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Professora: Disciplina:

Pâmela Neri LÍNGUA PORTUGUESA II

Aluno: Turma: T220 2TA Data:

(ESTUDO DIRIGIDO) FIGURAS DE LINGUAGEM: SINTAXE

É caracterizado pela inversão da ordem direta dos termos da


1. Figuras de sintaxe oração, segundo a construção sintática usual da língua (sujeito
+ predicado + complemento).
As figuras de sintaxe são abordadas aqui devido
à sua relação com figuras de estilo: um determinado Exemplo: Triste estava Manuela. (Neste caso, o estado do
estilo de escrita pode delinear escolhas estruturais sujeito surge antes do nome “Manuela”, que na construção
específicas. Por essa razão, a gramática de uma língua sintática usual seria: Manuela estava triste).
natural deve refletir a variedade de escolhas que
permitirá a riqueza estilística na expressão textual.  Assíndeto
Corresponde a uma conjunção coordenativa utilizada para
A nossa gramática aponta alguns princípios que unir termos nas orações coordenadas. Feita essa observação, a
regem as relações de ordem e de dependência das figura de pensamento assíndeto é caracterizada pela ausência
palavras em uma oração. Em geral, tais princípios são de conjunções.
definidos a partir dos aspectos lógicos e gerais
observáveis na norma culta da língua. Porém, tais Exemplo: Daiana comprou uvas para comer, (e) limões para
aspectos não são exclusivos ou não ambíguos, isto é, fazer suco.
não há aspectos associados exclusivamente a uma
norma de uso da língua, o que dificulta sua  Polissíndeto
identificação e, o que é mais importante em nosso
trabalho, sua associação com questões de estilo. Ao contrário do assíndeto, o polissíndeto é caracterizado pela
repetição da conjunção coordenativa (conectivo).
 Elipse
Exemplo: Dolores brigava, e gritava, e falava.
Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que
podem ser facilmente identificados, tanto por elementos  Anáfora
gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto.
É a repetição de termos no começo das frases, muito utilizada
Exemplos: a) Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o pelos escritores na construção dos versos a fim de dar maior
trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto para o trabalho, pois ênfase à ideia. Exemplo: Se eu amasse, se eu chorasse, se eu
estava atrasada.) perdoasse. (A repetição do termo “se” enfatiza a
condicionalidade que o emissor do discurso quer propor).
b) As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As
margaridas florescem em agosto.)  Anacoluto

 Zeugma Altera a sequência lógica da estrutura da frase por meio de


É uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de uma pausa no discurso.
um termo já mencionado anteriormente. Exemplos: Exemplo: Esses políticos de hoje, não se pode confiar. (Numa
a) Ele gosta de geografia; eu, de português. sequência lógica, teríamos: “Esses políticos de hoje não são
b) Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só móveis confiáveis” ou Não se pode confiar nesses políticos de hoje.)
modernos.
 Pleonasmo
 Silepse
Há concordância da ideia e não do termo utilizado. São Repetição enfática ou redundância de um termo que soa
classificadas em: “desnecessário” no discurso, o qual pode ser utilizado
 Silepse de Gênero, quando ocorre discordância entre intencionalmente (pleonasmo literário) como figura de
os gêneros (feminino e masculino); linguagem, ou por desconhecimento das normas gramaticais
 Silepse de Número, quando ocorre discordância entre (pleonasmo vicioso), nesse caso um vício de linguagem.
o singular e o plural;
 Silepse de Pessoa, quando ocorre discordância entre Exemplo: A noite escura da Amazônia. (Note que a noite já
o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o verbo, pressupõe escuridão.)
que surge na primeira pessoa do plural.
EXERCÍCIO
Exemplos:
 São Paulo é suja. (silepse de gênero) 1. "Ó mar salgado, quanto do teu sal
 Um bando (singular) de mulheres (plural) gritavam são lágrimas de Portugal!"
assustadas. (silepse de número)
 Todos os atletas (terceira pessoa) estamos (primeira
Há, nesses versos, uma convergência de recursos expressivos,
pessoa do plural) preparados para o jogo. (silepse de
que se realizam por meio de:
pessoa).
I - metonímia;
 Hipérbato ou Inversão II - pleonasmo;
-1-
III - apóstrofe; E na alegria sinta-se tristeza.
IV - personificação.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
Quanto às especificações anteriores, diz-se que: A firmeza somente na inconstância.
a) todas estão corretas.
b) nenhuma está correta. (MATOS, Gregório. Obras completas de Gregório de Matos. Salvador:
c) apenas I , II e III estão corretas. Janaína, 1969, 7 volumes.)
d) apenas III e IV estão corretas.
e) apenas I está incorreta. 3. De forma recorrente, o Barroco lança mão de figuras de
sintaxe como recurso expressivo.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o soneto “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” a) Considerando o terceiro e o quarto versos da primeira
do poeta português Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para estrofe do soneto, explicite as duas figuras de sintaxe que,
responder à(s) questão(ões) a seguir. nesses versos, estão relacionadas aos termos oracionais
classificados, tradicionalmente, como essenciais ou
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, básicos.
muda-se o ser, muda-se a confiança; b) Classifique, quanto à função sintática, os constituintes do
todo o mundo é composto de mudança, último verso da primeira estrofe.
tomando sempre novas qualidades.
4. Leia os textos.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da 1esperança; I. Mas esse astro que fulgente
do mal ficam as mágoas na lembrança, Das águias brilhara à frente,
e do bem – se algum houve –, as saudades. Do Capitólio baixou.
(Soares de Passos)
O tempo cobre o chão de verde manto, II. Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.
que já coberto foi de neve fria, (Mário Quintana)
e enfim converte em choro o doce canto. III. No berço, pendente dos ramos floridos,
Em que eu pequenino feliz dormitava:
E, afora este mudar-se cada dia, Quem é que esse berço com todo o cuidado
outra mudança faz de 2mor espanto: Cantando cantigas alegre embalava?
que não se muda já como 3soía. (Casimiro de Abreu)

Sonetos, 2001. Segundo Celso Cunha & Lindley Cintra, o anacoluto é “a


mudança de construção sintática no meio do enunciado,
1
esperança: esperado. geralmente depois de uma pausa sensível”, o que faz uma
2
mor: maior. expressão ficar desligada e solta no período. Justificando e
3
soer: costumar (soía: costumava). com base nesses dados, o nome do menino faz uma alusão a
uma figura de sintaxe que está exemplificada apenas em
2. Elipse: figura de sintaxe pela qual se omite um termo da a) I.
oração que o contexto permite subentender. b) II.
Domingos Paschoal Cegalla.
Dicionário de dificuldades da língua portuguesa, 2009. (Adaptado).
c) III.
d) I e II.
Transcreva o verso em que se verifica a elipse do verbo. e) I e III.
Identifique o verbo omitido nesse verso.
5. Veja a placa a seguir, encontrada em um estacionamento
Para o eu lírico, qual das mudanças assinaladas ao longo do privado.
soneto lhe causa maior perplexidade? Justifique sua resposta,
com base no texto.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


SONETO
[Moraliza o poeta nos ocidentes do sol
a inconstância dos bens do mundo]

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?


a) Explique o conceito de anacoluto empregando o período do
Se formosa a Luz é, por que não dura?
comunicado.
Como a beleza assim se transfigura?
b) A seguir, proponha uma correção para o texto, eliminando
Como o gosto da pena assim se fia?
o vício sintático.
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
-2-

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