria sem tal organização. Essa aptidão de gerar resultados denomina-se aviamento ou fundo de comércio. O aviamento consiste no “resultado de um conjunto de variados fatores pessoais, materiais e imateriais, que conferem a dado estabelecimento in concreto a aptidão de produzir lucros”, na expressão do saudoso Oscar Barreto Filho (1988, p. 169). O Estado criou o sistema de registros públicos para dar segurança e publicidade a certos atos e negócios jurídicos. No tocante à atividade econômica, o conhecimento dos atos e negócios é dado, na atividade econômica empresária, pelo Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais e, na atividade não empresária, pelo Registro Civil das Pessoas Jurídicas. O Registro de Empresas Mercantis e Atividades Afins é constituído por três órgãos: o Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI), que tem por funções supervisionar, orientar, coordenar e disciplinar por meio de normas; Juntas Comerciais, que têm as funções de executar e administrar os serviços desse registro público e Delegacias das Juntas Comerciais, que são órgãos locais do SINREM. O empresário e a sociedade empresária estão vinculados às Juntas Comerciais, posto que estas detêm a função executória dos seus atos. O art. 7º da Lei nº 8.934/941 elenca os atos de competência das Juntas Comerciais, enumerando entre eles os de inscrição, arquivamento, autenticação de atos e documentos do empresário. As Juntas Comerciais atuam em nível estadual e o empresário está subordinado à do local no qual explora a empresa. Tratando-se de atividade econômica não empresária, a sociedade simples pratica seus atos registrais junto ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas da sua jurisdição, lembrando que tratando de sociedade de advogados, os atos são praticados perante a OAB. Se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária, continuará simples e sujeita ao respectivo registro, apenas devendo observar as normas do Registro de Empresas Mercantis relativas à modalidade que adotar. Essa interpretação decorre do disposto no art. 983 combinado com os arts. 984 e 1.150.