Você está na página 1de 8

Colégio: Luciano Passos Série: 2a Turma:___ Professora: Cláudia Melo Aluno (a):__________________

SISTEMÁTICA
A sistemática é a área da biologia dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as relações
filogenéticas entre os organismos. Inclui a TAXONOMIA e também a FILOGENIA.
A sistemática moderna é geralmente baseada em uma variedade de informações, incluindo sequências de DNA, dados
bioquímicos e dados morfológicos.
FILOGENIA (Willi Henning)
A filogenia é a história evolutiva de uma espécie ou de um grupo de espécies, desde os seus ancestrais até os seres
recentes.
TAXONOMIA (Lineu)
Taxonomia é o ramo da biologia responsável pela identificação, nomenclatura e classificação de todos os animais
e plantas que habitam a Terra, com base nas diferentes características que estes partilham entre si. A ideia de
padronizar os seres vivos surgiu a partir dos trabalhos do naturalista (botânico) austríaco Carl von Linné (também
conhecido por Carlos Lineu, em português) em 1758.
O atual sistema de classificação dos seres vivos usados hoje ainda se baseia nos princípios estabelecidos por
Lineu. O sistema de Lineu agrupa os seres vivos em categorias levando-se em conta semelhanças ou diferenças,
comparáveis em diversos níveis. Porém o sistema de Lineu não é baseado na evolução dos organismos. Os biólogos
usam as árvores filogenéticas para classificar organismos em termos de suas linhagens ancestrais e no estudo de
espécies extintas. Linné foi então o inventor da atual classificação dos seres vivos em diferentes grupos (conhecidos por
taxons), de acordo com as suas semelhanças genéticas: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie.

- Tipos de sistemas de classificação:


I- SISTEMAS ARTIFICIAIS:
* Utilizam critérios arbitrários ou de utilidades práticas.
* Não consideram as semelhanças e diferenças entre os seres vivos.
* Essa sistemática não era científica, mas útil à sobrevivência, sendo considerada uma CLASSIFICAÇÃO
ARTIFICIAL. Não levava-se em conta o parentesco evolutivo entre os indivíduos.

* Sistema antigo, não mais utilizado.


* Exemplos:
 Aristóteles (384 - 322 a.C.) dividia as plantas e os animais em:
 aqüícolas - habitantes das águas;
 terrícolas - habitantes da terra;
 aerícolas - habitantes do ar.
 Teofrasto (372 - 287 a.C.), voltado para a Botânica, dividia as plantas em:
 ervas - com caules pequenos e moles;
 arbustos - com vários caules lenhosos e porte mediano;
 árvores - com um único tronco lenhoso.
 Santo Agostinho (354-430) propôs uma classificação mais detalhada para os animais:
 úteis;
 nocivos;
 indiferentes.

II - SISTEMAS NATURAIS:
* Utilizam características típicas da natureza biológica, como: morfologia, fisiologia,
desenvolvimento embrionário, parentesco evolutivo (ancestralidade comum), material genético, distribuição,
cariótipo, etc.
* Aceito atualmente.

SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE LINEU


• É um“Systema Naturae”(sistema natural);
• Era Fixista (número de espécies existentes são os mesmos desde a sua criação, os seres não evoluem );
• Acreditavam na geração espontânea;
O sistema de classificação de Lineu é, até hoje, considerado um “sistema ideal”, por apresentar as seguintes
características:
1°) Classifica todos os seres vivos até então conhecidos, sem deixar nenhum deles de fora.
2°) É um sistema aberto, isto é, é capaz de abrigar qualquer ser vivo que venha a ser descoberto.
A base deste sistema é a ESPÉCIE.

CATEGORIAS HIERÁRQUICAS OU TAXONÔMICAS OU NÍVEIS HIERÁRQUICOS

As categorias taxonômicas ou táxons podem ser representadas, da mais ampla para a mais restrita, da seguinte
maneira:
REINO FILO  CLASSE  ORDEM  FAMÍLIA  GÊNERO  ESPÉCIE (REFICOFAGE )

Além dessas categorias, muitas vezes são utilizadas categorias intermediárias, tais como subfilo, superordem,
superfamília, subgênero, subespécie.
OBSERVAÇÃO: hoje as categorias não iniciam com reino, iniciam com o domínio. A classificação dos três
domínios proposta por Woese, em 1977, divide os seres vivos em três grupos: Archaea, Bacteria e Eukarya.
Mas o atual sistema de classificação dos organismos também considera a espécie como unidade de
classificação.
 Atualmente utiliza-se o domínio para iniciar a classificação. Sendo estes:
 Archaea (arqueobactérias),
 Bactéria (eubactéria – bactéria e cianobactéria) e
 Eukarya (protistas, fungos animais e vegetais).

Assim, atualmente as categorias taxonômicas ou táxons, da mais ampla para a mais restrita, são:
DOMÍNIO REINO FILO  CLASSE  ORDEM  FAMÍLIA  GÊNERO  ESPÉCIE  (DoREFICOFAGE )

 Reino: mais abrangente do que filo


 Filo: mais abrangente do que classe
 Classe: mais abrangente do que ordem
 Ordem: mais abrangente do que família
 Família: mais abrangente do que gênero
 Gênero: mais abrangente do que espécie
 Espécie: categoria básica  grupo de seres com as mesmas características capazes de cruzar entre si e de deixar
descendentes férteis.

Reino Grupo de Filos

Filo Grupo de Classes


Classe Grupo de Ordens
Ordem Grupo de Famílias

Família Grupo de Gêneros


Gênero Grupo de Espécies
Espécie Grupo de indivíduos semelhantes, capazes de reproduzi r
entre si e gerar descendentes férteis.
Espécie é o conjunto de indivíduos semelhantes que podem cruzar-se entre si, gerando descendentes
férteis.

Panthera pardus(Leopardo)

 Quando espécies diferentes cruzam ou não formarão embriões, ou formarão, mas o embrião será abortado ou
podem se desenvolver, mas serão estéreis e não pertencerão à nenhuma das duas espécies, sendo chamados de
HÍBRIDOS.

Geralmente os indivíduos oriundos do cruzamento de espécies diferentes (os híbridos) são inférteis, pois:
• Macho e fêmea não possuem órgãos genitais bem desenvolvidos o que dificulta o acasalamento.
• Filhotes estéreis (não produzem espermatozóides ou óvulos).
Exemplo 2 - Leão e leoa (Panthera leo) sendo cruzada com Tigre e tigresa (Panthera tigres) darão origem ao
Ligre ou liger (se o cruzamento foi do leão com a tigresa) ou ao Tigon ou tigreão (se o cruzamento foi da leoa
com o tigre).
Exemplo 3 – cavalo e égua (Equus caballus) sendo cruzada com zebra macho e zebra fêmea (Equus zebra)
darão origem ao: Zégua ou eguebra (se foi a gua com um macho de zebra) ou cebrallo ou zebralo

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

PRIMEIRA: compare as categorias taxonômicas da espécie humana e do cão e vejam que eles pertencem a mesma
classe, logo todas que estiverem antes de classe, como reino e filo, também serão iguais. Entretanto são diferentes em
relação à categoria taxonômica ordem, logo todas que estarão depois, como família, gênero e espécie também serão
diferentes.
Homem (reino = metazoa, filo = chordata, classe = mammalia, ordem = primata, família = hominidae, gênero =
Homo e espécie = Homo sapiens)
Cão: (reino = metazoa, filo = chordata, classe = mammalia, ordem = carnivora, família = canidae, gênero =
Canis e espécie = Canis familiaris)
SEGUNDA: O cão domestico (Canis familiaris), o lobo (Canis lupus) e o coiote (Canis latrans) pertencem a uma mesma
categoria taxonômica, todos pertencem ao mesmo gênero. Sendo do mesmo gênero obrigatoriamente serão do mesmo
reino, ao mesmo filo, a mesma classe, a esma ordem, a mesma família. Entretanto eles pertencem à espécies diferentes.

TERCEIRA: Panthera leo (leão), Panthera tigris (tigres) e Panthera onca (onça) pertencem a diferentes espécies, porem
podemos dizer que pertencem ao mesmo reino, ao mesmo filo, a mesma classe, a esma ordem, a mesma família e ao
mesmo gênero.
NOMENCLATURA CIENTÍFICA

Objetivo da nomenclatura científica:


- Eliminar nomes múltiplos (uniformidade / universalidade);
- Cada nome designa uma única espécie.

REGRAS DE NOMENCLATURA
 Todo nome científico deve ser escrito em latim (língua morta) ou latinizado – Homo sapiens –
Trypanosoma cruzi ou Tryapanosoma Cruzi.
 A nomenclatura é binomial, sendo o primeiro nome igual ao do gênero e o segundo é o epíteto
específico– Musca domestica.
 O nome do gênero deve sempre começar por letra maiúscula e o da espécie em letra minúsculas.
 Os dois juntos formam o nome da espécie, ex.: Canis familiaris, que é o cão doméstico.
 O nome científico deve ser:
a) Grifado: ex.: Homo sapiens
b) Em itálico: ex.: Homo sapiens
c) Ou em negrito : ex.: Homo sapiens

 Nos casos em que o nome da espécie se refere a uma pessoa, a inicial pode ser maiúscula ou minúscula.
Exemplo:Trypanosoma cruzi ou Trypanosoma Cruzi
— Trypanosoma cruzi é o nome dado por Carlos Chagas ao protozoário causador da doença de Chagas,
em homenagem a Oswaldo Cruz.
 Quando ocorrerem subdivisões das categorias taxonômicas (super e sub), o nome da subespécie deve
vir depois do epíteto específico e em letra minúscula (trinomial).
- Quando existe subgênero, o nome que o designa deve ser escrito depois do nome do gênero, entre
parênteses e com inicial maiúscula. Exemplo: Anopheles (Nyssorhinchus) darlingi
- Quando existe subespécie, o nome que a designa deve ser escrito depois do nome da espécie, sempre
com inicial minúscula. Exemplo: Rhea americana alba (ema branca).
 Lei da prioridade: Se para o mesmo organismo dois nomes diferentes,por autores diversos, deve
prevalecer a primeira denominação. Quando citar o ano da primeira publicação, este deverá vir
separado do autor por vírgula.
 O nome científico ao ser usado pela primeira vez em um texto, deve ser escrito por extenso; nas demais
vezes que aparecer, a parte genérica pode ser abreviada. Ex. C. familiaris;
 O nome das famílias dos animais recebe o sufixo idae, e nas plantas o sufixo é aceae.
Ex: Felidae: família do animal leopardo. Poaceae: família da planta milho
 Quando se desejar mencionar o autor e a data que descreve a espécie, escreve-se o nome da espécie,
depois o nome do autor (inicial maiúscula, abreviado ou não e sem nenhuma pontuação entre a
espécie e ele), acrescenta-se uma vírgula e logo a seguir a data.
Ex. Trypanosoma cruzi Chagas, 1909. Canis familiaris Lineu ou L., 1758 (cão)
 A abreviatura de espécie é sp. e a de espécies (plural) é spp. Ex:
- Coffea arabica ou Coffea sp. (café)- referente a uma espécie ou quando o autor não tem interesse em
citar o nome da espécie ou usado quando a espécie ainda não foi identificada, mas o gênero já foi
descrito.
- Plasmodium spp. (referente às várias espécies existentes).

CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

Robert H. Whittaker (1959) com a descoberta dos seres microscópico e a evolução do conhecimento científico,
criou um sistema de classificação que divide os seres vivos em cinco reinos: Monera, protistas, fungos, plantas e animais.
Vírus não pertence a nenhum desses reinos.
Já Woese (1990) realizou um estudo comparativo do RNA ribossômico, e criou a classificação em Domínios. Ele
percebeu que os eucariontes (protistas, fungos, plantas e animais) apresentam muitas relações entre si, por isso ficaram
todos juntos no mesmo domínio, Eukarya, e que os procariontes (integrantes do monera) deveriam ser separados, pois
haviam entre alguns divergências genéticas importantes, logo esses foram organizados em dois grupos (bacteria e
Archaea). Os seres vivos passaram, então, a ser classificados em três subdivisões principais, denominadas de Domínios,
uma categoria acima de Reino. Os três domínios considerados são: Archaea, Bacteria e Eukarya.
Assim, considerando a classificação de Whittaker o único reino com seres procariontes é o monera. Considerando
a classificação de Woese, extingue-se o Reino Monera, e os procariontes estão agora agrupados em dois domínios: Archae
e Bacteria. Logo, na classificção em domínios, o reino monera não é mais considerado e foi dividido entre os domínios
Bactéria e Archaea
1 - REINO MONERA – unicelulares (uma célula), procariontes, isto é, que não possuem núcleo
individualizado por uma membrana em suas células; o material genético desses seres encontra-se disperso no
citoplasma, não encontra-se individualizado. São as bactérias e as cianofíceas (também chamadas de
cianobactérias e de algas azuis); podem ser ainda:
- Heterótrofos ou consumidoras (bactérias patogênicas)
- ou autótrofos por fotossíntese (cianobactérias) ou por quimiossíntese (arqueobactérias).
Exemplo de bactérias:
• Cocos: bactérias que apresentam formato esférico.
• Bacilos: bactérias que apresentam formato de bastão.
• Espirilos: bactérias com formato helicoidal e rígidas.
• Espiroquetas: bactérias com formato helicoidal e flexíveis.
• Vibrião: bactérias que apresentam formato de vírgula.

2- REINO PROTISTA: Seres unicelulares ou multicelulares (ou pluricelular – várias células) , eucariontes
PROTISTA I – unicelular ou multicelular, sem tecido; autotróficos (sintetizam - fabricam seu próprio alimento)
fotossintetizantes. Ex.: algas (euglena, clorófita, feófita, etc).
PROTISTA II – eucariontes, unicelulares, Heterótrofos(não sintetizam seu próprio alimento). Ex.:Protozoários
(Trypanosoma, ameba, giárdia, paramecio, etc).

3- REINO FUNGE – eucarióticos, unicelulares ou multicelulares e heterotróficos (alimentam-se por absorção);


suas células possuem parede celular formada por quitina. . Os fungos não possuem tecido verdadeiro. Os
tecidos não se diferenciam em órgãos. Ex: cogumelos, mofos, orelhas de pau, levedura são exemplos desse
reino.

4- REINO PLANTAE (ou dos vegetais ou reino Plantae ou Metaphyta) - seres eucarióticos, multicelulares,
com tecidos especializados e autotróficos fotossintetizantes (clorofilados); seus representantes formam embriões
multicelulares que, durante o processo de desenvolvimento retiram alimento diretamente da planta genitora. Ex:
as plantas briófitas, pteridófitas, giminospermas e angiospermas.

5- REINO DOS ANIMAIS (ou reino Animalia ou Metazoa) - Engloba todos os seres vivos pluricelulares,
eucariontes, heterotróficos e com tecidos especializados. Geralmente apresentam capacidade de locomoção e
grande parte gera descendentes por reprodução sexuada. Ex: animais vertebrados ou invertebrados,
protocordados ou cordados.

VÍRUS – caso à parte


Não são classificados em nenhum reino, pois os cientistas divergem quanto a sua classificação como ser vivo ou
ser bruto e nos reinos são colocados apenas seres vivos.

Características que apresentam de seres sem vida:


 São acelulares (sem célula). No lugar das células apresentam proteínas.
 tem DNA ou RNA, nunca os dois ao mesmo tempo, (exceto - citomegalovírus);
 são parasitas intracelulares obrigatórios, só tem manifestações de ser vivo quando penetra numa célula
viva.

Características que apresentam de seres com vida:


 Se reproduzem;
 Evoluem;
 Apresentam hereditariedade;
 E sofrem mutação.

Você também pode gostar