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Como Escrever Um Livro - Estrutura e Métodos
Como Escrever Um Livro - Estrutura e Métodos
Referência Nota
PREPARAÇÃO DO AUTOR.
ÍNDICE Coisas que todo escritor precisa fazer
DE CONTEÚDO Por que histórias são tão poderosas?
Como encontrar a ideia para a sua história
Como se preparar para contar a história
FUNDAMENTOS.
Personagens
Conflitos
Cenário
Do micro ao macro
Testes e tamanhos
TENSÃO E CONFLITO.
O que é conflito?
Usando a teoria dos conflitos
Conflito dentro da histórias
Tipos mais comuns de conflito
Antagonista: o conflito encarnado
Situações de tensão
PERSONAGEM.
Personagem, identificação e criação
A bíblia do personagem
Arco e transformação
Arquétipos
Sobre diálogos
TRAMA E ESTRUTURA
Os 3 atos
Os 5 pontos
Jornada do herói
7 tramas básicas
Método Snowflake
Modelo Pixar
Método e gêneros Save the Cat!
CENA E EDIÇÃO.
O que é uma cena, e o que não é
Ação/Reação
Cliffhanger
Edição
PUBLICAÇÃO
Querry letter.
Book proposal
Plataformas de financiamento
PREPARAÇÃO DO ❖ Providenciar tempo para praticar diariamente.
AUTOR ❖ Estabelecer m etas realistas para a prática e cumpri-las.
❖ Ler livros com a perspectiva de criador, analisando estrutura, ritmo,
história, personagens, construção de cena e identificar o que chama
O QUE FAZER? sua atenção.
❖ Manter-se aberto às críticas construtivas e inspirado todo dia, “é a
sua responsabilidade como criativo”.
❖ Notar que a pesquisa e a revisão fazem parte do processo de escrita.
❖ Explorar, descobrir, brincar, questionar e imaginar.
Exercício: Anote 100 ideias pelos próximos dias (a delimitação deles fica a
seu critério). Chegando a 100, corte 50 que não parecem tão boas,
repetitivas e previsíveis. Dentre as 50, selecione as 20 que considerar boas,
sem espaço para medianas. Chegou a 20? É hora de formar o top 10 em
uma nova lista e, após analisar criticamente, selecionar 3. Por fim, qual
delas causa maior ânimo e perspectiva de produção? É ela que você deve
começar a escrever.
TORYLINE
S
❖ Basicamente, é um resumo que cabe em uma ou duas frases.
Através dele, transmite-se a essência da história em segundos,
podendo gerar curiosidade ou interesse; encontra-se um
ponto-lembrete que ajuda no foco, o objetivo central da trama (ela
pode ser considerada muito complicada se você não consegue elaborar
um storyline, e assim, há a abertura para repensá-la). Condensar uma
narrativa em uma ou duas linhas não é fácil, mas pode ser crucial para
vender a ideia do livro.
REMISSA
P
❖ É elaborada com cinco ou seis frases, fechando um parágrafo que
demonstre o fundamento da trama e os principais pontos
estruturais. Dois tipos bem difundidos de premissa são:
AS 5 PERGUNTAS
1. Qual é a situação essencial da história? (storyline pode ajudar)
2. Quem é o protagonista?
3. O que ele quer mais do que qualquer coisa?
4. O que, ou quem, está no caminho entre ele e o objetivo?
5. Quais obstáculos são lançados contra ele, a fim de impedir o alcance
do objetivo?
RESUMO
❖ Deve ser completo o suficiente para revelar tudo o que acontece na
trama, sem prolixidade. Recomenda-se sua elaboração após o
término do rascunho, para melhor dimensioná-lo. As cenas principais
são destacadas, bem como os personagens, responsáveis por mover a
trama, e suas jornadas ante ela.
❖ Seu tamanho “ideal” gira em torno de 2 páginas, ou 1000 palavras.
❖ Deve ser descrito em terceira pessoa no tempo presente, e cada
parágrafo deve conter uma sequência de parágrafos ou capítulos
conectados.
❖ O resumo deve se sustentar sozinho, objetivando demonstrar que
existe uma história completa e organizada - sem medo de spoilers.
TODO CONFLITO É ❖ O conflito atrapalha o personagem e seu objetivo, que deve ser
PROBLEMA, MAS NEM importante, senão ninguém dará a mínima se vale a pena ou não. O
TODO PROBLEMA É obstáculo conflitante deve ser forte o bastante para que o leitor entenda
CONFLITO o risco de fracasso ou interferência. Por outro lado, se for muito
simples, não terá carga dramática, deixando a narrativa previsível ou
chata.
❖ Questione: o que aconteceria se o personagem ignorasse esse
obstáculo? Se a resposta for “nada”, falta dramaticidade aí.
CONFLITO DENTRO ❖ Para colaborar com o estresse e tensão, sensações que atraem o leitor,
DA HISTÓRIA é preciso tornar o conflito algo quase onipresente, em maior ou
menor dimensão.
❖ Além das descrições de cenas, os diálogos contribuem para a
tensão, pois não é apenas uma conversa, mas uma “conversa
turbinada”. Ou seja, com menos palavras, cada uma delas ganha
importância, e se forem importantes, o leitor ficará atento - contrário do
caso de serem miméticas, iguais às conversas comuns da realidade,
cheia de cortes, pausas e erros.
“Diálogo é um idioma enxuto no qual cada palavra conta. Conta para quê?
Para caracterizar, para mover a história, para ter um impacto nas emoções
do leitor”
NA CENA ❖ Ao escrever uma cena, é preciso ter em mente quais são seus
personagens e o que eles querem nessa cena. Ao tornar a intenção
clara, é hora de torná-la difícil.
❖ Dar intenções diferentes, opostas, aos personagens é uma forma de
criar tensão e conflito. Assim como inverter polaridades sobre o início
e fim causa efeito: se começou bem, termina mal e assim por diante.
❖ Os melhores ganchos são aqueles que geram tensão, deixando clima
de conflito no ar e quando no fim do capítulo.
TIPOS COMUNS ❖ Personagem vs. ele mesmo. Luta internamente, confrontando o íntimo
DE CONFLITO e suas vertentes de conduta. A carga é psicológica, reflexiva.
❖ Personagem vs. natureza. Sobrevivência, hostilidade. Rende ação.
❖ Personagem vs. sociedade. Discordância com as leis, cultura, afins.
Há princípios em foco, mudança no status quo ou tentativa.
❖ Personagem vs. Sobrenatural ou mágica. Forças que vão além da
compreensão comum, podendo envolver maldição, destino e afins.
❖ Personagem vs. tecnologia. Semelhante ao anterior, com alvo
diferente.
❖ Personagem vs. personagem. Um precisa superar ou aniquilar o
outro. Herói x vilão.
❖ Tal como vale para o cenário, o seu personagem deve ser conhecido
inteiramente por você, mas revelado aos poucos durante a
narrativa, em doses poderosas e sutis, para que o leitor adivinhe suas
características ou preencha as lacunas de modo interpretativo.
PERSONAGEM É AÇÃO ❖ Se quer saber do que ele é feito, coloque-o em situação difícil e
deixe que se vire. Invista em valores, fazendo com que a
personagem pergunte a si: qual é a coisa mais importante no mundo
pra mim? Com base nisso, sua reação será moldada, guiando escolhas
da trama. Ao apresentar e atingir uma camada de valor, insira
outra.
➢ Um exemplo: Walter White é um pai exemplar e químico brilhante.
Ao descobrir que tem câncer, notamos que o que mais importa
para si é a família. Ele toma decisões sobre cozinhar drogas puras
e poderosas com isso em foco, para proporcionar uma situação
melhor para eles, quando ele morrer. Eis aí um valor. Contudo, não
para aí: com a experiência do tráfico, o poder e o controle são dois
valores que entram em pauta para WW - conflitando com o
primeiro. Quando esse conflito se torna evidente, descobrimos a
verdadeira identidade do personagem: ele é Heisenberg.
Embora a maioria das tramas traga arco com mudanças, algumas focam
TRANSFORMAÇÃO na não-mudança, com
❖ Tragédia. Uma figura com falhas passa por dificuldades e, em cada
uma delas, pode mudar. Mas se recusa. Sendo o mesmo, não passa
por transformações e pode terminar sozinho, num final ruim.
❖ Representação de valor. O mundo parece conspirar para que a
personagem-representação mude.
❖ Episódico. A mesma personalidade a cada trama, como Sherlock
Holmes ou Friends. Não se modifica.
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SOBRE DIÁLOGOS ❖ Embora tenha base em conversas reais, o diálogo não faz parte delas.
Não tenta ser uma conversa e não devem ser estritamente realistas,
mas passar a ilusão de realidade. O diálogo deve ter uma razão de
ser, não ser gratuito; deve servir como a ação do personagem por meio
da fala. Não precisa ser apenas troca de informações, mas pode
mostrar que tipo de personagem é aquele que fala, sua personalidade,
grau de instrução e afins.
❖ Use ações, gestos, reações para complementar eles.
❖ Pode parecer chato usar essa colocação toda hora, mas ela funciona
“DISSE ELE”
praticamente como uma pontuação, mera identificação de quem deu a
voz. Não “sinônimenize” esse momento: disse Luara - disse a mais
baixinha do grupo - disse aquela dos cabelos cacheados. É cansativo.
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MÉTODO SNOWFLAKE Criado por Randy Ingermanson. A ideia é acrescentar detalhes ao núcleo
do enredo até que ele fique completo. Em dez passos:
1. Frase que sintetize a trama. Quanto menor, melhor.
2. Aumente para um parágrafo com até cinco frases, a apresentar a
trama com os principais conflitos e o final.
3. Resumo de uma página de cada personagem principal.
4. Transforme parágrafo que define trama para uma página. Use dos
conflitos já idealizados ao final de cada parágrafo, para instigar.
5. Uma página de resumo da história sob o ponto de vista dos
personagens principais; meia, para os secundários.
6. Com a trama principal e subtramas, é momento de uni-las. Cada
parágrafo se torna uma página da história.
7. Escreva a personagem minuciosamente, com o maior número de
detalhes possíveis.
8. Planilha com as cenas existentes em uma coluna, sua explicação na
outra, ponto de vista predominante na cena em mais uma, cenário e
novas colunas para informações pertinentes.
9. Em cada cena se adiciona uma descrição importante, com esboço
de diálogos e conflitos. Cada uma deve ter um, ou será eliminada.
Não atente para a narrativa, ainda.
10. Dramatize tudo e aperfeiçoe os detalhes: surge o rascunho.
MÉTODO Blake Snyder escreveu o The last book on screenwriting you’ll ever need,
SAVE THE CAT! um guia de roteiro que contém o critério Save the cat! disposto em 15
eventos na estrutura dos três atos
❖ Quando a cena é composta por pelo menos duas das três finalidades
DOUBLE/TRIPLE DUTY
acima, ela é uma double duty; com as três, triple.
EDIÇÃO
❖ Deixar o livro “descansar” é opção para que haja afastamento da trama
e assim o reconhecimento do que precisa ser alterado.
❖ Ler em voz alta auxilia a identificar o ritmo.
❖ Cortar advérbios é uma boa atitude para aumentar a intensidade, bem
como evitar a voz passiva, para não travar a leitura.
❖ Cntrl + U no word: contra verbos de pensamento, advérbios, palavras
de dúvida e genéricas.
IDENTIFICANDO
ESTILO ❖ Há tema recorrente em suas tramas? O que chama atenção no ritmo?
A voz narrativa tem alguma personalidade? Quanto explora o interior
das personagens? O que deseja transmitir?
BOOK PROPOSAL
❖ Página inicial com pequena biografia. Explique brevemente o conteúdo.
❖ Informações de contato.
❖ Resumo executivo com uma página, com dados técnicos sobre você e
a obra. É a página de consulta para o editor, então deve conter: título,
categoria, storyline, público, páginas, sinopse de um parágrafo e micro
biografia.
❖ Dois ou três parágrafos são para análise de marketing. Prove que seu
livro tem espaço no mercado e que há semelhantes. Destaque sua
história dessas obras.
❖ Biografia mais elaborada, com lado mercadológico incluso. Cite
plataformas de publicação, redes sociais, canais e afins.
❖ Resumo da obra, completo, com até duas páginas.
❖ Marketing. Demonstre responsabilidade sobre a promoção da obra,
caso possa ajudar.
❖ Capítulos. Ou a história completa.
PLATAFORMAS DE
FINANCIAMENTO ❖ Catarse, apoia.se, Kickante, Benfeitoria, Juntos.com.vc.
COMO AVALIAR LIVRO ❖ Comece pela ideia. É criativa, instiga? E por aí vai.
EM 5 PASSOS ❖ Note como ela foi executada no aspecto macro, na trama. Fluiu?
Travou? Impacta? Bom final?
❖ E como ela foi executada no micro, entre capítulos e sua interconexão?
As variações POV funcionaram? E as descrições?
❖ Reúna tudo e preste atenção no melhor e no pior que o livro oferece.
Que gosto a trama deixou?
❖ Estude o livro, aprenda com ele.
REFERÊNCIAS