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A plurissignificagao da linguagem literaria As palavras néo apreseni como sao utilizadas ou da assumir diferentes sentidos, Além disso, toda pak tam wm sentido tinico, Di ependendo da forma situagdo em que sao en mpregadas, podem ne ‘aura é uma respostat outra palavra; e, no didlogo entre as palavras e og textos, as palavras ainda podem ganhar novos sentidos, 32 Digitalizado com CamScanner A DENOTAGAO E A CONOTACAO Leia este poema: A vida 6 uma coreja A morte um carogo 0 amor uma cerejeira, UUscques Prévert Poemas Rio de Ja reir: Nova Frontera, 2000.p. 65) 1. Compare estas frases: “A vida 6 uma cereja” A 6poca do Natal, 6 comum encontrarmos cerejas fres- cas para comprar. a) Em qual delas a palavra cereja foi empregada ©) Qual é esse sentido figurado? em seu sentido comum, que é “fruto da cere- Jjeira’? 2. Que outras palavras, no poema, estéo emprega- ) Em qual delas a palavra cereja ganha um sentido das em sentido figurado? figurado, diferente do seu sentido comum? Como vocé observou ao ler 0 poema, em determinados contextos as palavras ganham um sentido novo, figurado, diferente daquele encontrado nos diciongrios. Esse novo sentido é, geralmente, carre- gado de valores afetivos, ideolégicos ou sociais. Quando a palavra é utilizada no seu sentido usual, dizemos que esta empregada denotativamente. Quando utilizada em um sentido diferente daquele que the é coum, dizemos que ela esta empre- gada conotativamente. ‘A palavra cereja, por exemplo, além de significar um tipo de fruta, tem no poema também o sen- tido conotativo de frescor, pabxdo, prazer. Apesar de seu uso constante na lingu: Ela costuma estar presente nas conversas do dia a dia, quadrinhos, nas letras de misica, etc. As principals diferencas entre denotagao e conotagdo podem ser assim sintetizadas fagem poatica, a conotagao nao é exclusiva da literatura em aniincios publicitérios, na linguagem dos D Denotacao D Conotacao «Palavra com significacdo ampla, dada pelo contexto. + Palavra com sentidos carregados de valores afeti- vos, ideolégicos ou sociais. + Palavra utilizada de modo criativo, artistico. = Linguagem expressiva, rica em sentidos. = Palavra com significagao restrita, Palavra com o sentido comum, aquele encontrado no dicionério. + Palavra utilzada de modo objetivo “ Linguagem exata, precisa. 33 Digitalizado com CamScanner 3.45 Cota tehy 34 Lea 0 poema a seguir, de Car Passagem da noite E noite. Sinto que é noite nio porque a sombra descesse | bem me importa a face negra) mss porque dentro de mim, no fundo de mim, 0 grito se calou. fez-se desénimo. Sinto que nés somos noite, gue palpitamos no escuro ¢ em noite dissolvemos. Sinto que é noite no vento, noite nas éguas, na pedra. E que adianta uma limpada? E que adianta uma voz? E noite no meu amigo. E noite no submarino, E noite na ropa grande. E noite, no € mone, é noite de sono espesso e sem praia. Nao é dor, nem paz, é noite, ¢ perfeitamente a noit Mas, salve, olhar de alegria! E salve, dia que surge! Os corpos saltam do sono, © mundo se recompie. Que gona na bicicleta! Existir: seja como for. A fraterna entrega do pio, Amar: mesmo nas eangies, De novo andar: as distancias, a cores, posse das ruas, Drummond de Anaradt e respanda as questtes de Lah ‘Tudo que A noite perdernis se nos confia outea ver Obrigado, coisas fis! Saber que ainda hd florestas, sinos, palavras, que a terra prossegue seu giro, ¢ 0 tempo nao murchou; nao nos dilulmost Chupar o gosto do dia! Clara mana, obrigado, o essencial é viver! (testa 10 ot a te peers pakogres. 1. 0 poema esté estruturada em trés extrofes a) Que relagia hé entre @ 3t estrofe @ as an viores? ( ) contradigao () confirmagaa (CD oposigao ( ) aprorimagio BA relagdo entre as estrofes @ representada por duas palavras. Quais s80 essas palavras? 2. A palavra noite, utilizada nas duas primeiras es- trofes, esté empregada em sentido figurado, ou se)2, conatativo 2) Que sentidas conotativos essa palavra tem no conterto? b) Em que trechos do poema se nota o uso co- notativo de noite? 3, Na 39 estrofe, a palavra dia também foi empre- gada em sentido conotativo e estabelece, por- tanto, oposigso & noite a) Que sentidos conotativos essa palavra tem no contesto? ) Indique trechos do poema em que se observa © uso de sentidos conotativas de dia. Digitalizado com CamScanner 4. 0 poema foi publicado no livro A rosa do povo, de 1945, que reine textos escritos por Drum- mond durante a Segunda Guerra Mundial ¢ a ditadura do Estado Novo, instaurada por Ge- tilio Vargas no Brasil. Considerando esse fato, indique as afirmativas verdadeiras: a) A noite representa para o eu lirico um mo- mento de tristeza e de desesperanca, pos- sivelmente relacionado com a guerra e a di- tadura. b) Apesar do descontentamento com 0 momen- to politico, o poema manifesta a esperanga de um futuro melhor. ©)As palavras noite e dia, empregadas cono- tativamente, representam respectivamente um tempo de dificuldades e um tempo de redengao 4d) Os sentimentos do eu lirico oscilam entre 0 modo como as pessoas, em geral, sentem a noite e o dia €) No poema, @ contraposigéo entre dia e noi ‘te expressa o descontentamento do eu lirico com a passagem do tempo. FIGURAS DE LINGUAGEM 5. Observe estes versos, de uma cancao de Gilberto Gil: ‘Toda saudade 6 um capuz ‘Transparente Que veda E-ao mesmo tempo Do que néo se pode ver Porque se deixou para tras Mas que se guardou no coragio (Toda saudade" In Carle Rend, org Giberto Gi + Todas as letras. S30 Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 295.) Todo 0 trecho da cang3o procura conceituar saudade, a) Que caracteristicas da saudade permitiram comparar esse sentimento com “um capuz transparente"? b) Saudade, nos versos, é conceituada de modo denotativo ou conotativo? Por qué? Leia o poema a seguir, do escritor escocés Robert Louis Stevenson, Minha cama é um veleiro Arminha cama é um veleiro; nela me sinto seguro; com minha roupa de marinheiro, vou navegando no escuro. De noite embarco e sacudo a mao para os amigos no cais; fecho os olhos e pego 0 timao: nao ougo nem vejo mais. Cauto marujo, levo em segredo para a cama uma fatia de bolo ¢ também algum brinquedo, pois ¢ longa a travessia. Corremos de noite o mundo inteiro; mas quando chega a alvorada, eis-me a salvo em meu quarto ¢ 0 veloiro de proa bem amarrada. (in: José Paulo Paes, sl. trad. Ri methor quem ri pri- rmeiro - Poemas para criangas (e edultos inteligen- tes). $80 Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 22.) 1 0 veleir (1895), de Claude Monet Digitalizado com CamScanner 1. J4 no primeiro verso do poema, 0 eu lirico se re~ fere a uma imagem que ele cria antes de dormir. a) 0 eu lirico € um adulto ou uma crianga? Justi- fique sua resposta com elementos do texto. ) Qual é a imagem que ele cria antes de dormir? ©) Quanto tempo leva a viagem? Que palavras indicam esse tempo? 2. Se dizemos “A cama é macia® ou *O veleiro é se- guro*, estamos utilizando uma linguagem normal, ‘em que as palavras so empregadas com seu sen- tido habitual. Contudo, se dizemos “A minha cama € um veleiro*, estamos utilizando uma linguagem diferente, poética, em que as palavras compéem imagens e ganham sentidos novos. a) 0 que permitiu ao poeta, no primero versp, aproximar cama e veleiro? b) A partir da imagem do verso inicial, 0 eu trie apresenta outras imagens correlacionadas, que correspondem as expressdes: ‘minha roupa de marinheiro"? +05 amigos no cais"? + "cauto marujo"? pego o timo"? +0 veleiro de proa bem amarrada‘? 3, Imagens como “A minha cama é um veleiro’ ¢ “[sou] Cauto marujo" sao exemplos da figura de linguagem chamada metéfora. O que 0 uso dessa figura de linguagem acrescenta 20 texto? Quando dizemos "Minha cama é confortavel*, estamos empregando a palavra cama no sentids que the € comum, préprio, Entretanto, quando o eu lirico do poema afirma “A minha cama é um ve- leiro", sua intengao nao é apenas informar como é a cama, mas também construir outro sentido, uma imagem, uma analogia que expresse, com sensibilidade, a visdo que um menino tem da cama e de uma noite de sono. © mesmo ocorre quando o menino é comparado a um marujo e o tempo de uma noite é transformado no espago maritimo percorrido em uma viagem. Como se observa, palavras e expressées séo empregadas no poema com um sentido novo, figura- do, constituindo, assim, figuras de linguagem Figura de linguagem é uma forma de expresso que consiste no emprego de palavras em sentido figurado, isto é em um sentido diferente daquele em que convencionalmente séo empregadas, As figuras de linguagem sao normalmente utilizadas para tornar mais expressivo o que queremos dizer. Empregadas tanto na lingua escrita quanto na lingua falada, ampliam o significado de uma pa- lavra, suprem a falta de termos adequados, criam significados diferentes Veja, @ seguir, um grupo de figuras de linguagem relacionadas ao senti (Comparacao)e’metafaral Leia estes versos, de Fernando Pessoa: Minha alma é como um pastor, Conhece o vento e 0 sol Banda pela mao das Estagies A seguir e a olhar. ! (bre podtica Rio de janeiro: + Aguilar, 1965. p. 203) Observe que 0 eu lrico compara o termo alma a pastor, aproximando-os pela sua semethanca, de modo ue as caracteristcas de pastor sejam atribuidas a alma, Note também que nos verses na sine comparagio feita de modo expicito, por meio de um elemento comparativo expresco, que & como 36 Digitalizado com CamScanner Eliminando a comparagdo e empregando o segundo termo (pastor) com o valor do primeiro (alma), temos uma metéfora Minha alma é um pastor Nessa construgo, hé uma comparacao implicita entre os dois seres, pois o elemento compara~ two fica subentendido. Alma é pastor em virtude de certa semelhanca entre os dois elementos: situac3o dos versos, relacionada ao fato de ambos conhecerem o sol e o vento e andarem em todas as estacdes, 2 seguir e a olhar Ha também outro tipo de metéfora: o que ocorre com a supressao de um termo e 0 emprego ida p de cutro no lugar dele. Observe nos seguintes versos a presenca desse tipo de metafora, con emprego da expresséo mar azul em sentido figurado Beber a dgua do mar azul dos teus olhos. Taf uma coisa dificil. sks Clautis Arenat in Vera Agua fore a2 ertorte Forts Aiegre Projets, 2002 v 2.9 80) de alguma semelhanga existente entre eles, de modo que as caracteristicas de um sejam atribuidas 20 outro, e sempre por meio de um elemento comparativo expresso ‘como, tal qual, semelhante o, que nem, etc. Metéfora é 2 figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra em um sentido que nao the € comum ou proprio, sendo esse novo sentido resultante de G Comparagéo é 2 figura de linguagem que consiste em eproximar dois seres em razdo | uma relaggo de semelhanca, de intersec¢do entre dois termos Cap Leia estes versos: Que tarde! Além do calor ¢ da prova, aquela minissaia sentada bem ao meu lado! Assim nio hi memoria que resista... {Carlos Quer Teles Sementes ce sot Sto Paulo Moderna, 2003 p 16) 37 Digitalizado com CamScanner Observe que, no 4? verso, 0 eu lirico, em vez de e tem com a garota uma relaga nissaia, q\ minissaia. Teo: que geralmente uw fa de linguagem que consi razio de haver entre elas uma rel ( Metonimla é a figu A metonimia ocorre quando empregamos: +0 efeito pela causa, ¢ vice-versa Pedro & alérgico a poeira e a cigarro. (fumaga) +0 nome do autor pelo nome da obra: Nas horas vagas, ouviamos Mozart. (a miisica) +0 continente (0 que esta fora) pelo conteddo: O nené comeu dois pratos. (alimento) +a marca pelo produto: Menino, vocé quer um chiclete? (goma de mascar) +0 concreto pelo abstrato: 6 ele tem cabeca para resolver isso. (inteligéncia, sagacidade) + 0 lugar pelo produto caracteristico de determinado local: © gerente ofereceu um havana a seus colegas. (charuto produzido em Havana) +a parte pelo todo: 1s, assim, uma metonimia iste na substituigdo de uma palavra por outra em lagio de interdependéncia, empregar a palavra garota, utiliza a palavra mi- snde interdependéncia, de implicagao, pois s80 as garotas de inclusao, de implicacéo. a Metonimias visuais Os sistemas de pictogramas (imagens ou grupos de imagens que integram uma escrita sinté- tica, resumida) costumam em- pregar a metonimia como recurso para orientar usuarios em guias turisticos, terminais de transpor- tes, postos rodovisrios, gindsios de esportes, etc. Assim, uma cesta e uma bola podem ser usadas para representar o basquete; talheres, para representar um restaurante; uma cama, para representar hos- pedagem; uma mamadeira, para indicar o bergério, ete. Mil olhos apreensivos seguiam a partida de futebol. (pessoas, torcedores) +0 singular pelo plural: O brasileiro é bem-humorado. (0s brasileiros) +a matéria pelo objeto: A.um sinal do maestro, 0s metais iniciaram o concerto, (instrumentos de sopro feitos de metal) 38 Digitalizado com CamScanner A metafora e a metonimia na midia Os recursos mais empregados na midia brasileira, seja em aniin- cios, seja em capas de revistas, so a metifora e a metonimia, Obser- ve, no aniincio do Greenpeace (uma organizagao nao governamental), 20 lado, a presenga de metonimia. A figura de um palito de fosforo com graduagao sugere metonimicamente um termémetro, que se re- laciona com a temperatura ambiente. Como o palito esta parcialmente queimado, a figura sugere calor, que, por sua vez, remete ao aqueci- mento global, fendmeno ambiental que vem sendo fortemente com- batido pela entidade por meio de campanhas e anincios. (Revista Greenpeace, abrlemaiosunho 2011) ———— Antitese Leia os versos ao lado, de Vinicius de Morais. { \faior amor nem mais estranho existe nee Pan e que 0 meu — que néo sossega a coisa amada serve que o eu lirico emprega palavras |e quando a sente alegre, fica triste, e expressées que se opdem quanto ao sentido: | i co a vé descontente, da risada. alegre se opée a triste, descontente, a dar ri PERI IE LG kg yo acs sada. Temos, nesses casos, antiteses. de Moraes, Selecio € erganizacdo. Antonio Cicero # Eucarad Ferraz, Sio Paulo: Cia, das Letras, Edtora Schwarcz, 2008 Tp 64. VM Empreendimentos Ansticas e Culturas lta) “Antitese é a figura de linguagem que consiste no emprego de palavras que se opdem quanto ao sentido. Paradoxo) Leia estes versos, de Fernando Pessoa: ‘Sempre que olho para as cousas ¢ penso no que os {homens pensam delas, Rio como um regato que soa fresco numa pedra, Porque 0 tnico sentido oculto das cousas elas nfo terem sentido oculto nenhum, (0p et. p 223) 0s dois Gitimos versos apresentam elementos que, apesar de se excluirem mutuamente, se fun- dem, constituindo afirmacdes aparentemente sem l6gica. Temos, assim, um paradoxo 39 Digitalizado com CamScanner Paradoxo é a figura de linguagem que consiste no emprego de palavras ou expressoes que, embora opostas quanto ao sentido, se fundem em um enunciado GOSTMerk Ne Leia 0s versos a seguir, de Castro Alves: Ji viste as vezes, quando 0 sol de maio Inunda o vale, o matagal, a veiga? Murmura a relva: “Que suave raio!” Responde o ramo: “Como a luz é meiga!” (Poesias completas de Castro Alves Rio de Jnneio: Edgbes de Ouro p. $8) No 3° e no 42 versos da estrofe, a relva e o ramo aparecem personificados, pois a eles so atri- buidas ages - murmurar e responder ~ préprias dos seres humanos. Temos, nesse caso, situacdes de personificacao. Nas fabulas, a personificagao é abundante, uma vez que nelas os animais ganham caracteristicas humanas: falam, pensam, brigam, tém sentimentos, desejos. Personificago ou prosopopeia é a figura de linguagem que consiste em atribuir linguagem, 2) sentimentos e ages préprias dos seres humanos a seres inanimados ou irracionais, Leia os versos ao lado, de Vinicius de Morais. z Pois hé menos peixinhos a nadar no mar Observe que 0 eu lirico, com a intencgo de | Do que os beijinhos que darei impressionar seu(sua) amado(a), exagera ao dizer | Na sua boca © niimero de beljos que daré, Temos, nesse caso, ipiyitrasterracombrhincs-te-mevaes/87381) uma hipérbole ( Hipérbole é a figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero. Certas palavras, quando empregadas em determinados contextos, si consideradas desagradave's, Ou por apresentarem uma ideia muito negativa ou por chocarem quem ouve. Por isso, muitas pessoas as substituem por palavras ou expressées mais suaves, mais delicadas, que, embora tenham o mesmo sentido, causam menor impacto. E 0 caso, por exemplo, do emprego de falecer, entregar a alma a Deus, descansar, etc. no lugar de morrer. 40 Digitalizado com CamScanner Leia estes versos, de Camées: Nos. 3 i versos de Camées, 0 eu lirico refere-se a morrer, empregando 0 verbo partir. Temos, ni caso, um eufemismo. - oe Eufemismo é a figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra ou ‘press8o no lugar de outra palavra ou expressao considerada desagradavel ou chocante Leia estes versos, de Mario de Andrade: Moga linda bem tratad: ‘Trés séculos de fami Burra como uma porta: Um amor. ; (on eit aga comb/andhlamoca) Observe que o eu lirico irénico nesses versos quando resume, na expresso um amor, @ beleza, a fineza, a tradicéo familiar e a “inteligancia® da moca. Temos, nesse caso, ironia C Ironia é a figura de linguagem que consiste em afirmar 0 contrério do que se quer dizer. — A ironia em outras linguagens ‘A ironia no € especifica da linguagem verbal e pode se dar em diferentes situacdes. A base desse recurso de linguagem € 0 deslocamento contextual em determinada situagdo, em que se espera um tipo de Comportamento e acaba ocorrendo outro. Observe um exemplo na tira abaio. 0 titulo proposto pelo jorna- lista para a matéria sobre o politico que dou tudo aos pobres é irBnico porque, para ele € provaveimente para 0s leitores daquele jornal, & inacreditavel que um politico faca uma boa agéo desse tipo QUE TITULO VAMOS DAR PARA A MATERIA ‘0 POLITICO QUE POOU TPO PARA OS POBRES? _ "ACREDITE SE QUISER!" (0 Estado de $ Paulo, 5/4/2007.) =) 41 Digitalizado com CamScanner Digitalizado com CamScanner 4. As cobras estdo tomando sol. a) Que fato se opde ao desfrute desse prazer? b) Que palavra da fala do 2° quadrinho indica essa oposicao? 5. 0 humor da tira esté no 3° quadrinho. Depois que 0 lemos, a frase do 2° quadrinho adquire duplo significado a) Que palavra do 2° quadrinho é responsavel por isso? d) Qual € 0 significado dessa palavra antes e de- pois da leitura do 3° quadrinho? . 0 humor da fala do 3° quadrinho se sustenta também na dupla significagdo de uma palavra a) Que palavra € essa? b) Que significado ela tem, considerando-se apenas 0 contexto do 2° quadrinho? E no contexto do 3° quadrinho? ©) Em qual dos contextos essa palavra é tomada no sentido metaférico? Leia a tira abaixo, de Adao Iturrusgarai, ¢ responda 8 questdo 7 Tar ama Grirsn 1OCA TER TRATION © HERO | Wa Seas Got EY NRO faa BesnSTIR AD PA 00 SOL 7. Zezo € um menino mal-humorado, que detesta sair de casa. a) A que se refere a palavra trogo, no Ultimo quedrinho? b) O que a altima cena revela sobre os habitos do garoto? €) Identifique uma figura de linguagem empre- gada na tira d) Os pais de Zezo estdo numa situagao informal. Contudo, caso 0 pai do Zezo quisesse empre- gar um portugues formal, rigorosamente de acordo com a norma-padrao, como ficaria 0 22 quadrinho? Identifique as figuras de linguagem empregadas nos seguintes versos ou frases. a) 0 vento esté dormindo na calgada, O vento enovelou-se como um cio. Dorme, ruazinha... Nio hi nada (tare Quintana Poesios 9. ed S80 Paulo Globo, 1994 p. 3) A ELe Tho CaLtno € BEm-HumoRADO! (Fotha de 5 Foule, 1876/2005) b) 4 7 ) ‘Tew amor na treva é — um astro, {castro ves 06.ct p49) 9 ) Marcela amou-me durante quinze meses ¢ onze contos de r (Machado de Ass) © a divina, num simples vestido roxo, que a vestia como se a despisse. (fast Pompe) © Noite, noite eseura do lua nova, strolas sujam 0 c6ut do imonsidio © mistério. (Roseana Murray Pasagens Belo Horizon te Lé, 2008. p 15) 43 Digitalizado com CamScanner

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