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{ CHARLES DARWIN D8 Haz A ORIGEM DO HOMEM E A SELECAO SEXUAL Tradugde de FICHA CATALOGRAFICA ' ATTILIO CANCIAN (Preparsde pelo Centro de Cetsloguo-na-fonts, EDUARDO NUNES FONEECA ‘CRMARA’BRASILEIRA DO LiVEO, SP) caw ane pase D243 ee as caer Ht ‘MAXIM BEHAR pear ieteast ate opetta eae load PS OEE dad cDD-5Ts ‘ : i : ° £ ee Gem ir Wa ie 23047 Sh 3 oe ‘A ORIGEM DO HOMEM EA SELECAO SEXUAL ° Mie : qe Lug Ta Ei SS 593.7? Goiorecn cekeAL eBoy SUOUS eeAic sue DESCENT OF MAN AND SELECTION IN RELATION TO EX. ©copyieh 1982 by Hemus Esters Lid Todos: dete deus pe line porters vsomades pope et pub pe o hemus editora Saat ieee peso no Based nat A idéiainexata que comumente se tm da teoria darwinst, 4@ necetsdade de ‘raduelr pela’ primeira vet para a” lingua portuguesa uma obra que tem merecido wn lugar de destague © aprovacao de todo pats civilzado e 0 enriguecimento de rossos conhecimentos naurais com a imensa soma de datos ‘Que @ inespotével eradicdo de Charles Darwin acurula essa ‘bra, foram os principais motives que impulionaram @ nossa ‘ediiora a empreender este drduo trabalho, A importincia de Darwin como sibio fisidloga ¢ eminente naturalist, ndo necesita exclareelmentae, pois id fol sufclente- ‘mente julgado pelos erticos de todas os pates. Bastard. que Cltemos tdo-somente A Oxigem das Espécies, também editada por nossa editora-e pela primeira vez no Brel, para que o ‘autor merepa os maiores cloplos. Em todas at suat obras, na ‘maioria india em portuguds, Darwin, revelou o Imenso cual de conhecimentos que possia, astim como um profundo espe riko de observacdo a que deve 0 descobrimento. das leis da lego sexual e natural que tanta importincla the deram como iésofo. Seu verdadeiro mito consste néo em ter descoberto 4 teoria da evolupto, pois esta & antgutsima, sendo em haver Aeservolvido de manctra ido admirével, marcé 2 apliccto de ‘eu extenso saber nas cénciasnatur, Depols de tao laboriosa vida, morreu o tlutre Darwin, levando'ao timulo. & invelvel sléria de seus grandes sericos resiados @ ciéncia e de haver eriado uma teoria que, apeser 4e seus muitos éontesadores, conta com inumendveis adeptos fe sibios continuadores. Se expicamos ficimente a claidade de estilo ¢ a solider de bases de Darwin, veremas recompentados nastos esforgos ‘edesvelos na iterpretagao de tao espinhose obra Maan Basan [NOTA BIBLIOGRAFICA ‘Chasis Robert Darwin masses om 100 om Shrewsbury ¢ ers fhe ‘Summ amis ged’ te Shincins naturais por tredioko protssonal ¢ Sorgesqusns Hetatos mdicins om Edinburgo CMSIEN e laclogls Eh dumonatar nennuia yerdadsiro interes nao ser tates pels ‘onscauia maar como hafuralits & bordo do aBeagien para ‘Eni ighorcanie do sun forms. Tul ingen nooo eelog {'pessbildade de ‘mumoroeaeheorvaten ataraliticas, aniTopai: {icg.e etnologeas, mae, confor elo proprio admit, Ino reuse Um ‘Ehacurociments e000 ponte de vist fntodolopeo, pols com isto se ‘nuregou a um exieadocd trabalno fogreo priniosiments sobre 8 fo. {gins que the permiie controntar as oberragoee por ele fetes com se Woflas comtimante acct Voltow'tinglsterrs em iW © fo ‘ldendia cm Londres onde somesos t trabalsar gobreaido nos apo. ‘Emontos gue havie tomado ‘uranis & vagem™ im 180 aparecsa 0 ou dito Viet de um naturists no nedor do mundo, > gual fol Sucessvampente fopublicado, depos de ter nido revato © woud, em NS "Desde 16s) pusore « Ushalhar nas apentamenian, tpn. ‘other um sentido terion que pouco wale de vate aca mais tarde ‘Win espresto. do toanotra cebl/na obra A Origem das especie Ne Eo dg sano sucestvas pesquisa aust sear const ato impoctante lellura casual, em 1838, do Tratado sobre gs principio: ‘do popuiagso, de aatora de Aistbaa, quo no ise a propels But Ihe forneeeu ~e no entrames no arto da valida eftta detea n ‘Miao do fla “parame interpretation ete ‘ieee da ecleo aatarals” im 1041 elavorou ure primo extogo de ‘ents em ott No tho do fi) contre nipsis © « partir de 14 ‘sien para uma ease ao campo de Kent nds pactow toda © si ‘Wn Agu poco prossulr em seus eatedos om plone trangauidade beraace, som estar Hgudo s ambonies da cite otal embora ope pare port seo pertia gun mas vee tlasttes,eracoves do redo e com culradores ee eral com fine Seles is sig vaso tds ou poten am a cas Sie. A bare au ringer on Hose polo tag's salina oat Sclarmente pela ltrs dos Principles de gelogts de Lyell 2 come. fara s couperse de modo eapeial deste stor, de"mportancla anda 8 sl, ma pn rer, 5 se sete sa eo cies ate et Ee one a Sie Stee | aerate ‘eeu i a aha cea eee Sian Seas oe amie et Seiwa suit i iaaraae Sit Goa as a Taha ct ges nett ach eae ise Ree ee re ae ree feetoere meee tier nae Se can Seeieneeenenr ames Bow nr acueatar mre tan game es ee ip ence Hs en re ecto saa cree, ew ehemaneranaetae st BES aide ieesn naan aw Sieve, is ee & acre Gos ee ee ee inoveetes darwinianas. Pe cc rans vm mete ene sean a at me nag oe eed a Feces en Ca cee aiseiat aan nee de eh Sica eines gaa ae Seale ote arentes ete, mar oe SELES Sot otenceer ate Shas Sa carat ee ened ee oious ioe ir cgenrecieeae Pata iiaiattis toate Sue capeaeen aat Sse tpae eect a ee fendi deo heat sie ue, ce ee Pie Snot oe ete a Seeeavne Eanagri uitara evn ¢ aerate iontatas otinee anata heme mat 2 Se cad iarieas ernest es stomata ame See nana Pape Leas ea aatane acta ug aa a 00 — pre moot ondeaaenry Ne Soe tape fae aaa a toe cree oes ess seo a i tt Rio ected parce a ce Sats caramel ece Etat ee ee reeecura ae areas Sahes uae neon e ais 10 INTRODUGAO DO AUTOR Compreenderse- melhor a natureza da obra que se segue se firmos uma répida alarao a mancira como fol escita. Durante muitos anos recolhi dados sobre origem ou deseen éncia do homem, sem ter nenbima inteneso. de publicales, fntes porém com a determinagao de ago publiciles, porgusm to se assim no agise julgava que 0 felo $6 poderia contr’ bir para detrimento. das minha. opiniges. Pareciame suf lente ter indicado, na primeira edi¢go da minha Origem das sspécles, que essa obra Irradiaria lur “sobre a origem do Fomem e ius histra",-o que implica que o omem deve ser incluido com os demais seses viventes crm qualquer conelusao fetal que seja, no que tange a0 modo de aparecimento sobre {Terra Agora’ a situacao se presenta de maneira totalmente diferente Quando um naturalista do porte de Car! Vogt se ventura s dizer, cm seu discurso proferdo ha qualidade de presidente da Sociedade Nacional de Genebra (1869), que "Nit cm, 20 menos Europ, cua mais fener arto lente tanto dos tipas como das espéces",entdo Se torna fvidente que pelo menos um grande numero de naturalistas S forgade a admitir que as especies devem constitulr 0s des endentes de outras espécies que sofreram teansformagses; © {Sto ¢ considerado valde particularmente pelos mais Jovens {eminent naturalistas, A'maloria deles aceitao fator da se feeto natural: contudo ha quem afirme que exagere demals a'sun importincla, mas o futuro se encarregars de me fazer justiga, Infelizmente muitos dos mais antigos © eminentes ex poenies das cineias naturais so ainda contrérios a teoria da Evolugio, sob qualquer forma que ae aveate Como conseaiiéncia das opinides ora esposadas pela maio- ria dos naturalistas e que no final come sempre acabardo Sendo seguidas por outios que nao sao centstas, fal levado 'yeunir'os mets spontamentos com o fito de ver alé que onto as conclusGes gerais a que cheguci nas minhas primel Fas obras encontrariam splicacio no caso do homem. Este me parecia sero melhor caminho a seguir, de ver que nunca apie Eara de caso pensado estas teorias as especies tomadas ind u vidualmense, Quando voltsmos nossa ateneto para cada uma as formas, vemo-nos privados do complexo de argumentos au. {eridos da natureza das afinidades que ligam entre si grupos Inteiros de organismos, isto é, 2 distribuicko geografiea ao pes sado © no presente bem como a sucessto geolsgica, Restam ainda por considerar a estrutura homéloga, © desenvolvimento ‘embrionario © os érgaos nadimentares de tima especie, seja do hhomem ou de qualquer outro animal que seja objeto de nossa atengao; mas estas grandes categorias de fatos oferecem, pelo menos ¢ 0 que me parece, uma ampla¢ decisiva prova’ em favor do principio ‘da evolucao gradual, Todavia. © forte ‘apoio fornecido por outros argumentos deveria estar sempre presente Este trabalho tem por finalidade tinica considerar, em primeiro lugar, se 0 homem, como qualquer outra espécie, des fendew de outta forma qualquer preexistente, em segundo hi ot g maneira deste desenvolvimento e, em tercsiro lugar, 0 vax for das diferencas entre as assim chamadas ragas humanas. De vex que me limitarel a estes pontor, nlo serd necessario des crever uma por uma as diferengas existentes entre as diversas ragas — assunto este enorme e ja amplamente tratado em Imuites obras notaveis. A antiguidade remota do homer, tem sido demonstrada pelos trabalhos de uma pléiade de eminen {es estudiosos, a comecar por Boucher de Perthes e constitul base indispensavel para compreender a sua origem, Acatarei por isso estas conclusées ¢ recomendarci aos meus leltores os timos tratados do Sr. Charles Lyell, do. Sr, Fohn Lubbock f de outros. Outra coisa nao me restart senda fazer alusées 0 complexo de diferencas entre o homem e os macacos. an ‘tropomorfos; com efeito, consoante o parecer dos julzes tnais, abalizados, o professor Huxley demonstrou defiaitivamente ‘ue 0 hotiem, em todo cardter visivel, difere dos macacos Superiores menos do que estes diferem dos membros infe Flores da mesma ordem de primatas No que tange ao homem, esta obra contém somente algu ‘ma colsa de original; mas, visto que as conclisées a que che uci depois de haver bosquejado um primeira esbogo me pa Feceram inferessantes, pensei entao que poderia. interestar lambém a outros. Freqllentemente e com confianga se tem afirmado que a origem do homem nunca poder ser conhe- ida; mas, com mais frequénela do que o conhecimento, lignordncia gera certas conviegSes: os que pouco sabem e va, aqueles que muito conhecem asseveram com tanta firmeza gue este ou aquele problema jamais ser resalvido pela cin cia. A conelusso de que o homem busca a sua ofigem em 2 SE ee ant nee aE sarin galas ry afin sce, ao de sa cop us gm de feds bor it cos Peete uo, oe gmp Males any Gave Monae, (860 be, cea Se Seale Mentors (186), able, ees cong, azune eee a7) Nair Sepang seroma el zs tun «een do omen, Benrnse, Pomeeoess ipo bom nee poe eo ne She aaa tiles ess re pacers eo ae Sees es ata sean ugg me ee asap ue Spee eee nade wm pape nara sccm aes Ruapen a ee le A fens conc ae sey a acre a fine omen fen oe patent Px ee ‘sop enine ae de rei de oe ee Te ee a chan um es an nee Sea shee wm cme 1D Visto que as obras dos autores citados em primeiro lugar so ‘bem conbecidas, no ge fas necasario que thes menclone os titles, lttet os tals doe wltmos tutores, menos conbectaes a Taster: ‘Stcha Vortesungen uber die Bacwin sce Theorie ff east ots 058 Go Dict Blctper, trou raneoae Conferences sur ia Thcore darwinieane, 1s," Der Mende fm Liste der Darwinacke Lehre, 1505 00 De, oll. Nao procurarel zmpouso tar todos os astoes que agsumiram ‘meine posgso no tovanee a0 probes Assn ¢ que @. Caneoscat bublleou GAnnuarie dela‘Soc 4! Nats, Modena ise peg 0) ‘um ee ito muito singular sobte es cerasterés rudimentarc, com relngio 8 ‘rger do Romer, O Dr, Prancesco Barrago pubicos wie obra slorior {ine ae teva otto de =O home, felt & imagem de Dexa fol flto fambdrt& Iagem do nacacos )" quando sata obra sparecea pola rls ves, o prof, Hackel fo o unico autor qus discus 0 asmunto'aa sleeso sax que ch ‘Bette elon mmportioca wie ©publcrio de Orem, goo B mais inferores.J4 faz muitos anos, « minha stencio fora des Ttada sobre este argumento pela aotivel obra'do St. Chet = Bel. Este iustre anatomic sustenta que o homem € do. tado de certos miseulos somente para exprimir as sus emo 2 Mito ae seelignte opinie etd Svlamane omar {ese com aducla segundo a qual o homem deriva de alguna ‘tra forma inferior, Forgoso me era considersta,Igualsente descjava averiguar aig que ponto as emoyoes erm cessas da mesma manelra pelas diversas ragas de homens. Na, em face da extensdo do presente trabalho, julguet de melhor alr tre reservar o ensaio para ume publicagle em separado PRIMEIRA PARTE A DESCENDENCIA OU ORIGEM DO HOMEM Adverténcla| — As notas numeradas em ordem progressiva so de Charles Darvin, —.As notes assinaladas com‘um ou mals asteriscos sio dos fradutores ou dos revisores, — As lnterferéneias entre parénteses sfo todas dos tradutores, fu dos revisores, tanto no texto como nas notas. 1. PROVAS DA DESCENDENCIA DO HOMEM DE ALGUMAS FORMAS INFERIORES Natureza das provas relativas & origem do homem — Estrutu ras homdlogas no homem e nos animals inferiores — Pontos ‘lstintos de correspondéncia ~~ Desenvolvimento — Estat ras rudimentares, musculos, érglos sensorials, cabelama,o:808, Grglos reprodutores, etc. — A importinela desias grandes Categorias de fatores na origem do homem. Quem quisesse emitir um veredito sobre se 0 home é 0 descendente modificado de alguma forma preexistente prova- ‘velmente teria antes que se certificar se ele sofre mudancas, ‘ainda que ligeiramente, na estrutura fisica e nas faculdades ‘mehtais, Em caso positivo, se as mudancas so transmitidas & sua descendéncia de conformidade com as leis que vigoram para os animais inferiores. Além disto, tanto quanto a nossa igncrincia nos permite avaliar, deveria ainda verificar se tis, ‘variacées so o resultado de elgumas causas gerais e se S80 Te- guladas por aquelas mesmas leis gerals que valem para‘os ou- fros organismos, por exemplo a correlacio, os efeitos heredi. tirios do uso e'do nfouso, etc.; e se 0 homem esta sujeito ‘20s mesmos defeitos de conformacao que so conseqiiéncia de ‘um desenvolvimento interrompido, aumento considerdvel das partes, ete, bem como deveria também verificar se em alu 5 mms de sus anomaling © home demonstra uma iva {Barn algam tipo precedente e antigo de estrutura, Naturalmer. Te ae poderis tambem ver se 0 homem, da mesnia forma que real Cures sna orig ao cig a varedader eu 0. “Tacas dlversfieadas umas das outras somente em pouco ou se a rags dlferem fal ponto de serem clasificadas como espe Ges duvidosss. No mundo, como @ que estas ragas estio dis {ribuidas? E quando se crasam, como & que unoa reage sobre f outrs, na primeira geracdo © nas demals que se seguem? fssim por dlante, no que diz respeto @ multor oUtros pro blemas ‘ estudioso deveris depois chegar a um ponto importan te: verficar se 0 homem tende a multipiarae numa proper fo tal que acabe provocando scasionais ¢ duras lites pela Existincla, que conservariam as variagdes vantajosas tanto f sian comd epi, climinando aqulas predic, AS races ou 4s eapecies humias, soja qual Tor o fermo apropriado que Se thes aplique, podem elas suceder-se 9 substituire mas as usr, de modo gue no fim gua deans extngn?Veremos due todas estas pergumtas encontrardo uma resposta exh sem {ido afirmetivo, como pare os animals inferiores, 0 que aligs natural na maioria dels, Ae Glversas hipdteses a que te fee Slusio podem ser momentaneamente debuadas de lado sem in convenientes, em primeiro lugar veremos quanto a estratura fsa do homem revels ragos femotos, com malor ou menor tvidénein, da sua derivacdo de algima forma inferior. Nos ca pitslos sicessivos sergo tomadas em consideracdo a3 capa! Sades intelectuas do horem em relacko aquelas dos animals {nferiores ‘Restrutura fishea do homem — & conhecido que o homem esté constrtdo sob o, mesmo tipo ou modelo geral de qual- fuer outro mamifero. Todos os ossos do seu esqucleto podem Scr cotejados com os ossos corvespondentes de um macaco, de um morcego ou de wma foc. A mesma coisa vale no que dis espelto aoe misculos, aoe nervos, aos vasos sangbineos © 0s drgios internos. O mais importante dos orgios, 0 cévebro, Segue a. mesma lel conforme fo; demonstrado por Husley & por outros anatomist. Bischoff.(I), que esposa uma teoria Eonar, reconbece gus os sles © preg pitts do c& ‘ebro mano spresentamh analogiss Com aquclas do orang {anger mas acrescenta que em nenhumma fase do desenvalv 1). Grosshiravindangen des Monsohen, 166, pg. 96. A conclusSor see eae eas Gell ts eb. ao fo tee ‘0 protico Sete eign . - 16 rent of seus cebros concordam perfctamente © gue nem Se podria esperar por fs80, porque citi se assim fesse aa Suds eapacidades mentais srlam identioas. Vulplan observa “es differences relies qui existent entre lencéphale de Thome ime et cell des singes supérieurs, sont bien minimes. Ine faut pas se fate dllusions & cet égard. Lihomme est bien plas pres Ges singes anthropomorphes par les caracteres anatomigues de son cota url ae sont omculoment dev sues ‘manaferes, nsig meme de certains quadrummanes des guenons et des macaques” (2). A esta altura seria superfiuo eerescen {ar outros particulares sobre a correspondencia entre homem € mamiferos superiores a estrotura do cerebro e em todas as futras partes do corpo No entanto, pode ser stil especificar alguns pontos, no concxos direta e manifestamente com a estrutura, mediante ‘os quais esta correspondéncia ou Felagdo pode melhor esc: O homem ¢ propenso a receber dos animais inferiores © a cmaniar ts eras dons como a Hotta «vr ‘© mormo, a stil, a célera, « herpes, ete. (3), 0 que constital prova da estreita semelhanga (4) dot seus tides, tanto por Inenorizadamente na esirutira como na composicao, dem nelra muito mais clara do que-te evidenciaria por tm confrom to direto s0b as lentes do melhor microsespio ou com aj 4s da mais aprimorada andlisequimica, Os macacos eatZo su. Jeitos « muitas doengss nao contagiosss, coma nds também e=- famos; Rengger (5), que durante muito tempo observars cuida. osamente indivicuios de Csbus azarae em Seu pats de origem, 2) [as diterongas rans exstontes entre o enoéfalo do home « a> sialo slo. misimar. A esto respetto oo davemas mutt ih foes) im tac dos careciciesenatomioos do sou cerebro, 0 home ‘ehsie mais pero dos simios antropomorias do que sles 9 sfo mio ee devo mee ge ambi ge ors aint ‘or Dally em LOndre des Prinses ef te Transforsisme, 10D), Yo 9, 23,9 De, We Tae Tiny de lg smo, aa tao te s oho) Senet, he deh ena shabres ‘tO anciate British Gurtny Review, outbeo de un, ga rt gor mt evra © gus 6 Se et aa fm que coisa me tena ex tanto equivocada. Parcoome evidente Rc [fia tnaloga quo euste all ente's mec inesguo ou contagio que ‘produ o mcs efit, ou pao menos aime cles de rlto sot. Tate, em dois animals diverts, © n Tengso de dole ides ders na mime sabetinte quimiss: 5) Nuuresthichte der Stugetiore von Paraguay, 120, ps. 6 "7 achowos sujeitos ao eatarro com aqueles mesmos sintomas que, quando se repetei com freqiéncia, levam & consunclo, Estes macacos padeciam também de apoplexia, de inflamacdo ‘not intestines e de eataratas nos olbos. 0s mals jovens, a0 mi darem os dentes de Jete, muitas vezes morriam de febre. Os remédios neles produziam 0s mesmos efeitos. que em nds, Muitos tipos de macacos tém uma grande predilecso pelo ché, pelo café’e pelas bebidas alcoslicas; como eu proprio tive a Sportunidade de ver, também fumam com prazer (6). Brehm afirma que os indigenas do nordeste da Africa capturam os Dabuinor selvagens, expondo recipientes de cerveja forte com a qual se embriagam, Observou sigum desses animais, por ele capturados, nesse estado e nos faz_um relato divertido do seu comportamento e das suas estranhas denguices © requcbros, No dia seguinte esto muito sombrios e iritados, agarram & ccabega dolorida com ambas as maos e assumem uma expres So bastante miseravel: toda vez em que se Ihe oferecer vinbo ‘ou cerveja, fazem uma careta de amuo, mas aceitam com pra zer 0 suco de liméa (7). Um macaco aimericano chamado Ate- les, depois de terse embriagado com brandy, nunca mais quis saber dele, demonstrando assim mais sabedoria do que ru fos homens. Estes episédios engragados mostram quio seme- Ihantes S40 os centros do sabor nos macacos e nos homens € de que maneira andloga se interliga todo 0 seu sistema ner. ‘0 homem esté infestado de parasitas internos que &s vezes causam efeitos fatais e 6 angustiado por aqueles externos que pertencem todos aos mesmos géneros ou familias daqueles dos Sulros mamiferos e,no caso da escabiose, a mesma especie (8), Da mesma forma que os outros mamiferos, 0s passaros e tam ‘bém os insetos (9), 0 homem esta sujelto tquela lel misterio- ss que faz com que certos processos normals, como a gestagio fous maturacioe a duragio de varias doencas, sigam os pe 1 pet tt soo sr ne eee tat ease ars res cee Soe an eee Sree See hie erm ae Te bee gh i sete A, od oS TS we ic ty ita mee, ho 1888, pe. 18, sad be i SP a ert rn i tap ot ge Tes ea ogee aE ci Soa Gear stn fine ise atl le 8 odes lunares. As suas feridas saram pelo mesmo processo de cicatrizacao} prineipalmente durante o primeiro periodo em brionirio, os cotos que permancceram depois de uma ampli tagio dos membros possuem as vezes um certo poder de Te generaeao, como nos animais inferiores (10). 0 inteiro proceso daquela importantissima Funcio que é 1 reproducéo da espécie ¢ singularmente igual em todos 8 ‘amiferos, desde 0 primelro ato de namoro por parte do ma- cho (I1) até no naselmento e & alimentagia da prole. Logo que hascidos, os macacos tém a mesma nocessidade de ajuda de que precisam os nossos bebés e em alguns gineros os jovens no aspecto diferem dos adultos de modo tio completo guanto as nossas criancas dos seus pals (12). Alguas escritores tém pesto jem eviencia uma importante feencicio: na espéce tumana 0 Jovem aleanca a maturidads numa idade muito mais avangada do que qualquer outro animal. Mas, se considera mos as ragas humanas que hakitam as regides tropicais, adi anata nd Pania ‘ander Dostesdeaion so pg I, ¢ pode eet taal tu Pia ner Domest, vol, 1© Pode oe 11) hares oalversisgenaibus Quatremanorum sine dubio dence. cunt eminae bumanas a macibue Smura eres, coors, pose os Decta, Nir Yount, qui Wu in Horie Zoviogics (Bestar) medieus Ente’ ret rir“n seus observance cts et agaxe boo mie ‘paverant. Sir Anafey Smith ot ivics noe ie ia Cpuotophals Iifustiesimus Cuvier tam narrat muta ge tac re qua ut oplaor ata furpiup potest indies! inter omnis hominios et Quadeumanis carat fis Nafet enim Gynocophalan quandar in fororem sneldes eepae {eiunarm alfguarurn ou nesuadam acsena tanto furore so omibus Seer eh flrs, igoncna att, ot soon voce ‘epi oan ve se ont matin cig a espaol, {alo ue foo pode Inaear sontuma cose suas inaigea do gu to fie $8 coisas ue laanificem homens © quadrimante. Con tle, ‘ath Gum nosy eave tara ria spina ere, fas nf eft tomado o menmo furor quando estore ta, presente, de {edie sothte sampre ea mas joven, Feoones a ate 8 multe chammaveas tom gestos © sont ee ed ‘Nat des Mamumiteres, foro 1,100 See 9 ferenga nie ¢ grande; fetiamente,temse que o orangotsnge fe tonne adulto somence por volta da idade de 1018 anos (13) { homer difee da muller pea aimenséo. force fii, s rencla de pelos, etc, bem como Pela ments, do mesmo modo {ue os dole sexoe cin muitor mamiforosConciinda’ evden Etse‘cetemamente extras correspondsneia na exrutars feral, na estrara particular dos teldos,na_composiezo que Sicnc na constiuigto entre homer e anima speriores, e Detilmense os macacoe antropomorfon Desenvolvimento embrionério — 0 homem se desenvolve de um Svalo sujo didmetro coresponde sproxinadamente 8 ‘a! pate de win dedo polegar (ont polegat coresponce 225 rim) que ts erin afpete ss aitcenla dos dwces desde tals animals, © mesmo brio no primeire periodo diel ‘mente pode ser distingeido daqucle or outros verecrados. Nests fase so artris Corrom ech ramificagbes curvadas, como para carrer osangue em bringuias que azo se encontrsmn nos Sertebrados supetiore, muito cmbora permancyam ainda es ‘achaduarae nos ladon do pescogo para acsnalar sun posiglo Drimitiva (lg 1). Nam periode mats adiante, quando as cxire Iidades Jas dexenvolveram, “os pes dos lagartos¢ dos ami feros = eomo observa 0 utre Von Baer as ass © os es dos passaron como também as-maos ¢ os pés do home Ge "am toon sin fora fondant Cnforme de © inley, nto quer dizer que "é em estos mas evenpa Eos: de desenvofimento que © jovem ser human, aprescria notéveis diferetgas em confronto com a macton Jovem, ei luapto que eta lta can sun evolugdoaifere do <0 quanto Se'Gfeccia do homem: Por mais espentoso assombroso que paresa, ito & de- ‘monstravel as tae Dado que tgum dos meus litres pode nfo ter tido nun- caa oportnidade de ver imagem de un embrifo, permite epregentar tm embriso.de"amn homem ¢ outro’ de um cho Sproximadamente no mesmo atigio do_cesenvoliment co Pados com todo culdado de duns obras de indscaivel pes. Sie (13). ‘Depols das afirmagées que acima referi e que foram ex teradas por pessoa auorinndss, seria supe da minha pa te apresentar‘um conjunto de permutas particulresfeltas por butvos para demonstrar que oembrife do homes Ienbra ma 1] Keay, Mans rage in Nae 88 pe 3h 10 Mawe Hace in Naver, Ie, De. 18) O'ombride humana (igure atte) estudad por Reker, em 20 to de perto aquele dos outros mamiferos. Todavie, posso acres- ceemtar que em varios pontos de sua estrutura, o embriao hi ‘mano faz lembrar tambem certas formas inferiores adultas. Por exemplo: inicialmente, o coracto existe como. simples 6r- so pulsante; as fezes sio expelidas através de im conduto Eavo.e 0 coccix sobressal como uma verdadelra cauda, “ester endo-se consideravelmente além dos debuxos das ‘pernas™ (16), Nos embrises de todos og vertebrados que respiram oxi enio, certas glindulas chamadas corpos de. Wolff 40’ seme tes © agem como os rins dos peixes adultos (17). Também no ultimo perfodo embrional podem ser observadas algumas semelhaneas notévels entre o homem e os animais inferiores. Bischoff cbserva que num feto humano, no fim da sétimo més, as eircunvolugses do cérebro aleaneaim aproximadamente 0 mesmo estigio de desenvolvimento daquelas de um babuino, Adulto (18)-0 dedo palegar do pé, como observa o prof. Owen (8), "que constitui o fulero quando se esta em pe ou se ca: ‘inka, lalvez seja a peculiaridade humana mais caracteristica da estrutura humana”; mas gum embrigo de aprosimadamente tum polegar de compriment o prof. Wyman (20) constatoa “que o polegar do pé € mais curto do que os outros dedos e que, ao invés de ser paralelo a esses, sobressai em forma de Angulo de um lado do pé, correspondendo deste modo A con lito permanente, ds! quadramanos’ Permitome concilr fom uina cltacio de Huxley que, depois de se perguntar se, 0 ffomem tem uma origem diferente da de um eS, um pastao, uma ra ou um peixe, afitma: “Atualmente a resposta néo com: porta dividas; indiscutivelmente a maneira de originarse © Os primeiros estagios de desenvolvimento do homem sao idén- ticos aqueles dos animais que o seguem imedistamente na es. 25) 0 embriso namaino (izura pig. 2) éextudado por Baker, em cones Phys, 18StI0S0, ab, 300" fg. 2 ‘Hate embrige nna un com B'dnurido do cadhorio € eiudado for Bisdoll, cm Eateicunpsge: fhlcte des Hunde tls, 15, te. 21, 2, te deseo fol tumon. {ado cio roaea 0 otbrido tne 2 as. Os Grgtos interes foram. ated ad’ a prin erin fram rita mio (Gcenhos, Veltme’ deeds integona por indicaclo ao prot Zxiey do ‘Shjetoe, Maus Pace im Natur, concebera idea do rlesias. Hane Sptmsentou davenhos andlogos em fea trabalho Schopfungageschchte. EIB, gt, Women em sree. of American ademy of Sciences, 1D Ona, Anatomy of Vertebrates, vo. 3,26 58 18) le Grosshinwindungen des Menschen, 1880, De 8. 42) Anatomy of Vertebrates, Vol, pe 858. 2B) eProe. Soe, Nat, Hats, Boston, 108, Vl. TE, pe 185 a cala zoolopic: sem margem de divida a este respeito, ele sti, mais perto'dos macacos ‘do que os macacos etd €o eho" 20. Otgios rudtientares — Este assunto,enibora no intrin: secamente mais importante do que os anteriores, aqut seed itatado mais amplamente, por mutas razoes (22). Mo's pode Gitar neniium animal superior que nao. Possua algum épio hnum estagio tudimentar; © 0 hotmem nko exceelo da ferea Os érgios rudimentaresdistinguesnse daqusles cm formeis ainda que em alguns casos a dstingdo. fo sea fail Os ort Ieiros, ou estéo completamente fora de uso ~" como as ba: ‘mas dos quadrimanot machos ou ov incisivos dos umiaan. les que ndo penetram mals as gengivas ou sdo de oma ait Iidade' tho irisoria para os sets suais possuidores, 2 ponte de com difiuldade fazcrem erer que se fenhamn desenvaivido has condigoes presents. Nesta lta condigio os érglos nfo sio estritamente nx dimentares, mas tender para ert direst, Por outta Indo ee os nascentes, embora aida ndo completamente deena Yidos,sfo-muito'dtets para quem os possul elo, suscemes e ulterior desenvolvimento, Os drgios rudimentares so ale mente vatlveis. sto ¢ em parte compreensvel, porquarto sip {nites ou quase inutel econseqlentemente mloestso lterios ‘ente sujeitos a selecto natural, Depois mltas veres se se ‘rimem completamente: contudo, quando Isto scontece, po dem ocasionalmente reaparecer por reversto fato sae de ro do stengao. 8 motivos principals gue fizeram com que os érgfos se torsassem mudimentares parecem ter sido 0 nlowso Maquele perfodo da vida em que'o drgio é sobretado usade Co a ae cede em geral durante a maturidade) bem como a hesangs na Perlodo Correspondenie da vida, O terme “niouso’ sie se Fefere tao somente a uma reduiagolo.dos muscaloe, mas ds respeito imbém sum menor aflino de sangue aun pate @u 8 ‘um orgio por estar 0 mesmo sujelto a menores alterseses de pressio e por ser de qualquer modo habltualmente menos ativo, Podem contudo scr encontrados num sexo Tudlisentes dlaguelas partes que normalmente tio propriss do outro setey 32D Man's Place fm Nature, pe. 68. 2) Antes de le 0 escrito ‘de alot Carsctaes rudimentares com ‘elasio 8 ordem do homem acre: um fssbatno ineaato Caste eapicio (Ganmunso della 800 Nat, Modone, J8v, by. Hi) ete eseG Sees a que Su tient veo." namiy ‘elmente todo este assunto eam o tislo Distlelogia, em sau Generlle ‘Mornotope ox Sehoptungsgesehichte, 2 1. Rgura superior = HEmbrifo tumano sequndo Boker Fe) Fife infor = Sinbrio de um elo segundo. Blchott |8) Prosencéfalo, Hemistérios cerebrats, etc. Sie Sena See eee ion 2 Bt ac bana © TF aun vestral w mdeoulos em fase de desenvolvimento o Rea tee eae ae 5 are? a ss re al ae, nv or SE Say ape aes as we oar cnet cee dew pede. in is Sree Meee Bee cae sass ses ets deh Ses rat de TREE Sues) ape ite reine Scene ea ss pie compara mG wie te yatueetanec ee ma Se Gp aoe one reat de Sane op tena i stl © cmd mae Sens Casement. come ecm de eee Amore gee oa pe for ine on ta Ca scarce cement Nao vejo a necessidade de acrescentar ontra coisa Sanaa. nel hae Aerts oi ote oa aan por inteiro nas minhas obras anteriores (24). 7 aetna eae ee eee aise tp ago fran sera ue. regularmente estdo presentes em alguns animals infer” Tes, podem as vezes aparecer no homem de forina mullo te. durida, Cada um de nés tem observado a faculdade propria de ‘muitos animais, em particular dos cavalos, de mover’ ou, de

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