Prof. Pedro Krause Monarquia (753 a.C. a 509 a.C.) - Até cerca do ano 1000 a.C., a Península Itálica era habitada pelos italiotas, que se dividiam em sete tribos: sabinos, équos, oscos, úmbrios, volscos, samnitas e latinos. - Por volta do século VIII a.C., outro povo, os etruscos, se estabeleceu na região central da península. Estes fundaram diversas cidades-Estado na região, tornando-se uma potência comercial no mediterrâneo. Por volta do século VII a.C., os etruscos derrotaram os latinos, dando origem à cidade-Estado de Roma. Um rei governava a cidade com apoio dos grandes proprietários de terras e de um conselho de anciãos, o senado. => Monarquia - Outros povos também fundaram colônias na região, como os gregos e os cartagineses, disputando as rotas comerciais do mar Mediterrâneo. - Entre 753 e 509 a.C., Roma cresceu: foram construídas fortificações, sistemas de esgoto, calçadas, possibilitando que os nobres romanos (patrícios) ganhassem força e questionassem o poder dos dominadores etruscos. - Além dos patrícios, a sociedade romana era composta pelos plebeus (artesãos, pastores, pequenos agricultores e comerciantes), os clientes (escravos libertos ou pessoas que vivessem da proteção de um patrício) e os escravos (como plebeus endividados). - Na Monarquia só os patrícios tinham direitos e participavam do Senado. E foram eles que, em 509 a.C., depuseram o rei etrusco, instaurando um sistema republicano de governo em Roma. A República (509 a.C. a 27 a.C.) - República em latim significa “coisa pública”, aquilo que é do povo. - A República romana funcionava em três níveis de poder: a Magistratura; o Senado (os grandes proprietários: dirigia a política interna e externa, propunha leis às assembleias e controlava as finanças públicas); e as Assembleias, como a Tribal (elegia alguns magistrados), a Comícios Centuriatus (elegia os cônsules e tratava de questões de guerra) e a Assembleia da Plebe. - Os magistrados eram os cônsules (substituíram o rei, mas com mandatos limitados); o censor (recenseava a população, cuidava da arrecadação e era responsável “bons costumes”); o questor (cuidava das questões financeiras) e o edis (inspecionava bens e serviços públicos). Em períodos extraordinários, como guerras e revoltas, eram nomeados ditadores. Na República, entre os séculos V a.C. e IV a.C., os plebeus conquistaram alguns direitos, como a redação das leis romanas (Lei das Doze Tábuas, 451 a.C.); o fim da proibição de casamentos com patrícios; o direito de acesso às terras conquistadas em guerras; a garantia de que os decretos aprovados pelos plebeus (plebiscitum) valeriam Tibério Graco e Caio Graco, dois tribunos da para toda a República; além do cargo de plebe, tentaram promover uma reforma agrária em Roma. Tibério desagradou os nobres e foi morto em Tribuno da Plebe (magistrado que 132 a.C. Já Caio conseguiu implementar a reforma defenderia os plebeus com o poder de em algumas partes de Roma. Perseguido pela elite, seus apoiadores resistiram. Foram massacrados em vetar medidas governamentais, 493 121 a.C. Gradativamente, a reforma agrária foi abolida pelo Senado. (bustos: Eugène Guillaume, a.C.). 1822.) A expansão territorial Na República, os romanos expandiram o seu território. Entraram em conflito com Cartago (cidade-Estado africana), dominando-a após as Guerras Púnicas (264-241; 218-202; e 149-146 a.C.). Uma das principais consequências do expansionismo foi o aumento do número de escravos: além de povos conquistados, também os plebeus que não conseguiam trabalhar em suas terras, por estarem em combate, fazendo-os se endividarem e serem escravizados. O fim da República - No século II a.C., a República Romana entrou em crise: os patrícios tentavam manter os seus privilégios e os plebeus lutavam por reformas. Muitos generais, como Caio Mário (107 a.C) foram eleitos cônsules, reduzindo os poderes do senado. Os generais começaram a se tornar ditadores. - No ano 60 a.C., os generais Júlio César, Crasso e Pompeu formaram o Primeiro Triunvirato (governo de três indivíduos). Júlio César, o principal deles, foi morto durante uma sessão no Senado (44 a.C). Formou-se um novo triunvirato por Marco Antônio, Caio Otávio e Lépido. Divergências entre eles levou a uma guerra civil, encerrada em 27 a.C., quando Otávio virou imperador de Roma. O Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.) - Se na República existiam diversas esferas de poder, no Império tudo ficava centralizado no imperador, que detinha o poder civil, militar e religioso. - Os imperadores romanos continuaram a expansão territorial de Roma, controlando o comércio do Mediterrâneo, grande área da Europa, o norte da África e parte do Oriente Próximo (ver mapa no próximo slide). - O período imperial é dividido em duas partes: o Alto Império (27 a.C. a 235 d.C.), quando Roma atingiu a sua máxima extensão territorial e viveu em um período de relativa paz e prosperidade econômica (a Pax Romana); e o Baixo Império (235 d.C. a 476 d.C.), marcado pelo declínio do império, por conta das invasões dos povos germânicos e pelas disputas internas dentro de Roma. O cristianismo surgiu na província romana da Palestina (Judéia no mapa). A doutrina monoteísta de Jesus era oposta às das autoridades romanas, ao mesmo tempo que sua pregação desagradou os sacerdotes judeus, aliados do Império. Por isso, Jesus foi condenado à morte e crucificado. O cristianismo foi duramente perseguido no Império Romano. Ainda assim, se expandiu rapidamente, ganhando muitos adeptos; se tornando a religião oficial do Império, em 380 d.C. A crise do Império Romano - Um dos motivos que marcou ao declínio de Roma foi a crise do escravismo, com o fim da expansão territorial (aprox. 100 a.C.), levando a uma falta de mão de obra de escravizados (base econômica de Roma). - Além disso, a dificuldade de proteção nas fronteiras fez com que povos estrangeiros, principalmente os germânicos (chamado de bárbaros pelos romanos), entrassem em território romano. De forma ambígua, o Império ora negociava com essas populações (permitindo que fizessem parte do Exército, por exemplo), ora perdia posições e terras. - Uma das consequências da crise econômica e das invasões foi o enfraquecimento do comércio e da produção artesanal, levando parte da população das cidades para os campos, procurando a proteção de grandes proprietários de terras: a ruralização da economia. A crise política do Império - A partir do século III, a crise econômica se tornou uma crise política. Entre 235 e 284 d.C. quase todos os 26 imperadores foram assassinado. Em 284, o imperador Diocleciano dividiu o poder entre 4 indivíduos. O império entrou em uma guerra civil, encerrada com o imperador Constantino, que transferiu a capital do Império para o Oriente, para a cidade de Bizâncio (chamada depois de Constantinopla), em 330 d.C. - Constantino também permitiu que o cristianismo fosse professado no Império Romano, atendendo os seguidores da religião que ganhava mais espaço em Roma. O imperador Teodósio tornou o cristianismo a religião oficial do Império em 380 d.C. e, para tentar conter a crise do Império, o dividiu em duas partes (395 d.C..): o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente. As medidas foram insuficientes: por volta de 400, os visigodos devastaram a Gália e invadiram a Península Itálica. Em 452, os hunos invadiram a Península Itálica. Já em 476, o último imperador romano do Ocidente, Rômulo Augusto, foi destronado por Odoacro, rei dos hérulos. Era o fim do Império Romano do Ocidente. 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